Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
mais_um Escreveu:PMP69 Escreveu:
Penso que anda em testes operacionais.
Pedro
https://news.usni.org/2022/10/12/inside ... tress-test
Obrigado Pedro e Mais um .
Deixamos de saber fazer centrais nucleares deixamos de saber fazer porta aviões tudo tem atrasos brutais , razões a melhor transmissão do saber é entre mais velhos para os mais novos .
Recordo-me que este projecto começou pouco depois do ano 2000 ? E estariam operacional por 2015 se não estou em erro , a outra geração de porta aviões será dos anos 70 , deixaram morrer todos os engenheiros .
Que me desculpem mas foi a falta de urinóis que mais me interessou no projecto na nova geração de porta aviões , como irá ter de 10 a 15% de tripulantes femininos .
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:
Penso que anda em testes operacionais.
Pedro
https://news.usni.org/2022/10/12/inside ... tress-test
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Umas pequenas curiosidades.
Um porta aviões é dos sitios mais perigosos para se estar, especialmente o convés de voo.
Os EUA usam camisolas de cor diferente, para diferenciar as tarefas. Por exemplo, cor vermelha encarregues pelo manuseamento das bombas/mísseis, amarela encarregues pelo deslocamento dos aviões no convés, branca pessoal médico e de controlo de tarefas.....
Os aviões na fase de aterragem, põem os motores em potência máxima, pois caso falhem os cabos de retenção, têm potência para voltar a descolar.
Os pilotos da marinha francesas fazem o treino em porta aviões americanos, pois têm sistemas de catapulta e de retenção semelhantes ao Charles de Gaulle.
Pedro
Um porta aviões é dos sitios mais perigosos para se estar, especialmente o convés de voo.
Os EUA usam camisolas de cor diferente, para diferenciar as tarefas. Por exemplo, cor vermelha encarregues pelo manuseamento das bombas/mísseis, amarela encarregues pelo deslocamento dos aviões no convés, branca pessoal médico e de controlo de tarefas.....
Os aviões na fase de aterragem, põem os motores em potência máxima, pois caso falhem os cabos de retenção, têm potência para voltar a descolar.
Os pilotos da marinha francesas fazem o treino em porta aviões americanos, pois têm sistemas de catapulta e de retenção semelhantes ao Charles de Gaulle.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Opcard Escreveu:Por onde anda USS Gerald R. Ford o primeiro e único por agora porta aviões da nova geração que tem capacidade para se defender de mísseis hiper sónicos , mesmo não tendo urinóis.
Penso que anda em testes operacionais.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Por onde anda USS Gerald R. Ford o primeiro e único por agora porta aviões da nova geração que tem capacidade para se defender de mísseis hiper sónicos , mesmo não tendo urinóis.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:BearManBull Escreveu:PMP69 Escreveu:Quem conhece a história da Rússia, principalmente dos últimos 20 anos e em especial dos últimos 8 meses, acha que o Putin quer negociar algo? Que está disposto a abrir mão da Crimeia e dos Oblast de Kherson, Zaporíjia, Lugansk e Donetsk?
Agora tem as mãos atadas. Como é que vai negociar para ceder território russo (da perspectiva legal dos russos)?
Se não tivesse anexado podia negociar Lugansk e Donetsk e deixar Kherson, Zaporíjia teria uma vitoria.
No ocidente também está tudo saturado com a guerra, até porque com recessão e inflação grande parte dos donos do poder perdem cada vez mais margem de manobra junto das populações, isso é uma consequência natural inevitável que quanto mais se prolongue a guerra pior.
Concordo contigo, daí ter dito na altura da anexação, que a Rússia tinha passado uma linha sem retorno.
Quanto ao resto, também concordo, mas o Ocidente e principalmente os EUA têm um problema enorme em mãos, pois sabem que o desfecho da Ucrânia vai influenciar o que se vai passar no futuro próximo em Taiwan e na Coreia.
Mais do que a Ucrânia, o receio dos EUA está no mar do Japão e da China, tanto que o Carrier Strike Group 5 tem navegado por esses lados.
https://www.navy.mil/Press-Office/News-Stories/Article/3183664/ronald-reagan-carrier-strike-group-operates-with-japan-and-republic-of-korea/
Pedro
Agora foi a vez do USS Key West.
Os EUA desconfiam que a Coreia do Norte vai efectuar, brevemente um teste nuclear.
https://www.cpf.navy.mil/Newsroom/News/Article/3206660/key-west-visits-republic-of-korea-during-indo-pacific-deployment/
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Guerra na Ucrânia traz 200 mil milhões de lucros a petrolíferas dos EUA
As empresas do ramo do petróleo e gás dos Estados Unidos (EUA) arrecadaram mais de 200 mil milhões de lucros no segundo e terceiro trimestres de 2022, à boleia da crise energética e do disparo dos preços no seguimento da invasão militar da Ucrânia, em fevereiro.
As contas foram feitas pela S&P Global Commodity Insights para o Financial Times e mostram que estes foram os melhores seis meses de sempre para o setor, com 2022 a caminhar a passos largos para ser um ano de resultados históricos.
Novamente salta à vista quem beneficia com a guerra.
