Off-topic - Chavez no poder por tempo ilimitado!
Curioso, ainda há pouco na RTPN foram apresentados alguns números do antes/depois de Chavez e reparei que a divida publica da Venezuela são o oposto apresentado pelo Expresso.
Em que é que ficamos?! Podemos confiar em tudo que nos apresentam em tabelas ou gráficos?!
Esse jornal ainda há pouco tempo teve um episódio com um charlatão que ficará na história das anedotas da imprensa nacional.
Os números que mais me impressionaram da noticia da RTPN foram:
- Divida publica quase duplica dos 30 para acima dos 50% desde 1999, apesar do aumento da exportação do petróleo.
- O petróleo representa 90% das exportações do país. Para além do petróleo a Venezuela não vende quase nada.
- A pobreza ainda atinge 60% da população apesar da diminuição verificada ao longo dos mandatos de Chavez.
- O Estado tem um peso demolidor na economia depois das nacionalizações que contribuíram para a diminuição do desemprego.
O futuro como é evidente ninguém adivinha e o tempo fará justiça ao delegado de Chavez, mas não será surpresa nenhuma para o mundo se a Venezuela cair em desgraça ou até mesmo numa guerra civil, dada a divisão profunda e conhecida na sua sociedade em que o exercito tem muito poder.
Chávez violou os direitos humanos mais básicos
http://www.publico.pt/multimedia/video/ ... 306-233856
Com que então não é possível "contaminar" alguém com cancro?!
A quem pensa que não é possível recomendo que verifique se a cadeira onde se senta diáriamente não terá no seu estofo um pequeno frgamento de material radioactivo. A realidade é muitas vezes mais espantosa do que a ficção!
O Arafat também terá morrido de SIDA, dizem as más línguas, reforçando o boato de que era pedófilo homossexual no entanto o ano passado foram detectados resíduos de polónio em alguns dos seus pertences. A questão está a ser investigada e o seu corpo já foi exumado para o efeito.
O que sei é que certos líderes, porque se atravessam no caminho dos EUA, caem nop radar da comunicação social de referência e nunca por bons motivos enquanto que outros, bem piores, só lhes acontece o mesmo quando deixam de interessar e muitos anos depois dos factos.
Como é natural o chavismo só "funcionou" porque tinha petróleo no entanto outros regimes não funcionam apesar de terem petróleo. É uma questão de escolher o mal menor apesar de populista e algo demagogo no entanto só assim é que conseguiu sobreviver...
A quem pensa que não é possível recomendo que verifique se a cadeira onde se senta diáriamente não terá no seu estofo um pequeno frgamento de material radioactivo. A realidade é muitas vezes mais espantosa do que a ficção!
O Arafat também terá morrido de SIDA, dizem as más línguas, reforçando o boato de que era pedófilo homossexual no entanto o ano passado foram detectados resíduos de polónio em alguns dos seus pertences. A questão está a ser investigada e o seu corpo já foi exumado para o efeito.
O que sei é que certos líderes, porque se atravessam no caminho dos EUA, caem nop radar da comunicação social de referência e nunca por bons motivos enquanto que outros, bem piores, só lhes acontece o mesmo quando deixam de interessar e muitos anos depois dos factos.
Como é natural o chavismo só "funcionou" porque tinha petróleo no entanto outros regimes não funcionam apesar de terem petróleo. É uma questão de escolher o mal menor apesar de populista e algo demagogo no entanto só assim é que conseguiu sobreviver...
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Ainda Chávez
Um artigo de Owen Jones no insuspeito The Independent:
"Hugo Chávez tirou milhões da pobreza - e mesmo os seus adversários disseram que ganhou eleições forma justa e limpa
Se queremos aprender alguma coisa sobre direitos humanos na Venezuela antes de Hugo Chávez, basta googlar "Caracazo". É preciso ter um estômago forte. Em 1989, o então presidente Carlos Andrés Pérez ganhou as eleições apoiado por uma feroz base opositora das ideias de mercado livre: o FMI era uma "bomba de neutrões que matava pessoas, mas deixava os edifícios intactos", dizia ele. Mas após ter chegado ao palácio presidencial, deu uma dramática volta de noventa graus, implementando um programa de privatizações e aplicando uma terapia do choque neoliberal. Com a liberalização do preço dos combustíveis, estes aumentaram brutalmente, levando os venezuelanos empobrecidos para as ruas. Soldados abateram manifestantes a tiro. Morreram até 3000 pessoas, uma contagem de mortos horrível se comparada com a do massacre da Praça de Tiananmen - num país com 43 vezes menos pessoas.
Foi o seu golpe falhado contra o assassino e cada vez mais corrupto governo de Pérez, em 1992, que lançou Chávez para a fama. Apesar de preso, Chávez tornou-se um símbolo para os pobres da Venezuela, há longo tempo a sofrer. Quando ganhou de forma esmagadora as eleições de 1998 com a promessa de usar o dinheiro do petróleo para ajudar os pobres, Venezuela era um desastre. O rendimento per capita tinha regredido até valores de 1960. Um em cada três venezuelanos viviam com menos de 2 dólares por dia. Os proveitos do petróleo estavam reduzidos ao mínimo.
