Pata-Hari Escreveu:Esta é uma pergunta para o cem, mas claro que quemme quiser responder também é muito bem vindo.
A discussão e a explicação dada pelo cem bem como os exemplos são absolutamente excelentes. No entanto fico com uma dúvida.... havendo mercado e garantindo o o market maker a compra e venda de warrants a volatilidades acima das "de mercado", ou "justas", será de esperar que num aumento de volatilidade que ajustem as volatilidades já inflacionadas ainda mais para cima.
Fará sentido tentar identificar trends e inversões dos mesmo nas volatilidades históricas e transaccionar warrants exactamente nos upswings que partem de valores históricos relativamente baixos?
Parece-me então que faz sentido dado o valor históricamente baixo da volatilidade da ptc neste momento estar atento a um aumento da volatilidade e comprar warrants ptc(de preferência puts se descer e call se estiver a subir

)?
Não sou o cem mas cá vai uma resposta...
Em teoria pode-se jogar com as volatilidades, sim, mas é um jogo difícil pois se já difícil negociar os activos subjacentes, então é ainda mais difícil negociar com base numa variavel inferida dos derivados do activo...
Uma possibilidade (e que está condicionada pela existência ou não de calls e puts nas condições desejáveis) é a compra simultanea de calls e puts sobre o mesmo activo, ambos in-the-money (deep, se possível) quando o subjacente, vindo de volatilidades historicas baixas, inicia uma downswing violenta.
Nesse caso a volatilidade implícita tenderá a disparar e o negócio poderá ser vantajoso no global (obviamente não se poderá tratar de warrants out e perto da maturidade pois o ganho sería anulado pelas perdas de valor temporal). Numa upswing tb é possível que se verifique uma valorização global via aumenta das volatilidades mas é mais improvável... nos movimentos ascendentes a volatilidade implícita tende a cair.
Note-se que a volatilidade implícita não está apenas correlacionada com a volatilide histórica. A volatilidade implícita não é sequer um parâmetro mas um valor que se infere a partir do valor da opção ou do warrant... Já a volatilidade histórica é um parâmetro que entra no cálculo da opção - na forma do desvio padrão dos retornos nesse activo subjacente - mas é um parâmetro entre outros e a volatilidade implícita acaba por ser uma leitura global do risco incorporando todos esses parâmetros (volatilidade histórica, taxa de juros, data de maturidade, etc, etc). É normal a volatilidade implícita apontar para valores superiores à volatilidade histórica pois esta última é uma medida objectiva das volatilidades passadas enquanto que a volatilidade ímplicita é, na prática, uma medida global, tomando em consideração cambios, taxas de juros, etc, do risco esperado...
Pelo que normalmente reflecte um risco maior do que o devido à volatilidade histórica em si.
Isto em termos teóricos. Obviamente que um market maker poderá atribuir um valor sobrevalorizado à opção ou ao warrant (tb podemos sempre munirnos do modelo e calcular o valor teórico e compará-lo com o valor teórico que o Market Maker anuncia). Note-se que se supõe que os valores que o MM coloca no mercado se situam em torno do valor teórico calculado a partir do modelo Black-Scholes (ou outro identico).
No caso das opções os investidores estão mais seguros contra sobre-avaliações das opções dado que é possível «shortar» as opções caso estejam sobre-avaliadas pelo que a avaliação tenderá a aproximar-se mais do valor teórico «ideal». Não sendo possível shortar (caso dos warrants), o MM terá um certo interesse em sobre-avaliar...
Já agora, mais uma vez os warrants in-the-money estão em vantagem dado que estão, por natureza, mais protegidos contra sobre-avaliações por parte do MM dado que uma parte do seu valor é real (o valor intrínseco cujo valor é linear e objectivo, não envolvendo qualquer modelo complexo).
Por fim, sempre que se detecte que uma opção está sobre-avaliada (o valor praticado encontra-se notoriamente acima do valor teórico) é óbvio que se deve vender (se fosse possível até se devería shortar) dado que é altamente provável que essa sobreavaliação venha a ser corrigida a prazo (TEM de ser corrigida aliás até à maturidade pois nesse dia não existe valor teórico... o valor é o valor intrínseco seja ele zero ou não). Portanto, tudo o que é sobre-avaliação é areia que se esvai pelos dedos... e como é óbvio é altamente arriscado apostar que o MM vá sobre-avaliar ainda mais (a tendência, caso ele sobre-avalie, é que sobre-avalie cada vez menos).