Mota Engil - Tópico Geral
Re: Mota Engil - Tópico Geral
muad'dib Escreveu:Trump reafirma tarifas sobre México e Canadá mas ainda não decidiu se vão incluir petróleo
As taxas vão ser implementadas a partir de sábado, dia 1 de fevereiro, confirmou o presidente dos EUA aos jornalistas na Casa Branca
Não são boas notícias para o dia de negociação de hoje, mas pode ser que com más notícias a Mota-Engil suba

Agora falando a sério, a comunidade internacional e os analistas financeiros já perceberam que o que Trump pretende realmente é alavancagem negocial... mas para quê?... pois isso ninguém sabe exatamente, ele voltou a justificar que é para forçar o Canadá e o México a reforçar o controlo fronteiriço e assim impedir a entrada de imigrantes ilegais e drogas nos EUA, tendo agora complementado com a justificação dos elevados défices comerciais.
Porém resolver os défices comerciais dos EUA com o Canadá e o México à custa de tarifas extra quando existe um acordo comercial de comércio livre entre as partes (o USMCA) era (quase) o mesmo que um país da União Europeia aplicar tarifas extra a outro estado membro.
Claro que Trump tem o perfil de "posso quero e mando" e não será alvo de sanções tal como aconteceria com um país da União Europeia que tentasse fazer a mesma "brincadeira". Mas sejamos francos, o acordo de livre comércio em vigor, o USMCA (que veio substituir o antigo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio NAFTA) foi acordado, redigido, assinado e retificado durante o mandato pleno da primeira presidência de Trump (2017 - 2021),
Todas as partes (EUA, Canadá e México) chegaram a um acordo a 1 de outubro de 2018, Trump propôs o USMCA durante a cimeira do G20 no mês seguinte, onde foi assinado pelos presidentes do México e Canadá. Os termos do acordo foram ainda alvo de revisão em dezembro de 2019 e ratificados por todos os 3 países, tendo entrado em pleno efeito em julho de 2020.
Aplicar tarifas extra sobre o Canadá e o México destrói este acordo que foi o próprio Trump a negociar, torna-o um presidente sem palavra e torna os EUA num país não confiável, minando a confiança da opinião mundial em qualquer acordo futuro que seja firmado com os americanos durante a presente administração.
A justificação do défice comercial, para mim, também não é convincente. Impor taxas extra para resolver o défice comercial, especialmente quando existe grande dependência das importações do Canadá e México vai criar uma pressão inflacionista violenta no EUA.
Tudo isto é muito estranho e creio que em breve se vai perceber realmente o que é que Trump quer, até lá usará estas ameaças de criança de 4 anos, ignorando os impactos reputacionais e económicos que esta decisão acarreta se for mesmo para a frente.
Com Donald Trump, "até ao lavar de cestos é vindima", ou seja, até dia 1 de fevereiro pode baixar a taxa, ainda que eu ache que o mais provável é que volte atrás e não aplique tarifas nenhumas ou que estas sejam de muito curta duração até ele conseguir o que realmente quer (seja lá isso o que for).
Re: Mota Engil - Tópico Geral
Trump reafirma tarifas sobre México e Canadá mas ainda não decidiu se vão incluir petróleo
As taxas vão ser implementadas a partir de sábado, dia 1 de fevereiro, confirmou o presidente dos EUA aos jornalistas na Casa Branca

