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[Mares]

A CGD não deveria ser privatizada

O presidente do BES acredita que uma privatização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) poderia levantar o risco de esta ser adquirida.
Questionado sobre a possibilidade da privatização da CGD apontada no fim-de-semana por Pedro Passos Coelho, num almoço com jornalistas em Londres, para assinalar a integração do Execution Noble no Espírito Santo Investment Bank, Ricardo Salgado afirmou: “julgo que a CGD não deve ser privatizada”.

Assumindo que esta pode vir a acontecer, “perante as realidades financeiras” e que “é uma opção política”, o presidente do BES não exclui uma privatização parcial “desde que a maioria fique nas mãos do Estado”.

Para justificar a sua posição, o presidente do BES refere que “a CGD é um instrumento importantíssimo de política financeira do Estado” e que tendo uma dimensão média a nível europeu “facilmente pode ser adquirida”.

“Era bom que ficasse debaixo da política financeira do Estado”, resume Ricardo Salgado que acrescenta que “se for completamente privatizada, há o risco de ser adquirida e o Estado perde um instrumento importante” nomeadamente no apoio ao crédito à habitação e às pequenas e médias empresas.

Sobre a possibilidade de outras instituições comprarem uma posição na CGD, o presidente do BES refere que “se tivessem meios para o fazer, teriam de enfrentar o regulador da concorrência”, pois os “bancos portugueses já têm dimensões muito grandes”.


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