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Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por pocoyo » 17/9/2012 17:04

Pata-Hari Escreveu:Eu estou-me a rir sozinha e a lembrar da frase da Manuela Ferreira Leite (por quem tenho cada vez mais admiração): "isto só vai lá com a suspensão da democracia durante uns tempos." - era algo assim, não era?


Ela só precisava de 6 meses.

Bora lá dar-lhe esses 6 meses, se não cumprir vai 6 anos para a cadeia. :lol:
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por artista1939 » 17/9/2012 17:01

Pata-Hari Escreveu:Eu estou-me a rir sozinha e a lembrar da frase da Manuela Ferreira Leite (por quem tenho cada vez mais admiração): "isto só vai lá com a suspensão da democracia durante uns tempos." - era algo assim, não era?


A líder do PSD foi longe na ironia de querer explicar por que falham os governos. Manuela Ferreira Leite disse esta terça-feira que mais vale suspender por uns meses a democracia para se poder fazer todas as reformas necessárias e só depois, então, repô-la.

O PS é que não gostou das palavras da social-democrata. E houve reacções de protesto sucessivas em todos os partidos, incluindo as vindas do interior do PSD.

Discursando como convidada na Câmara de Comércio Luso-Americana, ontem, em Lisboa, Ferreira Leite confessou ser pouco crédula no que toca a fazer reformas em democracia: "Eu não acredito em reformas quando se está em democracia", disse a presidente do maior partido da oposição e ex-ministra das Finanças.

Manuela Ferreira Leite falava da reforma da Justiça, aquela que elegeu como prioritária para pôr a economia nacional a funcionar. Questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de Justiça, demarcou-se da declaração do primeiro-ministro que, na sua tomada de posse, "anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz".

A líder do PSD contrapôs que a última coisa que faria num discurso de posse como primeira-ministra seria "atacar fosse quem fosse" e acusou o Governo de José Sócrates de ter falhado as reformas da Educação, da Saúde, da Administração Pública e da Justiça. Em democracia, disse, não se pode hostilizar uma classe profissional. "Não sei se, a certa altura, não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois, então, venha a democracia".

Mudando de tema, Ferreira Leite aproveitou a sua intervenção perante a Câmara de Comércio Luso-Americana para defender a eliminação dos custos de encerramento de empresas e a atribuição de apoios sociais aos empresários, para incentivar o empreendedorismo.

Criticando o intervencionismo do Estado, avisou que a opção política dos socialistas poderá "ter consequências mais negativas" para o crescimento económico do que a própria crise internacional. O Estado deve apenas "criar condições de concorrência sã".

A presidente do PSD defendeu também "a redução drástica da burocracia nos primeiros anos de vida de uma empresa", considerando que "alguns progressos têm sido feitos no sentido da eliminação de burocracia.

Por fim, Ferreira Leite opôs-se a que se retire da intervenção dos governos tiveram perante a crise financeira "a ideia ou a orientação de que então estamos a entrar numa fase muito socializante, isto é, o Estado intervém em todos os sectores no sentido de resolver os problemas decorrentes desta crise financeira".


fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional ... 89&page=-1
disclaimer: isto é a minha opinião, se não gosta ponha na beira do prato. Se gosta e agir baseado nela, quero deixar claro que o está a fazer por sua única e exclusiva conta e risco.

"When it comes to money, the level of integrity is the least." - Parag Parikh

* Fight club sem nódoas negras: http://artista1939.mybrute.com
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por PT_Trader » 17/9/2012 17:00

Pata-Hari Escreveu:Eu estou-me a rir sozinha e a lembrar da frase da Manuela Ferreira Leite (por quem tenho cada vez mais admiração): "isto só vai lá com a suspensão da democracia durante uns tempos." - era algo assim, não era?


