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Caldeirão da Bolsa

Roubini não descarta colapso da união monetária europeia

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Nyk » 6/3/2009 20:44

Juncker diz que a crise económica é "absolutamente catastrófica"
O ministro luxemburguês das Finanças, Jean-Claude Juncker, declarou que a crise financeira global é "absolutamente catastrófica" para as economias da Europa e do resto do mundo.

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O ministro luxemburguês das Finanças, Jean-Claude Juncker, declarou que a crise financeira global é "absolutamente catastrófica" para as economias da Europa e do resto do mundo.

“A crise financeira, que prossegue e está longe do fim, mergulhou a economia europeia e do resto do mundo numa situação de crise com consequências absolutamente catastróficas”, afirmou hoje aquele responsável numa conferência de imprensa. “Praticamente não há sinais de que possamos estar a caminho de uma melhoria”, acrescentou, citado pela Bloomberg.

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu ontem a sua taxa directora em meio ponto percentual, para 1,5%, e indicou que pode proceder a mais cortes para combater o deteriorar da recessão. A economia da Zona Euro está a contrair-se mais rapidamente do que aquilo que o BCE previa há três meses, numa altura em que o abrandamento económico global diminui a procura para exportação e as empresas despedem trabalhadores.

“Há riscos de que a situação se torne claramente pior na segunda metade deste ano”, advertiu Juncker, que é também primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do Eurogrupo. “Na Zona Euro, vai registar-se uma ligeira retoma da economia no segundo semestre de 2010, mas será mais tímida do que actualmente se prevê”, acrescentou.

O economista Nouriel Roubini, que previu a actual crise financeira, disse hoje que a recessão global poderá manter-se até ao final de 2010.
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Com a crise, que fazer?

por castelobranco » 6/3/2009 20:43

1º - Identificar a crise. Perceber como nos sentimos individual e colectivamente.Olhar e ver os meios produtivos instalados, os automatismos, as máquinas, os robots, os computadores, os meios de comunicação, as auto-estradas, os aviões, a internet, os adubos, os pesticidas, as energias, o diagnóstico, os medicamentos, o conhecimento, as técnicas, a organização, a funcionalidade, a acessibilidade,a velocidade, etc.. Vivemos num mundo em que a produção supera largamente a procura e demasiadas pessoas trabalham na produção, muitas vezes sem produzir!
E, no entanto, há desiquilibrio.
2º - Retirar pessoas da área da produção, das fábricas obsoletas, dos serviços inuteis ou constrangedores, da burocracia, do comércio inactivo, da agricultura de subsistência e de todos os trabalhos alienantes, desajustados ou ineficazes.
3º - Criar mais valias com sistemas eficientes, imaginação, estudo e preparação profissional.
4º - Criar postos de trabalho nas áreas do ensino, conhecimento, saúde, ambiente, eficiência energética, investigação, cultura, turismo, e sobretudo na área do serviço social.
5º - Equilibrar e apoiar financeiramente aqueles que nos rodeiam.
6º - Atribuir responsabilidades sociais a todos os membros da comunidade.
7º - Agir com verdade, frontalidade e humildade.

Saudações a todos
 
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por Woodhare » 6/3/2009 20:42

Já agora aqui ficam alguns pontos aos quais penso que o liberalismo radical não dá respostas para já:

- Aumento da desigualdade social que só pode ser evitado com intervenção governamental.

- Cartelização e monopólio. Pelo que li no AS a Ayn Rand era contra as leis anti-monopólio.

- Desigualdade de oportunidades. Duas pessoas podem ter a mesma capacidade mas se nascerem em estratos sociais diferentes uma tem à partida vantagem, a menos que haja intervenção do Estado para mitigar a situação.
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por Woodhare » 6/3/2009 20:21

Só para dar um exemplo entre liberalização total e parcial temos o caso da prostituição.

Temos dois modelos o da Holanda (parcial) e o da Nova Zelândia (total). Os benefícios da liberalização medem-se na melhoria de condições para as prostitutas e na redução da sua vulnerabilidade em situações negativas tais como tráfico de mulheres, depedência de proxenetas, etc.

