Situação que nos torna Gregos
Segunda-feira, Paul Krugmam vai receber na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, o grau de Doutor Honoris Causa atribuído, pela primeira vez, juntamente por três universidades portuguesas (Universidade de Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa e a Universidade Nova de Lisboa).
Na sua coluna no jornal "The New York Times", a 23 de maio de 2011, o economista norte-americano escrevia que "é agora claro que a Grécia, Irlanda e Portugal não conseguem e não vão pagar as suas dívidas por inteiro", ou seja, a Europa teria de estar preparada para uma redução destes montantes.
Um ano antes, a 17 de maio de 2010, Krugman frisava no seu blogue, também no diário nova-iorquino, que "neste momento, os salários na Grécia/Espanha/Portugal/Letónia/Estónia, etc., têm de cair algo como 20 a 30% em relação aos salários na Alemanha".
No ano passado, o Nobel da Economia de 2008 acreditava que Portugal seria a próxima peça a cair no dominó da zona euro. "Esperava que não, principalmente - claro - por causa dos portugueses (...), mas também egoisticamente porque é, de longe, o mais difuso dos países periféricos com problemas", referia então Krugman.
O que significa que a história portuguesa é "mais difícil de contar do que a da Grécia, Espanha e Irlanda", porque Portugal "não estava assim tão mal em termos orçamentais, mas também não teve um surto de preços imobiliários. Houve muito crédito ao privado, mas não é fácil explicar exatamente porquê".
"O que é claro, porém, é que nesta altura Portugal enfrenta problemas de ajustamento semelhantes aos espanhóis e, possivelmente, piores. Os custos laborais estão desalinhados com o resto da zona euro e adequá-los vai necessitar uma desvalorização interna dolorosa, ou seja, deflação", acrescentava Krugman.
O economista norte-americano estará bastante familiarizado com a realidade nacional, uma vez que foi em Lisboa que começou a trabalhar em termos de política económica, em 1976.
Num discurso na Universidade de Princeton, Krugman lembrava as "sábias palavras" do governador do Banco de Portugal na altura, Silva Lopes: "Quando eu tenho seis meses de reservas, eu terei zero reservas", numa referência à quebra de reservas que o banco central enfrentou após o 25 de abril.
Numa página sobre "incidentes" da sua carreira, o economista esclarece: "O que aprendi dessa experiência foi o poder de ideias económicas muito simples e, simultaneamente, a inutilidade de teorias que não podem ter conteúdo operacional. Em particular, a minha experiência num país onde era um enorme desafio até decidir se a produção estava a aumentar ou a cair deu-me uma alergia crónica a modelos que dizem que uma política potencialmente útil existe sem darem uma única forma de determinar que política é essa".
Melhor mesmo era baixar 50%. Como economista ele devia era dar uma solução mas sem baixar salários. Mas isso já é algo que poucos ou quase nenhum economista dá.
Na sua coluna no jornal "The New York Times", a 23 de maio de 2011, o economista norte-americano escrevia que "é agora claro que a Grécia, Irlanda e Portugal não conseguem e não vão pagar as suas dívidas por inteiro", ou seja, a Europa teria de estar preparada para uma redução destes montantes.
Um ano antes, a 17 de maio de 2010, Krugman frisava no seu blogue, também no diário nova-iorquino, que "neste momento, os salários na Grécia/Espanha/Portugal/Letónia/Estónia, etc., têm de cair algo como 20 a 30% em relação aos salários na Alemanha".
No ano passado, o Nobel da Economia de 2008 acreditava que Portugal seria a próxima peça a cair no dominó da zona euro. "Esperava que não, principalmente - claro - por causa dos portugueses (...), mas também egoisticamente porque é, de longe, o mais difuso dos países periféricos com problemas", referia então Krugman.
O que significa que a história portuguesa é "mais difícil de contar do que a da Grécia, Espanha e Irlanda", porque Portugal "não estava assim tão mal em termos orçamentais, mas também não teve um surto de preços imobiliários. Houve muito crédito ao privado, mas não é fácil explicar exatamente porquê".
"O que é claro, porém, é que nesta altura Portugal enfrenta problemas de ajustamento semelhantes aos espanhóis e, possivelmente, piores. Os custos laborais estão desalinhados com o resto da zona euro e adequá-los vai necessitar uma desvalorização interna dolorosa, ou seja, deflação", acrescentava Krugman.
O economista norte-americano estará bastante familiarizado com a realidade nacional, uma vez que foi em Lisboa que começou a trabalhar em termos de política económica, em 1976.
Num discurso na Universidade de Princeton, Krugman lembrava as "sábias palavras" do governador do Banco de Portugal na altura, Silva Lopes: "Quando eu tenho seis meses de reservas, eu terei zero reservas", numa referência à quebra de reservas que o banco central enfrentou após o 25 de abril.
Numa página sobre "incidentes" da sua carreira, o economista esclarece: "O que aprendi dessa experiência foi o poder de ideias económicas muito simples e, simultaneamente, a inutilidade de teorias que não podem ter conteúdo operacional. Em particular, a minha experiência num país onde era um enorme desafio até decidir se a produção estava a aumentar ou a cair deu-me uma alergia crónica a modelos que dizem que uma política potencialmente útil existe sem darem uma única forma de determinar que política é essa".
Melhor mesmo era baixar 50%. Como economista ele devia era dar uma solução mas sem baixar salários. Mas isso já é algo que poucos ou quase nenhum economista dá.

Alguns números sobre as dívidas das familias
Oberon,
Este valor total pode ter sentido desde que comparável com outros países e conhecer a sua variação temporal na última década. Claro que o endividamento do país é elevado sobre todos os pontos de vista. Vou dar alguns exemplos, retirados do livro "Portugal na hora da verdade" do Álvaro Santos Pereira
Divida externa líquida em % PIB - 113,3 Jan(2010), Apenas a Bulgária e a Hungria à nossa frente na Europa e 8º lugar no mundo. Se 90% do PIB for dívida soberana portuguesa e empréstimos ou obrigações de empresas públicas vendida lá fora, prova que resolvida a calamidade pública tudo o resto é sustentável.
