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Caldeirão da Bolsa

BES - A LUTA

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 18:38

Boas,
EMPRESAS/FINANÇAS14:40
NOVO BANCO FICARIA COM RÁCIO NO LIMITE SE INDEMNIZASSE PAPEL COMERCIAL
FILIPE ALVES
filipe.alves@economico.pt
14:40
Novo Banco ficaria com rácio no limite se indemnizasse papel comercial
Stock da Cunha diz que Banco de Portugal só permite solução neutra em termos de liquidez, capital e rentabilidade.
O Novo Banco ficaria com o rácio de capital no limite do exigido, se reembolsasse todos os clientes que investiram em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES), disse hoje o presidente da instituição, Eduardo Stock da Cunha, na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES.
QUESTIONADO PELA DEPUTADA MARIANA MORTÁGUA (BE) SOBRE O IMPACTO QUE O REEMBOLSO DESTAS APLICAÇÕES - NO VALOR GLOBAL DE 527 MILHÕES DE EUROS - TERIA NOS RÁCIOS DO NOVO BANCO, STOCK DA CUNHA RESPONDEU QUE "TERIA DE FAZER AS CONTAS, MAS DEVERIA ESTAR NO LIMITE, EVENTUALMENTE".
O banqueiro, que lidera a instituição desde 17 de Setembro de 2014, explicou que, por decisão do Banco de Portugal, qualquer solução para os cerca de 2.500 clientes lesados tem de ser "estritamente comercial e neutra em termos de impacto na liquidez, capital e rentabilidade" do Novo Banco. Razão pela qual, adiantou, a solução comercial que poderá ser avançada para estes clientes será de "difícil" concretização. E, reiterou, a responsabilidade por esta situação cabe às empresas do GES que emitiram a dívida e ao BES S.A., o chamado "banco mau", dado que a provisão de 678 milhões de euros não transitou para o Novo Banco.
Confrontado com cópias de emails enviados em Agosto pelo Banco de Portugal a alguns desses clientes, nos quais é referido que a provisão teria passado para o Novo Banco (tal como o Diário Económico noticia hoje), Stock da Cunha não soube responder. "O QUE POSSO DIZER É QUE A PROVISÃO NÃO SAIU DO BES PARA O NOVO BANCO", DISSE. ADIANTOU QUE A PRIORIDADE AGORA É RESOLVER A SITUAÇÃO DOS CLIENTES QUE INVESTIRAM EM ACÇÕES PREFERENCIAIS, QUE TÊM APLICAÇÕES NA CASA DOS 800 MILHÕES DE EUROS. "Esta é uma dívida do banco, que o banco teria sempre de assumir", vincou, quando questionado sobre a diferença entre estas responsabilidades e o papel comercial do GES.
"Saímos dos cuidados intensivos"

Stock da Cunha revelou que o Novo Banco deverá divulgar os seus primeiros resultados "em breve", provavelmente "dentro de um mês". Sem revelar números, o banqueiro adiantou que os resultados serão "difíceis", mas que o balanço estará sólido, após um crescimento de 4 mil milhões de euros nos depósitos, desde Agosto.

"Neste momento temos uma situação muito razoável, com bastante mais depósitos, cerca de 5%, do que tínhamos no início de Agosto. É muito razoável em termos de liquidez", afirmou Stock da Cunha, frisando que o banco já saiu dos "cuidados intensivos".
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 18:35

Boas,

EMPRESAS/FINANÇAS15:49
EX-PRESIDENTE DO BESA DISPONÍVEL MAS “FORTEMENTE” LIMITADO PARA COLABORAR COM COMISSÃO
LUSA
15:49
O ex-presidente do BES Angola (BESA), Rui Guerra, arrancou hoje a sua audição no parlamento declarando estar "totalmente disponível" para colaborar com os deputados, mas alertando estar "fortemente" limitado nas suas declarações pela lei angolana.
O "respeito devido às instituições e leis angolanas é o mesmo que devo às instituições e leis portuguesas", vincou Rui Guerra na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), onde está a ser ouvido desde cerca das 15:00. O gestor apresentou-se na sua declaração inicial como "totalmente disponível" para colaborar com a comissão de inquérito, embora "fortemente limitado" pelos "deveres de sigilo" que deve para com as instituições angolanas.
As limitações, acrescentou, são o "produto pelo respeito pelas instituições e leis e não pela tentativa de encontrar qualquer refúgio". "No meu caso vale a máxima: quem não deve, não teme", sublinhou, antes de começar a traçar uma evolução do seu percurso profissional, que arrancou no BES em 1999. A comissão de inquérito - que ouviu hoje de manhã Stock da Cunha e segue de tarde com Rui Guerra - arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 18:28