Também se vê que a destruição do acesso à energia promovida pelo movimentos verdes globais está a ter os resultados esperados.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
"Ex-funcionário russo que ligou Putin prevê seus próximos movimentos"
"Boris Bondarev, que trabalhou como funcionário russo avançando nas metas de política externa de Vladimir Putin por anos antes de renunciar por causa da guerra na Ucrânia, discute os objetivos de Putin e se ele usará uma arma nuclear na Ucrânia"
Tradutor :
Boris Bondarev: "A força de Putin e seu regime são superestimados"
Depois de jogar a toalha por causa da guerra na Ucrânia, o ex-diplomata russo na ONU em Genebra vive atualmente na Suíça. Em entrevista à CNN, Boris Bondarev avalia o risco de um ataque nuclear.
"Nunca tive tanta vergonha do meu país como em 24 de fevereiro deste ano": é com essas palavras que Boris Bondarev selou sua saída do Ministério das Relações Exteriores da Rússia em 23 de maio.
O homem de Moscou na ONU em Genebra está entre os poucos diplomatas russos que se opuseram à guerra na Ucrânia. Desde então, Bondarew continuou a viver na Suíça: em setembro, foi-lhe concedido um direito de residência temporário.
Em seu programa "Fareed Zakaria GPS", o jornalista da CNN Fareed Zakaria o apresenta como "um dos mais altos funcionários públicos que renunciou por causa da guerra". Ao serviço do Estado há 20 anos, o russo é, portanto, hoje, um interlocutor muito procurado.
Ninguém se atreve a dizer a verdade
O apresentador retorna pela primeira vez a uma publicação de Bondarev na revista americana “Foreign Affairs”. Intitulado “As causas do mau comportamento russo”, este texto explica que a elite está cada vez mais distante da realidade. Como chegamos aqui ?
“Em primeiro lugar, a situação é resultado da evolução do estado russo”, responde Bondarev da Suíça.
Tudo isso vem tomando forma “há 20 anos ou mais”, explica o russo. “O Kremlin está cada vez mais isolado. E é muito perigoso, porque as pessoas que trabalham para o governo recebem informações erradas de seus colegas e tomam suas decisões com base nesses cálculos errôneos e nessas mentiras”.
Isso levou à guerra na Ucrânia, continua o ex-diplomata.
Zakaria então pede esclarecimentos: Isso também significa que, com essa não-cultura da comunicação, as más notícias não chegam ao topo? "Está muito próximo da verdade", confirma Bondarev.
“A liderança russa está do lado perdedor”
“Se você quer reportar determinada informação a altas autoridades, ao comando militar ou ao governo, tem que vendê-la da maneira mais agradável possível”, explica. “E, claro, você não quer incomodar seus chefes e o governo. Caso contrário, isso destrói suas perspectivas de carreira.”
O que está escondido por trás da fábula da "bomba suja" que Kyiv quer explodir de acordo com Vladimir Putin? “Acho que a liderança russa está do lado perdedor. Eles tentam se adaptar a essa nova realidade e se ajustar. Parece bastante caótico, pois não há estratégia por trás disso. O Kremlin está apenas procurando maneiras de sair dessa situação bloqueada e muito perigosa”.
As armas nucleares táticas também poderiam ser um meio de escolha, como sugere Putin?
“Não acho que essas ameaças sejam particularmente reais agora. Os ucranianos podem vencer esta guerra”
É possível uma paz negociada?
Para Bondarev, no entanto, a dissuasão é essencial: "as ameaças não serão realizadas enquanto Putin receber o sinal da comunidade internacional de que qualquer uso de armas nucleares terá as consequências mais graves para a Rússia e para ele pessoalmente".
Resta a questão de como o conflito pode terminar: é possível uma paz negociada?
“As partes têm prioridades e objetivos muito diferentes e às vezes contraditórios nessas negociações”, retruca o ex-diplomata. "Por enquanto, não vejo perspectiva de nenhuma negociação real."
Bondarev conclui: “Não acho que Putin esteja pronto para uma guerra duradoura: sua força e seu regime são atualmente um pouco superestimados. Na Rússia, por exemplo, vemos muita confusão em torno da mobilização. Há um certo grau de preocupação e rejeição na população”.
Segundo ele, a Ucrânia está em condições de derrotar o exército russo. Mas isso só é possível se o Ocidente continuar a apoiar Kyiv, acrescentou. "Eu acho que eles podem ganhar esta guerra."
https://www.bluewin.ch/fr/infos/international/boris-bondarev-la-force-de-poutine-et-son-regime-sont-surestimes-1441055.html
Abraço,
Pepe
Querer é poder.
Pepe
Querer é poder.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Leio várias vezes que o Putin não está a atingir os objectivos desejados, mas discordo um pouco desta visão!
Em alguns pontos, é verdade... militarmente ele parece estar a fracassar... e economicamente parece estar a vacilar...
Mas por outro lado está a ganhar no terreno da criação de um mundo bipolar e mais afastado dos USA, melhorando as suas relações com a China e estreitando laços com outros países de "liberdades" duvidosas, mas que têm uma peso na economia mundial.
