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Caldeirão da Bolsa

BES - A LUTA

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: BES - A LUTA

por luisptavares » 6/10/2014 19:05

Os accionistas e credores de um banco alvo de resolução, como o BES, não podem ficar em pior situação do que se o banco fosse liquidado. O que obriga a que seja feita uma avaliação diferente, indicam esclarecimentos feitos pela CMVM.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) considera que tem de ser feita uma avaliação independente para determinar o que é que os accionistas e credores do Banco Espírito Santo podem receber como indemnização.

Partindo da leitura da Directiva 2014/59/UE, o regulador liderado por Carlos Tavares escreve que os accionistas e credores de uma instituição alvo de uma medida de resolução – como aconteceu com o BES – "não podem ficar em pior situação" do que aquela que iriam enfrentar numa situação de insolvência.

"Os Estados-Membros asseguram que caso as autoridades de resolução transfiram apenas parte dos direitos, activos e passivos da instituição objecto de resolução, os accionistas e os credores cujos créditos não tenham sido transferidos não podem ficar em pior situação do que a que teriam caso a instituição tivesse sido liquidada ao abrigo de processos normais de insolvência", é o que diz a CMVM na resposta à questão "As acções do BES podem ter algum valor?", integrada num leque de perguntas e respostas hoje publicada.

Foi o que aconteceu no BES. O banco foi dividido em banco de transição, o Novo Banco, e num veículo financeiro que ficou com os activos considerados problemáticos, que herdou o nome BES e que é, na prática, o chamado "bad bank". Os accionistas e credores subordinados ficaram neste último veículo.

Mas, segundo o que escreve a CMVM, não podem ficar em pior situação do que aquela que enfrentariam se o BES tivesse sido liquidado. É para determinar que valor é esse é que se tem de realizar "uma avaliação, por pessoa independente, o mais cedo possível depois da(s) medida(s) de resolução em causa produzirem efeito". E essa avaliação tem de ser feita numa óptica de liquidação, ou seja, não será idêntica à feita na óptica da resolução.

Mas o valor do BES terá sempre de depender de uma avaliação independente. O que não quer dizer que seja atribuído qualquer valor – já que uma avaliação até poderia ditar que o banco não teria valor.

Liquidação abaixo da venda pode servir para indemnização

No caso de o valor de liquidação devido a credores e accionistas for inferior à mais-valia obtida com a venda do banco de transição, o Novo Banco, "a Directiva estabelece também que o eventual resultado positivo da venda do banco de transição (neste caso o Novo Banco) reverta para os accionistas e credores do banco objecto de resolução (o BES)".

Ou seja, se o Novo Banco for vendido acima dos 4,9 mil milhões de euros que foram injectados pelo fundo de resolução (dos quais 3,9 mil milhões emprestados pelo Estado), o montante adicional será para accionistas e credores. Mas, neste momento, e como escreveu o Expresso este fim-de-semana, não há muitas fontes do mercado que acreditem que uma alienação do Novo Banco, actualmente liderado por Stock da Cunha, poderá ser a um valor superior ao do injectado.

Mesmo assim, accionistas ficam atrás

Mesmo com o valor da liquidação a ser definido por avaliação independente, e mesmo que o valor da venda seja superior a ele, a verdade é que os accionistas serão os últimos a ser ressarcidos, como acontece em qualquer processo normal de insolvência.

Antes dos investidores que detêm acções do BES estão os credores comuns e os credores subordinados daquela mesma instituição financeira.

"Da aplicação deste quadro normativo resultará o valor da indemnização eventualmente devida aos accionistas do BES e, portando, o valor patrimonial das acções sendo que os respectivos titulares assumirão prioritariamente as perdas e serão, por isso, graduados em último lugar, depois dos credores comuns e dos credores subordinados, tal como num processo de liquidação comum", conclui o regulador do mercado de capitais."


A Legislação ainda vale alguma coisa...... Os Governantes não parece que tenham lido o preambulo da Directiva Europeia.... Agora qual vai ser o valor???
"Naturalmente que não me responsabilizo por nada que tenha dito. O normal é que você tenha entendido mal o que eu disse" (provavelmente dito numa noite de copos, mas aplica-se a tudo na vida...)
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Re: BES - A LUTA

por joao73 » 4/10/2014 22:14

Venda de imóveis do BES bloqueada por impasse das autoridades
Outubro 3rd, 2014
Quando o BES foi partido em banco bom e banco “tóxico”, 15 mil imóveis avaliados em dois mil milhões de euros passaram para o Novo Banco. Mas, escreve hoje (03-10-2014) o Público, falta um instrumento legal que “tecnicamente” faz deles “activos mortos”.

Há dois meses que o Novo Banco está impossibilitado de negociar a venda da sua carteira de imóveis por, no processo de resolução do BES, não terem sido acautelados os mecanismos legais que possibilitam a concretização das transacções. Esta situação está a gerar bloqueios à actividade do Novo Banco e problemas a quem está do lado comprador.

Os processos abertos no BES para aquisição de imóveis até 3 de Agosto (data em que foi intervencionado e dividido em duas instituições), encontram-se desde aí paralisados, apesar de terem sido transferidos para a esfera do Novo Banco (que recebeu os activos bons). De igual modo, os clientes que se propõem avançar com ofertas estão a enfrentar os mesmos entraves administrativos.

Em causa está a ausência de registo nas Repartições de Finanças da transferência dos activos do BES para o Novo Banco, que agora tem à frente Eduardo Stock da Cunha. Não só os notários resistem a dar andamento às operações, como as conservatórias colocam entraves à liquidação do IMT.

“As dificuldades são totais e os negócios estão paralisados”, explicou uma fonte que está há dois meses a aguardar luz verde para formalizar um negócio com o Novo Banco. Observou ainda que “todas as escrituras e contratos não estão a ser realizados, porque o Novo Banco está impedido de os assinar”. Para outro responsável do sector, inquirido ontem pelo PÚBLICO, “o que é chocante é que num caso destes, em que há a preocupação de recuperar um banco, as autoridades [Governo e Banco de Portugal] não tenham acautelado a situação e durante meses se tenha ficado à espera de uma solução.”

O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos sobre o tema junto do Banco de Portugal que não esteve disponível para responder. Já o Novo Banco considera o tema “ultrapassado”.

Em Agosto, quando se verificou a divisão do BES em dois (banco “tóxico” e Novo Banco), transitaram para o balanço do Novo Banco cerca de 15 mil imóveis (como prédios, apartamentos e terrenos, grande parte recebidos em dação em pagamento para posterior venda) avaliados em aproximadamente 2 mil milhões de euros. Apesar de registados no balanço, acabam por não poder ser transaccionados, pelo que tecnicamente tornam-se um activo morto, com implicações negativas nas contas.

Meta de 500 milhões
Um dos problemas que nos últimos anos ajudou a deteriorar as contas da banca, em especial as do BES, dado o quadro económico recessivo, foi precisamente a grande exposição da instituição ao imobiliário. O que levou em 2013 o banco ainda presidido por Ricardo Salgado a constituir uma provisão para imparidades de crédito de 1422,8 milhões de euros.

Em 2013, o BES vendeu 3462 imóveis, com um encaixe de 444 milhões de euros e uma mais-valia de 500 mil euros. A meta definida no início deste ano para o corrente exercício apontava para um valor à volta dos 500 milhões de euros. A venda dos activos surge, assim, como uma via para a banca equilibrar as contas através do encaixe de fundos e sobretudo por eliminação de imparidades.