Na mesma data em % PIB
Dívida externa bruta - o que os estrangeiros colocaram cá:
Portugal - 222,5, com muitos países europeus piores que nós, até a Suiça e luxemburgo.
Este indicador é menos importante, em condições normais, pois se como a Suiça pagar juros baixos ou aplicar esse dinheiro noutro país a taxas mais elevadas, tenho um ganho adicional.
Todavia torna-se importante numa crise com os estrangeiros a venderem ativos e abandonarem o país originando uma queda de preço dos ativos e um problema de liquidez (não renovam as obrigações).
Tive conhecimento que o BNP vendia obrigações do metropolitano de Lisboa com um desconto de 30%, sabemos a que desconto se vende a dívida portuguesa a 10 anos, cerca de 45%.
Sobre as familias:
O incumprimento no crédito à habitação continua baixo (2%), que se fundamenta no desemprego, divórcio e doenças (fatores não previsiveis). Os portugueses têm demonstrado grande responsabilidade.
Dados retirados do mesmo livro demonstrando como as famílias em média se portam bem (dados de 2007):
Sem dívidas - 58,4% das familias
Serviço da dívida total em % do rendimento mensal - 11,4% e se for apenas da habitação teremos - 7%
Outro ponto muito importante é a dívida total em % da riqueza - 26,3%, logo o património (ativos) é 4 veses a dívida.
A geração com mais de 65 anos gasta apenas 2,3% do rendimento para pagar dívidas. Parece-me muito positivo.
Estes valores são médias, claro que em termos individuais há milhares de casos de familias sobreendividadas.
Não me preocupa que o incobrável no crédito ao consumo seja de 10%, visto que as taxas reais andarão nos 17%, as SFAC terão margens de 7%, que é muito bom negócio e os bancos também cavalgam este segmento sem dificuldades. Claro que quem recorre a estes créditos lá terá as suas razões, vicios ou loucuras.
Os bancos estão confortáveis com as familias. O mesmo não se pode dizer das empresas, nomeadamente as públicas, as atividades da construção e imobiliário turistico.
Seriam estes dados atualizados que os jornalistas poderiam estudar e trazer para os jornais de forma a melhorar a nossa imagem e a esperança de que seremos capazes de dar a volta.
Este valor total pode ter sentido desde que comparável com outros países e conhecer a sua variação temporal na última década. Claro que o endividamento do país é elevado sobre todos os pontos de vista. Vou dar alguns exemplos, retirados do livro "Portugal na hora da verdade" do Álvaro Santos Pereira
Divida externa líquida em % PIB - 113,3 Jan(2010), Apenas a Bulgária e a Hungria à nossa frente na Europa e 8º lugar no mundo. Se 90% do PIB for dívida soberana portuguesa e empréstimos ou obrigações de empresas públicas vendida lá fora, prova que resolvida a calamidade pública tudo o resto é sustentável.
Na mesma data em % PIB
Dívida externa bruta - o que os estrangeiros colocaram cá:
Portugal - 222,5, com muitos países europeus piores que nós, até a Suiça e luxemburgo.
Este indicador é menos importante, em condições normais, pois se como a Suiça pagar juros baixos ou aplicar esse dinheiro noutro país a taxas mais elevadas, tenho um ganho adicional.
Todavia torna-se importante numa crise com os estrangeiros a venderem ativos e abandonarem o país originando uma queda de preço dos ativos e um problema de liquidez (não renovam as obrigações).
Tive conhecimento que o BNP vendia obrigações do metropolitano de Lisboa com um desconto de 30%, sabemos a que desconto se vende a dívida portuguesa a 10 anos, cerca de 45%.
Sobre as familias:
O incumprimento no crédito à habitação continua baixo (2%), que se fundamenta no desemprego, divórcio e doenças (fatores não previsiveis). Os portugueses têm demonstrado grande responsabilidade.
Dados retirados do mesmo livro demonstrando como as famílias em média se portam bem (dados de 2007):
Sem dívidas - 58,4% das familias
Serviço da dívida total em % do rendimento mensal - 11,4% e se for apenas da habitação teremos - 7%
Outro ponto muito importante é a dívida total em % da riqueza - 26,3%, logo o património (ativos) é 4 veses a dívida.
A geração com mais de 65 anos gasta apenas 2,3% do rendimento para pagar dívidas. Parece-me muito positivo.
Estes valores são médias, claro que em termos individuais há milhares de casos de familias sobreendividadas.
Não me preocupa que o incobrável no crédito ao consumo seja de 10%, visto que as taxas reais andarão nos 17%, as SFAC terão margens de 7%, que é muito bom negócio e os bancos também cavalgam este segmento sem dificuldades. Claro que quem recorre a estes créditos lá terá as suas razões, vicios ou loucuras.
Os bancos estão confortáveis com as familias. O mesmo não se pode dizer das empresas, nomeadamente as públicas, as atividades da construção e imobiliário turistico.
Seriam estes dados atualizados que os jornalistas poderiam estudar e trazer para os jornais de forma a melhorar a nossa imagem e a esperança de que seremos capazes de dar a volta.
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Crise
Estado tem de emprestar mais 300 milhões para vender o BPN
25.02.2012 - 09:44 Cristina Ferreira
Rui Gaudêncio
Almofada financeira servirá para manter rácios
O acordo entre o Governo e o BIC Portugal, com vista à venda do BPN, prevê uma almofada de liquidez de 300 milhões de euros concedida pela CGD à taxa Euribor. Esta cláusula é uma das que estão sob análise das autoridades europeias de concorrência por suspeita de que possa configurar ajuda pública ao grupo financeiro.
