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Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Figueiraa1 » 22/9/2012 12:39

O governo precisa diminuir a despesa.
Não se criam empregos por decreto.
O governo não pode mexer mais nos rendimentos das classes média/baixa.
A Woman is the most valuable asset a man will ever own, it's only a shame that some of us only realise that when she is gone..
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por LTCM » 22/9/2012 12:37

A medida pretende substituir o efeito de uma desvalorização cambial. O primeiro-ministro comparou-a com a desvalorização cambial feita com o FMI no programa de 1983. A medida é um substituto?

Não é um substituto da desvalorização cambial, isso é um erro comum. Tentar substituir uma desvalorização cambial por uma medida de redução de salários é um erro, aliás, destes programas de estabilização com a troika. As medidas têm consequências diferentes. O primeiro-ministro fez alguma confusão entre desvalorização cambial e queda do nível de vida. A desvalorização cambial no programa de 1983 foi da ordem dos 20%, mas a queda dos salários reais não chegou a 8%. Uma coisa é a moeda desvalorizar-se, outra é o nível de vida baixar. É falso dizer que, nesse caso, o nível de vida desceu 20%. Os salários reais desceram cerca de 8%, o que é bastante menos do que será se a medida da TSU for para diante.

Não é o mesmo em termos de impacto no rendimento e de efeito na economia?

A medida da TSU não é a mesma coisa que a desvalorização cambial por várias razões. Em primeiro lugar porque a redução salarial é a mesma para todos os sectores e não privilegia os bens transaccionáveis. Por isso é muito pouco eficiente. Nas exportações o peso directo e indirecto dos salários – directamente dos sectores exportadores, mais o peso dos sectores que produzem bens para os sectores exportadores – é da ordem dos 30%. Uma descida de menos de 6% da Taxa Social Única [5,75%] não chega a 1,8% de melhoria de competitividade, o que é irrisório. Porquê? Porque essa descida é distribuída por todos os sectores e como tal o impacto nos sectores de bens transaccionáveis é pequeno. A desvalorização cambial, pelo contrário, incide sobre bens transaccionáveis. É uma espécie de subsídio que se dá a esses sectores no imediato e é um bom incentivo para os empresários investirem nesse tipo de sectores. Em segundo lugar também são diferentes os efeitos sobre a riqueza: quando há uma desvalorização cambial todos sofrem em relação ao exterior uma desvalorização, quer nos rendimentos do trabalho, quer nos outros, incluindo o próprio património. Aqui não: todo o ajustamento cai sobre os salários.

Falou de uma queda de 8% dos salários reais em 1983 na sequência de desvalorização cambial – como compara com a medida hoje em discussão?

Se os salários descessem 7% – que na realidade é um pouco mais – e se somarmos o efeito preços – 2% a 3% de inflação – iríamos aos 10% de perda de salário real. É mais do que em todo o programa de ajustamento de 1983/84. Com a agravante de não resolver nada. E com a agravante adicional, muito pouco discutida, de que uma desvalorização do rendimento das famílias é muito perigosa em termos de equilíbrio financeiro porque as famílias estão muito endividadas, coisa que não se via em 1983. Se estamos a reduzir drasticamente o rendimento das famílias – e isso já se notou no caso dos funcionários públicos – estamos a aumentar muito as condições para o incumprimento, além de criarmos um problema social muito grave. Outro dos erros destes programas de estabilização é não terem em conta o que chamamos efeito riqueza negativo. As famílias estão muito endividadas o que leva a que qualquer descida de rendimento se amplifique muito mais no consumo.

E neste momento as Euribor estão historicamente baixas…

Sim, só podem subir a partir daqui. Esse é um risco adicional.

Esta medida serve para fintar o chumbo do Tribunal Constitucional…

… mas havia outras formas de o fazer.

Como?

A forma é o IRS, ponto final. É o mais justo, mais simples e além disso não criaria resistências, toda a gente compreenderia. É mais justo porque é progressivo: quem tem mais paga uma taxa maior. Não percebo porque se está a fazer isto [da TSU]. Na entrevista que deu, a Dra. Manuela Ferreira Leite chamou a atenção para este aspecto e bem: as pessoas estão a pagar não de acordo com os seus rendimentos, como a Constituição obriga, mas de acordo com o estatuto que têm. Isto é uma concepção medieval. Agora os reformados pagam x, os funcionários pagam outro x. É uma regressão de séculos em termos de base de incidência fiscal. As sociedades civilizadas tributam de acordo com o rendimento ou segundo o património.

Além da questão do chumbo do Tribunal Constitucional, o governo tentou matar dois coelhos ensaiando uma desvalorização fiscal. Isto traz-nos à discussão sobre a viabilidade que Portugal tem dentro da zona euro com muito poucos instrumentos.

Acho que não tem, por isso é que tenho proposto a saída. Mas, fazendo um esforço para evitar isso, há uma coisa que convém evitar: pensar que uma desvalorização fiscal é equivalente a uma desvalorização cambial. Não é e não resolve o problema. O problema da competitividade, supondo que continuamos sem moeda própria, só pode ser resolvido gradualmente. Por isso estes programas de ajustamento são um erro brutal ao quererem uma terapia de choque que não resolve nada. O que é adequado para estas situações são programas que garantem que a economia vai no bom caminho durante algum tempo, apoiando-a durante esse tempo. Só há uma hipótese de sem moeda própria a economia reequilibrar a sua balança de pagamentos – não falo deste equilíbrio insustentável.

Que é conjuntural?

