Off-topic - Presidenciais
Se de facto vai haver mais dois candidatos, ainda estou para ver como é que as televisões resolvem o problema de estes dois candidatos serem preteridos por não terem direito a debates.
(Este era um risco óbvio a partir do momento em que se decidiu avançar com debates antes de terminado o prazo para a apresentação de candidaturas).
(Este era um risco óbvio a partir do momento em que se decidiu avançar com debates antes de terminado o prazo para a apresentação de candidaturas).
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Presidenciais: Mais dois candidatos na corrida a Belém
O deputado regional do PND José Manuel Coelho e o presidente do Partido Pró-Vida Luís Botelho Ribeiro disseram à Lusa que já reuniram as assinaturas necessárias à formalização das candidaturas à Presidência da República.
Manuel João Vieira, vocalista das bandas Ena Pá 2000 e Irmãos Catita, afirmou à Lusa recear «não ter possibilidade de reconhecer todas as assinaturas» nas juntas de freguesia, tendo recolhidas cerca de 7700, mas estando apenas cerca de 2000 reconhecidas.
Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=484296
A ficha de Cavaco Silva na PIDE.
WikiLeaks à portuguesa... ou o Facebook do antigamente?
http://multimedia.iol.pt/backoffice/oratvi/multimedia/doc/id/13362623//9
WikiLeaks à portuguesa... ou o Facebook do antigamente?

http://multimedia.iol.pt/backoffice/oratvi/multimedia/doc/id/13362623//9
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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e-finance Escreveu:Elias, não faço ideia desses números, simplesmente parece-me que uma autoestrada que durante quilómetros, se quiseres vários minutos a andar e não te cruzas com nenhum carro não se justifica.
Eu até concordo contigo, mas uma tal auto-estrada não existe no nosso país.
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Elias Escreveu:e-finance Escreveu:A A24 entre a Régua e Viseu praticamente não tem tráfego, aliás todo o trajecto tem muito pouco tráfego.e-finance Escreveu:Quanto ao número de carros mínimo para se construir uma autoestrada não sei, mas sei que não se constroem para estar vazias.
Termos como "pouco" e "vazias" são muito vagos.
Seria bom concretizares um pouco melhor a tua ideia.
Vou dar uma ajuda:
Achas que se passarem 60 carros por hora (um por minuto) uma auto-estrada já se justifica?
E se forem 240 carros por hora (um a cada 15 segundos)?
Só queria ter o teu referencial, mais nada.
Elias, não faço ideia desses números, simplesmente parece-me que uma autoestrada que durante quilómetros, se quiseres vários minutos a andar e não te cruzas com nenhum carro não se justifica.
Cumps.
Don't run a race that doesn't have a finish line.
Turney Duff
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e-finance Escreveu:A A24 entre a Régua e Viseu praticamente não tem tráfego, aliás todo o trajecto tem muito pouco tráfego.
e-finance Escreveu:Quanto ao número de carros mínimo para se construir uma autoestrada não sei, mas sei que não se constroem para estar vazias.
Termos como "pouco" e "vazias" são muito vagos.
Seria bom concretizares um pouco melhor a tua ideia.
Vou dar uma ajuda:
Achas que se passarem 60 carros por hora (um por minuto) uma auto-estrada já se justifica?
E se forem 240 carros por hora (um a cada 15 segundos)?
Só queria ter o teu referencial, mais nada.
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Elias Escreveu:e-finance Escreveu:O facto de ser eleito iliba-o dos erros que cometeu?
A partir do momento em que é reeleito duas vezes como primeiro-ministro, parece-me evidente que o eleitorado aprova o trabalho feito.e-finance Escreveu:autoestradas que quase ninguém usa... Vamos mandar
A que auto-estradas te referes? E já agora, em tua opinião, qual o volume de tráfego mínimo para justificar a construção de uma auto-estrada?
A A24 entre a Régua e Viseu praticamente não tem tráfego, aliás todo o trajecto tem muito pouco tráfego.
Na minha opinião o troço da A4 entre Vila Real e Bragança(em construção) também não se justifica, as populações tinham o IP4 que nesse trajecto é pouco sinuosos e relativamente seguro, vão passar a ter uma autoestrada que vai usar esse troço como base e passa a ser pago, uma ida ao Porto vai ficar muito cara. Parece-me que o ganho em rapidez não compensa o preço da portagem.