O contrato negociado entre a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, e Luís Mira Amaral, presidente do BIC Portugal, prevê que, para além da injecção de capital no BPN de 600 milhões de euros já realizada, os apoios de tesouraria possam chegar aos 700 milhões. Em causa estão duas linhas de liquidez: uma, de 400 milhões de euros, ligada a uma emissão de mil milhões de euros de papel comercial do BPN, subscrita pela CGD, que o BIC assumiu; outra, de 300 milhões, que está por concretizar. As cláusulas do acordo prevêem que o empréstimo da CGD, a três anos, seja pago a uma taxa de juro igual à Euribor sem spread (margem do banco).
A tranche de 300 milhões destina-se a ser utilizada caso a carteira de depósitos que vai ficar no BPN/BIC se reduza, isto para evitar que o rácio de transformação de créditos em depósitos ultrapasse o limite de 120% exigido pelo Banco de Portugal. O contrato prevê que a carteira de depósitos do BPN a transferir para o BIC Portugal ronde 1,7 mil milhões de euros, enquanto a carteira de créditos será à volta de 2,25 mil milhões, o que garante os 120%.
Leia mais no PÚBLICO de hoje e na edição online exclusiva para assinantes.
© Público Comunicação Social SA
Crise da dívida
Credores europeus exigem à Grécia 38 alterações na política fiscal e despesa pública
24.02.2012 - 10:51 PÚBLICO
Yannis Behrakis/Reuters
Grécia terá de adoptar 38 medidas de austeridade
Mudanças terão de ser cumpridas até final do mês e são o preço a pagar pelo segundo programa de ajuda no valor de 130 mil milhões de euros.
Os países credores europeus estão exigir à Grécia que faça 38 alterações que abrangem medidas de política fiscal, despesa pública e negociações salariais. As mudanças terão de ser efectuadas até ao final do mês e de acordo com o Financial Times, que cita um documento de 90 páginas, são o preço a pagar pelo segundo programa de ajuda no valor de 130 mil milhões de euros.
O diário britânico avança que as medidas incluem áreas tão diversas como a centralização de seguros de saúde, registo de propriedade, alterações na prescrição de medicamentos ou a definição de stocks mínimos de petróleo. São descritas dez acções prioritárias que devem estar concluídas até à próxima quarta-feira para que os ministros das finanças da zona euro possam dar o aval final ao resgate grego, numa reunião de emergência que está agendada para quinta-feira.
A Grécia terá de reduzir os gastos com medicamentos em 1,1 mil milhões de euros e liberalizar profissões como trabalhadores de salões de beleza, centros de dieta ou guias turísticos. Algumas das medidas já estavam previstas, mas o Governo tem enfrentado forte contestação popular, com greves e manifestações que travaram a sua implementação.
© Público Comunicação Social SA
A Grécia já esta, siga para o próximo.
Comissão Europeia
Bruxelas agrava previsão da recessão em Portugal
23.02.2012 - 10:06 Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas
A situação económica em Portugal vai ser este ano ainda pior do que o previsto à luz das novas previsões da Comissão Europeia que apontam para uma quebra de 3,3%, depois de uma contracção do PIB de 1,5% no ano passado.
Estas previsões, que acabaram de ser publicadas em Bruxelas, são as piores apresentadas até agora em comparação com os prognósticos mais recentes do Governo - menos 3% - e do Banco de Portugal - menos 3,1%.
A previsão para Portugal é uma dos piores de toda a União Europeia (UE), só ultrapassada pelos 4,4% negativos previstos para a Grécia – que se seguem a uma contracção do PIB de 6,8% no ano passado.
Esta degradação das perspectivas para Portugal enquadra-se numa revisão em baixa generalizada do crescimento económico tanto nos Dezassete países do euro, como no conjunto dos 27 países da UE.
Para a UE, Bruxelas prevê uma variação nula do PIB (0%), o que representa uma revisão em baixa de 0,6% face às anteriores previsões de Novembro.
Na zona euro, a previsão é mesmo de recessão – menos 0,3% – o que constitui uma degradação de 0,8% face ao previsto há apenas três meses.
Segundo Bruxelas, mau grado esta deterioração da situação, as "incertezas permanecem elevadas", o que deixa implícito um risco de resultados ainda piores. Os riscos têm sobretudo a ver com a crise da dívida soberana que continua a atormentar a economia europeia. Segundo a Comissão "se o agravamento da crise da dívida soberana resultar numa contracção do crédito, poderá provocar uma profunda e prolongada recessão".
Dentro da zona euro, além de Portugal e Grécia, outros seis países estarão este ano igualmente em recessão: Bélgica (0,1%), Espanha (-1%), Itália (-1,3%), Chipre (-0,5%), Holanda (-0,9%) e Eslovénia (-0,1).
Entre os restantes dez países da UE, a Hungria é o único que terá um crescimento negativo de -0,1%.
A Alemanha consegue permanecer em terreno positivo, embora sofrendo uma degradação acentuada da conjuntura, passando de um crescimento da economia de 3% no ano passado para apenas 0,6% este ano. A França passa de 1,7% em 2011 para 0,4 % este ano.
© Público Comunicação Social SA
Enquanto o ex-ministro da Defesa de José Sócrates e os dois ajudantes de campo guardavam na carteira os cartões de crédito, com plafond de 10 mil euros, o País somava medidas de austeridade, de PEC em PEC até ao desastre final. A dívida não se pagava, porque era "para se ir pagando", na imortal expressão de Sócrates em Paris.
Augusto Santos Silva, eminência parda do anterior Governo, respondeu à notícia do CM de ontem, afirmando desconhecer o valor a que teria direito no respectivo cartão de crédito. Augusto deve ser abençoado pela fortuna, ao contrário dos portugueses comuns que sabem bem quanto não têm ao fim do mês nas suas contas bancárias.