Ao longo dos próximos dias, vai ser repetido de forma sistemática que Hugo Chávez era um ditador. Um estranho ditador: desde 1998, houve 17 eleições e referendos no país. Podemos pensar que foram fraudulentos. Quando venceu por larga margem em 2006, o antigo presidente dos EUA, Jimmy Carter, esteve entre aqueles que disseram que ele tinha ganho de forma justa e limpa. Nas últimas eleições, em Outubro de 2012, Carter declarou que "posso dizer, a partir das 92 eleições que monitorizei, que o processo eleitoral na Venezuela é o melhor do mundo". Eu estive lá: podem pensar que eu sou como aqueles ingénuos esquerdistas ocidentais que visitavam as aldeias Potenkin na Rússia estalinista. Pertenci a uma comissão eleitoral verdadeiramente independente, composta por apoiantes e adversários de Chávez, que tinha sido anteriormente convidada pela oposição para supervisionar as suas eleições internas. Encontrámo-nos com importantes figuras da oposição que se manifestavam na rua contra Chávez, mas aceitaram que viviam em democracia. Quando perderam as eleições, aceitaram a derrota.
Justiça Social
Na verdade, o próprio Chávez também teve de aceitar a derrota: em 2007, perdeu um referendo, e não protestou os resultados. Antes de ele chegar ao poder, milhões de venezuelanos nem sequer estavam registados para votar: mas campanhas massivas de recenseamento praticamente duplicaram o eleitorado. Há mais 6000 mesas de voto agora do que havia antes de Chávez.
Por outro lado, as credenciais democráticas de muitos dos seus adversários certamente são questionáveis. Em 2002, um golpe ao estilo de Pinochet foi tentado contra Chávez, e apenas foi evitado por causa de um levantamento popular. Os media privados em geral apoiaram e incitaram abertamente ao golpe: imaginem que Cameron era afastado do n.º 10 de Downing Street por generais britânicos apoiados e incitados por estações televisivas de notícias. Mas os media na Venezuela são dominados por privados, alguns dos quais fazem parecer a Fox News esquerdistas ternurentos. A televisão pode ser justamente acusada de favorecer o governo, e talvez por isso apenas tenha uma audiência de 5,4%. Dos sete maiores jornais nacionais, cinco apoiam a oposição, e apenas um é apoiante do governo.
A verdade é que Chávez ganhou uma eleição após outra, apesar da muitas vezes viciosa hostilidade dos media, porque as suas políticas mudaram as vidas de milhões de venezuelanos que eram antes ignorados. A pobreza caiu de quase metade da população para 27,8%, enquanto a pobreza extrema baixou para quase metade. Seis milhões de crianças recebem diariamente refeições gratuitamente; o acesso aos cuidados de saúde gratuitos é quase universal; e os gastos com a Educação quase duplicaram em percentagem do PIB. O programa de alojamento lançado em 2011 conseguiu construir quase 350 000 casas, ajudando centenas de milhar de famílias que viviam em bairros da lata e casas degradadas. Alguns dos presumidos críticos estrangeiros deram a entender que Chávez efectivamente comprou os votos dos pobres - como se ganhar eleições em consequência de se ter criado maior justiça social fosse uma forma de suborno.
Alianças
Isto não significa que Chávez não possa ser criticado. A Venezuela já tinha uma alta taxa de criminalidade quando ele foi eleito, mas a situação piorou desde aí. Cerca de 20 000 venezuelanos morreram em crimes violentos em 2011: uma taxa de mortalidade inaceitável. Tanto como as drogas, a liberalização da posse de armas e a desestabilização provocada pela vizinhança da Colômbia, devemos culpar uma polícia fraca (e muitas vezes corrupta). Apesar de o governo estar a começar a constituir uma força policial nacional, o crime endémico é uma verdadeira crise. Quando falei com venezuelanos em Caracas, a assustadora falta de segurança foi um problema referido tanto por aliados como por adversários de Chávez.
E depois há a questão de algumas associações de Chávez a nível internacional. Apesar dos seus aliados mais próximos serem governos de esquerda da América Latina - quase todos defendendo Chávez de forma apaixonada das críticas oriundas do estrangeiro - ele também apoiou ditadores brutais no Irão, na Líbia e na Síria. Certamente prejudicou a sua reputação. É claro que no Ocidente não podemos acusar Chávez de consciência limpa. Apoiamos e armamos ditaduras como a da Arábia Saudita; o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair recebe 13 milhões de dólares da ditadura do Kazaquistão pelo seu trabalho. Mas a nossa própria hipocrisia não absolve Chávez da crítica.