Desde 3 de Agosto que o Novo Banco é propriedade do Fundo de Resolução bancária, gerido pelo Banco de Portugal, mas fundeado nos restantes bancos do sector que foram chamados de forma indirecta e directa a recapitalizar a parte boa do antigo BES. A Associação Portuguesa de Bancos (APB) comunicou que só a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BCP, o BPI e o Santander Totta tomaram firme o financiamento de 635 milhões de euros. O valor global injectado no Novo Banco foi de 4,9 mil milhões de euros (dos quais o Estado emprestou 3,9 mil milhões).

A falta de esclarecimento sobre a verdadeira situação da instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha, que ainda não divulgou a actualização do seu balanço, está também a reflectir-se no resto do sector, pois os bancos que contribuem para o Fundo de Resolução têm estado provisionar parcialmente ou a 100% as verbas que injectaram.
 
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Re: BES - A LUTA

por Lion_Heart » 3/10/2014 17:59

Tribunal do Luxemburgo não aceita ESFG e Esfil em gestão controlada
03 Outubro 2014, 16:09 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

O tribunal do Luxemburgo rejeitou os pedidos do ESFG e da Esfil para ficarem sob um regime idêntico ao de protecção de credores. A insolvência é o futuro mais provável para as duas sociedades, já que não conseguirão avançar para uma reestruturação controlada.
O tribunal do Luxemburgo rejeitou o pedido do ESFG e da Esfil, empresas do Grupo Espírito Santo, para ficarem sob um regime idêntico ao de protecção de credores. Ou seja, na prática, a insolvência parece ser o futuro das duas sociedades. Ainda não houve decisão sobre a Rio Forte nem a Espírito Santo International.

"O tribunal do Luxemburgo, depois de receber os requerentes e o Ministério Público, e após a apresentação dos relatórios do juiz delegado e dos especialistas, rejeitou os pedidos para a entrada em gestão controlada, feitos pelo Espírito Santo Financial Group a 24 de Julho de 2014 e pela Espírito Santo Financial (Esfil) a 31 de Julho de 2014", indica uma nota enviada por e-mail pelo porta-voz da administração judicial luxemburguesa, entretanto já publicada no site oficial.

Na nota enviada às redacções, o porta-voz escreve que o processo relativo à gestão controlada ("gestion contrôlée") é confidencial, pelo que não serão dados mais pormenores sobre esta decisão. Era até 6 de Outubro que o relatório do ESFG tinha de ser publicado para permitir a decisão judicial sobre se haveria uma efectiva entrada neste processo ou não.

O ESFG e a Esfil fizeram as solicitações ao tribunal do Luxemburgo para ficarem neste regime, o que lhes iria permitir negociar com credores de uma forma controlada. A justiça luxemburguesa havia acolhido as solicitações para que fosse feita uma avaliação com vista à colocação em gestão controlada. No caso do ESFG, a empresa fez a solicitação "devido ao facto de não estar em condições de cumprir as suas obrigações no âmbito do programa do papel comercial, nem as obrigações relacionadas com as suas dívidas".

Também a Rio Forte e a Espírito Santo International fizeram as mesmas solicitações à justiça luxemburguesa, ainda que sobre estas não haja, para já, uma decisão judicial.

A "gestion contrôlée" é um regime que é possível para as empresas que se encontram "temporariamente em dificuldades" mas que não estejam capazes de cumprir, no momento, as suas obrigações. O objectivo é, se ela for aceite, seguir para uma reestruturação controlada. Sem ela, o caminho para as sociedades é a insolvência, dado que terão de responder directamente aos credores.

O ESFG é a "holding" que controla os activos financeiros do Grupo Espírito Santo. Tinha, por exemplo, 20% no Banco Espírito Santo, que neste momento é um veículo financeiro que ficou apenas com os activos considerados problemáticos do antigo banco. A Esfil é uma "sub-holding" que se centra nos activos financeiros em França e na Suíça.

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Re: BES - A LUTA

por ovelhaxone » 3/10/2014 14:47

palavra que devemos todos decorar: "liberalidade"

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http://www.ionline.pt/artigos/portugal/ ... iro/pag/-1

Ricardo Salgado costumava referir-se ao Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES) como o órgão onde "o grupo discute até à exaustão e só quando todos estão de acordo a decisão é tomada". Esse princípio foi esquecido na reunião de 7 de Novembro de 2013.

Quando confrontado pelo primo Ricardo Abecassis Espírito Santo com os 14 milhões de euros que recebeu do construtor José Guilherme, Salgado praticamente proibiu os restantes membros da família com assento no Conselho Superior de fazerem perguntas sobre o assunto.

O tema, de acordo com a reconstituição feita pelo i, foi encerrado com uma frase-chave: "Esta relação com o José Guilherme é um assunto do foro pessoal."

Algum dos presentes na reunião tinha mais dúvidas a esclarecer? Não valia a pena perguntar. "Não aceito mais conversas sobre esta matéria", rematou o então presidente da comissão executiva do BES.

A reunião que viria a terminar com uma moção de confiança à liderança de Ricardo Salgado não teve só os momentos de tensão com o primo José Maria Ricciardi que na altura foram tornados públicos. O maior ataque veio mesmo de Ricardo Abecassis Espírito Santo. O rosto da família Espírito Santo no Brasil e primo em segundo grau de Ricardo Salgado começou por falar de "um desgaste muito grande por parte do grupo" causado pelo líder do BES e por dossiês que este geria. E acabou por se centrar no "desgaste adicional" causado pela história do "presente" de 14 milhões do construtor civil da Amadora.

Ricardo Abecassis não acreditava na justificação dada por Ricardo Salgado e fez um ataque directo: "E desculpe-me mas até agora não aceito a justificação que foi dada, acho que não é normal, não posso aceitar que um presidente de um banco receba um presente de um cliente desta magnitude. Isto leva a que todos os funcionários do banco possam receber presentes dos clientes e justificar que são seus amigos."

Para reforçar a ideia de que a história - revelada pelo semanário "Sol" depois de o i ter avançado que o então líder do BES tinha rectificado 8,5 milhões de euros do IRS de 2011 - dava uma má imagem do grupo, Abecassis contou que até no Brasil lhe perguntavam "se o presidente recebia comissões de clientes":

"A mim choca-me. Se amanhã um director meu receber uma comissão ou um presente de um cliente, o que lhe vou dizer? Que não o pode fazer? Não acho que seja razoável. Desculpe-me, Ricardo, gosto muito de você mas acho que isso foi além do que a gente poderia imaginar."

Salgado não gostou de ouvir a palavra "comissões". "A opinião pública fala de uma comissão, eu não recebi comissão nenhuma", disse, elevando a voz, segundo testemunhos recolhidos pelo i. Abecassis respondeu de forma irónica: "Está bem, foi um presente." E Salgado voltou a não gostar de ouvir a expressão "presente".

"Isto não foi nenhum presente, isto é um assunto que tem a ver com a minha relação pessoal com o José Guilherme. Nunca tive uma sociedade fora do grupo, nunca. [...] Nunca participei em capital de nada, não sou adviser nem conselheiro de ninguém."

Se aqueles 14 milhões não tinham sido pagos a título de consultoria, por que razão teria José Guilherme, construtor que era também cliente do BES, oferecido um montante tão elevado ao banqueiro? Salgado não esclareceu.

Para mostrar que a sua idoneidade não estava em causa, Salgado recordou o atestado de inocência do MP e acrescentou que já tinha ido "duas vezes ao Banco de Portugal" e o próprio regulador teria concordado que era "um assunto do foro pessoal". "Não faço as coisas no ar e muni-me dos pareceres necessários para que o assunto ficasse esclarecido."