O filme ‘hardcore’ dos privilégios dos trabalhadores dos transportes públicos, com os barbeiros exclusivos e as viagens gratuitas extensíveis a "enteados" e "irmãs solteiras", confirma o essencial: este ‘Estado Social’ foi construído para alguns, os que já têm emprego. Que o digam os mais de 156 mil de-sempregados com idades entre os 18 e os 24 anos. Portugal não é aconselhável a menores de 30 anos. É pornográfico.
Autor:Paulo Pinto Mascarenhas, Jornalista
Fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/pornografia-portuguesa
Augusto Santos Silva, eminência parda do anterior Governo, respondeu à notícia do CM de ontem, afirmando desconhecer o valor a que teria direito no respectivo cartão de crédito. Augusto deve ser abençoado pela fortuna, ao contrário dos portugueses comuns que sabem bem quanto não têm ao fim do mês nas suas contas bancárias.
O filme ‘hardcore’ dos privilégios dos trabalhadores dos transportes públicos, com os barbeiros exclusivos e as viagens gratuitas extensíveis a "enteados" e "irmãs solteiras", confirma o essencial: este ‘Estado Social’ foi construído para alguns, os que já têm emprego. Que o digam os mais de 156 mil de-sempregados com idades entre os 18 e os 24 anos. Portugal não é aconselhável a menores de 30 anos. É pornográfico.
Autor:Paulo Pinto Mascarenhas, Jornalista
Fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/pornografia-portuguesa
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- Registado: 23/12/2011 1:41
O presidente da Carris admitiu hoje, quando questionado pelo SOL, ter sofrido pressões políticas para assinar acordos salariais com os sindicatos.
Silva Rodrigues referiu que os efeitos destas pressões estão na base da dívida das empresas de transportes acumulada nos últimos anos.
«Ao longo destes nove anos recebi orientações políticas para conduzir as negociações de política negocial e tarifária que serviam determinados objectivos», respondeu Silva Rodrigues.
O gestor que dirige a Carris desde 2003 só não se foi embora porque estas pressões nunca quebraram os seus valores éticos.
«Enquanto estas empresas forem públicas serão braços, instrumentos políticos. Podem ser tomadas boas ou más decisões devido a esta situação», referiu o presidente da Carris.
Silva Rodrigues defende por isso, apesar de ser gestor público, que a gestão por empresas privadas poderia trazer melhores resultados às empresas.
«O desligamento dessas empresas do poder político» evitaria a tomada de decisões cuja eficácia coloca em causa a rentabilidade das empresas.
Este ano será criada uma empresa que juntará a Carris e o Metro e cuja operação será concessionada a empresas privadas, segundo a estratégia do Governo. O processo deverá estar finalizado até ao final do ano.
Casos como este também nos deixam Gregos, e aos políticos não sei o que lhes chamar....é melhor não chamar nada para não arranjar problemas aqui para o Caldeirão


Vamos então aos números .
Algumas dividas (só privadas!):
Fonte: Wikipedia, numeros de final de 2010
1)Irlanda (a tal que agora dizem que está solvente!):
1165% do PIB (não, não coloquei um algarismo a mais!)
2) Holanda (o país mais solvente da Europa):
344% do PIB
3) Espanha, Itália e França-Todas entre 100% e 200%.
4) Luxemburgo-3443% do PIB
5) Portugal: 217% do PIB (claro que este número subiu depois da vigilância se tornar mais apertada).
A) Olhando para os números acima o que salta à vista é o facto de o tamanho da dívida privada estar sobretudo relacionada com o tamanho do país, e este factor deve-se ao endividamento de grandes empresas que em países pequenos têm dimensões desproporcionadas. Aqui os números são cegos. Será má dívida o dinheiro que a Jerónimo Martins pediu emprestado para investir na Polónia? Não me parece. E por aí fora...
B) O endividamento do estado, esse sim é um problema real, mas está a ser tratado por quem deve tratar dele. E mesmo aqui, os 100% do PIB estão muito próximos da média europeia. Só a Holanda e a Espanha têm valores significativamente inferiores. De resto, a própria Alemanha está nos 90%. O problema de Portugal é acima de tudo má imprensa internacional (para a qual contribuem muitos postugueses). E a baixa qualificação da população.
C) Endividamento privado das famílias. 175,5 mil milhões não é muito, porque:
i)os colaterais são de melhor qualidade do que os espanhois e Franceses (não houve bolha em 2004-2008 e a desvalorização dos imóveis é quase irrelevante).
ii) O valor da poupança é aproximadamente o mesmo. Por exemplo, só em Depósitos a prazo existem 125 mil milhões de euros. Se a isto acrescentarmos os Certificados Tesouro e Aforro, os fundos de investimento, as acções, as obrigações e as reservas privadas de ouro, chegamos a um número bem acima dos 175,5 mil milhões.
Conclusão: acredito na solvencia de Portugal. Se o estado é ou não, isso depende acima de tudo da Europa e do facto de o governo conseguir convencer os alemães de que voltou a ser "o bom aluno da Europa".
Algumas dividas (só privadas!):
Fonte: Wikipedia, numeros de final de 2010
1)Irlanda (a tal que agora dizem que está solvente!):
1165% do PIB (não, não coloquei um algarismo a mais!)
2) Holanda (o país mais solvente da Europa):
344% do PIB
3) Espanha, Itália e França-Todas entre 100% e 200%.
4) Luxemburgo-3443% do PIB
5) Portugal: 217% do PIB (claro que este número subiu depois da vigilância se tornar mais apertada).
A) Olhando para os números acima o que salta à vista é o facto de o tamanho da dívida privada estar sobretudo relacionada com o tamanho do país, e este factor deve-se ao endividamento de grandes empresas que em países pequenos têm dimensões desproporcionadas. Aqui os números são cegos. Será má dívida o dinheiro que a Jerónimo Martins pediu emprestado para investir na Polónia? Não me parece. E por aí fora...