Tem a ver com uma quebra da procura interna que não é sustentável. Só há uma forma: é ir reformulando a estrutura produtiva para incentivar a produção de bens transaccionáveis. Isso com uma desvalorização cambial faz-se logo. É rápido. Na sua ausência tem de dirigir as políticas – a fiscal, a de crédito, etc. – para privilegiar a produção de bens transaccionáveis. Estes programas [da troika] são um disparate. Aliás, vê-se claramente: é difícil imaginar um programa tão ineficiente como o português. Portugal fez uma subversão completa dos rendimentos, com aumento brutal de desemprego, e no fundo o défice orçamental desce 1,5% em relação a 2011. Para o ano não acredito que se cumpra [o objectivo de 4,5% para o défice] com esta política, mas se cumprir é uma descida de 0,5%. É das maiores ineficiências que encontro e a meu ver resulta de a troika ter concepções que se baseiam em pressupostos económicos errados. Um é que a desvalorização fiscal é a mesma coisa que a desvalorização cambial. Outro é que o emprego só depende dos custos do trabalho quando depende basicamente da evolução da procura interna. Outro ainda é não ter em conta o efeito riqueza de que falei há pouco, motivado pelo grau de endividamento. A troika tem demonstrado uma grande dificuldade em fazer programas que funcionem. Estes não funcionam e já não há desculpa que deram em relação aos gregos, de que eles não cumpriram e são uns valdevinos.

Nós fizemos tudo.

Nós fizemos tudo. Para obter este resultado, por amor de Deus, isto não é nada. Estes programas levam a uma grande iliteracia económica, não estão adequados às situações. E é isso que é importante mudar. Se for mudado e se entrar mais numa concepção de ajustamento gradual da estrutura produtiva, através de medidas estruturais de apoio aos sectores de bens transaccionáveis, nós podemos fazer o ajustamento. De outra forma penso que só nos resta a saída da zona euro.

Um dos problemas, anterior à assinatura do Memorando, tem a ver com falta de liquidez na economia portuguesa. Quando se fala em políticas do lado da procura e em investimento, como é que isso se faz quando Portugal tem acesso escasso a financiamento?

Um programa como eu preconizaria obrigaria a mais dinheiro, inevitavelmente. Desde o início se disse que este montante do programa [78 mil milhões de euros] era insuficiente. E está a revelar-se insuficiente porque está a penalizar demasiado o financiamento da economia. O ministro das Finanças referiu, a meu ver bem, que vai alargar os instrumentos financeiros para o Estado se financiar internamente. Mas, depois, tem uma contrapartida: os bancos têm menos depósitos. Se conseguirem continuar a financiar-se junto do BCE não há problema. Mas em qualquer caso é preciso uma garantia de que há mais dinheiro para sustentar a economia enquanto se reformula a estrutura produtiva. Passámos 15 anos a distorcer a estrutura produtiva.

E vínhamos de uma situação de grande atraso…

Exactamente. Ninguém acredita que em um ou dois anos vamos repor a estrutura produtiva. Estes programas são um absurdo e não admira que falhem mesmo quando se cumpre.

A perspectiva de quem tenta cumprir o programa é de que é necessário ter dois ou três anos de dor profunda para depois podermos voltar a crescer…

… mas economicamente não há nenhuma razão para supor que isso seja assim, pelo contrário vamos regredir. O investimento tem descido brutalmente, prevê-se nova descida para o ano e isso significa que a estrutura produtiva não se reformula. Não há reformulação sem investimento. Essa concepção metafísico-existencial não tem qualquer cabimento em economia. Em economia só interessam os resultados.

Mas há um constrangimento imediato que vem do facto de estarmos na Europa e de aparentemente haver muito pouca margem para mudar de forma significativa a política actual. Concorda que há pouca margem?

Não. Começa a haver alguma margem de manobra à medida que é cada vez mais nítido que estes programas não dão resultado. Não sei se é verdade, mas houve “zuns zuns” de que a troika estaria aberta a um aumento do prazo e até do dinheiro. Infelizmente creio que a posição do governo não é a que seria correcta – cumprir apenas no essencial o programa da troika para manter o financiamento – mas usar o programa como catapulta para uma agenda muito além da troika, em que a redução salarial é o nosso futuro. Quando claramente não é.

Mas, embora não desta maneira, a desvalorização fiscal está no Memorando, não está?

Mas não desta maneira. E principalmente não estava nem esta medida da TSU, nem a hora adicional de trabalho, que depois acabou por cair. Há esta ideia de que a competitividade da economia portuguesa se obtém pela redução salarial. Pelas razões que disse há pouco acho que isso é errado. O governo, pelas suas concepções, não terá incentivo para negociar uma estratégia mais adequada. O facto de Espanha estar em vias de pedir um resgate leva a Europa a pensar que não se pode repetir em Espanha o mesmo que na Grécia e que se está a repetir em Portugal: um programa de resgate que não dá resultado. Se a Espanha entrar numa depressão profunda toda a Europa sofre brutalmente. Aí há margem para se negociar uma política mais adequada de ajustamento.

Mas teremos de cumprir sempre o programa, certo? O Estado português assinou um acordo com os credores e, no meio da tempestade política com a medida da TSU, parece que deixou de haver necessidade de cumpri-lo.

Temos de cumprir apenas no essencial para nos mantermos com financiamento. Repare que o Eurogrupo abriu a hipótese de que, se não houver alteração dos objectivos fundamentais, se podem alterar as políticas. Aquilo que apareceu noticiado de que ou era a TSU ou não havia tranche parece que não corresponde à realidade. O que há a fazer é escolher dentro das medidas possíveis aquelas que são mais justas e com melhor efeito sobre a actividade económica. Por outro lado, penso que se devia negociar objectivos orçamentais que sejam exequíveis. Se a recessão se agravar – não será apenas [a contracção de] 1% que o governo pensa tanto mais que as exportações devem ter uma evolução muito desfavorável – então a meta de 4,5% do PIB para 2013 não será exequível. E depois teremos um drama medonho que é de novo dizer que afinal isto não se cumpriu.

Estas metas – a inflexibilidade subjacente ao programa – acaba por matar a credibilidade de qualquer ministro das Finanças?

Penso que sim. Acabam por matar toda a gente. Acaba por matar também a credibilidade das instituições comunitárias. Antes podiam transferir a responsabilidade para os não cumpridores, agora não podem porque Portugal no essencial cumpriu o programa. Portanto, se os resultados não estão adequados é porque o programa estava inadequado à partida como, aliás, muita gente referiu. Isto põe em cheque a credibilidade também do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE). Com uma agravante adicional no que respeita à Comissão Europeia: ao patrocinar estes programas está a ir contra os tratados. Os objectivos da União Europeia não são estes e a Comissão deve estar ao serviço da União. Essa é uma missão que o Parlamento Europeu devia fiscalizar.