Curiosamente a Holanda aparece como um exemplo em que a liberalização não resultou, pois não houve melhoria das condições. Na Nova Zelândia resultou, e de facto a situação das prostitutas melhorou muito.
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por bossas » 6/3/2009 20:11

/me senta-se 8-)
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por Dwer » 6/3/2009 20:08

bossas Escreveu:
Dwer Escreveu:
bossas Escreveu::shock:

Dwer, desculpa lá mas ainda me estou a rir :lol:


Dwer Escreveu:É extraordinário insinuar que esta recessão/depressão foi provocada pelo estado.


Dwer Escreveu:É mais que evidente o que provocou esta depressão. E quando.

Nos oito anos de George Bush.


Dwer Escreveu:É preciso um descaramento sem limites para vir aqui apontar o dedo ao estado e à regulação.


Fiquei esclarecido!!! ;)

Acho insultuoso para a inteligência das pessoas que lêem o forum este chorrilho de mentiras, falácias, falsidades e revisionismo histórico.


Extraordinariamente esclarecedor. Um post só com citações minhas. Esqueceste-te de apresentar um argumento? Só para amostra?


Dwer:

Quando acabares de "ventilar" sugiro que leias o tópico e compares os meus argumentos justificados com a tua intervenção completa.

Quando (e se) quiseres transformar a "ventilação" num discurso racional e objectivo, terei todo o gosto em contrapôr. Não sei contrapôr argumentos contra uma parede de contradições. ;)


Podes esperar sentado. Não vou entrar em toma lá dá cás, com gente cega pela ideologia. Que nem consegue vislumbrar o que se passa à sua volta.

O teu discurso não é real nem objectivo. A qualificação do teu discurso só pode ser feito pela psicologia. Racionalização. Que é completamente diferente de um discurso racional.
Os libertários estão num processo de racionalização da catástrofe em curso. Recusam-se a aceitá-la. E inventam as coisas mais mirabolantes para se justificarem. Para esse peditório já dei.

Mas não esperes que fique calado a ver serem emitidas opiniões que procuram rever a história e a evidência.

Só me vem à cabeça o Santana Lopes depois de ter levado um chuto no arse. Um display execrável de auto-justificações e racionalização da desgraça que foi e que provocou.
Abraço,
Dwer

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por Woodhare » 6/3/2009 20:00

Dwer a razão porque eu não sou totalmente libertário é porque acho que deve haver pouca regulação mas deve haver. Um regime semi-liberal, aonde existe desregulamentação total numas àreas e não existe noutras é um bocado perigoso. Mais perigoso quando o Estado dá carta branca às instituições para fazerem "caridade" porque sabem que no fim vão ser salvos se correr tudo mal.

Uma pessoa pode beber à vontade mas não deve poder beber se vai conduzir, ou em outra actividade que possa pôr em risco terceiros.

Não vejo porque o mesmo não se há-de passar na economia. Isto não impede que o mercado não seja liberal noutros aspectos. Aliás por vezes é preciso leis para impedir monopólio e cartelização.

Pelo que ouvi dizer uma pessoa podia obter empréstimos nos EUA com uma facilidade incrível.
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por bossas » 6/3/2009 19:59

Dwer Escreveu:
bossas Escreveu::shock:

Dwer, desculpa lá mas ainda me estou a rir :lol:


Dwer Escreveu:É extraordinário insinuar que esta recessão/depressão foi provocada pelo estado.


Dwer Escreveu:É mais que evidente o que provocou esta depressão. E quando.

Nos oito anos de George Bush.


Dwer Escreveu:É preciso um descaramento sem limites para vir aqui apontar o dedo ao estado e à regulação.


Fiquei esclarecido!!! ;)

Acho insultuoso para a inteligência das pessoas que lêem o forum este chorrilho de mentiras, falácias, falsidades e revisionismo histórico.


Extraordinariamente esclarecedor. Um post só com citações minhas. Esqueceste-te de apresentar um argumento? Só para amostra?


Dwer:

Quando acabares de "ventilar" sugiro que leias o tópico e compares os meus argumentos justificados com a tua intervenção completa.

Quando (e se) quiseres transformar a "ventilação" num discurso racional e objectivo, terei todo o gosto em contrapôr. Não sei contrapôr argumentos contra uma parede de contradições. ;)
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por pvg80713 » 6/3/2009 19:53

Caro Dwer,
um abraço e um café de gengibre quando quiser
pvg
 
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por Dwer » 6/3/2009 19:52

Woodhare Escreveu:Dwer manipular a economia através das taxas de juros não é uma forma de manipulação?