Boas,

BES ANGOLA ESTAVA "EM VIAS" DE EXECUTAR A GARANTIA SOBERANA DE ANGOLA EM JULHO, DIZ RUI GUERRA. FOI REVOGADA EM AGOSTO
Rui Guerra, ex-presidente do BES Angola (BESA) disse na comissão parlamentar de inquérito ao colapso do BES que nunca teve indicação, dos contactos que manteve com o Ministério das Finanças de Angola, da intenção de revogar a garantia soberana a créditos do BESA.
Sónia M. Lourenço |
16:25 Terça feira, 10 de fevereiro de 2015 Última atualização há 5 minutos
"Ao longo dos meses de 2014, dos contactos que tive com o Ministério das Finanças de Angola, nunca tive a indicação de quererem revogar a garantia", disse Rui Guerra, ex-presidente do BESA, na comissão parlamentar de inquérito ao colapso do BES.

Mas, isso acabou mesmo por acontecer, em Agosto de 2014.

Pouco antes, em Junho/Julho, "tínhamos os elementos necessários e estávamos em vias de executar a garantia ou pelo menos parte dela", revelou Rui Guerra.

Isto porque "antes de haver execução é natural que nos sentemos com os clientes e ver se é possível negociar", considerou. Foi isso que tinha sido feito com os mutuários identificados nos dois anexos da garantia soberana de Angola a créditos do BESA.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 18:23

Boas,

ESPÍRITO SANTO E AMORIM APANHADOS NO SWISSLEAKS: MAS O MAIOR CLIENTE PORTUGUÊS É UMA MILIONÁRIA DESCONHECIDA
Site "Maka Angola" divulga nomes de portugueses na lista de clientes da dependência suíça do banco HSBC, que é suspeito de esquemas de evasão fiscal até ao fim de 2007. Amorim já veio dizer que "não é possível" que esteja na lista, não negando no entanto ter tido conta no HSBC.
13
Pedro Santos Guerreiro |
14:47 Terça feira, 10 de fevereiro de 2015
A ESAF, gestora de fundos do Grupo Espírito Santo, era a maior cliente institucional portuguesa do HSBC em 2007, época que está sob investigação no caso Swissleaks. Ricardo Salgado liderava então o BES
NUNO FOX
O Grupo Espírito Santo e Américo Amorim estão na lista do Swissleaks. Mas o cliente português que tinha mais dinheiro no HSBC na altura que está sob investigação é uma senhora desconhecida, de Vila Real.

Os dados foram hoje revelados pelo site angolano "Maka Angola ", numa notícia assinada pelo jornalista Rafael Marques, considerado persona non grata pelo regime angolano. Segundo as suas fontes, Sílvia Ruivo Caçador, do distrito de Vila Real, tinha 252,7 milhões de dólares (223 milhões de euros ao câmbio atual) depositados no HSBC da Suíça, o que a torna a maior cliente portuguesa do banco que está agora sob investigação no caso Swissleaks.

Os nomes seguintes da lista dos clientes portugueses não são menos desconhecidos do grande público: Joaquim António Amaro da Cruz, de Castelo Branco, tinha um total de 223 milhões de dólares (197 milhões de euros) em duas contas do HSBC. Segue-se Rosa Maria Pinho Amaro da Cruz da Silva, de Santos-o-Velho, com 185,9 milhões de dólares (165 milhões de euros), aplicados também em duas contas, noticia ainda o Maka Angola.

NA LISTA DOS CLIENTES DO HSBC ESTÃO AINDA DUAS SOCIEDADES QUE PERTENCIAM AO GRUPO ESPÍRITO SANTO (GES), que entretanto entrou em colapso. Em causa está a gestora de fundos Espírito Santo Activos Financeiros (ESAF), "o maior depositante institucional português", escreve Rafael Marques: a ESAF SGPS tem um total de 174,5 milhões de dólares (154 milhões de euros) aplicados, ENQUANTO A ESAF ASSET MANAGEMENT TEM OUTRO TANTO, 174,5 MILHÕES. O TOTAL DA ESAF É, POIS, DE 350 MILHÕES DE DÓLARES (310 MILHÕES DE EUROS).

Outro nome que consta da lista é o de Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, que no entanto tem aplicado no HSBC um valor relativamente baixo, face aos anteriores: 5,873 milhões de dólares (5,2 milhões de euros). Ao Diário Económico, o empresário português já veio entretanto dizer que "não é possível" que o seu nome consta da lista.

A lista revelada pelo Maka Angola lista ainda clientes portugueses ligados a outros países. É o caso da luso-angolana Elsa Maria Matos Almeida Teixeira, com 20 milhões de dólares depositados em duas contas diferentes no banco na Suíça, "numa como angolana e noutra como portuguesa".

Já Maria José de Freitas Jakurski, portuguesa com residência no Brasil, tem 114,8 milhões de dólares (101 milhões de euros). O brasileiro Jacob Barata, que o Maka Angola qualifica como o "rei do ónibus", tinha 95,2 milhões de dólares (84 milhões de euros).

