Auditores levantam reservas às contas de 32% das empresas em

Auditores levantam reservas às contas de 32% das empresas emitentes
Segunda, 11 Ago 2003 16:04
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) analisou os relatórios e contas relativos ao exercício de 2002 de 105 empresas com valores admitidos à negociação e concluiu que, dessas, 34 apresentaram contas com reservas.
Ou seja, 32% das empresas apresentaram deficiências nas suas contas. Apenas em cinco situações - Celulose do Caima [Cot, Not, P.Target], Cofina [Cot, Not, P.Target], Grão Pará [Cot, Not, P.Target], Jerónimo Martins [Cot, Not, P.Target] e Sonae Imobiliária [Cot, Not, P.Target] -, as reservas apontadas pelos auditores diziam respeito apenas às contas individuais.
E, nestes casos, as principais reservas derivaram, segundo a CMVM, da não aplicação do método de equivalência patrimonial (40%), «situação consistente com os anos anteriores, tendo algumas empresas vindo a proceder à sua regularização».
Em relação às contas consolidadas, os principais problemas detectados pelos auditores dizem respeito ao tratamento do imobilizado corpóreo - 24 do total das reservas -, dos quais se destacam o abatimento do «goodwill» por contrapartida de reservas (cinco empresas), os critérios de amortização do «goodwill» (duas empresas) e a capitalização de outros activos intangíveis não contemplados nas normas contabilísticas aplicáveis (duas empresas).
As reservas de âmbito, que ocorrem quando o auditor não dispõe de informação que lhe permita ajuizar a razoabilidade das contas, corresponderam, por sua vez, a 16% do total nas contas consolidadas e 21% nas individuais. Em causa está, sobretudo, a análise limitada de participadas, a avaliação da contagem de existências e a avaliação de alguns activos.
Da análise efectuada, a CMVM encontrou ainda problemas relacionados com a insuficiência de constituição de provisões, que representam 12% das reservas apresentadas nas contas consolidadas e 13% nas individuais.
Tal ocorreu, tanto na componente de passivo - provisões para riscos e encargos -, como para abater activos - créditos de cobrança duvidosa, investimentos financeiros e títulos negociáveis, que tendo em consideração ou o valor de mercado, ou a capacidade de recuperação dos mesmos, determinariam a constituição das respectivas provisões.
Pela positiva, destaca-se o facto de, em relação a 2001, 10 sociedades terem sanado as deficiências detectadas, naquele ano, pelos auditores.
«Mesmo nos casos das sociedades que apresentaram reservas a 31 de Dezembro de 2002, a maior parte das mesmas contemplam situações perfeitamente identificadas e localizadas, continuando a reduzir-se o número de situações objecto de reservas em cada sociedade», sublinhou a CMVM.
A média das situações atinge 1,5 reservas por situações de desacordo ou limitações de âmbito apresentadas pelos auditores em cada empresa.
por Sílvia de Oliveira
Segunda, 11 Ago 2003 16:04
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) analisou os relatórios e contas relativos ao exercício de 2002 de 105 empresas com valores admitidos à negociação e concluiu que, dessas, 34 apresentaram contas com reservas.
Ou seja, 32% das empresas apresentaram deficiências nas suas contas. Apenas em cinco situações - Celulose do Caima [Cot, Not, P.Target], Cofina [Cot, Not, P.Target], Grão Pará [Cot, Not, P.Target], Jerónimo Martins [Cot, Not, P.Target] e Sonae Imobiliária [Cot, Not, P.Target] -, as reservas apontadas pelos auditores diziam respeito apenas às contas individuais.
E, nestes casos, as principais reservas derivaram, segundo a CMVM, da não aplicação do método de equivalência patrimonial (40%), «situação consistente com os anos anteriores, tendo algumas empresas vindo a proceder à sua regularização».
Em relação às contas consolidadas, os principais problemas detectados pelos auditores dizem respeito ao tratamento do imobilizado corpóreo - 24 do total das reservas -, dos quais se destacam o abatimento do «goodwill» por contrapartida de reservas (cinco empresas), os critérios de amortização do «goodwill» (duas empresas) e a capitalização de outros activos intangíveis não contemplados nas normas contabilísticas aplicáveis (duas empresas).
As reservas de âmbito, que ocorrem quando o auditor não dispõe de informação que lhe permita ajuizar a razoabilidade das contas, corresponderam, por sua vez, a 16% do total nas contas consolidadas e 21% nas individuais. Em causa está, sobretudo, a análise limitada de participadas, a avaliação da contagem de existências e a avaliação de alguns activos.
Da análise efectuada, a CMVM encontrou ainda problemas relacionados com a insuficiência de constituição de provisões, que representam 12% das reservas apresentadas nas contas consolidadas e 13% nas individuais.
Tal ocorreu, tanto na componente de passivo - provisões para riscos e encargos -, como para abater activos - créditos de cobrança duvidosa, investimentos financeiros e títulos negociáveis, que tendo em consideração ou o valor de mercado, ou a capacidade de recuperação dos mesmos, determinariam a constituição das respectivas provisões.
Pela positiva, destaca-se o facto de, em relação a 2001, 10 sociedades terem sanado as deficiências detectadas, naquele ano, pelos auditores.
«Mesmo nos casos das sociedades que apresentaram reservas a 31 de Dezembro de 2002, a maior parte das mesmas contemplam situações perfeitamente identificadas e localizadas, continuando a reduzir-se o número de situações objecto de reservas em cada sociedade», sublinhou a CMVM.
A média das situações atinge 1,5 reservas por situações de desacordo ou limitações de âmbito apresentadas pelos auditores em cada empresa.
por Sílvia de Oliveira