Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

O T - Duarte Lima preso por branqueamento de capitais

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Lion_Heart » 16/5/2012 15:47

Olha, ja soltaram o homem! Mas ele estava preso ou no campo de ferias forçado dos famosos (vulgo prisão da pj)?

Isto numa semana em que os Brasileiros vão decidir se o julgam ou nao! Que ironia :mrgreen:
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 7051
Registado: 6/11/2002 22:32
Localização: Toquio

por mapaman » 16/5/2012 15:25

Bem, aproveitando o Verão,não será de estranhar que a Quinta do Lago ganhar novo residente a não ser que já tenha vendido a casa.
"Não perguntes a um escravo se quer ser livre".Samora Machel
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1600
Registado: 24/1/2008 22:05

por tava3 » 16/5/2012 15:10

É como eu digo, um a um, essa cambada de mafiosos e corruptos vão se safando todos, à esquerdalha até a familia entra ao barulho. :roll:
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Automech » 16/5/2012 14:55

Para aqueles que não tiverem percebido o comentário do Keijas por não terem lido notícias:
Duarte Lima passa para prisão domiciliária com pulseira electrónica
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por keijas » 16/5/2012 14:33

aí vem o homem de gargantilha dourada na perna

o 1º passo para a amnistia de tudo

nem as golpadas no BPN servem para manter a privação de liberdade

eles sacaram o zé paga


.
malukices nos mercados ........ aqui »»»
http://www.malukosnabolsa.blogspot.com.
 
Mensagens: 905
Registado: 17/5/2008 19:41
Localização: ourem

por Trisquel » 18/12/2011 21:12

Duarte Lima: Fixe bem esta palavra - oitiva

No ano de todas as crises, em que a política e a economia sufocaram (literalmente) a sociedade, a justiça seguiu as pegadas do País e manteve a sua atracção pelo abismo. Os casos em torno de Duarte Lima, o alegado assassino que acabou apanhado por lavagem de dinheiro, deram um empurrãozinho – e são um exemplo cristalino dos males que nos afligem.

Por:João Miguel Tavares, Jornalista (Cronista do Correio da Manhã)

Se me pedissem para resumir o Portugal de 2011 numa única palavra, eu escolheria esta: ‘oitiva'. ‘Oi... quê?', pergunta o caro leitor, já preocupado com o estado da sua cultura geral. Não se aflija. É perfeitamente natural que não saiba o significado de ‘oitiva'. O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, também não sabia o que ela queria dizer quando recebeu do Brasil um pedido de ‘oitiva a Duarte Lima' a propósito da investigação à morte de Rosalina Ribeiro. Vale a pena conhecer esta história exemplar.

Desde 2010, as autoridades brasileiras solicitaram às portuguesas uma série de diligências, entre as quais a ‘oitiva'. Todas essas diligências deram em nada. Confrontado com a falta de empenho do Ministério Público na resolução do caso, Pinto Monteiro deu esta desculpa ao semanário ‘Sol': por causa de tão complexo pedido, havia sido obrigado a efectuar "uma diligência informal prévia com vista a esclarecer o sentido da palavra ‘oitiva', a qual não foi conclusiva por se tratar de terminologia antiga e que mesmo as autoridades brasileiras são dissuadidas de utilizar". O pedido ficou por cumprir.

GOOGLE, SR. PROCURADOR

À falta de dicionários da língua portuguesa, o procurador-geral da República poderia ter ido ao Google. Escrevia ‘oitiva' e logo na primeira entrada (a Wikipédia) teria lido isto: "Comummente utilizada no meio jurídico. Oitiva significa audição, no sentido de ouvir. Exemplo: A oitiva da testemunha é obrigatória." A polícia brasileira queria - imagine-se - que Duarte Lima fosse ouvido. O Ministério Público perdeu-se na tradução.

Das duas, uma: ou o procurador-geral da República não sabe ‘googlar', ou sabe, mas fez-se de engraçadinho. Eu voto no engraçadinho. Pinto Monteiro estava a ironizar com a história da "diligência informal prévia". Estava a contar uma anedota de brasileiros. Estava a praticar sarcasmo judicial. Em 2011, a Procuradoria foi confrontada com o alegado assassinato de uma cidadã portuguesa por um cidadão português e decidiu que a atitude certa não era colaborar com as autoridades do Brasil, mas sim fazer piadinhas.