Cumprir no essencial como referiu vai implicar – apesar de já irmos mais um ano – implicará sempre mais dor social. Ao rotular o Memorando como um fracasso completo não corre o risco das pessoas deixarem de acreditar que será preciso fazer mais?

Não encontro nenhuma justificação para que a dor seja redentora.

Quando falo em dor não é no sentido católico da palavra…

[risos] Mas penso que há quem pense assim. Aliás, chamo a atenção que um dos grandes riscos do programa é toda a gente cumprir com grande dor e depois os resultados ficarem longe, como infelizmente está a suceder. Para cumprir o memorando, incluindo alguma negociação para não só mais tempo mas mais dinheiro, há um ponto que pode ser muito melhorado e que não causa dor: a evasão fiscal. Toda a gente fala das gorduras do Estado e que o Estado tem que emagrecer. Mas, se olharmos friamente para os números, e com o ajustamento já feito, a nossa economia tem um sector público inferior à média comunitária, quer em despesa total, quer por tipos de despesa. A própria despesa com pessoal está abaixo da média. O nosso problema não é termos despesa a mais. O nosso problema é outro, conjuntamente com outros países do Sul: temos uma enorme economia paralela. Resultado: a carga fiscal é muito pesada para quem cumpre e leve para quem não cumpre. Esse é o problema base. A prioridade das prioridades era combater a evasão fiscal. Claro que há outros domínios importantes, como as PPP [parcerias público-privadas], mas o que teria efeitos estruturais nas finanças públicas seria criar mecanismos para reduzir a evasão.

Há a opinião de que a evasão fiscal protege muitas empresas que, de outra forma, cairiam. Concorda?

Não. Provavelmente algumas cairiam, mas essas também não interessam. É muito mau quando se começam a encontra justificações económicas para não se combater a evasão fiscal.

Se fosse assim tão fácil e óbvio, porque não se fez?

Não digo que seja fácil. Mas justamente por isso é importante que os governos o façam. Se é fácil cortarem nos rendimentos isso não quer dizer que seja justo ou admissível. Nunca ninguém disse que é fácil combater o crime, mas é preciso combatê-lo. Se é aí que está o ponto então vamos mobilizar a sociedade para combater aí. Penso que será possível um acordo político amplíssimo nessa matéria. Agora, tentar resolver o problema cortando onde mais? Há as PPP e as fundações, mas juntando isso tudo é meia dúzia de patacos face ao que é necessário.

O que se prevê no Orçamento do Estado para 2013 são cortes fortes nas maiores rubricas da despesa pública, que são as áreas sociais.

Evidentemente. E então estamos a penalizar as pessoas e a regredir em termos sociais para permitir que haja muita gente que continue a fugir aos impostos. Isso é inadmissível.

A receita adicional chegaria para evitar estes cortes de despesa?

Sem dúvida. Se há países que têm níveis de 10% de economia paralela e se nós temos 25% há muita margem. E do ponto de vista da credibilidade do país era muito importante porque uma das críticas por parte de quem nos empresta é “mas vocês não cobram impostos?”. Não gosto de teorias de conspiração, mas, curiosamente, põe-se sempre esta questão num plano secundário e vai-se directamente aos sectores sociais e aos funcionários públicos. É um pouco estranho.

Em 1998 escreveu no Diário Económico a seguinte frase: “A ausência de moeda própria impede os países de disporem de um único instrumento macroeconómico verdadeiramente eficaz para repor competitividade externa perdida”. Mais à frente acrescenta que “o problema é de outra forma intratável, como se vê no caso da Argentina”. Tendo em conta a situação hoje – a nossa situação e da Europa –, e dando de barato que é difícil fazer previsões, para onde pensa que as coisas se estão a encaminhar?

Estamos a encaminhar para isso [forma intratável] suceder na zona euro. As medidas que foram anunciadas pelo BCE ajudarão a estabilizar a perturbação imediata. Mas uma vez estabilizada a zona euro, tem de se pensar seriamente no facto de o euro não permitir um desenvolvimento da União.

Entre países do Sul e do Norte?

Entre Sul e Norte, é claríssimo. E mais: são interesses que são sempre divergentes e causarão uma perturbação política permanente na União. Penso que é de encarar seriamente a saída de países da zona euro. Para Portugal é a única forma de termos perspectivas de crescimento a prazo. Referi por dever o apoio aos sectores de bens transaccionáveis, mas não acredito que seja possível, com o grau de desequilíbrio que já atingimos, fazer essa política por muitos anos. Já passou essa oportunidade. Não vejo outra possibilidade senão desvalorizarmos a moeda. E aproveito para dizer que estes programas têm dois objectivos conflituantes: o verdadeiro objectivo, que é reduzir o défice externo; e depois o outro, também importante mas secundário, que é reduzir o défice do sector público. Só posso reduzir o défice externo como se fez aqui, pela redução brutal da procura interna (e as importações). Mas ao reduzir brutalmente a procura interna estou a reduzir as receitas públicas. As duas coisas não jogam. A desvalorização cambial tem um mérito: é que torna estes dois objectivos muito menos conflituantes. Não quer dizer que desapareça o conflito, mas torna mais exequível. Claro que estes programas de ajustamento podiam ter pensado que, se os objectivos são conflituantes, há que encontrar um ponto de equilíbrio. Mas não o fizeram. Sair do euro teria ainda uma grande vantagem: o financiamento do Estado. A partir do momento em que o Estado tem emissão monetária deixa de ter problemas de financiamento interno.

Mas isso não é assustador, tendo em conta a nossa indisciplina crónica?

É evidente que é, mas pode sempre pôr-se limites ao financiamento interno. Podem dizer que isso vai causar inflação. Pois vai. Mas não conheço caso nenhum de um país que saia de uma situação de endividamento como esta sem ser à custa de inflação. Ou então há um perdão geral de dívida, mas não apostaria que vai haver.