E a política de uma casa para todos da administração Bush?

E o despesismo do Senado?

E a guerra no Iraque que vai contra a ética libertária e que ajudou ao défice?


E a manipulação do yuan pela China?



Eu acredito no liberalismo se bem que não sou propriamente libertário mas a causa desta crise foi claramente devido à intervenção do Estado.


Não foi. Nem claramente nem obscurecidamente.

Acho espantoso que o Bush agora seja quase apelidado de perigoso comunista. Eheh. Onde chegam os vossos argumentos.

Foi o maior adepto dos so called 'free markets'.

Da rejeição de todas as medidas regulatórias sobreviventes do FDR.

Quem é que é vosso ícone afinal? O Pat Buchanan? O Rush Limbaugh? Qual dos red necks mais asquerosos?
Editado pela última vez por Dwer em 6/3/2009 19:54, num total de 1 vez.
Abraço,
Dwer

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por Dwer » 6/3/2009 19:49

bossas Escreveu::shock:

Dwer, desculpa lá mas ainda me estou a rir :lol:


Dwer Escreveu:É extraordinário insinuar que esta recessão/depressão foi provocada pelo estado.


Dwer Escreveu:É mais que evidente o que provocou esta depressão. E quando.

Nos oito anos de George Bush.


Dwer Escreveu:É preciso um descaramento sem limites para vir aqui apontar o dedo ao estado e à regulação.


Fiquei esclarecido!!! ;)

Acho insultuoso para a inteligência das pessoas que lêem o forum este chorrilho de mentiras, falácias, falsidades e revisionismo histórico.


Extraordinariamente esclarecedor. Um post só com citações minhas. Esqueceste-te de apresentar um argumento? Só para amostra?
Abraço,
Dwer

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por Dwer » 6/3/2009 19:47

Branc0 Escreveu:Dwer, já falámos disto tantas vezes que só acho impressionante que continues a bater na mesma tecla.

Sabes perfeitamente que as taxas de juro são completamente controladas pelo Estado mas depois fazes de conta que isso nada tem a ver com os ciclos de negócio ou com os excessos cometidos o que ou é ingénuo ou é desonesto.

Isso das taxas de juro realmente não valem nada na economia, nem sei porque é o que o estado estaria interessado em as controlar :roll:


Não vejo como o facto de falarmos muitas vezes disto torna menos verdadeiro o que digo. E menos falso o que dizes.

Estamos à beira da deflação. De que é que estavas à espera? Taxas de juro elevadas? O mandato do Greenspan nos últimos anos, especialmente depois do débacle do LTCM e da crise asiática, foi uma luta constante contra a deflação. Acentuada, posteriormente, pelo advento do ano 2000 e medo do bug.

Espera: a crise do LTCM e a crise asiática foram provocadas pelos estados.

Bah...
Abraço,
Dwer

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por bossas » 6/3/2009 19:44

:shock:

Dwer, desculpa lá mas ainda me estou a rir :lol:


Dwer Escreveu:É extraordinário insinuar que esta recessão/depressão foi provocada pelo estado.


Dwer Escreveu:É mais que evidente o que provocou esta depressão. E quando.

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por Woodhare » 6/3/2009 19:41

Dwer manipular a economia através das taxas de juros não é uma forma de manipulação?

E a política de uma casa para todos da administração Bush?

E o despesismo do Senado?

E a guerra no Iraque que vai contra a ética libertária e que ajudou ao défice?


E a manipulação do yuan pela China?



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por Branc0 » 6/3/2009 19:40

Dwer, já falámos disto tantas vezes que só acho impressionante que continues a bater na mesma tecla.

Sabes perfeitamente que as taxas de juro são completamente controladas pelo Estado mas depois fazes de conta que isso nada tem a ver com os ciclos de negócio ou com os excessos cometidos o que ou é ingénuo ou é desonesto.

Isso das taxas de juro realmente não valem nada na economia, nem sei porque é o que o estado estaria interessado em as controlar :roll:
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por Dwer » 6/3/2009 19:34

É extraordinário insinuar que esta recessão/depressão foi provocada pelo estado.