Eis a razão por que deve, caro leitor, fixar para todo o sempre a palavra ‘oitiva' - ela mostra de forma exemplar como a Justiça portuguesa está virada do avesso, preferindo entreter-se com rodriguinhos de treta em vez de se preocupar com aquilo que está em causa. Afirmou um polícia brasileiro que trabalhou no caso Rosalina: "A Procuradoria levou quatro meses para responder a um e-mail. É mais tempo do que o Cabral levou a vir para o Brasil." Isto, sim, é uma boa piada - embora dê mais para chorar do que para rir. Outro polícia acrescentou: "Aqui estamos preocupados em esclarecer o crime hediondo praticado contra uma senhora indefesa de 74 anos. Em Portugal, o formalismo sobrepõe-se à vida." Não nos poderia ter descrito melhor.

OFFSHORE DA JUSTIÇA

Independentemente da culpa de Duarte Lima, o desleixo e desinteresse com que as autoridades portuguesas acompanharam o homicídio de uma cidadã nacional em quase dois anos é sintomático da forma como quem tem poder é tratado neste País. Vivemos num offshore da Justiça: a trafulhice circula sem pagar imposto e quem conhece as regras do jogo tem probabilidades de passar pelos pingos de chuva sem se molhar.

Duarte Lima seria mais um a ficar enxuto se a sua história pessoal - o homem pobre que vira rico, o barão do PSD caído em desgraça, o benfeitor da leucemia suspeito de um bárbaro homicídio - e os pormenores do crime - as provas reunidas (e divulgadas) pela polícia brasileira são avassaladoras - não fossem tão fascinantes para jornais e televisões. A Procuradoria preferia certamente estar a apanhar banhos de sol numa praia do nordeste brasileiro, mas o País abria a boca de espanto diante da possibilidade de Lima ficar toda a vida sem ter de responder por indícios tão fortes.

Era chato. E como era chato, a justiça justiceira acordou. Numa daquelas coincidências tão grandes que mereciam um lugar no Guinness Book, eis que Duarte Lima é apanhado nas malhas do processo BPN, acabando detido no âmbito de uma investigação de branqueamento de capitais que envolve a compra de terrenos na zona de Oeiras destinados à construção (depois suspensa) das novas instalações do IPO (local, recorde-se, onde Lima ajudou a salvar gente suficiente para alcançar o Céu).

O homem que corria o risco de continuar a sua vida a passear alegremente por Portugal, mesmo que fosse condenado à revelia no Brasil, por causa da falta de acordos de extradição entre os dois países e de bizantinas dificuldades na transposição de sentenças, é subitamente apanhado em casa devido um processo paralelo. A justiça, como bem sabemos, é suposto ser cega. Mas a portuguesa gosta de espreitar por debaixo da venda. E assim, Duarte Lima acaba transformado na nossa versão manhosa de Al Capone, o mafioso de Chicago que acabou preso por fuga ao fisco. Pode tudo isto ter sido um mero acaso e a esta minha conversa não passar de má-língua travestida de teoria da conspiração? Poder, pode. Mas o facto do caso BPN andar a arrastar--se há anos sem efeitos visíveis e a comunicação social ter sido convocada para assistir ao circo da detenção só adensa as suspeitas. Os caminhos da justiça portuguesa são como os do Senhor. Misteriosos.
Cumpts.
Trisquel

A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2190
Registado: 17/3/2009 11:05
Localização: Setúbal

por charles » 27/11/2011 22:07

Elias, não é a causa dos acidentes que interessa para o caso, a questão é eles existem, logo deixas de conduzir?

Pelo factor de saberes que existem acidentes, deixas de lhes atribuir menos importância?

O paralelismo dos acidentes e dos condutores, foi o que encontrei para comparar com a questão da justiça e de ir ou não votar, tu respondes-me com explicações dos acidentes :roll:

Acho que levantas-te um non issue!

As pessoas votam independentemente da muita ou pouca importância que atribuem a determinados setores da sociedade, a justiça estar como sabemos não é impeditivo de irmos votar, por vezes a degradação de determinadas áreas da nossa sociedade ainda nos motiva mais para a alternância do poder, no fundo o que acontece é votarmos de forma a expulsar os que lá estão sempre na esperança que os que venham a seguir mudem as coisas.

