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Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por setas » 27/9/2012 20:58

cito:

FMI quer abater dívida grega com credores públicos

Em Portugal a opção de reestruturação, pública ou privada, ainda não foi avançada publicamente pelos credores.

O Fundo Monetário Internacional quer recolocar na agenda da crise do euro um perdão de dívida por parte dos credores oficiais, Estados-membro e Banco Central Europeu, começando pela Grécia onde o sector público, detém cerca de 200 mil milhões em títulos gregos. Essa é a solução que está a ser avançada pelo FMI nas discussões da ‘troika' em Atenas para superar a diferença nos indicadores de sustentabilidade da dívida grega depois das derrapagens nas contas este Verão.

Em Portugal essa opção de reestruturação, pública ou privada, ainda não foi avançada publicamente pelos credores mas a dívida pública vai saltar este ano a fasquia dos 120%, a partir da qual muitos consideram ser insustentável.
 
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por tava3 » 27/9/2012 20:57

O que é que isso interessa? Se é impagável pouco importa se somos contra ou a favor.
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por Dom_Quixote » 27/9/2012 20:54

Elias Escreveu:E depois do haircut, vais fazer o quê? Pedir mais dinheiro emprestado?


Onde? À Venezuela?
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por Elias » 27/9/2012 20:52

tavaverquenao2 Escreveu:Cortar no dos credores, vai acontecer mais cedo ou mais tarde, um perdão de parte da divida ou haircut.


És favorável a um haircut?

tavaverquenao2 Escreveu:A divida é impagável neste rumo, mais vale ser já, antes de rebentarem com o que resta da economia.


E depois do haircut, vais fazer o quê? Pedir mais dinheiro emprestado?
 
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por tava3 » 27/9/2012 20:50

rcostab Escreveu: Sem duvida!!! A questão e mesmo essa, para se ser sustentável tem que se cortar onde dói !!!!!


Cortar no dos credores, vai acontecer mais cedo ou mais tarde, um perdão de parte da divida ou haircut. A divida é impagável neste rumo, mais vale ser já, antes de rebentarem com o que resta da economia.
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por MarcoAntonio » 27/9/2012 20:34

Tenho sempre a sensação que em períodos de atrito social o Estado fica com pele de galinha ao ter de agir junto das forças de segurança e das forças militares.

Pode ser só impressão minha claro e nem ter nada que ver com aqueles regimes de excepção, promoções, etc em tempos de crise e austeridade...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por rcostab » 27/9/2012 20:31

MarcoAntonio Escreveu:
rcostab Escreveu: Sem duvida!!! A questão e mesmo essa, para se ser sustentável tem que se cortar onde dói !!!!!


Podes clarificar melhor?


Seguramente a rubrica Defesa, será um local onde se deve pensar na sua estrutura e funcionamento actual.
 
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por Elias » 27/9/2012 20:31

MarcoAntonio Escreveu:Não está aí tudo, isso é basicamente só metade da despesa.

Além disso essa é também uma organização por classificação funcional, o que também limita um pouco o debate do que pode ser cortado (dado que existem custos que são transversais e além disso, quando se diz por exemplo "cortar na saúde" não se sabe bem do que é que se está a falar, se é cortar no pessoal (e de que forma - s e é reduzir pessoal ou simplesmente cortar o salário) ou se é reduzir no material (corte em despesas correntes) o que resulta na redução de serviços ou na redução da qualidade do serviço, etc).


Continuarei o tema no tópico "orçamento zero" porque este tópico é demasiado confuso e abrangente.
 
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por MarcoAntonio » 27/9/2012 20:23

rcostab Escreveu: Sem duvida!!! A questão e mesmo essa, para se ser sustentável tem que se cortar onde dói !!!!!


Podes clarificar melhor?
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por MarcoAntonio » 27/9/2012 20:22

Não está aí tudo, isso é basicamente só metade da despesa.

Além disso essa é também uma organização por
classificação funcional, o que também limita um pouco o debate do que pode ser cortado (dado que existem custos que são transversais e além disso, quando se diz por exemplo "cortar na saúde" não se sabe bem do que é que se está a falar, se é cortar no pessoal (e de que forma - s e é reduzir pessoal ou simplesmente cortar o salário) ou se é reduzir no material (corte em despesas correntes) o que resulta na redução de serviços ou na redução da qualidade do serviço, etc).
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por LTCM » 27/9/2012 20:16

psfg Escreveu: Li algures que o governo de Margaret Tatcher criou uma geração de jovens sem abrigo como consequência de uma série de reformas.