Quanto ao número de carros mínimo para se construir uma autoestrada não sei, mas sei que não se constroem para estar vazias.
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e-finance Escreveu:O facto de ser eleito iliba-o dos erros que cometeu?
A partir do momento em que é reeleito duas vezes como primeiro-ministro, parece-me evidente que o eleitorado aprova o trabalho feito.
e-finance Escreveu:autoestradas que quase ninguém usa... Vamos mandar
A que auto-estradas te referes? E já agora, em tua opinião, qual o volume de tráfego mínimo para justificar a construção de uma auto-estrada?
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Elias Escreveu:e-finance Escreveu:Cavaco grande estadista e visionário, actualmente estamos a colher os frutos das árvores que ele plantou!
Cumps.
Eu acho sempre fantástico quando se tenta culpar este ou aquele político pelo estado actual das coisas.
Nós já não vivemos numa ditadura, os políticos só são eleitos - e principalmente, reeleitos - quando o povo vota neles!
O facto de ser eleito iliba-o dos erros que cometeu?
Qual a principal diferença entre nós e a Europa do norte(desenvolvida)? Se em vez do betão se tivesse investido na educação, talvês fossemos um país em que certos políticos não tivessem lugar. E numa altura em que é moda encher o peito para falar mal da Irlanda eu continuo a vê-los como exemplo.
Neste país o lema é manter uma classe desfavorecida, para facilmente ser manipulada através de subsídios. Não se criam condições para as pessoas, da-se subsidio.
São precisos infantários, lares para idosos, cadeias para manter os criminosos afastados das pessoas de bem, fazem-se? Alguém pensa em fazer-los? Não! O que importa é o TGB(de Burros) aeroporto novo. No passado fizeram-se expo, casa da música, estádios, autoestradas que quase ninguém usa... Vamos mandar para esses edifícios as nossas crianças e idosos.
Os políticos têm culpa sim, porque lhes interessa manter uma classe com poucos recursos para facilmente manipular.
Cumps.
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fafite Escreveu: E por acaso pensaste que quem dá essa opinião é porque não concorda e não votou neles... Não deixa de ser povo tambem...
Quem não votou neles, está a apontar mal as baterias, parece-me. Faria mais sentido criticar quem os elegeu.
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E por acaso pensaste que quem dá essa opinião é porque não concorda e não votou neles... Não deixa de ser povo tambem...Elias Escreveu:e-finance Escreveu:Cavaco grande estadista e visionário, actualmente estamos a colher os frutos das árvores que ele plantou!
Cumps.
Eu acho sempre fantástico quando se tenta culpar este ou aquele político pelo estado actual das coisas.
Nós já não vivemos numa ditadura, os políticos só são eleitos - e principalmente, reeleitos - quando o povo vota neles!
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e-finance Escreveu:Cavaco grande estadista e visionário, actualmente estamos a colher os frutos das árvores que ele plantou!
Cumps.
Eu acho sempre fantástico quando se tenta culpar este ou aquele político pelo estado actual das coisas.
Nós já não vivemos numa ditadura, os políticos só são eleitos - e principalmente, reeleitos - quando o povo vota neles!
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Elias Escreveu:Sócrates: "Tenho muita confiança em que o Manuel Alegre ganhará as eleições"
LOL
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1733108
Sim isso será a cereja em cima do bolo!!!

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Sócrates: "Tenho muita confiança em que o Manuel Alegre ganhará as eleições"
LOL
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1733108
LOL
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1733108
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AutoMech Escreveu:Elias Escreveu:AutoMech Escreveu:Palavra de honra que eu até assinava o papel para este tipo ser candidato. E desconfio que não era o único.
http://www.vieira2011.com/assina.php
Se não soubesse que o gajo está a gozar olha que assinava. Era lindo um debate com este tipo ao barulho (não o podiam discriminar).
O meu amigo é que anda a brincar com a tropa.
Primeiro dá a palavra de honra que assina e depois afinal era gozo.
tá mal...

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Elias Escreveu:AutoMech Escreveu:Palavra de honra que eu até assinava o papel para este tipo ser candidato. E desconfio que não era o único.
http://www.vieira2011.com/assina.php
Se não soubesse que o gajo está a gozar olha que assinava. Era lindo um debate com este tipo ao barulho (não o podiam discriminar).