A chamada Revolução Bolivariana era demasiado dependente da reputação de Chávez, e inevitavelmente a sua morte levanta questões sobre o que irá acontecer no futuro. Mas não duvidemos: Chávez era o democraticamente eleito campeão dos pobres. As suas políticas tiraram milhões da pobreza e da mais abjecta miséria. Ele representou um corte com anos de regimes corruptos e com um sinistro desempenho na área dos direitos humanos. Os seus êxitos foram atingidos sob a ameaça do um golpe militar, a agressividade hostil da imprensa e fortes críticas internacionais. Ele provou que é possível resisitir ao dogma neoliberal que exclui grande parte da humanidade. Ele será chorado por milhões de venezuelanos - e é difícil não entender porquê. "
http://arrastao.org/2769871.html
Um artigo de Owen Jones no insuspeito The Independent:
"Hugo Chávez tirou milhões da pobreza - e mesmo os seus adversários disseram que ganhou eleições forma justa e limpa
Se queremos aprender alguma coisa sobre direitos humanos na Venezuela antes de Hugo Chávez, basta googlar "Caracazo". É preciso ter um estômago forte. Em 1989, o então presidente Carlos Andrés Pérez ganhou as eleições apoiado por uma feroz base opositora das ideias de mercado livre: o FMI era uma "bomba de neutrões que matava pessoas, mas deixava os edifícios intactos", dizia ele. Mas após ter chegado ao palácio presidencial, deu uma dramática volta de noventa graus, implementando um programa de privatizações e aplicando uma terapia do choque neoliberal. Com a liberalização do preço dos combustíveis, estes aumentaram brutalmente, levando os venezuelanos empobrecidos para as ruas. Soldados abateram manifestantes a tiro. Morreram até 3000 pessoas, uma contagem de mortos horrível se comparada com a do massacre da Praça de Tiananmen - num país com 43 vezes menos pessoas.
Foi o seu golpe falhado contra o assassino e cada vez mais corrupto governo de Pérez, em 1992, que lançou Chávez para a fama. Apesar de preso, Chávez tornou-se um símbolo para os pobres da Venezuela, há longo tempo a sofrer. Quando ganhou de forma esmagadora as eleições de 1998 com a promessa de usar o dinheiro do petróleo para ajudar os pobres, Venezuela era um desastre. O rendimento per capita tinha regredido até valores de 1960. Um em cada três venezuelanos viviam com menos de 2 dólares por dia. Os proveitos do petróleo estavam reduzidos ao mínimo.
Ao longo dos próximos dias, vai ser repetido de forma sistemática que Hugo Chávez era um ditador. Um estranho ditador: desde 1998, houve 17 eleições e referendos no país. Podemos pensar que foram fraudulentos. Quando venceu por larga margem em 2006, o antigo presidente dos EUA, Jimmy Carter, esteve entre aqueles que disseram que ele tinha ganho de forma justa e limpa. Nas últimas eleições, em Outubro de 2012, Carter declarou que "posso dizer, a partir das 92 eleições que monitorizei, que o processo eleitoral na Venezuela é o melhor do mundo". Eu estive lá: podem pensar que eu sou como aqueles ingénuos esquerdistas ocidentais que visitavam as aldeias Potenkin na Rússia estalinista. Pertenci a uma comissão eleitoral verdadeiramente independente, composta por apoiantes e adversários de Chávez, que tinha sido anteriormente convidada pela oposição para supervisionar as suas eleições internas. Encontrámo-nos com importantes figuras da oposição que se manifestavam na rua contra Chávez, mas aceitaram que viviam em democracia. Quando perderam as eleições, aceitaram a derrota.
Justiça Social
Na verdade, o próprio Chávez também teve de aceitar a derrota: em 2007, perdeu um referendo, e não protestou os resultados. Antes de ele chegar ao poder, milhões de venezuelanos nem sequer estavam registados para votar: mas campanhas massivas de recenseamento praticamente duplicaram o eleitorado. Há mais 6000 mesas de voto agora do que havia antes de Chávez.
Por outro lado, as credenciais democráticas de muitos dos seus adversários certamente são questionáveis. Em 2002, um golpe ao estilo de Pinochet foi tentado contra Chávez, e apenas foi evitado por causa de um levantamento popular. Os media privados em geral apoiaram e incitaram abertamente ao golpe: imaginem que Cameron era afastado do n.º 10 de Downing Street por generais britânicos apoiados e incitados por estações televisivas de notícias. Mas os media na Venezuela são dominados por privados, alguns dos quais fazem parecer a Fox News esquerdistas ternurentos. A televisão pode ser justamente acusada de favorecer o governo, e talvez por isso apenas tenha uma audiência de 5,4%. Dos sete maiores jornais nacionais, cinco apoiam a oposição, e apenas um é apoiante do governo.
A verdade é que Chávez ganhou uma eleição após outra, apesar da muitas vezes viciosa hostilidade dos media, porque as suas políticas mudaram as vidas de milhões de venezuelanos que eram antes ignorados. A pobreza caiu de quase metade da população para 27,8%, enquanto a pobreza extrema baixou para quase metade. Seis milhões de crianças recebem diariamente refeições gratuitamente; o acesso aos cuidados de saúde gratuitos é quase universal; e os gastos com a Educação quase duplicaram em percentagem do PIB. O programa de alojamento lançado em 2011 conseguiu construir quase 350 000 casas, ajudando centenas de milhar de famílias que viviam em bairros da lata e casas degradadas. Alguns dos presumidos críticos estrangeiros deram a entender que Chávez efectivamente comprou os votos dos pobres - como se ganhar eleições em consequência de se ter criado maior justiça social fosse uma forma de suborno.
