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Caldeirão da Bolsa

off topic: Fumadores não deviam ter SNsaude igual

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 5/9/2011 17:38

AutoMech Escreveu:Ele nem esta a ser original. Esta é da semana passada:
Hungria introduz imposto sobre alimentos pouco saudáveis


A própria notícia não se fica pela Hungria:


Tendência europeia

A Hungria não é o único país europeu que está a levar a cabo uma campanha contra a alimentação excessivamente gordurosa. A Dinamarca, a Áustria e a Suíça já impuseram impostos sobre as gasosas, devido ao aumento do risco de cancro destas bebidas. Em adição, a Dinamarca - que tem um imposto sobre os doces há quase 90 anos - também vai avançar com a criação de uma taxa extra sobre todos os alimentos com elevado teor de gordura saturada ainda este ano.

O primeiro-ministro finlandês Jyrki Katainen afirmou por seu turno que "o que a Dinamarca planeia fazer está a interessar-nos", indicando que este tipo de impostos pode agora espalhar-se por todo o continente. Até na Roménia, o país europeu onde se regista a menor percentagem de obesos na população adulta (apenas 7,9% do total) está a considerar avançar com um "imposto sobre a gordura" desde o ano passado, um que não seria só aplicado as gasosas e aos doces, mas também a todo o tipo de ‘Fast Food'. A ideia acabou no entanto por ser rejeitada devido aos receios que o imposto incida acima de tudo sobre os alimentos consumidos pelas camadas mais pobres da população, podendo uma subida dos preços destes alimentos levar os mais carenciados a recorrer a produtos alimentares ainda mais baratos, piorando de modo considerável a sua dieta.





Elias Escreveu:Hum, então deve ser por isso que o Min. da Saúde quer pôr o preço dos medicamentos iguais aos da Hungria. Harmonização fiscal, tem toda a lógica. 8-)


Parece-me mais uma harmonização alimentar a nível europeu...

:lol:
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 5/9/2011 17:31

AutoMech Escreveu:Ele nem esta a ser original. Esta é da semana passada:
Hungria introduz imposto sobre alimentos pouco saudáveis


Hum, então deve ser por isso que o Min. da Saúde quer pôr o preço dos medicamentos iguais aos da Hungria. Harmonização fiscal, tem toda a lógica. 8-)
 
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por Automech » 5/9/2011 17:28

Ele nem esta a ser original. Esta é da semana passada:
Hungria introduz imposto sobre alimentos pouco saudáveis
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por Quico » 5/9/2011 17:07

Já cá estava a faltar. :roll:

Vá lá que, ao avaliar pelos comentários, não está tudo doido...
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por sevenairam » 1/9/2011 17:55

Sim é, enganei-me :)

Estava a corrigir os 2% para o INEM e meti água :)
 
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 17:49

sevenairam Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:[
Uma parte do seguro que tu pagas sobre o teu carro (salvo erro 2%) vai para o fundo de garantia!


Por acaso é apenas 0,5% ( 2% é o valor para o Inem)



Segundo o Decreto-Lei nº 291/2007, de 21 de Agosto, no artigo 58º, está estabelecido em 2.5%:

http://www.isp.pt/winlib/cgi/winlibprx. ... o=on&guid={8FEC87B8-C7E1-4BC5-ACE4-D2B29A6E5413}&doc=16604

(copiar o link completo e colocar no browser, devido às chavetas)
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por sevenairam » 1/9/2011 17:42

MarcoAntonio Escreveu:[
Uma parte do seguro que tu pagas sobre o teu carro (salvo erro 2%) vai para o fundo de garantia!


Por acaso é apenas 0,5% ( 2% é o valor para o Inem)
 
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 17:33

escada1 Escreveu:MAS na realidade o seguro não é obrigatório.Em caso de acidente, existe o fundo de garantia automóvel do estado.
Este fundo paga tudo.Depois será o estado a exigir ao faltoso o pagamento das despesas.


Bom, este texto está cheio de equívocos...


:arrow: O seguro é obrigatório. Algo ser obrigatório (mandatório) porém não garante que todos o executem, existindo potencialmente (e na prática) ocorrência de faltosos.