O problema, insistiu, era que os ataques da imprensa vinham "dos jornais de Álvaro Sobrinho", que estariam a ser alimentados com informações "de dentro do próprio grupo".

"E não sou só eu que sei disso, o MP sabe disso, que andou a gravar conversas. Portanto é bom não batermos muito nessa tecla."

Quando um dos membros presentes perguntou ao então presidente do BES se podia "esclarecer quem foi", Salgado voltou ao mesmo tom: "Não quero esclarecer mais nada." E mais ninguém contestou.

CONTRADIÇÕES

A versão que Salgado apresentou aos cinco ramos da família contradiz uma série de dados que foram tornados públicos e até algumas das suas declarações.

Recorde-se que, como o i avançou a 17 de Janeiro de 2013, Salgado não tinha declarado 8,5 milhões de euros dos seus rendimentos às Finanças, razão pela qual tinha feito nos últimos meses três rectificações fiscais da sua declaração de IRS de 2011.

A segunda das três emendas feitas fora de prazo tinha por base a declaração de um rendimento total de 8,5 milhões de euros de rendimentos obtidos em Angola.

A alegada fuga ao fisco - que ficou regularizada quando o banqueiro, no final de 2012, aproveitou o terceiro Regime Excepcional de Regularização Tributária (RERT) - levou Ricardo Salgado a ser ouvido como testemunha no DCIAP, o departamento do Ministério Público que investiga o Caso Monte Branco, no dia 19 de Dezembro de 2012, como o i também avançou à data.

A 18 de Janeiro de 2013, o DCIAP apresentava o seu atestado de inocência.

"Em face das declarações fiscais conhecidas nos autos, não existem, com referência aos indícios até agora recolhidos, fundamentos para imputar ao requerente a prática de qualquer ilícito de natureza fiscal", afirmava o despacho assinado pelo procurador Rosário Teixeira.

A 30 de Janeiro, Salgado fez as primeiras declarações públicas sobre a origem daqueles rendimentos. Numa entrevista ao "Jornal de Negócios", o banqueiro explicou que o dinheiro em causa tinha sido "ganho no estrangeiro" durante os 17 anos em que trabalhou fora do país, mas não especificou onde.

Salgado desmentiu sempre que aqueles valores resultassem de comissões recebidas em Angola, mas em Setembro uma notícia do semanário "Sol" voltaria a ligar os valores àquele país africano.

Segundo aquele jornal, o empreiteiro José Guilherme teria pago em 2011 8,5 milhões de euros a Salgado por serviços de consultoria e assessoria aos seus negócios em Angola no ramo da construção civil.

Esse dinheiro teria sido transferido de uma offshore do construtor para outra de Ricardo Salgado com sede no Panamá, a Savoices.

O rasto dessa transferência tinha sido detectado na documentação apreendida à Akoya Asset Management, no decorrer da investigação do Monte Branco.

Já em Julho, o "Jornal de Negócios" viria a revelar qual tinha sido a justificação apresentada pelo banqueiro junto do Banco de Portugal e do DCIAP.

Resumiu-se a uma palavra, "liberalidade", o que juridicamente representa "um acto de carácter espontâneo e a título gratuito que venha a favorecer ou a beneficiar economicamente alguém".

Salgado teria recebido uma oferta do construtor no valor de 14 milhões de euros. Tudo, contou, porque quando José Guilherme pensou expandir os seus negócios para o Leste da Europa Salgado terá feito um a proposta melhor: o construtor deveria antes ir para Angola.
 
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Re: BES - A LUTA

por ovelhaxone » 3/10/2014 10:11

14 milhões de foro pessoal hehehehe. muito bom. não se chega onde ele chegou sem ter uma grande cara de pau e indiferença entre bem e mal.

mas ainda gostava de saber como foram declarados esses 14M no IRS dele. entraram como despesa de representação? se sim, uma despesa desta envergadura não dá direito a investigação pelas finanças?

se foi uma gratificação ou uma prenda, ela foi feita antes de entrada em vigor da legislação que obriga a uma taxa especial de 10% sobre ela (e mais sobretaxa), isto é, antes de 2005?

http://www.economias.pt/como-fazer-uma- ... -financas/
 
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Re: BES - A LUTA

por joao73 » 3/10/2014 9:38

Ricardo Salgado recusou explicar à família os 14 milhões que recebeu de empreiteiro
Outubro 3rd, 2014
Nem presente, nem comissão. Salgado disse aos ramos da família que José Guilherme era assunto do “foro pessoal”. Primo do Brasil atacou-o: “Se um director meu receber um presente de um cliente, o que lhe vou dizer?” Esta é a introdução do artigo do jornal electrónico ionline de ontem (02-10-2014).

Alguns dos factos relatados carecem de investigação judicial. Apenas um dia depois de ter sido pública a instauração de um processo contra o Banco Espírito Santo S.A. e o Novo Banco interposto pelo Consórcio para a Defesa dos Investidores do BES (CDIBES) para impedir a venda de quaisquer tipos de activos, atribuídos ou reclamados por força da decisão das autoridades financeiras e bancárias portuguesas, é imperioso que um tribunal analise as questões envolvidas e que um juíz produza uma sentença na sequência de um rigoroso e independente inquérito judicial.

Segundo o artigo do ionline, Ricardo Salgado costumava referir-se ao Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES) como o órgão onde “o grupo discute até à exaustão e só quando todos estão de acordo a decisão é tomada”. Esse princípio foi esquecido na reunião de 7 de Novembro de 2013. Quando confrontado pelo primo Ricardo Abe- cassis Espírito Santo com os 14 milhões de euros que recebeu do construtor José Guilherme, Salgado praticamente proibiu os restantes membros da família com assento no Conselho Superior de fazerem perguntas sobre o assunto. O tema, de acordo com a reconstituição feita pelo i, foi encerrado com uma frase-chave: “Esta relação com o José Guilherme é um assunto do foro pessoal.”

Algum dos presentes na reunião tinha mais dúvidas a esclarecer? Não valia a pena perguntar. “Não aceito mais conversas sobre esta matéria”, rematou o então presidente da comissão executiva do BES.
 
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Re: BES - A LUTA

por joao73 » 2/10/2014 22:21

[size=200]Pequenos Investidores pediram ao Tribunal a Proibição de Venda de Qualquer Ativo do Banco Espirito Santo S.A[/size].
Outubro 1st, 2014
Pequenos investidores do BES – acionistas como autores e obrigacionistas como assistentes – intentaram no Tribunal da Comarca de Lisboa uma ação de inquérito judicial, visando o exame judicial das escritas do Banco Espírito Santo S.A. e do Novo Banco S.A..

Os autores desta ação pedem, como medidas cautelares, a apreensão da escrita do Banco Espírito Santo S.A., a proibição de acesso do Novo Banco S.A. à escrita mercantil do Banco Espírito Santo S.A., e a desocupação da sede do Banco Espírito Santo S.A., para que a perícia judicial se possa realizar de forma independente.

Numa petição com mais de 150 páginas, os autores qualificam a medida de resolução como “uma medida administrativa de efeito equivalente ao assalto a um banco”, justificando a necessidade de um rigoroso exame nas escritas, para que se possam fazer contas rigorosas da liquidação e ainda para que se possam responsabilizar quem tenha que ser responsabilizado.