Uma reestruturação não seria grande uma ajuda?

Paga-se sempre muito caro. Há certas situações em que não há outra hipótese e se calhar teremos que fazer. Mas é de evitar na medida do possível porque paga-se sempre muito caro.

Mas sair do euro implicaria uma reestruturação de dívida.

Como?

Com a saída do euro ficávamos com as mesmas dívidas ao exterior que já temos. Teríamos mais equilíbrio na nossa balança de pagamentos e podíamos, inclusivamente, gerar excedentes sem ser à custa de uma brutal descida do nível de vida – e isso permitir-nos-ia gerir essa dívida externa.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por MiamiBlue » 22/9/2012 12:28

Nesta altura de grave turbulência, quais os pontos que o Governo tem que melhorar rapidamente:

- Definir e implementar uma politica Europeia - tem que lutar por ter uma voz ativa no seio da união Europeia;

- Perceber porque motivo este ano errou estrondosamente em praticamente todos os indicadores principais do OE 2012 - taxa de desemprego, défice (principalmente as receitas), variação do PIB;

- Assegurar que no OE 2013 não comete os mesmos erros - por exemplo: a meta de desemprego definida para o final de 2013 é super ambiciosa;

- Lutar por alterar o Plano de Austeridade definido com a Troika - visto que é evidente que o Plano tem problemas de base graves- a táctica do "bom aluno" falhou redondamente na 5ª avaliação da Troika;

- Os partidos da Governação deixarem de andar a "brincar" aos Governos. Foi o PSD e o CDS que criaram a presente crise política em exclusivo. O PSD E CDS portam-se como autênticos miúdos.

- Atacar finalmente os interesses instalados. Demonstrar que não são os partidos, as grandes empresas e um número de famílias que mandam em Portugal;

- Atuar com muito maior competência: casos como a RTP, TSU e agora da venda da CGD, são tratados com um amadorismo e incompetência gritante e por isso temos o povo em manifestações;

- Reformular com pés e cabeça o Estado.


Se o Governo não melhorar rapidamente nestes pontos, duvido que sobreviva até dezembro de 2013. E a culpa não é da oposição, do povo, a CULPA É TOTALMENTE do PSD e CDS.


No atual Governo, tirando Paulo Macedo que demonstra qualidade, muito qualidade, o resto é muito fraco - por isso uma remodelação é fundamental para tentar uma viragem.

O Governo tem o futuro nas mãos - que se deixe de queixinhas e assuma as suas responsabilidades.
 
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por JMHP » 22/9/2012 12:24

mais_um Escreveu:
JMHP Escreveu:
Basta recordar as penúltimas eleições em 2010 quando Sócrates foi eleito para um 2º mandato depois de todas as polémicas, nomeadamente da sua licenciatura (idêntico ao caso Relvas) ou as suspeitas sobre o seu envolvimento no caso Freeport que chegou à sua família.

O resultado dessas eleições todos conhecemos, assim como foi desprezada e ridicularizada com bastante suporte da imprensa a oposição derrotada liderada pela Manuela Ferreira Leite, que na altura era apelidada de velha, fria e que as suas politicas nos conduziria à austeridade.

Dois exemplos entre muitos outros ao longo da ultima década... Até um cego diria... "Estava-se mesmo a ver o que viria a seguir!.." :roll:


Confesso que fico surpreendido com a memoria curta ou selectiva de algumas pessoas, como aparentemente é o teu caso.

Vejamos, a MFL foi "apenas" ministra das finanças de um governo liderado por um 1º ministro que dizia que o país estava de tanga, no entanto muitas das PPP rodoviárias que hoje estamos com dificuldades em pagar e em renegociar foram aprovadas por ela. (as PPP rodoviárias do Sócrates ainda não as começamos a pagar).

Esse governo foi o mesmo que aprovou...4 ligações TGV a Espanha, se bem me lembro!

Posso continuar com mais uns exemplos "engraçados" mas penso que por agora é suficiente. Resumindo a MFL não é diferente dos outros políticos que nos tem governado, viveu sempre há custa do Estado, quando saiu do governo foi sempre para empresas relacionadas com a área de governação dela. Diz uma coisa na oposição, faz o contrario quando está no governo. Como vês ,não é diferente dos outros.

A referencia apenas à ultima década é por .... seres novo? teres tido uma "branca" sobre os acontecimentos das outras três décadas anteriores? Ou por partidarite crónica? :roll: :roll:


Mais_um penso que fui bem claro no meu ultimo paragrafo:

"Dois exemplos entre muitos outros ao longo da ultima década..."

Tenho 41 anos, não sou partidário, nunca fui e conheço muito bem a história ao longo das ultimas décadas.

Não se trata de memoria selectiva ou interesse politico, foi apenas um referencia ás penúltimas eleições que na minha opinião marcaram decididamente os anos seguintes de forma mais desastrosa.

Nada me motiva a favor da MFL, inclusive fui bastante critico neste tópico das suas declarações recentes face ao governo e situação pais, pois entendo que tanto ela como outros governantes do passado também repartem responsabilidades pela actual grave situação do país.

Estou de acordo contigo quando referes que a MFL é mais uma entre muitos outros políticos que cuidam do seu ciclo de interesses e que por vezes muitas das suas declarações entram em contradição com os seus actos governativos do passado.

Já agora... As PPPs assinadas por Sócrates são as tais que a partir de 2014 (por mera coincidência... 2013 seria ano de eleitoral legislativo) irão agravar o défice em 2 mil milhões de Euros anuais ao longo das próximas décadas?!
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por mais_um » 22/9/2012 11:49

JMHP Escreveu:
Basta recordar as penúltimas eleições em 2010 quando Sócrates foi eleito para um 2º mandato depois de todas as polémicas, nomeadamente da sua licenciatura (idêntico ao caso Relvas) ou as suspeitas sobre o seu envolvimento no caso Freeport que chegou à sua família.