Não sei se, a certa altura, não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois, então, venha a democracia
 
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por Pata-Hari » 17/9/2012 16:57

Eu estou-me a rir sozinha e a lembrar da frase da Manuela Ferreira Leite (por quem tenho cada vez mais admiração): "isto só vai lá com a suspensão da democracia durante uns tempos." - era algo assim, não era?
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por Elias » 17/9/2012 16:51

gorgol Escreveu:Eu gosto da democracia porque embora não concordando nada com as tuas ideias a defenderei para que possas expressar a tua opinião e assim também respeitarem a minha.


O verdadeiro desafio da democracia consiste em defender os direitos daqueles que pensam de forma diferente da nossa.

(It is very easy to respect the rights of those who think the same way we do. Defending the rights of those who think differently — that is the real challenge of democracy - Oscar Arias, presidente da Costa Rica, venceu prémio Nobel da paz em 1987)
 
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por Renegade » 17/9/2012 16:45

gorgol Escreveu:Alterar o paradigma da fuga é romantismo. Quanto maior a carga fiscal maior será a fuga.


Quanto maior a carga fiscal, menor será a receita principalmente por 2 razões. A primeira, como dizes, aumenta a fuga fiscal das pessoas que querem/precisam de consumir. A segunda, as pessoas pura e simplesmente param de consumir em vários tipos de bens e serviços.
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por gorgo » 17/9/2012 14:35

altrio Escreveu:
gorgol Escreveu:Alterar o paradigma da fuga é romantismo. Quanto maior a carga fiscal maior será a fuga.


Isto não é verdade. Há vários países com maior carga fiscal do que nós e menor fuga.

E além disso, a maneira correcta de ver a questão é: quanto maior for a fuga, maior terá de ser a carga fiscal. Se não tivéssemos a fuga fiscal que temos, não teríamos défice, e não teriam sido necessários estes últimos aumentos de impostos. E se se não combater agora a fuga fiscal, os que pagam vão ter que pagar cada vez mais impostos.


Eu gosto da democracia porque embora não concordando nada com as tuas ideias a defenderei para que possas expressar a tua opinião e assim também respeitarem a minha.
 
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por Ulrich » 17/9/2012 12:30