Alianças
Isto não significa que Chávez não possa ser criticado. A Venezuela já tinha uma alta taxa de criminalidade quando ele foi eleito, mas a situação piorou desde aí. Cerca de 20 000 venezuelanos morreram em crimes violentos em 2011: uma taxa de mortalidade inaceitável. Tanto como as drogas, a liberalização da posse de armas e a desestabilização provocada pela vizinhança da Colômbia, devemos culpar uma polícia fraca (e muitas vezes corrupta). Apesar de o governo estar a começar a constituir uma força policial nacional, o crime endémico é uma verdadeira crise. Quando falei com venezuelanos em Caracas, a assustadora falta de segurança foi um problema referido tanto por aliados como por adversários de Chávez.
E depois há a questão de algumas associações de Chávez a nível internacional. Apesar dos seus aliados mais próximos serem governos de esquerda da América Latina - quase todos defendendo Chávez de forma apaixonada das críticas oriundas do estrangeiro - ele também apoiou ditadores brutais no Irão, na Líbia e na Síria. Certamente prejudicou a sua reputação. É claro que no Ocidente não podemos acusar Chávez de consciência limpa. Apoiamos e armamos ditaduras como a da Arábia Saudita; o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair recebe 13 milhões de dólares da ditadura do Kazaquistão pelo seu trabalho. Mas a nossa própria hipocrisia não absolve Chávez da crítica.
A chamada Revolução Bolivariana era demasiado dependente da reputação de Chávez, e inevitavelmente a sua morte levanta questões sobre o que irá acontecer no futuro. Mas não duvidemos: Chávez era o democraticamente eleito campeão dos pobres. As suas políticas tiraram milhões da pobreza e da mais abjecta miséria. Ele representou um corte com anos de regimes corruptos e com um sinistro desempenho na área dos direitos humanos. Os seus êxitos foram atingidos sob a ameaça do um golpe militar, a agressividade hostil da imprensa e fortes críticas internacionais. Ele provou que é possível resisitir ao dogma neoliberal que exclui grande parte da humanidade. Ele será chorado por milhões de venezuelanos - e é difícil não entender porquê. "
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A taxa de homicidios é ~45 por 100 mil, o sinal de % está a mais.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Nem de propósito...
http://expresso.sapo.pt/venezuela-antes ... ez=f791660
Para que não haja duvidas sobre a minha opinião, escrevi isto na pagina anterior:
Eu que eu gostava mesmo, mesmo, era que não deturpassem os factos.....
http://expresso.sapo.pt/venezuela-antes ... ez=f791660
Para que não haja duvidas sobre a minha opinião, escrevi isto na pagina anterior:
A história já mostrou que o socialismo não é a melhor solução do ponto de vista do desenvolvimento económico de uma sociedade mas o socialismo só tem sucesso(ganhar eleições) numa democracia devido à corrupção e/ou má gestão do poder instalado.
Eu que eu gostava mesmo, mesmo, era que não deturpassem os factos.....
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
MKlop Escreveu:Ainda bem que este labrego já passou à história.
Que Deus lhe perdoe as asneiras que fez.
Paz à sua alma, e que entre a verdadeira democracia naquele país.
O comunismo lixa tudo e todos.
Não sei qual é o teu conceito de democracia, mas parece-me que as eleições da Venezuela tem sido sempre livres e sem aldrabar os resultados, pelo menos é isso que os observadores tem referido. Se calhar até mais do que algumas nos EUA.
Pelo teu comentário (e de outros) parece-me que estão a esquecer-se o que levou o Chavez ao Poder, e aproveito para vos lembrar, foram os partidos democrata cristão e social democrata que durante anos e anos limitaram-se a encher os bolsos de alguns políticos (nada que também não estivesse a ser feito na Grécia, por exemplo) através da corrupção e a servirem-se dos bens públicos para enriquecerem.
Se calhar preferem uma "democracia" à Pinochet...
Não aprendam com os erros, que não é preciso....
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Ulrich Escreveu:
O autor também explica isso nos comentários, está ali uma boa discussão, mas como também é referido existem muitas dúvidas acerca da veracidade dos dados estatísticos oficiais
Da Argentina já li algo sobre o FMI desconfiar dos dados oficiais, da Venezuela nunca me apercebi disso ser um problema, tens evidências?
Mas se for esse o caso parece-me estranho eles manipularem só algumas e mantém outras más...

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Só agora reparei...
Mais_um, tens de usar links pequenos, senão tenho de andar e espreitar atrás do monitor...

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“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
Salvador Dali
mais_um Escreveu:
Não estou nem de perto, nem de longe a defender o modelo do Chavez, mas há algo de errado com esses graficos, como é referido nos comentários:
https://www.google.co.uk/publicdata/exp ... &ind=false
http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=67 ... &c=ve&l=en
O autor também explica isso nos comentários, está ali uma boa discussão, mas como também é referido existem muitas dúvidas acerca da veracidade dos dados estatísticos oficiais

“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
Salvador Dali
Não estou nem de perto, nem de longe a defender o modelo do Chavez, mas há algo de errado com esses graficos, como é referido nos comentários:
https://www.google.co.uk/publicdata/exp ... &ind=false
http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=67 ... &c=ve&l=en
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Claro que é um pouco enviesado o artigo, como é lógico, assim como os artigos contrários, não há santos.
