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Caldeirão da Bolsa

BES - A LUTA

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 4/2/2015 11:51

Boas,

TEIXEIRA DOS SANTOS: "NÃO TENHO A CERTEZA QUE O GOVERNO NÃO INTERVEIO NO BES"
03 Fevereiro 2015, 23:07 por Carla Pedro | cpedro@negocios.pt
Sobre a derrocada do Banco Espírito Santo e sobre se o governo fez bem em não intervir, o ex-ministro das Finanças respondeu "Mas tem a certeza que não interveio? Eu não tenho a certeza que não interveio".
A propósito do BES, Fernando Teixeira dos Santos recordou esta noite, em entrevista à RTP, que "o governo aprovou um decreto-lei que transpôs normas europeias para a nossa legislação" e que essa aprovação foi feita à pressa, "com urgência", "sem ter sequer sido anunciada no comunicado final do conselho de ministros", tendo sido o decreto publicado no dia seguinte, sexta-feira – e permitindo assim ao Banco de Portugal anunciar a solução para o BES que apresentou dois dias depois, no domingo de 3 de Agosto de 2014. Solução essa que passou por dividir a instituição financeira num "banco bom" [Novo Banco] e num "banco mau", este último concentrado os activos e passivos tóxicos.

Posto isto, "dizer que o governo não interveio, é difícil", resume o ex-ministro das Finanças.

O Banco de Portugal, acrescentou Teixeira dos Santos, "veio anunciar uma solução que é o modelo do fundo de resolução preconizado a nível europeu". "Não acredito que se tenha emprestado, ou dotado esse fundo de quase quatro mil milhões de euros, sem o governo se pronunciar e ter dado o seu acordo. Não acredito nisso".

Sobre a gestão do caso BPN pelo governo Sócrates, Teixeira dos Santos referiu que, nessa situação, "não tínhamos o figurino deste fundo de resolução. Tínhamos a nacionalização do banco, que foi recomendada pelo Banco de Portugal".

Já sobre a aplicação de liquidez da Portugal Telecom no grupo BES [na Rioforte], o ex-ministro das Finanças concorda com "os pareceres de que a brasileira Oi não cumpriu com aquilo que acordou na operação de fusão com a PT".

Teixeira dos Santos disse não acreditar que a perda de quase 900 milhões, por parte da PT, "ponha em causa a continuidade de um projecto de fusão". "Pode influenciar o valor da PT, mas não põe em causa o projecto de fusão. A Oi recuou quanto a isso, por isso havia legitimidade para reverter o negócio", afirmou na entrevista à RTP.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 4/2/2015 11:48

Boas,

LUXEMBURGO RESPONSABILIZA BANCO DE PORTUGAL PELO COLAPSO DO BES
04 Fevereiro 2015, 09:25 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

A administradora de insolvência da Espírito Santo Financial Group (ESFG) pede a nulidade da provisão de dois mil milhões de euros exigida pelo Banco de Portugal. Foi essa decisão, acusa, a determinar a queda do BES, noticia o Diário Económico.
A ESFG, que era a principal accionista do BES (com 20%) tem estado a ser gerida, no Luxemburgo, por uma administradora de insolvência, que está a administrar a massa falida da antiga holding do grupo. E é Laurence Jacques que acusa o Banco de Portugal de ter provocado a queda do BES, ao exigir uma provisão de dois mil milhões de euros, uma semana antes de se ter procedido à resolução do banco, dividindo-o em banco bom – actual Novo Banco – e banco mau, escreve o Diário Económico na edição desta quarta-feira.

A acção administrativa especial deu entrada no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa a 1 de Dezembro e, nela, os advogados defendem os argumentos da administradora de insolvência da ESFG: a decisão do Banco de Portugal provocou a ruína do BES.

"No dia 23 de Julho, o Banco de Portugal tinha consciência, ou, pelo menos, não podia deixar de ter consciência, que com a determinação daquele montante de provisões estaria, necessariamente, a pôr em risco os rácios prudenciais mínimos e a empurrar o BES para uma situação que pudesse depois ser invocada como sendo justificadora da aplicação de uma medida de resolução", lê-se no processo, de acordo com o DE.

"Se não tivesse sido aquela decisão", acrescentam os advogados, "jamais teria sido necessário proceder à deliberação de resolução do BES".

Além do facto de a provisão ter sido exagerada, a gestora judicial no Luxemburgo argumenta, lê-se no processo que entrou em Lisboa, que a lei da resolução aplicada ao BES é "experimentalista" e "inconstitucional". Por outro lado, a decisão do BdP viola princípios básicos, como a não fundamentação da decisão ou a violação do princípio da igualdade.

O Banco de Portugal poderá invocar o interesse público para não cumprir a decisão do tribunal, conclui o periódico.
 
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Re: BES - A LUTA

por katolo » 4/2/2015 3:20

"Luxemburgo acusa Banco de Portugal do colapso do BES e impugna resolução"

http://economico.sapo.pt/noticias/luxem ... 11335.html
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 3/2/2015 15:46

Boas,

ECONOMIA/POLÍTICA00:05
AMADO QUER VÁRIOS ANOS PARA PAGAR PERDAS NA VENDA DO NOVO BANCO
FILIPE ALVES E MARTA MARQUES SILVA
00:05
Nuno Amado pede prazo alargado para os bancos cobrirem eventuais perdas do Fundo de resolução na venda do Novo Banco.
O presidente-executivo do BCP defendeu ontem que os bancos devem ter um prazo alargado, de vários anos, para cobrirem o eventual prejuízo que o Fundo de Resolução terá com a venda do Novo Banco. Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais do BCP, Nuno Amado pediu uma clarificação sobre este tema, por parte do Governo, antes da venda do Novo Banco, que terá lugar até ao final do primeiro semestre.
"Estamos seguros de que vai ser implementada uma política, na linha do que foi dito pelas autoridades, de que a haver uma diferença, haverá a possibilidade ser acomodada num período de tempo razoável", disse Nuno Amado, cujo banco é um dos principais contribuintes para o Fundo de Resolução e, por isso, um dos que mais têm a perder se o Novo Banco for vendido com prejuízo.
Salientou: "Isto deve ser esclarecido e, na minha opinião, deve ser esclarecido antes do processo de venda do Novo Banco, para não haver dúvidas".
Nuno Amado referia-se ao provável diferencial entre o valor da venda do Novo Banco e o montante de 4,9 milhões de euros que o Fundo de Resolução injectou para capitalizar a instituição que herdou os activos "saudáveis" do antigo BES, em Agosto do ano passado.
O Fundo de Resolução é uma entidade pública, tutelada pelo Ministério das Finanças e gerida por uma comissão directiva nomeada pelo Banco de Portugal e pelo Governo, mas é financiado por contribuições pagas pelos bancos e sociedades financeiras que operam em território nacional. Em situações excepcionais, a lei permite que o Tesouro empreste dinheiro ao Fundo, para atender a emergências. Foi o aconteceu na capitalização do Novo Banco: o Tesouro emprestou 3,9 mil milhões de euros ao Fundo. Este montante, a par de um empréstimo de 700 milhões de euros de um sindicato bancário, permitiu financiar o grosso da capitalização. O restante foi financiado com as contribuições especiais pagas pelos bancos.
Embora o empréstimo do Tesouro seja de 3,9 mil milhões, o montante a reembolsar é a totalidade dos 4,9 mil milhões de euros injectados pelos Fundo. Os analistas têm referido que o Novo Banco deverá ser vendido por um montante inferior aos 4,9 mil milhões, pelo que, se esta previsão se concretizar, o sector financeiro terá de cobrir a diferença. O Eurostat ainda não decidiu se o montante que o Fundo injectou no Novo Banco vai contar para o défice público (embora com um impacto meramente "estatístico", segundo o Governo). O prazo de reembolso que será fixado pelo Governo deverá ter em conta a decisão que o Eurostat irá anunciar.
Amado elogia Stock da Cunha
O BCP não pôde concorrer à compra do Novo Banco, devido aos compromissos assumidos com a Comissão Europeia até 2017, mas segue o processo com todo o interesse, disse Nuno Amado. "Estamos afastados da corrida, mas estamos próximos, porque somos parte interessada", lembrou o CEO, acrescentando um elogio à gestão do Novo Banco, liderada por Eduardo Stock da Cunha.
"Estamos bastante mais tranquilos com a evolução do Novo Banco, com uma gestão muito profissional, muito correcta, o que nos dá mais garantias de sucesso da operação", revelou Nuno Amado, que trabalhou vários anos com Stock da Cunha enquanto estavam ambos no Santander Totta.
Na corrida ao Novo Banco estão 17 entidades, das quais algumas não passaram à segunda fase do processo. Entre os interessados estão o Santander Totta, a chinesa Fosun, o BPI3.14% e a Apollo.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 3/2/2015 15:41

Boas,

CONSTRUÇÃO
NADHARI VALORIZA OPWAY PELA CARTEIRA EM MOÇAMBIQUE
02 Fevereiro 2015, 21:20 por Celso Filipe | cfilipe@negocios.pt, Maria João Babo | mbabo@negocios.pt
Grupo moçambicano ofereceu cinco milhões de euros pela construtora portuguesa, tendo agora uma semana para fazer prova da capacidade financeira. O leilão realizado pela ESI mereceu críticas da Prebuild.
O s moçambicanos da Nadhari ofereceram cinco milhões de euros pela Opway no leilão que teve lugar esta segunda-feira. Foi esta a licitação mais elevada, a que não será alheia a valorização ...
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 3/2/2015 15:38

Boas,


NOVO BANCO VENDE EDIFÍCIOS QUE SALGADO QUERIA PARA A EXPANSÃO DO BES
03 Fevereiro 2015, 11:34 por Wilson Ledo | wilsonledo@negocios.pt

Os quatro edifícios foram bastante disputados entre os investidores, com um total de 17 propostas a esse nível. O vencedor acabou por ser um fundo imobiliário anglo-saxónico, que faz a sua estreia em Portugal.
O Novo Banco vendeu quatro edifícios contíguos à sua sede, na Avenida da Liberdade e na Rua Rosa Araújo, a um fundo anglo-saxónico, que se estreia no investimento em Portugal. A operação ter-se-á fixado na casa dos 20 milhões de euros.