Também li que baixou impostos. E é tudo o que eu sei. Alguem pode indicar um livro, artigo ou site onde consiga informação sobre isto ?


http://www.heritage.org/research/lectur ... t-thatcher
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por rcostab » 27/9/2012 20:16

Elias Escreveu:Bem, o "insiste em gastar mais do que tem" foi uma força de expressão.

Mas a questão essencial é esta: é possível cortar na despesa? Se sim, onde e em que rubricas?

(valores em milhões de euros)





Sem duvida!!! A questão e mesmo essa, para se ser sustentável tem que se cortar onde dói !!!!!
 
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por Elias » 27/9/2012 20:07

Bem, o "insiste em gastar mais do que tem" foi uma força de expressão.

Mas a questão essencial é esta: é possível cortar na despesa? Se sim, onde e em que rubricas?

(valores em milhões de euros)
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por MarcoAntonio » 27/9/2012 19:46

Elias Escreveu:
Isto não é verdade.

Há dinheiro. Há muito dinheiro.

A receita do Estado desde Janeiro até Agosto foi de 44 mil milhões de Euros. Não há dinheiro?

A receita do Estado até ao final do ano deverá andar pelos 66-67 mil milhões de Euros. Não há dinheiro?

Claro que há dinheiro. Há resmas, paletes, camiões, himalaias de dinheiro. 67 mil milhões de euros é muito dinheiro.

O problema não é a falta de dinheiro.

O problema é que apesar de as receitas serem de 65 ou 70 mil milhões por ano, o Estado insiste em gastar 80 mil milhões ou até mais.

Esse é que é o problema. Não é a falta de dinheiro. É o Estado querer gastar mais do que tem.


Também não exageremos, o déficit não é de 20%. Outra questão está na "insistência" em gastar mais do que tem. Não creio que seja uma forma correcta de colocar a questão uma vez que há parcelas da despesa que o Estado não controla totalmente (não só juros mas até gastos de despesa corrente que não são antecipados mas que surgem, em boa verdade o Estado é demasiado grande para alguém - o Governo ou seja quem for - o controlar totalmente) e há parcelas da receita que podem falhar as previsões (seja por incompetência ou falta de rigor, seja por factores imponderáveis).

Convém registar que apesar da situação difícil que atravessamos, apesar do Estado não estar a fazer tudo o que pode ou deve (pelo menos em determinadas áreas) também convém referir que existiu um esforço muito grande e que já muito foi feito, iniciado pelo Governo anterior e continuado por este, para conter a despesa.

Não se deve hiper-simplificar o que é complexo, é a minha opinião e nesta matéria não é diferente pois acaba-se por transmitir (mesmo que inadvertidamente) mensagens erradas. Há que reconhecer, gostando ou não da governação ou dos partidos ou do sistema, que existem também factores conjunturais, economicos, sociais, de justiça, etc que jogam contra a resolução célere ou eficaz dos problemas. Não creio que seja portanto uma questão de insistência, apenas que não é fácil quando existem tantos factores conjunturais adversos bem como factores estruturais que não se podem mudar de um dia para o outro pelas mais variadas razões.

E penso que o problema resume-se muito mais a isto actualmente, muito mais do que a uma "insistência" em gastar mais do que o que se tem (tanto mais que o saldo primária já está bastante equilibrado) o que de momento não considero uma descrição minimamente adequada. Já terá sido verdade mas de momento já não é este o nosso problema imediato...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por richardj » 27/9/2012 19:28

e a onde se vai buscar esses 10 mil milhões :lol:


para comer o défice precisávamos +- de um aumento de 30% da receita do IVA, IRS e IRC (cada um contribui com +- 11 mil milhões).

Ora isto é incrivelmente difícil de conseguir( e não vai lá aumentando os impostos como estão a ser aumentado).

alias, acho que portugal deve andar com um nível tributário de 38 39 %, o que é uma brutalidade...
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por gorgo » 27/9/2012 19:27

Elias Escreveu:
A-330 Escreveu:5.O país está sem dinheiro.Ponto.Não há dinheiro.