mais_um Escreveu:
Patrões dão chuto no Governo e devolvem TSU a trabalhadores


O Governo deu um tiro no coração dos trabalhadores portugueses. O dinheiro que eu ganhar [com a redução da TSU] vai directamente para os meus funcionários, promete Luís Onofre, empresário de calçado. Devolver o dinheiro aos meus trabalhadores? Com certeza!, anuiu Carlos Santos, dono desta marca de sapatos de luxo. A desmotivação dos trabalhadores é evidente. Ninguém entende esta medida. Alguma coisa tem que ser feita, sintetizou Amílcar Monteiro, sócio-gerente da Fly London, marca do grupo Kyaia, maior fabricante portuguesa do sector.Se Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, não tivesse anulado a visita, este domingo, à Micam (Milão), maior feira mundial de calçado, onde iria reunir-se com cerca de 80 empresários, teria sentido a fúria dos patrões nacionais desta indústria contra a medida do Governo de aumentar as contribuições dos trabalhadores para compensar a descida da Taxa Social Única (TSU). Não é justo, tudo tem acontecido à custa dos trabalhadores. Vamos tentar compensar os nossos funcionários, avançou Eduardo Avelar, gestor da empresa que detém a marca Profession Bottier, 100% exportadora, que factura 6,5 milhões de euros e emprega 105 pessoas. É uma medida injusta, concordou António Carlos, administrador da Evereste, que exporta metade das vendas de três milhões de euros. Devolver aos trabalhadores a poupança na TSU? Eventualmente, respondeu.Espírito para trabalhar? Quem é que tem espírito para fazer seja que for? Sinceramente, eu não sei o que iria dizer ao ministro! Com o País todo contra [as medidas], e havendo soluções que não estão a funcionar, alguma coisa tem que ser feita de outra forma. Não é insistir no mesmo erro para que daqui a meio ano todos estejamos completamente de rastos, defendeu Luís Onofre, que emprega 52 pessoas, em Oliveira de Azeméis, exporta 98% da produção e factura cerca de oito milhões de euros. Tirar aos trabalhadores é mau. O que vemos hoje é o descontentamento geral dos operários e dos empresários. Irei compensar os trabalhadores. Porque queremos vê-los felizes e satisfeitos com a empresa, comprometeu-se Carlos Santos, cuja empresa, de São João da Madeira, emprega 108 pessoas, exporta 98% e factura nove milhões de euros. É completamente desajustado anunciar, na mesma altura, um corte [do rendimento] aos trabalhadores e uma redução [da TSU] às empresas. Porque isto não é atendível. Pode-se discutir a necessidade de tornar as empresas mais competitivas, mas não me parece, de todo, que esta seja a forma mais sensata de reforçar a competitividade das empresas, considerou Amílcar Monteiro, responsável do grupo liderado pelo presidente da associação do sector (APICCAPS), maior empregador português de calçado (600 trabalhadores) e de vendas (56 milhões de euros, 90% exportações). No nosso caso, temos uma massa salarial que representa 10% no custo final, ou seja, a baixa da TSU representa 0,5%. Isto não tem expressão nenhuma, argumentou Carlos Santos; a mão-de-obra representa 20/25% [nos custo final de um par de sapatos], portanto, o impacto não é assim tão significativo, rematou Amílcar Monteiro.75% GANHAM MENOS DE 650 EUROS POR MÊSA APICCAPS acha prematuro fazer qualquer avaliação às medidas apresentadas, na medida em que a informação disponível é insuficiente, sendo necessário perceber que percentagem de trabalhadores do sector poderá ser penalizado por esta medida, começou por afirmar Paulo Gonçalves, porta-voz da associação do sector. Tanto mais que, frisou, três quartos dos trabalhadores desta indústria auferem menos de 650 euros mensais. Confirmando a tendência de todos os empresários ouvidos pelo Negócios na Micam, de que o corte na TSU não vai criar mais empregos, Gonçalves enfatizou que, na conjuntura actual, com uma forte quebra do consumo nos principais mercados europeus, é difícil que as empresas criem mais postos de trabalho. Sem grande entusiasmo pela baixa da TSU, defendeu que, para as empresas, o acesso ao crédito e acelerar os prazos de reembolso de IVA são as duas questões fundamentais nesta altura


Fonte: Jornal de Negocios


Bullshit populista,
com as isenções para salários mais baixos, já que a média dos salários pagos ao pessoal da produção não anda muito longe dos 600 Euros, este senhor não vai pagar mais nada e ainda faz um figurão :roll: , e ainda faz publicidade de graça.
“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
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por Marco Martins » 17/9/2012 12:26

altrio Escreveu:
gorgol Escreveu:Alterar o paradigma da fuga é romantismo. Quanto maior a carga fiscal maior será a fuga.


Isto não é verdade. Há vários países com maior carga fiscal do que nós e menor fuga.

E além disso, a maneira correcta de ver a questão é: quanto maior for a fuga, maior terá de ser a carga fiscal. Se não tivéssemos a fuga fiscal que temos, não teríamos défice, e não teriam sido necessários estes últimos aumentos de impostos. E se se não combater agora a fuga fiscal, os que pagam vão ter que pagar cada vez mais impostos.


A melhor maneira de se reduzir a fuga fiscal seria o IVA subir para 25%, mas as pessoas poderem recuperar 15% no IRS. Isso levaria a que todos pedissem recibo.
 