Os edifícios, sabe o Negócios, faziam parte das intenções do antigo líder do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, para expandir a sede da instituição financeira.

Contudo, a administração do Novo Banco – instituição resultante da resolução do Banco de Portugal a 3 de Agosto após o colapso do BES – não seguiu nesse sentido, considerando os activos não estratégicos e, por isso, alienáveis.

O conjunto de quatro imóveis (Avenida da Liberdade 203, Rua Rosa Araújo 23, Rua Rosa Araújo 25-31 e Rua Rosa Araújo 33-35) foram bastante disputados entre os investidores, com um total de 17 propostas nesse sentido. Três dos edifícios datam do século XIX.

Os imóveis serão alvo de operações de reabilitação urbana, tendo já um projecto licenciado que prevê um total de 10 mil metros quadrados destinados a escritórios, com espaços de retalho nos pisos térreos.

O negócio foi mediado pelas consultoras imobiliárias JLL e CBRE.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 3/2/2015 15:29

Boas,
NOVO BANCO EM ESPANHA: DIRETOR-GERAL DEMITIDO E ESCOLTADO ATÉ À PORTA
O caso aconteceu em Espanha e é insólito. A destituição relâmpago do diretor-geral Pedro Escudero estará relacionada com alegadas irregularidades

Os administradores do Novo Banco em Espanha destituíram o diretor-geral Pedro Escudero, que foi escoltado até à porta da instituição por dois seguranças, num episódio inédito, revela o «El Confidencial».

Alegadas irregularidades levaram a esta decisão de destituir o responsável que estava à frente da instituição desde meados de 2009.

Fontes oficiais do banco declinaram comentar o episódio, assim como os motivos que levaram a este despedimento «fulminante». Mas fontes internas adiantam que são temas muito delicados que fizeram com que nem sequer pudesse ter acesso ao ser computador pessoal.

Escoltado até à saída do banco que funciona na Calle Serrano, em Madrid, Escudero não pode levar os seus objetos pessoais, por receio que pudesse destruir provas.

O Novo Banco tem 35 sucursais em Espanha. Sob a direção de Escudero a entidade quis comprar alguns bancos, como o Banco Galego, mas nunca conseguiu o «ok» do Banco de Espanha.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 3/2/2015 15:26

Boas,

SANTANDER DIZ QUE COMPRAR NÃO É PRIORIDADE MAS ESTUDA NOVO BANCO
LUSA3 de Fevereiro de 2015, às 13:07
A presidente do Banco Santander, um dos interessados na compra do Novo Banco, afirmou hoje que a entidade terá um critério mais apertado nas aquisições, que "não são prioridade", mas reafirmou interesse no banco português.
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Ana Botín, que falava na apresentação de resultados de 2014 do espanhol Santander aos analistas, considerou que o compromisso do banco é usar o capital de forma mais eficiente, pelo que focou a estratégia "no crescimento orgânico" (sem recorrer a compras).

Por isso mesmo, referiu que o Santander terá um critério ainda mais apertado quanto a possíveis aquisições no futuro, "que não são uma prioridade do grupo".

No entanto, questionada ainda assim sobre possíveis aquisições, Ana Botín afirmou que não há compras em vista e que "apenas se está a olhar o Novo Banco", em Portugal, tal como o grupo já tinha reafirmado no anúncio de aumento de capital (de 7,5 mil milhões de euros) em janeiro.

O banco espanhol Santander fechou o ano de 2014 com lucros de 5,816 mil milhões de euros, um aumento de 39% face a 2013.

Em comunicado enviado hoje ao regulador espanhol do mercado acionista, a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), o banco refere que "a melhoria nos lucros é consequência do aumento das receitas básicas em 3%", conjugado com "uma descida dos custos de quase 1% e uma descida de 14% nas dotações para insolvências" face a 2013.

"Tudo isso ao mesmo tempo que cresce o negócio, tanto em créditos como em recursos de clientes [depósitos e fundos de investimento], desce a taxa de mora, aumenta a taxa de cobertura e melhora o rácio de solvência", indicou o Santander, que hoje, às 12:00 (11:00 em Lisboa), apresenta publicamente os resultados em conferência de imprensa.

Tal como outras entidades bancárias espanholas cotadas, o Banco Santander aplicou os novos critérios contabilísticos relativos às contribuições para o Fundo de Garantia dos Depósitos (FGD) que o Banco de Espanha comunicou em dezembro.

Este novo critério reduziu os lucros de 2013 do Santander de 4,370 mil milhões (reportados inicialmente) para 4,175 mil milhões.

Sem esta interpretação da nova norma, os lucros do Santander em 2014 teriam subido 33,1%.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 3/2/2015 14:12

Boas,


BES ERA UTILIZADO PARA LAVAR DINHEIRO VINDO DE ESQUEMAS DO BRASIL, DENUNCIA BRASILEIRO
03 Fevereiro 2015, 10:20 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

"O cruzamento de nomes de pessoas ligadas ao BES com passaporte brasileiro e os envolvidos no ‘petrolão’ e ‘mensalão’ pode dar pistas. Tenho a certeza que encontrarão elos", diz, em entrevista ao Público, Hermes Freitas Magnus, que denunciou o caso Lava Jato.
O Banco Espírito Santo era utilizado por grupos brasileiros em esquemas de lavagem de dinheiro, de acordo com o denunciante do caso de lavagem de dinheiro Lava Jato. Chama-se Hermes Freitas Magnus e, em entrevista ao Público, diz que é possível encontrar ligações entre o "desaparecido" banco português e os dois maiores esquemas de corrupção do Brasil.

"O cruzamento de nomes de pessoas ligadas ao BES com passaporte brasileiro e os envolvidos no ‘petrolão’ e ‘mensalão’ pode dar pistas. Tenho a certeza que encontrarão elos", comenta o brasileiro que se viu envolvido num caso de corrupção e cuja denúncia esteve na base da operação Lava Jato, escândalo de lavagem de dinheiro que passava pela Petrobras.

Hermes Freitas Magnus foi parceiro de José Janene, político do Estado do Paraná, e viu-se, com ele, envolvido no caso, que depois quis denunciar. Segundo Magnus contou ao Público, Janene tinha dinheiro do BES e queria que alguém levasse para o Brasil dinheiro que estava no banco, no Porto. "As contas eram dele, para lavar dinheiro em Portugal, mas ouvi dizer que estavam associadas a sociedades off-shore". Isto em 2008.

Quando questionado, Magnus afirmou ter denunciado às autoridades o recurso a contas do BES para branqueamento de capitais – prática em que se tenta esconder dinheiro obtido de forma ilícita. "Dei conta da informação a um agente da polícia federal. Eles usavam, também, um banco de capitais árabes com sede em França, o Mediterranée". "Tentaram usar-me, em 2008, para trazer dinheiro do BES Porto. O grupo operava com o BES e com o Mediterranée. Os bancos eram as fontes de recurso do Janene", continuou.

Em 2008, "havia uma grande aproximação entre os governos de Portugal e do Brasil". O primeiro era liderado por José Sócrates. O segundo por Lula da Silva. Naquela altura, também estava em cima da mesa o negócio da venda da Vivo pela PT e, em contrapartida, a compra da Oi. "Estava a correr o negócio Oi e PT. Ouvi o grupo de Janene dizer que a operação Oi/PT – Vivo/Telefónica tinha movimentado dinheiro", relata à publicação o brasileiro.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 2/2/2015 21:28

Boas,

NUNO AMADO QUER SABER COMO CONTABILIZAR PERDAS COM NOVO BANCO ANTES DA VENDA
02 Fevereiro 2015, 19:11 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

O presidente do BCP acredita que será dado tempo para que a banca consiga absorver eventuais perdas na alienação do Novo Banco. Aliás, Nuno Amado adiantou ter garantias verbais nesse sentido.
Nuno Amado defende que as autoridades devem verificar, quando possível, como será contabilizado o impacto de uma venda do Novo Banco abaixo do valor injectado pelo fundo de resolução.

"Deve ser esclarecido, antes da venda do Novo banco, para que não haja dúvidas. Era muito importante que soubéssemos antes da venda do Novo Banco" de que forma é que uma eventual alienação com prejuízo se reflectirá nos bancos, disse Nuno Amado, na conferência de apresentação de prejuízos de 217,9 milhões em 2014.

No entanto, o banqueiro está confiante de que as contribuições extraordinárias para o fundo de resolução, destinadas a compensar prejuízos na venda do Novo Banco, serão feitas ao longo de um período alargado.