B) O endividamento do estado, esse sim é um problema real, mas está a ser tratado por quem deve tratar dele. E mesmo aqui, os 100% do PIB estão muito próximos da média europeia. Só a Holanda e a Espanha têm valores significativamente inferiores. De resto, a própria Alemanha está nos 90%. O problema de Portugal é acima de tudo má imprensa internacional (para a qual contribuem muitos postugueses). E a baixa qualificação da população.
C) Endividamento privado das famílias. 175,5 mil milhões não é muito, porque:
i)os colaterais são de melhor qualidade do que os espanhois e Franceses (não houve bolha em 2004-2008 e a desvalorização dos imóveis é quase irrelevante).
ii) O valor da poupança é aproximadamente o mesmo. Por exemplo, só em Depósitos a prazo existem 125 mil milhões de euros. Se a isto acrescentarmos os Certificados Tesouro e Aforro, os fundos de investimento, as acções, as obrigações e as reservas privadas de ouro, chegamos a um número bem acima dos 175,5 mil milhões.
Conclusão: acredito na solvencia de Portugal. Se o estado é ou não, isso depende acima de tudo da Europa e do facto de o governo conseguir convencer os alemães de que voltou a ser "o bom aluno da Europa".
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- Registado: 28/5/2008 1:17
A forma como esta notícia foi apresentada é puro sensacionalismo. Estes números, da forma que estão indicados, não têm qualquer significado e custa-me aperceber-me que não parece existir em Portugal, de entre os comentadores de serviço (refiro-me aos opinion makers da TV), massa crítica suficiente para esclarecer as pessoas sobre estes assuntos, o que gera uma desconfiança e desânimo entre a população, devido à confusão dos números que são bombardeados diáriamente.
Este tipo de notícias também aparecem ocasionalmente noutros países, e em agências tipo CNN, Bloomberg, Reuters, etc. Isto para não falar na imprensa diária Inglesa, Alemã, Austríaca, Finlandesa, então no que toca a tabloides e jornais de distribuição gratuita, o sensacionalismo e propaganda anti-sulista atinge proporções preocupantes, o que está a desencadear fenómenos políticos perigosos, em particular a assustadora ascensão do populista de extrema direita Austríaca Heinz-Christian Strache, que tem cerca de 30% dos votos (Hitler chegou a chancelor da Alemanha com pouco mais). A receita é simples: 1) Viena não é Istambul+ 2)O dinheiro da Austria é para os Austríacos (não para os preguiçosos sulistas).
No entanto os números estão correctos. Desculpem-me a digressão acima, talvez um pouco fora do contexto do tópico, mas espero passar a mensagem principal: o maior poder que existe hoje em dia não é nem político nem económico. É a comunicação social. Os populistas limitam-se a segui-la.
Já vai longo o post, no seguinte vamos ver melhor os números.
Este tipo de notícias também aparecem ocasionalmente noutros países, e em agências tipo CNN, Bloomberg, Reuters, etc. Isto para não falar na imprensa diária Inglesa, Alemã, Austríaca, Finlandesa, então no que toca a tabloides e jornais de distribuição gratuita, o sensacionalismo e propaganda anti-sulista atinge proporções preocupantes, o que está a desencadear fenómenos políticos perigosos, em particular a assustadora ascensão do populista de extrema direita Austríaca Heinz-Christian Strache, que tem cerca de 30% dos votos (Hitler chegou a chancelor da Alemanha com pouco mais). A receita é simples: 1) Viena não é Istambul+ 2)O dinheiro da Austria é para os Austríacos (não para os preguiçosos sulistas).
No entanto os números estão correctos. Desculpem-me a digressão acima, talvez um pouco fora do contexto do tópico, mas espero passar a mensagem principal: o maior poder que existe hoje em dia não é nem político nem económico. É a comunicação social. Os populistas limitam-se a segui-la.
Já vai longo o post, no seguinte vamos ver melhor os números.
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Gorgol
Já agora, depois de uma explicação tão boa, aproveito para te perguntar Gorgol, se vês alguma utilidade prática no âmbito macro, da análise da dívida portuguesa não consolidada segmentada pelos vários agentes? Já tive oportunidade de conversar com colegas meus e continuamos sem perceber...
I.e. logo por ser não consolidada, esquece a dívida externa. Mas confesso que não percebi bem se eles consideram a dívida consolidada dentro de cada sector. Se um banco deve a outro banco, isso conta para a dívida total do sector financeiro, ou não?
Este tipo de informação terá interesse em que aspecto na tua opinião? Por exemplo, uma análise muito recorrente que se costuma efectuar passa por calcular o peso relativo da dívida pública na dívida externa e aí se infere acerca do "peso" do Estado na tomada de financiamento estrangeiro (um recurso limitado).
Tens alguma opinião sobre estes dados?
Obrigado
I.e. logo por ser não consolidada, esquece a dívida externa. Mas confesso que não percebi bem se eles consideram a dívida consolidada dentro de cada sector. Se um banco deve a outro banco, isso conta para a dívida total do sector financeiro, ou não?
Este tipo de informação terá interesse em que aspecto na tua opinião? Por exemplo, uma análise muito recorrente que se costuma efectuar passa por calcular o peso relativo da dívida pública na dívida externa e aí se infere acerca do "peso" do Estado na tomada de financiamento estrangeiro (um recurso limitado).
Tens alguma opinião sobre estes dados?
Obrigado
Mais uma!
Mais uma bela demonstração de como se discute o que não interessa no seio do jornalismo e da opinião pública. Somos de uma iliteracia argumentativa e financeira gritante.
"Dados provisórios hoje divulgados pelo Governo apontam para uma redução de 3,2%, acima dos 2% exigidos no memorando da troika.
A redução do número de funcionários da Administração Central deverá ter rondado os 3,2% no ano passado, revelam dados provisórios hoje divulgados pelo secretário de Estado da Administração Pública.