O resultado dessas eleições todos conhecemos, assim como foi desprezada e ridicularizada com bastante suporte da imprensa a oposição derrotada liderada pela Manuela Ferreira Leite, que na altura era apelidada de velha, fria e que as suas politicas nos conduziria à austeridade.

Dois exemplos entre muitos outros ao longo da ultima década... Até um cego diria... "Estava-se mesmo a ver o que viria a seguir!.." :roll:


Confesso que fico surpreendido com a memoria curta ou selectiva de algumas pessoas, como aparentemente é o teu caso.

Vejamos, a MFL foi "apenas" ministra das finanças de um governo liderado por um 1º ministro que dizia que o país estava de tanga, no entanto muitas das PPP rodoviárias que hoje estamos com dificuldades em pagar e em renegociar foram aprovadas por ela. (as PPP rodoviárias do Sócrates ainda não as começamos a pagar).

Esse governo foi o mesmo que aprovou...4 ligações TGV a Espanha, se bem me lembro!

Posso continuar com mais uns exemplos "engraçados" mas penso que por agora é suficiente. Resumindo a MFL não é diferente dos outros políticos que nos tem governado, viveu sempre há custa do Estado, quando saiu do governo foi sempre para empresas relacionadas com a área de governação dela. Diz uma coisa na oposição, faz o contrario quando está no governo. Como vês ,não é diferente dos outros.

A referencia apenas à ultima década é por .... seres novo? teres tido uma "branca" sobre os acontecimentos das outras três décadas anteriores? Ou por partidarite crónica? :roll: :roll:
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por tava3 » 22/9/2012 10:38

Quico Escreveu:Os meninos betinhos do Bloco e das T-shirts do Che Gevara, que gostam de brincar às "manifs" e às revoluções, de lencinho palestiniano a tapar a cara, haviam de levar com uma revolução a sério nas trombas, com a correspondente guerra civil, que eu aí queria-os ver...

É muito bonito andar a planear acções revolucionárias nos fóruns e no FB, a teclar nos seus gadgets e a surfar nas Wi-Fi que o capitalismo lhes dá, mas quando a realidade lhes cair em cima... até se borram todos.



Se achas que aquele milhão de pessoas nas ruas foi obra do be, acredito que haja quem esteja preocupado. Tenho uma vaga ideia de que quem se borrou todo noutros tempos não foi a malta da rua, digo eu. :wink:
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por Opcard » 22/9/2012 10:21

Eu que tenho meia manifestação no activo, por iniciativa de terceiros, fui levado da minha escola com os meus 16 anos não achei graça.

Lendo mais tarde estas linhas do Pessoa percebi o porque.

Pensem nisto:

"...Toda a manifestação é um corro-a-salvar-te de quem não pensa contribuir para a salvação senão com palmas e vivas..."


A Ilusão Política das Grandes Manifestações Populares

"Nisto de manifestações — ia eu dizendo — o difícil é interpretá-las. Porque, por exemplo, uma manifestação conservadora é sempre feita por mais gente do que toma parte nela. Com as manifestações liberais sucede o contrário.

A razão é simples. O temperamento conservador é naturalmente avesso a manifestar-se, a associar-se com grande facilidade; por isso, a uma manifestação conservadora vai só um reduzido número da gente que poderia, ou mesmo quereria, ir. O feitio psíquico dos liberais é, ao contrário, expansivo e associador; as manifestações dos "avançados" englobam, por isso, os próprios indiferentes de saúde, a quem toda a vitalidade acena.
Isto, porém, é o menos.

O melhor é que, para quem pensa, o único sentido duma manifestação importante é demonstrar que a corrente da opinião contrária é muito forte.

Ninguém arranja manifestações em favor de princípios indiscutíveis. Tão pouco se aglomeram vivas em torno a um homem a quem é feita uma oposição sem relevo ou importância.

Não há manifestações a favor de alguém; todas elas são contra os que estão contra esse alguém. É por isso este, não o "homenageado", quem fica posto em relevo. Quanto maior a manifestação, mais fraco está o visado; maior se sente a força que se lhe opõe. Toda a manifestação é um corro-a-salvar-te de quem não pensa contribuir para a salvação senão com palmas e vivas.


É este o ensinamento que toda a criatura lúcida tira das manifestações populares.
Quando a uma criatura, que está em evidência ou regência, se faz uma manifestação que resulta pequeníssima, conte tal criatura com o apoio dum país inteiro. Se a manifestação fosse grande, tremesse então. É que os seus partidários teriam sentido, por uma intuição irritada, a grandeza da oposição a ele, e isso os chamaria em peso para a rua, para, com suas muitas palmas e vivas, aumentar a ele e a si próprio a ilusão duma confiança que enfraquece.

Fernando Pessoa, in 'Idéias Políticas'
 
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por Sr_SNiper » 22/9/2012 10:19

Quico Escreveu:Os meninos betinhos do Bloco e das T-shirts do Che Gevara, que gostam de brincar às "manifs" e às revoluções, de lencinho palestiniano a tapar a cara, haviam de levar com uma revolução a sério nas trombas, com a correspondente guerra civil, que eu aí queria-os ver...

É muito bonito andar a planear acções revolucionárias nos fóruns e no FB, a teclar nos seus gadgets e a surfar nas Wi-Fi que o capitalismo lhes dá, mas quando a realidade lhes cair em cima... até se borram todos.

Quico a falar assim, ficas desde já convidado para o almoço capitalista mensal que fazemos aqui na margem sul com pessoas selecionadas... 8-)
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por Pantone » 22/9/2012 9:56

Quico Escreveu:Os meninos betinhos do Bloco e das T-shirts do Che Gevara, que gostam de brincar às "manifs" e às revoluções, de lencinho palestiniano a tapar a cara, haviam de levar com uma revolução a sério nas trombas, com a correspondente guerra civil, que eu aí queria-os ver...

É muito bonito andar a planear acções revolucionárias nos fóruns e no FB, a teclar nos seus gadgets e a surfar nas Wi-Fi que o capitalismo lhes dá, mas quando a realidade lhes cair em cima... até se borram todos.


