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Caldeirão da Bolsa

"Temos de ir buscar o FMI"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Automech » 1/11/2010 13:05

mais_um Escreveu:
Mas tenho algumas duvidas que os partidos da esquerda (PCP/BE e verdes) não aprovem uma moção de censura do PSD ou CDS/PP, penso que o odio ao Socrates é maior do que ver o PSD com maioria absoluta. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


Até porque todos têm e beneficiar com os despojos do PS...
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por mais_um » 1/11/2010 13:01

Ulisses Pereira Escreveu:
O que te leva a pensar que o BE e o PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo?


Maisum, Se a memória não me atraiçoa, nunca na história da nossa democracia a esquerda votou a favor de uma moção de censura apresentada pela direita. Não creio que vá ser diferente.

Aliás, creio mesmo que a solução passará por esperar que um dos partidos de esquerda apresentem a moção de censura pois aí já votarão favoravelmente. É uma opinião muito pessoal mas que só a poderemos ver em meados de 2011.

Um abraço,
Ulisses


Desde que há governos constitucionais só por uma vez uma moção de censura foi aprovada, foi quando o 1ºgoverno do Cavaco caiu.

Mas tenho algumas duvidas que os partidos da esquerda (PCP/BE e verdes) não aprovem uma moção de censura do PSD ou CDS/PP, penso que o odio ao Socrates é maior do que ver o PSD com maioria absoluta. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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por Automech » 1/11/2010 12:48

Há sérias reservas sobre o (des)controlo das contas públicas
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por PC05 » 1/11/2010 12:33

Orçamento praticamente aprovado e juro das obrigações do Tesouro a 10 anos a não conseguir descolar dos 6% (5.97%)!!!! Se não é agora que desce quando será!!?

cumprs
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por Ulisses Pereira » 29/10/2010 17:48

O que te leva a pensar que o BE e o PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo?


Maisum, Se a memória não me atraiçoa, nunca na história da nossa democracia a esquerda votou a favor de uma moção de censura apresentada pela direita. Não creio que vá ser diferente.

Aliás, creio mesmo que a solução passará por esperar que um dos partidos de esquerda apresentem a moção de censura pois aí já votarão favoravelmente. É uma opinião muito pessoal mas que só a poderemos ver em meados de 2011.

Um abraço,
Ulisses
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por Automech » 29/10/2010 17:19

Ulisses Pereira Escreveu:A solução mais óbvia para o PSD seria mesmo a abstenção e depois das eleições presidenciais fazer cair o Governo e acreditar que vence as eleições. Mas há aqui um senão...

É que BE e PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo por parte do PSD. E creio que a chave da questão passa pelo BE ou PCP eles próprios apresentarem uma moção de censura ao Governo. E vai ser curioso como vai ser a extrema esquerda que poderá mudar os destinos do país.

Um abraço,
Ulisses


Todos vão querer os destroços do PS, incluindo o BE e o PCP.

O PSD está a ver como chega a Maio com maior popularidade: se chumba o orçamento, permitindo a vitimização do PS, o que os pode prejudicar, se se abstem, sabendo que as contas publicas estão longe de estarem controladas e em Maio provavelmente estaremos pior.

A questão, de facto, no caso de em Maio se prever uma maioria de direita, é se o BE e o PCP aprovam um moção.

Mas caso não o façam o futuro presidente tem uma palavra na matéria (embora só 6 meses depois da eleição) podendo dissolver a AR.

É um autêntico jogo de xadrez.
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por Trisquel » 29/10/2010 17:01

Ulisses Pereira Escreveu:A solução mais óbvia para o PSD seria mesmo a abstenção e depois das eleições presidenciais fazer cair o Governo e acreditar que vence as eleições. Mas há aqui um senão...

É que BE e PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo por parte do PSD. E creio que a chave da questão passa pelo BE ou PCP eles próprios apresentarem uma moção de censura ao Governo. E vai ser curioso como vai ser a extrema esquerda que poderá mudar os destinos do país.