Na comissão de Orçamento e Finanças, onde está a ser ouvido, Hélder Rosalino sublinhou que a redução alcançada supera o objectivo que consta do memorando da troika, de 2% ao ano.
O secretário de Estado referiu, ao longo da sua intervenção, que o número de funcionários na administração central ficou pela primeita vez abaixo dos 500 mil.
No primeiro semestre a redução foi de 0,9%. Na altura, o Governo anunciou o reforço da meta (de 1% para 2%) para compensar o abrandamento verificado nos primeiros meses do ano."
Nos comentários desta notícia aparecem comentadores pró e contra Governo, mas ninguém fala do que realmente interessa. Então fica o repto: que me interessa se estão a reduzir ou não o nmr de f. públicos? Então e os recibos verdes, onde andam? Se o Governo anda a substituir f. publicos por recibos verdes, estes nmrs parecerão assim tão bons??!! E os subsidios e subvenções disto e daquilo? E as promoções que continuam a acontecer, mas agora apenas para alguns? Então e que tal, pararmos um pouco para pensar, e começarmos a olhar para a despesa com pessoal e ver se ela desce ou sobe??!!! Ah, e já agora garantir que os recibos verdes estão nessa categoria de despesa e não em aquisição de serviços... Parece-vos bem? E q tal então começarmos a discutir as questões com um olhar crítico e objectivo? Que tal? Número de f. públicos desceu??!! Mas q é q isso interessa?....
"Dados provisórios hoje divulgados pelo Governo apontam para uma redução de 3,2%, acima dos 2% exigidos no memorando da troika.
A redução do número de funcionários da Administração Central deverá ter rondado os 3,2% no ano passado, revelam dados provisórios hoje divulgados pelo secretário de Estado da Administração Pública.
Na comissão de Orçamento e Finanças, onde está a ser ouvido, Hélder Rosalino sublinhou que a redução alcançada supera o objectivo que consta do memorando da troika, de 2% ao ano.
O secretário de Estado referiu, ao longo da sua intervenção, que o número de funcionários na administração central ficou pela primeita vez abaixo dos 500 mil.
No primeiro semestre a redução foi de 0,9%. Na altura, o Governo anunciou o reforço da meta (de 1% para 2%) para compensar o abrandamento verificado nos primeiros meses do ano."
Nos comentários desta notícia aparecem comentadores pró e contra Governo, mas ninguém fala do que realmente interessa. Então fica o repto: que me interessa se estão a reduzir ou não o nmr de f. públicos? Então e os recibos verdes, onde andam? Se o Governo anda a substituir f. publicos por recibos verdes, estes nmrs parecerão assim tão bons??!! E os subsidios e subvenções disto e daquilo? E as promoções que continuam a acontecer, mas agora apenas para alguns? Então e que tal, pararmos um pouco para pensar, e começarmos a olhar para a despesa com pessoal e ver se ela desce ou sobe??!!! Ah, e já agora garantir que os recibos verdes estão nessa categoria de despesa e não em aquisição de serviços... Parece-vos bem? E q tal então começarmos a discutir as questões com um olhar crítico e objectivo? Que tal? Número de f. públicos desceu??!! Mas q é q isso interessa?....
Para quem quiser ver melhor os dados da noticia. Vamos ver se com a "contabilidade by troika" a dívida não aumenta mais.
http://www.bportugal.pt/pt-PT/Estatisti ... 012_PT.pdf
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Eu sei em quanto esta a divida liquida , chamada posição de investimento internacional ... Em Junho 2011 andava nos 110% do produto... Os nossos níveis de endividamento são elevados sem margem para qualquer duvida e não tenho grandes duvidas que vão trazer problemas com a redução do rendimento disponível ... Vejam o caso dos policias que declararam insolvência em 2011..
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Dívidas das empresas públicas serão assumidas pelo Estado
Publicado hoje às 20:49
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse esta terça-feira que as dívidas das empresas públicas de transportes serão assumidas pelo Estado e garantiu que não serão "nem os utentes nem os trabalhadores" a pagá-las.
"As dívidas serão assumidas pelo Estado e geridas no âmbito da dívida pública", afirmou aos jornalistas Sérgio Monteiro, no final de uma reunião com organizações representativas dos trabalhadores das empresas públicas de transportes, que decorreu no Ministério da Economia.
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações disse que o Governo está "a verificar todas as opções existentes no mercado para maximizar a poupança para o lado do Estado" e garantiu que "não são nem os utentes -- através dos bilhetes -- nem os trabalhadores -- através das negociações futuras dos acordos de empresa -- a pagar essa dívida".
Sérgio Monteiro disse que está a ser discutido com a 'troika' um conjunto de cenários, uma vez que "há muita assimetria no tipo de dívida" que as empresas públicas de transportes contraíram.
O secretário de Estado afirmou ter a "expectativa" de ter já algumas alternativas na próxima avaliação do programa de assistência, agendada para maio.
"Esperemos nessa altura já estar em condições de perceber um pouco melhor a situação e propôr algumas alternativas", disse, sublinhando não ser uma "obrigação".
Sérgio Monteiro disse ainda que a dívida das empresas públicas de transportes "não pode ser tratada de forma diferente da dívida pública", porque " tendo ou não garantia do Estado, foi contratada com o acordo de governos anteriores".
Errata: Onde se lê Estado deve ler-se Contribuintes Portugueses.
Don't run a race that doesn't have a finish line.
Turney Duff
Turney Duff
Dívidas das empresas públicas serão assumidas pelo Estado
Publicado hoje às 20:49
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse esta terça-feira que as dívidas das empresas públicas de transportes serão assumidas pelo Estado e garantiu que não serão "nem os utentes nem os trabalhadores" a pagá-las.