O Cavaco já ganhou.
Em momentos de crise e incerteza o pipol agarra-se a quem conhece, não arrisca em deconhecidos.
O mesmo se passou com o Eanes há 30 anos logo a seguir à tragédia da morte do Sá Carneiro.
Em momentos de crise e incerteza o pipol agarra-se a quem conhece, não arrisca em deconhecidos.
O mesmo se passou com o Eanes há 30 anos logo a seguir à tragédia da morte do Sá Carneiro.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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O meu partido é Portugal
3 de Dezembro, 2010
Por José António Saraiva, sol.pt
Há precisamente um ano, um número considerável de comentadores (de esquerda e de direita) vaticinava que dificilmente Cavaco Silva teria condições para se recandidatar.
Estava-se em pleno caso das escutas - o qual, segundo os mesmos comentadores, seria muito provavelmente o Watergate do inquilino de Belém.
Muitas dessas pessoas depressa perceberam que se tinham enganado.
Mas não desistiram das suas obsessões.
E ainda há meia dúzia de semanas, com base em duvidosas sondagens, afirmavam que a probabilidade de um Presidente não ser reeleito nunca fora tão grande como nestas eleições.
O homem capaz de o derrotar era, está bem de ver, Manuel Alegre.
Agora, com os candidatos todos assumidos, generalizou-se a ideia oposta: que as presidenciais serão para Cavaco Silva um fácil passeio.
O extraordinário disto é que muitos dos que o afirmam hoje são exactamente os mesmos que há um ano anunciavam a sua morte política e há menos de dois meses admitiam a sua derrota!
E dizem-no com o mesmo ar sério com que antes diziam o contrário.
O bom comentário político é aquele que resiste ao tempo.
Ora, poucos comentadores produzem hoje comentários capazes de resistir, já não digo aos anos, mas a um escasso par de meses.
Defendem-se eles dizendo que a conjuntura muda.
Mas isso já sabiam quando faziam os vaticínios!
Assim, ou se achavam capazes de ver um pouco além da ponta do próprio nariz ou se calavam para não errarem tantas vezes.
Há um mês, quando escrevi que Cavaco se aproximaria dos 60% e Alegre dificilmente chegaria aos 35%, muito boa gente escandalizou-se.
Hoje, várias sondagens já apontam para valores ainda mais extremados.
E não é muito difícil perceber porquê.
Para lá de ter a enorme vantagem de já estar em Belém, de ser um valor seguro, de não ter de andar a criticar ninguém (ao contrário dos outros candidatos, que passam a vida a criticá-lo a ele, colocando-o no centro do jogo político), Cavaco dispõe de duas enormes vantagens conjunturais.
A primeira é a crise financeira e económica; a segunda é o descrédito dos partidos.
A crise amplia necessariamente o capital de esperança no Presidente da República, que é a última reserva do sistema político.
Ainda por cima, sendo ele economista e tendo sido primeiro-ministro em tempo de vacas gordas, não admira que seja visto um pouco como o Salvador do país, caso a situação ainda dê mais para o torto.
A segunda vantagem de que Cavaco dispõe é o descrédito actual dos partidos políticos.
Há cada vez mais pessoas a não acreditarem nos partidos, a terem sobre eles uma opinião negativa, a acharem que só querem servir-se e não servir a nação, a acusarem-nos de pôr os interesses próprios acima dos interesses comuns e de só quererem o poleiro para distribuir lugares pelos amigos.
Ora esta crise dos partidos beneficiaria sempre o Presidente - e ainda beneficia mais Cavaco pois ele pertence a uma estirpe de homens públicos que não se identificam muito com os partidos.
Uma estirpe a que pertencem também Salazar, Spínola ou Eanes - e à qual não pertencem Soares, Cunhal ou Sá Carneiro.
Neste aspecto, uns e outros estão nos antípodas: os primeiros situam-se no campo do serviço público, os segundos no campo da luta partidária e ideológica.
Recorde-se uma frase que Cavaco disse no anúncio da candidatura e a que os media deram pouca atenção mas que a assistência sublinhou com aplausos: «O meu partido é Portugal».