Re: Mota Engil - Tópico Geral
Hoje deu-se mais um passo importante em direção à melhoria das contas da Mota-Engil em 2025.
Apesar das taxas da Fed se terem mantido iguais, o conselho do BCE decidiu hoje, por unanimidade, reduzir as três taxas de juro diretoras europeias (a aplicável aos depósitos cai para 2,75%, a de operações principais de refinanciamento cai para 2,9% e a de facilidade permanente de cedência de liquidez para 3,15%).
Segundo esta notícia do Jornal de Negócios, a presidente do BCE não se compromete com ritmo ou número de descidas, mas que ainda é cedo para pensar em mudar a estratégia de descida, sendo também relevante o seguinte:
Será que as taxas irão descer abaixo dos 2%? (Não me admirava muito que voltássemos, a médio prazo, às taxas negativas para sustentar o crescimento da economia da zona Euro... para a Mota não seria nada mau).
Não obstante a boa notícia, estas descidas não têm efeito imediato e é provável que, mesmo assim, 2024 seja o ano em que a Mota-Engil atinge o pico máximo de juros suportados (em 2023 foi de 283M€).
Digo isto porque nas contas intercalares dos primeiros 6 meses de 2024, os juros suportados aumentaram de 101M€ (referente ao período homólogo, ou seja, aos primeiros 6 meses de 2023) para os 153M€, pelo que, no balanço global de 2024, o valor dos juros suportados pode ainda ser superior aos tais 283M€ que se verificaram em 2023.
O que provavelmente será visível, já no relatório de contas de 2024, é a descida da taxa de juro da dívida referente a empréstimos bancários que, segundo o relatório de contas de 2023, se situava nuns astronómicos 9,34%.
Dado que a maturidade da dívida bruta da Mota Engil se situa mais ou menos em torno dos 2,3 anos, é expectável que os empréstimos contraídos às taxas de juro elevadas que se verificaram em 2023 e 2024, comecem a ser renegociados em 2025/2026 com diminuição significativa dos juros suportados e consequente melhoria dos cash flows (e esperemos nós, aumento do lucro líquido).
Apesar das taxas da Fed se terem mantido iguais, o conselho do BCE decidiu hoje, por unanimidade, reduzir as três taxas de juro diretoras europeias (a aplicável aos depósitos cai para 2,75%, a de operações principais de refinanciamento cai para 2,9% e a de facilidade permanente de cedência de liquidez para 3,15%).
Segundo esta notícia do Jornal de Negócios, a presidente do BCE não se compromete com ritmo ou número de descidas, mas que ainda é cedo para pensar em mudar a estratégia de descida, sendo também relevante o seguinte:
In Jornal de Negócios
(...)
Questionada sobre a distância face à taxa de juro neutral - um nível que não restrinja nem estimule a economia -, Lagarde rejeitou que estejamos próximos dessa altura e explicou que é um "intervalo" e não uma linha de orientação ou destino. "Estamos em restrição, não estamos perto na taxa neutral. O que me querem perguntar é se, quando chegarmos lá, devemos ir abaixo da taxa de juro neutral para estimular a economia? Não posso responder. O que vamos fazer depois de chegar aí, vai depender dos dados", garantiu.
(...)
Lagarde indicou que o 'staff' está a preparar um estudo sobre o caminho da taxa neutral (o famoso r*) que será conhecido na próxima semana. No entanto, o documento não vai dar valores, apenas orientações. "Além disso vamos olhar para fora da janela", acrescentou. Ou seja, não será a única informação a ter em conta pelos governadores.
Será que as taxas irão descer abaixo dos 2%? (Não me admirava muito que voltássemos, a médio prazo, às taxas negativas para sustentar o crescimento da economia da zona Euro... para a Mota não seria nada mau).
Não obstante a boa notícia, estas descidas não têm efeito imediato e é provável que, mesmo assim, 2024 seja o ano em que a Mota-Engil atinge o pico máximo de juros suportados (em 2023 foi de 283M€).
Digo isto porque nas contas intercalares dos primeiros 6 meses de 2024, os juros suportados aumentaram de 101M€ (referente ao período homólogo, ou seja, aos primeiros 6 meses de 2023) para os 153M€, pelo que, no balanço global de 2024, o valor dos juros suportados pode ainda ser superior aos tais 283M€ que se verificaram em 2023.
O que provavelmente será visível, já no relatório de contas de 2024, é a descida da taxa de juro da dívida referente a empréstimos bancários que, segundo o relatório de contas de 2023, se situava nuns astronómicos 9,34%.
Dado que a maturidade da dívida bruta da Mota Engil se situa mais ou menos em torno dos 2,3 anos, é expectável que os empréstimos contraídos às taxas de juro elevadas que se verificaram em 2023 e 2024, comecem a ser renegociados em 2025/2026 com diminuição significativa dos juros suportados e consequente melhoria dos cash flows (e esperemos nós, aumento do lucro líquido).
Re: Um candlestick harami ?
Kikoff Escreveu:Não acham que se fornou no gráfico diário
um candlestick Harami de alta que é um padrão muito provável?




So !!! Mantenho a calma e espero, sentado



Amanhã, melhoram, está tudo no Verde. Hoje corrigiram, parcialmente ! Boa noite

nota: o Caso do 40milhões de eventual perca, julgo ser uma gota no Oceano a resolver