A revelação sobre os nomes de clientes portugueses do HSBC acontece no dia seguinte à publicação em vários jornais internacionais do caso Swissleaks, que revela a existência de diversas contas na delegação na Suíça daquele banco que permitiam alegadamente esconder ativos de clientes e fugir aos impostos dos seus países. No total, estão identificados 611 clientes portugueses, que no total detinham 969 milhões de dólares (858 milhões de euros) aplicados neste esquema.

Os dados do Swissleaks referem-se a um período até 2007, altura em que um antigo funcionário os tirou do sistema e entregou às autoridades francesas.

Nesta notícia, a conversão para euros é feita ao câmbio atual, de fevereiro de 2015.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 18:19

Boas,

EMPRESAS/FINANÇAS17:11
EX-PRESIDENTE DO BESA NUNCA PASSOU AO BES NEM AO BDP LISTA DOS DEVEDORES EM ANGOLA
LUSA
17:11
Ex-presidente do BESA nunca passou ao BES nem ao BdP lista dos devedores em Angola
O ex-presidente do BES Angola, Rui Guerra, assegurou hoje que havia dois anexos à garantia estatal angolana concedida ao banco onde constavam os nomes dos devedores, mas que nunca passou a informação ao BES nem ao Banco de Portugal.
"Os mutuários estavam identificados na dita garantia. Existiam dois anexos: um tinha a ver com a carteira de crédito e o outro com o imobiliário. Eram do conhecimento do BESA [BES Angola] e das autoridades [angolanas], bem como dos auditores e de quem nos supervisionava", avançou aos deputados o responsável. "Eu nunca fiz chegar esse anexo a Lisboa [ao BES, que era o accionista maioritário do BESA], nem aos accionistas locais", garantiu Rui Guerra.
Questionado sobre se tinha dado conhecimento dos anexos à garantia ao Banco de Portugal, o gestor também negou. "Se eu não fiz chegar ao BES, penso que não", sublinhou durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES.
Rui Guerra revelou que a sua gestão, que iniciou funções no princípio de 2013, estava a desenvolver esforços para tentar executar a garantia estatal angolana sobre os grandes devedores do BESA, mas os trabalhos acabaram por não dar frutos, já que, em Agosto do ano passado, o Banco Nacional de Angola (BNA) interveio no BESA e a garantia foi revogada. "Íamos a caminho de podermos executar alguma parte da garantia. Estávamos a caminho disso", afirmou. "Isso quer dizer que morremos na praia", questionou o deputado do PS, Pedro Nuno Santos.
"Não digo que também não seja uma frustração minha", admitiu Rui Guerra. Sobre a demora da gestão do BESA em executar a dita garantia, o ex-líder do banco angolano que era controlado pelo BES justificou-a com a tentativa de chegar a acordo com os devedores. "Antes de haver uma execução é natural que nos reunamos com os clientes para perceber como é que a dívida assumiu determinadas dimensões", disse o responsável. No que toca à decisão das autoridades angolanas de revogarem a garantia que tinham concedido ao BESA e que ascendia a 3,3 mil milhões de euros, Rui Guerra jogou à defesa.
"Eu não tenho elementos objectivos que possa partilhar com os senhores deputados quanto ao porquê da mesma. Os pareceres jurídicos que na altura obtive mostravam que era uma garantia robusta", sublinhou, acrescentando apenas a informação que é pública de que o Estado angolano decidiu em Agosto revogar a garantia. Mas salientou: "O que eu posso partilhar é que ao longo dos meses de 2014 sempre tive conversas muito naturais e estreitas com o Ministério das Finanças e com o senhor governador do BNA e nunca tive indicações de que havia intenção de revogar a garantia".
Apesar da insistência dos deputados em tentar apurar o nome dos devedores que constavam nos dois anexos da garantia estatal angolana, Rui Guerra recusou-se sempre a revelá-los, alegando o seu dever de sigilo bancário, em Portugal e em Angola. "Foi concedido crédito a José Guilherme em 2013 [quando Rui Guerra já era o presidente executivo do BESA]? E à Opway? E à Prebuild?", foi lançando o deputado socialista, sem obter as correspondentes respostas.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 18:18