Alegando não ter conhecimento de qualquer facto negativo acerca da gestão do Banco Espírito Santo S.A. antes de 1 de agosto e invocando os testemunhos do Presidente da República e do governador do Banco de Portugal, que consideraram o BES como um “banco sólido”, os pequenos investidores pedem também ao tribunal que a perícia procure encontrar na correspondência do Banco Espírito Santo S.A. comunicações do Banco de Portugal impondo correções de comportamentos do Banco.

A ação é subscrita pelos advogados Miguel Reis e Alberto Vaz, da Miguel Reis & Associados, Henrique Prior, da Henrique Prior, Ana G. Costa e Associados, Nuno da Silva Vieira, da Vieira, Amílcar & Associados e João Martins Jorge, da MJBT- Martins Jorge e Bernardo Tomás.

Estas quatro sociedades constituíram entre si o CDIBES – Consórcio para a Defesa dos Investidores do BES.

O pedido de inquérito judicial funda-se no disposto no artº artº 1048º do Código de Processo Civil, do artº 292º,6 do Código das Sociedades Comerciais.

Segundo a lei vigente, o juiz decide se há motivos para proceder ao inquérito, podendo determinar logo que a informação pretendida pelo requerente seja prestada, ou fixa prazo para apresentação das contas da sociedade.

Caso seja ordenada a realização do inquérito à sociedade, o juiz fixa os pontos que a diligência deve abranger, nomeando o perito ou peritos que devem realizar a investigação, aplicando-se o disposto quanto à prova pericial.

Segundo a lei do processo civil, compete ao investigador nomeado inspecionar os bens, livros e documentos da sociedade, ainda que estejam na posse de terceiros, recolher, por escrito, as informações prestadas por titulares de órgãos da sociedade, pessoas ao serviço desta ou quaisquer outras entidades ou pessoa e/ou solicitar ao juiz que, em tribunal, prestem depoimento as pessoas que se recusem a fornecer os elementos pedidos, ou que sejamrequisitados documentos em poder de terceiros.

A lei dispõe ainda que, durante a realização do inquérito, pode o tribunal ordenar as medidas cautelares que considere convenientespara garantia dos interesses da sociedade, dos sócios ou dos credores sociais, sempre que se indicie a existência de irregularidades ou a prática de quaisquer atos suscetíveis de entravar a investigação em curso.

Todos os autores do processo são pequenos acionistas, com menos de 1% do capital social, que, por isso, não têm acesso aos direitos garantidos pelo artº 288º do Código das Sociedades Comerciais.

Dado que o capital do Banco Espírito Santo S.A. é de 6.084.695.651,06 €, para poder ter acesso à informação a que se refere esse dispositivo do CSC, deverá o acionista ser titular de ações representativas de um mínimo de 60.846.956 €.

Os advogados subscritores da petição consideram que “obviamente o facto de alguém ser detentor de títulos de valor inferior àquele não legitima a usurpação, o engano ou a fraude adequada à tomada de tais valores”.

Consideram os mesmos advogados que “toda a conceção do projeto da União Europeia assenta na ideia da construção de um espaço de liberdade, segurança e justiça, que não é conciliável com ideias de confisco ou usurpação de bens e muito menos com a ideia de falsificação da escrita mercantil, afastada da realidade portuguesa desde 1833.”

Os rigorosos controlos das sociedades anónimas executados por ROC e os ainda mais apertados mecanismos de regulação a cargo da CMVM estão sob a supervisão do Banco de Portugal ao qual, na óptica dos advogados, “cabe proteger não apenas a confiança no sistema financeiro mas também os investidores que nele são levados a acreditar, investindo nele as suas poupanças.”

Considerando que as autoridades vieram “dar o dito por não dito”e aplicar ao Banco Espírito Santo S.A. uma medida de resolução, tendo tomado iniciativas que são adequadas à apropriação, a benefício de outras entidades, de boa parte do património dessa sociedade anónima”, da qual os queixosos são pequenos acionistas e investidores em obrigações – os advogados consideram que aqueles cujos interesses defendem “não têm outra possibilidade de aceder a informação indispensável para a defesa dos seus direitos sem recurso aos tribunais e a este meio processual especial – o inquérito judicial.”

Neste contexto, entendem os causídicos que “toda a escrita mercantil do Banco Espírito Santo S.A. foi posta em causa pelo Banco de Portugal” responsabilizando o Dr. Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, de ter dito não haver “nenhuma razão para suspeitas sobre o referido Banco” para escassos dias depois (03-08-2014) ter informado o país e o mundo que o Conselho de Administração liderado pelo banqueiro Ricardo Salgado “desrespeitou instruções do BdP” e efectuara desde 2013 “operações de financiamento fraudulentas” detectadas pelo supervisor, que originaram os subsequentes aumentos de capital do Banco BES S.A. e posterior afastamento da liderança da instituição.

A peça processual questiona uma abundante quantidade de medidas e de deliberações do Banco de Portugal, designadamente a transferência do Banco Espírito Santo S.A. para o Novo Banco S.A. dos “ativos, passivos, elementos extrapatrimoniais e ativos sob gestão do Banco Espírito Santo S.A.” Segundo aquela, a lei foi frontalmente violada, porque os anexos à deliberação não correspondem a qualquer “descrição”, que permita identificar os bens e valores a transferir, primando por uma absoluta falta de rigor, mais adequada ao encobrimento de uma operação de pirataria do que a uma operação legal.

Simultaneamente são referidos vários tipos de conflitos de interesses entre ROC, Auditores, Supervisores, Reguladores, Bancos consultores e organizadores de emissões de acções ou de aumentos de capital.

Os autores pedem ao juiz que ordene a citação para esta ação de todas as pessoas que constam como membros dos órgãos de administração e fiscalização do Banco Espírito Santo S.A. e do Novo Banco S.A., para que possam pronunciar-se sobre a matéria relativamente à qual se requer inspeção judicial.

A ação entrou com cerca de 60 autores iniciais, mas o número dos autores vai ser acrescentado com pedidos de intervenção principal de outros, que já aderiram ao projeto e que querem participar, em pé de igualdade com os subscritores originários.

“Atenta a pressa que por aí anda para vender os ativos usurpados, não podíamos perder mais tempo. Acreditamos que a Justiça ajudará os mais fracos, proibindo a venda de quaisquer patrimónios, antes que se clarifiquem as escritas” – disse, a propósito, o advogado Miguel Reis.
 
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Re: BES - A LUTA

por ovelhaxone » 30/9/2014 11:33

interessante a ideia do Ricardo Arroja
 
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Re: BES - A LUTA

por Lion_Heart » 29/9/2014 12:57

BES. RioForte vende Espírito Santo Viagens a suíços da Springwater

Por Agência Lusa
publicado em 29 Set 2014 - 12:15

A RioForte Investments, do Grupo Espírito Santo, anunciou hoje ter acordado a venda da sua participada Espírito Santo Viagens (ES Viagens) à empresa suíça Springwater, por um valor não revelado.

"A Espírito Santo Viagens passará a ser um ativo da Springwater, que assim reforça os seus investimentos no setor do turismo", informa a RioForte em comunicado, adiantando que a transação deverá estar concluída em outubro e foi já "devidamente analisada e aprovada pelo Tribunal de Comércio do Luxemburgo, onde no passado dia 22 de julho a RioForte apresentou um pedido de sujeição ao regime de gestão controlada".

De acordo com a sociedade de investimentos do Grupo Espírito Santo (GES), a Springwater "quer afirmar-se como um importante 'player' do mercado turístico ibérico”, tendo para o efeito acordado com a Royal Caribbean, em janeiro passado, a aquisição de uma participação maioritária "em todos os negócios da Pullmantur, exceto o negócio de cruzeiros".