O fundo de garantia é uma solução de recurso perante a possibilidade do individuo ser faltoso.


:arrow: O fundo de garantia não se substitui propriamente ao sistema de seguros, ele antes faz parte do sistema e nele está embutido. Trata-se de uma solução de último recurso dentro do modelo de seguros existente sendo uma das suas fontes de financiamento do fundo de garantia uma parcela paga pelas entidades seguradoras a operar em Portugal, por cada seguro.

Uma parte do seguro que tu pagas sobre o teu carro (salvo erro 2%) vai para o fundo de garantia!
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por sevenairam » 1/9/2011 17:29

escada1 Escreveu:Os seguros automóveis, a questão é apenas para possibilitar a sobrevivÊncia do negocio.

É tudo uam questão estatistica.
As probabilidades de acidente são muito baixas, principalmente nos dias de hoje (mais autoestradas, carros mais seguros, e com sistemas de defesa melhores, como o ABS e o ESP).

Desse modo, tornando obrigatório (e sem esquecer o agravamento em caso de acidente com culpa), o seguro automóvel é um negocio da china.

MAS na realidade o seguro não é obrigatório.Em caso de acidente, existe o fundo de garantia automóvel do estado.
Este fundo paga tudo.Depois será o estado a exigir ao faltoso o pagamento das despesas.


E quem acha que contribuí para o Fundo de Garantia Automóvel ? é quem tem seguro automóvel.
Se você não tiver carro, pelo menos neste caso você não contribui nem com um cêntimo para o Fundo, dessa está livre.

( Não confunda Seguros com Estado, são coisas bem diferentes e o seguro automóvel é obrigatório ( para o comum dos mortais :)))
 
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por escada1 » 1/9/2011 17:20

Os seguros automóveis, a questão é apenas para possibilitar a sobrevivÊncia do negocio.

É tudo uam questão estatistica.
As probabilidades de acidente são muito baixas, principalmente nos dias de hoje (mais autoestradas, carros mais seguros, e com sistemas de defesa melhores, como o ABS e o ESP).

Desse modo, tornando obrigatório (e sem esquecer o agravamento em caso de acidente com culpa), o seguro automóvel é um negocio da china.

MAS na realidade o seguro não é obrigatório.Em caso de acidente, existe o fundo de garantia automóvel do estado.
Este fundo paga tudo.Depois será o estado a exigir ao faltoso o pagamento das despesas.
 
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 17:18

radiohead Escreveu:Também não podemos falar em absolutismos, claro, falamos em escala de valores.


O que está em questão é qual é o valor que consideramos estar no topo de todos, o que é que se sobrepõe a quê...

A minha é que é o bem comum que se sobrepõe à soberania individual, em última instância (o que não impede que se estabeleçam direitos individuais). E que é este mecanismo que permitiu o tipo de sucesso evolutivo que se registou, progressivamente, nas várias espécies humanas mais recentes.


radiohead Escreveu:Para mim a vida e a soberania individual sobrepunha-se sempre ao bem comum.


O que a mim me parece um retrocesso civilizacional...


radiohead Escreveu:Dou-te um exemplo concreto. Neste momento é obrigatório as pessoas utilizarem seguro automóvel. Então e se uma pessoa não quiser contratualizar esse seguro e preferir assumir as suas responsabilidades? Não pode, porque o Estado vai utilizar todo o seu aparato repressivo para o perseguir, apesar de o nível de perigosidade de condução para terceiros não ser afectuado pelo facto de ter colado ou não um autocolante no vidro do carro.


Bom, o exemplo não é de todo feliz uma vez que a ausência de um seguro coloca em causa a protecção da propriedade de outrém e por arrasto a sua soberania.

O seguro serve precisamente para proteger a soberania e a propriedade individual da vítima...



radiohead Escreveu:No limite isto não prova nada :)


Era precisa e exactamente o objectivo: a tua frase estava impregnada de coisas que estão por provar. Tu meramente disseste o que achavas já na pergunta!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 1/9/2011 17:21, num total de 1 vez.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por radiohead » 1/9/2011 17:01

MarcoAntonio Escreveu:
radiohead Escreveu:Para mim o valor que se sobrepõe a todos os outros é a vida e a soberania individual.