Um abraço,
Ulisses


Mesmo que a moção passe ainda podemos ter o cenário de novas eleições com o PSD a não conseguir uma maioria absoluta mesmo com a ajuda do CDS.

só se invertem os pretagonistas e tudo fica na mesma ou pior!
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por NGRO » 29/10/2010 16:55

crg Escreveu:
Ulisses Pereira Escreveu:Quem defende a vinda do FMI depois não pode queixar-se quando, em vez de cortes de salários entre 3 e 10% tivermos entre 10% e 20% e, por exemplo, se cortar também o 13º mês.

A não aprovação deste Orçamento obriga a manter-se o Orçamento anterior (com regime de duodécimos). Isso, naturalmente, fará com que o défice não diminua, bem pelo contrário, já qu eo Orçamento anterior era muito mais despesista.


Parece-me que essa hipótese não se coloca, visto que não aprovação deste Orçamento obriga de imediato a vinda do FMI.

O problema é que que aprovação deste Orçamento não garante a não vinda do FMI, mesmo a prazo relativamente curto e, nesse caso, teremos que somar aos inconvenientes deste orçamento os cortes do FMI, nessa altura mais acentuados ainda em virtude de nesse alegado momento a situação financeira e económica se encontrar mais degradada do que neste momento.



Não compreendo como se pode defender a vinda do FMI, os efeitos da vinda vão durar décadas e ter efeitos tremendos a nível do investimento estrangeiro que já é diminuto e da credibilidade das instituições financeiras (e não só) internacionais. Mais, o problema do crescimento económico vai ter que ser resolvido por nós.

Penso que o futuro só nos poderá voltar a sorrir com um pacto de longo prazo entre PS e PSD sobre as finanças públicas.

Se o FMI vier não se admirem que na equipa de 5 macacos que aí vêm 2 sejam portugueses. Sim, porque temos excelentes técnicos!

O pior é que todos os grandes comentadores e economistas que se pronunciam é que já quase todos nos governaram e o resultado é o que é:

- Cavaco Silva;
- Medina Carreira;
- Braga de MAcedo;
- Pina Moura;
- Eduardo Catroga;
- Silva Lopess;
- Mira AMaral;
- Daniel Bessa;
- Ferreira Leite;

E agora quem é que lá vão por no futuro?

Já só falta o António Borges, de resto nas fileiras do PSD e PS só migram tótós.

Se não vejam, quem é que o PSD foi buscar para negociar agora com o PS?
 
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por migluso » 29/10/2010 16:42

Ulisses Pereira Escreveu:... E vai ser curioso como vai ser a extrema esquerda que poderá mudar os destinos do país.

Um abraço,
Ulisses


Então, venha o FMI... E já, antes que seja tarde... :)
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por mais_um » 29/10/2010 16:39

Ulisses Pereira Escreveu:É que BE e PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo por parte do PSD.


O que te leva a pensar que o BE e o PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo?
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por Ulisses Pereira » 29/10/2010 16:36

A solução mais óbvia para o PSD seria mesmo a abstenção e depois das eleições presidenciais fazer cair o Governo e acreditar que vence as eleições. Mas há aqui um senão...

É que BE e PCP inviabilizariam uma moção de censura ao Governo por parte do PSD. E creio que a chave da questão passa pelo BE ou PCP eles próprios apresentarem uma moção de censura ao Governo. E vai ser curioso como vai ser a extrema esquerda que poderá mudar os destinos do país.

Um abraço,
Ulisses
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por crg » 29/10/2010 16:27

Ulisses Pereira Escreveu:Quem defende a vinda do FMI depois não pode queixar-se quando, em vez de cortes de salários entre 3 e 10% tivermos entre 10% e 20% e, por exemplo, se cortar também o 13º mês.

A não aprovação deste Orçamento obriga a manter-se o Orçamento anterior (com regime de duodécimos). Isso, naturalmente, fará com que o défice não diminua, bem pelo contrário, já qu eo Orçamento anterior era muito mais despesista.


Parece-me que essa hipótese não se coloca, visto que não aprovação deste Orçamento obriga de imediato a vinda do FMI.