"Estamos seguros de que vai ser implementada uma política em que a diferença [entre o valor de venda e o valor da capitalização] será considerada ao longo do tempo. O tempo para essa cobertura será feito no respeito de contribuições razoáveis ", adiantou Nuno Amado, revelando já ter tido garantias verbais nesse sentido, por parte das autoridades. O Novo Banco recebeu uma injecção de capital de 4,9 mil milhões de euros.

Na sexta-feira passada, o Fundo Monetário Internacional assumiu que a venda da instituição herdeira dos activos e passivos saudáveis do BES vai gerar perdas, ou seja, será feita abaixo desse montante. Daí que tenha recomendado ao Governo português que dê tempo para que o sistema financeiro consiga absorver esses prejuízos previstos por Washignton.

Houve 17 manifestações de interesse pelo Novo Banco, que não são vinculativas. O BCP, reiterou Amado, não é uma delas. Já se sabe, conforme noticiou o Negócios, que a manifestação da Ananob, associação pela defesa do Novo Banco, não foi aceite pelo regulador.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 2/2/2015 21:24

Boas,

INQUÉRITO BES
PSD NÃO TRAVA PERGUNTAS A PASSOS SOBRE REUNIÕES COM SALGADO
PS quer saber se Passos estava a par da exposição do BES ao GES e do risco sistémico representado pela situação do universo Espírito Santo. Salgado diz que avisou o Governo e o Presidente - se foi assim, estes responsáveis deviam ter travado um aumento de capital que se veio a revelar um buraco, dizem os socialistas.

Filipe Santos Costa |
18:00 Segunda feira, 2 de fevereiro de 2015
PSD não trava perguntas a Passos sobre reuniões com Salgado
Luís Barra
O PSD não vai viabilizar perguntas da comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso BES/GES ao Presidente da República, mas não se irá opor a que Pedro Passos Coelho seja questionado sobre os encontros que manteve com Ricardo Salgado na reta final da crise do banco e do grupo Espírito Santo. No domingo o primeiro-ministro disse que não vê "nenhuma necessidade particular de acrescentar àquilo que já é público" sobre os seus encontros com Salgado: recebeu-o, "avaliou" uma proposta que o banqueiro fez, relativa, "não ao BES, mas ao GES" mas essa proposta "não teve sequência porque governo entendeu que não a podia apoiar". E foi apenas isso, resumiu Passos, por isso não vê razão para acrescentar "qualquer detalhe ou informação", segundo disse à TSF.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 2/2/2015 21:20

Boas,
SALGADO MANDA MAIS UMA CARTA AO PARLAMENTO. A EXPLICAR A ANTERIOR.
Ricardo Salgado voltou a escrever à comissão de inquérito ao caso BES. Para explicar que a carta em que envolveu Cavaco e Portas se limitava a responder às perguntas dos deputados

FILIPE SANTOS COSTA | 15:40 Segunda feira, 2 de fevereiro de 2015
Na segunda carta enviada aos deputados, Ricardo Salgado contextualiza a informação que tinha feito chegar anteriormente. O objetivo, escreveu, era garantir que a sua resposta anterior não fosse "desvirtuada para outros fins"
Na segunda carta enviada aos deputados, Ricardo Salgado contextualiza a informação que tinha feito chegar anteriormente. O objetivo, escreveu, era garantir que a sua resposta anterior não fosse "desvirtuada para outros fins" / Luís Barra
Na quinta-feira da semana passada, Ricardo Salgado marcou o dia da comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso BES/GES através de uma carta em que elencava todos os contactos que manteve com altos responsáveis políticos nos meses finais do banco. Nessa missiva, o banqueiro assumia que se reuniu duas vezes com o Presidente da República e uma vez com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. Para além de confirmar outros encontros, bastante mais publicitados, com Passos Coelho, Maria Luís (dois encontros com ambos), Carlos Moedas e Durão Barroso (também duas reuniões).

Nenhum dos factos era novidade - Salgado já tinha referido, em momentos distintos, os dois encontros com Cavaco (falou de um quando foi à comissão e referiu outro numa carta, em dezembro), e, embora o banqueiro nunca tivesse mencionado a conversa com Portas, o Expresso já tinha noticiado que, à semelhança de Passos e Maria Luís, também o vice-primeiro-ministro se havia reunido com o o homem-forte do BES antes da intervenção.

Mas a carta de Salgado foi o suficiente para agitar os trabalhos da comissão e levar os partidos de esquerda a exigir explicações de Cavaco Silva, Portas e Passos. Do lado da maioria, a reação era outra: PSD e CDS viram na carta de Salgado, envolvendo cada vez mais nomes de responsáveis políticos, uma forma de atirar lama e desviar para outros as suas responsabilidades.

Na sexta-feira, um dia depois de ter enviado essa carta aos deputados, o ex-CEO do BES enviou outra, contextualizando a informação que tinha feito chegar na véspera. O objetivo da nova missiva, escreveu, era garantir que a sua resposta anterior não fosse "desvirtuada para outros fins".

Na carta, que fontes parlamentares disponibilizaram ao Expresso, Salgado esclarece que apenas procurou "esclarecer, de forma objetiva, as questões que foram formuladas" pelos deputados. E explica por que razão fala agora no encontro com Portas, que antes tinha sempre omitido: na carta de 20 de dezembro, falava apenas dos encontros com o Presidente da República, o primeiro-ministro, a ministra das Finanças e o ex-Presidente da Comissão Europeia porque tinha sido "taxativamente" questionado sobre essas pessoas.

Na carta de 29 de janeiro, acrescentou a informação sobre as reuniões com Paulo Portas e Carlos Moedas porque respondia a uma pergunta diferente da CIP, que o tinha questionado sobre reuniões com o "Presidente da República, primeiro-ministro, ex-presidente da Comissão Europeia e/ou outros membros do Governo (sic)".

Salgado tenta, assim, afastar a suspeita de que estará a tentar arrastar alguns protagonistas políticos para o centro do escândalo e, também, de que terá tentado proteger Paulo Portas, ao não referir o nome do vice-primeiro-ministro quando elencou - primeiro, na CPI, e, depois, por carta - as reuniões que manteve com responsáveis governamentais.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 2/2/2015 16:26

Boas,

MARCELO. “CAVACO NÃO ESTEVE BEM AO DIZER QUE NUNCA FALOU DO BES”

FALOU E “EM TERMOS DAS PESSOAS ACREDITAREM QUE O AUMENTO DE CAPITAL ERA PARA LEVAR A SÉRIO”, LEMBRA O COMENTADOR. 01-02-2015 23:21

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o Presidente da República não esteve bem quando disse que nunca tinha falado do caso BES antes do colapso do banco.
No seu habitual comentário na TVI, o ex-presidente do PSD lembrou que Cavaco Silva “não só falou [do BES], como falou em termos das pessoas acreditarem que o aumento de capital era para levar a sério”.
“Onde acho que Cavaco Silva não esteve bem não foi no facto de não querer narrar o que se passa nos encontros, foi no facto de ter parecido à opinião pública que ele estava a dizer que nunca tinha falado no caso BES quando no fundo o que ele quis dizer foi: ‘Eu não falei expressamente de pormenores do caso BES’, mas falou no caso BES”.
No entanto, “quando ele [Cavaco] disse que o Banco de Portugal lhe tinha informado que estava tudo magnífico e que estava a correr muito bem, não havia problema nenhum e até havia investidores no GES que tinham problemas mas não tinha a ver com o BES, tem que ter cuidado. Não pode dizer agora: ‘Eu do BES nunca falei’”.
O chefe de Estado negou ter falado sobre o BES antes da implosão do banco e também nega a hipótese de ir ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre o caso.

Se Cavaco não tem que dar explicações ao Parlamento, Marcelo acrescenta, no entanto, que Passos Coelho pode mesmo ter que dar, pode é fazê-lo por escrito.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 31/1/2015 14:17

Boas,

"O PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO TEM ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS A PRESTAR" SOBRE O BES
30 Janeiro 2015, 13:26 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Cavaco Silva recusa que tenha feito declarações sobre o BES. Fez afirmações sobre o Banco de Portugal. Não tem nada a dizer aos deputados: as audiências que tem são sempre secretas e nunca reveladas. Mesmo a com Salgado.
Cavaco Silva não está disponível para responder aos deputados sobre os seus encontros com Ricardo Salgado, onde o ex-banqueiro lhe deu conta da frágil situação do Grupo Espírito Santo.

"O Presidente da República não tem esclarecimentos adicionais a prestar", afirmou Aníbal Cavaco Silva aos jornalistas esta sexta-feira, em declarações transmitidas pela RTP Informação.

Esta foi a reacção do Presidente da República depois de os partidos da oposição terem pedido explicações na comissão de inquérito aos encontros que Cavaco Silva teve com Salgado. Em carta, o ex-presidente do BES reuniu-se com o Chefe de Estado a 31 de Março e a 6 de Maio.

"Todas as audiências são reservadas. Concedo audiências a quem solicita e a quem considero relevante", comentou também Cavaco Silva nas declarações aos jornalistas, acrescentando que já recebeu 2.500 pessoas em Belém, pelo que "não seria capaz" de, "com rigor", revelar o que lá havia sido dito. Questionado sobre a importância do tema, Cavaco Silva que "ninguém pede uma audiência ao Presidente da República se não considera que o assunto é muito importante".