Cumprimentos
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5004
Registado: 9/6/2005 12:24
Localização: queluz

por Elias » 25/11/2011 23:34

charles Escreveu:Elias, o mesmo povo, sabe que existem acidentes nas estradas e no entanto isso não impede que continuem a conduzir todos os dias.

Tu sabes que existem acidentes nas estradas, morrem pessoas e outras ficam feridas, no entanto não deixas de andar nas estradas, a justiça está para os acidentes como os condutores estão para os eleitores.

Achas que o povo por "insistir" em conduzir não considera grave o problema dos acidentes?


charles,

Conheço um profissional da aviação e que um dia me disse isto: 90% dos acidentes aéreos acontecem porque o piloto não cumpre as regras de segurança.

No que se refere aos acidentes de viação, eu tenho a sensação de que se passa exactamente a mesma coisa. Concretamente, e falando com base na minha percepção pessoal, eu creio que o problema não está no facto de as pessoas conduzirem, mas sim na forma como conduzem. Uma grande parte dos acidentes acontecem precisamente porque as pessoas não cumprem as regras de trânsito - excesso de velocidade, desrespeito pelos sinais de STOP ou pelas passadeiras, distância de segurança entre veículos, consumo de álcool associado a condução, etc...

Não tenhas dúvida que se todas as pessoas observassem escrupulosamente as regras de trânsito, o número de acidentes caía a pique. Não é por acaso que Portugal tem uma das taxas de acidentes (e de feridos) das mais elevadas da Europa. Essas estatísticas desfavoráveis ao nosso país são resultado dos maus comportamentos dos condutores portugueses - comportamentos esses que acontecem devido ao sentimento geral de impunidade que grassa neste país.

Vê aqui as estatísticas dos vários países:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_co ... death_rate

Como disse acima, creio que o problema não está no facto de as pessoas conduzirem, mas sim na forma como o fazem.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por mcarvalho » 25/11/2011 21:41

se fosse um acidente duvidoso de combóio e se se pensasse em fazer o jeito a alguém.. em benificio de alguém.. fechava-se logo a linha...lol e para não haver mais mortos ... construia-se uma barragem de 120 metros de altura

:( :mrgreen: :roll: :x :shock: :? 8-) :evil:
 
Mensagens: 7051
Registado: 17/2/2004 1:38
Localização: PORTO

por charles » 25/11/2011 20:31

Elias Escreveu:
charles Escreveu:Eu parto do principio lógico de que o voto é um dever, a partir deste momento tenho que votar de acordo com o que acho ser melhor para o País, pouco me importam as empatias, eu voto de acordo com tendências politicas com as quais me identifico mais e contra as outras com as quais não me identifico, o povo mesmo o mais iliterado é sempre sábio e penso que fará o mesmo, não o menosprezemos.


Eu não menosprezo nada, antes respeito. Por isso escrevi que se o povo continua a votar em partidos que não resolvem o problema da justiça, então isso (para mim) significa que o povo não considera que esse seja realmente um problema.



Elias, o mesmo povo, sabe que existem acidentes nas estradas e no entanto isso não impede que continuem a conduzir todos os dias.

Tu sabes que existem acidentes nas estradas, morrem pessoas e outras ficam feridas, no entanto não deixas de andar nas estradas, a justiça está para os acidentes como os condutores estão para os eleitores.

Achas que o povo por "insistir" em conduzir não considera grave o problema dos acidentes?

O que fazer, qual a solução, deixa-se de votar, deixe-se de andar nas estradas :?:
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5004
Registado: 9/6/2005 12:24
Localização: queluz

por Lion_Heart » 18/11/2011 2:20

Mais uma vez a fuga de informação foi gritante neste caso. Todos (até o própio D. Lima) sabiam da operação da PJ . Ja para nao falar nos jornalista que horas antes ja la estavam tb.

Os bufos continuam por todo o lado, mas ninguém parece interessado em os calar (deve ser pq dao jeito).
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 7051
Registado: 6/11/2002 22:32
Localização: Toquio

por Elias » 18/11/2011 1:33

charles Escreveu:Eu parto do principio lógico de que o voto é um dever, a partir deste momento tenho que votar de acordo com o que acho ser melhor para o País, pouco me importam as empatias, eu voto de acordo com tendências politicas com as quais me identifico mais e contra as outras com as quais não me identifico, o povo mesmo o mais iliterado é sempre sábio e penso que fará o mesmo, não o menosprezemos.