Subliminarmente, Cavaco apresenta-se como o candidato de todos os portugueses, como o Presidente capaz de os unir - ao contrário dos outros, que se assumem como candidatos de facção e portanto dividem o país: Alegre apresenta-se como candidato da esquerda, Francisco Lopes como candidato comunista e Defensor Moura como candidato de alguns socialistas; neste aspecto, Nobre é o que se coloca mais longe dos partidos (mas talvez demasiado longe do mundo da política para suscitar confiança).
É curioso que, tendo sido Cavaco ministro das Finanças um ano (1979-80), primeiro-ministro 10 anos (1985-95) e Presidente da República cinco anos (2006-11), continua a projectar a imagem de homem não político - ou, pelo menos, com um pé fora do sistema.
É certo que essa imagem é em parte construída pela sua propaganda.
Mas não deixa de ser genuína - pois tem que ver com a sua natureza.
Cavaco não se dá bem com as máquinas partidárias, com os truques da política, sendo tipicamente um homem talhado para servir o Estado.
Por tudo isto - porque as suas qualidades pessoais (seriedade, rigor, competência, patriotismo) inspiram confiança e porque na situação actual é beneficiado pelo descrédito dos políticos e pela crise que o país vive -, Cavaco Silva vai ter uma vitória esmagadora.
É certo que a esquerda em Portugal é normalmente maioritária.
Mas não é menos certo que o mesmo Cavaco, candidatando-se pelo PSD, conseguiu numas eleições legislativas mais de 50% dos votos.
Quer isto dizer que o factor pessoal pode sobrepor-se à divisão esquerda-direita - e é seguramente o que sucederá em 23 de Janeiro.
Se não for, podem cobrar-me por esta previsão.
3 de Dezembro, 2010
Por José António Saraiva, sol.pt
Há precisamente um ano, um número considerável de comentadores (de esquerda e de direita) vaticinava que dificilmente Cavaco Silva teria condições para se recandidatar.
Estava-se em pleno caso das escutas - o qual, segundo os mesmos comentadores, seria muito provavelmente o Watergate do inquilino de Belém.
Muitas dessas pessoas depressa perceberam que se tinham enganado.
Mas não desistiram das suas obsessões.
E ainda há meia dúzia de semanas, com base em duvidosas sondagens, afirmavam que a probabilidade de um Presidente não ser reeleito nunca fora tão grande como nestas eleições.
O homem capaz de o derrotar era, está bem de ver, Manuel Alegre.
Agora, com os candidatos todos assumidos, generalizou-se a ideia oposta: que as presidenciais serão para Cavaco Silva um fácil passeio.
O extraordinário disto é que muitos dos que o afirmam hoje são exactamente os mesmos que há um ano anunciavam a sua morte política e há menos de dois meses admitiam a sua derrota!
E dizem-no com o mesmo ar sério com que antes diziam o contrário.
O bom comentário político é aquele que resiste ao tempo.
Ora, poucos comentadores produzem hoje comentários capazes de resistir, já não digo aos anos, mas a um escasso par de meses.
Defendem-se eles dizendo que a conjuntura muda.
Mas isso já sabiam quando faziam os vaticínios!
Assim, ou se achavam capazes de ver um pouco além da ponta do próprio nariz ou se calavam para não errarem tantas vezes.
Há um mês, quando escrevi que Cavaco se aproximaria dos 60% e Alegre dificilmente chegaria aos 35%, muito boa gente escandalizou-se.
Hoje, várias sondagens já apontam para valores ainda mais extremados.
E não é muito difícil perceber porquê.
Para lá de ter a enorme vantagem de já estar em Belém, de ser um valor seguro, de não ter de andar a criticar ninguém (ao contrário dos outros candidatos, que passam a vida a criticá-lo a ele, colocando-o no centro do jogo político), Cavaco dispõe de duas enormes vantagens conjunturais.
A primeira é a crise financeira e económica; a segunda é o descrédito dos partidos.
A crise amplia necessariamente o capital de esperança no Presidente da República, que é a última reserva do sistema político.
Ainda por cima, sendo ele economista e tendo sido primeiro-ministro em tempo de vacas gordas, não admira que seja visto um pouco como o Salvador do país, caso a situação ainda dê mais para o torto.
A segunda vantagem de que Cavaco dispõe é o descrédito actual dos partidos políticos.