pois, "quem nao sabe, é como quem, nao lê!"
- Mensagens: 809
- Registado: 10/2/2006 23:18
- Localização: Lisboa
Re: Mota Engil - Tópico Geral
Boa noite j.f.vieira,
Antes de mais obrigado pelas simpáticas palavras, sempre me dá algum alento para continuar a escrever por aqui.
Concordo consigo na maioria dos pontos que elencou e continuo a achar que a ideia de um programa de recompra de ações para distribuição de dividendos em espécie até nem era má ideia (pese embora não fosse agradar a todos os acionistas, especialmente aos maioritários, levantando até algumas questões técnicas sobre se a CCCC ou a holding da FM poderiam receber também o dividendo em espécie sem violar os termos do acordo ou a quota máxima de ações permitida pelos estatutos da empresa).
A sua última frase esbelece o pressuposto jurídico para a legitimidade da operação:
Note também que, na sua argumentação referiu como justificação a cotação estar abaixo do valor intrínseco da empresa, mas é tecnicamente difícil (e facilmente contestável) estabelecer o que é um valor intrínseco, porque este pressupõe um "valor justo" baseado em taxas de crescimento futuro e nisso até os analistas financeiros abalizados não conseguem encontrar um valor de consenso (basta olhar para a disparidade de price targets que por aí existem).
Foi por isso que eu em tempos referi como provável que a Mota Engil proceda a recompra de ações próprias apenas se a cotação cair abaixo do valor contabilístico da empresa. Esse valor é objetivo, baseado nos capitais próprios e o número de ações em circulação, e que seria o valor que se conseguiria se se vendesse a empresa "às postas" (esse valor situa-se mais ou menos em torno dos 2,40€ face à contabilidade de fecho do exercício de 2023).
Aí seria mais fácil justificar que o mercado estaria a subavaliar a empresa. Aliás, historicamente, esse limiar (calculado pelo valor contabilístico) e justificação (a do mercado estar a avaliar a empresa abaixo desse limiar) estiveram sempre na base da fundamentação que a Mota-Engil usou para proceder ao procedimento de recompra de ações próprias.
Costumo brincar que a Mota Engil segue este fórum atentamente, pode ser que peguem na sua sugestão j.f.vieira que, como lhe disse antes, não me parece nada má, mas exigirá mestria jurídica por parte da Mota e um valente "par" de coragem.[/quote]
…...................................................................................
Agradeço a sua resposta detalhada e as suas considerações. Concordo plenamente que a questão jurídica e a complexidade envolvida numa operação como esta não podem ser subestimadas. De facto, os riscos associados, como a possibilidade de reclamações formais junto da CMVM ou a necessidade de uma consulta jurídica profunda, tornam qualquer proposta deste tipo num terreno delicado.
Gostei também da sua análise sobre o valor intrínseco e a comparação com o valor contabilístico, algo que muitas vezes é subestimado nas discussões financeiras. É interessante ver como as configurações variam dependendo da abordagem adotada, e sem dúvida que qualquer movimento da empresa precisa de um fundamento sólido.
Talvez, como pertinente, com o apoio de um bom trabalho jurídico e um forte sentido estratégico, algo neste sentido possa ser considerado, desde que alinhado com a realidade do mercado e os interesses de todos os acionistas.
Novamente agradeço as suas palavras e a troca de ideias enriquecedora. Estou certo de que, independentemente do caminho que a Mota Engil venha a seguir, a vigilância e análise crítica dos investidores será sempre essencial para o sucesso do investimento na empresa Mota-Engil.
Fico a aguardar novas reflexões suas e, quem sabe, outros pontos de vista sobre este e outros temas.
Com os melhores cumprimentos,
J.f.vieira
Antes de mais obrigado pelas simpáticas palavras, sempre me dá algum alento para continuar a escrever por aqui.
Concordo consigo na maioria dos pontos que elencou e continuo a achar que a ideia de um programa de recompra de ações para distribuição de dividendos em espécie até nem era má ideia (pese embora não fosse agradar a todos os acionistas, especialmente aos maioritários, levantando até algumas questões técnicas sobre se a CCCC ou a holding da FM poderiam receber também o dividendo em espécie sem violar os termos do acordo ou a quota máxima de ações permitida pelos estatutos da empresa).
A sua última frase esbelece o pressuposto jurídico para a legitimidade da operação:
- "(...) qualquer operação que envolva recompra de ações ou distribuição de dividendos deve ser cuidadosamente planejada, com consultoria jurídica adequada, para garantir que esteja em conformidade com todas as exigências legais e não infrinja os princípios de regulação do mercado (...)",
Note também que, na sua argumentação referiu como justificação a cotação estar abaixo do valor intrínseco da empresa, mas é tecnicamente difícil (e facilmente contestável) estabelecer o que é um valor intrínseco, porque este pressupõe um "valor justo" baseado em taxas de crescimento futuro e nisso até os analistas financeiros abalizados não conseguem encontrar um valor de consenso (basta olhar para a disparidade de price targets que por aí existem).
Foi por isso que eu em tempos referi como provável que a Mota Engil proceda a recompra de ações próprias apenas se a cotação cair abaixo do valor contabilístico da empresa. Esse valor é objetivo, baseado nos capitais próprios e o número de ações em circulação, e que seria o valor que se conseguiria se se vendesse a empresa "às postas" (esse valor situa-se mais ou menos em torno dos 2,40€ face à contabilidade de fecho do exercício de 2023).
Aí seria mais fácil justificar que o mercado estaria a subavaliar a empresa. Aliás, historicamente, esse limiar (calculado pelo valor contabilístico) e justificação (a do mercado estar a avaliar a empresa abaixo desse limiar) estiveram sempre na base da fundamentação que a Mota-Engil usou para proceder ao procedimento de recompra de ações próprias.
Costumo brincar que a Mota Engil segue este fórum atentamente, pode ser que peguem na sua sugestão j.f.vieira que, como lhe disse antes, não me parece nada má, mas exigirá mestria jurídica por parte da Mota e um valente "par" de coragem.[/quote]
…...................................................................................
Agradeço a sua resposta detalhada e as suas considerações. Concordo plenamente que a questão jurídica e a complexidade envolvida numa operação como esta não podem ser subestimadas. De facto, os riscos associados, como a possibilidade de reclamações formais junto da CMVM ou a necessidade de uma consulta jurídica profunda, tornam qualquer proposta deste tipo num terreno delicado.
Gostei também da sua análise sobre o valor intrínseco e a comparação com o valor contabilístico, algo que muitas vezes é subestimado nas discussões financeiras. É interessante ver como as configurações variam dependendo da abordagem adotada, e sem dúvida que qualquer movimento da empresa precisa de um fundamento sólido.
Talvez, como pertinente, com o apoio de um bom trabalho jurídico e um forte sentido estratégico, algo neste sentido possa ser considerado, desde que alinhado com a realidade do mercado e os interesses de todos os acionistas.
Novamente agradeço as suas palavras e a troca de ideias enriquecedora. Estou certo de que, independentemente do caminho que a Mota Engil venha a seguir, a vigilância e análise crítica dos investidores será sempre essencial para o sucesso do investimento na empresa Mota-Engil.
Fico a aguardar novas reflexões suas e, quem sabe, outros pontos de vista sobre este e outros temas.
Com os melhores cumprimentos,
J.f.vieira
- Mensagens: 379
- Registado: 29/11/2007 3:59
Um candlestick harami ?
Não acham que se fornou no gráfico diário
um candlestick Harami de alta?
um candlestick Harami de alta?
Editado pela última vez por Luzemburg em 2/2/2025 7:03, num total de 3 vezes.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
J.f.vieira Escreveu:Rolling_Trader Escreveu:J.f.vieira Escreveu:Se a Mota-Engil comprasse ações e as colocasse na faixa dos 6€ a 7€, e em vez de pagar dividendos em dinheiro oferecesse o valor em ações, os acionistas ficariam mais satisfeitos. (...)
Aparentemente não parece uma má estratégia j.f.vieira, mas uma coisa é comprar ações próprias com a justificação do mercado as estar a subvalorizar, contabilizando-as como treasury stock ou para fazer uma diminuição do capital social, outra coisa é comprar ações com o objetivo de inflacionar o preço e depois distribuí-las como dividendo em espécie.
A legislação europeia aplicável nestes casos é complexa, nomeadamente o Regulamento UE 596/2014 que pode considerar que tal operação é manipulação de mercado(...)
Boa noite, Rolling_Trader! desde já admiro muito os teus comentários e maneira como os elaboras...
Não sendo eu um especialista em leis e muito menos a expressar pela escrita...
Concordo que a legislação europeia sobre manipulação de mercado, em particular o Regulamento UE 596/2014, deve ser tida em conta em qualquer operação que envolva recompra de ações ou distribuição de dividendos. No entanto, a sugestão que apresenta não visa, de forma alguma, inflacionar artificialmente o preço das ações, nem manipular o mercado de forma deliberada. O que foi proposto foi uma alternativa legítima para valorizar as ações, depois oferecendo ações em vez de dividendos em dinheiro, o que poderia ser uma forma eficaz de melhorar o retorno dos investidores, especialmente num contexto em que a Mota-Engil está a sofrer de manipulação por parte de um fundo abutre.
Quando falamos de recompra de ações próprias, é importante distinguir entre o que é uma operação destinada a reduzir o capital social ou a manter as ações como "ações em tesouraria" e o que seria uma tentativa de manipulação do preço. A recompensa de ações, se justificada por um preço abaixo do valor intrínseco da empresa, não tem necessariamente de ser controlada pela manipulação de mercado, desde que seja feita de forma transparente, dentro dos limites legais e com o devido enquadramento regulatório. De facto, as propostas previstas no artigo 5.º do Regulamento UE 596/2014 (como os programas de recompra de ações) permitem que estas operações sejam feitas sem infringir as regras de manipulação, desde que sejam claramente definidas.
A ideia de que a operação possa precipitar um “short squeeze” não é algo que tenha de ser dado como certo. Um "short squeeze" ocorre quando há uma pressão de compra tão grande que obriga os investidores que estavam a vender a descoberto a cobrir as suas posições, o que pode inflacionar o preço de forma não sustentável. No entanto, este tipo de evento não é necessariamente um resultado positivo de uma operação legítima de recompra de ações, se a estratégia para inovação com os devidos cuidados. A intenção não seria provocar um atraso no mercado, mas sim maximizar o valor para os acionistas, e oferecendo uma alternativa ao pagamento de dividendos em dinheiro, sem comprometer a integridade.