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por PT_Trader » 17/9/2012 12:24

mais_um Escreveu:
Patrões dão chuto no Governo e devolvem TSU a trabalhadores


O problema é que em valores brutos, se os patrões devolverem o que vão poupar, em termos líquidos para o trabalhador a diferença será brutal para o que anteriormente tinham. Por exemplo, se uma pessoa com esta medida perder 100€ líquidos, para o empregador devolver estes 100€ líq. ao trabalhador, teria que efectuar um aumento na ordem de +/- €180 :shock:
 
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por mais_um » 17/9/2012 12:21

Patrões dão chuto no Governo e devolvem TSU a trabalhadores


O Governo deu um tiro no coração dos trabalhadores portugueses. O dinheiro que eu ganhar [com a redução da TSU] vai directamente para os meus funcionários, promete Luís Onofre, empresário de calçado. Devolver o dinheiro aos meus trabalhadores? Com certeza!, anuiu Carlos Santos, dono desta marca de sapatos de luxo. A desmotivação dos trabalhadores é evidente. Ninguém entende esta medida. Alguma coisa tem que ser feita, sintetizou Amílcar Monteiro, sócio-gerente da Fly London, marca do grupo Kyaia, maior fabricante portuguesa do sector.Se Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, não tivesse anulado a visita, este domingo, à Micam (Milão), maior feira mundial de calçado, onde iria reunir-se com cerca de 80 empresários, teria sentido a fúria dos patrões nacionais desta indústria contra a medida do Governo de aumentar as contribuições dos trabalhadores para compensar a descida da Taxa Social Única (TSU). Não é justo, tudo tem acontecido à custa dos trabalhadores. Vamos tentar compensar os nossos funcionários, avançou Eduardo Avelar, gestor da empresa que detém a marca Profession Bottier, 100% exportadora, que factura 6,5 milhões de euros e emprega 105 pessoas. É uma medida injusta, concordou António Carlos, administrador da Evereste, que exporta metade das vendas de três milhões de euros. Devolver aos trabalhadores a poupança na TSU? Eventualmente, respondeu.Espírito para trabalhar? Quem é que tem espírito para fazer seja que for? Sinceramente, eu não sei o que iria dizer ao ministro! Com o País todo contra [as medidas], e havendo soluções que não estão a funcionar, alguma coisa tem que ser feita de outra forma. Não é insistir no mesmo erro para que daqui a meio ano todos estejamos completamente de rastos, defendeu Luís Onofre, que emprega 52 pessoas, em Oliveira de Azeméis, exporta 98% da produção e factura cerca de oito milhões de euros. Tirar aos trabalhadores é mau. O que vemos hoje é o descontentamento geral dos operários e dos empresários. Irei compensar os trabalhadores. Porque queremos vê-los felizes e satisfeitos com a empresa, comprometeu-se Carlos Santos, cuja empresa, de São João da Madeira, emprega 108 pessoas, exporta 98% e factura nove milhões de euros. É completamente desajustado anunciar, na mesma altura, um corte [do rendimento] aos trabalhadores e uma redução [da TSU] às empresas. Porque isto não é atendível. Pode-se discutir a necessidade de tornar as empresas mais competitivas, mas não me parece, de todo, que esta seja a forma mais sensata de reforçar a competitividade das empresas, considerou Amílcar Monteiro, responsável do grupo liderado pelo presidente da associação do sector (APICCAPS), maior empregador português de calçado (600 trabalhadores) e de vendas (56 milhões de euros, 90% exportações). No nosso caso, temos uma massa salarial que representa 10% no custo final, ou seja, a baixa da TSU representa 0,5%. Isto não tem expressão nenhuma, argumentou Carlos Santos; a mão-de-obra representa 20/25% [nos custo final de um par de sapatos], portanto, o impacto não é assim tão significativo, rematou Amílcar Monteiro.75% GANHAM MENOS DE 650 EUROS POR MÊSA APICCAPS acha prematuro fazer qualquer avaliação às medidas apresentadas, na medida em que a informação disponível é insuficiente, sendo necessário perceber que percentagem de trabalhadores do sector poderá ser penalizado por esta medida, começou por afirmar Paulo Gonçalves, porta-voz da associação do sector. Tanto mais que, frisou, três quartos dos trabalhadores desta indústria auferem menos de 650 euros mensais. Confirmando a tendência de todos os empresários ouvidos pelo Negócios na Micam, de que o corte na TSU não vai criar mais empregos, Gonçalves enfatizou que, na conjuntura actual, com uma forte quebra do consumo nos principais mercados europeus, é difícil que as empresas criem mais postos de trabalho. Sem grande entusiasmo pela baixa da TSU, defendeu que, para as empresas, o acesso ao crédito e acelerar os prazos de reembolso de IVA são as duas questões fundamentais nesta altura


Fonte: Jornal de Negocios
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por altrio » 17/9/2012 12:16

gorgol Escreveu:Alterar o paradigma da fuga é romantismo. Quanto maior a carga fiscal maior será a fuga.