Visivelmente irritado, Cavaco Silva acusou ainda uma jornalista de estar a dizer uma "mentira" quando se referiu às declarações que, em Julho, fez sobre o Banco Espírito Santo. "O Presidente da República nunca fez uma declaração sobre o BES. Na Coreia do Sul, não fiz uma declaração sobre o BES. Fiz três afirmações sobre o Banco de Portugal". Nessa declaração, feita a 21 de Julho de 2014, elogiando a actuação do Banco de Portugal, o Chefe de Estado disse também que era preciso perceber a diferença entre a área financeira e não financeira do grupo e que o próprio tinha tentado explicar isso a um jornalista.



O QUE CAVACO DISSE SOBRE O CASO BES

Declarações à margem da visita oficial à República da Coreia Seul, República da Coreia. Feita a 21 de Julho. Colocada no site oficial da Presidência a 2 de Setembro.

"EU CONSIDERO, PELA INFORMAÇÃO QUE TENHO, QUE O BANCO DE PORTUGAL, COMO AUTORIDADE DE SUPERVISÃO, TEM VINDO A ACTUAR MUITO BEM PARA PRESERVAR A ESTABILIDADE E A SOLIDEZ DO NOSSO SISTEMA BANCÁRIO.

Devo-lhe dizer que a pergunta também me foi colocada, aqui, num encontro que tive com um jornalista. E eu procurei explicar-lhe, e penso que o convenci, a diferença entre a área financeira do Grupo Espírito Santo e a área não financeira. E, mesmo em Portugal, há alguma confusão entre estas duas áreas. O Banco de Portugal, desde há algum tempo, tem vindo a tomar medidas para isolar o banco, a parte financeira, das dificuldades financeiras da zona não financeira do grupo. E, O BANCO DE PORTUGAL TEM SIDO PEREMPTÓRIO, CATEGÓRICO, A AFIRMAR QUE OS PORTUGUESES PODEM CONFIAR NO BANCO ESPÍRITO SANTO, DADO QUE AS FOLGAS DE CAPITAL SÃO MAIS DO QUE SUFICIENTES PARA COBRIR A EXPOSIÇÃO QUE O BANCO TEM À PARTE NÃO FINANCEIRA, MESMO NA SITUAÇÃO MAIS ADVERSA. E eu, de acordo com informação que tenho do próprio Banco de Portugal, considero que a actuação do Banco e do Governador tem sido muito, muito correcta.

EM RELAÇÃO À PERGUNTA SE HÁ EFEITOS SOBRE A ECONOMIA PORTUGUESA, HAVERÁ SEMPRE ALGUNS EFEITOS MAS EU PENSO QUE NÃO VÊM DO LADO DO BANCO, VÊM DA ÁREA NÃO FINANCEIRA. Se alguns cidadãos, alguns investidores, vierem a suportar perdas significativas, podem adiar decisões de investimento ou mesmo alguns deles podem vir a encontrar-se em dificuldades muito fortes; por isso, não podemos ignorar que algum efeito pode vir para a economia real, por exemplo, em relação àqueles que fizeram aplicações em partes internacionais do Grupo que estão separadas do próprio Banco em Portugal. Mas eu penso que, pela informação que temos, não terá assim um significado de monta."
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:27

Boas,

REUNIÕES DO GES: TELEMÓVEIS E TABLETS FICAVAM À PORTA
José Honório assistiu a algumas reuniões do conselho superior que juntava, informalmente, os cinco ramos da família Espírito Santo. Não sabia que elas eram gravadas, até porque um segurança intercetava os equipamentos à porta e guardava-os num cacifo

Por: Vanessa Cruz Vanessa Cruz | ontem às 17:35

O ex-administrador do Novo Banco, José Honório, que antes foi conselheiro do BES, assistiu a algumas reuniões do conselho superior do Grupo Espírito Santo, que juntava os cinco ramos da família ( a TVI divulgou algumas). Na comissão de inquérito ao BES, esta quinta-feira, revelou que os telemóveis e tablets ficavam à porta. Não fazia ideia que esses encontros eram gravados.
«O segurança, à porta, pedia-me para que eu deixasse o meu telemóvel e o meu iPad antes de entrar para as reuniões, que eram privadas. E, de facto, havia um cacifo com vários telemóveis e iPads»

Sabendo, agora, que afinal esses encontros eram gravados, Honório ironiza, dizendo que não consegue «qualificar isso». Comparou essa atitude «a alguém que vá a nossa casa gravar» conversas alegadamente «informais».
«Nunca tive conhecimento que tais reuniões fossem gravadas, nem nunca me foi pedido. Nunca foi dado consentimento para que fossem gravadas».

Fez questão de frisar, ainda, que não assegura que as transcrições publicadas na imprensa «sejam exatas».

Ricardo Salgado também disse, na sua audição, que desconhecia que as reuniões, às quais presidia, eram gravadas. Outros intervenientes afirmaram exatamente o contrário. O controller financeiro José Castella é tido como o homem do gravador.

José Honório confirmou aos deputados a versão de Salgado sobre os contactos «ao mais alto nível» com membros do Governo e, inclusive, com a Comissão Europeia, ainda em maio de 2014, dois meses antes do colapso. E considera que as autoridades não podiam ter sido «indiferentes» ao risco de desmoronamento do GES e do BES.

O ex-administrador recusou, primeiro, liderar a comissão executiva da RioForte. Depois, aceitou ser conselheiro do BES e acabou por integrar, mais tarde, a administração de Vítor Bento, a convite deste. Um convite secundado pelo Banco de Portugal que pintou, segundo Honório, um cenário bem diferente do banco do que aquele que ele encontrou quando assumiu funções.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:25

Boas,

BANCO DE PORTUGAL CRIOU CENÁRIO DE QUE BES ERA «BANCO SAUDÁVEL»
Quando o ex-administrador José Honório chegou ao banco, encontrou uma realidade «completamente distinta» da que tinha sido pintada pelo supervisor. Semanas depois, o BES ruiu

Por: Vanessa Cruz Vanessa Cruz | ontem às 17:01

José Honório foi convidado para integrar a administração de Vítor Bento, que sucedeu aos 23 anos de liderança de Ricardo Salgado, no BES. Um dia depois, o Banco de Portugal insistiu, pintando o cenário de um banco «saudável». Quando Honório lá chegou, encontrou outra coisa:

«A realidade com que me deparei no banco foi, todavia, completamente distinta daquela que me havia sido relatada e do que poderia imaginar»

Foi a 9 de julho de 2014 que Bento o abordou. «No dia seguinte, o convite foi secundado pelo governador do BdP, que insistiu» para que aceitasse, disse o ex-administrador, esta quinta-feira, na comissão de inquérito ao BES / GEs.
«A ideia transmitida era que o BES era um banco sustentável, sobretudo depois do aumento de capital. Aceitei convencido da viabilidade do banco».

Tal como Vítor Bento e Moreira Rato, também José Honório colocou «como condição» ser designado administrador, apenas depois da apresentação de contas do primeiro semestre.

Acabou por ficar no BES mesmo depois da resolução decretada pelo Banco de Portugal, mas apenas durante mais um mês. Durante essa «curta estadia», deparou-se com um quadro «limitativo» para desempenho de funções. De qualquer modo, entende que a administração do Novo Banco fez um bom trabalho. Esteve «particularmente atenta» e a concessão de crédito, por exemplo, «decorreu com particular empenho».

O convite precedente para liderar a RioForte

Antes de ter sido administrador do BES/Novo Banco foi abordado, por Ricardo Salgado e José Manuel Espírito Santo Silva, para assumir comissão executiva da RioForte. Nessa altura, «não tinha conhecimento sobre o universo RioForte». Pediu informação. «Forneceram-me o que consideraram relevante». Solicitou, também, relatório da auditoria da ESI, uma vez que era acionista e credor «muito importante» da RioForte.

«Foi-me pedida permissão que se fizesse referência publica esse meu envolvimento» pela «credibilidade» que isso ia ter para a empresa, mas« continuava a não ter qualquer informação sobre ESI».

Quando teve conhecimento da dívida da Espírito Santo Internacional, que veio a revelar-se fatal para a derrocada do grupo e do banco, comunicou, «aos membros do conselho superior do GES», que «não estaria disponível para assumir presidência» da comissão executiva da RioForte.
«O projeto que me seria proposto não seria exequível», nem a alienação de ativos, nem o reembolso de dívida própria».
De qualquer modo, aceitou, depois, na qualidade de figura independente, aconselhar o BES na sua reestruturação. Um imperativo de consciência: para «minorar impactos adversos que aquela situação poderia gerar para a economia e país em geral».

«Insisti que não devia haver quaisquer dúvidas na minha independência». Honório chegou, mesmo, a recusar qualquer remuneração.