"As dívidas serão assumidas pelo Estado e geridas no âmbito da dívida pública", afirmou aos jornalistas Sérgio Monteiro, no final de uma reunião com organizações representativas dos trabalhadores das empresas públicas de transportes, que decorreu no Ministério da Economia.
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações disse que o Governo está "a verificar todas as opções existentes no mercado para maximizar a poupança para o lado do Estado" e garantiu que "não são nem os utentes -- através dos bilhetes -- nem os trabalhadores -- através das negociações futuras dos acordos de empresa -- a pagar essa dívida".
Sérgio Monteiro disse que está a ser discutido com a 'troika' um conjunto de cenários, uma vez que "há muita assimetria no tipo de dívida" que as empresas públicas de transportes contraíram.
O secretário de Estado afirmou ter a "expectativa" de ter já algumas alternativas na próxima avaliação do programa de assistência, agendada para maio.
"Esperemos nessa altura já estar em condições de perceber um pouco melhor a situação e propôr algumas alternativas", disse, sublinhando não ser uma "obrigação".
Sérgio Monteiro disse ainda que a dívida das empresas públicas de transportes "não pode ser tratada de forma diferente da dívida pública", porque " tendo ou não garantia do Estado, foi contratada com o acordo de governos anteriores".
Siga para a frente...
Mcmad Escreveu:Eu estava a referi-me ao défice externo bruto. Aquilo que as famílias,empresas e estado devem. Pensava ter sido claro. Claro que o crescimento da divida nem sempre e mau... Olha para o caso do crescimento da publica nos últimos tempos ... Tem impedido a falência do país no imediato lol
Talvez eu ainda não tenha ainda sido suficientemente claro. Os números que apresentas acima representam dívida acumulada não consolidada dos vários agentes económicos em Portugal. Não representam a dívida externa portuguesa nem tão pouco o défice externo anual. Repara que, e para efeitos de terminologia adequada, a acumulação de défices externos tem-se traduzido no caso português num aumento insustentável da dívida externa. Dizer que a dívida externa ou o défice externo português de 2011 ficou já acima de 400% do PIB é um erro grosseiro. Daí que mais uma vez, e agora sem ser entrelinhas, refira que é preciso ter cuidado a analisar este tipo de números para que não se retirem conclusões, como tu fizeste, que simplesmente não são verdade.
Tal foi o teu descuido, que apresentaste a notícia acima como sendo negativa, quando nem isso é possível aferir. Não é possível concluir da análise desses números se estamos melhor ou pior que em 2010. Não consigo explicar isto de uma forma melhor, portt se insistires que eu é que não percebi não sei o quê, com todo o respeito, então deixemos o assunto por aqui.
De resto subscrevo o que nosso colega gorgol escreveu, menos num aspecto: penso que seria saudável desalavancar um pouco tb as famílias (nomeadamente, na componente de crédito ao consumo) e não só o Estado.
Soma dos passivos ou dívida bruta
No meu entendimento é habito falarmos apenas dum dos lados do balanço, quer seja individual, quer seja de um sector, ou outro agregado.
Uma familia tem os ativos e os passivos, claro que o importante é o património liquido. Exemplo: Uma familia com um crédito à habitação de € 50k, a casa vale 100 K, e ganha por ano brutos € 25 k. Está endividado 200% do rendimento.Parece critico mas podemos dizer que tem uma situação saudavel, tem património liquido de € 50k e uma renda mensal para pagar a prestação de € 200.
Num país se somarmos as dívidas de todos os agentes dá sempre valores astronómicos. Se somarmos a dívidas das empresas do Psi20, qual conclusão sobre este valor absoluto? Pode ser apenas uma expressão da sua dimensão. Quanto valem os ativos? Qual a taxa de rendimento dos ativos? Dá para pagar os juros, amortizar dívida e investir no crescimento?
Um exemplo a Portucel: Tem dívida (600 M), pagou os juros do custo capital e reduziu a dívida num ano num valor superior a € 150 M. Prepara-se para investir em Moçambique. Na minha opinião tem uma dívida saudável. A dívida agrega em Portugal atividades de internacionalização.
O importante é a chamada dívida liquida dos agentes numa visão internacional, que é o balanço entre os capitais colocados no exterior de residentes e os capitais emprestados aos agentes residentes por não residentes. Este valor está nos 100% do PIB. Só podemos dizer que é elevado em comparação com outros países e quando se quebra a confiança na capacidade do património gerar recursos para o amortizar e pagar os respetivos juros.
A dívida liquida das famílias e entidades financeiras está equilibrada e são geradoras de capacidade de financiamento do estado e empresas públicas, muito endividadas (125%) do PIB e os seus patrimónios ou serviços prestados não geram rendimento, mas sim défice.
Na minha opinião é necessário resolver as dívidas dos agentes públicos e fica todo o sistema saudável.
O INE publica trimestralmente os contributos destes agentes em termos da capacidade de financiamento da economia. É positiva nas famílias e empresas financeiras e muito negativa no Estado. Temos de pedir emprestado, lá fora, cerca de 7% todos os anos para o serviço da dívida. Este valor corresponde ao aumento da dívida, significando que não geramos rendimento para pagar os juros, com todo o património.
A solução tem de passar por baixar custos, reduzir consumos publicos ou inovar de forma a que os agentes consigam como mesmos ativos obter mais rendimento de forma a pagar os juros e começar a amortizar a dívida.
A perda de confiança dos emprestadores a isso nos levará. A Troika é apenas uma forma suave de o fazermos.
Uma familia tem os ativos e os passivos, claro que o importante é o património liquido. Exemplo: Uma familia com um crédito à habitação de € 50k, a casa vale 100 K, e ganha por ano brutos € 25 k. Está endividado 200% do rendimento.Parece critico mas podemos dizer que tem uma situação saudavel, tem património liquido de € 50k e uma renda mensal para pagar a prestação de € 200.
