Ulrch quer desempregados a trabalhar de borla no BPI?
A ideia pode até ser boa, mas o mais provável é que a curto prazo a medida seja deturpada tal como o é o contrato de estágio, que originalmente era uma forma de dar formação profissional aos recém licenciados, e agora é pura e simplesmente utilizado como uma forma de contratação barata e com poucos direitos (sem férias, sem subsídios de férias e natal). E isto está tão enraizado que actualmente a maioria das grandes empresas não contrata se não para estágio, e só depois de os trabalhadores se sujeitarem a um ano sem direitos é que os ponderam contratar... as que ponderam, porque boa parte simplesmente substituem o estagiário antigo por um novo quando já não podem renovar mais o estágio.
Por isso não. Por muito que a ideia de ter desempregados a receber formação seja atractiva, é óbvio que vai ser deturpada e vai ser utilizada como alternativa a contratação convencional. Não obrigado.
Por isso não. Por muito que a ideia de ter desempregados a receber formação seja atractiva, é óbvio que vai ser deturpada e vai ser utilizada como alternativa a contratação convencional. Não obrigado.
Á força de nos levantarmos cedo tornamo-nos completamente estúpidos. O ser humano necessita de dormir... - Franz Kafka em "A metamorfose"
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Rodoliveira Escreveu:É uma proposta perfeitamente razoável, que tem como principio que é melhor para o estado estar a pagar um subsidio a alguém que está efectivamente a fazer qualquer coisa e a acrescentar algo ao seu curriculo. Só faz sentido em grandes empresas porque são as que têm estrutura para absorver estes estagiários, não faz sentido numa empresa com 30 pessoas.
Esta proposta só faz sentido para as pessoas que não estão à espera que todos os trabalhadores do país tenham contratos sem termo. Não faz sentido para quem acha que um desempregado tem direito ao subsidio de desemprego, sem que o estado tenha direito de lhe pedir o que quer que seja em troca. Não fará também sentido para quem acha que toda a forma de estagio é uma exploração, especialmente quando o estágio é na banca, esse bando de malfeitores. Ou seja não faz sentido para quem for de esquerda, isto é, tudo o que estiver à esquerda do CDS mais uma parte considerável do próprio CDS. Só uma pequena minoria vai concordar com isto.
É uma proposta de espirito liberal (esse papão horrível), e eu revejo-me nela. Se algum dia for para a frente terá com certeza uma multidão de interessados.
Que eu saiba o subsídio de desemprego não funciona assim... Mas se é pra ser assim, também me dá jeito uma empregada doméstica patrocinada pelo estado.
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Uma proposta deste género tem de ser muito bem pensada e delineada, caso contrário pode acabar por ter uma série de efeitos perversos que no final resulta no inverso do que aparenta. Se é que funciona de todo...
Se as condições não estiverem bem definidas e não existirem restrições consideráveis, o que poderia acontecer em escala assinalável era as empresas começarem a utilizar este mecanismo para empregar trabalhadores de que necessitam... a custo reduzido graças ao encargo que deixam para o Estado.
Não estariam a aliviar nada, mas a prolongar e engrossar o encargo do Estado de cada vez que colocassem alguém que iriam empregar de qq das formas.
Como é que se separa uma situação da outra: a situação em que a empresa está a fazer o "favor" de colocar mais um trabalhador de que não precisa tanto quanto isso; da situação em que está a utilizar o mecanismo para colocar alguém de que precisa mesmo e provavelmente ia empregar de qualquer das formas?
É uma proposta altamente perigosa!
Se as condições não estiverem bem definidas e não existirem restrições consideráveis, o que poderia acontecer em escala assinalável era as empresas começarem a utilizar este mecanismo para empregar trabalhadores de que necessitam... a custo reduzido graças ao encargo que deixam para o Estado.
Não estariam a aliviar nada, mas a prolongar e engrossar o encargo do Estado de cada vez que colocassem alguém que iriam empregar de qq das formas.