Eu não menosprezo nada, antes respeito. Por isso escrevi que se o povo continua a votar em partidos que não resolvem o problema da justiça, então isso (para mim) significa que o povo não considera que esse seja realmente um problema.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por LFA1 » 18/11/2011 1:31

Ao ler alguns posts que aqui foram colocados penso que se deve esclarecer o seguinte:

A detenção do Duarte Lima foi efectuada no decurso da fase de Inquérito do processo, ou seja, única e exclusivamente para aquele ser presente, no prazo máximo de 48 horas, a um Juiz de Instrução, a fim de ser sujeito a primeiro interrogatório judicial de arguido detido e lhe ser aplicada uma medida de coacção diversa da do termo de identidade e residência (medida de coacção essa que no extremo poderá ser a de prisão preventiva, mas que também poderá ser outra qualquer daquelas elencadas no Código de Processo Penal - obrigação de apresentação periódica num posto policial; proibição de se ausentar de determinado local; proibição de frequentar determinados meios ou locais; proibição de contactar determinadas pessoas; obrigação de permanência na habitação, etc, etc).
Assim, não se trata aqui de detenção do Duarte Lima para cumprimento de qualquer pena de prisão (para isso seria necessário que aquele já tivesse sido julgado pela prática de um crime e que tivesse sido condenado pelo mesmo a uma pena de prisão por sentença transitada em julgado, o que não sucedeu, nem poderia ter sucedido, uma vez que o processo não chegou ainda sequer à fase do julgamento).
Por outro lado, convém ter a noção que as medidas de coacção não são penas, ou seja, com as mesmas não se visa "castigar" o arguido pela prática de um crime, mas apenas eliminar os perigos elencados nas diversas alíneas do art. 204º do Código de Processo Penal, ou seja, perigo de fuga, de perturbação do decurso do Inquérito, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova; perigo de continuação da actividade criminosa e perigo de perturbação grave da ordem e da tranquilidade públicas, o que significa que se estes perigos não se verificarem no caso concreto não se pode, por lei, aplicar qualquer medida de coacção ao arguido.
Por outro lado, convém esclarecer que a aplicação destas medidas estão sujeitas aos princípios da necessidade, adequação e proporcionalidade e que a lei apenas permite a aplicação da medida de coacção prisão preventiva quando existam, cumulativamente, os seguintes pressupostos:
1-Fortes indícios da prática pelo arguido de crime doloso punível com pena de prisão de máximo superior a 5 anos ou de crime doloso de terrorismo, criminalidade violenta ou altamente organizada punível com pena de prisão de máximo superior a três anos;
2- Existência, em concreto, de algum dos perigos supra referidos (de continuação da actividade criminosa, de fuga, etc);
3- Nenhuma das outras medidas de coacção ser suficiente para afastar os perigos atrás referidos (fuga, continuação da actividade criminosa, etc);
4- A medida de coacção prisão preventiva ser proporcional à gravidade do crime e às sanções que previsivelmente venham a ser aplicadas, o que quer dizer que a aplicação da prisão preventiva só é possível se o juiz, depois de analisar as provas já existentes no processo, concluir que é provável que em julgamento o arguido venha a ser condenado numa pena de prisão efectiva.

Cumps.
 
Mensagens: 161
Registado: 25/5/2009 23:18
Localização: 10

por _urbanista_ » 18/11/2011 0:58

ul Escreveu:Lendo os comentários aqui escrito são um mau sinal dos tempos que se aproximam, as sociedade tornam justiceiras quando empobrecem.

Nietzsche é genial nestas linhas :

"À medida que aumenta o poderio de uma sociedade, assim esta dá menos importância às faltas dos seus membros, porque já lhes não parecem perigosas nem subversivas; o malfeitor já não está reduzido ao estado de guerra, não pode nele cevar-se a cólera geral; mais ainda: defendem-no contra essa cólera.

O aplacar a cólera dos prejudicados, o localizar o caso para evitar distúrbios, e procurar equivalências para harmonizar tudo (compositio) e principalmente o considerar toda a infracção como expiável e isolar portanto o ulterior desenvolvimento do direito penal.

À medida, pois, que aumenta numa sociedade o poder e a consciência individual, vai-se suavizando o direito penal, e, pelo contrário, enquanto se manifesta uma fraqueza ou um grande perigo, reaparecem a seguir os mais rigorosos castigos.