A Espírito Santo Viagens, que reclama a liderança do mercado português de viagens e turismo, está presente em todos os segmentos de atividade turística, operando através de uma rede de cerca de 50 lojas e dos canais de televenda e Internet com as marcas Top Atlântico, Carlson Wagonlit Travel, BCD Travel, Solférias, Mundo Vip Madeira, Top Atlântico DMC e DMC Madeira.

Está ainda presente no mercado angolano, em Itália e em Espanha.

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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 25/9/2014 8:28

Sociedade AbertaOntem 00:05
Ricardo Arroja
Asas à imaginação
RICARDO ARROJA
Ontem 00:05
Na semana passada, neste espaço de opinião, manifestei a minha dúvida sobre o mérito de uma venda rápida do Novo Banco (NB).
Hoje, regresso ao mesmo assunto, a fim de desenvolver a solução alternativa então sugerida - dando asas a alguma imaginação, agora que a borboleta foi abandonada. No essencial, a dita alternativa teria de passar por um novo empréstimo ao Fundo de Resolução (FR), este de longo prazo e convertível em capital, concedido pelos bancos contribuintes. Os intentos desta proposta seriam a) evitar a venda à pressa do NB; b) reduzir o custo efectivo da operação do FR; c) permitir aos bancos o acompanhamento do FR, mediante um órgão de obrigacionistas, e; d) reembolsar de imediato o Tesouro, afastando de cena a dívida pública. Gostaria de salientar que este artigo de opinião, que vincula exclusivamente o seu autor, beneficiou no entanto de uma valiosa troca de argumentos com o Dr. Miguel Cadilhe, a quem muito agradeço.

Avançando para a solução alternativa, permitam-me primeiro uma pequena introdução e algum contexto. Quando no início de Agosto o Banco Central Europeu (BCE) deu o golpe de misericórdia no BES, excluindo-o de operações de refinanciamento, o Banco de Portugal não teve outro remédio senão despoletar o mecanismo de resolução bancária, criado em 2012 em antecipação do mecanismo único de resolução europeia. O nosso FR foi assim chamado à acção, mas como não tinha recursos suficientes para acudir aos 4,9 mil milhões de euros de capital do NB teve de se endividar junto do Tesouro, a uma taxa de juro próxima de 3% e no montante de 3,9 mil milhões de euros. Deste modo, o Tesouro deverá ser integralmente reembolsado, por via do refinanciamento daquele empréstimo por terceiros, ou através da venda do NB. No caso de uma venda com prejuízo, a diferença será suportada pelos bancos contribuintes.

Voltemos agora ao cenário alternativo à venda rápida. Imagine o leitor que um consórcio de bancos se juntava, e subscrevia uma emissão de obrigações convertíveis em capital do próprio FR no valor de 3,9 mil milhões de euros. O FR, recorde-se, é uma pessoa colectiva de direito público, ainda que o seu financiamento seja de natureza eminentemente privada através das receitas parafiscais que coercivamente arrecada. A partir desta subscrição, o Tesouro poderia ser reembolsado de imediato. Ao mesmo tempo, e aqui reside um ponto crucial a negociar, os bancos poderiam dirigir-se ao BCE, apresentando activos elegíveis para operações de refinanciamento a baixas taxas de juro (o que por sua vez permitiria aplicar um juro obrigacionista inferior ao que é cobrado ao FR pelo Tesouro). E em cumprimento da contribuição anual para o FR, em vez de esta ser de carácter pecuniário, estes mesmos bancos poderiam converter dívida em capital (ao ritmo das suas respectivas contribuições anuais) por simples encontro de contas. Entretanto, o NB seria alienado, com tempo, em bloco ou peça a peça, mas mais importante ainda, no contexto de uma solução cooperante entre os demais agentes de mercado. À medida que o NB fosse sendo alienado, o FR reembolsaria os seus obrigacionistas na parte que não tivesse sido convertida em capital, e no limite - bastante improvável reconheça-se -, depois de recuperados os 4,9 mil milhões investidos, poderia até sobrar algum para o BES dito mau...
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 24/9/2014 19:31

Economia/Política16:02
Novo Banco: Albuquerque e Costa ouvidos no Parlamento a 8 e 14 de Outubro
LUSA
16:02
Novo Banco: Albuquerque e Costa ouvidos no Parlamento a 8 e 14 de Outubro
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, vão ser ouvidos no Parlamento a 08 e 14 de Outubro sobre a demissão de Vítor Bento da liderança do Novo Banco.
O presidente da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, Eduardo Cabrita (PS), informou hoje os deputados das datas previstas para a audição da ministra das Finanças e do governador do Banco de Portugal (BdP): 8 e 14 de Outubro, respectivamente.
A 16 de Setembro, a mesma comissão aprovou por unanimidade um requerimento do Bloco de Esquerda (BE) para ouvir Maria Luís Albuquerque e Carlos Costa sobre a demissão da administração liderada por Vítor Bento do Novo Banco. Alegaram-se divergências entre a administração, que pretendia uma reestruturação sólida do Novo Banco, e os objectivos políticos que pressionam para uma venda rápida da instituição.
Perante esta situação, que mantém a turbulência do caso BES [Banco Espírito Santo], e tendo em conta que o Novo Banco, detido pelo Fundo de Resolução, é uma entidade bancária capitalizada com dinheiros públicos, são necessárias mais explicações, assim como a clarificação dos objectivos do governo e do Banco de Portugal para o Novo Banco", justificou o BE no documento.
No mesmo dia, o PS requereu oralmente a audição do ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, mas o economista acabou por recusar esclarecimentos adicionais sobre a sua demissão aos deputados da comissão de Finanças por não ter "nada a acrescentar".
Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido para deixar o cargo há cerca de duas semanas, apenas dois meses depois de ter sido nomeado. Da equipa de gestão do Novo Banco, também o vice-presidente, José Honório, e o administrador financeiro, João Moreira Rato, acompanharam a decisão de Vítor Bento e deixaram a instituição.
Já a nova equipa de gestão inclui ainda Jorge Freire Cardoso (administrador financeiro), Vítor Fernandes e José João Guilherme. No início de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas. No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 24/9/2014 19:21

Clientes defendem que bancos do GES actuaram de forma ilegal para vender dívida
24 Setembro 2014, 17:35 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
A associação criada em defesa dos clientes do BES e Banque Privée considera que houve "práticas de angariação de clientes por parte dos bancos do GES" para a venda de dívida do grupo. E quer o reembolso dos produtos.
Imagine-se um cenário: O gestor de conta do Banco Espírito Santo terá aconselhado o cliente a colocar os seus investimentos em produtos do Grupo Espírito Santo no Banque Privée Espírito Santo, na Suíça ou na sucursal em Portugal. Terá dito que o investimento era seguro e conservador. O cliente terá aberto essa conta. Que era, na verdade, um título de dívida. Os gestores de clientes tanto do BES como do BPES estiveram em contacto para esse processo.

Este é um procedimento que a Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD) diz ter sido seguido pelas instituições financeiras do Grupo Espírito Santo para "angariar" clientes para os títulos de dívida das suas sociedades.

A acusação consta de um comunicado enviado às redacções pela associação, que se baseia num parece jurídico solicitado à sociedade de advogados Macedo Vitorino & Associados, que aponta para "fortes indícios de irregularidades e ilegalidades na actuação dos bancos do Grupo Espírito Santo" na relação comercial com os membros desta associação (actualmente contam-se cerca de 100 clientes), que detêm títulos de dívida do Grupo Espírito Santo.