Boas,

EMPRESAS/FINANÇAS16:53
EX-PRESIDENTE DO BESA DIZ QUE SALGADO E SOBRINHO TRATAVAM DIRECTAMENTE DAS PRINCIPAIS QUESTÕES
LUSA
16:53
Ex-presidente do BESA diz que Salgado e Sobrinho tratavam directamente das principais questões
O ex-presidente do BES Angola, Rui Guerra, assegurou hoje que, pelo menos até 2012, as grandes questões relativas ao BES Angola (BESA) eram tratadas directamente entre Ricardo Salgado, presidente do BES, e Álvaro Sobrinho, presidente do BESA.
"Os temas porventura relevantes relativos ao BESA, pelo menos até 2012, e pelo que me pude aperceber, sempre foram tratados directamente entre o Dr. Ricardo Salgado, na qualidade de representante do accionista maioritário e presidente da comissão executiva do BES, com o pelouro de Angola, e o Dr. Álvaro Sobrinho, na qualidade de CEO do BES", afirmou o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES.
Durante boa parte deste período Rui Guerra era administrador não executivo do BESA, antes de assumir a sua liderança executiva no início de Janeiro de 2013.
"Possuía um conhecimento muito limitado do que se vivia no BESA", garantiu, apontando para a informação que era pública através dos relatórios e contas da instituição.
Depois de assumir o cargo de presidente executivo do BESA, por convite de Amílcar Morais Pires, o antigo administrador financeiro do BES que tinha ainda a responsabilidade pelo pelouro internacional, Rui Guerra admitiu que encontrou muitas surpresas.
"Após o diagnóstico inicial possível, encontrámos o banco numa situação muito difícil e que seguramente não antecipávamos", revelou aos deputados.
Segundo Rui Guerra, a prioridade da nova gestão foi "repor a transaccionalidade e assegurar a sustentabilidade financeira do banco", tendo sido ainda feita a reforma ao nível da governação da entidade angolana.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 13:01

Boas,

INQUÉRITO/BES: HÁ ENTRE "7 E 9 MIL CLIENTES" COM SITUAÇÕES POR RESOLVER -- Stock da Cunha Por Lusa O presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, disse hoje que há "entre sete e nove mil clientes" lesados com situações por resolver, nomeadamente no que refere ao papel comercial comprado aos balcões do BES. "Faltam a sete a nove mil casos mais complicados. E aqui estão os clientes do papel comercial", vincou Stock da Cunha na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), onde está a ser ouvido esta manhã. No total, os clientes lesados foram entre 15 e 20 mil, adiantou o presidente do Novo Banco, número representativo de "cerca de 1%" dos clientes do banco.

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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:57

Boas,
EMPRESAS/FINANÇAS10:50
NOVO BANCO DIVULGA EM BREVE RESULTADOS "DIFÍCEIS"
FILIPE ALVES
filipe.alves@economico.pt
10:50
O Novo Banco deverá apresentar os seus primeiros resultados em breve, prevendo-se uma "evolução difícil" nos primeiros meses de vida da instituição, mas com o balanço a mostrar números sólidos, disse hoje o presidente, Eduardo Stock da Cunha.
"Não posso revelar números. É natural que nos primeiros tempos o Novo Banco tenha uma evolução difícil. O mais importante não é a conta de resultados mas o balanço", disse o gestor na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES.
O Novo Banco foi criado em 3 de Agosto de 2014, aquando da resolução do Banco Espírito Santo, tendo ficado com os activos "saudáveis" do grupo.
Questionado pelos deputados sobre a data de apresentação dos resultados, o banqueiro adiantou: "Não sabemos quando vamos apresentar, mas será para breve, talvez um mês".
"O ponto mínimo de liquidez foi atingido no final de Setembro e início de Outubro. De lá para cá, recuperou mais de quatro mil milhões de euros em depósitos. Neste momento temos uma situação muito razoável, com bastante mais depósitos, cerca de 5%, do que tínhamos no início de Agosto. É muito razoável em termos de liquidez", afirmou Stock da Cunha, que é presidente do Novo Banco desde 17 de Setembro de 2014.

"Felizmente já não estamos nos cuidados intensivos, mas como banco de transição estamos na sala de observações", acrescentou.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:55

Boas,

EMPRESAS/FINANÇAS00:05
SUPERVISORES ÀS AVESSAS SOBRE PROPOSTA DO NOVO BANCO PARA LESADOS DO BES
FILIPE ALVES E MARTA MARQUES SILVA
00:05
Supervisores às avessas sobre proposta do Novo Banco para lesados do BES
Novo Banco propôs “solução comercial” em Dezembro, mas BdP e CMVM não se entendem. Decisão final será do BdP, que tem poder para alterar o balanço do Novo Banco até à sua venda.
O Novo Banco já entregou aos supervisores uma proposta de "solução comercial" para o problema dos clientes de retalho do BES que compraram papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES), apurou o Diário Económico. Porém, os supervisores não chegaram a acordo sobre esta proposta: o Banco de Portugal (BdP) considera que a responsabilidade é do GES e que o Novo Banco não é obrigado a ressarcir todos os clientes lesados, enquanto a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) entende que a "solução comercial" deve abranger a totalidade dos investidores, que têm a receber 668 milhões de euros aplicados em dívida da Rioforte e da ESI.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:54

Boas,

EMPRESAS/FINANÇAS00:05
PROVISÃO PARA PAGAR DÍVIDA DO GES SÓ EXISTE NO PAPEL
FILIPE ALVES E MARTA MARQUES SILVA
00:05
A provisão nunca saiu do BES e, dada a situação de futura insolvência do banco, não é expectável que existam activos para assegurar o seu cumprimento.
A provisão mandada constituir pelo supervisor para pagar aos clientes que subscreveram papel comercial do grupo Espírito Santo aos balcões do BESnunca saiu do banco "mau", ao contrário do que o Banco de Portugal reiterou por diversas vezes.