Num país se somarmos as dívidas de todos os agentes dá sempre valores astronómicos. Se somarmos a dívidas das empresas do Psi20, qual conclusão sobre este valor absoluto? Pode ser apenas uma expressão da sua dimensão. Quanto valem os ativos? Qual a taxa de rendimento dos ativos? Dá para pagar os juros, amortizar dívida e investir no crescimento?
Um exemplo a Portucel: Tem dívida (600 M), pagou os juros do custo capital e reduziu a dívida num ano num valor superior a € 150 M. Prepara-se para investir em Moçambique. Na minha opinião tem uma dívida saudável. A dívida agrega em Portugal atividades de internacionalização.
O importante é a chamada dívida liquida dos agentes numa visão internacional, que é o balanço entre os capitais colocados no exterior de residentes e os capitais emprestados aos agentes residentes por não residentes. Este valor está nos 100% do PIB. Só podemos dizer que é elevado em comparação com outros países e quando se quebra a confiança na capacidade do património gerar recursos para o amortizar e pagar os respetivos juros.
A dívida liquida das famílias e entidades financeiras está equilibrada e são geradoras de capacidade de financiamento do estado e empresas públicas, muito endividadas (125%) do PIB e os seus patrimónios ou serviços prestados não geram rendimento, mas sim défice.
Na minha opinião é necessário resolver as dívidas dos agentes públicos e fica todo o sistema saudável.
O INE publica trimestralmente os contributos destes agentes em termos da capacidade de financiamento da economia. É positiva nas famílias e empresas financeiras e muito negativa no Estado. Temos de pedir emprestado, lá fora, cerca de 7% todos os anos para o serviço da dívida. Este valor corresponde ao aumento da dívida, significando que não geramos rendimento para pagar os juros, com todo o património.
A solução tem de passar por baixar custos, reduzir consumos publicos ou inovar de forma a que os agentes consigam como mesmos ativos obter mais rendimento de forma a pagar os juros e começar a amortizar a dívida.
A perda de confiança dos emprestadores a isso nos levará. A Troika é apenas uma forma suave de o fazermos.
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Eu estava a referi-me ao défice externo bruto. Aquilo que as famílias,empresas e estado devem. Pensava ter sido claro. Claro que o crescimento da divida nem sempre e mau... Olha para o caso do crescimento da publica nos últimos tempos ... Tem impedido a falência do país no imediato lol
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Oberon__ Escreveu:Mcmad Escreveu:Vê o País como uma família no seu todo e já vais perceber . Depois pesquisa como e composta a riqueza dessa família anualmente dado pelo pib e vais perceber ainda melhor...
Ehehehe, tá ok. Vou ver se estudo e pesquiso mais um pouco para perceber melhor a riqueza desta família no seu todo e os pibs e todos esses bichos estranhos.
Ainda bem. Já estava a pensar que eras como a maioria de economistas, jornalistas e políticos que pensam que o dinheiro cai das arvores e que e só aumentar os gastos do estado que a economia desata a crescer ...
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Mcmad Escreveu:Vê o País como uma família no seu todo e já vais perceber . Depois pesquisa como e composta a riqueza dessa família anualmente dado pelo pib e vais perceber ainda melhor...
Ehehehe, tá ok. Vou ver se estudo e pesquiso mais um pouco para perceber melhor a riqueza desta família no seu todo e os pibs e todos esses bichos estranhos.
Mcmad Escreveu:Oberon__ Escreveu:Mcmad Escreveu:Oberon,, um maior endividamento das famílias e empresas torna a nossa situação mais insustentável .. Como vamos aguentar cortes de salários se estamos com pouco rendimento disponível? Não se prevê perdoes para já ao nível das dividas de particulares e empresas logo a situação e muito difícil de se gerir.bem sei que não somos os únicos com este défice externo bruto mas estamos mais sensíveis face a falta de financiamento a economia. Penso que nem os gregos tem um défice bruto destes... A nossa pii esta nos 112%do pib mas temos devedores muito duvidosos...
Os números apresentados constituem dívida não consolidada, e q nada nos diz acerca de défice externo ou balanças de pagamentos. No limite podes bem ter um aumento deste défice bruto (cm lhe chamas)e uma diminuição do défice externo. Não vejo a relevância, em termos macro, destes números apresentados na notícia em questão. No entanto, como não me considero um génio macroeconómico, apenas alguém que até tem alguns conhecimentos, estava na esperança que me explicasses a relevância económica ou macroeconómica destes números. Numa primeira análise diria que não servem para nada, sem a existência de informação complementar. E mesmo existindo informação complementar, como por exemplo défice externo, continuo sem perceber a sua relevância... Daí que te pergunte, visto que iniciaste um post com essa notícia, qual a análise que fazes destes números?
Fui explicito. O endividamento das famílias e empresas torna a situação mais insustentável . Quem não percebeu foste tu. Já agora segundo o teu ponto vista qual a importância da divida publica ?
Ok. Não era minha intenção melindrar-te. Apenas queria ter uma discussão agradável acerca de macroeconomia. Se foste explícito, e fui eu quem não percebeu, então faço um mea culpa.
Como última nota, visto que este "diálogo" não parece estar a ter bom rumo, quero apenas alertar-te para o facto de dívida externa não estar nem sequer perto dos 400% do produto... Aliás, presumo eu que te estivesses a referir à divida externa, pq tu referes défice externo, mas não esclareces onde se verifica o défice. Presumo que pelo envolvimento da notícia te estivesses a referir à dívida externa (e nesse contexto, 400% é um perfeito disparate).
Alerto também para o facto de, por si só, o endividamento das famílias e empresas aumentar não é propriamente mau, até pode ser bom. Carece de análise adicional. Mas no caso fala-se de uma diminuição do endividamento desses agentes, o que até deveria positivo, digo eu

Espero ter ajudado a alterar algumas das tuas certezas, ou pelo menos, a incentivar-te para um conhecimento mais profundo de macroeconomia.
Abraço
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