Em termos imediatos, isto não é bom para a Rússia, mas a longo prazo poderá ser benéfico se o comunismo se mantiver vivo e com liberdades restritas. Nesse sentido, uma grande parte do mundo poderá continuar a manter os seus regimes comunistas e ditadores e fazer negócios com a Rússia evitando assim a concorrência dos USA em energia, armamento, alimentos, etc.
Em relação aos objectivos russos, creio que ter mais ou menos umas centenas de km, não fará grande diferença, no entanto diminuir a influência ocidental nos países comunistas tenderá a ser visto como uma grande vitória russa (embora isso seja mau para todo o mundo)....
Em alguns pontos, é verdade... militarmente ele parece estar a fracassar... e economicamente parece estar a vacilar...
Mas por outro lado está a ganhar no terreno da criação de um mundo bipolar e mais afastado dos USA, melhorando as suas relações com a China e estreitando laços com outros países de "liberdades" duvidosas, mas que têm uma peso na economia mundial.
Em termos imediatos, isto não é bom para a Rússia, mas a longo prazo poderá ser benéfico se o comunismo se mantiver vivo e com liberdades restritas. Nesse sentido, uma grande parte do mundo poderá continuar a manter os seus regimes comunistas e ditadores e fazer negócios com a Rússia evitando assim a concorrência dos USA em energia, armamento, alimentos, etc.
Em relação aos objectivos russos, creio que ter mais ou menos umas centenas de km, não fará grande diferença, no entanto diminuir a influência ocidental nos países comunistas tenderá a ser visto como uma grande vitória russa (embora isso seja mau para todo o mundo)....
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Hoje no jornal de Negócios há um artigo de Robert Skidelsky - Economista interessante .
O trágico legado de Gorbachev
Ironicamente, Gorbachev tornou-se célebre no Ocidente por concretizar algo que nunca propôs fazer: provocar o fim da União Soviética. Gorbachev recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1990, mas era considerado um traidor pela vasta maioria dos russos.
Mikhail Gorbachev, o último líder da União Soviética, foi sepultado no início de setembro no Cemitério Novodevichy, em Moscovo, junto da sua mulher Raisa e perto do antigo dirigente soviético Nikita Khrushchev. Sem grandes surpresas, o Presidente russo, Vladimir Putin, esteve ausente do funeral. Afinal, Novodevichy é o local de “descanso final” para onde são enviados todos os líderes soviéticos “fracassados”.
O desprezo de Putin fez-me lembrar uma conversa que tive há duas décadas durante um passeio noturno na Praça Vermelha. Num ato de impulso, dirigi-me ao oficial do exército que guardava o túmulo de Lenine e perguntei-lhe que personalidades estavam sepultadas na Necrópole da Muralha do Kremlin, logo atrás do mausoléu de Lenine. O soldado ofereceu-se para me acompanhar, e foi então que observei uma série de sepulturas e mausoléus de antigos líderes soviéticos: de Estaline a Leonid Brezhnev, Alexei Kosygin e Yuri Andropov. O último estava por ocupar. “É para Gorbachev, calculo?”, perguntei. “Não, o lugar dele é em Washington”, respondeu-me o oficial.
Ironicamente, Gorbachev tornou-se célebre no Ocidente por concretizar algo que nunca propôs fazer: provocar o fim da União Soviética. Gorbachev recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1990, mas era considerado um traidor pela vasta maioria dos russos. Numa tentativa falhada para regressar à vida política, candidatou-se às eleições presidenciais russas de 1996, alcançando apenas 0,5% dos votos.
Gorbachev continua a ser uma figura mal-amada na Rússia. Segundo um inquérito de 2012 do instituto estatal VTSIOM (Russian Public Opinion Research Center), Gorbachev era o mais impopular de todos os líderes russos. Uma sondagem de 2021 revelou que mais de 70% da população da Rússia acredita que, aos comandos de Gorbachev, o país seguiu um rumo errado. Os críticos mais duros detestam-no, consideram que desmantelou o poderio soviético; os liberais desprezam-no, defendem que Gorbachev ficou “preso” ao ideal impossível de reformar o regime comunista.
Conheci Gorbachev no início dos anos 2000, quando participei em reuniões do World Political Forum, o “think tank” que o antigo líder fundou em Turim. A organização foi concebida para, supostamente, promover a democracia e os direitos humanos. Mas, na prática, os seus eventos traduziam-se em reminiscências nostálgicas, em que Gorbachev falava sobre “aquilo que poderia ter sido”. Era muitas vezes ladeado por outros antigos dirigentes da sua era, incluindo os ex-líderes polacos Wojciech Jaruzelski e Lech Wałęsa, o antigo primeiro-ministro da Hungria Gyula Horn, o diplomata russo Alexander Bessmertnykh e também por alguns académicos de esquerda.
A ideia de Gorbachev de uma “Terceira Via” entre socialismo e capitalismo seduziu o Ocidente durante um breve período de tempo, mas foi rapidamente silenciada pelo neoliberalismo triunfalista. Apesar de tudo, eu gostava e respeitava este líder estranhamente visionário da moribunda URSS, que recusou usar a força para resistir às mudanças.