Isto não é verdade. Há vários países com maior carga fiscal do que nós e menor fuga.

E além disso, a maneira correcta de ver a questão é: quanto maior for a fuga, maior terá de ser a carga fiscal. Se não tivéssemos a fuga fiscal que temos, não teríamos défice, e não teriam sido necessários estes últimos aumentos de impostos. E se se não combater agora a fuga fiscal, os que pagam vão ter que pagar cada vez mais impostos.
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por gorgo » 17/9/2012 12:06

altrio Escreveu:
LTCM Escreveu:Se entrarmos pela lógica da Receita seria mais sensato um combate à informalidade (não acredito – de maneira nenhuma - que a economia paralela portuguesa seja de uma ordem de grandeza semelhante à dos escandinavos) que venha a aumentar a base tributável e dessa forma ampliar as receitas sem onerar, repetidamente, quem já contribui de forma muito generosa para serviços públicos de, salvo raras excepções, baixa qualidade.


Sim, é o mais sensato, e justo. O ajustamento deveria ser 3/3 no lado da receita, através do combate à fraude.

No entanto, isso parece-me irrealizável num ano, ou dois, ou três, e é apenas nesse sentido que é tolerável (digo tolerável, não aconselhável) que o acerto seja feito 2/3 na despesa e 1/3 na receita, como solução de emergência.

Agora, como solução de longo prazo, só nos conseguiremos aproximar do resto da Europa, se conseguirmos mitigar este problema da fuga ao fisco. Este é que é o verdadeiro problema estrutural que nós temos.


Alterar o paradigma da fuga é romantismo. Quanto maior a carga fiscal maior será a fuga. No final as grandes empresas, os mais ricos abandonam o país. Vejam a Irlanda com um IRC de 15%, tem exportações de 100% do PIB e a instalação de empresas estrangeiras foi um sucesso.

Imaginem uma empresa a pensar assim:

Temos prejuizo porque temos vendas baixas e muitas despesas:

Solução: vender mais. Como? obrigar os consumidores a comprarem os nossos produtos.

Alguém diz, mas os nossos produtos são fracos, temos uma fábrica pouco eficiente.

Resposta: esquece. Cortar na despesa não. Vamos obrigá-los a comprarem os nossos produtos.

É o que o Estado faz todos os dias!

O Estado pode e deve ser mais eficiente:

Tornar o custo dos serviços mais de acordo com o valor atribuido pelos consumidores. Se os consumidores não dão valor, dever ser restruturado e fechado.
Financiar os consumidores e menos os sistemas (termos opção de escolha).
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por altrio » 17/9/2012 10:34

LTCM Escreveu:Se entrarmos pela lógica da Receita seria mais sensato um combate à informalidade (não acredito – de maneira nenhuma - que a economia paralela portuguesa seja de uma ordem de grandeza semelhante à dos escandinavos) que venha a aumentar a base tributável e dessa forma ampliar as receitas sem onerar, repetidamente, quem já contribui de forma muito generosa para serviços públicos de, salvo raras excepções, baixa qualidade.


Sim, é o mais sensato, e justo. O ajustamento deveria ser 3/3 no lado da receita, através do combate à fraude.

No entanto, isso parece-me irrealizável num ano, ou dois, ou três, e é apenas nesse sentido que é tolerável (digo tolerável, não aconselhável) que o acerto seja feito 2/3 na despesa e 1/3 na receita, como solução de emergência.