Uma organização central parece ser condição sine qua non para um estado evolutivo como o que se verifica no ser humano. Não existe um único caso de sucesso - entre a espécie humana - que possas enumerar onde a soberania individual é absoluta...


Também não podemos falar em absolutismos, claro, falamos em escala de valores. Porque o contrário também é verdade: mesmo nos Estados mais totalitários e mais eficazes guardiões do que quer que eles considerem o "Bem Comum"...há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não xD

Para mim a vida e a soberania individual sobrepunha-se sempre ao bem comum.

Dou-te um exemplo concreto. Neste momento é obrigatório as pessoas utilizarem seguro automóvel. Então e se uma pessoa não quiser contratualizar esse seguro e preferir assumir as suas responsabilidades? Não pode, porque o Estado vai utilizar todo o seu aparato repressivo para o perseguir, apesar de o nível de perigosidade de condução para terceiros não ser afectuado pelo facto de ter colado ou não um autocolante no vidro do carro.

MarcoAntonio Escreveu:E respondendo à tua questão anterior, que não era objectiva, não é claro qual é o tipo de organização em específico que funciona melhor. Se nos centrarmos somente por exemplo na questão da dimensão do estado (apenas uma das suas dimensões, pois há outras) encontramos casos de sucesso com estados minimalistas e casos de sucesso com estados "pesados".


No limite isto não prova nada :)

Podia-se dar o caso de aqueles países com estados maximalistas estarem bem melhores do que actualmente se estivessem estados minimos :mrgreen:
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 16:59



Precisamente!

:wink:
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 16:42

radiohead Escreveu:Para mim o valor que se sobrepõe a todos os outros é a vida e a soberania individual.


Uma organização central parece ser condição sine qua non para um estado evolutivo como o que se verifica no ser humano. Não existe um único caso de sucesso - entre a espécie humana - que possas enumerar onde a soberania individual é absoluta...



E respondendo à tua questão anterior, que não era objectiva, não é claro qual é o tipo de organização em específico que funciona melhor. Se nos centrarmos somente por exemplo na questão da dimensão do estado (apenas uma das suas dimensões, pois há outras) encontramos casos de sucesso com estados minimalistas e casos de sucesso com estados "pesados".
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por radiohead » 1/9/2011 16:34

MarcoAntonio Escreveu:
radiohead Escreveu:Marcos, no meu entendimento não se trata de discutir se existe organização ou não.


Nem tão pouco foi o que eu introduzi...

O que está em causa são escalas de valores, o que é que se sobrepõe a quê: na minha escala de valores, o valor que se sobrepõe a todos os outros é o valor do bem comum!

O bem comum sobrepõe-se a tudo o resto porque é o bem comum que garante o sucesso e sobrevivência da espécie...


ok, certo :mrgreen:

Para mim o valor que se sobrepõe a todos os outros é a vida e a soberania individual.
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 16:28

radiohead Escreveu:Marcos, no meu entendimento não se trata de discutir se existe organização ou não.


Nem tão pouco foi o que eu introduzi...

O que está em causa são escalas de valores, o que é que se sobrepõe a quê: na minha escala de valores, o valor que se sobrepõe a todos os outros é o valor do bem comum!

O bem comum sobrepõe-se a tudo o resto porque é o bem comum que garante o sucesso e sobrevivência da espécie...
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por radiohead » 1/9/2011 16:22

Marcos, no meu entendimento não se trata de discutir se existe organização ou não.

A questão fundamental é perceber se queremos uma organização voluntária, descentralizada e respeitadora dos direitos individuais (mercados privados), ou se queremos uma organização coerciva, violenta e centralista (Estado). 8-)
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por migluso » 1/9/2011 16:21

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por pdcarrico » 1/9/2011 16:14

asd Escreveu:
Não sei o que mais é preciso fazer para o fazer entender que há direitos positivos e negativos, e que a educação e a saúde NÃO são um direito.