Além de nunca ter passado para o Novo Banco, essa provisão é hoje um mero exercício contabilístico, inscrito no balanço do BES, sem qualquer capital que o sustente. Ou seja, existe um passivo nas contas do BES por via desta provisão, mas cuja futura massa insolvente do banco não deverá ser suficiente para assegurar o seu cumprimento, sabe o Económico.

Poucos dias após a aplicação da medida de resolução, o Banco de Portugal garantia que a provisão, no valor de 668 milhões de euros, havia passado para o Novo Banco. Essa informação foi dada, por escrito, a clientes que tinham adquirido papel comercial aos balcões do BES. Numa carta datada de 7 de Agosto, actualmente em posse da Associação Lesados do Papel Comercial, o supervisor afirmava que: "A provisão que acautela o risco relacionado com o reembolso aos clientes de retalho do BES de papel comercial do GES foi transferida para o Novo Banco. Compete ao Novo Banco decidir sobre o reembolso do papel comercial do GES". Esta mesma informação já havia sido dada, também por escrito, ao Diário Económico no dia 5 de Agosto, publicada num artigo de 6 de Agosto, intitulado: "Supervisor abre excepção para papel comercial".

Um esclarecimento pedido pelo Económico na altura, já que, a 3 de Agosto, o Banco de Portugal havia emitido um comunicado no qual explicitava que os passivos relativos a "quaisquer responsabilidades ou contingências relativas a comercialização, intermediação financeira e distribuição de instrumentos de dívida emitidos por entidades que integram o universo do GES" ficavam no BES. Uma decisão do próprio Banco de Portugal, que impossibilitava a passagem da provisão para o Novo Banco, apesar do regulador ter afirmado o contrário.

Ouvido na comissão de inquérito na semana passada, Luís Máximo dos Santos, actual presidente do BES afirmou na altura que a provisão permanecia nas contas do banco. Numa carta de 19 de Janeiro de 2015, dirigida à Associação Lesados do Papel Comercial, também o Novo Banco afirmava que: "Na verdade, nos termos da Deliberação do Banco de Portugal de 3 de Agosto de 2014 (alterada em 11 de Agosto de 2014), quaisquer obrigações, garantias, responsabilidades ou contingências assumidas na comercialização, intermediação financeira e distribuição de instrumentos de dívida emitidos por entidade que integram o GES permaneceram no BES e, consequentemente, não foram transferidas para o Novo Banco".

O Económico questionou o Banco de Portugal sobre o facto da provisão nunca ter saído do BES apesar das declarações do regulador nesse sentido. No entanto o BdP não quis comentar.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:53