Atualmente, a maioria dos cidadãos russos apontam Gorbachev e Boris Yeltsin como os precursores do infortúnio da Rússia. Putin, por outro lado, é amplamente agraciado como símbolo de ordem e prosperidade, como o homem que reivindicou o papel da liderança da Rússia no palco internacional. Em setembro, 60% dos russos afirmavam acreditar que o seu país está no rumo certo, mas sem dúvida que o resultado deste inquérito reflete também o controlo apertado de Putin sobre as notícias na televisão (a principal fonte de informação de grande parte dos cidadãos russos).
Para a maioria dos russos, Gorbachev deixou um legado de ingenuidade e de incompetência, senão mesmo de traição. De acordo com a narrativa dominante, Gorbachev permitiu a expansão da NATO até à Alemanha de Leste em 1990, tendo então por base uma promessa verbal do então secretário de Estado dos EUA, James Baker, de que a Aliança não se estenderia “nem um centímetro a mais para leste”. Nesta versão, Gorbachev renunciou ao controlo soviético sobre a Europa Central e Oriental sem exigir um compromisso por escrito.
Contudo, na realidade, Baker não estava em posição de fazer um compromisso formal, e Gorbachev sabia-o. Além disso, o líder soviético confirmou repetidamente, e durante muitos anos, que nunca foi feita uma promessa séria de que a NATO não se iria expandir para leste.
De qualquer forma, a verdade é que o controlo soviético sobre os seus satélites europeus se tornou insustentável depois da assinatura da Ata Final de Helsínquia em 1975. O acordo, assinado pelos Estados Unidos, Canadá e pela maior parte da Europa, incluiu compromissos para respeitar os direitos humanos, a liberdade de informação e de movimento. Aos poucos, os governos comunistas foram perdendo a capacidade para controlarem a sua população, culminando numa série de revoltas pacíficas que, em última análise, levaram à dissolução da União Soviética.
Ainda assim, há um fundo de verdade no mito da capitulação de Gorbachev. Afinal, a URSS não tinha sido derrotada no campo de batalha, como acontecera com a Alemanha e com o Japão em 1945, e a fabulosa máquina militar soviética permanecia intacta em 1990. Teoricamente, Gorbachev poderia ter usado tanques para reprimir as revoltas populares na Europa de Leste, como fizeram os seus predecessores na Alemanha de Leste em 1953, na
Hungria em 1956 e na Checoslováquia em 1968.
A recusa de Gorbachev de recorrer à violência para preservar o império soviético resultou numa derrota sem derramamento de sangue e num sentimento de humilhação entre os russos. Esta sensação de injúria alimentou a desconfiança em relação à NATO – sentimento que Putin viria a explorar para mobilizar o apoio popular à invasão da Ucrânia.
Outro equívoco comum é pensar que Gorbachev desmantelou um sistema económico que era eficiente. Na verdade, longe de ser cumprir a promessa de Khrushchev de “enterrar” o Ocidente economicamente, a economia soviética estava em declínio há décadas.
Gorbachev percebeu que a União Soviética não poderia acompanhar os Estados Unidos do ponto de vista militar e, simultaneamente, satisfazer as reivindicações dos cidadãos por padrões de vida mais elevados. Mas, ao mesmo tempo que rejeitava as políticas indutoras de estagnação da “era Brezhnev”, não tinha nada de coerente para oferecer em troca. Em vez de facilitar uma economia de mercado eficiente, o abandono apressado do sistema de planeamento central enriqueceu a corrupta classe administrativa das repúblicas soviéticas e conduziu ao ressurgimento do nacionalismo étnico.
Para mim, Gorbachev é uma figura trágica. Embora compreendesse de facto os desafios imensos que o comunismo soviético enfrentava, ele não tinha controlo sobre as forças que ajudou a desencadear. Nos anos 1980, a Rússia simplesmente não tinha recursos intelectuais, espirituais e políticos para ultrapassar os seus problemas estruturais. Mas, se é verdade que o império soviético foi extinto há 30 anos, muitas das disfunções que contribuíram para a sua extinção ameaçam agora arrastar o mundo inteiro.
Tradução: Lúcia Crespo
O trágico legado de Gorbachev
Ironicamente, Gorbachev tornou-se célebre no Ocidente por concretizar algo que nunca propôs fazer: provocar o fim da União Soviética. Gorbachev recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1990, mas era considerado um traidor pela vasta maioria dos russos.
Mikhail Gorbachev, o último líder da União Soviética, foi sepultado no início de setembro no Cemitério Novodevichy, em Moscovo, junto da sua mulher Raisa e perto do antigo dirigente soviético Nikita Khrushchev. Sem grandes surpresas, o Presidente russo, Vladimir Putin, esteve ausente do funeral. Afinal, Novodevichy é o local de “descanso final” para onde são enviados todos os líderes soviéticos “fracassados”.
O desprezo de Putin fez-me lembrar uma conversa que tive há duas décadas durante um passeio noturno na Praça Vermelha. Num ato de impulso, dirigi-me ao oficial do exército que guardava o túmulo de Lenine e perguntei-lhe que personalidades estavam sepultadas na Necrópole da Muralha do Kremlin, logo atrás do mausoléu de Lenine. O soldado ofereceu-se para me acompanhar, e foi então que observei uma série de sepulturas e mausoléus de antigos líderes soviéticos: de Estaline a Leonid Brezhnev, Alexei Kosygin e Yuri Andropov. O último estava por ocupar. “É para Gorbachev, calculo?”, perguntei. “Não, o lugar dele é em Washington”, respondeu-me o oficial.