Na sua audição, o ex-administrador do BES confirmou, ainda, a versão de Ricardo Salgado sobre os contactos «ao mais alto nível» com o Governo e Comissão Europeia, ainda em maio de 2014, dois meses antes do colapso. E considera que as autoridades não podiam ter sido «indiferentes».
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:24

Boas,

BES: GOVERNO E COMISSÃO EUROPEIA NÃO PODIAM TER SIDO «INDIFERENTES»
Ex-administrador do Novo Banco «não podia sequer imaginar que desmoronamento» do grupo e do BES «fosse indiferente às autoridades do país e da comissão europeia». José Honório confirma versão de Ricardo Salgado: houve contactos «ao mais alto nível» dois meses antes do colapso, precisamente para o evitar. O que o ex-líder do BES queria era «tempo»

Por: Vanessa Cruz Vanessa Cruz / Última atualização às 18:00 | ontem às 16:42

O ex-administrador do Banco Espírito Santo e do Novo Banco, José Honório, confirmou esta quinta-feira, na comissão de inquérito parlamentar ao BES, a versão de Ricardo Salgado sobre os contactos «ao mais alto nível» com membros do Governo e, inclusive, com as autoridades europeias, sobre o risco de desmoronamento do GES e do BES. Contactos mantidos ainda em maio de 2014, ou seja, dois meses antes do colapso.
O Grupo Espírito Santo era «o maior grupo empresarial português confrontava-se com passivo de 6,7 mil milhões de euros». «Qualquer solução que passasse por não deixar cair desordenadamente precisaria de ser negociada. Não podia sequer imaginar que desmoronamento fosse indiferente às autoridades do país e da Comissão Europeia».
Por isso, informou o Governo e Banco de Portugal, para que estas entidades, «na posse de informação relevante», pudessem agir. O GES, recorda, «era o maior grupo empresarial português» e estava a braços com passivo de 6,7 mil milhões de euros, o que representava 4,5% do PIB do país. Daí que era preciso agir «ao mais alto nível».
«Qualquer eventual solução precisaria de tempo para ser discutida e contratualizada. Era urgente tomar iniciativa de desencadear início deste processo e fazer contactos, inclusive, ao nível do conhecimento do presidente da comissão europeia». O Governo foi contactado «ao mais alto nível», bem como «o presidente da Comissão Europeia, governador do Banco de Portugal e principais credores»

Aos deputados, José Honório fez questão de detalhar os encontros que teve: «Uma reunião com primeiro-ministro, uma reunião com o vice-primeiro-ministro, uma reunião com a ministra das Finanças, uma reunião com a comissão europeia». Garante, no entanto, que não esteve presente em qualquer encontro com o Presidente da República, Cavaco Silva, que Ricardo Salgado garante ter tido, por duas vezes, em carta enviada precisamente esta quinta-feira aos deputados da comissão de inquérito.

Salgado chegou a apresentar um plano de recuperação. «Manifestei a minha preocupação com impacto no país, famílias e economia nacional, bem como impacto na reputação de Portugal», numa altura em que se estava a processar a saída limpa do programa com a troika, indicou ainda.
«Nas reuniões em que estive presente, Ricardo Salgado tentou perceber que tipo de ajuda institucional podia ter. Leia-se, tempo». Mas também se Governo podia «sensibilizar» CGD para conceder financiamento às entidades que viessem a adquirir ativos financeiros à RioForte

Não era, alega Honório, financiamento ao grupo, desde que essas entidades passassem no crivo da análise ao financiamento. Questionado por Cecília Meireles, admitiu não fazer ideia se existiam mesmo interessados.

O argumento do Governo para recusar foi, segundo o ex-administrador - e que está, de resto, em linha com o discurso oficial do executivo de Passos Coelho - que «não via que fosse assunto em que tivesse de se envolver, por [GES] ser um grupo privado».

Honório assistiu a alguns reuniões do conselho superior do GES. Afirma que não sabia que elas eram gravadas, até porque os telemóveis e os tablets ficavam à porta, intercetados por um segurança.

José Honório saiu dos CTT para o BES, em julho de 2014. Teve uma curta estadia no banco, duas semanas antes da resolução, integrando a equipa de Vítor Bento. Ficou depois da resolução decretada em agosto, mas só durante mais um mês. Saiu em setembro. Quando chegou ao BES, encontrou um cenário bem diferente daquele que lhe foi pintado pelo Banco de Portugal.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:22

Boas,

BES: «EU DISSE: VÍTOR, ESTOU A BORDO, MAS VAMOS ARREPENDER-NOS»
José Honório foi ouvido a 29 de janeiro na comissão de inquérito ao Grupo Espírito Santo e ao Banco Espírito Santo. Protagonizou uma audição sem meias palavras e com várias revelações, no mesmo dia em que Ricardo Salgado detalhou, por carta, os contactos que teve com o Governo dois meses antes do colapso do BES

Por: Vanessa Cruz Vanessa Cruz | ontem às 21:56

«Eu disse-lhe: Vítor, estou a bordo, mas vamos arrepender-nos». José Honório foi administrador do Banco Espírito Santo, nas últimas semanas que antecederam o colapso, e do Novo Banco, por apenas mês e pouco. Aceitou ir para o BES a convite de Vítor Bento e por causa da insistência do Banco de Portugal. «Ninguém me apontou uma pistola à cabeça, mas fiquei sem margem», uma vez que o supervisor da banca, «com simpatia», disse-lhe que era imprescindível para o país que aceitasse o cargo. Só que o BdP pintou um quadro bem diferente do que aquele que Honório veio a encontrar. Nesse período, confessou à comissão de inquérito parlamentar, «havia um mundo novo todos os dias» no BES.

A sua audição foi algo atribulada por Ricardo Salgado que, coincidência ou não, enviou no mesmo dia, aos deputados, uma carta a detalhar as reuniões que teve com membros do Governo e com o Presidente da República, em maio de 2014. O BES ruiu logo depois, em julho.

José Honório também confirmou algumas dessas reuniões, até porque esteve presente nelas, e entende que tanto o Governo como a Comissão Europeia não podiam ter ficado «indiferentes», como terão ficado, ao pedido de ajuda institucional que o Grupo Espírito Santo solicitou. Institucional, não financeiro.

O resumo da audição em 13 pontos:

1 - «Não podia sequer imaginar que desmoronamento» do grupo e do BES «fosse indiferente às autoridades do país e da comissão europeia»

2 - Sugeriu que o GES pedisse ajuda ao Governo e à Comissão Europeia e não se arrepende: «Acho que fiz muito bem». «Estávamos na última revisão da troika», com a saída limpa à porta. «Era impensável não fazer nada». «Quem tinha de saber, se não sabia ficou a saber». Até porque o grupo tinha uma dívida de 7,6 mil milhões de euros, 4,5% do PIB nacional. O impacto na economia seria enorme

3 - Confirmou as reuniões que Salgado teve «ao mais alto nível», com Passos Coelho, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque e Durão Barroso, porque nelas esteve presente. Não se recorda se foi em abril ou maio, meses antes do colapso. Com Cavaco Silva, com quem o ex-presidente do BES diz ter tido duas reuniões, não sabe se esses encontros existiram

4 - Essas reuniões foram para pedir ajuda institucional, «tempo». «Não me recordo do Dr. Salgado ter solicitado uma solução pública, o que ele pediu foi tempo para entrar num processo de reestruturação» do GES e «sensibilidade para um financiamento» ao grupo por parte da Caixa Geral de Depósitos. Com o BES, não sentiu «ponta de preocupação» em abril de 2014

5 - Integrou a administração de Vítor Bento a seu convite, mas só depois da insistência do Banco de Portugal, que lhe transmitiu que «o BES era um banco sustentável, sobretudo depois do aumento de capital. Aceitei convencido da viabilidade»

6 - No entanto, quando assumiu funções, deparou-se com um «mundo novo todos os dias». Primeiro, ficou «em choque». «Era uma realidade completamente distinta daquela que me tinha sido relatada e que poderia imaginar». «À medida que a situação vai evoluindo no BES, aí todos nós, dos três administradores e dos outros, também, fomos sendo confrontados com situações que não conhecíamos». «Fui convidado para um projeto sustentável, de um banco que tinha a reputação abalada, mas que ia ser recuperada. Esse era o quadro que nós tínhamos. Esse quadro veio a ser completamente desmentido»

7 - Teve conhecimento da resolução do Banco de Portugal no dia 1 de agosto, à noite. Garante que não foi consultado, «de todo», sobre a solução encontrada. Acabou por ficar no banco mesmo depois disso, e apesar de a via escolhida decretar uma «tarefa» para vender o banco e não ser mais o «projeto» que tinha abraçado. Fê-lo por «espírito de missão». Saiu passado um mês e pouco

8 - Antes disto tudo, tinha sido convidado, em março de 2014, por Ricardo Salgado e José Manuel Espírito Santo, para presidir a comissão executiva da RioForte. Como não conseguia ter acesso a mais informações sobre a ESI, que era acionista da holding não financeira do GES, e quando soube que o passivo era tão elevado (veio a saber-se, depois, vinha sendo ocultado desde 2008), recusou o cargo, porque percebeu que o projeto de reestruturação «não seria exequível» . Nem o salário de 2,1 milhões de euros anuais o aliciou

9 - Depois desse episódio, aceitou que o citassem como sénior advisor do GES, pela reputação que lhe conferiam, e por um «imperativo de consciência para com o país». Foi nessa altura que aconselhou o pedido de ajuda. Para não se gerarem dúvidas sobre a sua independência, recusou qualquer remuneração

10 - Na sequência disso, esteve presente em algumas reuniões do conselho superior do GES, que reunia os cinco ramos da família Espírito Santo, mas não sabia que as conversas, supostamente «informais e privadas», eram gravadas. Até porque «os telemóveis e tablets ficavam à porta, intecetados por um segurança». Ninguém lhe perguntou se as suas declarações podiam ser gravadas, nem deu qualquer consentimento

