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Caldeirão da Bolsa

Roubini não descarta colapso da união monetária europeia

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Woodhare » 6/3/2009 14:25

Sim BrancO mas uma pessoa que não tenha casa nem dinheiro tem mais dificuldade em reintegrar-se no mercado de trabalho do que uma que tenha.

Isso é um bocado como dizer a alguém que tenha um AVC que em vez de ser socorrido deve começar a fazer exercício físico, mudar de alimentação parar de fumar, etc. A mim parece-me que deve ser socorrido primeiro e depois mudar de vida.

Também é verdade que infelizmente o dinheiro arrecadado em impostos vai primeiro para os que não precisam e só se chegar vai para os que precisam.
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por Ulrich » 6/3/2009 13:57

Boa tarde,
Sem fazer juízos de valor,considero o Roubini uma personagem interessante.
Ele está a "surfar" a onda que foi criada,crise profunda + imprensa ávida de sangue,já existiram outros como ele antes e existirão outros no futuro.
Ele mantém uma certa coerência no discurso o que já não é mau.
O diagnóstico já está mais que feito, tudo o que se faz nesta linha de pensamento são análises factuais.
Na minha perspectiva, a linha do "fim do mundo está a bater à porta" tem um mérito, o de mostrar para todos nós interiorizar-mos e sobretudo nos convencer-mos de que o mundo de relativa facilidade de vida e criação de riqueza, não só acabou,como nunca existiu.
O trabalho , além de limpeza e reestruturação económica e financeira,os líderes terão de fazer o papel de mau da fita e dizer o que as pessoas não gostam (ainda acredito que seja possível :roll:).
Todas as medidas para reavivar a economia mundial terão de ser consertadas a nível global .
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por Branc0 » 6/3/2009 12:31

Woodhare Escreveu:O problema em relação a salvar bancos e susídio de desemprego adaptado à época de crise é que por um lado temos o aspecto puramente económico ou seja se não se fizesse nada muita gente iria perder dinheiro e ficar na miséria mas eventualmente os mercados iriam recuperar, isto claro descartando as implicações políticas e assumindo que a democracia sobreviveria ao laissez-faire numa situação destas.

Mas depois há o lado prático que é o de que haveria muitas pessoas em situação de exclusão social grave, pessoas eventualmente a morrer de fome em países civilizados e por aí fora.


O horror, o drama, a tragédia... a não ser que... fossem trabalhar?

Se calhar era por isso que não tinham tempo para deitar abaixo o governo. Basta estudar um pouco de história, este tipo de estimulos e subsidios são bem recentes (o Keynes não foi contemporâneo de Cristo) e portanto basta analisar crises financeiras no século XIX para ver o resultado da não intervenção do Estado na economia... pasmem-se os mais incrédulos, o mundo continuou a girar, os desempregados encontraram emprego e os investidores voltaram a aplicar capital.

As pessoas continuam a ter necessidades para satisfazer e para isso continuam a ter que produzir, apenas precisam que o mercado lhes diga onde os recursos deles serão melhor aproveitados para se poderem deslocar para essas áreas. Claro que, mais uma vez, o Estado tenta ao máximo através das suas intervenções que as pessoas não tenham esta informação, alías a unica informação relevante que chega é de que se pode ganhar um subsidio sem fazer nada portanto é melhor estar quieto enquanto o governo não parar de brincar ao monopólio, infelizes daqueles que vêm o subsidio a chegar ao fim sem o Estado parar de arruinar a economia.
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por Woodhare » 6/3/2009 12:14

O problema em relação a salvar bancos e susídio de desemprego adaptado à época de crise é que por um lado temos o aspecto puramente económico ou seja se não se fizesse nada muita gente iria perder dinheiro e ficar na miséria mas eventualmente os mercados iriam recuperar, isto claro descartando as implicações políticas e assumindo que a democracia sobreviveria ao laissez-faire numa situação destas.

Mas depois há o lado prático que é o de que haveria muitas pessoas em situação de exclusão social grave, pessoas eventualmente a morrer de fome em países civilizados e por aí fora.


Eu penso que quando se sair da crise é que faz sentido questionar e mudar o modelo de governação interventivo e até que ponto por exemplo é que vale a pena baixar taxas de juros para evitar recessões que se pagarão a dobrar ou a triplicar mais tarde no longo prazo.
Editado pela última vez por Woodhare em 6/3/2009 14:43, num total de 1 vez.
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por djovarius » 6/3/2009 11:04

Bom dia,

Com aquele tipo de soluções, temo e lamento se assim for, que o nosso querido prof. Roubini esteja a se preparar para um "lugarinho" no FMI ou Banco Mundial.
Os Consultores destas Instituições ganham muito $$$$ e prestígio, daí...