Em relação a culpar o states do seu cancro, vejo como um acto de desespero pela doença e que canalizou contra o seu inimigo, mas, cuidado com o inimigo. Para mim, aquela conversa do amigo americano defensor das democracias e que aparece sempre para salvar o mundo dos maus, é mais em filmes.
Quanto ao mundo ficar melhor sem o chaves, vamos ver, já caíram vários ditadores e o mundo não está melhor, está diferente.
Em relação a culpar o states do seu cancro, vejo como um acto de desespero pela doença e que canalizou contra o seu inimigo, mas, cuidado com o inimigo. Para mim, aquela conversa do amigo americano defensor das democracias e que aparece sempre para salvar o mundo dos maus, é mais em filmes.
Quanto ao mundo ficar melhor sem o chaves, vamos ver, já caíram vários ditadores e o mundo não está melhor, está diferente.
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tavaverquenao2 Escreveu:O porquê do ódio a Chávez
Como artigo de opinião aceita-se.
Espero que tu próprio conheças que algumas das frases estão algo "enviesadas" pelo olhar ideologicamente simpático.
Na minha modesta opinião, baseada apenas no que ouço e leio, uma análise aos anos Chavez na Venezuela pela comparação com o ponto de partida pré-revolução, deve resultar numa avaliação positiva, e o facto de os Venezuelanos o continuarem a eleger em eleições classificadas de "aceitáveis", diz bastante.
Não deixa de ser uma avaliação limitada, porque os indicadores objetivos sobre o que é a realidade da vida na Venezuela não são em si nada de especial (num total de cerca de ~190 países):
1. Índice de desenvolvimento Humano - 73º Lugar, à frente do Brasil e da Colômbia, mas bem a trás de Cuba, México e Chile
2. Indice de perceção de Corrupção: 165º. A Colômbia, país dos carteis do pó branco, com quem Chávez gostava de se comparar, ocupa o 94º.
Foi referida a questão da violência, mas aí se o termo de comparação for o resto da América Latina, dificilmente se pode responsabilizar Chávez.
Mas é ridícula a alegação de que existiu uma "campanha de ódio". Claro que existiram muitas campanhas, de que é que se estava à espera de um presidente que apoia regimes como Cuba ou o Irão?!
A principal campanha de má imagem de Chávez foi feita por ele próprio.
O estilo desbragado com que lidou com temas sensíveis (tipo a ameaça de guerra com a Colômbia) chegava para o marcar como um autocrata, na linha dos muitos que a América do Sul produziu.
Já para não falar nas conspirações alucinadas, como a dos americanos andarem a "contaminar de cancro" (isso é possível?) estadistas incómodos. Começa porque até se precipitou ao envolver a presidente Kirchner da Argentina, onde se veio a concluir que o diagnóstico estava errado.
Nos próximos dias vão seguramente ser publicados artigos desapaixonados sobre o fenómeno "Chávez", e provavelmente vamos ficar mais elucidados.
Nomeadamente parece-me importante perceber até que ponto foram válidas as ideias da Revolução Bolivariana na Venezuela, e separar isso do personagem turbulento, de camisa vermelha, que a liderou.
Mas provavelmente a avaliação da história vai manter-se: Chávez, obrigadinho pela ajuda. Mas a Venezuela e o mundo agora ficaram melhor.
"In God we trust. Everyone else, bring data" - M Bloomberg
Hoje de manha ao ler o que foi escrito , só a hora tardia pode justificar alguns comentários . Ha 4 anos eu tinha deixado este comentário , depois a situação agravou-se
Mais não escrevo " bater em mortos " fica mal.
Colocada: 17/2/2009 13:57 Assunto:
15 000 em 2008 120 000 nos últimos 10 anos , não são números de uma guerra, são homem e mulheres assassinadas .
É coroa de glória do seu regime
Mais não escrevo " bater em mortos " fica mal.
Colocada: 17/2/2009 13:57 Assunto:
15 000 em 2008 120 000 nos últimos 10 anos , não são números de uma guerra, são homem e mulheres assassinadas .
É coroa de glória do seu regime
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Bem, espero que agora não venham idolatrar o socialismo do Chavez porque há uma grande diferença entre o socialismo com uma torneira de petróleo aberta e o socialismo à custa da extorsão de impostos à restante sociedade. Até porque se querem pegar por aí metam os olhos mas é na Noruega, onde o petróleo foi posto ao serviço da população e fez o nível do pais crescer bastante em muito pouco tempo.
Enfim, esperemos que a situação se mantenha calma no futuro, a bem do Venezuelanos e da nossa comunidade lá.
Os analistas amanhã já não têm de se preocupar em arranjar justificações para os mercados. Isto do Chavez dá para tudo. Podem começar já a pensar na justificações de Quinta-feira.
Enfim, esperemos que a situação se mantenha calma no futuro, a bem do Venezuelanos e da nossa comunidade lá.