Isto não é verdade.

Há dinheiro. Há muito dinheiro.

A receita do Estado desde Janeiro até Agosto foi de 44 mil milhões de Euros. Não há dinheiro?

A receita do Estado até ao final do ano deverá andar pelos 66-67 mil milhões de Euros. Não há dinheiro?

Claro que há dinheiro. Há resmas, paletes, camiões, himalaias de dinheiro. 67 mil milhões de euros é muito dinheiro.

O problema não é a falta de dinheiro.

O problema é que apesar de as receitas serem de 65 ou 70 mil milhões por ano, o Estado insiste em gastar 80 mil milhões ou até mais.

Esse é que é o problema. Não é a falta de dinheiro. É o Estado querer gastar mais do que tem.


O muito ou pouco é relativo.

Queremos que sejam reduzidos serviços públicos?
Queremos que se continuem a reduzir salários no público e pensões em todos os reformados e pensionistas?

Queremos mais cortes na Educação e saúde?

Saúde e educação tendenciamente privada?

Queremos uma mudança de paradigma no sistema das reformas em que cada um passa a ter uma conta individual e gere a suas contribuições e a sua reforma é o resultado da sua gestão individual?

Afinal há muitas alternativas, mas muita gente não as quer. Só quer ver o seu lado, o seu interesse.
 
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por rollingsnowball » 27/9/2012 19:20

psfg Escreveu:Tenho seguido este forum há já algum tempo, mas só agora consigo participar através de um novo registo de utilizador.

Quero apenas deixar o meu ponto de vista de tudo aquilo que já li aqui e sobretudo a minha incredulidade pela loucura/esquizofrenia em que Portugal está, sobretudo na perspectiva de quem vê de fora do país. O velho ditado nunca esteve tão certo: "Casa onde não há pão....."

Apresentação / Contexto actual:

Trabalhei 14 anos num banco na zona de Lisboa, na área de TI. Em Julho 2011 fui despedido num despedimento colectivo.

No inicio deste ano, eu e a minha mulher emigrámos para o Reino Unido.

Embora eu tivesse feito do Forex e Betfair uma maneira de ganhar a vida, a minha mulher tendo uma clinica, não tirava ordenado há 6 meses (gerava apenas o suficiente para pagar as contas) e daí a decisão de sairmos de Portugal.

- Não me chocou minimamente o PPC ter sugerido a emigração se houver oportunidade para tal. Sempre tive irmãos emigrantes. Obviamente custa, mas entendo que
somos nós que temos que procurar as soluções para a nossa vida e não o estado que deve ser nosso pai.

Tb de forma óbvia há pessoas que nem sequer têm oportunidade de emigrar, mas creio que essa mensagem não era dirigida a elas.

No entanto, foi ver dias e dias os media e políticos como hienas em volta do tema, insuflando gravidade em algo natural.

Da mesma forma a declaração de que o desemprego deve ser encarado como uma oportunidade, teve a mesma reação de virgens ofendidas.
Para mim foi uma oportunidade. Não será certamente para a maioria, mas pode ser para alguns e a declaração teve como destinatários as pessoas que o podem tornar uma oportunidade.

Não há drama nenhum nessa frase. Mas, mais uma vez sound bytes, politiquice e rios de tinta...

No fundo as pessoas estão habituadas ao marketing, a paninhos quentes e festinhas e a raramente pensarem pelas suas cabeças.


Quero agradecer a todos os participantes, sobretudo aos que têm colocado informação objectiva, dados estatísticos, etc.. Isso permitiu-me aprender
muito e sobretudo construir a minha própria análise baseada o mais possível em factos.

Para chegarmos ao buraco onde estamos há irresponsabilidade política e responsabilidade criminal.

Infelizmente, como nunca foi apurada a responsabilidade criminal o país caiu no tal estado esquizofrénico de chamar gatunos, quadrilha de ladrões e outras coisas a todo o governante que lhe apareça independentemente do seu percurso profissional.