Lá estás tu com o teu mau feitio... ;)
 
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por Quico » 22/9/2012 9:43

Os meninos betinhos do Bloco e das T-shirts do Che Gevara, que gostam de brincar às "manifs" e às revoluções, de lencinho palestiniano a tapar a cara, haviam de levar com uma revolução a sério nas trombas, com a correspondente guerra civil, que eu aí queria-os ver...

É muito bonito andar a planear acções revolucionárias nos fóruns e no FB, a teclar nos seus gadgets e a surfar nas Wi-Fi que o capitalismo lhes dá, mas quando a realidade lhes cair em cima... até se borram todos.
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por Figueiraa1 » 22/9/2012 9:42

Não sou dos que acham que estamos perto do fim.
Portugal passou por muitas fases parecidas como esta e sempre conseguiu dar a volta por cima. Desta vez não será diferente.
Alguns de nós, na sua curta vida já sofreram na pele, privações superiores às actuais. Recordo o período Salazarista, o regresso de um milhão de "retornados" das ex-colónias, a época quente do PREC, a perda de independência económica com a entrada do FMI...

Estes são tempos duros mas é em tempos austeros como estes que se moldam os HOMENS.
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por Marco Martins » 22/9/2012 9:26

alexandre7ias Escreveu:Nos próximos dias, vou gostar de ver todos os que podem a lançar o medo no povo!

Um povo sem nada, de nada tem medo!

Venha de lá o caos, o fim de Portugal. Vai ser o fim do mundo.

Acham que vamos ficar como no tempo da ditadura ou pior já agora?


Não é uma questão de lançar o medo! Basta olhar para os períodos da história onde os países entraram em crises políticas sucessivas ou então quando entraram em banca rota e deixaram de cumprir compromissos internacionais (e isto não aconteceu lá fora... aconteceu também em Portugal).

As ideias, ideologias, orientações políticas podem ser muito vastas e todas darem uma solução diferente, contudo a história é o nosso melhor exemplo daquilo que poderemos ter pela frente se não agirmos com consciência e sentido patriótico.

O povo tem é de diferenciar o que são movimentos políticos de oposição só para gerar confusão e aquilo que são movimentos de contestação sobre o que está mal... e lutar por aquilo que acha correcto mas com consciência.
 
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Satânicos!

por L.S.S » 22/9/2012 5:55

Esse pasquim é controlado pela seita satânica da maçonaria.

Esse tipo de votações só serve para entreter o gado, não tem qualquer validade, é tudo manipulado ao seu belo prazer.

O povo burro que abra os olhos, enquanto esses políticos corruptos não sentarem o cu num mocho nunca vamos sair do atoleiro em que estamos enterrados...
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por Lion_Heart » 22/9/2012 5:41

Caso existam duvidas sobre a mentalidade tuga:


José Sócrates votado como melhor líder do PS
Económico
21/09/12 17:00


Numa luta renhida até ao último minuto, José Sócrates fica na frente da votação "Qual o melhor líder do PS?" em empate técnico com António José Seguro.

O último primeiro-ministro socialista ficou em primeiro lugar com 23990 votos, seguido de muito perto pelo actual secretário-geral do PS, António José Seguro, que conquistou 23559 votos.

Os resultados da votação, que arrancou segunda-feira e terminou hoje às 17h, deixam evidente que os leitores votaram em força nos dois últimos líderes do PS e nas duas principais correntes dentro do partido. Isso não aconteceu na votação da semana passada, em que os leitores elegeram Sá Carneiro como o melhor presidente social-democrata. Passos Coelho ficou no segundo posto.

Em terceiro lugar, muito longe de Sócrates e Seguro, ficou António Guterres, agora Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, com apenas 668 votos.

A uma distância ainda maior ficaram os antigos Presidentes da República Jorge Sampaio (468 votos) e Mário Soares (430 votos).

Os últimos lugares ficaram para Ferro Rodrigues (331 votos), que se demitiu do PS quando Sampaio nomeou Santana Lopes primeiro-ministro, e Vítor Constâncio (244 votos), que transitou recentemente do Banco de Portugal para o Banco Central Europeu (BCE).

In Economico
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por Mcmad » 22/9/2012 5:11

Temos que executar o que a Troika diz... se não o guito não vem... :mrgreen: que MEDO..!
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
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Porca Miséria...

por L.S.S » 22/9/2012 3:03

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por LTCM » 22/9/2012 2:12

Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por alexandre7ias » 22/9/2012 1:15

Nos próximos dias, vou gostar de ver todos os que podem a lançar o medo no povo!

Um povo sem nada, de nada tem medo!

Venha de lá o caos, o fim de Portugal. Vai ser o fim do mundo.

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por JMHP » 22/9/2012 0:41

Augusto Mateus defende alterações à TSU como medida de curto prazo

A longo prazo, o aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social e a redução para empregadores não é sustentável, mas no curto prazo permite aliviar as empresas, defende o economista Augusto Mateus.

“Como medida de longo prazo não é defensável, porque se eu baixo os salários ofereço uma redução de custos que não está baseada na eficiência. Mas como medida de curto prazo não devia ser defenestrada”, advogou Augusto Mateus, explicando, ao Negócios, que a medida serve de “alívio de tesouraria” para as empresas que se estão a ressentir com a diminuição do poder de compra dos portugueses, fruto das medidas de austeridade.

O economista deixou contudo críticas à forma como o processo foi conduzido. Para o Augusto Mateus esta medida só podia ser apresentada “depois de o Governo explicar a situação aos portugueses. Só depois de os ter conquistado”, dizendo, por exemplo, que “abaixo dos 700 euros ninguém seria afectado”.