Os libertários fazem-me lembrar o Santana Lopes depois de ser demitido. 'Eu? O que é que eu fiz?'.

É mais que evidente o que provocou esta depressão. E quando.

Nos oito anos de George Bush.

E no mandato de Alan Greenspan, um libertário de papel passado. Que, honra lhe seja feita, já admitiu a enorme asneira que é acreditar na auto-regulação dos mercados.

Os libertários sacodem a água do capote com uma sem vergonha espantosa. 'Não fomos nós nem as nossas teorias. Foi o estado!'.

Eheh, mas ainda acham que alguém compra essa falta de vergonha na cara?

Essa falácia monstruosa, para não dizer pior. Bah, já agora digo-o. Essa mentira escarrada!

Esta recessão/depressão, que deixou o mundo ocidental e por arrasto todo o planeta, de joelhos foi provocada pela ganância exponenciada a níveis nunca antes vistos na história.

Pelos mercados financeiros em roda livre. Pela rejeição de todos os mecanismos regulatórios, penosamente, instituídos após a grande depressão dos anos 30.

É preciso um descaramento sem limites para vir aqui apontar o dedo ao estado e à regulação.

Parecem meninos de escola à rasquinha, depois de terem feito uma grande asneirada. 'Não fui eu, sr. professor. Foi aquele menino!'.

Acho insultuoso para a inteligência das pessoas que lêem o forum este chorrilho de mentiras, falácias, falsidades e revisionismo histórico.

Tenham vergonha!
Abraço,
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por Woodhare » 6/3/2009 19:30

Eu concordo com uma mudança de valores e políticas, simplesmente não acho que no meio de uma crise destas seja o momento certo para algumas dessas mudanças.
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por Woodhare » 6/3/2009 19:25

bossas o problema aqui não é só conhecimento teórico que se ensina nas escolas se bem que as escolas sociedade e os media nos levam a crescer com muitos conceitos errados.

A quantidade de erros que as pessoas podem cometer por não terem a informação necessária é incrível, e muitas pessoas não desenvolvem todo o potencial exactamente porque não têm toda a informação.
Editado pela última vez por Woodhare em 6/3/2009 19:48, num total de 1 vez.
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por Woodhare » 6/3/2009 19:20

Bossas eu acho que é importante distinguir situações. Uma coisa é o candidato a professor que não foi colocado e que vai para o fundo de desemprego porque a culpa é do Estado que não lhe arranjou emprego e que fica a receber até ser colocado. Ou o licenciado que não arranja emprego e que vai trabalhar desnecessariamente para o Estado porque já que o Estado lhe pagou grande parte do curso ou a totalidade do curso, agora também tem que lhe arranjar emprego.

Outra coisa é a pessoa que trabalha desde acabou o 9º ano, que até é tão inteligente como qualquer um de nós, mas que se calhar não tinha pelas mais variadas razões condições para prosseguir os estudos. E que trabalha agora numa fábrica que encerrou e os empregos não abundam nessa àrea e tem uma familia para sustentar e andava sempre a contar os tostões e agora não tem tostões para contar. Mesmo que ssa pessoa consiga arranjar emprego em dois ou três meses já é o suficiente para ficar numa situação muito complicada se não tiver alguma ajuda. E eu sinceramente acho que esta pessoa deve ter um subsídio que a permita aguentar até arranjar emprego.

Sim as pessoas reclamam hoje por direitos que não tinham há um século atrás e se calhar muitos desses "direitos" não deviam sequer existir. Mas as coisas devem ser mudadas progressivamente.
Editado pela última vez por Woodhare em 6/3/2009 19:26, num total de 1 vez.
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por bossas » 6/3/2009 19:10

Woodhare Escreveu:BrancO eu concordo contigo em parte e mesmo esta crise, tal como a grande depressão, foi provocada pelo Estado. O que eu não posso é ignorar que há vitímas pelo meio e que não têm a culpa do que se está a passar.


tstststs

Woodhare Escreveu:As pessoas devem ser chamadas à responsabilidade mas nem todas as pessoas têm o conhecimento total e a condição física perfeita e o tempo necessário para tomarem as decisões perfeitas.