Os analistas amanhã já não têm de se preocupar em arranjar justificações para os mercados. Isto do Chavez dá para tudo. Podem começar já a pensar na justificações de Quinta-feira.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
mais_um Escreveu:Ele era muito carismático, depende do que vier a seguir, presumo que haja eleições, mesmo que ganhe quem ele designou como sucessor não será a mesma coisa. Só espero que a situação não descambe em violência.
A história já mostrou que o socialismo não é a melhor solução do ponto de vista do desenvolvimento económico de uma sociedade mas o socialismo só tem sucesso(ganhar eleições) numa democracia devido à corrupção e/ou má gestão do poder instalado.
É a pobreza, a corrupção e o roubo descarado dos governantes que permite que demagogos (como o Chavez) subam ao poder, infelizmente continuam a haver elites que esquecem-se disso.
Concordo. Não poderia ter dito melhor... Por cá parecem ser as elites socialistas a esquecer a outra face da moeda, embora alguns já demonstrem timidamente essa preocupação, sem no entanto admitirem publicamente.
http://vimeo.com/60828283
O porquê do ódio a Chávez
Ignacio Ramonet e Jean-Luc Mélenchon assinam este texto demolidor acerca da campanha mediática contra Hugo Chávez, escrito nas vésperas das eleições presidenciais de outubro passado.
Um líder político deve ser valorizado por seus atos, não por rumores veiculados contra ele. Os candidatos fazem promessas para ser eleitos: poucos são aqueles que, uma vez no poder, cumprem tais promessas. Desde o início, a proposta eleitoral de Chávez foi muito clara: trabalhar em benefício dos pobres, ou seja – naquele momento – a maioria dos venezuelanos. E cumpriu sua palavra.
Por isso, este é o momento de recordar o que está verdadeiramente em jogo nesta eleição, agora que o povo venezuelano é convocado a votar. A Venezuela é um país muito rico, pelos fabulosos tesouros de seu subsolo, em particular o petróleo. Mas quase toda essa riqueza estava nas mãos da elite política e das empresas transnacionais. Até 1999, o povo só recebia migalhas. Os governos que se alternavam, social-democratas ou democrata-cristãos, corruptos e submetidos aos mercados, privatizavam indiscriminadamente. Mais da metade dos venezuelanos vivia abaixo da linha de pobreza (70,8% em 1996).
Chávez fez a vontade política prevalecer. Domesticou os mercados, deteve a ofensiva neoliberal e posteriormente, graças ao envolvimento popular, fez o Estado se reapropriar dos setores estratégicos da economia. Recuperou a soberania nacional. E com ela, avançou na redistribuição da riqueza, a favor dos serviços públicos e dos esquecidos. Políticas sociais, investimento público, nacionalizações, reforma agrária, quase pleno-emprego, salário mínimo, imperativos ecológicos, acesso à moradia, direito à saúde, à educação, à aposentadoria… Chávez também se dedicou à construção de um Estado moderno. Colocou em marcha uma ambiciosa política de planeamento do uso do território: estradas, ferrovias, portos, represas, gasodutos, oleodutos.
Na política externa, apostou na integração latino-americana e privilegiou os eixos sul-sul, ao mesmo tempo que impunha aos Estados Unidos uma relação baseada no respeito mútuo… O impulso da Venezuela desencadeou uma verdadeira onda de revoluções progressistas na América Latina, convertendo este continente em um exemplo de resistência das esquerdas frente aos estragos causados pelo neoliberalismo.
Tal furacão de mudanças inverteu as estruturas tradicionais do poder e trouxe a refundação de uma sociedade que até então havia sido hierárquica, vertical e elitista. Isso só podia desencadear o ódio das classes dominantes, convencidas de serem donas legítimas do país. São essas classes burguesas que, com seus amigos protetores e Washington, vivem financiando as grandes campanhas de difamação contra Chávez. Até chegaram a organizar – junto com os grandes meios de comunicação lhes que pertencem – um golpe de Estado, em 11 de abril de 2002.
Estas campanhas continuam hoje em dia e certos setores políticos e mediáticos encarregam-se de fazer coro com elas. Assumindo – lamentavelmente – a repetição de pontos de vista como se demonstrasse que estão corretos, as mentes simples acabam por acreditar que Hugo Chávez está a implantar um “regime ditatorial no qual não há liberdade de expressão”.
Mas os factos são teimosos. Alguém viu um “regime ditatorial” estender os limites da democracia em vez de restringi-los? E conceder o direito de voto a milhões de pessoas até então excluídas? As eleições na Venezuela só aconteciam a cada quatro anos, Chávez organizou mais de uma por ano (catorze, em treze anos), em condições de legalidade democrática, reconhecidas pela ONU, pela União Europeia, pela OEA, pelo Centro Carter, etc. Chávez demonstrou que é possível construir o socialismo em liberdade e democracia. E ainda converte esse caráter democrático numa condição para o processo de transformação social. Chávez provou o seu respeito à vontade do povo, abandonando uma reforma constitucional rejeitada pelos eleitores em um referendo em 2007. Não é por acaso que a Fundação para o Avanço Democrático [Foundation for Democratic Advancement] (FDA), do Canadá, num estudo publicado em 2011, colocou a Venezuela em primeiro lugar na lista dos países que respeitam a justiça eleitoral.