11 - «Se não tivesse sido convocado, teria pedido para vir cá». José Honório não deu qualquer entrevista à comunicação social até agora, mas confessou ter-se sentido «incomodado» com as notícias «falsas» que vieram a público sobre si

12 - Uma delas, sobre a alegada indemnização que teria recebido quando saiu do Novo Banco. «Recebi zero, porque fui eu que apresentei a minha renúncia»

13 - Salgado só lhe telefonou uma vez na vida, em meados de março de 2014, para o desafio da RioForte, que ele não veio a aceitar. Mesmo depois disso, não manteve com ele qualquer relação. «Não digo isto pelo facto de o Dr. Salgado estar na situação em que está agora, mas porque é verdade». Quando acabou por vir a integrar a vice-presidência do BES, o ex-presidente revelou «desconforto» sobre a sua escolha, num telefonema feito a Vítor Bento, que deu «autorização» a Honório para revelar
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:13

Boas,

ECONOMIA/POLÍTICA00:05
PSD E CDS DESVALORIZAM REUNIÕES DE SALGADO COM PODER POLÍTICO
TIAGO FREIRE
00:05
PSD e CDS desvalorizam reuniões de Salgado com poder político
O posição centra pedidos em Cavaco e Portas, coligação diz que carta não tem nada de novo.
O dia estava reservado para ouvir José Honório na comissão parlamentar do caso BES, mas o que marcou a agenda dos deputados foi a carta enviada por Ricardo Salgado, na qual dava conta das reuniões com vários responsáveis políticos, em 2014.

Depois de o antigo líder do BES revelar a sequência de encontros com Cavaco Silva, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque, Passos Coelho, Durão Barroso e Carlos Moedas, a oposição parlamentar não perdeu tempo a reagir.

PS, PCP e Bloco de Esquerda querem que o Presidente da República responda a questões, por escrito, sobre o conteúdo dos encontros com Salgado, numa altura em que este procurava apoio político para as medidas que defendia para o BES e para o GES. Mas as atenções dos deputados da esquerda não se centraram só aqui, com um reforço do pedido para ouvir o vice-primeiro ministro, Paulo Portas, sobre o mesmo tema.

Portas, aliás, não deixou de reagir no próprio dia. Fonte do gabinete de Paulo Portas recordou à Lusa que está previsto, desde o primeiro dia, que o vice-primeiro-ministro seja ouvido na comissão de inquérito, afirmando que "só por ‘amnésia' alguém pode ignorar esse facto". Será nessa ocasião, segundo a fonte, que Paulo Portas responderá "a todas as perguntas" porque "é o local em que está a ser feito o inquérito". A mesma fonte recorda que "é sabido há muito tempo que o BES pretendeu apoio do sistema financeiro público português, solicitação a que o Governo entendeu não dar provimento".

Do lado da maioria parlamentar, o objectivo foi desvalorizar as informações da carta de Salgado. O PSD pretende conhecer os fundamentos do pedido da oposição para questionar Cavaco Silva, enquanto Cecília Meireles, do CDS, defendeu que houve um "número" da oposição que consiste em "pedidos de audições, para ouvir vários membros do Governo". "Do ponto de vista do grosso (...) traz muito poucas novidades", a carta de Salgado enviada à comissão parlamentar de inquérito, acrescentou a centrista.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:10

Boas,


OPOSIÇÃO QUER QUESTIONAR CAVACO SOBRE REUNIÕES COM SALGADO
11:36 • SÁBADO
Os deputados do Partido Socialista (PS), Partido Comunista (PCP) e Bloco de Esquerda (BE) querem conhecer o conteúdo das reuniões entre o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o ex-líder do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado. Os partidos vão entregar à comissão de inquérito ao Banco Espírito Santo requerimentos com perguntas dirigidas ao chefe de Estado. Ao abrigo da lei, Cavaco Silva poderá responder por escrito, se assim o entender: "Gozam da prerrogativa de depor por escrito, se o preferirem, o Presidente da República, os ex-presidentes da República, o Presidente da Assembleia da República, os ex-presidentes da Assembleia da República, o primeiro-ministro e os ex-primeiros-ministros".

Para o deputado do PS, Pedro Nuno Santos, existiram "responsáveis políticos que foram fazendo declarações sobre a saúde do BES, quando, aparentemente, já sabiam da situação. Logo são necessários mais esclarecimentos". "Se sabiam da situação do BES (…) tinham a obrigação de ter dito", disse o socialista que quer também que Carlos Moedas, à época secretário de estado adjunto do primeiro-ministro, responda a algumas questões sobre o conteúdo das reuniões.

Miguel Trigo, deputado do PCP, afirma que a "prioridade" é fazer perguntas a Cavaco Silva. O representante comunista considera claro que "há informações que devem ser fornecidas à comissão de inquérito".

Também o BE quer questionar o Presidente da República. A deputada Maria Mortágua afirma que a presença de Cavaco Silva é "indispensável" para que a comissão de inquérito "possa apurar toda a verdade sobre os factos relevantes".

As perguntas que vão ser enviadas a Cavaco Silva surgem na sequência da carta enviada pelo antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, à comissão de inquérito. Na carta, foram retratados encontros que eram desconhecidos à comissão. As duas reuniões com Cavaco Silva e uma com Paulo Portas causaram surpresa aos responsáveis pelo inquérito ao Grupo Espírito Santo, que agora esperam por respostas do chefe de Estado.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:09

Boas,

NOVAS VIDAS DE BANQUEIROS CAÍDOS EM DESGRAÇA
Saiba o que andam a fazer atualmente Oliveira e Costa, João Rendeiro, Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal
9:55 Sexta feira, 30 de Janeiro de 2015 |
Novas vidas de banqueiros caídos em desgraça
Oliveira e Costa: Um 'atestado de pobreza'
Os investigadores cansaram-se de procurar e não encontrar bens em nome de Oliveira e Costa, 79 anos. Foi o caso da Parvalorem, a empresa-veículo criada pelo Ministério das Finanças para gerir os ativos tóxicos do BPN. Reclamava uma dívida de €13 milhões ao ex-presidente do banco, mas conformou-se com a recuperação de €1 milhão.

Com duas dações em pagamento, de Oliveira e Costa e da sua ex-mulher, Yolanda, o Estado ficou na posse dos bens que o fundador do BPN tinha passado à última, após a separação judicial do casal, em 2008. O valor patrimonial de imóveis e de carteiras de títulos resultou naquele total. Mas com uma condição: um apartamento na Álvares Cabral, avenida no centro de Lisboa, de cujo edifício Oliveira e Costa é visto a sair para dar um passeio a pé ou beber um café, tem "usufruto sucessivo e vitalício" de Yolanda Oliveira e Costa (a separação do casal foi, claro, de conveniência). Ou seja, o Estado só pode vender a casa depois da morte de Yolanda.

Já o Banco de Portugal, apesar de ter avançado com um pedido de execução de bens, mostra poucas ou nenhumas esperanças de ver pagas as duas contraordenações, transitadas em julgado, que aplicou a Oliveira e Costa, num total de €1,250 milhões. Mesmo informal, o atestado de pobreza funciona.

Jardim Gonçalves: Comer, orar, amar... e lutar pela honra
Fundou e dirigiu o BCP durante 20 anos (entre 1985 e 2005) e fez dele o maior banco privado português. Saiu do conselho superior do banco em 2007, sem honra nem glória. Em consequência do caso das 17 offshores não reportadas à entidade de supervisão, Jardim Gonçalves, de 79 anos, foi inibido pelo Banco de Portugal de exercer qualquer atividade financeira durante 9 anos e multado em um milhão de euros. O processo, contudo, viria a prescrever parcialmente, no final de fevereiro de 2014. Meses depois, em maio, foi condenado, pelo crime de manipulação de mercado. Na biografia autorizada do banqueiro, a vida de Jardim Gonçalves, desde que em 2010 começou a ser julgado o primeiro dos três processos principais, é-nos relatada assim: "Chegar a casa, sorrir para Assunção [sua mulher], tranquilizá-la, jantar, ver um pouco de televisão, ler, rezar a dois, dormir, acordar, preparar a medicação homeopática de sua mulher, sair de Sintra [onde reside], ler no carro os jornais do dia, conversar com Magalhães e Silva, advogado de quem se tornou amigo, em pelo menos metade dos dias sentar-se no tribunal onde escuta testemunhas, advogados de acusação e de defesa, procuradores e juízes." Em dias de julgamento, vai à missa à hora do almoço - um hábito que se vai retomar em breve, quando o pedido de redução da sua pensão privada de reforma, de cerca de 175 mil euros, começar a ser julgado.