E ja te perguntaste porque? quem controla os sistemas eductivos?
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por Woodhare » 6/3/2009 19:03

BrancO eu concordo contigo em parte e mesmo esta crise, tal como a grande depressão, foi provocada pelo Estado. O que eu não posso é ignorar que há vitímas pelo meio e que não têm a culpa do que se está a passar.

As pessoas devem ser chamadas à responsabilidade mas nem todas as pessoas têm o conhecimento total e a condição física perfeita e o tempo necessário para tomarem as decisões perfeitas.
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por bossas » 6/3/2009 18:46

Woodhare Escreveu:Sim e eu concordo contigo só que para mim há um dilema porque associado ao desastre económico há também um desastre físico.

Por exemplo a empresa A faliu por má gestão. Sem dúvida que merece falir mas os empregados não são todos responsáveis e os de mais baixos rendimentos podem ficar numa situação bastante difícil numa altura de recessão se não tiverem nenhum auxílio. Ao mesmo tempo sabemos que esse auxílio sob a forma de subsídio de desemprego pode tornar-se pernicioso. Acaba por ser um dilema.

O banco B faliu por má gestão, sem dúvida que merecia falir. Mas entre os depositantes existem pessoas que podem ficar em situações precárias e que não são responsáveis pela falência. E também não tinham conhecimentos para avaliar a solidez do banco quando depositaram.

Se não houvesse intervenção no sistema sem dúvida que sistema haveria de se reequilibrar, mas haveria muitos custos físicos.

Além disso há o lado que escapa à teoria. À medida que a situação se agravasse haveria contestação social crescente. Negligenciar essas situações é o que conduz ao poder pessoas como o Hugo Chávez.


Woodhare:

Já não é a primeira vez que me sinto tentado a dizer o que agora escrevo. Por varias vezes, quando leio o que escreves, noto que tens alguns valores morais que partilho e que elaboras grande parte do teu raciocinio nesses valores mas... ficas sempre aquem de concretizar esses valores.

E porquê? Em cima - na citação - puz a negrito alguns dos trunfos e palavras de ordem da doutrinação global em vigor no sec.XX, nomeadamente após o new deal, e ainda mais vincadamente após o plano Marshal.

Não és caso único. A doutrina é global, até nas mais altas esferas (como o próprio Roubini!). É este tipo de situações que me leva regularmente a afirmar que os neoliberais são parte do problema e não parte da solução. É o que faz com que neoliberais e outros não se possam considerar capitalistas. É alias por isso que os capitalistas são uma raça em extinção há quase 100 anos.

Quanto À contestação social crescente, ela só é possivel porque esta foi a doutrinação dominante. As pessoas só reclamam pelo que acham que têm direito e o que acreditam pode ser obtido.

Os valores e a moralidade do Homem enquanto ser racional e produtivo, enquanto ser que - ao contrário dos animais - não se adapta à natureza mas adapta esta a si próprio, perdeu-se há muito.

Uma explicação mais profunda podes ver neste editorial de lançamento.

Deixo aqui um cheirinho:

Todos os dias nos confrontamos com algo onde a gritante ausência de razoabilidade é escondida por gritos de dor, por catástrofes pré-anunciadas, por um espectáculo mediático montado à volta de emergências sociais e calamidades humanitárias. Os gritos de socorro ofuscam permanentemente as nossas mentes deixando-as reféns da necessidade e dos necessitados.

Diariamente, diante dos nossos olhos, um rol de desgraças é anunciado para justificar a distribuição de riqueza que não existe e que ninguém produz. Homens e mulheres são despidos da sua honra, da sua mente, da sua razão, e apresentados como meros autómatos incapazes de fazer qualquer coisa por si proprios e a necessitar urgentemente de ajuda (do Estado, claro!)

Há uma espécie de "seguro contra todos os riscos estatal" que cobre a incapacidade, a incompetência, o demérito e a mediocridade. Ecoa por todo o lado a boa nova de que tudo tem de ser dado a todos consoante a sua necessidade e para evitar sofrimento, quando é apenas e só sofrimento que se pede aos que pagam a factura.

A factura dessse seguro é enviada aos capazes, aos competentes, aos engenhosos, aos Homens que tiveram a ousadia de não abdicar da sua mente e que agora pagam por essa mesma ousadia.

A dádiva substituiu a recompensa; a incapacidade substituiu o mérito; a caridade substituiu a justiça; a necessidade substituiu a capacidade.