Isto é, o credor humanizou-se conforme se foi enriquecendo; como que no fim, a sua riqueza mede-se pelo número de prejuízos que pode suportar.

E até se concebe uma sociedade com tal consciência do seu poderio, que se permite o luxo de deixar impunes os que a ofendem. «Que me importam a mim esses parasitas? Que vivam e que prosperem; eu sou forte bastante para me inquietar por causa deles...» A justiça, pois, que começou a dizer: «tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo. Esta autodestruição da justiça, chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça.

Friedrich Nietzsche, in 'A Genealogia da Moral'



O problema não é quando impobrecem.
É quando são roubadas a olhos vistos, e ninguem faz rigorosamente nada, tanto não faz, que esta balburdia trouxe-nos a este estado...
Como já referi anteriormente, com os ordenados que estes e outros individuos recebiam não dava para tal nivel de vida.
Aínda andam muitos duartes lima por aí e aínda tem a lata de dizer que vivemos acima das nossas possibilidades. Eu como muitos portuguêses não vivemos acima de nada, apenas trabalhamos e pagamos os nossos impostos enquanto estes senhores viveram a roubar o país À lata toda com toda a impunidade, e os responsaveis que podiam fazer algo, ganham cargos de mérito no bce etc.
A bolha rebentou e agora até parecia mal se não rolassem cabeças, afinal todos sabiam, só faltava a coragem....
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 488
Registado: 29/6/2009 12:38
Localização: 20

por charles » 17/11/2011 22:29

"Elias"charles vou tentar responder aos pontos todos que levantas:

"charles"Elias eu acho que percebo o alcançe da tua pergunta, mas faz só uma precisão, tu dizes que as pessoas não acham relevante a justiça quando votam, porque não tem consciência da gravidade da situação portanto são pessoas mal informadas e de certa forma incapazes de julgar a justiça, ou por outro lado tem consciência plena enquanto cidadãos de um estado democrático que o que se passa é grave e lesa a democracia?


Elias

Nem uma coisa nem outra. Ou seja, eu não acho que as pessoas estejam bem nem mal informadas. O que acho é que o voto é muito mais emocional do que racional, ou seja, que as pessoas votam muito mais por questões de empatia com o candidato A ou com o partido B do que propriamente como resultado de uma reflexão profunda sobre o que é melhor para o país.

Essa empatia pode resultar de vários factores, como: clubite, tradição familiar, carinha laroca do candidato, expectativas criadas pelo discurso cativante, etc.


Eu acho que as pessoas votam premiando ou penalizando quem é governo até essas novas eleições, não acho que o povo seja assim tão estúpido, não está na intenção de quem vota eleger quem governe mal ou seja incompetente, a lógica do voto é delegar os poderes democráticos em alguém que faça um bom trabalho.

Da forma que colocas as coisas, bloqueias completamente qualquer lógica de pensamento em relação à forma como são eleitos os governantes quando há eleições, e à lógica da decisão do eleitor que é sem dúvida um misto de razão e de emoção, mas não é por isso que a decisão é uma decisão de menor qualidade, no fundo o ser humano é emoção e razão, quanto à qualidade dos politicos ou das soluções apresentadas a conversa pode ser outra, isto parece contraditório mas não é, no fundo podemos estar de acordo que as escolhas poderão ir no sentido do voto ser aplicado no que parece menos mau :mrgreen: .

Eu parto do principio lógico de que o voto é um dever, a partir deste momento tenho que votar de acordo com o que acho ser melhor para o País, pouco me importam as empatias, eu voto de acordo com tendências politicas com as quais me identifico mais e contra as outras com as quais não me identifico, o povo mesmo o mais iliterado é sempre sábio e penso que fará o mesmo, não o menosprezemos.


Esclarece-nos um ponto, como é que achas que os eleitores, mesmo que estejam informados e eu acho que estão, deviam reagir perante os factos, era não votar?



Elias

charles, eu acho que cada um deve, em consciência, fazer aquilo que acha melhor. Votar é um direito, não votar também é um direito.