Entre os factores que justificam a consideração de "ilegal" e "irregular" encontram-se a violação do perfil de risco (venda de produtos arriscados a investidores conservadores) ou a falta de informação sobre as características dos instrumentos vendidos.

Reembolso idêntico ao do papel comercial

O presidente da associação, Luís Vieira, diz no comunicado que vai utilizar este parecer jurídico para, com ele, voltar a pedir ao Banco de Portugal uma solução que lhes permita recuperar o investimento: "Iremos solicitar que nos inclua na solução de reembolso aos clientes de papel comercial, pois a actuação dos bancos Espírito Santo foi efectivamente similar para a comercialização dos seus produtos financeiros".

O Banco de Portugal autorizou o Novo Banco (que herdou os activos considerados bons do BES) a reembolsar o dinheiro investido em papel comercial da Rioforte e outras sociedades do Grupo Espírito Santo vendido aos clientes nos balcões do banco então liderado por Ricardo Salgado (na foto). A solução prevista pela administração de Vítor Bento passava pela transformação daquele investimento em depósitos. A nova administração, sob o comando de Eduardo Stock da Cunha, está ainda a avaliar o processo, pelo que não há decisão. Há apenas uma provisão de 856 milhões de euros para cobrir os custos com o papel comercial vendido aos balcões do BES.

A ABESD foi criada em Junho de 2014 para a defesa dos clientes das unidades financeiras do Grupo Espírito Santo que investiram em depósitos ou títulos de dívida das sociedades como a Rioforte ou a Espírito Santo International. Há clientes do antigo BES ou Banque Privée que estão a actuar através de entendimentos colectivos, como o caso da associação, enquanto outros optaram por seguir com processos individuais. De qualquer forma, há várias frentes em todo o caso BES/GES, que estão a mexer nas sociedades de advogados, como avança esta quarta-feira o Negócios.
 
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Re: BES - A LUTA

por RAndrade_74 » 24/9/2014 17:03

Hummmm....Agora o trapo passou a ser o caso Tecnoforma do PPC.... O que estarão a querer esconder lá atrás?
 
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Re: BES - A LUTA

por joao73 » 24/9/2014 14:52

BISCATES – Crónica tauromáquica – por Carlos de Matos Gomes




Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV?

Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias que iriam dar origem aos casos do BPN, do BPP, dos submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida, e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos tourear.

Desde 2008 que as primeiras páginas dos Correios das Manhas, os telejornais das Moura Guedes, os comentários dos Medinas Carreiras, dos Gomes Ferreiras, dos Camilos Lourenços, dos assessores do Presidente da República, dos assessores e boys dos gabinetes dos ministros, dos jornalistas de investigação nos andam a falar de tudo e mais alguma coisa, exceto das grandes vigarices, aquelas que, de facto, colocam em causa o governo das nossas vidas, da nossa sociedade, os nossos empregos, os nossos salários, as nossas pensões, o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos. Que me lembre falaram do caso Freeport, do caso do exame de inglês de Sócrates, da casa da mãe do Sócrates, do tio do Sócrates, do primo do Sócrates que foi treinar artes marciais para a China, enfim que o Sócrates se estava a abotoar com umas massas que davam para passar um ano em Paris, mas nem uma página sobre os Espirito Santo! É claro que é importante saber se um primeiro ministro é merecedor de confiança, mas também é, julgo, importante saber se os Donos Disto Tudo o são. E, quanto a estes, nem uma palavra. O máximo que sei é que alguns passam férias na Comporta a brincar aos pobrezinhos. Eu, que sei tudo do Freeport, não sei nada da Rioforte! E esta minha informação, num caso, e falta dela, noutro, não pode ser fruto do acaso. Os directores de informação são responsáveis pela decisão de saber uma e desconhecer outra.

Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que compra jornais e que vê telejornais.

Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.

Não tenho nenhuma confiança no espirito de autocritica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação: todos eles aparecerão com uma cara à José Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco, da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do Paiolense de Cima, dos enjoos de umaapresentadeira de TV, das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme. Todos continuarão a acenar-me com um pano diante dos olhos para eu não ver o que se passa onde se decide tudo o que me diz respeito.

Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos directores de informação, que eles continuarão a fazer o que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público.

Não temos comunicação social: temos quadrilhas de toureiros, uns a pé, outros a cavalo.

Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito.

Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas.

Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de couro nos cornos do touro para a marrada não doer.

Um director de informação é um “inteligente” que dirige uma corrida.

Quando uma estação de televisão convida um Camilo Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um João Duque, um Gomes Ferreira, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares, um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo.Eles pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em cima.

As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros mansos, os nossos queridos espectadores, nemde toureios manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as habituais notícias de José Sócrates, do memorando da troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas dividas.

Todos os programas de comentário político nas TV deviam começar com a música de um passo doble. Ou com a premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo.

O silêncio que os “negócios “ da família dona disto tudo mereceu da comunicação social, tão exigente noutros casos, é um atestado de cumplicidade: uns os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais e das TV estão cheias de EspiritosSantos. Em termos tauromáticos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as “chocas”.

O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança.

Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo, que na altura justificou com o direito a sabermos o que se passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal!

Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo?

Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola?

Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros!

Carlos de Matos Gomes
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 24/9/2014 14:03

Novo Banco Is The Clean Brother Of BES: A Dramatic Case Study In Progress
Setembro 23rd, 2014
Summary

Novo Banco is a Bridge Bank with BES’s sound business ACTIVITIES.
All toxic assets will remain in BES, but depositors or other senior debt holders are not required to contribute to the losses.
Novo Banco is a case study in the European financial system.
The division of Banco Espirito Santo in BES (OTCPK:BKESY) – “bad bank” – and Novo Banco - “good bank” – was analyzed in my previous article, escreveu hoje (23-09-2014) António Carradinha no site inglês Seeking Alpha.

In practice, what was the largest Portuguese private bank became only a simple bridge bank waiting to be sold at the best price. Incidentally, after separating what were Espirito Santo Group toxic products from sound, interesting, and promising assets for the banking business, Portuguese investors (and even non-investors) are following with anxiety whatever is happening to Novo Banco.

It is important to remember that BES is still listed and DEALING in the OTC Pink Markets with remarkable volatility and very low volume representing a high risk to trade. Last price was around $0.03/ADR as all shareholders and subordinated debt holders will ensure the losses of BES.

In spite of a reduced balance sheet due to the separation process, Novo Banco seems to have a good quality base to create value and develop its business. This is essential for its return to growth, and relevance in the Portuguese economy. Asset quality is crucial in any bank, and Novo Banco is expected to have in all likelihood a strong and favorable loan portfolio.

Nevertheless, at this stage of instability, just knowing that the assets are mostly of good quality is not enough. It is also required that a great DEAL of confidence may be transmitted to customers and the general market. As the bank is temporarily held by a resolution fund the plan is to sell Novo Banco as a whole (not by asset parts) to reliable financial institutions that may provide it with a stable shareholder base.