Quando este governo se meteu num caminho impossível, fê-lo pq não havia alternativa que não fosse sair imediatamente do euro.
Entre capitular imediatamente ou seguir pela infima possibilidade de sucesso escolheu e bem (em minha opinião) a 2ª hipótese.

Um pouco como os filmes de acção onde o personagem se atira para um abismo para salvar alguém e à última da hora surge uma corda, uma escada ou outra coisa qualquer que lhe permite a salvação.

Por isso Vitor Gaspar terá dito que precisava de sorte quando iniciou o mandato. Sorte para aparecer uma corda. Creio que agora se percebe melhor a declaração.

Parte da corda de salvação foi dada pelo BCE na decisão para compra de dívida. A outra parte foi dada com mais um ano de prazo dado pela Troika.

No entanto e apesar de gritarmos tanto contra os políticos, estamos a ser envolvidos em mais sound bytes e a ser manipulados como de costume caminhando em direcção ao abismo em vez de juntarmos as duas pontas da corda aproveitando-a para subir.

Aqui lamento e responsabilizo PPC por não ter assumido de inicio um corte radical com a maneira de fazer politica em Portugal. Fê-lo, mas só até certo ponto e ficar a meio caminho é fatal.

O meio caminho que foi feito (2 exemplos):

- Constituiu e bem um governo maioritáriamente de técnicos rompendo com as "caras do costume"

A esquizofrenia vem de todos os que criticam o governo por ser inexperiente, sem comunicação política. Esses são os mesmos que muitas vezes que chamam ladrões aos políticos.

Só posso ser levado a concluir que as pessoas gostam é de marketing e festarola.

Tenho poucas dúvidas que muita desta critica é fomentada pelo PSD. A máquina partidária quando não é alimentada.....

- A redução do défice

http://economico.sapo.pt/noticias/devia ... 52723.html

O comentário do Fernando Ulrich resume o quero dizer. No final o défice derrapou mas pelo lado da receita

O meio caminho que não foi feito (2 exemplos):

- Há um ano atrás ter dito que de forma definitiva acabava o 14º mês

Bem sei que vindo do país das maravilhas onde muitos viviam era dificil uma decisão dessas e provavelmente seria linchado. Também não sei se o próprio PPC achava que o caminho era apenas dificil ou impossivel sem uma medida dessas. Creio que se achasse impossível teria tomado a decisão radical de cortar definitivamente.

Mas depois, lá viria a inconstitucionalidade.....

Aproveito para sugerir a todos aqueles que pediram a inconstitucionalidade do corte dos subsidios, que vão puxando pela cabeça e preparando o texto para quando falirmos pedirem a inconstitucionalidade da referida falência.

- A reforma das autarquias


Embora esteja a defender PPC, que fique claro que não defendo o PSD. É apenas mais um partido de interesses.

Aliás como já foi debatido neste forum, estamos metidos numa teia de interesses partidários e outros que estão instalados e fazem tudo para manterem o rendimento.

Mas isto é definitivamente culpa nossa.

Cheguei a Portugal de férias no dia 15/09, dia da manifestação e de uma perspectiva de esperança passámos eu e a minha mulher a desilusão.

Tinhamos pensado regressar ao fim de um ano e meio a dois anos. Por isso começámos a fazer o projecto para uma nova clinica para estar pronta no final de 2013.

Depois de ter visto o que vi na manifestação fiquei com a sensação que em breve estaremos no escudo e que está tudo na mesma em termos de sociedade civil.

Adiámos sem prazo a ideia de investir em Portugal.

As pessoas gritam contra os políticos mas são manipuladas por eles. Fazem a manifestação como se fosse uma ruptura, mas apenas dão corpo a mais do mesmo.

Quem está na miséria é manipulado e usado.

Como foi aqui dito, se a manifestação fosse contra a corrupção, pela responsabilização criminal dos políticos, pela redução das autarquias, pela redução do número de deputados, etc... então sim o país tinha mudado na atitude e isso podia ser o início de uma nova democracia.

Agora, "Fora com a Troika, queremos as nossas vidas" mostra que muita gente não tem os pés na terra. Ou melhor, muitos terão pq estão numa situação de miséria e desemprego, mas estão a ser usados mais uma vez pela mesma classe política que tanto criticam.

A esquizofrenia vem de que alguns dos que lá estavam votaram em Isaltino, Felgueiras e por aí fora....