João Rendeiro: A limpeza da imagem... com arte
Apagar a imagem que deixou após a falência do Banco Privado Português (BPP), tem sido o principal cavalo de batalha do antigo banqueiro. Criou um blogue, no qual é bastante ativo a comentar assuntos económicos da atualidade. Neste espaço, Rendeiro não se inibe de falar sobre os casos mais recentes, como a falência do BES. Muitos dos que perderam dinheiro devido à sua gestão queixam-se da "falta de vergonha depois de tudo o que fez". Mas Rendeiro não se inibe. Pelo contrário. Esta gestão de imagem é tudo menos amadora. É gerida quase ao milímetro. Ainda recentemente, o antigo banqueiro lançou um livro com crónicas do seu blogue. Não havia ali qualquer interesse comercial ou literário. O objetivo era simples: juntar amigos e mostrar à sociedade que leva uma vida cada vez mais normal. Pelo meio tem tratado dos processos judiciais e recorrido das multas, que já ascendem a 4,1 milhões de euros. Mantém um vasto espólio de obras de arte na sua casa da Quinta Patiño, no Estoril. Aliás, a arte é uma paixão que não larga. Segundo os amigos, Rendeiro continua a viajar pelo mundo para visitar feiras de arte, e é quase passageiro frequente na rota Lisboa-Nova Iorque, a sua cidade preferida. No dia a dia continua a frequentar um dos ginásios mais elitistas de Lisboa, junto ao Marquês de Pombal e os melhores restaurantes da cidade, entre os quais o Eleven, do qual é sócio-fundador.

Filipe Pinhal: Um pé nos negócios
Nos períodos de julgamento, Filipe Pinhal, Jardim Gonçalves, Christopher de Beck e António Rodrigues reuniam-se todos os meses, enquanto os seus advogados concertavam estratégias. Embora esteja inibido de exercer qualquer atividade no setor financeiro, Filipe Pinhal, 68 anos, número dois de Jardim Gonçalves e sucessor, durante escassos meses, de Paulo Teixeira Pinto no BCP, optou por manter-se no mundo dos negócios. Com espírito de empreendedor - foi ele que pôs de pé a Nova Rede do BCP, há 25 anos -, fundou uma empresa imobiliária com os filhos para comprar e recuperar imóveis de prestígio, ao mesmo tempo que começou a atuar como mediador dos bancos na venda de casas a chineses em troca de um "visto dourado". O homem que diz que nunca vestiu o casaco de banqueiro, mas sim o de bancário, é agora um pequeno empresário. Segundo o Diário de Notícias, é também sócio e administrador da Escola Internacional St. Dominic's, em Carcavelos. E deu a cara pelos reformados indignados assim que o Governo começou a cortar as pensões mais elevadas.

Condenado, em maio, pelo crime de manipulação de mercado, Filipe Pinhal viu a sentença ser confirmada no âmbito de outro processo, em agosto, para um total de sete anos de inibição. O gestor recorreu da decisão
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 30/1/2015 13:06

Boas,
A VIDA 'SOLITÁRIA' DE RICARDO SALGADO

Saiba como ocupa os seus dias aquele que já foi o homem mais influente de Portugal. Muito só, Salgado vai aproveitar o tempo livre para escrever as suas memórias, uma obra que poderá deixar muita gente inquieta. Conheça também a nova vida dos outros banqueiros caídos em desgraça
José Plácido Júnior , Paulo M. Santos e Clara Teixeira (artigo publicado na VISÃO 1142, de 22 de janeiro)
9:54 Sexta feira, 30 de Janeiro de 2015
Ricardo Salgado entra em casa com a mulher, depois da missa de domingo, 18 de janeiro. Ao lado, a capa da edição 1142 da VISÃO
Conheça aqui também a nova vida dos outros banqueiros caídos em desgraça
Quando no domingo, dia 18 de janeiro, Ricardo Salgado, 70 anos, entrou e saiu da tradicional missa celebrada na capela da família, na Gandarinha, Cascais, pela porta das traseiras da pequena igreja, aconteceu, ao vivo e a cores, uma metáfora da queda em desgraça do ex-patrão do Grupo Espírito Santo (GES). Com indumentária simples, Ricardo Salgado teve apenas de dar uma dezena de passos para sair por um portão incrustado na alta cerca metálica verde que rodeia a sua moradia, situada paredes-meias com a igreja, e chegar à tal porta das traseiras, pela qual, na capela, se acede aos aposentos do padre. Poucas palavras trocou com alguns dos presentes, sentou-se na primeira fila, e, no fim da eucaristia, fez rapidamente o mesmo caminho de volta a casa, após persignar-se em frente do altar.

Na segunda fila, atrás de Ricardo Salgado, mas a uma distância higiénica do antigo patriarca, sentou-se o comandante António Ricciardi, 95 anos. Pai de José Maria Ricciardi, 60 anos, o primo que se tornou inimigo figadal de Salgado e vice-versa, o velho comandante chegou à igreja ao volante de um Mercedes, e entrou e saiu da capela pela porta principal. Observando de fora, as metáforas continuam a ser irresistíveis: no átrio, Ricciardi dirige-se para o seu carro; ao fundo, nas traseiras, Salgado caminha para a sua casa; e, na frontaria da pequena igreja, está esculpida uma pomba em voo, que parece agora a pique e suicida.

Hoje, até um capelão militar reformado, com a patente de tenente-coronel, como Avelino Alves, que há 14 anos dá a missa na igreja dos Espírito Santo, admite ser "complicado" gerir os conflitos que se acumularam na família.

Já lá vão os tempos das enchentes até à rua na missa da capela dos Espírito Santo. A frequência caiu para um terço. "Ia lá gente que perdeu milhões com a implosão do BES/GES e que de maneira nenhuma concebe estar no mesmo espaço que Ricardo Salgado", explica um morador da zona.

O perdão tem que se lhe diga
O padre Avelino Alves, 63 anos, reconhece que a frequência da missa, capaz de albergar uma centena de fiéis, se tornou "muito oscilatória". O ambiente, esse, é que mudou - e muito. "Há uma certa frieza", analisa o padre. "À porta, a falarmos depois da missa, já não é a mesma coisa. As pessoas estão encolhidas. Agora, os silêncios e os olhares falam mais do que as palavras."

Com Ricardo Salgado, também tudo é diferente. "Continua ali na frente, sempre no seu lugar na comunidade", elogia Avelino Alves. "Mas a maneira como as pessoas o observam, o olham, já não é a mesma." O padre, porém, não deixa cair o amigo em dificuldades: "Apesar de se sentir tantas vezes sozinho, isolado de tudo e todos, é um grande homem. Digo-lho, sempre que posso, no fim da missa. Os grandes homens veem-se nas adversidades, nas lágrimas, na dor."

Os encómios do padre estendem-se à outra trincheira da guerra familiar, na pessoa do comandante António Ricciardi. "É um homem que também admiro", diz Avelino Alves. "Sempre no lugar dele, com uma personalidade firme, e sabe Deus o que sofre. Está ali todos os domingos, levanta-se, ajoelha-se, com uma postura que impressiona."

O padre admite que as homílias não são fáceis de fazer neste contexto, mas já teve a compensação de ver Ricardo Salgado a estender a mão a António Ricciardi, quando, numa missa, pediu aos fiéis que se saudassem na paz do Senhor.

Mas, ainda assim, será que o padre vislumbra alguma possibilidade de os Espírito Santo voltarem a unir-se? Resposta pronta: "Infelizmente, não."

A defesa e as memórias
Mas não é só com a família que Salgado presta contas. O ex-banqueiro continua a levantar-se cedo para trabalhar, mas a deslocação passou a ser mais curta. De Cascais é conduzido todos os dias para o novo quartel-general, na Rua de Macau, no Estoril, perto das traseiras do Casino. É ali que está a preparar a sua defesa nos processos judiciais que se avizinham. Para enfrentar esta demanda, constituiu um gabinete que conta com dois profissionais da comunicação, um advogado, Francisco Proença de Carvalho, filho de Daniel Proença de Carvalho, e com Rita Marques Guedes, uma espécie de chefe de gabinete, que faz a articulação entre os vários elementos da equipa. Esta gestora foi durante anos secretária-geral da Ongoing, a empresa de Nuno Vasconcellos, que é acionista de referência da Portugal Telecom. Para sua assistente direta, Salgado trouxe consigo a sua secretária do BES.

Recentemente, iniciou uma nova tarefa: escrever as suas próprias memórias, livro que deverá ser publicado dentro de um ano. "Ricardo Salgado foi uma voz influente na grande maioria dos negócios e decisões de âmbito económico e financeiro que se realizaram em Portugal. A expectativa em relação ao que irá ser publicado nas suas memórias está a deixar muita gente influente apreensiva", diz à VISÃO uma fonte próxima do ex-banqueiro.

A vida agora permite-lhe mais momentos de descanso. Quando liderava o BES, era raro o dia em que deixava o escritório antes de ser noite cerrada. Hoje, é raro o dia em que não janta em casa. Ao almoço, é frequente ser visto no restaurante Jackpot, em frente à entrada principal do Casino do Estoril, o mais próximo do atual escritório.

A vida, os rumores e os factos
Apesar da queda do BES, dinheiro é algo que não falta a Ricardo Salgado. Só nas três amnistias fiscais a que aderiu (2005, 2010 e 2013) regularizou 26 milhões de euros.

O mesmo acontece com as chamadas "cabeças" das restantes quatro famílias que lideravam o grupo. Além das poupanças acumuladas, estes são ainda possuidores de um vasto património em nome individual. Mas, o mesmo não acontece com muitos outros Espírito Santo.

Dos 400 elementos da família, mais de metade trabalhava no grupo. Muitos deles recebiam dividendos sempre que existia distribuição dos lucros das empresas. Outros auferiam bónus chorudos e até mesadas. Dinheiro era algo que não faltava entre o clã. Mas, após a falência do grupo tudo mudou. Em Cascais contam-se várias histórias em surdina. Algumas senhoras que dominavam alguns círculos mais fechados da elite de Cascais são agora o alvo do falatório da mesma sociedade que anteriormente as idolatrava.