Ironicamente, Gorbachev tornou-se célebre no Ocidente por concretizar algo que nunca propôs fazer: provocar o fim da União Soviética. Gorbachev recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1990, mas era considerado um traidor pela vasta maioria dos russos. Numa tentativa falhada para regressar à vida política, candidatou-se às eleições presidenciais russas de 1996, alcançando apenas 0,5% dos votos.
Gorbachev continua a ser uma figura mal-amada na Rússia. Segundo um inquérito de 2012 do instituto estatal VTSIOM (Russian Public Opinion Research Center), Gorbachev era o mais impopular de todos os líderes russos. Uma sondagem de 2021 revelou que mais de 70% da população da Rússia acredita que, aos comandos de Gorbachev, o país seguiu um rumo errado. Os críticos mais duros detestam-no, consideram que desmantelou o poderio soviético; os liberais desprezam-no, defendem que Gorbachev ficou “preso” ao ideal impossível de reformar o regime comunista.
Conheci Gorbachev no início dos anos 2000, quando participei em reuniões do World Political Forum, o “think tank” que o antigo líder fundou em Turim. A organização foi concebida para, supostamente, promover a democracia e os direitos humanos. Mas, na prática, os seus eventos traduziam-se em reminiscências nostálgicas, em que Gorbachev falava sobre “aquilo que poderia ter sido”. Era muitas vezes ladeado por outros antigos dirigentes da sua era, incluindo os ex-líderes polacos Wojciech Jaruzelski e Lech Wałęsa, o antigo primeiro-ministro da Hungria Gyula Horn, o diplomata russo Alexander Bessmertnykh e também por alguns académicos de esquerda.
A ideia de Gorbachev de uma “Terceira Via” entre socialismo e capitalismo seduziu o Ocidente durante um breve período de tempo, mas foi rapidamente silenciada pelo neoliberalismo triunfalista. Apesar de tudo, eu gostava e respeitava este líder estranhamente visionário da moribunda URSS, que recusou usar a força para resistir às mudanças.
Atualmente, a maioria dos cidadãos russos apontam Gorbachev e Boris Yeltsin como os precursores do infortúnio da Rússia. Putin, por outro lado, é amplamente agraciado como símbolo de ordem e prosperidade, como o homem que reivindicou o papel da liderança da Rússia no palco internacional. Em setembro, 60% dos russos afirmavam acreditar que o seu país está no rumo certo, mas sem dúvida que o resultado deste inquérito reflete também o controlo apertado de Putin sobre as notícias na televisão (a principal fonte de informação de grande parte dos cidadãos russos).
Para a maioria dos russos, Gorbachev deixou um legado de ingenuidade e de incompetência, senão mesmo de traição. De acordo com a narrativa dominante, Gorbachev permitiu a expansão da NATO até à Alemanha de Leste em 1990, tendo então por base uma promessa verbal do então secretário de Estado dos EUA, James Baker, de que a Aliança não se estenderia “nem um centímetro a mais para leste”. Nesta versão, Gorbachev renunciou ao controlo soviético sobre a Europa Central e Oriental sem exigir um compromisso por escrito.
Contudo, na realidade, Baker não estava em posição de fazer um compromisso formal, e Gorbachev sabia-o. Além disso, o líder soviético confirmou repetidamente, e durante muitos anos, que nunca foi feita uma promessa séria de que a NATO não se iria expandir para leste.
De qualquer forma, a verdade é que o controlo soviético sobre os seus satélites europeus se tornou insustentável depois da assinatura da Ata Final de Helsínquia em 1975. O acordo, assinado pelos Estados Unidos, Canadá e pela maior parte da Europa, incluiu compromissos para respeitar os direitos humanos, a liberdade de informação e de movimento. Aos poucos, os governos comunistas foram perdendo a capacidade para controlarem a sua população, culminando numa série de revoltas pacíficas que, em última análise, levaram à dissolução da União Soviética.
Ainda assim, há um fundo de verdade no mito da capitulação de Gorbachev. Afinal, a URSS não tinha sido derrotada no campo de batalha, como acontecera com a Alemanha e com o Japão em 1945, e a fabulosa máquina militar soviética permanecia intacta em 1990. Teoricamente, Gorbachev poderia ter usado tanques para reprimir as revoltas populares na Europa de Leste, como fizeram os seus predecessores na Alemanha de Leste em 1953, na
Hungria em 1956 e na Checoslováquia em 1968.
A recusa de Gorbachev de recorrer à violência para preservar o império soviético resultou numa derrota sem derramamento de sangue e num sentimento de humilhação entre os russos. Esta sensação de injúria alimentou a desconfiança em relação à NATO – sentimento que Putin viria a explorar para mobilizar o apoio popular à invasão da Ucrânia.
Outro equívoco comum é pensar que Gorbachev desmantelou um sistema económico que era eficiente. Na verdade, longe de ser cumprir a promessa de Khrushchev de “enterrar” o Ocidente economicamente, a economia soviética estava em declínio há décadas.