Eu não voto há muitos anos, já o escrevi várias vezes neste forum, mas nunca - nem aqui nem em qualquer outro lado - apelei à abstenção de quem quer que fosse. Respeito as opções de cada um, tal como exijo que respeitem as minhas



Eu acho que o voto deveria ser obrigatório, talvez assim fosse mais fácil atal mudança de que tanto falas, talvez aparecessem outras correntes politicas, seria o mercado a funcionar, seria a lei da oferta da procura, mais clientes do voto significaria outras correntes politicas, talvez isso fosse bom para a renovação democrática, talves isso permitisse um leque de escolhas diferentes das atuais.

"charles"]Qual deve ser o meu comportamento enquanto eleitor considerando-me eu uma pessoa bastante culta em termos socio-politicos?


Elias

charles, obviamente que não devo ser eu a dizer o que deves fazer, de qualquer forma para não fugir à pergunta deixo a seguinte sugestão de reflexão:

- o que é que eu espero obter com o meu voto?
- Eu já votei neste partido anteriormente?
- Em caso afirmativo, as minhas expectativas foram atingidas?
- Se a resposta for sim, então faz sentido votar novamente; se a resposta for não e estou a pensar votar nos mesmos, há aqui qualquer coisa que não bate certo - o que é que me leva a pensar que desta vez vai ser diferente?

enfim são só algumas ideias...

Nota que muitas pessoas não querem fazer este género de reflexão porque preferem continuar a alimentar expectativas (mesmo que irrealistas) do que encarar a realidade



Elias no fundo quando coloco a questão na 1ª pessoa, coloco-a no geral, claro que eu sei (todos sabem) qual deve ser o meu posicionamento socio-politico, tenho ideias bem claras sobre as opções que existem e tenho consciência plena dos problemas que os Portugueses e o País enfrentam, tenho também plena consciência dos problemas que existem em todos os setores da vida Portuguesa, apesar disso e tendo presente os problemas não deixo de expressar no voto as minhas convicções.

Acho que não existe nenhuma contradição entre reconhecer e fazer um diagnóstico do País, que é muito negativo em termos politicos e socio-económicos e a eleição de 4 em 4 anos de novos governantes.

Penso que da forma que colocas as questões não estás no fundo de acordo com o sistema eleitoral, ou mesmo com o sistema democrático vigente, mas isso já nos leva a outras discussões.

Pessoalmente eu acredito que o sistema existente tem tudo para funcionar, mas é preciso que funcione ou que o ponham a funcionar, é preciso aplicar as leis e fazê-las cumprir.

Nota: eu penso que poderás estar a misturar a questão inicialmente abordada uns posts atrás, na seguinte vertente:

*Penso que esta pergunta resume e simplifica a questão que levantás-te*

- quais serão as principais preocupações em termos de prioridades socio-economicas dos eleitores quando decidem votar em A ou B?

Tentando ler o pensamento comum dos eleitores em matéria de voto, as prioridades seriam:

- saude
- emprego
- educação
- segurança
- justiça.......

seguindo esta linha de pensamento, temos o fator justiça a encaixar no teu raciocinio :wink:

Não valerá muito a pena tentar perceber o valor intrinseco do voto d ecada eleitor nem o pensamento associado, dexe-mos isso para os sociólogos, o que vale a pena é tentarmos sempre que o nosso voto consigo mudar sempre para melhor o nosso País, se nada fizermos só irá no meu entender piorar a qualidade desta democracia já por si doente.

(EDITADO ORTOGRAFIA CORRIGIDA)

Cumprimentos
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5004
Registado: 9/6/2005 12:24
Localização: queluz

por Lion_Heart » 17/11/2011 22:21

Quem tramou D. Lima & Ca.?

Ora após ver as noticias fiquei a saber que afinal é D. Lima & Ca. quem tem razos para meter o Estado em tribunal! Ele nao fez nada mais nada menos do que a grande maioria dos "amigos" fez(comprar terrenos baldios ou agricolas antes de acontecer algo relevante), o problema foi que depois do invest., de IPO nada!

E ele ficaram com os terrenos na mão, assim não da! Quem foram os responsaveis?

:mrgreen:
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 7051
Registado: 6/11/2002 22:32
Localização: Toquio

por tava3 » 17/11/2011 22:10

Quem são ou quem deveriam ser? 8-)
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por sargotrons » 17/11/2011 22:07

tavaverquenao2 Escreveu:As acusações são branqueamento de capitais, fraude fiscal agravada e burla qualificada, é tudo em grande.