O problema é que que aprovação deste Orçamento não garante a não vinda do FMI, mesmo a prazo relativamente curto e, nesse caso, teremos que somar aos inconvenientes deste orçamento os cortes do FMI, nessa altura mais acentuados ainda em virtude de nesse alegado momento a situação financeira e económica se encontrar mais degradada do que neste momento.
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por MiamiBlue » 29/10/2010 16:15

A situação atingiu tal dimensão que actualmente precisávamos de um orçamento a todo o custo. Considero que seria de loucos a não aprovação do actual PÉSSIMO orçamento.
Mas a aprovação só servirá para apagar um fogo que ameaça consumir-nos a todos de imediato. No entanto, para haver a fuga ao FMI e a uma potencial ligeira recuperação da economia a médio prazo, será preciso uma outra Liderança e uma nova estratégia de desenvolvimento.
Politicamente o país foi engano e a situação grave económica que o mundo se encontrava, tornou-se num desastre em Portugal. Os políticos decidiram governar-se em vez de nos governarem.. Perderam-se dois anos de políticas sérias e inteligentes e agora o fogo cercou-nos. O desespero é tal, que já aceitámos qualquer orçamento. A desgovernação dos últimos 2 anos foi catastrófica..
Vai ter que se sacrificar muita gente para recuperar o país. Infelizmente, para não variar, serão os mais pobres a sofrer. Eu pessoalmente sei que vou sofrer, espero unicamente que pelo menos o meu esforço seja para atingir determinado fim e que me falem VERDADE. …VERDADE.. algo que deveria ser o normal mas que actualmente é raro.
Precisámos que se efectue uma reorganização total da estrutura do Estado.
Precisámos de um orçamento base zero.
Precisámos de que se direccione todo o dinheiro disponível para investimentos produtivos e para quem merece ser apoiado.
Precisámos de… tanta, tanta coisa..
Precisámos de quem nos LIDERE e nos FALE VERDADE.
Um orçamento é o indispensável, o pior é que falta tudo o resto..
 
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por migluso » 29/10/2010 15:44

Depois de ler ontem que o prof. Silva Lopes afirmou que a vinda do FMI significaria mais redução de despesa e alterações na Lei Laboral, não sei até que ponto a sua vinda não seria positiva.

A aprovação do orçamento para 2011 é uma outra questão. Na minha opinião o PSD deve abster-se.
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por pepi » 29/10/2010 15:44

Ulisses Pereira Escreveu:Quem defende a vinda do FMI depois não pode queixar-se quando, em vez de cortes de salários entre 3 e 10% tivermos entre 10% e 20% e, por exemplo, se cortar também o 13º mês.


Pois é Ulisses, mas quem nos últimos anos não foi capaz de fazer as reformas estruturais necessárias, porquê é que vai ser capaz de as fazer agora?

Ontem o dr. Silva Lopes admitiu que utilizou a desculpa do FMI para realizar reformas que anteriormente não havia sido capaz de as fazer...

Abs
 
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por Ulisses Pereira » 29/10/2010 15:33

Venha o FMI o mais depressa possível!


Quem defende a vinda do FMI depois não pode queixar-se quando, em vez de cortes de salários entre 3 e 10% tivermos entre 10% e 20% e, por exemplo, se cortar também o 13º mês.

A aprovação deste Orçamento só vai criar um buraco maior e demorará mais anos a sair dele!



A não aprovação deste Orçamento obriga a manter-se o Orçamento anterior (com regime de duodécimos). Isso, naturalmente, fará com que o défice não diminua, bem pelo contrário, já qu eo Orçamento anterior era muito mais despesista.
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por mfsr1980 » 29/10/2010 15:25

Venha o FMI o mais depressa possível!
Este governo já deu provas que só está disponível para tratar dos seus interesses!
A aprovação deste Orçamento só vai criar um buraco maior e demorará mais anos a sair dele!
 
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por Automech » 29/10/2010 8:14

7 passos da intervenção do FMI

O nervosismo dos mercados em relação a um eventual chumbo do Orçamento do Estado está a multiplicar o número de vozes que admitem a entrada do FMI em Portugal. Caso este cenário se verifique, serão estes os passos que o País terá de atravessar.