Agora, como solução de longo prazo, só nos conseguiremos aproximar do resto da Europa, se conseguirmos mitigar este problema da fuga ao fisco. Este é que é o verdadeiro problema estrutural que nós temos.
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por LTCM » 17/9/2012 10:27

altrio Escreveu: Porque o nosso problema é falta de receita, mais do que excesso de despesa.

Na minha opinião, não é que paguemos poucos impostos, há é poucos de nós a pagar impostos - ou, por outras palavras, há muitos de nós a fugir aos impostos.

Aqui está a nossa despesa - como podes ver, é ligeiramente inferior à média europeia.


altrio Escreveu:E aqui está a nossa receita - como podes ver, é inferior à média europeia.


Regra geral nos tópicos políticos, ou similares, não participo activamente este não será excepção. Porém:

Se a Despesa é maior que a Receita, IMHO, era mais lógico reduzir a despesa para níveis comportáveis do que aumentar a receita sobrecarregando, mais uma vez, aqueles que já são excessivamente taxados (olhando para a tabela do IRS - genericamente rendimentos acima dos € 50.000,00 por conta de outrem).

Se entrarmos pela lógica da Receita seria mais sensato um combate à informalidade (não acredito – de maneira nenhuma - que a economia paralela portuguesa seja de uma ordem de grandeza semelhante à dos escandinavos) que venha a aumentar a base tributável e dessa forma ampliar as receitas sem onerar, repetidamente, quem já contribui de forma muito generosa para serviços públicos de, salvo raras excepções, baixa qualidade.

Não é preciso inventar a roda, basta copiar, e adaptar para a realidade portuguesa, o que de bom se faz em países cuja qualidade de vida é, para o grosso da população, incomparavelmente melhor que a nossa.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por Dialmedia » 17/9/2012 1:33

Um assunto que não tem sido muito falado nos meios de comunicação mas que penso ser merecedor de destaque é a possibilidade desta medida avançar mas com alteração das percentagens utilizadas.

Tomei a liberdade de elaborar a tabela seguinte para análise e que decido partilhar convosco, pois andava a quantificar o tal impacto se as taxas fossem outras.

Imagem

O cenário base que utilizei foi de um trabalhador a auferir 1.000€ brutos apenas, descontando 10% para IRS, que penso reproduzir em média o trabalhador comum. A situação actual da taxas de SS está representada na hipótese 1.

Da proposta do governo (hipótese 7) para cima estão variações da TSU que minimizam o impacto nos colaboradores e na poupança nas empresas, mantendo a variação proposta pelo Governo (1,25%), em incrementos de 1%.

Da proposta do governo para baixo até à hipótese 10 estão cenários em que o Governo decide transferir ainda mais os encargos com TSU para os trabalhadores, para ilustrar o efeito.

Da hipótese 11 à 15 estão alguns exemplos para verificarem o impacto caso a variação do Governo fosse outra (1%, 1,5% e 2%). Chamo a atenção que o ganho para a Segurança Social é a % que está na penúltima coluna. Os valores que indiquei acima devem ler-se em pontos percentuais e neste caso estamos a aumentar 1,25 p.p. aos 34,75% que o Estado já recebia (23,75% das empresas e 11% dos trabalhadores), significando que a SS recebe 3,6% mais.

Nas hipóteses 16 e 17 criei o cenário oposto, em que o Governo decide diminuir a TSU para os dois lados. Vejam que no último cenário, em que "acertamos" as taxas e fica 10% para o colaborador e 20% para as empresas, o ganho principalmente para os colaboradores não é muito significativo mas a SS encaixa perto de 14% a menos, num valor penso eu de quase 2 mil milhões de euros. Dá que pensar e é um sinal de que no longo-prazo não iremos ver tão depressa um atenuar desta contribuição sem alterações profundas ou melhorias no sistema

Resumindo, se o PPC conseguir avançar com esta medida, seria mais prudente avançar com a hipótese 5 ou até mesmo a hipótese 4, dado que tem exactamente o mesmo efeito nas receitas da SS, as empresas continuam a ter uma poupança não desprezível nos custos com pessoal e atenua o efeito nos trabalhadores em quase 30% face à proposta inicial.