Não são para si. Na sua opinião, para mim SÃO

asd Escreveu:Agora não o percebi, quem propôs escravos aqui foi você. Você é que alega que os outros devem ser obrigados a pagar pela saúde e educação de outros uma vez que o infortúnio alheio representa uma obrigação de um terceiro.

Quem afinal é que quer escravos? Onde esta o tal direito a dignidade que apregoa?


Não seja melodramático. Só lhe fica mal e dá para concluir que se lhe esgotam os argumento. Se você acha que escravatura é contribuir para um bem comum - defesa, segurança (mesmo que quem beneficie mais delas sejam só algumas pessoas), então o seu sistema é tb escravocrata.


asd Escreveu:Mas quem pagou pelas terras? Quem trabalhou para as ter? Prescindiram porque? Se quiserem podem-nas adquirir da mesma forma que outros fizeram, tem o mesmo direito que eu.

Não há free meals!


Aí é que se engana. A origem da propriedade deu-se sempre por um processo de retirada de propriedade a outros. Se eu sou rico é porque os meus Pais/avós/bisavós eram ricos. E se o valor do meu trabalho é maior é porque quem já tinha dinheiro antes decide a quem pagar mais ou menos.

É evidente que eu posso enriquecer partindo do nada, mas mesmo aí, o valor do meu trabalho é mensurado por quem já tem capital acumulado, porque é ele que me paga.

Ou então se a sua ideia é apenas valorizar o trabalho, defenda um tese mais coerente e critique por exemplo as sucessões e doações. Se é só trabalho que é relevante e que garante direito à propriedade então que partamos todos do zero e toda a propriedade pertencente a quem morre, que volte às mãos da comunidade.


asd Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Posso então dizer que property is not claim. E daí?


Fiquei sem perceber novamente, quem é que esta a reivindicar propriedade dos outros?


Não estou a reivindicar nada, só lhe quis dizer que a sua máxima (necessity is not a claim) tem tanto valor quanto outra qualquer.

asd Escreveu:
pdcarrico Escreveu:O que você pensa é relevante na justa medida no seu peso no País. Você não é um iluminado que sabe mais do que outros. Você só vale 1/10 000 000 da opinião e poder de decisão de Portugal.


Pois voltamos ao mesmo ponto da democracia, mas a questão é precisamente esta liberdade individual e não resignação ao colectivo.

Volto a fazer a pergunta que lhe fiz anteriormente:

Se 55% de população votar que os outros 45% deveriam ser extintos, concluir-se-ia que seria um exercício apropriado da democracia certo?


Pela sua perspectiva a resposta parece-me óbvia.


Essa tese dos 55/45 é própria de quem tem um raciocínio parcial. Eu posso criticar qualquer modelo político com esse exemplo. Posso por exemplo dizer que numa ditadura 10% ordenem a extinção dos outros 90%.

Mas o facto é que <b>QUALQUER</b> sistema político pode criar monstruosidades. A sua incapacidade de perceber isso torna difícil a discussão.
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por MarcoAntonio » 1/9/2011 15:58

Eu só tenho seguido esta discussão político-filosófica que entretanto derivou do tópico original bastante na diagonal mas, no fundo, esta temática já foi aflorada noutros tópicos passados e eu gostaria de intervir muito sucintamente.

Em especial tendo em conta as intervenções do asd: asd, espero que tenhas a consciência que toda esta história dos direitos são uma criação meramente humana; foi o homem que estabeleceu para si tal coisa e criou os que muito bem entendeu; a sua (do homem) perspectiva relativamente aos direitos tem mutado em função dos tempos, como forma de organização social.





Isto para dizer que o direito à propriedade não é um direito "intocável", nem do ponto de vista moral. E que não deriva de uma "moral" intrinsecamente superior, como pareces supor...

Eu posso por exemplo perguntar qual é o direito de alguém tomar para si a propriedade (inquestionável) da água ou, até, do território?

Porque não considerar por exemplo imoral manter a propriedade de algo sem, ao longo do tempo, demonstrar o mérito necessário para manter tal propriedade tomando dos outros a propriedade que afinal é de todos e não é de ninguém?



Na natureza, por exemplo, o direito à propriedade deriva simplesmente da lei do mais forte: basicamente tem direito à propriedade quem a ganhar pela força!