Given the status of Novo Banco – which is a temporary credit institution - the desire of the Bank of Portugal is to sell it quickly at the right price and to reputable buyers. This has especially to do with the impossibility that the bank currently has in developing a dynamic and innovative ACTIVITY

. Meanwhile, the management nominated in July – which intended to work with a medium-term strategy – was asked to leave. It was recently replaced by Eduardo Stock da Cunha, as CEO, a very experimental banker with a leave of absence by Lloyds Banking Group, who brought a very strong team to work with him.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 24/9/2014 13:10

SERVIÇOS JURÍDICOS
Baterias do contencioso em posição no caso BES/GES
24 Setembro 2014, 09:00 por João Maltez | jmaltez@negocios.pt

Investidores institucionais, accionistas relevantes e fundos de investimento estrangeiros já constituíram representantes legais no nosso país. Vão contestar junto da Justiça decisões no âmbito do "dossiê BES/GES".
Está a chegar ao terreno uma nova fase do "dossiê BES/GES" e há mais advogados a entrar em acção. Dos reguladores do sistema financeiro, passando pelos ex-administradores do BES e do Grupo Espírito Santo (GES
 
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Re: BES - A LUTA

por ovelhaxone » 24/9/2014 11:00

moppie85 Escreveu:
ovelhaxone Escreveu:
Celsius-reloaded Escreveu:A verdade é que se tivesse acções do BES naquela última semana, tinha-me desfeito delas antes do fds. E não precisava de informação privilegiada para nada.


claro. o facto de alguém ter vendido massivamente acções menos de uma hora antes de as acções serem suspensas pela CMVM e saber-se da comunicação feita posteriormente não interessa para nada. é tudo due diligence :-"


Não foi isso que ele disse. O que ele disse é que com a informação que dispunha na altura ele, pessoalmente, não necessitava de "informação privilegiada" para estar fora. Aliás, esta foi também a opinião de vários foristas (como podes ver se leres o tópico do BES nessa altura). Podiam não estar à espera de uma perda total de valor, mas uns achavam que ia descer e não viam o fundo e outros que achavam que estava demasiado instável para estar dentro.

Celsius, aconselho-te a não colocares nada neste tópico. É que aqui só se quer ouvir que os accionistas são uns desgraçados, enganados, roubados e que merecem receber tudo de volta. Se não tiveres essa opinião é melhor não comentar...


foi exactamente o que ele disse. aliás, ele não disse nada, mas insinou, que é ainda pior.

se não foi essa a intenção então deverá reconhecer que fazer um comentário daqueles neste forum específico e no contexto da notícia é descabido e está a pedir mesmo respostas desagradáveis. se calhar era essa a intenção. objectivo conseguido.

de resto é algo que o moppie85 gosta bastante também de fazer. não percebeu ainda que inguem tem interesse nas suas lições de moral, ainda para mais num tópico criado para outros fins. é preciso ter mesmo uma necessidade enorme de massagar o ego :roll: .

e não vale a pena tentar o "nós" contra "eles". esse truque é velho e mediocre. :mrgreen:
 
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Re: BES - A LUTA

por dosina » 24/9/2014 10:48

Santa Maria Escreveu:Marco António

No BES nada correu mal em termos de mercado.O que se tratou foi de um roubo descarado, uma vigarice, um aproveitamento por parte de alguns para tramar, os pequenos accionistas e outos.Ou tb está convencido que este processo até à falência do BES foi normal?Quando um vizinho, um amigo etc., é roubado um pouco de solidariedade não faz mal.Não é preciso consolar ninguém, mas uma palavra que fosse não lhe tinha ficado mal.A vida acaba por nos ensinar a ser solidários uns com os outros.Espero que um dia não lhe aconteça nada de parecido.Há boa maneira portuguesa està tudo a marimbar-se para os outros , até que nos aconteça o mesmo problema.Como diz o povo( Pimenta no rabo dos outros é mel).Quanto a ter que apagar posts do Santa Maria é verdade mas foi no limite quando aquele senhor falou na minha mãe e não houve qualquer intervenção dos moderadores.Como tenho quase 70 anos, infelizmente já não posso contar com ela.Além do mais esse triste passado não lhe serve de desculpa para amparar, o senhor moppie85, de cada vez que ele ofende alguém, porque um dia alguém teve a coragem de lhe responder na minha linguagem.Fique descansado que já não vou chamar mais a atenção, quando houver insultos deste género. Fico à espera que faça o seu trabalho que eu vou fazer o meu.


:clap:

não entendo porquê, mas algumas pessoas gostam de gozar com o mal dos outros, talvez porque sejam mais espertos.
e ainda há quem ache normal, enfim.

que tenham o mesmo sentimento, se lhes acontecer o mesmo...

nem todos têm conhecimentos financeiros para avaliar certo tipo de produtos, mas ninguém gosta de ser roubado e enganado.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 23/9/2014 19:01

CMVM INVESTIGA VENDA DE AÇÕES DO BES NO ÚLTIMO DIA: GRANDES INVESTIDORES VENDERAM A CORRER
Setembro 23rd, 2014
A CMVM está a seguir o rasto às ordens de compra e venda de ações do BES e acredita que os grandes investidores saíram a correr na sexta-feira derradeira. Falta saber se houve fuga de informação, anunciou esta manhã (23-09-2014) o jornal electrónico Observador.

Recorde-se que em 08-08-2014 o mesmo Observador publicara um artigo no qual afirmava expressamente que: “Ao que tudo indica”, houve fugas de informação sobre uma intervenção no BES, que “influenciaram a formação dos preços”. A CMVM diz que nada sabia até tirar as ações do mercado.

Respigando o referido artigo:

“A CMVM reiterou esta sexta-feira que suspendeu as ações do BES depois das 15h00 de sexta-feira passada porque só nessa altura teve conhecimento de “iminentes desenvolvimentos“, garantindo desconhecer outras decisões que “tudo indica” influenciaram os preços dos títulos.

Destacando que a “descrição dos factos está documentada”, num esclarecimento hoje divulgado à imprensa, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “reitera integralmente” a informação veiculada na segunda-feira quando informou que suspendeu a negociação dos títulos do BES, na sexta-feira, 1 de agosto, “logo após ter tido conhecimento de iminentes desenvolvimentos que vieram a ser conhecidos durante o fim-de-semana”.

“A CMVM procedeu à suspensão dos títulos depois das 15 horas [de sexta-feira da semana passada] dado que só por volta dessa hora teve conhecimento que haveria desenvolvimentos, ainda que desconhecendo os termos concretos dos mesmos“, lê-se na nota.

A instituição liderada por Carlos Tavares garante ainda que “em momento anterior não foi informada sobre outras decisões tomadas relativas ao BES e que, tudo indica, influenciaram a formação dos preços“.

Estas explicações por parte da CMVM surgem um dia depois de o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ter afirmado no Parlamento que a hipótese de aplicar uma medida de resolução ao BES só foi colocada em cima da mesa depois do fecho do mercado na sexta-feira da semana passada.

O governador do banco central informou também que, antes disso, pela hora de almoço de sexta-feira passada, o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu tinha decidido por teleconferência suspender o acesso do BES às operações de política monetária com efeitos a 04 de agosto (segunda-feira). Nesta altura, aquilo que Carlos Costa disse saber era que o Banco de Portugal tinha até segunda-feira para encontrar uma solução para o BES.

Na sexta-feira da semana passada, a CMVM suspendeu a negociação das ações de BES, cuja queda vertiginosa as cotava apenas nos 12 cêntimos no momento da suspensão. Essa sessão teve um elevado volume de transações, o que já levou o regulador a abrir uma investigação para saber se foi usada informação privilegiada na transação de títulos do BES nesse dia.

Só nos 42 minutos antes da suspensão dos títulos, foram trocadas mais de 83 milhões de ações do BES, um valor muito acima da média diária (de 37,7 milhões de ações transacionadas).