Quanto à analogia do "ladrão", percebo o ponto que está a tentar ilustrar, mas não me parece que seja o melhor paralelo. O que se procura aqui é uma estratégia que, embora possa parecer arriscada à primeira vista, não visa prejudicar ninguém, nem infrigir a legislação, mas sim criar valor de forma responsável. A Mota-Engil poderia implementar esta estratégia de forma transparente e em conformidade com as normas, garantindo que todas as operações sejam devidamente informadas aos investidores e reguladores, e que não haja qualquer tentativa de manipulação dos preços ou de criar uma contribuição.
No final, qualquer operação que envolva recompra de ações ou distribuição de dividendos deve ser cuidadosamente planejada, com consultoria jurídica adequada, para garantir que esteja em conformidade com todas as exigências legais e não infrinja os princípios de regulação do mercado. A estratégia, como sugerida, poderia ser válida se rompida de forma legal, transparente e com total respeito pelas regras.
Boa noite j.f.vieira,
Antes de mais obrigado pelas simpáticas palavras, sempre me dá algum alento para continuar a escrever por aqui.
Concordo consigo na maioria dos pontos que elencou e continuo a achar que a ideia de um programa de recompra de ações para distribuição de dividendos em espécie até nem era má ideia (pese embora não fosse agradar a todos os acionistas, especialmente aos maioritários, levantando até algumas questões técnicas sobre se a CCCC ou a holding da FM poderiam receber também o dividendo em espécie sem violar os termos do acordo ou a quota máxima de ações permitida pelos estatutos da empresa).
A sua última frase esbelece o pressuposto jurídico para a legitimidade da operação:
- "(...) qualquer operação que envolva recompra de ações ou distribuição de dividendos deve ser cuidadosamente planejada, com consultoria jurídica adequada, para garantir que esteja em conformidade com todas as exigências legais e não infrinja os princípios de regulação do mercado (...)",
Note também que, na sua argumentação referiu como justificação a cotação estar abaixo do valor intrínseco da empresa, mas é tecnicamente difícil (e facilmente contestável) estabelecer o que é um valor intrínseco, porque este pressupõe um "valor justo" baseado em taxas de crescimento futuro e nisso até os analistas financeiros abalizados não conseguem encontrar um valor de consenso (basta olhar para a disparidade de price targets que por aí existem).
Foi por isso que eu em tempos referi como provável que a Mota Engil proceda a recompra de ações próprias apenas se a cotação cair abaixo do valor contabilístico da empresa. Esse valor é objetivo, baseado nos capitais próprios e o número de ações em circulação, e que seria o valor que se conseguiria se se vendesse a empresa "às postas" (esse valor situa-se mais ou menos em torno dos 2,40€ face à contabilidade de fecho do exercício de 2023).
Aí seria mais fácil justificar que o mercado estaria a subavaliar a empresa. Aliás, historicamente, esse limiar (calculado pelo valor contabilístico) e justificação (a do mercado estar a avaliar a empresa abaixo desse limiar) estiveram sempre na base da fundamentação que a Mota-Engil usou para proceder ao procedimento de recompra de ações próprias.
Costumo brincar que a Mota Engil segue este fórum atentamente, pode ser que peguem na sua sugestão j.f.vieira que, como lhe disse antes, não me parece nada má, mas exigirá mestria jurídica por parte da Mota e um valente "par" de coragem.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
Rolling_Trader Escreveu:J.f.vieira Escreveu:Se a Mota-Engil comprasse ações e as colocasse na faixa dos 6€ a 7€, e em vez de pagar dividendos em dinheiro oferecesse o valor em ações, os acionistas ficariam mais satisfeitos. Às vezes parece que a Mota-Engil está de mãos atadas perante este fundo.
A gestão desta empresa tem tanta certeza de que a Mota-Engil vale muito mais!
Se o CEO da empresa tivesse a determinação necessária, sem estar "com o rabo preso", garanto que este fundo não brincaria com as ações da Mota-Engil.
Aparentemente não parece uma má estratégia j.f.vieira, mas uma coisa é comprar ações próprias com a justificação do mercado as estar a subvalorizar, contabilizando-as como treasury stock ou para fazer uma diminuição do capital social, outra coisa é comprar ações com o objetivo de inflacionar o preço e depois distribuí-las como dividendo em espécie.
A legislação europeia aplicável nestes casos é complexa, nomeadamente o Regulamento UE 596/2014 que pode considerar que tal operação é manipulação de mercado, proibida pelo artigo 15.º desse regulamento, a menos que se enquadre nas exceções do artigo 5.º (Isenções para os programas de recompra e para as operações de estabilização).
A operação que o j.f.vieira sugere, apesar de ser boa à primeira vista, pode bem ser considerada ilegal pelo regulador pois iria certamente precipitar um short squeeze, de forma premeditada e propositada.
Infelizmente podia acontecer como na jurisprudência do ladrão que assalta uma casa, leva um tiro do dono que o o apanha em flagrante, processa o dono e ganha o processo em tribunal, sendo o dono obrigado a indemnizar o ladrão.
Boa noite, Rolling_Trader! desde já admiro muito os teus comentários e maneira como os elaboras...
Não sendo eu um especialista em leis e muito menos a expressar pela escrita...
Concordo que a legislação europeia sobre manipulação de mercado, em particular o Regulamento UE 596/2014, deve ser tida em conta em qualquer operação que envolva recompra de ações ou distribuição de dividendos. No entanto, a sugestão que apresenta não visa, de forma alguma, inflacionar artificialmente o preço das ações, nem manipular o mercado de forma deliberada. O que foi proposto foi uma alternativa legítima para valorizar as ações, depois oferecendo ações em vez de dividendos em dinheiro, o que poderia ser uma forma eficaz de melhorar o retorno dos investidores, especialmente num contexto em que a Mota-Engil está a sofrer de manipulação por parte de um fundo abutre.
Quando falamos de recompra de ações próprias, é importante distinguir entre o que é uma operação destinada a reduzir o capital social ou a manter as ações como "ações em tesouraria" e o que seria uma tentativa de manipulação do preço. A recompensa de ações, se justificada por um preço abaixo do valor intrínseco da empresa, não tem necessariamente de ser controlada pela manipulação de mercado, desde que seja feita de forma transparente, dentro dos limites legais e com o devido enquadramento regulatório. De facto, as propostas previstas no artigo 5.º do Regulamento UE 596/2014 (como os programas de recompra de ações) permitem que estas operações sejam feitas sem infringir as regras de manipulação, desde que sejam claramente definidas.
A ideia de que a operação possa precipitar um “short squeeze” não é algo que tenha de ser dado como certo. Um "short squeeze" ocorre quando há uma pressão de compra tão grande que obriga os investidores que estavam a vender a descoberto a cobrir as suas posições, o que pode inflacionar o preço de forma não sustentável. No entanto, este tipo de evento não é necessariamente um resultado positivo de uma operação legítima de recompra de ações, se a estratégia para inovação com os devidos cuidados. A intenção não seria provocar um atraso no mercado, mas sim maximizar o valor para os acionistas, e oferecendo uma alternativa ao pagamento de dividendos em dinheiro, sem comprometer a integridade.
Quanto à analogia do "ladrão", percebo o ponto que está a tentar ilustrar, mas não me parece que seja o melhor paralelo. O que se procura aqui é uma estratégia que, embora possa parecer arriscada à primeira vista, não visa prejudicar ninguém, nem infrigir a legislação, mas sim criar valor de forma responsável. A Mota-Engil poderia implementar esta estratégia de forma transparente e em conformidade com as normas, garantindo que todas as operações sejam devidamente informadas aos investidores e reguladores, e que não haja qualquer tentativa de manipulação dos preços ou de criar uma contribuição.
No final, qualquer operação que envolva recompra de ações ou distribuição de dividendos deve ser cuidadosamente planejada, com consultoria jurídica adequada, para garantir que esteja em conformidade com todas as exigências legais e não infrinja os princípios de regulação do mercado. A estratégia, como sugerida, poderia ser válida se rompida de forma legal, transparente e com total respeito pelas regras.
- Mensagens: 379
- Registado: 29/11/2007 3:59
Re: Mota Engil - Tópico Geral
muad'dib Escreveu:Rolling_Trader Escreveu:pode bem ser considerada ilegal pelo regulador pois iria certamente precipitar um short squeeze, de forma premeditada e propositada.
então a malta short de cfd's e outros afins podem vender a descoberto à "patada".
quem pede ações, tipo muddy, a um accionista de referência, vende a descoberto, com naturalidade, e não se passa nada.
mas, quem vai comprar de forma a proteger o seu activo, por um lado, e/ou, ganhar pelo efeito de "buy/hold", pois conhece que a empresa está desvalorizada, irá estar a fazer algo ilegal?![]()
Entendo a frustração (também é a minha), mas não sou eu que faço as regras. O short selling é considerado como determinante na "correta formação dos preços" e é protegido também por legislação europeia.
muad'dib Escreveu:não obstante, a mota, mesmo que pudesse, não irá comprar ações próprias, porque não pode, pois tem uma incompatibilidade superveniente da lide
Lá continua você com as suas insinuações vagas e difamatórias.
A que incompatibilidade se está a referir e o que o leva a dizer isso?
Sabia que as regras do fórum o "obrigam" a justificar o que diz?
Sugiro uma leitura dessas mesmas regras, precisa de ajuda da moderação?
In Regras de Utilização e Conduta
O espaço está sujeito a regras de utilização e conduta. Acima de tudo, as opiniões devem ser justificadas e a discussão descontraída, sendo imperativo que os participantes, não obstante poderem discordar entre si, respeitem o forum e os seus demais participantes. O debate e diferendo de opinião são bem-vindos. Mensagens cujo objectivo seja a provocação não são bem-vindos.
- Opiniões sobre os mercados deverão ser acompanhadas de alguma forma de justificação.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
pode bem ser considerada ilegal pelo regulador pois iria certamente precipitar um short squeeze, de forma premeditada e propositada.
então a malta short de cfd's e outros afins podem vender a descoberto à "patada".
quem pede ações, tipo muddy, a um accionista de referência, vende a descoberto, com naturalidade, e não se passa nada.
mas, quem vai comprar de forma a proteger o seu activo, por um lado, e/ou, ganhar pelo efeito de "buy/hold", pois conhece que a empresa está desvalorizada, irá estar a fazer algo ilegal?