Desde dívidas em lojas, a festas canceladas, casas hipotecadas e joias vendidas, tudo surge à conversa quando o tema são os Espírito Santo. Um comerciante local confessa à VISÃO estar a par de muitas destas histórias, mas garante que, na sua loja, "ninguém da família ficou a dever um tostão". Conta um caso de uma Espírito Santo que saiu humilhada do cabeleireiro após a dona do estabelecimento "ter dito que não lhe arranjava mais o cabelo enquanto ela não saldasse as dívidas". "E tudo em frente às senhoras da sociedade de Cascais", remata.

Mais isolado
Salgado já não era muito dado a aparecer em festas sociais, mas agora, evita-as ainda mais, sobretudo para não voltar a passar humilhações, como as que aconteceram à porta da igreja, ou na sala VIP do aeroporto, onde se expôs a reações bastante agressivas de pessoas lesadas pela queda do BES.

Impedido de sair do País, o ex-banqueiro já tentou, por três vezes, pedir autorização para viajar. Todas negadas. Não se sabe qual o propósito, mas viajar era algo que fazia todas as semanas. Se não fosse em trabalho era em lazer ou para visitar os netos da sua filha Catarina, casada com Philipe Amon, uma das maiores fortunas da Europa, que vivem na Suíça.

Perante esta impossibilidade, Salgado não pode desfrutar das suas habituais semanas num barco ao largo do Mediterrâneo, nem passar um período no resort de luxo de Txai, em Itacaré, no Estado da Baía, entre Salvador e Ilhéus. E muito menos poderá fazer algo que cumpria quase religiosamente: usufruir de uma semana de neve numa estância da Suíça.

As suas férias deste ano resumiram-se a um período na Herdade da Comporta, onde tem casa desde o verão de 2011. Apesar de se situar perto do mar, a casa é bastante afastada das zonas mais concorridas pelos populares. Para ali chegar, é necessário percorrer vários quilómetros em terra batida. E não é percetível a quem passa a pé na praia. Mas nem ali, naquele refúgio da família Espírito Santo, as coisas foram como eram.

A famosa tenda de piquenique, que era montada todos os anos na Torre, um dos sítios mais inacessíveis dos 12 quilómetros de praia que se estendem em frente à Herdade da Comporta, passou a ser uma memória. Juntava-se nela uma boa parte da família, contava com um serviço de buffet, empregados a servir e muito champagne.

Quem também deixou de partilhar as férias com Ricardo Salgado foi o outrora seu amigo Henrique Granadeiro. O ex-presidente da PT, que trocou algumas acusações com Salgado, foi visto este ano com a família a desfrutar das novas condições do complexo de Troia durante o verão.

A Ricardo Salgado resta-lhe agora a confiança dos poucos amigos, tal como se viu na missa do passado domingo, e da mulher, dos três filhos e dos seis netos.





"O grande mal é ninguém assumir as culpas"
Avelino Alves, o padre dos Espírito Santo, dá a sua versão sobre a derrocada da família

O que explica os conflitos entre os Espírito Santo?

O grande mal é ninguém assumir as culpas. Para haver perdão tem de existir arrependimento. E há muitos que não se arrependem. Acham que não têm culpas.

As missas na capela da família não ajudam a mudar esses comportamentos?

Ali cantamos e rezamos ao mesmo Deus. Mas, no fim, cada um vai comer a sua casa.

Ricardo Salgado resistirá ao que tem de enfrentar?

Está a sofrer muito, mas é um homem forte, com personalidade e caráter, humanista, cristão. Mesmo com todo o mundo contra ele, vai saber resistir, apesar de estar numa situação terrível. Tem uma força interior muito grande, seja humana seja de fé. Não acredito que o destruam.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/1/2015 20:22

Boas,

HONÓRIO ACUSA BANCO DE PORTUGAL DE MUDAR PROJECTO PARA NOVO BANCO
29 Janeiro 2015, 18:55 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

O antigo administrador do Novo Banco diz que o modelo de venda em dois anos do Novo Banco era uma proposta "diferente" da que foi feita no início de Agosto, quando nomeado para a instituição. "Não estávamos perante um projecto. Estávamos perante uma tarefa".
O modelo de futuro do Novo Banco era um no início de Agosto de 2014. Diferente daquele que se concretizou e que ficou definido pouco tempo depois. A garantia foi dada por José Honório, que disse que foi por isso que abandonou a administração daquele banco herdeiro do BES, como fez Vítor Bento.

Aceitando ser administrador do Novo Banco – como tinha acontecido com o BES duas semanas antes –, em Agosto de 2014, a proposta era que o banco de transição fosse "reestruturado", com uma "nova base accionista privada, com recurso a investidores âncora e com dispersão em bolsa". Aliás, no fim-de-semana da resolução, houve uma alteração ao regime legislativo sobre a banca que permite essa venda por vários accionistas no mercado bolsista.

Mas as "coisas evoluíram de forma diferente". "O modelo de alienação afastou-se daquele que nos tinha sido confiado", disse José Honório na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES. E, aí, só ficou na instituição pelo "espírito de missão" - a mesma que o tinha levado ao BES em Julho, para suceder à equipa de administração de Salgado. "Não estávamos perante um projecto. Estávamos perante uma tarefa", disse.

O Banco de Portugal tem dito que não poderia fazer uma proposta diferente do que a de vender o Novo Banco até Agosto de 2016, dois anos após a resolução. O regulador defende que essa alienação é obrigatória por lei. Neste momento, o processo de venda da instituição que herdou os activos e passivos saudáveis do BES segue em frente. Foram entregues 17 manifestações de interesse. Espera-se para breve a entrega das propostas.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/1/2015 20:20

Boas,


LAGINHA DE SOUSA: O QUE ACONTECEU NO BES "FOI PROFUNDAMENTE NEGATIVO PARA O MERCADO"
29 Janeiro 2015, 18:59 por Raquel Godinho | rgodinho@negocios.pt, Patrícia Abreu | pabreu@negocios.pt

O presidente da Euronext Lisbon acredita que os casos BES, GES e PT "são incontornáveis na história de 2014" e "profundamente negativos para o mercado".
Na apresentação que antecedeu a entrega dos Euronext Lisbon Awards, Luís Laginha de Sousa falou daquele que considera ser o "elefante na sala" em 2014: "as implicações que o caso GES/BES e PT tiveram".

São acontecimentos "incontornáveis na história de 2014". "É algo que aconteceu e é algo que não devia ter acontecido. E é profundamente negativo para o mercado", resumiu o presidente da gestora da bolsa de Lisboa.

Perante estes acontecimentos, "é preciso agir para recuperar a confiança dos investidores" e "fazer com que os erros não se repitam", adiantou.

Mas Luís Laginha de Sousa destacou também os casos de sucesso, nomeadamente a oferta pública inicial (IPO) e as quatro ofertas públicas de aquisição (OPA) lançadas sobre a Espírito Santo Saúde.

"Num momento em que o país estava sob assistência financeira, uma empresa cotada em Portugal conseguiu atrair investidores estrangeiros e maximizar valor", adiantou Luís Laginha de Sousa que estendeu "a mesma leitura para os CTT". "Quando há oferta, a procura aparece", concluiu Luís Laginha de Sousa.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/1/2015 20:18

Boas,

BES. RICARDO SALGADO ADMITE DOIS ENCONTROS COM CAVACO SILVA

Foto: EPA
Ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo escreveu à comissão de inquérito com detalhes sobre encontros com várias personalidades políticas. 29-01-2015 16:21

PCP e BE querem ouvir Cavaco Silva na comissão de inquérito ao BES
O que falhou no BES? "Não foram os auditores"
BES. PwC detectou problemas nas contas e funcionamento do grupo
Comissão BES. As frases de dois meses à procura do dono da culpa
A comissão de inquérito ao caso BES recebeu, esta quinta-feira, uma carta de Ricardo Salgado onde detalha todos os encontros que teve com personalidades políticas durante o ano passado. Dois foram com o Presidente da República.

O ex-presidente executivo do BES já tinha admitido um encontro com Cavaco Silva, em Belém, mas agora o antigo banqueiro revela que afinal teve duas reuniões.

Numa carta dirigida à comissão de inquérito ao BES, divulgada pelo "Observador", Ricardo Salgado diz ainda que se encontrou duas vezes com Pedro Passos Coelho, com Maria Luís Albuquerque, uma vez com Carlos Moedas (então secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro), uma vez com Durão Barroso (então presidente da Comissão Europeia) e ainda com Paulo Portas, vice-primeiro-ministro.

Quando foi ouvido na comissão, Ricardo Salgado assumiu que se tinha encontrado com responsáveis políticos aos quais pediu uma intervenção do BES via Caixa Geral de Depósitos.

Salgado disse à comissão de inquérito que a sua agenda foi apreendida pelo Ministério Público e não tem portanto "absoluta certeza" da exactidão de todas as datas, mas socorreu-se de vários documentos e "informações prestadas por outros intervenientes" para fazer tal retrospectiva.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

No início do mês, Ricardo Salgado reafirmou "total disponibilidade" para voltar à comissão de inquérito à gestão do banco e do Grupo Espírito Santo (GES) se e quando os deputados "assim o entenderem".
 
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