O homem é contudo um ser (animal) social e ao longo da sua evolução encontrou outras formas de se organizar, uma organização social que também encontra paralelos na natureza.




Em última instância, cada espécie acaba organizando-se da forma que garante - a prazo - o maior sucesso da espécie. Ou por outra, o tempo acaba filtrando os modelos de sucesso...

Um sistema "misto" (propriedade pessoal e colectiva, bem como uma gestão individual de propriedade e uma gestão social que implica partilha de algo que alguém individualmente produziu) parece estar em vigor pelo menos há uma série de dezenas de milhares de anos, centenas de milhares talvez.

Eventualmente, ou provavelmente, precisamente uma das razões do nosso sucesso enquanto espécie...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Automech » 1/9/2011 15:55

asd Escreveu:
AutoMech Escreveu:OK, vamos então continuar no absurdo das situações diárias. Como o barulho do automóvel do vizinho me incomoda (porque me invade os ouvidos), consigo então facilmente provar que me ele me está a lesar e obter a sua condenação.


É de facto tão simples quanto isto..


OK ASD, penso que está então claro a facilidade de aplicar uma doutrina dessas ao mundo real.
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por asd » 1/9/2011 15:52

AutoMech Escreveu:A simplicidade da doutrina é que leva à complicação da sua aplicação no dia a dia, como te estás a aperceber.


Aqui fiquei sem perceber, o que tem de difícil provar que o vizinho estava com a aparelhagem no máximo e a incomodar(e possivelmente lesar) outros?

Quem é que esta a complicar oq afinal?

AutoMech Escreveu:OK, vamos então continuar no absurdo das situações diárias. Como o barulho do automóvel do vizinho me incomoda (porque me invade os ouvidos), consigo então facilmente provar que me ele me está a lesar e obter a sua condenação.


É de facto tão simples quanto isto..
 
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por asd » 1/9/2011 15:48

pdcarrico Escreveu:Afinal e aparentemente você não é tão inteligente quanto eu pensava. Desculpe-me a franqueza, não o faço por mal.

Você considera o seu direito à propriedade sacrossanto. Está no seu direito de defender isso, como há outros que podem defender a tese de que o seu direito à propriedade é tão lícito quanto o direito de outros à saúde ou à educação.


Não sei o que mais é preciso fazer para o fazer entender que há direitos positivos e negativos, e que a educação e a saúde NÃO são um direito.

Eu deixo-lhe o boneco talvez seja mais simples:

<center><iframe width="560" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/gXOEkj6Jz44" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></center>

E depois a falta de inteligência é dos outros... ok, esta certo.

pdcarrico Escreveu:Não vale a pena descredibilizar a democracia pelo evento "Hitler". Poderia arranjar uma série de outros exemplos que descredibilizariam outros sistemas políticos. Acontece que no nosso sistema, o seu direito à propriedade coincide com a obrigação de contribuir para um fundo de gestão comum (Estado) que decide quais as suas atribuições de acordo com o que integrantes comunitários pensam. E o que eles pensam é que o seu direito à propriedade não é mais importante do que o direito à dignidade (por isso não há por exemplo escravatura) ou o direito à vida.


Agora não o percebi, quem propôs escravos aqui foi você. Você é que alega que os outros devem ser obrigados a pagar pela saúde e educação de outros uma vez que o infortúnio alheio representa uma obrigação de um terceiro.

Quem afinal é que quer escravos? Onde esta o tal direito a dignidade que apregoa?


pdcarrico Escreveu:Individualmente você pode pensar que o direito à propriedade é o único relevante. Por isso dei-lhe o exemplo de que outros podem pensar que não e por isso se encontra um meio termo que respeita o que maioria pensa. O facto é que o seu direito à propriedade só existe por convenção comunitária e não por imposição divina. E lá nos confins do tempo, esse direito foi adquirido retirando o direito à propriedade a outros. Para você poder ter a sua terrinha outros tiveram que prescindir de lá entrar, ou seja a sua propriedade colidiu com a liberdade de outros lá entrarem.


Mas quem pagou pelas terras? Quem trabalhou para as ter? Prescindiram porque? Se quiserem podem-nas adquirir da mesma forma que outros fizeram, tem o mesmo direito que eu.