não obstante, a mota, mesmo que pudesse, não irá comprar ações próprias, porque não pode, pois tem uma incompatibilidade superveniente da lide

Re: Mota Engil - Tópico Geral
J.f.vieira Escreveu:Se a Mota-Engil comprasse ações e as colocasse na faixa dos 6€ a 7€, e em vez de pagar dividendos em dinheiro oferecesse o valor em ações, os acionistas ficariam mais satisfeitos. Às vezes parece que a Mota-Engil está de mãos atadas perante este fundo.
A gestão desta empresa tem tanta certeza de que a Mota-Engil vale muito mais!
Se o CEO da empresa tivesse a determinação necessária, sem estar "com o rabo preso", garanto que este fundo não brincaria com as ações da Mota-Engil.
Aparentemente não parece uma má estratégia j.f.vieira, mas uma coisa é comprar ações próprias com a justificação do mercado as estar a subvalorizar, contabilizando-as como treasury stock ou para fazer uma diminuição do capital social, outra coisa é comprar ações com o objetivo de inflacionar o preço e depois distribuí-las como dividendo em espécie.
A legislação europeia aplicável nestes casos é complexa, nomeadamente o Regulamento UE 596/2014 que pode considerar que tal operação é manipulação de mercado, proibida pelo artigo 15.º desse regulamento, a menos que se enquadre nas exceções do artigo 5.º (Isenções para os programas de recompra e para as operações de estabilização).
A operação que o j.f.vieira sugere, apesar de ser boa à primeira vista, pode bem ser considerada ilegal pelo regulador pois iria certamente precipitar um short squeeze, de forma premeditada e propositada.
Infelizmente podia acontecer como na jurisprudência do ladrão que assalta uma casa, leva um tiro do dono que o o apanha em flagrante, processa o dono e ganha o processo em tribunal, sendo o dono obrigado a indemnizar o ladrão.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
Se a Mota-Engil comprasse ações e as colocasse na faixa dos 6€ a 7€, e em vez de pagar dividendos em dinheiro oferecesse o valor em ações, os acionistas ficariam mais satisfeitos. Às vezes parece que a Mota-Engil está de mãos atadas perante este fundo.
A gestão desta empresa tem tanta certeza de que a Mota-Engil vale muito mais!
Se o CEO da empresa tivesse a determinação necessária, sem estar "com o rabo preso", garanto que este fundo não brincaria com as ações da Mota-Engil.
A gestão desta empresa tem tanta certeza de que a Mota-Engil vale muito mais!
Se o CEO da empresa tivesse a determinação necessária, sem estar "com o rabo preso", garanto que este fundo não brincaria com as ações da Mota-Engil.