Estimular artificialmente o consumo é insistir que o problema está aí, quando afinal os níveis de produção é que se tornaram desadequados face aos investimentos errados, frutos da extrema liquidez, aliás, a qual poderá voltar em força, graças ao novo experimentalismo dos EUA e do Reino Unido...

Abraço

djovarius
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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por CAGGP » 6/3/2009 4:03

pois é bossas. ao menos sempre se encontram pessoas que não são enganadas pela cortina de fumo dos politicos, banqueiros e mass media. Há algum tempo que comecei a procurar por individuos que viram a bolha do imobiliário e do crédito e que consequentemente previram o crash que se seguiria.

No entanto, por estas bandas só se fala do Roubini. Os jornalistas de cá só vêm o que lhes é dado por outros. limitam-se a reciclar noticias.

De resto concordo consigo. o Roubini identifica os riscos mas falha nas soluções. Mas ele é o único que aparece nos media porque ele advoga ainda mais intervenção estatal.

Aqueles que advogam um mercado livre, governos mais pequenos e um sistema monetário sustentável (com base em ouro, como já foi no passado), desses ninguem fala. E o duo Obama e Brown cheira-me que vai dar a estocada final na economia mundial.
 
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por bossas » 5/3/2009 21:16

DOW Escreveu:Fartos?? então mas não foi este senhor que preveu esta crise enquanto muitos olhavam para o lado e lhe chamavam maluco? :roll:


Prefiro outros que disseram o mesmo há muitos anos atrás (não apenas depois do boom) e que são muito mais coerentes do que Roubini.

Obrigado ao Crómio por ter partilhado o resto dos 6 disparates.

Curiosamente, ainda hoje partilharam comigo um excerto que continha uma referência exactamente a 6 áreas e medidas e as suas consequências.

Aqui deixo:

1. Prevent or delay liquidation. Lend money to shaky businesses, call on banks to lend further, etc.

2. Inflate further. Further inflation blocks the necessary fall in prices, thus delaying adjustment and prolonging depression. Further credit expansion creates more malinvestments, which, in their turn, will have to be liquidated in some later depression. A government "easy money" policy prevents the market's return to the necessary higher interest rates.

3. Keep wage rates up. Artificial maintenance of wage rates in a depression insures permanent mass unemployment. Furthermore, in a deflation, when prices are falling, keeping the same rate of money wages means that real wage rates have been pushed higher. In the face of falling business demand, this greatly aggravates the unemployment problem.

4. Keep prices up. Keeping prices above their free-market levels will create unsalable surpluses, and prevent a return to prosperity.

5. Stimulate consumption and discourage saving. We have seen that more saving and less consumption would speed recovery; more consumption and less saving aggravate the shortage of saved-capital even further. Government can encourage consumption by "food stamp plans" and relief payments. It can discourage savings and investment by higher taxes, particularly on the wealthy and on corporations and estates. As a matter of fact, any increase of taxes and government spending will discourage saving and investment and stimulate consumption, since government spending is all consumption. Some of the private funds would have been saved and invested; all of the government funds are consumed.[15] Any increase in the relative size of government in the economy, therefore, shifts the societal consumption-investment ratio in favor of consumption, and prolongs the depression.

6. Subsidize unemployment. Any subsidization of unemployment (via unemployment "insurance," relief, etc.) will prolong unemployment indefinitely, and delay the shift of workers to the fields where jobs are available.


Penso que a análise de Roubini quanto aos riscos está correcta e que as medidas são um perfeito disparate.
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por Woodhare » 5/3/2009 21:06

Existem inúmeros profetas para todas as desgraças, existe um que tem a sorte de acertar na desgraça certa mas como se costuma dizer um raio não cai duas vezes no mesmo sítio.

Se bem me lembro o Greenspan também dizia a mesma coisa. Em relação ao mercado imobiliario.
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por Crómio » 5/3/2009 20:59

Podes estar farta do homem, mas não lhe devias cortar o pio ao final do artigo.


:mrgreen:
Em quarto lugar, os legisladores devem obrigar a banca a retomar a concessão de crédito. Em quinto lugar, os governos de economias afectadas pela crise no mercado imobiliário devem introduzir uma redução geral no valor das dívidas hipotecárias para aliviarem a pressão sobre os agregados familiares insolventes. Por último, os principais accionistas devem aprovar uma duplicação imediata da base de capital do FMI, para que o Fundo possa estender a sua ajuda efectiva aos mercados emergentes que estão com problemas de liquidez.

Roubini ganhou o epíteto de adivinho da pior crise económica e financeira desde a Grande Depressão depois de em 2005 ter advertido para o facto de o “boom” especulativo no mercado imobiliário norte-americano poder levar a uma crise económica.

O economista juntou-se assim à lista de outros “profetas da desgraça” que ficaram célebres por preverem rumos totalmente inesperados e que se revelaram correctos.