Não há free meals!

pdcarrico Escreveu:Posso então dizer que property is not claim. E daí?


Fiquei sem perceber novamente, quem é que esta a reivindicar propriedade dos outros?

pdcarrico Escreveu:O que você pensa é relevante na justa medida no seu peso no País. Você não é um iluminado que sabe mais do que outros. Você só vale 1/10 000 000 da opinião e poder de decisão de Portugal.


Pois voltamos ao mesmo ponto da democracia, mas a questão é precisamente esta liberdade individual e não resignação ao colectivo.

Volto a fazer a pergunta que lhe fiz anteriormente:

Se 55% de população votar que os outros 45% deveriam ser extintos, concluir-se-ia que seria um exercício apropriado da democracia certo?


Pela sua perspectiva a resposta parece-me óbvia.
 
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por Automech » 1/9/2011 15:38

asd Escreveu:No exemplo bastam algumas testemunhas para provar, não complique um processo que a partida é de simples resolução ;)


A simplicidade da doutrina é que leva à complicação da sua aplicação no dia a dia, como te estás a aperceber.

asd Escreveu:Claro que a propriedade privada foi invadida ou os ouvidos não lhe pertencem? :P
Não é preciso regulamentação para provar o leso.

OK, vamos então continuar no absurdo das situações diárias. Como o barulho do automóvel do vizinho me incomoda (porque me invade os ouvidos), consigo então facilmente provar que me ele me está a lesar e obter a sua condenação.
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por pdcarrico » 1/9/2011 15:32

asd Escreveu:
Isto é o mesmo exemplo do que vir agora uns caramelos de França ou de outro pais qualquer e não reconhecer qualquer jurisdição a Portugal e vir tentar tomar isto. É para isto que existe exercito (proteger de ameaças externas a jurisdição).
Não há forma de impedir este processo, neste caso ganha obviamente quem tiver o exército com os dentes mais afiados..
Não percebi onde quer chegar...Isto é passível de acontecer em qualquer sistema, desde quando é uma limitação implícita ao do modelo que defendo?



Afinal e aparentemente você não é tão inteligente quanto eu pensava. Desculpe-me a franqueza, não o faço por mal.

Você considera o seu direito à propriedade sacrossanto. Está no seu direito de defender isso, como há outros que podem defender a tese de que o seu direito à propriedade é tão lícito quanto o direito de outros à saúde ou à educação.

Repare que a propriedade só lhe foi concedida por decisão plural e comunitária de reconhecer o contrato de compra. Essa decisão comunitária cria leis com as quais posso concordar ou não, mas que devo respeitar sob pena de viver em anarquia.

Não vale a pena descredibilizar a democracia pelo evento "Hitler". Poderia arranjar uma série de outros exemplos que descredibilizariam outros sistemas políticos. Acontece que no nosso sistema, o seu direito à propriedade coincide com a obrigação de contribuir para um fundo de gestão comum (Estado) que decide quais as suas atribuições de acordo com o que integrantes comunitários pensam. E o que eles pensam é que o seu direito à propriedade não é mais importante do que o direito à dignidade (por isso não há por exemplo escravatura) ou o direito à vida.

Individualmente você pode pensar que o direito à propriedade é o único relevante. Por isso dei-lhe o exemplo de que outros podem pensar que não e por isso se encontra um meio termo que respeita o que maioria pensa. O facto é que o seu direito à propriedade só existe por convenção comunitária e não por imposição divina. E lá nos confins do tempo, esse direito foi adquirido retirando o direito à propriedade a outros. Para você poder ter a sua terrinha outros tiveram que prescindir de lá entrar, ou seja a sua propriedade colidiu com a liberdade de outros lá entrarem.

asd Escreveu:

Como lhe tinha dito antes e volto a reiterar:

Necessity is not a claim!



Posso então dizer que property is not claim. E daí?

O que você pensa é relevante na justa medida no seu peso no País. Você não é um iluminado que sabe mais do que outros. Você só vale 1/10 000 000 da opinião e poder de decisão de Portugal.
Pedro Carriço
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