Em vez de insultarem tudo e todos de gatunos e ladrões, e pedir que a troika vá embora (devem achar que fica cá um pote de ouro qdo forem, assim estilo 72 virgens...) as pessoas deviam
mobilizar-se por causas concretas e viáveis.

Isso sim começaria a fazer a diferença.

- Redução do numero de deputados para 180 - É um combate que vale a pena e é possível. Existe uma petição online e esta era uma manifestação que eu iria. É infimo no défice mas dá ânimo e moraliza.
Tb seria interessante ver cair a máscara de muitos políticos, pq apesar da matemática ser uma ciência exacta qdo se falou no passado na redução,os vários aparelhos levantaram dificuldades.

- Penalização do enriquecimento ilicíto - A lei foi chumbada mas vai voltar ao parlamento. Devíamos lutar para que a mesma seja feita sem truques no texto

- Rendas excessivas sector energético - Deviamos fazer manifestações à porta da EDP. Não é caricatura mas a mudança passa mais pelos nossos pequenos actos do que por grandes gritarias. Deviamos obrigar a GALP a passar imediatamente factura no pré-pagamento, etc..


Um dos nossos problemas é este. Não fizémos/fazemos a nossa parte na sociedade e depois gritamos que nem uns doidos e chamamos ladrões a torto e a direito. Quantos de nós pedem sempre factura ?

Todos nos queixamos da economia paralela, mas quantos de nós a combatem????

Temos uma atracção pelo abismo e uma tendência para a auto comiseração, além de muitas vezes falarmos do que não sabemos e embarcarmos na musica que nos dão.

Dou o exemplo de um texto do João Quadros no jornal de negócios, onde falava da homenagem feita ao NHS pelos britânicos nos jogos olimpicos e aproveitava essa deixa para fazer uma piada dizendo mal do nosso SNS.

Nos 7 meses que levo aqui, por casos concretos que tive conhecimento pessoal e por bastante leitura dos jornais de cá, tudo o que me foi apresentado mostra que o nosso SNS é bem melhor que o NHS e é muito menos gratuito (digamos assim) que em Portugal.

Da mesma forma aqui (UK) os políticos e esquemas partidários são semelhantes. Interesses, jogos de bastidores, etc...

As pessoas ficam todas contentes quando ouvem dizer o Seguro: "Se vai privatizar a CGD tem o PS pela frente"

Ok, o que é que isto quer dizer ???? Nada.....

Se dissesse que o PS não admite a privatização da CGD em razão de A, B, C e D sendo estas opções argumentos quantificáveis, isso sim era oposição.

Confesso que simpatizava com o Seguro até ao congresso do PS onde foi reeleito o Socrates. Toda a gente esperava que ele avançasse, mas pelo habitual
jogo partidário e calculismo político ficou calado à espera que Sócrates caisse por si.

Creio (corrijam-me se estiver errado) que a única pessoa que falou contra o Socrates foi o Carrilho.

Isto numa altura em que era bem claro que íamos a caminho do precipício, o facto de o Seguro ter ficado calado tirou-me todas as ilusões sobre sangue novo no PS.

Da mesma forma não compreendo quem defende José Sócrates.

É verdade que o buraco tem 38 anos e de PS e PSD sobretudo, mas eu vejo as coisas assim:

- Há pessoal nestes 38 anos que meteu dinheiro ao bolso (no deles e no dos amigos) e para esses devia haver responsabilização criminal.

- Houve pessoal nestes 38 anos que não meteu dinheiro ao bolso mas andou a distribui-lo e a gozá-lo bem (em obras, carros de serviço e afins).

- E houve o Sócrates:

Numa analogia faz lembrar um tipo a guiar um carro com a familia toda lá dentro (nós), os pneus carecas e o piso molhado.

Apesar de todos os avisos na estrada que os pneus estão carecas e a estrada
molhada ele acelera cada vez mais, com a ideia de que: "É acelerando mais (gastando mais) que ganhamos aderência !"

No final o carro espetou-se e agora temos que pagar uma perda total quando antes só tinhamos que pagar uns pneus careca e uma revisão a fundo.

Por isso a minha atribuição de responsabilidade ao Socrates.