Há cada vez mais pessoas a não acreditarem nos partidos, a terem sobre eles uma opinião negativa, a acharem que só querem servir-se e não servir a nação, a acusarem-nos de pôr os interesses próprios acima dos interesses comuns e de só quererem o poleiro para distribuir lugares pelos amigos.
Ora esta crise dos partidos beneficiaria sempre o Presidente - e ainda beneficia mais Cavaco pois ele pertence a uma estirpe de homens públicos que não se identificam muito com os partidos.
Uma estirpe a que pertencem também Salazar, Spínola ou Eanes - e à qual não pertencem Soares, Cunhal ou Sá Carneiro.
Neste aspecto, uns e outros estão nos antípodas: os primeiros situam-se no campo do serviço público, os segundos no campo da luta partidária e ideológica.
Recorde-se uma frase que Cavaco disse no anúncio da candidatura e a que os media deram pouca atenção mas que a assistência sublinhou com aplausos: «O meu partido é Portugal».
Subliminarmente, Cavaco apresenta-se como o candidato de todos os portugueses, como o Presidente capaz de os unir - ao contrário dos outros, que se assumem como candidatos de facção e portanto dividem o país: Alegre apresenta-se como candidato da esquerda, Francisco Lopes como candidato comunista e Defensor Moura como candidato de alguns socialistas; neste aspecto, Nobre é o que se coloca mais longe dos partidos (mas talvez demasiado longe do mundo da política para suscitar confiança).
É curioso que, tendo sido Cavaco ministro das Finanças um ano (1979-80), primeiro-ministro 10 anos (1985-95) e Presidente da República cinco anos (2006-11), continua a projectar a imagem de homem não político - ou, pelo menos, com um pé fora do sistema.
É certo que essa imagem é em parte construída pela sua propaganda.
Mas não deixa de ser genuína - pois tem que ver com a sua natureza.
Cavaco não se dá bem com as máquinas partidárias, com os truques da política, sendo tipicamente um homem talhado para servir o Estado.
Por tudo isto - porque as suas qualidades pessoais (seriedade, rigor, competência, patriotismo) inspiram confiança e porque na situação actual é beneficiado pelo descrédito dos políticos e pela crise que o país vive -, Cavaco Silva vai ter uma vitória esmagadora.
É certo que a esquerda em Portugal é normalmente maioritária.
Mas não é menos certo que o mesmo Cavaco, candidatando-se pelo PSD, conseguiu numas eleições legislativas mais de 50% dos votos.
Quer isto dizer que o factor pessoal pode sobrepor-se à divisão esquerda-direita - e é seguramente o que sucederá em 23 de Janeiro.
Se não for, podem cobrar-me por esta previsão.
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AutoMech Escreveu:Palavra de honra que eu até assinava o papel para este tipo ser candidato. E desconfio que não era o único.
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Presidenciais: Manuel João Vieira governaria com José... Cid
Pré-candidato procura recolher as necessárias 7500 assinaturas
8 de Dezembro de 2010
diario.iol.pt
Um país alcatifado, um Ferrari para cada português e uma viagem a Marte. As propostas são de Manuel João Vieira, pré-candidato à Presidência da República. O músico realizou, esta terça-feira, no Teatro da Comuna, o último comício antes de saber se consegue reunir assinaturas suficientes para concorrer às presidenciais.
Entre copos e cantigas, Vieira foi traçando à TVI o seu programa caso seja eleito: «Dava amor, carinho, afecto, compaixão, um cão ou um gato, um veículo de alta cilindrada, ou dois».
Quando lhe é feita a pergunta se governaria com José Sócrates e o FMI, o pré-candidato responde com humor. «Eu não me importo de governar com José Cid e com o FMI»... mas é José Sócrates: «Ah, Sócrates... tanto faz, é igual».
Na plateia estiveram alguns fervorosos apoiantes de Manuel João Vieira, personagem que alguns consideram como um quase-deus.
«Eu acho que há aqui três hipóteses: ou os políticos são palhaços, ou os políticos fazem os portugueses palhaços, ou então mais vale ir para lá um palhaço profissional», frisou, assegurando que só desiste se for eleito. Até lá resta saber se o mentor de bandas como «Ena Pá 2000» e «Os Irmãos Catita» consegue reunir 7500 assinaturas.