Boas,

EMPRESAS/FINANÇAS10:36
STOCK DA CUNHA: SOLUÇÃO PARA PAPEL COMERCIAL É "MUITO DIFÍCIL DE ATINGIR"
FILIPE ALVES
filipe.alves@economico.pt
10:36
Stock da Cunha: solução para papel comercial é
Presidente do Novo Banco sublinha no Parlamento que qualquer solução para os clientes lesados tem de ser neutra "em termos de liquidez, capital e rentabilidade".
A solução comercial que o Novo Banco vai preparar para os clientes lesados com papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) será de difícil concretização, já que terá de ter impacto neutro na liquidez, no capital e na rentabilidade da instituição, disse hoje Eduardo Stock da Cunha, no Parlamento. Em causa estão aplicações em dívida da Rioforte e da ES International, no valor de 527 milhões de euros, subscritas por cerca de 2500 clientes do antigo BES.
Respondendo aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES, o presidente do Novo Banco reiterou que a responsabilidade pela dívida subscrita nos balcões do antigo BES cabe às entidades emitentes ou, havendo má comercialização, ao chamado banco "mau", o BES S.A., "que ainda tem o mesmo número de contribuinte".
"Estamos empenhados em procurar uma solução, mas quando e como o será não o sabemos", disse Stock da Cunha, adiantando que o Banco de Portugal (BdP) não permite que os clientes sejam compensados se essa compensação puser em causa os rácios do Novo Banco.
"O que nós podemos tentar fazer, de acordo com o que foi definido pelo BdP a 14 de Agosto, sujeito a uma série de condições muito difíceis de cumprir, nós podemos por razões estritamente comerciais, compensar os clientes, se isso traz, numa análise custo benefício por cliente, vantagens por cliente", explicou.
"Isto significa o mesmo que lhe dizer que um cliente que tivesse 100 mil em papel comercial e nós quiséssemos compensá-lo em 50 mil, temos de arranjar uma justificação de como é que esse cliente vai gerar ao banco rendimentos de pelo menos 50 mil. Porque o Banco de Portugal determinou que essa compensação tem de pelo menos ser neutra em termos de liquidez, capital e rentabilidade do banco. O que é muito difícil de atingir", afirmou.
"É evidente que me preocupa, muito, a situação que está em jogo. Sobretudo relativamente às pessoas em causa, mais do que à instituição. Mas como presidente do Novo Banco, o que tenho a dizer é que, felizmente ou infelizmente, a lei é clara e diz que, relativamente à resolução, não passou para o Novo Banco quaisquer garantias e contingências assumidas na comercialização de entidades de dívida do GES".
Acções preferenciais são prioridade
Eduardo Stock da Cunha frisou que o Novo Banco começou por tentar resolver a situação dos clientes que investiram nas séries comerciais.
"Nas séries comerciais, resolvemos mais de 90% desses casos, eram cerca de oito ou nove mil clientes. Temos agora uma segunda fase, com as acções preferenciais, que é mais difícil. E depois vamos passar ao papel comercial", explicou Stock da Cunha, acrescentando que no caso das acções comerciais estão em causa aplicações na casa dos 800 milhões de euros.
"Já resolvemos cerca de 1300 a 1400 milhões de euros, entre OST, séries comerciais e GDC. Nestes casos, eram obrigações seniores não subordinadas do banco. É uma dívida do banco, que o banco teria sempre de assumir", disse Stock da Cunha, quando questionado sobre a diferença entre estas responsabilidades e o papel comercial.
Antes da audição, que teve início pouco depois das 9:00, o presidente do Novo Banco reuniu com representantes da associação dos clientes lesados com papel comercial do BES. Segundo o presidente da comissão, Fernando Negrão, o encontro com os clientes lesados teve lugar numa sala contígua. "Estamos todos muito preocupados com a situação destas pessoas", afirmou Fernando Negrão, adiantando que os representantes dos clientes também serão ouvidos pela comissão, numa data posterior.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:46

Boas,
STOCK DA CUNHA: ENTRADA DO NOVO BANCO NO BANCO ECONÓMICO "FOI APROVADA PELA COMISSÃO EUROPEIA"
10 Fevereiro 2015, 11:38 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

A gestão do Novo Banco não negociou com as autoridades angolanas a solução para a recuperação do crédito de 3.300 milhões de euros que a instituição tinha sobre o BES Angola, revelou Stock da Cunha. O banqueiro garante que o desfecho, que implicou uma perda de 80% do crédito, foi previamente comunicado à Comissão Europeia, que aprovou a entrada no capital do Banco Económico – instituição que sucedeu ao BES Angola.
"Fomos a Angola e não fizemos nenhuma negociação" sobre a solução para a recuperação de parte do crédito de 3.300 milhões que tinha sobre o BES Angola. "O Banco Nacional de Angola deliberou a perda de capital, arrastando 80% do capital" em dívida, revelou Eduardo Stock da Cunha.

"Ou aceitávamos ou contestávamos. Medindo os prós e os contra, propusemos a aceitação" da solução apresentada pelo BNA, adiantou o presidente do Novo Banco.

"Tivemos que nos coordenar com as autoridades portuguesas, até tendo em conta os compromissos do Governo português com a direcção geral da concorrência da Comissão Europeia. A solução é do conhecimento da Comissão Europeia, adiantou o banqueiro.

Stock da Cunha esclareceu que Bruxelas teve de aprovar a solução pelo facto de estar em causa uma tomada de participação de 9% no Banco Económico, a instituição que resultou da intervenção do BNA no BES Angola.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:44

Boas,

FERNANDO NEGRÃO: "ESTAMOS IGUALMENTE PREOCUPADOS COM A SITUAÇÃO" DOS LESADOS DO PAPEL COMERCIAL
10 Fevereiro 2015, 09:43 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

Stock da Cunha reuniu esta terça-feira com quatro representantes da Associação de Indignados e Lesados do Papel Comercial, antes de ser ouvido pelos deputados na comissão parlamentar de inquérito ao BES.
O presidente da comissão de inquérito revelou que o presidente do Novo Banco reuniu com quatro representantes da Associação Indignados e Lesados do Papel Comercial do GES. Fernando Negrão mostrou-se solidário com estes clientes do Novo Banco e disse-se "preocupado".

"Estamos igualmente preocupados com a situação destas pessoas" sublinhou Fernando negrão, presidente da comissão de inquérito ao BES, sobre os clientes do Novo Banco que subscreveram papel comercial do grupo Espírito Santo aos balcões do BES.