Como é que se separa uma situação da outra: a situação em que a empresa está a fazer o "favor" de colocar mais um trabalhador de que não precisa tanto quanto isso; da situação em que está a utilizar o mecanismo para colocar alguém de que precisa mesmo e provavelmente ia empregar de qualquer das formas?
É uma proposta altamente perigosa!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 18/10/2012 13:53, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Eu sou contra meterem os que recebem subsidio de desemprego a trabalhar para justificar o pagamento. Esses desempregados têm direito ao subsidio, já descontaram para ele, e, se há trabalho dêem-no a quem não recebe nada. O importante é meter dinheiro no bolso das pessoas para estas conseguirem viver/sobreviver e até para potenciar o consumo.
Plan the trade and trade the plan
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É uma proposta perfeitamente razoável, que tem como principio que é melhor para o estado estar a pagar um subsidio a alguém que está efectivamente a fazer qualquer coisa e a acrescentar algo ao seu curriculo. Só faz sentido em grandes empresas porque são as que têm estrutura para absorver estes estagiários, não faz sentido numa empresa com 30 pessoas.
Esta proposta só faz sentido para as pessoas que não estão à espera que todos os trabalhadores do país tenham contratos sem termo. Não faz sentido para quem acha que um desempregado tem direito ao subsidio de desemprego, sem que o estado tenha direito de lhe pedir o que quer que seja em troca. Não fará também sentido para quem acha que toda a forma de estagio é uma exploração, especialmente quando o estágio é na banca, esse bando de malfeitores. Ou seja não faz sentido para quem for de esquerda, isto é, tudo o que estiver à esquerda do CDS mais uma parte considerável do próprio CDS. Só uma pequena minoria vai concordar com isto.
É uma proposta de espirito liberal (esse papão horrível), e eu revejo-me nela. Se algum dia for para a frente terá com certeza uma multidão de interessados.
Esta proposta só faz sentido para as pessoas que não estão à espera que todos os trabalhadores do país tenham contratos sem termo. Não faz sentido para quem acha que um desempregado tem direito ao subsidio de desemprego, sem que o estado tenha direito de lhe pedir o que quer que seja em troca. Não fará também sentido para quem acha que toda a forma de estagio é uma exploração, especialmente quando o estágio é na banca, esse bando de malfeitores. Ou seja não faz sentido para quem for de esquerda, isto é, tudo o que estiver à esquerda do CDS mais uma parte considerável do próprio CDS. Só uma pequena minoria vai concordar com isto.
É uma proposta de espirito liberal (esse papão horrível), e eu revejo-me nela. Se algum dia for para a frente terá com certeza uma multidão de interessados.
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Um dos perigos é o BPI ficar posteriormente aliciado em despedir os restantes funcionários (ou uma grande parte deles) a quem o BPI paga 100% do salário e readmití-los imediatamente asseguir como "trabalhadores integrados" pagos pelo estado. Pode dar jeito a muitas empresas
A ideia que ele sugere não é má de todo e de certo modo até acho inovador haver essa abertura, mas tinha de ser muito bem controlada para não começar a acontecer o que refiro em cima. Tinham de existir salvaguardas.
Cumprimentos
JCS
A ideia que ele sugere não é má de todo e de certo modo até acho inovador haver essa abertura, mas tinha de ser muito bem controlada para não começar a acontecer o que refiro em cima. Tinham de existir salvaguardas.
Cumprimentos
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---Tudo o que for por mim escrito expressa apenas a minha opinião pessoal e não é uma recomendação de investimento de qualquer tipo---
https://twitter.com/JCSTrendTrading
"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
"Price is the aggregation of everyone's expectations"
"I don't define a good trade as a trade that makes money. I define a good trade as a trade where I did the right thing". (Trend Follower Kevin Bruce, $5000 to $100.000.000 in 25 years).
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Ulrch quer desempregados a trabalhar de borla no BPI?
Humm, não sei se o estou a perceber...