1. Formulação do pedido oficial de ajuda

O Fundo Monetário Internacional (FMI) só actua se houver um pedido expresso de um dos seus membros nesse sentido. E apenas se a situação do país que solicita esta ajuda for realmente complicada no que diz respeito a dificuldades, nomeadamente no campo do financiamento externo. Com a criação do Fundo Europeu para a Estabilidade Financeira, o apoio que o FMI presta aos países da União Europeia passou a ser feito em conjunto pelas duas entidades. Uma situação que se verificou pela primeira vez no apoio que foi concedido à Grécia no Verão.

2. Análise da situação em que está o país

Assim que é apresentado um pedido formal de auxílio, os técnicos do FMI analisam a situação do país. O apoio só é dado se estiverem reunidas uma série de condições, nomeadamente se o país tem problemas graves de financiamento externo, como se poderá vir a verificar em Portugal, caso o Orçamento do Estado seja chumbado e os juros pedidos pelos investidores para comprar a dívida soberana portuguesa dispararem. Só se estes critérios se verificarem é que a entidade liderada por Dominique Strauss-Kahn avança para o resgate.

3. Envio de uma equipa do FMI ao terreno

A partir do momento em que é desencadeado o processo de ajuda, o Fundo envia para o território uma equipa de técnicos e especialistas, que acompanham e avaliam no local a situação financeira de quem pede ajuda. A missão desta equipa é trabalhar em conjunto com o Governo no sentido de identificar os principais problemas do país e as medidas de austeridade que terão de ser aplicadas para que o FMI aceite conceder um empréstimo de resgate. É aqui que se definem as já famosas medidas "draconianas" de consolidação das contas.

4. Assinatura de um contrato de resgate

Depois de definidos os termos e as condições para a ajuda do Fundo, compete ao Governo redigir um memorando de entendimento a ser assinado com o FMI, em que se detalham todos as condições em que será efectuado o empréstimo. É neste documento que têm de constar as medidas "draconianas" - que normalmente passam por corte de salários e de investimento público, ou pelo aumento de impostos ou da idade de reforma - bem como os montantes emprestados, as condições de pagamento e as metas de recuperação financeira.

5. Efectivação da concessão do empréstimo

Só depois de acertado o memorando de entendimento é que o Fundo concede o empréstimo de resgate. Normalmente os contratos firmados com o FMI têm uma duração de três anos, um período que pode ser alargado, tal como já admitiu Strauss-Kahn no que diz respeito à Grécia. A partir do momento em que o empréstimo é concedido, o efeito é quase imediato nos juros da dívida soberana. No entanto, a intervenção do FMI retira grande parte da credibilidade de um país em termos de mercados internacionais nos anos que se seguem.

6. Vigilância da evolução económica

Ao longo de todo o tempo que dura o prazo do contrato de resgate financeiro há um acompanhamento permanente por parte dos responsáveis do Fundo à situação do país. As equipas do FMI têm acesso a todos os dados económicos e financeiros internos, passando o Fundo a controlar toda a evolução económica do país. Caso a recuperação não corra como previsto, o FMI pode mesmo impor mais alterações às condições estipuladas inicialmente, por forma a garantir que a consolidação das contas públicas se verifica.

7. Juros agravam factura da dívida ao Fundo

Uma intervenção do FMI tem, inevitavelmente, uma factura associada. Desde logo o pagamento do montante acordado, com uma taxa de juro estabelecida no momento do empréstimo. O pagamento é feito através de prestações anuais desde o momento da concessão do apoio, o que obriga - de acordo com o que se tem verificado - os governos a arranjar uma receita extraordinária para garantir o pagamento. Além desta factura, há ainda outro custo: o dos efeitos da aplicação das medidas "draconianas" em termos de crescimento e do seu impacto social.


http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... nomia%2529[/quote]
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António Borges é o director do Departamento Europeu do FMI

por LTCM » 26/10/2010 20:33

26 Outubro 2010 | 20:25
AnaLuísa Marques - anamarques@negocios.pt

O anúncio foi feito pelo próprio director-geral do fundo, Dominique Strauss-Kahn. António Borges, que substitui no cargo Marek Belka, assume funções no final de Novembro.
Em comunicado, o Fundo Monetário Internacional anuncia que Dominique Strauss-Kahn nomeou António Borges, antigo vice-presidente do Partido Social de Democrata, para director do Departamento Europeu do fundo.