Gorbachev percebeu que a União Soviética não poderia acompanhar os Estados Unidos do ponto de vista militar e, simultaneamente, satisfazer as reivindicações dos cidadãos por padrões de vida mais elevados. Mas, ao mesmo tempo que rejeitava as políticas indutoras de estagnação da “era Brezhnev”, não tinha nada de coerente para oferecer em troca. Em vez de facilitar uma economia de mercado eficiente, o abandono apressado do sistema de planeamento central enriqueceu a corrupta classe administrativa das repúblicas soviéticas e conduziu ao ressurgimento do nacionalismo étnico.
Para mim, Gorbachev é uma figura trágica. Embora compreendesse de facto os desafios imensos que o comunismo soviético enfrentava, ele não tinha controlo sobre as forças que ajudou a desencadear. Nos anos 1980, a Rússia simplesmente não tinha recursos intelectuais, espirituais e políticos para ultrapassar os seus problemas estruturais. Mas, se é verdade que o império soviético foi extinto há 30 anos, muitas das disfunções que contribuíram para a sua extinção ameaçam agora arrastar o mundo inteiro.
Tradução: Lúcia Crespo
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Putin tem usado de tudo, para tentar travar o avanço ucraniano, enquanto a natureza não o faz (inverno). O que não tem conseguido, pois apesar dos avanços mais lentos, os ucranianos continuam a avançar no leste e no sul.
A Ucrânia, enquanto tiver o apoio militar, logístico e de inteligência dos EUA, RU e Alemanha, vai continuar a ter vantagem no terreno, se perder um ou mais destes apoios, perde capacidade de continuar a contra-ofensiva, e provavelmente vai perder terreno.
Putin espera que a sua nova estratégia de destruir a rede eléctrica ucraniana, faça que o povo ucraniano capitule e aguarda igualmente que um inverno rigoroso provoque estragos na Europa.
Quanto às ameaças nucleares de Putin, parece-me que até hoje têm sido "bluff", e que tiveram o efeito contrário ao desejado.
No entanto, são Ramzan Kadyrov e Yevgeny Prigozhin que estão a suportar uma boa parte do esforço da guerra, e o seu poder está alicerçado nos seus homens, pelo que, se amanhã se se virem encurralados, não duvido que pressionem Putin a usar armas nucleares tácticas.
Pedro
A Ucrânia, enquanto tiver o apoio militar, logístico e de inteligência dos EUA, RU e Alemanha, vai continuar a ter vantagem no terreno, se perder um ou mais destes apoios, perde capacidade de continuar a contra-ofensiva, e provavelmente vai perder terreno.
Putin espera que a sua nova estratégia de destruir a rede eléctrica ucraniana, faça que o povo ucraniano capitule e aguarda igualmente que um inverno rigoroso provoque estragos na Europa.
Quanto às ameaças nucleares de Putin, parece-me que até hoje têm sido "bluff", e que tiveram o efeito contrário ao desejado.
No entanto, são Ramzan Kadyrov e Yevgeny Prigozhin que estão a suportar uma boa parte do esforço da guerra, e o seu poder está alicerçado nos seus homens, pelo que, se amanhã se se virem encurralados, não duvido que pressionem Putin a usar armas nucleares tácticas.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Ainda recentemente foi dito que por altos funcionários norte-americanos que líderes militares russos discutiram o uso de uma arma nuclear tática na Ucrânia.
Porque falam as lideranças russas em armas nucleares que dizem não quererem utilizar ?
Penso que tudo isto é uma estratégia para influenciar as opiniões públicas ocidentais meter medo , tenho amigos que me diziam porque arriscar uma guerra nuclear , também condicionar a ajuda ocidental dizendo que há um limite .
A imagem do poder militar da Rússia é motivo de gozo há 10 países no mundo
que não lhe dariam hipóteses , por isso eles tem de lembrar o seu arsenal nuclerar.
Porque falam as lideranças russas em armas nucleares que dizem não quererem utilizar ?
Penso que tudo isto é uma estratégia para influenciar as opiniões públicas ocidentais meter medo , tenho amigos que me diziam porque arriscar uma guerra nuclear , também condicionar a ajuda ocidental dizendo que há um limite .
A imagem do poder militar da Rússia é motivo de gozo há 10 países no mundo
que não lhe dariam hipóteses , por isso eles tem de lembrar o seu arsenal nuclerar.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
A minha impressão é que Putin sentiu a certa altura ele próprio a necessidade de desescalar o discurso (talvez porque o discurso não estivesse a obter os resultados pretendidos). Isto num contexto é que Putin tem-se colocado (a) ele próprio em "becos sem saída".
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Convém ter presente que a declaração de Putin de que a Rússia não tem intenção de utilizar armas nucleares na Ucrânia surgiu apenas depois dos EUA, através de canais próprios, ter dito, de modo claro, a instâncias do Kremelin, qual seria a resposta dos EUA caso a Rússia utilizasse armas nucleares na Ucrânia.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
As palavras vêm de um embaixador russo e vêm reforçar, de forma mais explícita após comentários recentes de Putin, que não há intenção de utilizar armas nucleares na Ucrânia, repetindo também ele a famosa frase de que "uma guerra nuclear não pode ser ganha e jamais deve ser combatida":
Sky News
'World has every assurance' Russia will not use nuclear weapons, ambassador says
By Samuel Osborne, news reporter
Russia will not use nuclear weapons in its conflict in Ukraine, the country's ambassador to the UK has told Sky News.