Estou à vontade para falar disto porque sempre defendi e defendo que os desempregados podiam e deviam fazer algumas horas semanais de serviço comunitário. Agora ir trabalhar para o BPI?! Não percebi bem a proposta dele, se a ideia era o estado continuar a pagar o subsídio de desemprego e ele pagar o restante para que o trabalhador ganhasse um salário normal acho que a ideia pode ser interessante. Mas se a ideia dele é ter os empregados completamente à borla, o melhor é ir dar sangue!

A proposta é de Fernando Ulrich, que se queixa de, enquanto presidente de um grande empregador nacional, nunca ter sido contactado para discutir formas de aumentar o emprego em Portugal. Se o Estado ajudasse, o presidente do BPI poderia elevar o número de funcionários do BPI. E defende que isso é verdade para EDP, PT, Jerónimo ou Sonae.
Em vez de pagar subsídios de desemprego, o Estado poderia pagar aos desempregados para trabalharem em grandes empresas. Em vez de estarem "perdidas", essas pessoas estariam "integradas". Os argumentos são de Fernando Ulrich , o presidente do BPI, e foram defendidos ontem, quarta-feira, numa entrevista à RTP1 .
Dizendo que o banco é um dos principais empregadores portugueses, com 6.500 funcionários, Ulrich criticou o facto de nunca ter sido contactado por nenhum responsável – governantes, responsáveis sindicais ou associações empresariais – para lhe ser questionado o que “pode fazer mais para ajudar a criar emprego em Portugal”.
Criação de emprego é possível "com voluntarismo"
O presidente do BPI defendeu que essa é uma pergunta que deve ser feita às grandes empresas, aquelas que, segundo o próprio, têm capacidade para "absorver pessoas" e de as "utilizar de forma útil". Para Fernando Ulrich, “com voluntarismo”, é possível criar emprego no País.
Sem esse voluntarismo, diz Ulrich, o caminho é a diminuição do número de trabalhadores. “Se ninguém negociar comigo nada, se ninguém me propuser nada, o caminho em que nós vamos é o de reduzir pessoas. E é isso que vamos continuar a fazer porque é isso que aumenta a rentabilidade do banco”, disse o presidente do banco privado, que recebeu 1.300 milhões de euros de ajuda estatal este ano para o processo de capitalização a que está obrigado pela regulação.
“Estava à espera do Estado para negociar consigo para aumentar o número de empregados do banco? Se tivesse apoios do Estado poderia criar empregos no BPI?”, questionou Vítor Gonçalves, na entrevista da RTP1.
“E [isso] é melhor do que pagar subsídios de desemprego”, respondeu Fernando Ulrich. “Das pessoas que estão em casa, se pudesse haver 300 ou 500 que estivessem no BPI - nem que fosse por um ano ou dois – aí garanto que era bom para elas, que aprendiam, que se valorizavam, que era bom para a carreira”, continuou o presidente executivo do banco, acrescentando que o apoio poderia passar pelo pagamento integral do salário.
Uma proposta para as grandes empresas
“Isto que estou a dizer o BPI pode fazer, a EDP pode fazer, a Portugal Telecom, a Jerónimo Martins, a Sonae , muitas grandes empresas podem fazer isto”, disse Fernando Ulrich, definindo uma diferença face às pequenas e médias empresas porque, salientou, a recepção de novos funcionários iria "perturbar" essas empresas.
Se o presidente do BPI contar com mais 500 trabalhadores no banco, isso não o irá perturbar e elas “aprendem, estão integradas socialmente, têm destino, têm esperança”. Algo que é contrariado caso estejam em casa a receber subsídios de desemprego, segundo Ulrich – “se estiverem perdidas, sem fazer nada e sem saber para onde ir, os melhores podem emigrar, os outros, se calhar, nem isso”.
Estou à vontade para falar disto porque sempre defendi e defendo que os desempregados podiam e deviam fazer algumas horas semanais de serviço comunitário. Agora ir trabalhar para o BPI?! Não percebi bem a proposta dele, se a ideia era o estado continuar a pagar o subsídio de desemprego e ele pagar o restante para que o trabalhador ganhasse um salário normal acho que a ideia pode ser interessante. Mas se a ideia dele é ter os empregados completamente à borla, o melhor é ir dar sangue!
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