Pré-candidato procura recolher as necessárias 7500 assinaturas
8 de Dezembro de 2010
diario.iol.pt
Um país alcatifado, um Ferrari para cada português e uma viagem a Marte. As propostas são de Manuel João Vieira, pré-candidato à Presidência da República. O músico realizou, esta terça-feira, no Teatro da Comuna, o último comício antes de saber se consegue reunir assinaturas suficientes para concorrer às presidenciais.
Entre copos e cantigas, Vieira foi traçando à TVI o seu programa caso seja eleito: «Dava amor, carinho, afecto, compaixão, um cão ou um gato, um veículo de alta cilindrada, ou dois».
Quando lhe é feita a pergunta se governaria com José Sócrates e o FMI, o pré-candidato responde com humor. «Eu não me importo de governar com José Cid e com o FMI»... mas é José Sócrates: «Ah, Sócrates... tanto faz, é igual».
Na plateia estiveram alguns fervorosos apoiantes de Manuel João Vieira, personagem que alguns consideram como um quase-deus.
«Eu acho que há aqui três hipóteses: ou os políticos são palhaços, ou os políticos fazem os portugueses palhaços, ou então mais vale ir para lá um palhaço profissional», frisou, assegurando que só desiste se for eleito. Até lá resta saber se o mentor de bandas como «Ena Pá 2000» e «Os Irmãos Catita» consegue reunir 7500 assinaturas.
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mais_um Escreveu:
Vou clarificar, concordo com o que o Judice escreveu sobre o Cavaco, sobre o Sá Carneiro, para mim é mais um mito, porque embora as pessoas tenham memoria curta, foi ele que nos colocou na rota da 2ª intervenção do FMI..., tendo o Cavaco como ministro das finanças.
É difícil atribuir culpas claras naquele período. Tivemos 9 governos em 10 anos (já incluindo o período pós 2a intervenção do FMI).
O governo do Sá Carneiro tomou posse em Jan de 1980 e acabou em Jan de 1981 (com a morte dele em Dezembro), ou seja esteve em funções apenas 1 ano.
Não estou a dizer que não teve culpas. Mas depois desse e até ao Mário Soares ainda houve dois governos / anos do Pinto Balsemão, em que o ministro das finança foi o João Salgueiro (que agora também gosta muito de falar).
Isto das finanças públicas é sempre duvidoso. Por exemplo, quem vier agora a seguir ao PS vai apanhar as PPPs que estes criaram e o mais certo é terem de tomar medidas (ainda mais) duras.
mais_um Escreveu:Hum..tenho sérias duvidas! Sou conotado com o poder rosa...há quem diga que sou membro de uma organização ultra-secreta para defender o governo nos foruns...![]()
![]()
Bem, do PS já eras e agora és do PSD. Agora é altura de partir para outro. Para termos alternância esquerda / direita sugiro o Bloco de Esquerda

Mares Escreveu:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Olá mais_um,
estou descobrindo o teu sentido "politico", lendo somente agora as tuas mensagens![]()
Hum..tenho sérias duvidas! Sou conotado com o poder rosa...há quem diga que sou membro de uma organização ultra-secreta para defender o governo nos foruns...


Mares Escreveu:
1) Será que Sá Carneiro teve tempo para deixar um legado tão grande ao PSD?
2) Será que Cavaco Silva não é a imagem verdadeira do PSD? Tal como na Revolução Russa, Lenine foi o idealizador, mas não foi Estaline a "face do regime"?
3) "PSD num partido "feito à sua imagem e semelhança: um partido tecnocrático, um catch all party, ... e assim ajudassem a conquistar votos e a manter suseranias"... Mas não é mais um partido "populista", tal como os outros, na politica portuguêsa?
4) "Cavaco Silva fez um partido de consumidores e abdicou da bipolarização"... Estará a referir-se que o PSD reduziu-se ao "consumo das massas", aos gastos exagerados?... Talvez deve-se tornar o PSD num partido de jatos particulares e de mansões?![]()
Vou clarificar, concordo com o que o Judice escreveu sobre o Cavaco, sobre o Sá Carneiro, para mim é mais um mito, porque embora as pessoas tenham memoria curta, foi ele que nos colocou na rota da 2ª intervenção do FMI..., tendo o Cavaco como ministro das finanças.
Um abraço,
Alexandre Santos
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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