Merrill Lynch reitera «compra» e preço-alvo de 10 euros para a PT
A Merrill Lynch ajustou as estimativas para a Portugal Teleocm, depois da operadora ter apresentado os resultados trimestrais, mas manteve a recomendação de «compra» e o preço-alvo de 10 euros para o final de 2005. Contundo, o banco de investimento americano prefere as acções da Telecom Itália e da Telefónica.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A Merrill Lynch ajustou as estimativas para a Portugal Teleocm, depois da operadora ter apresentado os resultados trimestrais, mas manteve a recomendação de «compra» e o preço-alvo de 10 euros para o final de 2005. Contundo, o banco de investimento americano prefere as acções da Telecom Itália e da Telefónica.
Num «research» de hoje, a Merrill Lynch diz que os resultados do terceiro trimestre foram «sólidos» em toda a actividade doméstica e «decepcionantes» no Brasil, onde o aumento da concorrência originou uma queda na margem EBITDA de 41% para 31,8%.
Em consequência dos resultados, a Merrill Lynch ajustou as previsões de resultados para a operadora nacional, baixando a estimativa de «free cash flow» (FCF) em 9,5% este ano, para 1,15 mil milhões de euros. O valor previsto para 2005 foi revisto em baixa de 14,8% para 1,19 mil milhões.
Este ajuste, em conjunto com a subida de 14,8% que as acções da PT [Cot] já registam este ano, deixa a Portugal Telecom «menos atractiva» face às suas congéneres europeias, de acordo com a Merrill Lynch. A operadora portuguesa transacciona com FCF «yield» de 9% para 2005, contra os 10,7% do sector.
Contudo a Merrill Lynch considera que a Portugal Telecom, no longo prazo, ainda apresenta «um perfil de prémio de risco atractivo», pelo que decidiu manter o preço alvo da empresa, para Dezembro de 2005, inalterado nos 10 euros.
Este preço representa um potencial de valorização de 10,4%, o que conjugado com o «dividend yield» de 3,9%, representa um retorno previsto de 14,3%.
Entre as operadoras telefónicas incumbentes do Sul da Europa, que recebem uma recomendação de «compra», a Merrill Lynch prefere a Telecom Itália, depois a Telefónica e em terceiro lugar a Portugal Telecom.
No longo prazo, a Merrill Lynch diz que o principal risco para a Portugal Telecom é a preocupação acerca das mudanças na regulação acerca do controlo do PT Multimédia, no que diz respeito à possibilidade de obrigação de separação das redes de cabo e cobre. Contudo o banco de investimento afirma que no curto prazo não deverão existir novidades nesta matéria.
Acerca da remuneração aos accionistas – que segundo os cálculos da Merrill Lynch este ano já somam 856 milhões de euros – o banco de investimento diz que esta ainda podia ser maior, mas a gestão da companhia prefere ser mais cautelosa, preferindo ter margem de manobra para novos investimentos no Brasil, reforçar o fundo de pensões (com um défice de 1,24 mil milhões de euros) e analisar oportunidades de investimento em Portugal.
As acções da PT seguiam a subir 0,22% para os 9,04 euros