António Borges, que actualmente ocupa o cargo de presidente do hedge fund Standards Board em Londres, vai substituir no cargo Marek Belka. Belka abandonou o Fundo Monetário Internacional no início deste ano para assumir a função de governador do Banco Central da Polónia.

De acordo com o comunicado do Fundo Monetário Internacional, António Borges irá iniciar funções no final do próximo mês de Novembro.

"António Borges oferece uma excelente combinação de sector público, sector privado e experiência académica e provou que tem capacidades de liderança estratégica e organizacional. Nesta altura crítica, é a pessoa ideal para assumir o trabalho do FMI na Europa", afirmou Dominique Strauss-Kahn em comunicado a propósito da nomeação de António Borges.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por Automech » 22/10/2010 13:46

Obrigado pelo resumo Risco. Sempre quero ver como é que descalçamos a bota...
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por RiscoCalculado » 22/10/2010 13:40

Risco, sabes se nesses casos que foram apontados pelo LCC houve sempre desvalorização da moeda ?


A Argentina já estava sob o auxílio do FMI e mantinha ainda uma tx cambio fixa vs usd (em 2001) .
o Governo tentou resolver a situação controlando as contas públicas, nomeadamente através do aumento de impostos que sufocaram a economia (já de si em más condições) .
Em Jan 2002 a desvalorização ocorreu após o default.


Na Rússia em 1998 um pacote de auxílio do FMI foi aprovado (em Jul 98) como forma de tentar estabilizar a situação e converter divida de curto prazo cuja maturidade se aproximava em divida de longo prazo. As autoridades tentaram manter o rublo numa banda de flutuação não muito larga ainda que tivessem sido aconselhadas por alguns economistas ( e tb por Soros) a deixar a moeda desvalorizar. Apenas em Agosto começou a depreciação , (imposta pelo mercado) que foi impossível de evitar. No início de Set o B.Central abandonou o suporte à moeda.



Na Coreia do Sul o FMI não instruiu no sentido de defender a moeda a todo o custo , no entanto , aconselhou a subida das taxas de juro (como forma de tentar impedir a fuga de captais) e o aperto orçamental ( ainda q o problema na Coreia tivesse muito pouco ou nada a ver com défices ou dívida pública) . Como consequência a moeda acabou mesmo por crashar, ainda que posteriormente tenha recuperado...
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por Automech » 22/10/2010 9:44

E há a questão de não termos moeda própria, o que limita muito a receita.

Risco, sabes se nesses casos que foram apontados pelo LCC houve sempre desvalorização da moeda ?
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por RiscoCalculado » 22/10/2010 9:24

Luis Campos e Cunha ontem ( 21 Out 2010) no "Contas à Vida" (da TVI24) sobre a possível intervenção do FMI em Portugal :

"Eu espero que não seja necessário. Seria muito mau sinal que tivéssemos o FMI .
Eu não tenho aliás grande apreço pelo trabalho de estabilização macroeconómica que o FMI tem desempenhado . Todos os casos que eu conheço de perto: da Argentina , da Turquia , da Rússia , da Coreia do Sul foram desastres sucessivos . O único caso aliás verdadeiramente de sucesso é o caso de Portugal em 1983 e em certo sentido foi mais APESAR do FMI que por causa dele ... "
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por crg » 21/10/2010 14:12

Essa da preocupação com o prestigio só pode ser para rir. Um país onde grassa a miséria, a qual se vai agravar enormemente, quer simular ter prestigio! Só se for para iludir alguns tugas.
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por Automech » 21/10/2010 13:32

alexandre7ias Escreveu:
Se isso acontecer não será um drama, nem será desprestigiante para o país», concluiu Pina Moura.


Eu também não vejo como nenhum drama a vinda do FMI. Agora que é desprestigiante é.
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