Quanto à polémica dos últimos dias em torno da medida, o economista diz tratar-se de “uma tempestade num copo de água, que exprime a insuficiente percepção da sociedade portuguesa de que a montanha que estávamos a subir empinou”.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=580047




Augusto Mateus: "Portugal é mais China do que pensamos"

O preço base do iPhone nos Estados Unidos ronda os 499 dólares (384 euros). A China exporta-o por 135 dólares (103 euros). E destes 135 dólares, os chineses pagam 112 dólares (86 euros) à Coreia – pelo ecrã –, a Taiwan e ao Japão – pelos componentes e chips. Resumindo, quem mais fica a ganhar são os Estados Unidos e não quem exporta o produto, neste caso a China. O exemplo foi dado ao Negócios pelo economista e professor Augusto Mateus, para ilustrar aquilo que acontece em Portugal.

“Portugal anda a fazer um pouco de China. Portugal é mais China do que pensamos”, frisou o economista, sustentando a afirmação com os dados apresentados no estudo que lhe foi encomendado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), “Exportação, valor e crescimento”.

De acordo com o estudo, antecipado ao Negócios, entre 1986 e 2008 registou-se um aumento do conteúdo importado da produção nacional de 12,6% para 14,6%. Esta trajectória assumiu uma expressão mais significativa na exportação (20,2% em 1986 e 25,9% em 2008) e se nos focarmos apenas na secção exportadora na indústria, a análise revela que, neste período, o conteúdo importado subiu de 25,5% para 38,2%.

Nestas duas décadas, por cada cinco exportações a mais efectuadas pela indústria portuguesa, quatro foram de conteúdo importado. As indústrias de baixa tecnologia têm sido, de resto, as únicas com maior peso na incorporação de valor acrescentado nacional do que na incorporação de importações intermédias.

O contributo global da exportação para o valor acrescentado desceu de 21% em 1986 para menos de 17% em 2005.

E é na forte componente da importação nos bens exportados que reside um dos principais problemas da economia nacional, resumiu Augusto Mateus, pois “o que faz a competitividade de uma empresa é o que vende sem ser comprado”.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=580035




Augusto Mateus: "Não podemos dizer ao sector automóvel para se internacionalizar ainda mais"

“Não podemos dizer ao automóvel para se internacionalizar ainda mais”. A frase é do economista Augusto Mateus que a sustenta com números: 84,9% do valor bruto de produção na fileira dos materiais de transporte (onde se inclui o automóvel) vem da exportação.

“Nós somos mais exportadores do que pensávamos. Se todo o País seguisse o exemplo da indústria, as exportações teriam um peso superior”, sublinhou o economista. Em 2008, as exportações davam um contributo – directo e indirecto – de 56,1% para o valor acrescentado bruto total da indústria. No conjunto da economia, esse peso era bastante inferior (18,5%), de acordo com os resultados do estudo coordenado pelo professor Augusto Mateus, “Exportação, valor e crescimento”, antecipado ao Negócios.

O estudo conclui assim que em causa “não está uma insuficiente intensidade exportadora no sector transacionável”. O problema é que a economia portuguesa no seu todo se “virou muito para dentro” e é preciso perceber em que sectores se pode pedir para aumentar a capacidade de internacionalização.

A análise ao mercado, ao longo das últimas 50 décadas, mostra que “as exportações portuguesas respondem aos estímulos mas são incapazes de consolidar as realizações alcançadas”.

Enquanto que em 1967 era a fileira do agroalimentar a liderar as exportações portuguesas, valendo 30% nas exportações totais de mercadorias, seguida do têxtil (cerca de 21%), em 2010, com estas duas grandes fileiras em queda, era a da química que mais pesava (perto de 20%), seguida dos equipamentos e produtos metálicos (15%).

Quanto aos destinos dos produtos portugueses, em 2010, os cinco principais mercados concentravam 62% das exportações, com a área do Euro e a União Europeia a 15 como maiores compradores.

Olhando para a evolução da abertura comercial da economia portuguesa pelas exportações verifica-se que o peso das exportações de bens e serviços no Produto Interno Bruto (PIB) atingiu os 30,9% em 2010, contra os 15,6% em 1960.

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http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=580039




Portugal deve exportar mais bens e serviços. Mas o quê? E para quem?

O Governo já veio apoiar publicamente o turismo de saúde. Mas o que vai oferecer? Mais centros de saúde? SPA? Termas? Oferecerá só saúde ou mais alguma coisa? E para quem? É sobretudo nesta última questão que os empresários e o Governo se têm de focar quando pensam na internacionalização. Tem de haver uma viragem para a economia da procura, alerta o economista Augusto Mateus.

“Temos, podemos e vale a pena mudar. Mas não vamos partir do zero. Há muita força em Portugal não aproveitada. Vamos fazer força no que temos e no que os outros não têm. Vamos fazer menos imitações”, defendeu o economista ao Negócios.

Para Augusto Mateus é mais importante saber o “como” fazer do que o “onde” apostar. E, no “como”, a resposta é simples: devem-se “aglomerar esforços, dar prioridade às respostas às necessidades dos consumidores e perceber quem vai poder comprar os nossos bens”, bem como “consolidar e diversificar mercados, produtos e modelos de negócio”.

Além disso, Portugal deve apostar nos “recursos endógenos”, como o mar, a agricultura, a floresta e os produtos que vêm da terra. Mas isso “exige uma revolução do nosso pensamento”, sublinhou Augusto Mateus.

Uma das conclusões do estudo “Exportação, valor e crescimento”, encomendado ao economista pela Caixa Geral de Depósitos, é a de que “nas condições concretas actuais da economia portuguesa, o resultado imediato de uma reorientação para actividades industriais de nível tecnológico mais elevado podia ser o aumento do conteúdo importado e a redução do valor acrescentado incorporado nas exportações”.

É isso que acontece actualmente nos sectores dos automóveis e materiais de transporte, materiais eléctricos e electrónicos e no sector da química, onde o peso nos fluxos de bens exportados é bastante superior ao peso no valor acrescentado incorporado nas exportações. Já no sector dos alimentos e bebidas, bem como da metalurgia e materiais de construção, por exemplo, o cenário é inverso.