In an interview with Mark Austin, Andrey Kelin said: "The nuclear war cannot be won and it should never be fought. And we stick strongly to this statement."
The interview came after Russia summoned the British ambassador over Moscow's claim British Navy personnel were involved in a Ukrainian drone attack on Russia's Black Sea Fleet in Crimea.
Asked to provide evidence of Russia's claims, Mr Kelin said: "We perfectly know about [the] participation of British specialists in [the] training, preparation and execution of violence against the Russian infrastructure and the Russian fleet in the Black Sea. We know that it has been done."
Asked if Moscow could use a tactical nuclear weapon in the conflict, Mr Kelin replied: "No. The world has every assurance that Russia is not going to use [a] tactical nuclear weapon in [the] Ukrainian conflict."
Russia has accused the West of "encouraging provocations with weapons of mass destruction".
Moscow has been ramping up its nuclear rhetoric since it invaded Ukraine, most recently by accusing Kyiv of planning to use a "dirty bomb," though it did not offer evidence. Kyiv has denied it has any such plan.
Sky News
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Penaforte Escreveu:Sem querer fazer a comparação que se calhar estás a querer fazer, sim, o Biden é fraquíssimo.
Quem é vivo sempre aparece. E que seja bom prenuncio de mudança nos ventos dos mercados.
Não se tratava de comparar, mas extrapolar o que é. Os políticos sempre foram e serão entidade malignas por natureza, mas os piores são os ideólogos. O Biden teve um encontro com Putin em Genebra. Meio ano depois a Russia estava em guerra com a Ucrânia...
Uma coisa é governar com o proposito de por o pais a crescer (seja esquerda, seja direita) outra coisa é governar para acabar com oil ou com a desigualdade (uma utopia comunista)... tem de se estar completamente desligado da realidade. O Obama era esquerdista mas não era um ideólogo, por isso a coisa funcionava minimamente.
Claro que os mais vis deste mundo quando veem estas diretrizes ideológicas ocidentais sentem maior coragem para explorar as debilidades expostas. Portanto o caos mundial que vivemos (que tem muito espaço para piorar) é em boa parte a imagem dos actuais governos ocidentais, sendo que o Biden como ser mais poderoso do planeta arca com maior parte da culpa.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
"A questão de fundo é quem quer hoje ser político num país ocidental ?"
Infelizmente ninguém se preocupa como isto que é, também na minha opinião, a questão mais importante dos nossos tempos.
Parabéns.
Infelizmente ninguém se preocupa como isto que é, também na minha opinião, a questão mais importante dos nossos tempos.
Parabéns.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Penaforte Escreveu:BearManBull Escreveu:Marco Martins Escreveu:É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Tudo isto desde que Biden chegou ao poder...
Sem querer fazer a comparação que se calhar estás a querer fazer, sim, o Biden é fraquíssimo.
Aliás, devo dizer que a classe política, a nível mundial, está num nível deplorável.
Quando vemos os candidatos que se apresentaram nos últimos tempos, EUA, Brasil, Itália, Portugal, fora os ditadores que nos outros permanecem, devemos questionar se é isto o melhor que há para oferecer? É mau demais.
P.S. Isto sabendo que a classe política não é cada vez mais que uma fachada, mas há algumas décadas, vimos grandes homens a governar e comandar países, que dariam voltas na tumba, vendo este cenário.
Perdão pelo off-topic.
A questão de fundo é quem quer hoje ser político num país ocidental ?
Os alunos brilhantes não ! vão ganhar dinheiro numa grande empresa e terão mais poder e serão admirados e respeitados .
Hoje vi uma entrevista do ministro do interior francês feita por um grande profissional ,no papel este ministro tem todos os poderes na prática são decorativos .
Entre vários casos , ele é questionado sobre o que se passou ontem em Marselha: Um homem degrada 35 carros de policiais junta da esquadra ‘
O autor chegou de África é ilegal com ordem de expulsão é preso e depois fica em liberdade , vejo que o poder do ministro é menos que Zero ou seja nada pode fazer , só me questiono porque alguém sério quer ser ministro ?
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Marco Martins Escreveu:É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Tudo isto desde que Biden chegou ao poder...
Sem querer fazer a comparação que se calhar estás a querer fazer, sim, o Biden é fraquíssimo.
Aliás, devo dizer que a classe política, a nível mundial, está num nível deplorável.
Quando vemos os candidatos que se apresentaram nos últimos tempos, EUA, Brasil, Itália, Portugal, fora os ditadores que nos outros permanecem, devemos questionar se é isto o melhor que há para oferecer? É mau demais.
P.S. Isto sabendo que a classe política não é cada vez mais que uma fachada, mas há algumas décadas, vimos grandes homens a governar e comandar países, que dariam voltas na tumba, vendo este cenário.
Perdão pelo off-topic.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Marco Martins Escreveu:É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Tudo isto desde que Biden chegou ao poder...
Não necessariamente (pois os problemas não vêm de agora), mas certamente que as situações se parecem ter agravado bastante

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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Marco Martins Escreveu:É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Tudo isto desde que Biden chegou ao poder...