- Mensagens: 379
- Registado: 29/11/2007 3:59
Re: Mota Engil - Tópico Geral
Uma coisa é certa, a descer todos os santos ajudam, agora a subir é o carcalho... 

- Mensagens: 855
- Registado: 1/4/2019 10:52
Re: Mota Engil - Tópico Geral
muad'dib Escreveu:se você opta por embarcar em teorias da conspiração, é lá consigo.
a compra de ações pelo corpo de gestão em 2024, e comunicação ao mercado / regulador, fora de tempo, pela empresa, também faz parte daquilo que afirma como teorias da não conspiração?
Eu sou um aficionado de teorias da conspiração, desde a alegada falsificação da primeira aterragem lunar pelos EUA, à existência de UFO/UAP operados por inteligência alianígena, até às teorias dos terraplanistas (mas ser aficionado por teorias da conspiração não quer dizer que concorde com as mesmas).
O meu problema com a sua "teoria da conspiração", referente à Mota Engil, muad'dib é que, até hoje, ainda não percebi qual é porque você escreve em enigmas e meias palavras.
Você até escreve bem, por isso não tem desculpa para não ter ainda feito uma dissertação/argumentação assertiva sobre qual é a sua teoria da conspiração.
Algum dia o fará?
Re: Mota Engil - Tópico Geral
muad'dib Escreveu:se você opta por embarcar em teorias da conspiração, é lá consigo.
a compra de ações pelo corpo de gestão em 2024, e comunicação ao mercado / regulador, fora de tempo, pela empresa, também faz parte daquilo que afirma como teorias da não conspiração?
Para mim o que me causa mais estranheza é a gestão não optar por comprar ações próprias e vir para a imprensa queixar-se das quedas.
Referi aqui em Dezembro que percebia que não o fizessem em 2024 para não penalizar os resultados com despesas extraordinárias, mas não entendo porque não o fazem em 2025.
Ou antes entendo, começo a achar que existe aqui alguma manobra em relação à qual a gestão está a ser conivente.
Podiam fazê-lo antes de dispenderem 50 ou 60 milhões em dividendos.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
se você opta por embarcar em teorias da conspiração, é lá consigo.
a compra de ações pelo corpo de gestão em 2024, e comunicação ao mercado / regulador, fora de tempo, pela empresa, também faz parte daquilo que afirma como teorias da não conspiração?