Além disso, o sector do automóvel já tem uma forte componente de exportação, o que levaria a crer que não é uma boa aposta, mas Augusto Mateus diz que há sempre possibilidade de aumentar o valor acrescentado. O economista acabou por concretizar que a aposta pode passar, por exemplo, pelos novos média e pela diferenciação dos bens de consumo. “Temos é de mudar os nomes às coisas. Não podemos continuar a falar de cerâmica, mas de conforto do lar”, exemplificou.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=580043[/b]
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por JMHP » 22/9/2012 0:36

mais_um Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:
O país dará um colossal avanço quando deixar de existir essa gente que insiste em traçar o país a preto e branco com uns de um lado e outros do outro quando é perfeitamente claro que o que nos trouxe aqui foi uma caminhada realizada pelos partidos do arco do poder, todos de braços de dados uns com os outros e eles com a corrupção enquanto delapidaram o erário público financiado pelo contribuinte.


Concordo contigo, mas não te esqueças do contribuinte, este também teve culpa, não foi exigente com os governos sobre a gestão dos dinheiros públicos e porque também queria as PPP. Foi algo que que reparei nas noticias quando procurava datas de conclusão das PPP, quando entrevistavam populares na zona de influencia das AE e IP.

Já nem falo na hipocrisia dos partidos políticos que nunca fizeram nada para parar PPP que ainda podiam ser suspensas ou nem começadas sequer, sem custos para o Estado. Aliás lembro-me de ver na TV discussões no parlamento, entre o PSD e PS para ver quem é que tinha tido o mérito de fazer mais KM de AE e afins.

:wall: :wall:


Muito bem... Eu relativamente sobre a responsabilidade do contribuinte e povo portugueses tenho sido bastante critico e assim continuarei enquanto vir instalada na sociedade a mentalidade que ajudou o país a chegar a esta situação critica e lamentável.

Basta recordar as penúltimas eleições em 2010 quando Sócrates foi eleito para um 2º mandato depois de todas as polémicas, nomeadamente da sua licenciatura (idêntico ao caso Relvas) ou as suspeitas sobre o seu envolvimento no caso Freeport que chegou à sua família.

O resultado dessas eleições todos conhecemos, assim como foi desprezada e ridicularizada com bastante suporte da imprensa a oposição derrotada liderada pela Manuela Ferreira Leite, que na altura era apelidada de velha, fria e que as suas politicas nos conduziria à austeridade.

Dois exemplos entre muitos outros ao longo da ultima década... Até um cego diria... "Estava-se mesmo a ver o que viria a seguir!.." :roll:
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por JMHP » 22/9/2012 0:16

Marco Martins Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Ou nesta ou na próxima manif. vamos ter molho de certeza. A coisa não pode ficar como esta.


Acho que sim! O povo quer uma mudança brusca e qualquer... quer voltar ao tempo pré-Salazar ou à situação da Grécia onde até a Troika resolveu fazer uma pausa nas negociações!!!

Se o povo procurar o caos e a anarquia em vez soluções, isto será pessimo para todos a começar pelos que menos têm!


A Grécia é já "ali" ao virar da esquina... É para lá que estamos a caminhar a grande velocidade.

Não sei se alguém já se apercebeu que hoje a imprensa já moderou nas criticas ao governo e até já existem muitos críticos e comentadores que já admitem que a austeridade é inevitável e soluções milagrosas não existem, não querem a TSU mas pode vir outra qualquer... Muito medo anda espalhado por ai, andaram a lançar gasolina para a fogueira e agora..... Ui, ui... :roll:

Estou curioso com os acontecimentos que se vão passar na Grécia durante a próxima semana... O dinheiro lá já acabou e se a Europa se mantiver firme, o Estado grego não vai ter dinheiro para pagar ordenados e tudo o resto.

Veremos o que acontece, pois o que se passar lá poderá ser decisivo por cá...
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Porca Miséria...

por L.S.S » 22/9/2012 0:04

Lion_Heart Escreveu:Ou nesta ou na próxima manif. vamos ter molho de certeza. A coisa não pode ficar como esta.


Os jornaleiros da sic estão mesmo a pedir uma garrafa na mona.

Os policias todos blindados, depois aparecem por trás uns irresponsáveis de uns projectos de jornalista de pólo a filmar...
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por alexandre7ias » 21/9/2012 23:35

Marco Martins Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Ou nesta ou na próxima manif. vamos ter molho de certeza. A coisa não pode ficar como esta.


Acho que sim! O povo quer uma mudança brusca e qualquer... quer voltar ao tempo pré-Salazar ou à situação da Grécia onde até a Troika resolveu fazer uma pausa nas negociações!!!

Se o povo procurar o caos e a anarquia em vez soluções, isto será pessimo para todos a começar pelos que menos têm!


Mas os que mais têm é que estão mais preocupados. O povo perdeu o medo e vai perder ainda mais! Está tudo preocupado com o povo e com os que menos têm.
Acabou a mama para estes ladroes.
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por MiamiBlue » 21/9/2012 23:21

Marco Martins Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Ou nesta ou na próxima manif. vamos ter molho de certeza. A coisa não pode ficar como esta.


Acho que sim! O povo quer uma mudança brusca e qualquer... quer voltar ao tempo pré-Salazar ou à situação da Grécia onde até a Troika resolveu fazer uma pausa nas negociações!!!

Se o povo procurar o caos e a anarquia em vez soluções, isto será pessimo para todos a começar pelos que menos têm!


Concordo que a situação está numa escalada assustadora.

E é lamentável verificar que o catalisador foi o próprio Governo.

O Governo tem que ser muito mais profissional e competente, muito mais competente -sem conseguir transmitir alguma segurança à população -demonstrar, pelo menos, que sabe o que anda a fazer - então ai a escalada será imparável.
 
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por Marco Martins » 21/9/2012 23:06

Lion_Heart Escreveu:Ou nesta ou na próxima manif. vamos ter molho de certeza. A coisa não pode ficar como esta.


Acho que sim! O povo quer uma mudança brusca e qualquer... quer voltar ao tempo pré-Salazar ou à situação da Grécia onde até a Troika resolveu fazer uma pausa nas negociações!!!

Se o povo procurar o caos e a anarquia em vez soluções, isto será pessimo para todos a começar pelos que menos têm!
 
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