Foi avisado e mais que avisado. Por uma questão de ego, incompetência, ou o que fôr não pôs um travão a tempo para minorar os danos. E podia tê-lo feito em 2009.

Peço desculpa dos comentários serem meio desgarrados, mas este tópico é grande e só hoje consegui participar.

Uma ultima questão em que talvez alguem possa dar alguma informação.

Li algures que o governo de Margaret Tatcher criou uma geração de jovens sem abrigo como consequência de uma série de reformas.

Também li que baixou impostos. E é tudo o que eu sei. Alguem pode indicar um livro, artigo ou site onde consiga informação sobre isto ?


Cumps
PG


Nem mais. No dia da manifestação admito que fiquei envergonhado do país que temos, da imprensa e dos políticos que manipularam a população para aquilo e da população que obedeceu que nem cordeirinhos sempre pronta a entrar em demagogias
 
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por Elias » 27/9/2012 19:03

A-330 Escreveu:5.O país está sem dinheiro.Ponto.Não há dinheiro.


Isto não é verdade.

Há dinheiro. Há muito dinheiro.

A receita do Estado desde Janeiro até Agosto foi de 44 mil milhões de Euros. Não há dinheiro?

A receita do Estado até ao final do ano deverá andar pelos 66-67 mil milhões de Euros. Não há dinheiro?

Claro que há dinheiro. Há resmas, paletes, camiões, himalaias de dinheiro. 67 mil milhões de euros é muito dinheiro.

O problema não é a falta de dinheiro.

O problema é que apesar de as receitas serem de 65 ou 70 mil milhões por ano, o Estado insiste em gastar 80 mil milhões ou até mais.

Esse é que é o problema. Não é a falta de dinheiro. É o Estado querer gastar mais do que tem.
 
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por pedrooa » 27/9/2012 18:52

A-330 Escreveu:5.O país está sem dinheiro.Ponto.Não há dinheiro.


E no final do próximo mês vai haver menos.
Mais um pro desemprego depois de estar a trabalho temporário durante 2 anos sem ter férias!

E não vou ser só eu, mas 5 só no meu departamento. E agora faço a pergunta, fazendo parte do maior banco do mundo, porque razão o Estado apoia estas empresas com subsídios para contratar em Trab Temporário?
 
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por A330-300 » 27/9/2012 18:40

Caro Artista ,

Tendo vir a acompanhar os seus posts tenho alguns comentários a fazer:

1.Entendo a sua frustração, porque estou no meu oitavo emprego. Já me demiti e recebi tudo , já me demiti e não recebi nada e já tive em empresas que fecharam de um dia para o outro , já fui efetivo e agora sou um contractor desde alguns anos.Enfim , passei por tudo um pouco.

2.Gente mentirosa há em todos os empregos.Refiro-me aos empregadores e aos nossos colegas. Com o estado governado por esta gente que nos tem governado nos últimos anos , o que é que vc esperava?

3.Se tem estado a contrato todos estes anos e não deveria , porque acha que deveria ser efetivado , a meu ver tinha duas opções. Ou saía para algo melhor ou ia ao seu sindicato e punha o estado em tribunal.Sempre que me senti insatisfeito com algum emprego fui ter com o meu sindicato ou saltei.

4.A tendência mundial é cada vez menos proteger o trabalhador.E isso não é assim tão mau.O problema é que os trabalhadores e sindicatos não estão a saber vender os seus direitos.Em vez de espernear e perder os direitos na mesma , seria mais interessante pedir aumentos de salário em troca da segurança.
A vida é como os mercados. Quanto maior o risco , mais chance de ganhar. Eu mesmo não tenho direito nenhum.Mas essa falta de "segurança" está a ser paga.Se o meu empregador me quiser mandar embora o mês que vem , pode fazê-lo , pagando-me apenas o último salário.nE posso-lhe dizer que prefiro estar como estou.Não tenho segurança , mas recebo mais.