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Marco Martins Escreveu:https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/eua-est%C3%A3o-preocupados-com-amea%C3%A7as-iranianas-a-ar%C3%A1bia-saudita/ar-AA13ECQ6?ocid=entnewsntp&cvid=efb941030e2f40f18fa1a9462ab9dd3a
Realmente estamos a viver o pior momento desde os mísseis de Cuba no século passado!
É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Ou seja, isto até pode ser apenas um período conturbado, como já houve tantos ao longo da história e que depois se acalmam....
No entanto a diferença que existe neste momento é a capacidade nuclear destes países, e mesmo que não ganhem numa guerra, terão capacidade de fazer estragos catastróficos à humanidade e com consequências ambientais por décadas.
Estamos realmente numa bipolarização do mundo, e quando duas grandes massas iniciam velocidades diferentes aumentam os perigos de terramotos sem que hája um aviso.
Nesse sentido é necessário haver algo que ajude a libertar alguma pressão acumulada e se calhar para isso precisaremos de outros lideres mais fortes humanamente e onde consigam promover algo que mude a nossa forma de ver o mundo....
Quem sabe se um projecto megalómano de ajuda humanitária em África para que os desertos pudessem ter novamente água e vegetação...
Teria de haver um compromisso de usarem parte do dinheiro militar para este fim...
Tal como na bolsa existem dúvidas, mas dá para ter uma ideia global do caminho... no cenário geopolítico e militar também dá para se ter uma ideia do caminho, mesmo sem certezas do que irá acontecer...
Nada mudará se nada de bom se tentar fazer... mas para isso têm todos de se sentar a uma mesa.
Tajiquistão/Quirguistão
Azerbaijão/Arménia
Moldávia/Transnístria
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/eua-est%C3%A3o-preocupados-com-amea%C3%A7as-iranianas-a-ar%C3%A1bia-saudita/ar-AA13ECQ6?ocid=entnewsntp&cvid=efb941030e2f40f18fa1a9462ab9dd3a
Realmente estamos a viver o pior momento desde os mísseis de Cuba no século passado!
É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Ou seja, isto até pode ser apenas um período conturbado, como já houve tantos ao longo da história e que depois se acalmam....
No entanto a diferença que existe neste momento é a capacidade nuclear destes países, e mesmo que não ganhem numa guerra, terão capacidade de fazer estragos catastróficos à humanidade e com consequências ambientais por décadas.
Estamos realmente numa bipolarização do mundo, e quando duas grandes massas iniciam velocidades diferentes aumentam os perigos de terramotos sem que hája um aviso.
Nesse sentido é necessário haver algo que ajude a libertar alguma pressão acumulada e se calhar para isso precisaremos de outros lideres mais fortes humanamente e onde consigam promover algo que mude a nossa forma de ver o mundo....
Quem sabe se um projecto megalómano de ajuda humanitária em África para que os desertos pudessem ter novamente água e vegetação...
Teria de haver um compromisso de usarem parte do dinheiro militar para este fim...
Tal como na bolsa existem dúvidas, mas dá para ter uma ideia global do caminho... no cenário geopolítico e militar também dá para se ter uma ideia do caminho, mesmo sem certezas do que irá acontecer...
Nada mudará se nada de bom se tentar fazer... mas para isso têm todos de se sentar a uma mesa.
Realmente estamos a viver o pior momento desde os mísseis de Cuba no século passado!
É a Rússia na Ucrânia.
É a Correia do Norte a acentuar as provocações ao Japão e Coreia do Sul.
O Japão tal como muitos outros países já aprovaram ou estão a aprovar novos investimentos militares, mesmo quando antes tinham renunciado a isso.
É a China a preparar o terreno para tomar Taiwan.
É o Irão a ameaçar a Arábia Saudita misturando Israel ao barulho.
São os USA a ameaçar todos...
São os problemas económicos e sociais que se estão a agravar em toda a Europa.
Ou seja, isto até pode ser apenas um período conturbado, como já houve tantos ao longo da história e que depois se acalmam....
No entanto a diferença que existe neste momento é a capacidade nuclear destes países, e mesmo que não ganhem numa guerra, terão capacidade de fazer estragos catastróficos à humanidade e com consequências ambientais por décadas.
Estamos realmente numa bipolarização do mundo, e quando duas grandes massas iniciam velocidades diferentes aumentam os perigos de terramotos sem que hája um aviso.
Nesse sentido é necessário haver algo que ajude a libertar alguma pressão acumulada e se calhar para isso precisaremos de outros lideres mais fortes humanamente e onde consigam promover algo que mude a nossa forma de ver o mundo....
Quem sabe se um projecto megalómano de ajuda humanitária em África para que os desertos pudessem ter novamente água e vegetação...
Teria de haver um compromisso de usarem parte do dinheiro militar para este fim...
Tal como na bolsa existem dúvidas, mas dá para ter uma ideia global do caminho... no cenário geopolítico e militar também dá para se ter uma ideia do caminho, mesmo sem certezas do que irá acontecer...
Nada mudará se nada de bom se tentar fazer... mas para isso têm todos de se sentar a uma mesa.
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