O governo de Hugo Chávez dedica 43,2% do orçamento a políticas sociais. Resultado: a taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O analfabetismo foi erradicado. O número de professores, multiplicado por cinco (de 65 mil a 350 mil). O país apresenta o maior coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) da América Latina. Num relatório de janeiro de 2012, a Comissão Económica para América Latina e Caribe (Cepal, uma agência da ONU) estabelece que a Venezuela é o país sul americano que alcançou (junto com o Equador), entre 1996 e 2010, a maior redução da taxa de pobreza. Finalmente, o instituto norte americano de pesquisa Gallup coloca o país de Hugo Chávez como a sexta nação “mais feliz do mundo”.
O mais escandaloso, na atual campanha difamatória, é a pretensão de que a liberdade de expressão esteja restrita na Venezuela. A verdade é que o setor privado, contrário a Chávez, controla amplamente os meios de comunicação. Qualquer um pode comprovar isso. De 111 canais de televisão, 61 são privados, 37 comunitários e 13 públicos. Com a particularidade de que a parte da audiência dos canais públicos não passa de 5,4%, enquanto a dos canais privados supera 61%… O mesmo cenário repete-se nos meios radiofónicos. E 80% da imprensa escrita está nas mãos da oposição, sendo que os jornais diários mais influentes – El Universal e El Nacional – são abertamente contrários ao governo.
Nada é perfeito, naturalmente, na Venezuela bolivariana – e onde existe um regime perfeito? Mas nada justifica essas campanhas de mentiras e ódio. A nova Venezuela é a ponta da lança da onda democrática que, na América Latina, varreu os regimes oligárquicos de nove países, logo depois da queda do Muro de Berlim, quando alguns previram o “fim da história” e o “choque de civilizações” como únicos horizontes para a humanidade.
A Venezuela bolivariana é uma fonte de inspiração da qual nos nutrimos, sem fechar os olhos e sem inocência. Com orgulho, no entanto, de estar do lado bom da barricada e de reservar os nossos ataques ao poder imperial dos Estados Unidos, aos seus aliados do Oriente Médio, tão firmemente protegidos, e a qualquer situação onde reinem o dinheiro e os privilégios. Por que Chávez desperta tanto rancor em seus adversários? Sem dúvida, porque, assim como fez Bolívar, soube emancipar o seu povo da resignação. E abrir o apetite pelo impossível.
http://www.esquerda.net/artigo/o-porqu% ... 1vez/24923
Ignacio Ramonet e Jean-Luc Mélenchon assinam este texto demolidor acerca da campanha mediática contra Hugo Chávez, escrito nas vésperas das eleições presidenciais de outubro passado.
Um líder político deve ser valorizado por seus atos, não por rumores veiculados contra ele. Os candidatos fazem promessas para ser eleitos: poucos são aqueles que, uma vez no poder, cumprem tais promessas. Desde o início, a proposta eleitoral de Chávez foi muito clara: trabalhar em benefício dos pobres, ou seja – naquele momento – a maioria dos venezuelanos. E cumpriu sua palavra.
Por isso, este é o momento de recordar o que está verdadeiramente em jogo nesta eleição, agora que o povo venezuelano é convocado a votar. A Venezuela é um país muito rico, pelos fabulosos tesouros de seu subsolo, em particular o petróleo. Mas quase toda essa riqueza estava nas mãos da elite política e das empresas transnacionais. Até 1999, o povo só recebia migalhas. Os governos que se alternavam, social-democratas ou democrata-cristãos, corruptos e submetidos aos mercados, privatizavam indiscriminadamente. Mais da metade dos venezuelanos vivia abaixo da linha de pobreza (70,8% em 1996).
Chávez fez a vontade política prevalecer. Domesticou os mercados, deteve a ofensiva neoliberal e posteriormente, graças ao envolvimento popular, fez o Estado se reapropriar dos setores estratégicos da economia. Recuperou a soberania nacional. E com ela, avançou na redistribuição da riqueza, a favor dos serviços públicos e dos esquecidos. Políticas sociais, investimento público, nacionalizações, reforma agrária, quase pleno-emprego, salário mínimo, imperativos ecológicos, acesso à moradia, direito à saúde, à educação, à aposentadoria… Chávez também se dedicou à construção de um Estado moderno. Colocou em marcha uma ambiciosa política de planeamento do uso do território: estradas, ferrovias, portos, represas, gasodutos, oleodutos.
Na política externa, apostou na integração latino-americana e privilegiou os eixos sul-sul, ao mesmo tempo que impunha aos Estados Unidos uma relação baseada no respeito mútuo… O impulso da Venezuela desencadeou uma verdadeira onda de revoluções progressistas na América Latina, convertendo este continente em um exemplo de resistência das esquerdas frente aos estragos causados pelo neoliberalismo.
Tal furacão de mudanças inverteu as estruturas tradicionais do poder e trouxe a refundação de uma sociedade que até então havia sido hierárquica, vertical e elitista. Isso só podia desencadear o ódio das classes dominantes, convencidas de serem donas legítimas do país. São essas classes burguesas que, com seus amigos protetores e Washington, vivem financiando as grandes campanhas de difamação contra Chávez. Até chegaram a organizar – junto com os grandes meios de comunicação lhes que pertencem – um golpe de Estado, em 11 de abril de 2002.