Ainda no esclarecimento hoje prestado, a CMVM assegura que “procura sempre garantir que os investidores ou potenciais investidores dispõem de toda a informação” para que tomem as suas decisões “com base em informação clara, completa e verdadeira logo que a mesma venha a seu conhecimento”.

Na noite de domingo, o Banco de Portugal tomou controlo do BES e anunciou a separação da instituição num banco mau (‘bad bank’), que concentra os ativos e passivos tóxicos, e num ‘banco bom’, o chamado Novo Banco, que reúne os ativos e passivos não problemáticos, como será o caso dos depósitos, e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 23/9/2014 18:57

Marco António

No BES nada correu mal em termos de mercado.O que se tratou foi de um roubo descarado, uma vigarice, um aproveitamento por parte de alguns para tramar, os pequenos accionistas e outos.Ou tb está convencido que este processo até à falência do BES foi normal?Quando um vizinho, um amigo etc., é roubado um pouco de solidariedade não faz mal.Não é preciso consolar ninguém, mas uma palavra que fosse não lhe tinha ficado mal.A vida acaba por nos ensinar a ser solidários uns com os outros.Espero que um dia não lhe aconteça nada de parecido.Há boa maneira portuguesa està tudo a marimbar-se para os outros , até que nos aconteça o mesmo problema.Como diz o povo( Pimenta no rabo dos outros é mel).Quanto a ter que apagar posts do Santa Maria é verdade mas foi no limite quando aquele senhor falou na minha mãe e não houve qualquer intervenção dos moderadores.Como tenho quase 70 anos, infelizmente já não posso contar com ela.Além do mais esse triste passado não lhe serve de desculpa para amparar, o senhor moppie85, de cada vez que ele ofende alguém, porque um dia alguém teve a coragem de lhe responder na minha linguagem.Fique descansado que já não vou chamar mais a atenção, quando houver insultos deste género. Fico à espera que faça o seu trabalho que eu vou fazer o meu.
 
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Re: BES - A LUTA

por MarcoAntonio » 23/9/2014 18:41

A função dos moderadores do forum não é a de consolar os participantes quando algo corre mal nos mercados. A imparcialidade dos mesmos também não se mede em função destes escreverem ou não o que o Santa Maria gostaria de ler.

Em relação à questão colocada, o que se vê de ambos os lados é alguém a escrever na terceira pessoa e de forma pouco simpática para com a outra parte, num tom bastante semelhante (e embora não me estivesse a referir a ninguém em específico, posso acrescentar que a moderação já teve de remover posts do Santa Maria, por ultrapassarem os limites do forum).

Este assunto está encerrado no forum, qualquer outra questão relativa a moderação contactem-nos por via privada, e-mail ou mp. Se continuarem com a troca de galhardetes e piropos, acabarei por simplesmente remover os posts. Não é este tipo de debate que se pretende neste espaço.
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Re: BES - A LUTA(ADMINISTRADORES CALDEIRÃO)

por luisptavares » 23/9/2014 18:30

Santa Maria Escreveu:Boa Tarde Administradores do Fórum,

Agradecia que dissessem ao fórum, qual a vossa opinião, relativamente à última intervenção do moppie85.Pois este senhor passa a vida a denegrir a intervenção dos outros participantes, não tendo respeito pelas opiniões dos outros.Já não é a primeira vez que este senhor faz intervenções deste tipo.Mais, ainda não mostra respeito por muitos participantes neste fórum que perderam muito dinheiro e como se vê pelas noticias que vão saindo a público nem tiveram culpa nenhuma.A maioria foi ao engano.Muitos deles permanecem em situações complicadas financeiras e familiares.Obrigado.



Caro(a) Santa Maria,
Não ligue a estes comentários de prognósticos a final proferidos pelo moppie85.... O que o mesmo comentador moppie85 não compreendeu (e separando o papel de accionista do BES) é que o Estado/GdP e Governo acabaram de lançar o mais rude ataque à confiança de investidores de capitais, sejam eles obrigacionistas/accionistas ou até depositantes, e tudo porque elaborou um plano de actuação ilegal (em alguns pontos, não todos) e lesivo da propriedade privada (caso ele não saiba, as acções e obrigações são propriedade privada na quota parte a que corresponde o capital da empresa (acções) e deduzida a sua dívida (obrigações..).
Ora, os accionistas e os obrigacionistas irão (bem) defender a sua propriedade, motivados por um elevado grau de decepção em face das "promessas públicas" anteriores proferidas por entes do poder... Parece que tudo se esquece que havia capital a atribuir a accionistas (e após dedução do valor a pagar a obrigacionistas) e que esse capital não está assegurado aos accionistas (em desconformidade com a própria directiva europeia), pelo que os accionistas devem pedir indemnização ao Estado até esse montante....
Mas, tudo isto são elementos a decidir pelos pequenos accionistas em devido momento e reunião.....
"Naturalmente que não me responsabilizo por nada que tenha dito. O normal é que você tenha entendido mal o que eu disse" (provavelmente dito numa noite de copos, mas aplica-se a tudo na vida...)
Lema de mercado a instituir daqui a 150 anos: " Se ganhas dinheiro na bolsa permanece calado, se perderes barafusta com todos"
 
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Re: BES - A LUTA( Marco António)

por Santa Maria » 23/9/2014 18:24

Boa Tarde Marco António

Não percebo as suas conclusões.Agradecia que me dissesse onde me dirigi a este senhor no tom em que diz que é igual ao outro.Deve estar a ver outro tópico concerteza.Já vi que o tratamento aqui não é todo por igual.Aliás nunca vi por parte dos administradores uma palavra de compreensão, acerca deste roubo feito aos accionistas do BES.Lamento da minha parte e de todos os accionistas do BES, a sua resposta e por conseguinte a sua moderação neste fórum.Por vezes temos que ser imparciais. por muito que nos custe.Abraço.
 
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Re: BES - A LUTA

por MarcoAntonio » 23/9/2014 18:18

O respeito pela opinião dos outros é algo que terá de funcionar nos dois sentidos. Confesso que considero o tom semelhante dos dois lados da barricada. Nada de muito grave, mas o tema é quente e os participantes particularmente sensíveis dado o que ocorreu com este título.

Tentem desanuviar um pouco, ambas as partes. É melhor para todos, para o forum, para os participantes e para a qualidade do debate...

:wink:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: BES - A LUTA(ADMINISTRADORES CALDEIRÃO)

por Paulo68 » 23/9/2014 18:02

Santa Maria Escreveu:Boa Tarde Administradores do Fórum,

Agradecia que dissessem ao fórum, qual a vossa opinião, relativamente à última intervenção do moppie85.Pois este senhor passa a vida a denegrir a intervenção dos outros participantes, não tendo respeito pelas opiniões dos outros.Já não é a primeira vez que este senhor faz intervenções deste tipo.Mais, ainda não mostra respeito por muitos participantes neste fórum que perderam muito dinheiro e como se vê pelas noticias que vão saindo a público nem tiveram culpa nenhuma.A maioria foi ao engano.Muitos deles permanecem em situações complicadas financeiras e familiares.Obrigado.

Caro amigo,

Não te consumas por quem não merece. Para esses o desprezo é o melhor. Se fossem tão bons como preconizam não andavam aqui a dar lições de moral.
Em Portugal em vez de se dar força para vencer injustiças que possam melhorar e evitar situações idênticas no futuro, critica-se e despreza-se quem está na situação. Mas isso só é válido quando é para os outros. Quando lhes toca à porta a coisa muda de figura.
Força a todos os que estão nesta luta. Quem não está não é bem-vindo a este tópico.
 
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