Cumps.
 
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por rg7803 » 17/9/2012 0:29

Acho que este fim semana contrataram o Hugo Chavez para o lugar do Santos Pereira...
“Buy high, sell higher...”.
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por Texano Bill » 17/9/2012 0:08

Mas será que eles querem alienar completamente os apoiantes que lhes restam? Então forçaram a baixa de salários dos privados e agora querem controlar como os lucros são investidos. Como é que sabem qual a melhor área para contribuir para o desenvolvimento da empresa? Isto é absurdo.

Público Escreveu:PSD quer obrigar empresas a reinvestir valor poupado com TSU

O PSD está a preparar uma proposta de modo a obrigar as empresas a reinvestirem o montante que irão poupar com a diminuição de 23,75% para 18% da sua contribuição para a Segurança Social. As empresas poderão mesmo ser proibidas de distribuir lucros pelos seus accionistas.

A intenção é "aproveitar os ganhos com a redução da TSU canalizando-os para a dinamização da economia", disse ao PÚBLICO a vice-presidente da bancada, Teresa Leal Coelho. "É preciso estabelecer mecanismos que levem a que essa poupança com a TSU sirva para as empresas se modernizarem, incentivarem a produtividade, criarem emprego."

Como fazê-lo? "Estabelecendo exigências de resultados, impondo condicionalismos como a proibição de distribuir lucros pelos accionistas ou aplicar constrangimentos para impedir que sejam canalizados para áreas que não contribuem para o desenvolvimento da empresa."

O PSD quer garantir que a poupança possa servir para "desanuviar a situação crítica, sobretudo das PME", nomeadamente para que "apostem no emprego e aumentem a produtividade", reforça a deputada.

De acordo com um estudo feito no ano passado por uma equipa do Ministério das Finanças e do Banco de Portugal, a descida de cada ponto percentual da TSU representa cerca de 400 milhões de euros/ano, pelo que a descida de 5,75 na contribuição significará que as empresas pouparão cerca de 2300 milhões de euros.

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/psd ... su-1563321
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por oscar.coelho » 16/9/2012 19:22

Muffin Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Não podia estar mais de acordo, LTCM. Obrigada.

Acrescento outros exemplos da falta de moralidade (não é pelo montante, é pelo que significam): http://crimedigoeu.wordpress.com/2012/0 ... nra-idade/


Sim, sim, até podemos estar todos de acordo, mas enquanto não se puserem números é tudo muito bonito, mas pode não resolver nada.

Que o exemplo tem que vir de cime (o que não acontece) parece-me inquestionável.


Custa-me usar este argumento, o da idade vs conhecimentos/experiência, mas isto chegou a um ponto em que não sei se não é motivo de preocupação sabermos que existe tanta miudagem a assessorar o governo. Porque, das duas uma, ou esta gente, que se pensava ser muito competente para merecer tais ordenados, só está a fazer disparates ou não se esperava nada deles e então estes valores não fazem qualquer sentido. É que se formos ver bem cada nome em particular, acaba-se por descobrir quais são as suas ligações pessoais e familiares e suspeitar que a sua escolha, se calhar, não foi pelos melhores motivos.
Apareceu por aí, já há algum tempo, uma nomeação de mais um jovem com um ordenado destes para "realizar estudos, trabalhos e prestar conselho técnico ao meu gabinete na área de informática e novas tecnologias" no gabinete da Ministra da Justiça. Este caso até não é dos mais perigosos porque aquilo deve ser para desenrascar a ministra quando ela não sabe paginar no word ou quer fazer um powerpoint. Mas a pergunta é:
Não há ninguém a mais no raio daquele ministério que pudesse fazer aquela tarefa? Depois o rapaz escolhido lá tem "Negrão" no nome. Pode não ser nada, mas não há muitos negrões.