Estas campanhas continuam hoje em dia e certos setores políticos e mediáticos encarregam-se de fazer coro com elas. Assumindo – lamentavelmente – a repetição de pontos de vista como se demonstrasse que estão corretos, as mentes simples acabam por acreditar que Hugo Chávez está a implantar um “regime ditatorial no qual não há liberdade de expressão”.
Mas os factos são teimosos. Alguém viu um “regime ditatorial” estender os limites da democracia em vez de restringi-los? E conceder o direito de voto a milhões de pessoas até então excluídas? As eleições na Venezuela só aconteciam a cada quatro anos, Chávez organizou mais de uma por ano (catorze, em treze anos), em condições de legalidade democrática, reconhecidas pela ONU, pela União Europeia, pela OEA, pelo Centro Carter, etc. Chávez demonstrou que é possível construir o socialismo em liberdade e democracia. E ainda converte esse caráter democrático numa condição para o processo de transformação social. Chávez provou o seu respeito à vontade do povo, abandonando uma reforma constitucional rejeitada pelos eleitores em um referendo em 2007. Não é por acaso que a Fundação para o Avanço Democrático [Foundation for Democratic Advancement] (FDA), do Canadá, num estudo publicado em 2011, colocou a Venezuela em primeiro lugar na lista dos países que respeitam a justiça eleitoral.
O governo de Hugo Chávez dedica 43,2% do orçamento a políticas sociais. Resultado: a taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O analfabetismo foi erradicado. O número de professores, multiplicado por cinco (de 65 mil a 350 mil). O país apresenta o maior coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) da América Latina. Num relatório de janeiro de 2012, a Comissão Económica para América Latina e Caribe (Cepal, uma agência da ONU) estabelece que a Venezuela é o país sul americano que alcançou (junto com o Equador), entre 1996 e 2010, a maior redução da taxa de pobreza. Finalmente, o instituto norte americano de pesquisa Gallup coloca o país de Hugo Chávez como a sexta nação “mais feliz do mundo”.
O mais escandaloso, na atual campanha difamatória, é a pretensão de que a liberdade de expressão esteja restrita na Venezuela. A verdade é que o setor privado, contrário a Chávez, controla amplamente os meios de comunicação. Qualquer um pode comprovar isso. De 111 canais de televisão, 61 são privados, 37 comunitários e 13 públicos. Com a particularidade de que a parte da audiência dos canais públicos não passa de 5,4%, enquanto a dos canais privados supera 61%… O mesmo cenário repete-se nos meios radiofónicos. E 80% da imprensa escrita está nas mãos da oposição, sendo que os jornais diários mais influentes – El Universal e El Nacional – são abertamente contrários ao governo.
Nada é perfeito, naturalmente, na Venezuela bolivariana – e onde existe um regime perfeito? Mas nada justifica essas campanhas de mentiras e ódio. A nova Venezuela é a ponta da lança da onda democrática que, na América Latina, varreu os regimes oligárquicos de nove países, logo depois da queda do Muro de Berlim, quando alguns previram o “fim da história” e o “choque de civilizações” como únicos horizontes para a humanidade.
A Venezuela bolivariana é uma fonte de inspiração da qual nos nutrimos, sem fechar os olhos e sem inocência. Com orgulho, no entanto, de estar do lado bom da barricada e de reservar os nossos ataques ao poder imperial dos Estados Unidos, aos seus aliados do Oriente Médio, tão firmemente protegidos, e a qualquer situação onde reinem o dinheiro e os privilégios. Por que Chávez desperta tanto rancor em seus adversários? Sem dúvida, porque, assim como fez Bolívar, soube emancipar o seu povo da resignação. E abrir o apetite pelo impossível.
http://www.esquerda.net/artigo/o-porqu% ... 1vez/24923
Plan the trade and trade the plan
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Já agora deixo aqui imagens do maior "barrio" (favela) de Caracas - PETARE
https://www.google.pt/search?q=petare&h ... 80&bih=675
N sei se ha estatisticas fiáveis, mas acho que é a maior que a América Latina (supera a Rocinha)... pelo menos é assim q me descrevem em Caracas...
https://www.google.pt/search?q=petare&h ... 80&bih=675
N sei se ha estatisticas fiáveis, mas acho que é a maior que a América Latina (supera a Rocinha)... pelo menos é assim q me descrevem em Caracas...
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MarcoAntonio Escreveu:
É só isso, não quero ir mais além do que isso e muito menos fazer uma defesa do regime do Chavez.
Eu subscrevo, para que não haja duvidas, não estou a defender o regime do Chavez.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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pepi Escreveu:
Caracas é a 6ª cidade + violenta do mundo:
http://www.businessinsider.com/most-dan ... 12-10?op=1
Só por curiosidade, as 20 mais violentas são na América latina, a 21ª é nos EUA, New Orleans, depois até as 30 mais violentas tens mais 8 da América latina e mais uma dos EUA, Detroit.
Nas 50 cidades mais violentas do mundo não há nenhuma da Europa e há 4 dos EUA.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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