Já fizeram contas ao q o FCP vai encaixar este ano?!!!!!! 
Há, em meu entender, aqui uma questão que é fulcral e que muito boa gente não entende.
Vamos procurar a resposta à seguinte pergunta: o que o Euro 2004, em termos económicos, tráz de benefícios à economia nacional?
Temos, óbviamente, que dividir o tempo em 3 períodos: antes, durante e depois.
Pois bem, antes, as empresas de construção civil, algumas ligadas a empresas internacionais do sector, beneficiaram e bem do betão aplicado neste euro. Tanto mais que a UEFA apenas exigia seis estádios e o governo socialista, para satisfazer as clientelas políticas e regionais, acabou por embarcar em 10 estádios. Grande parte da mão-de-obra que trabalhou nesses estádios era ucraniana, moldava, lituana, até cabo-verdiana.
Depois vem o durante, ou seja, o tempo que agora decorre. Quem ganha, em termos económicos? É óbvio que há por aí muita gente ligada às equipas, às federações, às empresas estrangeiras que quiseram obsequiar bons amigos ou clientes e esses são turistas que consomem e gastam bons euros. Depois, há os adeptos. Alguns, não muitos, estão hospedados em hóteis, almoçam e jantam em restaurantes, jogam golf, logo gastam. Alguns adeptos só dão trabalho à polícia porque logo pela manhã bebem 5 canecas ( 20 euros ) e está o dia feito porque a bebedeira não dá para mais. São mais ou menos os turistas de pé-descalço que bem conhecemos.
Logo, no durante, o Euro 2004 não é o El-dorado da economia. Sempre ajuda, mas não come a malfadada crise.
Agora, o mais importante, é o depois.
Se passarmos á europa e ao mundo uma imagem de país crescido, evoluido, com falhas mas a trabalhar para as colmatar, boa comida, país simpático, povo hospitaleiro, boa capacidade hoteleira, um tempo agradável,respeito pelo meio ambiente, profissionalismo que vai desde as forças de segurança até à hotelaria, preços justos, etç, etç, etç, mudaremos a imagem que muita gente têm deste país ( somos saloios, andamos de carroça, maltrapilhos, não há telefones nem auto-estradas... ) e aí, já a partir do próximo ano, vamos captar turismo que nos interessa, o tal que dorme em hotéis, almoça e janta em restaurantes, aluga carros para visitar os locais que mais lhe interessa...
Parece é que no Algarve ( uma vez mais o algarve ) isto não foi entendido e resolveram aumentar no imediato os preços em cerca de 40%. Vai daí, os visitantes estão na Isla Cristina e arredores, ao preço justo, enquanto o Algarve diz que está 50% da capacidade hoteleira. Vêm ver os jogos a Portugal e depois vão para lá. No futuro ficarão lá, porque certamente acharão o algarve muito caro. Tudo o resto não me desagrada.