O presidente da comissão de inquérito revelou que, antes da audição de Eduardo Stock da Cunha, o líder do Novo Banco recebeu numa sala da assembleia quatro representantes da Associação Indignados e Lesados do Papel Comercial.

"Tivemos a presença de quatro representantes da Associação Indignados e Lesados do Papel Comercial. A reunião foi numa sala aqui ao lado entre esses senhores e o Dr. Stock da Cunha", revelou Negrão.

Os clientes do Novo Banco, que se têm manifestado em Lisboa, "vão ser ouvidos em breve nesta comissão e por isso não assistem hoje à audição" adiantou o presidente da CPI.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:42

Boas,

STOCK DA CUNHA: "NÃO EXISTE NENHUMA OBRIGAÇÃO DO NOVO BANCO" PAGAR O PAPEL COMERCIAL
10 Fevereiro 2015, 10:45 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

O presidente do Novo Banco manifestou a sua "preocupação com as pessoas" que investiram em papel comercial do GES. Mas avisou que "não existe nenhuma obrigação" da instituição de pagar estas aplicações. E deixou no ar a ideia de que a solução vai implicar perdas de capital.
"O Novo Banco não tem qualquer responsabilidade sobre o papel comercial. Não existe nenhuma provisão no Novo Banco para o papel comercial. Essa provisão não passou para o Novo Banco. Não existe nenhuma obrigação legal de o Novo Banco pagar o que quer seja do papel comercial", insistiu Eduardo Stock da Cunha.

O presidente do Novo Banco expressou a sua "preocupação com a situação das pessoas" que têm as suas aplicações bloqueadas. Mas alertou que a responsabilidade sobre os clientes pela má comercialização do papel comercial é do BES, onde ficou a provisão para esse fim. No entanto, Stock da Cunha invocou as declarações do líder do BES no Parlamento para sublinhar que "o BES não vai conseguir honrar o pagamento pela má comercialização" daqueles produtos.

O gestor admitiu que apenas pode tentar encontrar uma solução em respeito de "uma série de condições, muito difíceis de cumprir". "Temos de ter liquidez, rentabilidade e solidez" como exigiu o Banco de Portugal na deliberação de 14 de Agosto, recordou Stock da Cunha.

O líder do Novo Banco deixou no ar a possibilidade de a solução para estes clientes implicar a perda de capital. "Podemos, por razões estritamente comerciais, se isso traz vantagens para o banco", apresentar uma solução aos clientes. "Isto significa que no caso de um cliente com 100 mil euros (investidos), se quisermos compensar 50 mil euros, temos de justificar como é que o banco vai gerar proveitos de 50 mil ao banco" que permitam pagar esse valor ao cliente, detalhou.

Stock da Cunha revelou que estão em causa cerca de 527 milhões de euros investidos por cerca de 2500 clientes em papel comercial da Rioforte, Espírito Santo International e Espírito Santo Property.

"Estamos a tentar resolver o possível e depois vamos tentar o impossível", adiantou o gestor, citando o antigo presidente brasileiro Lula da Silva. "Estamos totalmente empenhados em tentar encontrar uma solução. Mas não sabemos quando, como, e se será", avisou.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:40

Boas,

STOCK DA CUNHA: "ESTAMOS A TENTAR RESOLVER AGORA" AS APLICAÇÕES DE EMIGRANTES
10 Fevereiro 2015, 11:01 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

"A questão das acções preferenciais é o que estamos a tentar resolver agora", revelou Stock da Cunha, referindo-se às aplicações de 800 milhões de euros realizadas por cerca de 8.000 clientes não residentes do Novo Banco. O gestor garantiu que, neste caso, o activo subjacente também são obrigações do BES que passaram para o banco de transição.
O Novo Banco está a trabalhar numa solução para os cerca de 8.000 emigrantes que são clientes da instituição e que investiram 800 milhões de euros em produtos estruturados que tem como activo subjacente obrigações mas que são conhecidos como "acções preferenciais".

"A questão das acções preferenciais é o que estamos a tentar resolver agora", revelou. "Precisamos de algum tempo", avisou.

Em causa estão aplicações em acções preferenciais de veículos conhecidos como Poupança Plus, Top Renda e Euroaforro que aplicaram os fundos dos clientes em obrigações seniores não subordinadas do BES que passaram para o Novo Banco.

Além destas aplicações, estão por resolver os investimentos de 2.500 clientes em papel comercial do grupo Espírito Santo.