Re: Mota Engil - Tópico Geral
muad'dib Escreveu:Rolling_Trader Escreveu:O episódio isolado que refere do pagamento de Angola à Mota-Engil em obrigações soberanas
vocé fala em isolado, eu reforço que se deveu à parte mais fraca da negociação ter aceite a imposição da parte mais forte, caso contrário recebia naquela altura “bola”
acresce todos os constrangimentos de tesouraria que existiram na mota nessa altura, e as consequências posteriores.
se o cliente não conseguir pagar, e não é preciso muito, olhe para moçambique, está tudo a arder.
outra Evergrande, poderá emergir…
Liquidação da Evergrande ilustra fim da era de crescimento chinês assente na construção
https://observador.pt/2024/01/29/liquid ... onstrucao/
o fundo short em todas as operações onde entrou curto, fundamentou, comunicando o que originou essas opções em relatórios, ao mercado.
no short da mota a muddy fez zero relatórios, uns acharão estranho, outros porém poderão perguntar, porque será?
infelizmente não existirem respostas apenas retrata a fundamentação através de práticas isotéricas e do oculto![]()
depois não se queixe!
Parte forte e parte fraca? Não faz sentido algum o que está a dizer, tratou-se de chegar a um acordo com Angola em 2015 e 2016, um período de plena crise financeira daquela região que culminou num pedido de resgate ao FMI por parte de Angola.
Ao aceitar recebimentos em títulos de dívida Angolana, a Mota-Engil não só assegurou a liquidação de contas a receber referentes à prestação de serviços de engenharia e construção para entidades estatais angolanas, como a detenção desses títulos até à sua maturidade permitiu encaixar juros, com taxas atrativas... e os títulos estavam indexados ao USD e não ao Kwanza, por isso não houve perdas por desvalorização da moeda.
Esses juros e as amortizações de capital associados foram sempre liquidados atempadamente pelo estado Angolano e a Mota Engil chegou a vender alguns desses títulos, em mercado segundário, acima do seu valor nominal (para fazer face a necessidades de tesouraria)
Por fim digo-lhe que a Mota Engil já não detém títulos da dívida soberana Angolana porque estes atingiram a sua maturidade e foram totalmente reembolsados por Angola em 2024.
Depois continua com as suas confusões do costume ao comparar a CCCC com a Evergrande.
Duas coisas importantes distinguem estas duas empresas:
Primeiro:


Segundo:


Quanto ao short da Muddy, se não houve relatório é porque foi uma simples aposta na queda/inversão dos fundamentais (i.e. um short ordinário e não ativista), tal como outros fundos fazem apostas em posições longas, lá terão as suas razões, mas enquanto a Muddy tiver a posição curta aberta a Mota Engil não se livra da conotação negativa que essa posição acarreta.
Olhe para o short que a Qube Research fez no BCP no último trimestre de 2024, quando a cotação rondava os 0,40€... esse fundo perdeu dinheiro porque fez uma aposta errada, o BCP continuou a subir e o fundo viu-se obrigado a fechar a posição... nem sempre estes fundos acertam e nem sempre têm objetivos ulteriores... se você opta por embarcar em teorias da conspiração, é lá consigo.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
Não deixa de ser notável como a Mota caiu ontem quase 5% sem absolutamente nenhuma novidade negativa associada. Estas quedas na Mota sem motivo algum, vão-se tornando excelentes pontos de entrada/reforço.
- Mensagens: 374
- Registado: 20/11/2015 17:22
Re: Mota Engil - Tópico Geral
O episódio isolado que refere do pagamento de Angola à Mota-Engil em obrigações soberanas




Liquidação da Evergrande ilustra fim da era de crescimento chinês assente na construção
https://observador.pt/2024/01/29/liquid ... onstrucao/

no short da mota a muddy fez zero relatórios, uns acharão estranho, outros porém poderão perguntar, porque será?
infelizmente não existirem respostas apenas retrata a fundamentação através de práticas isotéricas e do oculto

depois não se queixe!
Re: Mota Engil - Tópico Geral
muad'dib Escreveu:Rolling_Trader Escreveu:dívida da Mota está tão controlada como a do gigante Vinci (pelo menos em termos do rácio DL/EBITDA).
o core do negócio da mota é proveniente de zonas do globo que têm grandes problemas de dívida pública, solvabilidade, podendo até mesmo falhar pagamentos à mota, daqui decorre o risco da operação quando comparado com a vinci e outros pares.
basta ver como pagou angola à mota, em notes de dívida pública, no passado.
dito isto, comparar a dívida da mota, com a da vinci, é o mesmo que comparar a capacidade de no longo prazo a dívida pública portuguesa se pagar sem novo acesso ao FMI, com a mesma capacidade da dívida pública dos EUA![]()
(...)
Muad'dib, lá está você novamente a confundir conceitos.
Não confunda a dívida de uma empresa com a capacidade dos clientes pagarem, não são a mesma coisa.
Nem confunda a capacidade de um país pagar dívida com o mesmo problema aplicado a uma empresa (uma empresa, especialmente uma cotada em bolsa, tem muito mais opções que um país).
O episódio isolado que refere do pagamento de Angola à Mota-Engil em obrigações soberanas não equivaleu a uma perda financeira nem a um aumento da dívida da Mota Engil (apenas num diferimento temporal no reconhecimento daquelas receitas).
Mais lhe digo, a escolha da Mota Engil de ter a CCCC como acionista de referência (havia outras opções em cima da mesa na altura), prendeu-se precisamente com a facilidade de acesso a soluções crédito, provenientes de instituições financeiras chinesas, que permitem financiar diretamente os clientes para os quais a Mota-Engil trabalha e mitigar assim o risco de falha nos pagamentos, especialmente nos países africanos (de acordo com a entrevista do CEO da Mota ao canal Now).
Por fim, "a dívida controlada" e a comparação de dívida entre empresas, de acordo com a metodologia financeira (e não de acordo com a metodologia do "bitaite à mesa do café") mede-se por rácios financeiros que comparam a solvabilidade das empresas, tal como o que referi "Dívida Líquida / EBITDA" ou se quiser ainda:
- "Dívida Bruta / EBITDA"; ou
"Dívida Bruta / Capital Próprio"; ou
"Rácio de Cobertura de Juros" (EBIT / Juros Pagos); ou
"Autonomia Financeira" (Capital Próprio / Total do Ativo)
Que tal fazer uma demonstração financeira com números concretos para fundamentar o que diz?
Re: Mota Engil - Tópico Geral
dívida da Mota está tão controlada como a do gigante Vinci (pelo menos em termos do rácio DL/EBITDA).