E quem são os arguidos?
Não faz mal!...
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 983
Registado: 5/9/2007 15:53
Localização: Estoi

por tava3 » 17/11/2011 22:03

As acusações são branqueamento de capitais, fraude fiscal agravada e burla qualificada, é tudo em grande.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por tava3 » 17/11/2011 21:55

_urbanista_ Escreveu:O nosso presidente aínda tem muitos amigos que tem que se sentar no banco dos reus...


Com a quantidade de amigos pro mafioso, será que se pode aplicar o ditado ao pr: "Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és"?
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Tridion » 17/11/2011 21:30

_urbanista_ Escreveu:O nosso presidente aínda tem muitos amigos que tem que se sentar no banco dos reus...Não entendo como é que alguem aínda se convençe ou acredita que com um ordenado de deputado, advogado etc se consiga atingir o nivel finançeiro e patrimonial que estes individuos atingiram...




Então todos os orgãos de comunicação social diziam que tinha feito fortuna na bolsa! Não me digam que é mentira!? Isso para mim é um choque...eu a pensar que estavamos perante um guru dos mercados, capaz de fazer milhões!

Ainda não foi desta que fiquei a conhecer um portugês que tenha ficado podre de rico com a bolsa! Pelo menos fiquei a saber que enriquecimento ilícito pode ser justificado por se jogar na bolsa... :mrgreen:
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1352
Registado: 13/5/2010 17:53
Localização: Lx

por Elias » 17/11/2011 21:11

charles vou tentar responder aos pontos todos que levantas:

charles Escreveu:Elias eu acho que percebo o alcançe da tua pergunta, mas faz só uma precisão, tu dizes que as pessoas não acham relevante a justiça quant«do votam, porque não tem consciência da gravidade da situação portanto são pessoas mal informadas e de certa forma incapazes de julgar a justiça, ou por outro lado tem consciência plena enquanto cidadãos de um estado democrático que o que se passa é grave e lesa a democracia?


Nem uma coisa nem outra. Ou seja, eu não acho que as pessoas estejam bem nem mal informadas. O que acho é que o voto é muito mais emocional do que racional, ou seja, que as pessoas votam muito mais por questões de empatia com o candidato A ou com o partido B do que propriamente como resultado de uma reflexão profunda sobre o que é melhor para o país.

Essa empatia pode resultar de vários factores, como: clubite, tradição familiar, carinha laroca do candidato, expectativas criadas pelo discurso cativante, etc.

charles Escreveu:Esclarece-nos um ponto, como é que achas que os eleitores, mesmo que estejam informados e eu acho que estão, deviam reagir perante os factos, era não votar?


charles, eu acho que cada um deve, em consciência, fazer aquilo que acha melhor. Votar é um direito, não votar também é um direito.

Eu não voto há muitos anos, já o escrevi várias vezes neste forum, mas nunca - nem aqui nem em qualquer outro lado - apelei à abstenção de quem quer que fosse. Respeito as opções de cada um, tal como exijo que respeitem as minhas.

charles Escreveu:Qual deve ser o meu comportamento enquanto eleitor considerando-me eu uma pessoa bastante culta em termos socio-politicos?


charles, obviamente que não devo ser eu a dizer o que deves fazer, de qualquer forma para não fugir à pergunta deixo a seguinte sugestão de reflexão:

- o que é que eu espero obter com o meu voto?
- Eu já votei neste partido anteriormente?
- Em caso afirmativo, as minhas expectativas foram atingidas?
- Se a resposta for sim, então faz sentido votar novamente; se a resposta for não e estou a pensar votar nos mesmos, há aqui qualquer coisa que não bate certo - o que é que me leva a pensar que desta vez vai ser diferente?

enfim são só algumas ideias...

Nota que muitas pessoas não querem fazer este género de reflexão porque preferem continuar a alimentar expectativas (mesmo que irrealistas) do que encarar a realidade.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por mcarvalho » 17/11/2011 21:01

realmente.. ao fim de tantos anos evolução??!! parece que estamos na mesma ou pior..

Já havia democracia no tempo de Sócrates.. o grego

já lá vão uns milhares de anos.. já se deu tantas voltas e voltámos ao mesmo e como na altura não sabemos que fazer....

em algumas aldeias do interior como Freixiel e Vilarinho da Castanheira existia uma forca no cimo do monte mas bem visivel de toda a aldeia...