O grave, o irracional, é o facto de este ser um espectáculo que nos é apresentado como uma virtude. Como a última e derradeira celebração do humano. A celebração do Homem enquanto ser racional foi engolida pela celebração do Homem enquanto criatura precária e incapaz, entregue aos caprichos e às adversidades da vida.


A verdade é que para se ser consequente no mundo em que vivemos é preciso coragem. É preciso MUITA CORAGEM para se dar o passo final. Encara estas palavras como um incentivo que não é dado por caridade, mas sim porque os valores que denotas já demonstraram que o mereces. Esses valores são a minha paga pois, como deves calcular sou um FRIO e INSENSIVEL capitalista que jamais praticará caridade :wink:
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por Branc0 » 6/3/2009 18:22

Woodhare Escreveu:Por exemplo a empresa A faliu por má gestão. Sem dúvida que merece falir mas os empregados não são todos responsáveis e os de mais baixos rendimentos podem ficar numa situação bastante difícil numa altura de recessão se não tiverem nenhum auxílio. Ao mesmo tempo sabemos que esse auxílio sob a forma de subsídio de desemprego pode tornar-se pernicioso. Acaba por ser um dilema.


As pessoas terão que encontrar ocupações noutra empresa, isto parece ser claro para todos. O que não é claro é que as "ajudas" interferem com este processo especialmente quando não falamos da empresa A mas sim de um cluster de empresas. Ou seja, quanto maior o número de afectados pior o efeito das ajudas sendo ainda pior o que normalmente acontece que é intensificar as ajudas.

Woodhare Escreveu:O banco B faliu por má gestão, sem dúvida que merecia falir. Mas entre os depositantes existem pessoas que podem ficar em situações precárias e que não são responsáveis pela falência. E também não tinham conhecimentos para avaliar a solidez do banco quando depositaram.


1) Ninguém as obrigou a depositar onde quer que fosse.
2) Os bancos contribuem periodicamente para um fundo independente que serve exactamente para assegurar os depósitos.
3) Isto nada tem a ver com o caso BPP em que foram vendidas aplicações de risco disfarçadas de depósitos a prazo. Se a pessoa é incapaz de ler um contracto antes de assinar deve pedir o serviço a alguém que o faça.

Woodhare Escreveu:Se não houvesse intervenção no sistema sem dúvida que sistema haveria de se reequilibrar, mas haveria muitos custos físicos.

Além disso há o lado que escapa à teoria. À medida que a situação se agravasse haveria contestação social crescente. Negligenciar essas situações é o que conduz ao poder pessoas como o Hugo Chávez.


Nada disto escapa à teoria. Hitler não chegou ao poder pela Alemanha liberal mas sim pelo cada vez maior intervencionismo do Estado na economia. Depois da economia estar completamente destruída pela intervenção do Estado (nos anos 20) torna-se atraente para as massas qualquer maluco que prometa um emprego numa fabrica, seja de sapatos ou de bombas.
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por Woodhare » 6/3/2009 16:52

Sim e eu concordo contigo só que para mim há um dilema porque associado ao desastre económico há também um desastre físico.

Por exemplo a empresa A faliu por má gestão. Sem dúvida que merece falir mas os empregados não são todos responsáveis e os de mais baixos rendimentos podem ficar numa situação bastante difícil numa altura de recessão se não tiverem nenhum auxílio. Ao mesmo tempo sabemos que esse auxílio sob a forma de subsídio de desemprego pode tornar-se pernicioso. Acaba por ser um dilema.

O banco B faliu por má gestão, sem dúvida que merecia falir. Mas entre os depositantes existem pessoas que podem ficar em situações precárias e que não são responsáveis pela falência. E também não tinham conhecimentos para avaliar a solidez do banco quando depositaram.

Se não houvesse intervenção no sistema sem dúvida que sistema haveria de se reequilibrar, mas haveria muitos custos físicos.

Além disso há o lado que escapa à teoria. À medida que a situação se agravasse haveria contestação social crescente. Negligenciar essas situações é o que conduz ao poder pessoas como o Hugo Chávez.
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por Branc0 » 6/3/2009 15:11

Wood, não se pode comparar um destastre físico a um desastre económico e o problema económico aqui é que a "ajuda" interfere com o processo necessário de cura.
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The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
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