dito isto, comparar a dívida da mota, com a da vinci, é o mesmo que comparar a capacidade de no longo prazo a dívida pública portuguesa se pagar sem novo acesso ao FMI, com a mesma capacidade da dívida pública dos EUA

quanto à mota, por várias vezes referi que a mota vai subir, quando tiver que subir, contudo, agora é tempo do fundo short cumprir o desígnio de quem emprestou as ações

Re: Mota Engil - Tópico Geral
Opcard33 Escreveu:Rolling_Trader Escreveu:SalvaFP Escreveu:não esquecer a divida que tem....julgo acima de 1B
(...)
E qual é o problema (pergunto eu)?
(...)
a média DL / EBITDA do setor em 2023 foi de 1,6x, portanto, a dívida da Mota está mais "bem controlada" do que a média dos seus congéneres.
(...)
Bom dia Rolling mais um teu trabalho de leitura útil és uma mais valia indispensável para a Mota se me permite apenas vou fazer 2 ou 3 considerações dobe Mota/Venci
A Mota-Engil está focada em mercados emergentes e é uma referência em África.
A Vinci está mais voltada para mercados maduros como a Europa
A Vinci tem um conjunto de concessões alargadas , na área da rodovia , dos aeroportos, dos transporte público, isso dá-lhe grandes receitas recorrentes.
A Mota não tem uma actividade tão diversa .
O preço conta qual das 2 empresas está “barata “ o PER da Vinci está ligeiramente abaixo de 12 o da Mota tem de ser inferior de 20% vendo os mercados em que cada actua ter aeroportos é ouro nos tempos que correm .
Obs: Mota é a ação portuguesa onde consegui mais lucros , e voltei a acumular nos últimos tempos .
Olá Opcard33,
Antes de mais obrigado pelo elogio.
Sem dúvida que a Mota tem uma elevada percentagem do seu volume de negócios proveniente de mercados emergentes, especialmente de África e da América Latina (mais de 70% das receitas da Mota vieram dessas regiões em 2023) e que, em termos percentuais do volume de negócios, a Vinci está mais concentrada na europa (43% da sua receita vem do mercado doméstico Francês e outros 34,3% do resto da europa excluindo a França) e tem "apenas" 22% da sua receita internacionalizada fora da Europa, porém, mesmo assim, a Vinci não deixa de ser um "Golias", ficando à frente da Mota-Engil mesmo nas regiões de África e na América Latina.
Basta olhar para o relatório da ENR de 2024 e na página 54 verifica-se que a Vinci tem um volume de negócios superior ao da Mota Engil quer em África quer na América Latina, aliás, a Vinci é a construtora internacional com maior receita nessa última região.
Foi mesmo por isso que comparei a Mota com a Vinci, para falar exclusivamente da dívida comparando propositadamente David e Golias, para explicar que a dívida da Mota está tão controlada como a do gigante Vinci (pelo menos em termos do rácio DL/EBITDA).
Quanto à diversificação setorial da Vinci que referiu, temos de dar também algum crédito à Mota-Engil que também tem tido uma estratégia recente de diversificar, para assim ficar menos dependente dos ciclos económicos que afetam o setor da construção.
A diversificação da Mota-Engil está neste momento distribuída por serviços de engenharia industrial e Ambiente através de serviços de recolha, tratamento e valorização Waste-to-energy e o mais recente segmento denominado "Mota-Engil Mext" com responsabilidade executiva sobre áreas do Imobiliário, produção Agro-Industrial, Produção de energia e Mineração (o segmento Mext teve um crescimento de 82,7% do VN de 2022 para 2023 e um crescimento de 1506% do EBITDA no mesmo período, vamos ver se esta prestação é para manter).
Esta estratégia da Mota é recente e certamente, à medida que estes segmentos forem crescendo em receita, isso irá estabilizar o lucro líquido da empresa em períodos de crise, quando a carteira de encomendas relacionadas com a construção tende a diminuir.
Por fim, quanto ao que referiu sobre o PER da Mota Engil ter de ser "obrigatoriamente" 20% inferior ao da Vinci (o que fazendo as contas pelo EPS de 2023 colocaria o preço justo da Mota, na sua opinião, nos 3,6€), não concordo propriamente e explico-lhe o porquê da minha visão:
- A subida da Mota-Engil aos 5.90€ foi uma reação precipitada do mercado ao guidance para 2026, a cotação corrigiu em queda porque, em 2023, subiu demais e depressa demais. Agora é necessário que a empresa continue a consolidar os resultados de forma a dar confiança ao mercado de que vai efetivamente existir uma taxa de crescimento anual do lucro operacional e líquido, alinhado com todos os restantes objetivos expressos no plano estratégico "Mota-Engil 2022-2026"
Este post já vai longo e não queria escrever outro logo a seguir para falar da queda de hoje, por isso vou aproveitar o embalo, contextualizando de certa forma com o que escrevi atrás e vou ser sucinto:






Re: Mota Engil - Tópico Geral
Update após a sessão de hoje, volume razoável, volatilidade a subir, momentum em queda (em torno de valores semelhantes a outros movimentos do passado recente).

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Mota Engil - Tópico Geral
bem, para já sempre foi testar a zona dos 2,90, daí não ter reentrando com tudo, vamos ver como reage nos próximos dias
Re: Mota Engil - Tópico Geral
yggy Escreveu:De repente toca a descer com estrondo!
Será que é o fundo short a vender?
- Mensagens: 374
- Registado: 20/11/2015 17:22
Quem está ligado: