Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
“Success in investing is not a function of what you buy. It’s a function of what you pay.” - Howard Marks (Oaktree Capital Management)
podemos fazer o contorcionismo de palavras e conceitos à medida dos nossos interesses e fracassos, mas não se pode negar a evidência: e a evidência é o significado do verbo especular que podemos encontrar no mais simples dicionário de Português
no que aos mercados financeiros diz respeito, muito boa gente torna-se investidor de valor quando perde na especulação/investimento (por sua culpa ou culpa do gestor), sendo aliás conhecida a desculpa "é um investimento que fica para os filhos ou para os netos"
"The broker told me to buy this stock for my old age. It worked wonderfully. Within a week I was an old man" - Eddie Cantor
tal desculpa, aliás, mais não é do que a manifestação lusa de um provérbio persa: podemos dar banho a um porco com o mais belo e intenso dos perfumes que não passará de um porco
quando especulo nos mercados invisto num valor, que mais não é do que a cotação (preço do activo): a "coisa" tem o preço x e quero vender por um preço superior
o mesmo sucede quando compro uma quintinha: tem um preço x e com a minha intervenção há-de passar a ter um preço y necessariamente superior
como em ambas as situações eu não sei o dia de amanhã, e nem tudo dependerá só de mim, estou a especular quanto ao/a investir num eventual ganho económico futuro: investir numa especulação e especular com um investimento
quanto ao tema de fundo, é matéria recorrente e cabe a cada um escolher o seu caminho pois há muitos e bons exemplos de pessoas com sucesso que usam AF ou AT
basta uma breve consulta aos Market Wizards
podemos fazer o contorcionismo de palavras e conceitos à medida dos nossos interesses e fracassos, mas não se pode negar a evidência: e a evidência é o significado do verbo especular que podemos encontrar no mais simples dicionário de Português
no que aos mercados financeiros diz respeito, muito boa gente torna-se investidor de valor quando perde na especulação/investimento (por sua culpa ou culpa do gestor), sendo aliás conhecida a desculpa "é um investimento que fica para os filhos ou para os netos"
"The broker told me to buy this stock for my old age. It worked wonderfully. Within a week I was an old man" - Eddie Cantor
tal desculpa, aliás, mais não é do que a manifestação lusa de um provérbio persa: podemos dar banho a um porco com o mais belo e intenso dos perfumes que não passará de um porco
quando especulo nos mercados invisto num valor, que mais não é do que a cotação (preço do activo): a "coisa" tem o preço x e quero vender por um preço superior
o mesmo sucede quando compro uma quintinha: tem um preço x e com a minha intervenção há-de passar a ter um preço y necessariamente superior
como em ambas as situações eu não sei o dia de amanhã, e nem tudo dependerá só de mim, estou a especular quanto ao/a investir num eventual ganho económico futuro: investir numa especulação e especular com um investimento
quanto ao tema de fundo, é matéria recorrente e cabe a cada um escolher o seu caminho pois há muitos e bons exemplos de pessoas com sucesso que usam AF ou AT
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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." - Samuel Becket
Pára de dar crédito fácil ao que lês e ouves, escuta o que o preço está a fazer e olha para o que te rodeia. - O Alquimista
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Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
Os objectivos de quem investe é diferente do objectivo de quem especula, embora aparentemente pareçam iguais, porque existe um objectivo comum - o de ganhar dinheiro.
A diferença está nos outros objectivos inerentes a cada um deles.
Quem investe, o objectivo de ganhar dinheiro com o investimento não é tudo. Procura essencialmente segurança ao seu dinheiro e que este não desvalorize. Procura investir em coisas com valor, que mantenham e se possível, aumentem de valor com o tempo. Assim, diversifica o seu investimento, seja nos mercados mobiliários, como imobiliários, como em moeda, como em áreas geográficas. O que o norteia é ter um patrimonio diversificado qb que lhe garanta o valor desse patrimonio no futuro. Quem compra uma quintinha, investe, não especula. Quem compra ações da GE que produz mais que o PIB Português, investe, porque guarda essas ações, sabendo que é dono do capital de um conglomerado que fabrica tanto um motor de um jato, como um frigorífico, como uma turbina geradora de uma barragem. E daqui a 50 anos continuará a fabricar e produzir coisas para todo o Mundo comprar. E vai recebendo parte dos lucros (dividendos), que lhe permite cavalgar a inflação. É esse legado que quer deixar aos filhos.
Quem especula, não quer guardar nada, o seu objectivo é único - ganhar dinheiro e quanto mais rápido melhor. Por isso se diz - especular o preço.
Eu sou 80% investidor e 20% especulador.
Arrisco 20% do meu patrimonio em especular, com o objectivo de ganhar dinheiro que me permita viver o dia-a-dia . É o meu trabalho, de onde tento ganhar o dinheiro suficiente para pagar as contas. Se no final do ano, ainda tenha conseguido ficar com mais dinheiro do que no inicio do ano, agarro no excedente e vou investi-lo. Foi assim que consegui pagar a casa onde vivo - foi um investimento em valor. É um patrimonio que posso deixar aos meus filhos. Agora ando de olho numa Quinta Agricola. Será para a colocar em produção. É um investimento, em algo produtivo em que irei aumentar-lhe o seu valor .
A diferença está nos outros objectivos inerentes a cada um deles.
Quem investe, o objectivo de ganhar dinheiro com o investimento não é tudo. Procura essencialmente segurança ao seu dinheiro e que este não desvalorize. Procura investir em coisas com valor, que mantenham e se possível, aumentem de valor com o tempo. Assim, diversifica o seu investimento, seja nos mercados mobiliários, como imobiliários, como em moeda, como em áreas geográficas. O que o norteia é ter um patrimonio diversificado qb que lhe garanta o valor desse patrimonio no futuro. Quem compra uma quintinha, investe, não especula. Quem compra ações da GE que produz mais que o PIB Português, investe, porque guarda essas ações, sabendo que é dono do capital de um conglomerado que fabrica tanto um motor de um jato, como um frigorífico, como uma turbina geradora de uma barragem. E daqui a 50 anos continuará a fabricar e produzir coisas para todo o Mundo comprar. E vai recebendo parte dos lucros (dividendos), que lhe permite cavalgar a inflação. É esse legado que quer deixar aos filhos.
Quem especula, não quer guardar nada, o seu objectivo é único - ganhar dinheiro e quanto mais rápido melhor. Por isso se diz - especular o preço.
Eu sou 80% investidor e 20% especulador.
Arrisco 20% do meu patrimonio em especular, com o objectivo de ganhar dinheiro que me permita viver o dia-a-dia . É o meu trabalho, de onde tento ganhar o dinheiro suficiente para pagar as contas. Se no final do ano, ainda tenha conseguido ficar com mais dinheiro do que no inicio do ano, agarro no excedente e vou investi-lo. Foi assim que consegui pagar a casa onde vivo - foi um investimento em valor. É um patrimonio que posso deixar aos meus filhos. Agora ando de olho numa Quinta Agricola. Será para a colocar em produção. É um investimento, em algo produtivo em que irei aumentar-lhe o seu valor .
Os profetas do mercado enchem os novos ouvidos, mas nunca encherão as nossas carteiras - Warren Buffett
Os patos voam em bando.
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Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
"Consider how people buy a stock. They make sure it’s a good company, with strong management, a healthy balance sheet, and the stock price needs to be in an uptrend. Then, everyone wants to buy… Well, when all these items are true in the stock, where do you think the price of the stock is? If you said at or near retail prices, you are correct. Wall Street’s sell signal is the retail investors buy signal and vice versa."
Acho que não estás a perceber a verdadeira mensagem daquela citação.
A minha interpretação foi que, quando as pessoas compram os stocks com esses itens todos confirmados de AF para a compra, é quando wall street as vende. O que quer dizer que a antecipação é que rendeu o dinheiro e quando o "público" compra com a empresa em tal ascendência, wall street vende-as porque elas já estão perto do pico da sua ascensão.
Mas secalhar sou eu que estou a ler a coisa de maneira errada.

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Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
JorgeNevada Escreveu:Para além disso, um trader isento não quer saber se uma ação está em trajectória descendente ou ascendente, isso é irrelevante, já que vai tentar é colocar o dinheiro no sentido em que ele pensa que a ação seguirá.
Desculpe a provocação mas o movimento de qualquer cotada não é fundamental para a compra/venda que se faz? Só não devemos seguir a trajectória de uma acção quando existem indícios muito fortes de uma reversão. E aqui ou alguém tem informações privilegiadas, ou a AT é a melhor se não a única ferramenta que pode indicar essa reversão.
Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
"Consider how people buy a stock. They make sure it’s a good company, with strong management, a healthy balance sheet, and the stock price needs to be in an uptrend"
Sem querer desrespeitar uma eventual autoridade dos mercados (não conheço o autor dessa citação), essa frase começa imediatamente com uma inverdade. A realidade que eu vejo é completamente diferente.. vejo imensa gente a comprar ações de empresas que estão altamente endividadas e com prejuizo (exemplo: banca portuguesa). O que se passa é que está imensa gente a querer entrar para antecipar exactamente o momento em que elas puderão entrar numa fase de solidez e saúde financeira.
Para além disso, um trader isento não quer saber se uma ação está em trajectória descendente ou ascendente, isso é irrelevante, já que vai tentar é colocar o dinheiro no sentido em que ele pensa que a ação seguirá.
Sem querer desrespeitar uma eventual autoridade dos mercados (não conheço o autor dessa citação), essa frase começa imediatamente com uma inverdade. A realidade que eu vejo é completamente diferente.. vejo imensa gente a comprar ações de empresas que estão altamente endividadas e com prejuizo (exemplo: banca portuguesa). O que se passa é que está imensa gente a querer entrar para antecipar exactamente o momento em que elas puderão entrar numa fase de solidez e saúde financeira.
Para além disso, um trader isento não quer saber se uma ação está em trajectória descendente ou ascendente, isso é irrelevante, já que vai tentar é colocar o dinheiro no sentido em que ele pensa que a ação seguirá.
"Anyone who believes exponential growth can go on forever in a finite world is either a madman or an economist"
Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
Embora pense que o seu post faz sentido na esmagadora maioria dos casos e de facto investimento em bolsa acaba inevitavelmente por se associar a alguma forma de especulação, temos sempre de ter presente os movimentos de compra de posições, ou mesmo da maioria do capital de uma empresa. Ou seja, os investidores que se movem em determinadas situações, não pelo lucro especulativo, mas pelo controlo de posições quando não mesmo pelo domínio de uma empresa. Evidentemente procuraram sempre a melhor compra possível, mas o fito não é o lucro especulativo. E para nós especuladores compreender estes movimentos quando surgem são prenúncio de excelentes negócios.
Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
Bart Simpson Escreveu:As pessoas confundem investimento com especulação.
quem conseguir demonstrar que quando se investe não se especula ou que se pode investir sem especular ganhará um Nobel
façam o favor de consultar um qualquer dicionário: aqui se diz que especular é observar com atenção, estudar, meditar
portanto, quem faz AF especula e quem faz AT também especula
não há que ter medo das palavras: eu sou um especulador
quanto à questão AT vs. AF talvez em Inglês a tese passe melhor:
Consider how people buy a stock. They make sure it’s a good company, with strong management, a healthy balance sheet, and the stock price needs to be in an uptrend. Then, everyone wants to buy… Well, when all these items are true in the stock, where do you think the price of the stock is? If you said at or near retail prices, you are correct. Wall Street’s sell signal is the retail investors buy signal and vice versa. When you buy stock, who do you think you’re buying it from? And, who is making all the money, you or Wall Street? I think you get the point. I won’t go into too much detail as I have written many articles on this topic. The markets are not rigged at all, its people’s brains that are misguided on how the market really works and how you really make money buying and selling in the markets (Sam Seiden)
para terminar, lanço esta questão: o que é mais difícil de forjar: documentação societária ou o preço num gráfico?
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Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
NirvSup Escreveu:Pergunto-me muitas vezes: terá a AT algum fundamento científico?
E a resposta que dou a mim mesmo, por mais dúvidas que me assaltem, é sempre a mesma: a AT não tem qualquer base científica (por mais experimentalismos com sucesso realizados diariamente por experimentados experts).
Mas funciona? Funciona.
Se tivermos a paciência de observar as transacções (trades) feitas durante uma sessão de bolsa, verificamos com espanto que, salvo raras e honrosas excepções, a maior parte delas são de pequenos lotes para não dizer de lotes ridiculamente baixos. Isto é, quem faz oscilar as cotações, regra geral, é a massa anónima de pequenos investidores que pululam na bolsa.
Ora, estes pequenos investidores reagem da mesma forma aos mesmos sinais: compram todos quando a AT dá sinais de entrada e vendem todos quando a AT dá sinais de saída. Daqui resulta que as cotações seguem não raras vezes, mecanicamente, os movimentos ditados pela AT. E isto seria o melhor dos mundos se não fossem as notícias ou factos exógenos, que surgem quando menos esperamos, a mandar as resistências, os suportes, as emas, as ltas, os w invertidos, etc, pelo cano abaixo. Com ganhos inesperados ou perdas dolorosas para todos. E nessa altura não há resistências que não sejam quebradas nem suportes que lhes acudam.
Por isso, tenho para mim que a melhor estratégia a seguir é esta: em vez de andarmos de galho em galho, a subir e a descer as árvores, perdidos no meio da floresta, sem estratégia definida, esforcemo-nos por subir à copa das árvores, olhar calmamente o horizonte, ver o rumo a seguir e não nos desviarmos do caminho traçado. Nem que chova a cântaros ou que a vaca tussa. E dessa forma, seguramente, é a AF a dar cartas.
Ah, mas para a gestão do dia a dia, para ganhos de curto ou de curtíssimo prazo, não esquecer nunca os ditames dos gurus da AT.
As pessoas confundem investimento com especulação.
Investimento é baseado em AF e normalmente faz em valor. Quer dizer, quando se chega à conclusão pela AF que a empresa X vale 100 e o mercado está a cotá-la em 70 o investidor aproveita-se dessa discrepancia e compra ações dessa empresa e/ ou obrigações, pois sabe o valor que ela tem . O investidor sabe que uma empresa com 1000 empregados, com uma carteira de clientes certa e com cash suficiente para laborar, não tem um valor às 9H da manhã, outro às 13H e outro às 16H quando tudo na empresa continua de uma forma normal. O valor da empresa ao longo do dia não variou, mas o seu preço sim.O Investidor espera então que o Sr.Mercado venha a preçar a empresa pelo seu justo valor.
O especulador, está-se borrifando para o que a empresa faz, quem a dirige se é competente ou não, se tem stock, etc. etc. Está focado no preço e não no valor da empresa. Aí usa a AT para ver se o preço tem potencial de subir e/ou descer e tanto lhe faz entrar curto ou longo, desde que faça dinheiro com o que o preço faça e que ele percepcionou. Ele pode estar longo às 9H, curto às 12H e novamente longo às 16H, embora a empresa não tenha mudado de valor. Mas o preço sim, e o que o especulador quer é comprar a preços inferiores aos que vende e vice-versa.
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Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
richardj Escreveu:Sem muito tempo para responder, dizer que a AT baseia-se muito mais na componente emocional do trader, bem como do comportamento de massas. E nesse sentido e considerando vários factores consegue prever relativamente bem aquilo que pode acontecer, com base no passado. Não digo que está provado cientificamente, mas é a qualidade dos resultados que dá confiança à analise. Mas só para dizer que as coisas não caíram do céu.
Exactamente e portanto tendo em conta que já houve prémio nobel da economia para quem fez estudos sobre psicologia das massas nos mercados... quer dizer tudo, que de facto no longo prazo o preço pode ou não ir de encontro à AF, se todas as variáveis da análise não se modificarem.
No entanto, AT cientificamente, prova-se mais pelo lado da psicologia e menos pelo lado matemático. Tendo os mercados um factor psicológico muito grande, a AT têm o seu sucesso mais que comprovado, apesar de obviamente, não existirem modos infalíveis e como é óbvio não terá um acerto de 100%...
Para mim, AT têm muito mais acerto porque pode-se aplicar a todos os espaços temporais, enquanto a AF não entra da mesma forma nos jogos oscilatórios e especulativos é quando dizem que os mercados são "irracionais" que a AT transcede e muito o valor da AF para se conseguir fazer trades com sucesso.
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Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
NirvSup Escreveu:Pergunto-me muitas vezes: terá a AT algum fundamento científico?
E a resposta que dou a mim mesmo, por mais dúvidas que me assaltem, é sempre a mesma: a AT não tem qualquer base científica (por mais experimentalismos com sucesso realizados diariamente por experimentados experts).
Mas funciona? Funciona.
Se tivermos a paciência de observar as transacções (trades) feitas durante uma sessão de bolsa, verificamos com espanto que, salvo raras e honrosas excepções, a maior parte delas são de pequenos lotes para não dizer de lotes ridiculamente baixos. Isto é, quem faz oscilar as cotações, regra geral, é a massa anónima de pequenos investidores que pululam na bolsa.
Ora, estes pequenos investidores reagem da mesma forma aos mesmos sinais: compram todos quando a AT dá sinais de entrada e vendem todos quando a AT dá sinais de saída. Daqui resulta que as cotações seguem não raras vezes, mecanicamente, os movimentos ditados pela AT. E isto seria o melhor dos mundos se não fossem as notícias ou factos exógenos, que surgem quando menos esperamos, a mandar as resistências, os suportes, as emas, as ltas, os w invertidos, etc, pelo cano abaixo. Com ganhos inesperados ou perdas dolorosas para todos. E nessa altura não há resistências que não sejam quebradas nem suportes que lhes acudam.
Por isso, tenho para mim que a melhor estratégia a seguir é esta: em vez de andarmos de galho em galho, a subir e a descer as árvores, perdidos no meio da floresta, sem estratégia definida, esforcemo-nos por subir à copa das árvores, olhar calmamente o horizonte, ver o rumo a seguir e não nos desviarmos do caminho traçado. Nem que chova a cântaros ou que a vaca tussa. E dessa forma, seguramente, é a AF a dar cartas.
Ah, mas para a gestão do dia a dia, para ganhos de curto ou de curtíssimo prazo, não esquecer nunca os ditames dos gurus da AT.
Sem muito tempo para responder, dizer que a AT baseia-se muito mais na componente emocional do trader, bem como do comportamento de massas. E nesse sentido e considerando vários factores consegue prever relativamente bem aquilo que pode acontecer, com base no passado. Não digo que está provado cientificamente, mas é a qualidade dos resultados que dá confiança à analise. Mas só para dizer que as coisas não caíram do céu.
Stilgar: Take my life Usul (Paul), it's the only way.
Paul: I'M POINTING THE WAY!
DUNE 2
Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
Excelente tópico, sobretudo para os iniciados como eu.
Do que tenho lido, estudado e falado com diversas pessoas afigura-se que não existem dados inquestionáveis quanto ao carácter científico da AT. Braga de Matos na sua segunda edição do “Ganhar em Bolsa”, no capítulo da AT, cita alguém que coloca o método mais do lado da arte do que da ciência. Mais ainda afirma, em 2006, que não existem estudos científicos suficientes que possam afirmar um «corpus epistemológico», corroborando os fundamentos científicos da AT. Não sendo uma técnica nova, não teve o acompanhamento devido da academia, e esta só recentemente começou a interessar-se pela metodologia. Uma coisa parece certa, em mercados com volumes fortes a AT funciona, se não a 100%, na maior parte dos casos.
Algo também se afigura no meu espírito enquanto intuição que deixo desde já à consideração da comunidade do fórum: existe uma forte componente subjectiva por parte do analista na leitura que faz dos gráficos. Essa componente subjectiva em grande medida parece ser marcada pelo seu próprio historial, pela experiência acumulada que tem em análise gráfica, pois cada uma é feita a partir de estudos anteriores e conclusões passadas que transporta para o presente. No entanto a AT ganha força, e creio que este fórum (não conheço outros) é uma possível prova disso, no teste que cada analista faz das suas análises ao confrontá-las perante os seus pares. Ou seja, é no diálogo, por vezes precedido de uma dialéctica forte, que a AT faz o seu caminho, deixando uma vertente meramente subjectiva do analista, para penetrar num espaço de inter-subjectividade onde os pares ao introduzirem novos dados alteram a primeira análise, eventualmente fortalecendo-a, ou rejeitando-a por completo de for caso disso. A força da análise apresentada, quando aceite, vai seguramente arrastar consigo, neste contexto, outros elementos inerentes ao processo, analistas ou não, a aderirem não apenas no plano teórico, mas prático investindo nessa orientação da AT. Em suma a AT move-se num espaço de inter-subjectividade tanto maior quanto o diálogo que conseguir gerar em seu torno.
Em fim, possivelmente é apenas um devaneio de um principiante, que dá os primeiros passos na AT, e agora sugere que testem estas palavras. Será interessante ir à procura de artigos e estudos científicos mais recentes que aprofundem os fundamentos da AT, não só nos seu corpo epistemológico, mas também no teste aos mercados a que se aplica. Por exemplo, ver estatisticamente, num determinado período de tempo, num ou em vários índices, qual o nível de efectiva activação das figuras geométricas de inversão que as cotadas por vezes formam. Se alguém conhecer estudos desta índole peço o favor de os indicarem.
Um abraço,
Manuel Maria de Magalhães
Do que tenho lido, estudado e falado com diversas pessoas afigura-se que não existem dados inquestionáveis quanto ao carácter científico da AT. Braga de Matos na sua segunda edição do “Ganhar em Bolsa”, no capítulo da AT, cita alguém que coloca o método mais do lado da arte do que da ciência. Mais ainda afirma, em 2006, que não existem estudos científicos suficientes que possam afirmar um «corpus epistemológico», corroborando os fundamentos científicos da AT. Não sendo uma técnica nova, não teve o acompanhamento devido da academia, e esta só recentemente começou a interessar-se pela metodologia. Uma coisa parece certa, em mercados com volumes fortes a AT funciona, se não a 100%, na maior parte dos casos.
Algo também se afigura no meu espírito enquanto intuição que deixo desde já à consideração da comunidade do fórum: existe uma forte componente subjectiva por parte do analista na leitura que faz dos gráficos. Essa componente subjectiva em grande medida parece ser marcada pelo seu próprio historial, pela experiência acumulada que tem em análise gráfica, pois cada uma é feita a partir de estudos anteriores e conclusões passadas que transporta para o presente. No entanto a AT ganha força, e creio que este fórum (não conheço outros) é uma possível prova disso, no teste que cada analista faz das suas análises ao confrontá-las perante os seus pares. Ou seja, é no diálogo, por vezes precedido de uma dialéctica forte, que a AT faz o seu caminho, deixando uma vertente meramente subjectiva do analista, para penetrar num espaço de inter-subjectividade onde os pares ao introduzirem novos dados alteram a primeira análise, eventualmente fortalecendo-a, ou rejeitando-a por completo de for caso disso. A força da análise apresentada, quando aceite, vai seguramente arrastar consigo, neste contexto, outros elementos inerentes ao processo, analistas ou não, a aderirem não apenas no plano teórico, mas prático investindo nessa orientação da AT. Em suma a AT move-se num espaço de inter-subjectividade tanto maior quanto o diálogo que conseguir gerar em seu torno.
Em fim, possivelmente é apenas um devaneio de um principiante, que dá os primeiros passos na AT, e agora sugere que testem estas palavras. Será interessante ir à procura de artigos e estudos científicos mais recentes que aprofundem os fundamentos da AT, não só nos seu corpo epistemológico, mas também no teste aos mercados a que se aplica. Por exemplo, ver estatisticamente, num determinado período de tempo, num ou em vários índices, qual o nível de efectiva activação das figuras geométricas de inversão que as cotadas por vezes formam. Se alguém conhecer estudos desta índole peço o favor de os indicarem.
Um abraço,
Manuel Maria de Magalhães
Re: Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
NirvSup Escreveu:Pergunto-me muitas vezes: terá a AT algum fundamento científico?
E a resposta que dou a mim mesmo, por mais dúvidas que me assaltem, é sempre a mesma: a AT não tem qualquer base científica (por mais experimentalismos com sucesso realizados diariamente por experimentados experts).
Mas funciona? Funciona.
Se tivermos a paciência de observar as transacções (trades) feitas durante uma sessão de bolsa, verificamos com espanto que, salvo raras e honrosas excepções, a maior parte delas são de pequenos lotes para não dizer de lotes ridiculamente baixos. Isto é, quem faz oscilar as cotações, regra geral, é a massa anónima de pequenos investidores que pululam na bolsa.
Ora, estes pequenos investidores reagem da mesma forma aos mesmos sinais: compram todos quando a AT dá sinais de entrada e vendem todos quando a AT dá sinais de saída. Daqui resulta que as cotações seguem não raras vezes, mecanicamente, os movimentos ditados pela AT. E isto seria o melhor dos mundos se não fossem as notícias ou factos exógenos, que surgem quando menos esperamos, a mandar as resistências, os suportes, as emas, as ltas, os w invertidos, etc, pelo cano abaixo. Com ganhos inesperados ou perdas dolorosas para todos. E nessa altura não há resistências que não sejam quebradas nem suportes que lhes acudam.
Por isso, tenho para mim que a melhor estratégia a seguir é esta: em vez de andarmos de galho em galho, a subir e a descer as árvores, perdidos no meio da floresta, sem estratégia definida, esforcemo-nos por subir à copa das árvores, olhar calmamente o horizonte, ver o rumo a seguir e não nos desviarmos do caminho traçado. Nem que chova a cântaros ou que a vaca tussa. E dessa forma, seguramente, é a AF a dar cartas.
Ah, mas para a gestão do dia a dia, para ganhos de curto ou de curtíssimo prazo, não esquecer nunca os ditames dos gurus da AT.
A titulo pessoal uso mais analise fundamental e perdi muito tempo a saber intrepretar dados notas research, ver relatorios e contas, perceber o modelo de neogico etc... muitos pensao ah e tal o roe o roa e já está enfim palha......mas reconheço que um dos motivos que me trouxe aqui foi ver e saber mais de Técnica area da qual sei menos... porque tento sempre ter um cuidado alem de entrar em coisas com dimensao e que perceba ter um plano de saida quando corre mal e isso sem técnica nao se faz.... a meu ver... no entanto vejo por ai e as x pico me mesmo com as pessoas gente a olhar pos graficos para traz e a pensar que podem ocorrer para a frente quando isso nao faz sentido... como ainda agora ocorreu no bcp bottom line o saber nao ocupa lugar a meu ver
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Análise Técnica (AT) versus Análise Fundamental (AF)
Pergunto-me muitas vezes: terá a AT algum fundamento científico?
E a resposta que dou a mim mesmo, por mais dúvidas que me assaltem, é sempre a mesma: a AT não tem qualquer base científica (por mais experimentalismos com sucesso realizados diariamente por experimentados experts).
Mas funciona? Funciona.
Se tivermos a paciência de observar as transacções (trades) feitas durante uma sessão de bolsa, verificamos com espanto que, salvo raras e honrosas excepções, a maior parte delas são de pequenos lotes para não dizer de lotes ridiculamente baixos. Isto é, quem faz oscilar as cotações, regra geral, é a massa anónima de pequenos investidores que pululam na bolsa.
Ora, estes pequenos investidores reagem da mesma forma aos mesmos sinais: compram todos quando a AT dá sinais de entrada e vendem todos quando a AT dá sinais de saída. Daqui resulta que as cotações seguem não raras vezes, mecanicamente, os movimentos ditados pela AT. E isto seria o melhor dos mundos se não fossem as notícias ou factos exógenos, que surgem quando menos esperamos, a mandar as resistências, os suportes, as emas, as ltas, os w invertidos, etc, pelo cano abaixo. Com ganhos inesperados ou perdas dolorosas para todos. E nessa altura não há resistências que não sejam quebradas nem suportes que lhes acudam.
Por isso, tenho para mim que a melhor estratégia a seguir é esta: em vez de andarmos de galho em galho, a subir e a descer as árvores, perdidos no meio da floresta, sem estratégia definida, esforcemo-nos por subir à copa das árvores, olhar calmamente o horizonte, ver o rumo a seguir e não nos desviarmos do caminho traçado. Nem que chova a cântaros ou que a vaca tussa. E dessa forma, seguramente, é a AF a dar cartas.
Ah, mas para a gestão do dia a dia, para ganhos de curto ou de curtíssimo prazo, não esquecer nunca os ditames dos gurus da AT.
E a resposta que dou a mim mesmo, por mais dúvidas que me assaltem, é sempre a mesma: a AT não tem qualquer base científica (por mais experimentalismos com sucesso realizados diariamente por experimentados experts).
Mas funciona? Funciona.
Se tivermos a paciência de observar as transacções (trades) feitas durante uma sessão de bolsa, verificamos com espanto que, salvo raras e honrosas excepções, a maior parte delas são de pequenos lotes para não dizer de lotes ridiculamente baixos. Isto é, quem faz oscilar as cotações, regra geral, é a massa anónima de pequenos investidores que pululam na bolsa.
Ora, estes pequenos investidores reagem da mesma forma aos mesmos sinais: compram todos quando a AT dá sinais de entrada e vendem todos quando a AT dá sinais de saída. Daqui resulta que as cotações seguem não raras vezes, mecanicamente, os movimentos ditados pela AT. E isto seria o melhor dos mundos se não fossem as notícias ou factos exógenos, que surgem quando menos esperamos, a mandar as resistências, os suportes, as emas, as ltas, os w invertidos, etc, pelo cano abaixo. Com ganhos inesperados ou perdas dolorosas para todos. E nessa altura não há resistências que não sejam quebradas nem suportes que lhes acudam.
Por isso, tenho para mim que a melhor estratégia a seguir é esta: em vez de andarmos de galho em galho, a subir e a descer as árvores, perdidos no meio da floresta, sem estratégia definida, esforcemo-nos por subir à copa das árvores, olhar calmamente o horizonte, ver o rumo a seguir e não nos desviarmos do caminho traçado. Nem que chova a cântaros ou que a vaca tussa. E dessa forma, seguramente, é a AF a dar cartas.
Ah, mas para a gestão do dia a dia, para ganhos de curto ou de curtíssimo prazo, não esquecer nunca os ditames dos gurus da AT.
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