Roubini tem 50 anos e os textos de opinião que escreve para o Project Syndicate são publicados pelo Negócios.
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por DOW » 5/3/2009 20:54

Fartos?? então mas não foi este senhor que preveu esta crise enquanto muitos olhavam para o lado e lhe chamavam maluco? :roll:
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por Woodhare » 5/3/2009 20:52

Para levantar a moral :wink:

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Afinal os nossos antepassados atravessaram os oceanos de um lado ao outro porque é que nós não havemos de atravessar uma crise?
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Re: Roubini não descarta colapso da união monetária europeia

por bossas » 5/3/2009 20:46

Pata-Hari Escreveu:Outra vez o Roubini, sou só eu a estar farta de o ouvir?


Não :roll:

Principalmente pq mistura analises coerentes com as maiores asneiras :P
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Roubini não descarta colapso da união monetária europeia

por Pata-Hari » 5/3/2009 20:15

Outra vez o Roubini, sou só eu a estar farta de o ouvir?

Roubini não descarta colapso da união monetária europeia


05/03/2009


O economista Nouriel Roubini acredita que se pode evitar um colapso da união monetária europeia, mas considera que esse seria o verdadeiro teste à estabilidade do sistema.

Em entrevista à “Times Magazine”, quando questionado sobre a possibilidade de desmoronamento da união monetária da UE, Roubini referiu que não pensa que isso acontecerá, mas que a probabilidade de isso acontecer tem vindo a aumentar. “Neste momento, estamos a enfrentar uma situação em que muitos países estão com sistemas bancários demasiado grandes para irem à falência e também demasiado grandes para serem salvos”, afirmou.

“Se a Irlanda ou a Grécia estoirarem, existe já um compromisso da Alemanha e da França para resgatar esses países, porque eles sabem que se não o fizerem, a união monetária irá colapsar. Mas se for preciso resgatar também a Áustria e Itália, Portugal e Espanha, bem como a Bélgica e a Holanda, então penso que isso deixará de ser possível”, acrescentou o “chairman” da empresa de consultoria RGE Monitor.

Roubini, que é também professor na Universidade de Nova Iorque, declarou que o seu pior receio, neste momento, é que esta recessão em forma de U possa transformar-se em algo “muito mais feio”, ou seja uma Depressão em forma de L, ao estilo japonês – o que significa uma estagflação.

“Estamos na pior recessão mundial sincronizada dos últimos 60 anos. Se não tomarmos as devidas medidas, acabaremos perto de uma Depressão. Há seis meses, eu não quis usar este termo. Na altura, dizia que as probabilidades de uma quase Depressão eram de apenas 10%. Mas agora essa probabilidade subiu para cerca de 33%”, salientou Roubini na entrevista publicada anteontem na “Time Magazine”.

Sistema financeiro norte-americano está insolvente

Num texto de opinião hoje publicado na “Forbes”, Roubini chama a atenção de todos aqueles que dizem que o ritmo de crescimento da actividade económica está a entrar em terreno positivo. “Para aqueles que argumentam que as economias estão a contrair-se, mas a um ritmo mais lento do que no quarto trimestre de 2008, saliento que os últimos dados não confirmam este optimismo relativo”, escreveu o economista.

No mesmo artigo, Roubini volta a chamar a atenção para os perigos de uma Depressão global e diz que a actividade económica está ainda bastante negativa na Europa e no Japão e quase negativa nos EUA e na China.

“No que diz respeito aos Estados Unidos, os índices da actividade industrial elaborados pela Fed de Nova Iorque e pela Fed de Filadélfia mostram estar ainda em queda livre; os pedidos iniciais de subsídio de desemprego estão em níveis assustadores, sugerindo a aceleração do ritmo de despedimentos; e o aumento das vendas em Janeiro foi mais uma espécie de reacção a um Dezembro muito mau do que propriamente um sinal de recuperação sustentada”, acrescentou, salientando que “o sistema financeiro norte-americano está efectivamente insolvente”.

Seis áreas de cooperação mundial

Numa outra entrevista, concedida ao “South China Morning Post”, Roubini diz que os governos de todo o mundo têm de coordenar as suas políticas em seis áreas para revitalizarem a procura global e evitarem que da recessão se passe à Depressão.

Em primeiro lugar, os bancos centrais devem flexibilizar as suas políticas monetárias de forma mais drástica (comprando, por exemplo, mais tipos de títulos). Em segundo lugar, os governos – especialmente na Europa – têm de reforçar a despesa governamental para impulsionarem a procura. Em terceiro lugar, os governos devem fazer o que for necessário – incluindo nacionalizações a 100% - para sanearem os seus sistemas bancários.

Em quarto lugar, os legisladores devem obrigar a banca a retomar a concessão de crédito. Em quint...
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