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por altrio » 16/9/2012 19:18

E aqui está a nossa receita - como podes ver, é inferior à média europeia.
Anexos
2_Ranking_of_total_tax_revenue_by_Member_States_and_EFTA_countries_as_a_%_of_GDP.PNG
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por altrio » 16/9/2012 19:17

LTCM Escreveu:
gorgol Escreveu:
AxeRiver Escreveu:Então a tua solução é aumentar impostos para manter esses trabalhos? Para o ano, se a receita não chegar, aumentas de novo impostos... e no ano seguinte a mesma coisa.


Eu concordo com a troika: 2/3 na despesa e 1/3 nos impostos.


E porque é não era 3/3 na despesa?

O poder de compra é assim tão grande?


Porque o nosso problema é falta de receita, mais do que excesso de despesa.

Na minha opinião, não é que paguemos poucos impostos, há é poucos de nós a pagar impostos - ou, por outras palavras, há muitos de nós a fugir aos impostos.

Aqui está a nossa despesa - como podes ver, é ligeiramente inferior à média europeia.
Anexos
General_government_expenditure_by_country_as_a_percentage_of_GDP,_2011.png
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por tava3 » 16/9/2012 18:39

O governo limpa os pés na constituição, o tribunal constitucional insurge-se contra as medidas e a malta queixa-se, não percebo.
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por Pantone » 16/9/2012 18:26

Pata-Hari Escreveu:Não podia estar mais de acordo, LTCM. Obrigada.

Acrescento outros exemplos da falta de moralidade (não é pelo montante, é pelo que significam): http://crimedigoeu.wordpress.com/2012/0 ... nra-idade/


Sim, sim, até podemos estar todos de acordo, mas enquanto não se puserem números é tudo muito bonito, mas pode não resolver nada.

Que o exemplo tem que vir de cime (o que não acontece) parece-me inquestionável.
 
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por Pata-Hari » 16/9/2012 18:24

Não podia estar mais de acordo, LTCM. Obrigada.

Acrescento outros exemplos da falta de moralidade (não é pelo montante, é pelo que significam): http://crimedigoeu.wordpress.com/2012/0 ... nra-idade/
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por LTCM » 16/9/2012 15:52

Muffin Escreveu:
LTCM Escreveu:
gorgol Escreveu:
AxeRiver Escreveu:Então a tua solução é aumentar impostos para manter esses trabalhos? Para o ano, se a receita não chegar, aumentas de novo impostos... e no ano seguinte a mesma coisa.


Eu concordo com a troika: 2/3 na despesa e 1/3 nos impostos.


E porque é não era 3/3 na despesa?

O poder de compra é assim tão grande?

Porque os Senhores do Tribunal Constitucional, esse grande órgão de soberanía, provavelmente n{ao te deixariam.

Ou quererás tu sugerir onde arranjavas os cortes pelo valor total da redução?!


Se a Troika com o governo PS (estendido aos partidos do arco da governação PSD e PP) conseguiu chegar a um programa de austeridade de 2/3 na despesa e 1/3 nos impostos qual era a dificuldade em criar um desígnio de consolidação com 3/3 na despesa? Os Senhores do Tribunal Constitucional?

Esses 3 partidos, em conjunto, representam mais de 2/3 dos deputados portanto o que é que os impedia de rever a constituição? E, posteriormente aplicar, por exemplo, rectroactivamente a actual lei das pensões/reformas?

A última vez que olhei não tinha responsabilidades governativas, portanto não sei porque havia eu de sugerir onde arranjava os cortes pelo valor total da redução.

No entanto o Think Tank do PSD tem extenso trabalho publicado nessa área não me recordo deste (des)governo o ter aproveitado.

Uma coisa contudo posso garantir enquanto mordomias destasnão acabarem não vamos a lado nenhum . Não pelo seu valor mas pelo que representam.
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***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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