Quando alguém , às vezes com os copos, pensava em fazer uma asneira, mal saía do tasco.. olhava para o monte e para a forca , engolia em seco enquanto apalpava o pescoço, passava-lhe a bebedeira e ia para casa dormir.. Nodia seguinte pensava que tinha tido um sonho mau!!

Mas se cometesse a asneira .. um grupo de homens "bons da terra" nomeavam um juiz que ditaria a sentença.. se fosse a morte o vericto era:

- o JUÍZ JULGOU ESTÁ JULGADO--O JUIZ CONDENOU ESTÁ CONDENADO .. O RÉU SERÁ ENFORCADO

SE O JUÍZ JULGOU BEM .. PARA SEMPRE SERÁ HONRADO .. SE JULGOU MAL.. SERÁ TAMBÉM ENFORCADO..

........

LIBERDADE É BONITO

RESPONSABILIDADE É SÓ PARA ALGUNS

UM CERTO CAGUEFE É IMPORTANTE PARA TIRAR A CAGANÇA DE ALGUNS.. NORMALMENTE COBARDES
 
Mensagens: 7051
Registado: 17/2/2004 1:38
Localização: PORTO

por charles » 17/11/2011 20:59

Elias Escreveu:charles, assinalo uma parte muito relevante do teu texto:

charles Escreveu:a leitura que eu faço é que uma coisa é votarmos em quem quer que seja, outra é o funcionamento do estado democratico independentemente de quem seja eleito, nós não conseguimos influenciar com o nosso voto de forma direta nenhum setor do estado, votamos continuadamente na expetativa de que os que vêm a seguir façam melhor que os anteriores, seja na justiça ou outros


Este é exactamente o ponto. Expectativas. As pessoas guiam-se apenas por expectativas. Não páram para pensar. Não fazem uma avaliação para reflectir o que correu bem e o que correu mal no passado. Em vez disso repetem os mesmos erros.

Os políticos sabem isso. E por isso transformaram-se em vendedores de sonhos, porque sabem que é isso que as pessoas querem: alguém que lhes prometa que o dia de amanhã será melhor.

Enquanto os eleitores se continuarem a comportar desta maneira (e provaelmente vão continuar), pouco ou nada irá mudar.


Elias eu acho que percebo o alcançe da tua pergunta, mas faz só uma precisão, tu dizes que as pessoas não acham relevante a justiça quando votam, porque não tem consciência da gravidade da situação portanto são pessoas mal informadas e de certa forma incapazes de julgar a justiça, ou por outro lado tem consciência plena enquanto cidadãos de um estado democrático que o que se passa é grave e lesa a democracia?

Esclarece-nos um ponto, como é que achas que os eleitores, mesmo que estejam informados e eu acho que estão, deviam reagir perante os factos, era não votar?

Qual deve ser o meu comportamento enquanto eleitor considerando-me eu uma pessoa bastante informada e culta em termos socio-politicos?

Claro que nós temos de ter sempre a expetativa que as coisas melhorem, senão não saimos de casa ou emigravamos todos :mrgreen:
Editado pela última vez por charles em 17/11/2011 21:08, num total de 2 vezes.
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5004
Registado: 9/6/2005 12:24
Localização: queluz

por Elias » 17/11/2011 20:48

charles, assinalo uma parte muito relevante do teu texto:

charles Escreveu:a leitura que eu faço é que uma coisa é votarmos em quem quer que seja, outra é o funcionamento do estado democratico independentemente de quem seja eleito, nós não conseguimos influenciar com o nosso voto de forma direta nenhum setor do estado, votamos continuadamente na expetativa de que os que vêm a seguir façam melhor que os anteriores, seja na justiça ou outros


Este é exactamente o ponto. Expectativas. As pessoas guiam-se apenas por expectativas. Não páram para pensar. Não fazem uma avaliação para reflectir o que correu bem e o que correu mal no passado. Em vez disso repetem os mesmos erros.

Os políticos sabem isso. E por isso transformaram-se em vendedores de sonhos, porque sabem que é isso que as pessoas querem: alguém que lhes prometa que o dia de amanhã será melhor.

Enquanto os eleitores se continuarem a comportar desta maneira (e provaelmente vão continuar), pouco ou nada irá mudar.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Andre.pt, Burbano, caganixo7, Google Adsense [Bot], PAULOJOAO, peterteam2, Purificaçao, yggy e 332 visitantes