5.O país está sem dinheiro.Ponto.Não há dinheiro. A situação que se vive atualmente , todas as medidas de austeridade ainda vão piorar porque se com elas não sabemos se chegamos a 5% do deficit , nos próximos anos temos que o baixar até 3% e com as grandes parcelas das PPP a bater à porta em 2014....Não auguro nada bom.Mas isto para dizer o que??
Há que reduzir despesa e isso passa por demitir gente e diminuir serviços.É doloroso? Sim , muito , mas eu acho que é melhor 2 milhões de feridos do que 10 milhões de mortos.
Infelizmente é a situação que vivemos ,lamento por si , mas se estivesse em seu lugar buscava alternativas por que o futuro é negro.

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por Las_Vegas » 27/9/2012 18:18

artista Escreveu:
Renegade Escreveu:
Las_Vegas Escreveu:Entretanto a companhia faliu, e em vez de me suicidar, fui trabalhar para outra passado 2 meses.


Tiveste piada :lol:


A minha intenção é apenas informar as pessoas, dar-lhe uma perspetiva de alguém que conhece as coisas por dentro... obviamente há sempre quem não queira ver, ou que apenas queira ver da forma que lhe dá jeito!

Este teu comentário comentário provocatório é ridículo e de muito mau gosto. Por várias razões estou longe de estar sequer stressado com isto, o que invalida que o teu comentário seja lamentável!

Pior que isso só alguém que há uns dias atrás, depois de já lhe ter dito não sei quantas vezes que o estado me tinha despedido, ainda conseguiu dizer-me que "eu não podia ser despedido porque o meu patrão tinha as costas largas"!

Se até eu, na situação em que estou, consigo manter a calma não sei o que vos faz ter opiniões tão extremadas, tão tendenciosas!?


Não tive piada e peço desculpa pela estupidez.

Espero que o Artista consiga ultrapassar, se já não ultrapassou, essa situação.


O que acho ridículo é vir para aqui a falar de suicídios de doentes com cancro por falta de dinheiro no SNS para os tratamentos.
Se isso é verdade é de uma crueldade sem limites mas apenas reforça o que sempre achei: o dinheiro do contribuinte não é para gastar em palhaçadas !
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por artista_ » 27/9/2012 17:41

pedrooa Escreveu:
artista Escreveu:Consideram-se também como necessidades temporárias, as seguintes situações:
...Actividades sazonais;
...Acréscimo excepcional da actividade da empresa;
...Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e não duradouro;
...Execução de uma obra, projecto ou outra actividade definida e temporária;
...Lançamento de uma nova actividade de duração incerta, bem como início de laboração de uma empresa ou estabelecimento;
...Contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou de desempregados de longa duração.


Estou a ver em que situação integro os professores que são contratados que ficaram anos consecutivos na mesma escola? Alguém me ajuda?

Se for trabalho excepcional não pode ter 2 contratos iguais. Caso tenha tem que ser considerado efectivo.


Pois, esta é uma exceção! Há aquelas que permitem que alguns trabalhadores do estado recebam os subsídios de férias e natal, e depois há esta que permite que uns milhares não recebam nada... é o estado que temos, ou melhor, os governos que temos!
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por pedrooa » 27/9/2012 17:32

artista Escreveu:Consideram-se também como necessidades temporárias, as seguintes situações:
...Actividades sazonais;
...Acréscimo excepcional da actividade da empresa;
...Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e não duradouro;
...Execução de uma obra, projecto ou outra actividade definida e temporária;
...Lançamento de uma nova actividade de duração incerta, bem como início de laboração de uma empresa ou estabelecimento;
...Contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou de desempregados de longa duração.


Estou a ver em que situação integro os professores que são contratados que ficaram anos consecutivos na mesma escola? Alguém me ajuda?[quote]

Se for trabalho excepcional não pode ter 2 contratos iguais. Caso tenha tem que ser considerado efectivo.
 
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por Figueiraa1 » 27/9/2012 17:19

artista Escreveu:
Figueiraa1 Escreveu:Quem não precisa cumprir a lei é o Estado.


Não percebi :?: :?: :roll:


Peço desculpa pela falta de clareza. Pretendia dizer que todos nós temos que cumprir as leis mas o Estado não.

Solidarizo-me com a tua situação e de muitos outros professores que conheço pessoalmente e que estão a viver o mesmo drama.
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por artista_ » 27/9/2012 17:13

Figueiraa1 Escreveu:Quem não precisa cumprir a lei é o Estado.


Não percebi :?: :?: :roll:
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