O novo banco já encontrou uma solução para as aplicações dos clientes das chamadas séries comerciais e gestão de carteiras, que eram uma forma de investir em obrigações seniores não subordinadas. Em causa estão entre 7.000 e 8.000 clientes com aplicações de 1.300 a 1.400 milhões, tendo já sido resolvidas cerca de 95% das situações.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:38

Boas,

STOCK DA CUNHA: NOVO BANCO DECIDIU VOTO PARA A AG DA PT PREOCUPADO EM "ACRESCENTAR VALOR"
10 Fevereiro 2015, 11:10 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

Eduardo Stock da Cunha "acha normal" que a gestão do Novo Banco tenha decidido o sentido de voto da instituição na assembleia-geral da Portugal Telecom sem consultar o accionista fundo de resolução. O banqueiro garante que a decisão da sua equipa foi tomada com a preocupação de "acrescentar valor para o Novo Banco".
"Não recebi orientação para a assembleia geral [AG] da PT" do accionista do Novo Banco, o fundo de resolução, ou do Banco de Portugal, garantiu Eduardo Stock da Cunha. "Não foi dada qualquer sugestão. Foi perguntado qual era o sentido de voto horas antes da AG", respondeu o presidente da instituição.

"Acho normal" que assim tenha sido, respondeu o líder do Novo Banco perante a pergunta, repetida várias vezes, pelo deputado do PS João Galamba.

Stock da Cunha esclareceu o deputado, recordando que "eu não vendi 10% de nenhuma empresa. A única coisa que estava em jogo era o direito que a PT SGPS tinha de vetar o negócio de venda da PT Portugal à Altice". E explicou como é que a equipa de gestão tomou a sua decisão: "O Novo Banco, como banco de transição, o que tem de ponderar, é se acrescenta valor para o Novo Banco o seu sentido de voto".

"Face às várias alternativas em jogo, o sentido de voto foi que trazia valor para o Novo Banco a venda da PT Portugal", sublinhou Stock da Cunha perante a insistência de Galamba. E recordou a maioria que apoiou a operação: "quando 97% votam a favor penso que é estranho pôr em causa a decisão".

João Galamba voltou a perguntar: "é normal?". E Stock da Cunha respondeu: "Penso que sim".
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 10/2/2015 12:37

Boas,


CRISE DE DEPÓSITOS NO NOVO BANCO
STOCK DA CUNHA: "ESTAMOS A SAIR DOS CUIDADOS INTENSIVOS"
10 Fevereiro 2015, 10:07 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt

O presidente do Novo Banco garante que a instituição "está a sair dos cuidados intensivos" em termos de liquidez, mas ainda está na sala de observações". Stock da Cunha revelou que os depósitos da instituição aumentaram 4 mil milhões face ao início de Agosto e até ao final de 2014.
"O banco vivia uma crise de confiança quando assumi funções e tinha dificuldades de liquidez. Atingiu o mínimo no final de Setembro e início de Outubro e já recuperámos 4 mil milhões", revelou Stock da Cunha no parlamento, onde está a ser ouvido na comissão de inquérito ao BES.

"Neste momento, o Novo Banco tem uma situação de liquidez muito razoável. Estamos a sair dos cuidados intensivos, mas ainda estamos na sala de observação", avisou.

"Houve uma recuperação muito, muito importantemente de depósitos face a Agosto, de 4 a 5%. O balanço de abertura mostrava depósitos certos de 25,2 mil milhões", adiantou o gestor.

Banco já deixou taxas agressivas

Sobre as elevadas taxas de juro que o Novo Banco pagou pelos depósitos no final de 2014, Stock da Cunha garantiu que "estavam de acordo com o que estava previsto no quadro legal vigente".

No entanto, "actualmente já não temos essas taxas". E justificou: "Numa primeira fase era preciso actuar pelo ‘pricing’. Agora temos de juntar confiança. Já podemos começar a actuar com base na confiança" para recuperar depósitos.

"Já não oferecemos a taxas que oferecíamos há três meses atrás" reafirmou. O Novo Banco, pouco depois de Stock da Cunha ter chegado ao banco, lançou depósitos de curto prazo com taxas de juro mais elevadas do que a média do sector.

Entre 14 de Julho e 1 de Agosto, dia da resolução do BES, foram retirados 6 mil milhões de euros em depósitos da instituição financeira, revelou o ex-administrador Moreira Rato, na semana passada.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 9/2/2015 18:08

Boas,
OBRIGACIONISTAS DESMENTEM QUE CONTROLO DA ENTIDADE QUE EMPRESTOU DINHEIRO AO BES SEJA DO GOLDMAN
09 Fevereiro 2015, 07:31 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

O Goldman Sachs estruturou a Oak Finance, que emprestou 834 milhões de dólares ao BES em Julho passado, mas não a financiou, defendem os titulares das obrigações emitidas por aquela entidade.
O Goldman Sachs não controla a entidade que emprestou, em Julho de 2014, 834 milhões de dólares (737 milhões de euros) ao Banco Espírito Santo. É esta a mensagem que os obrigacionistas dessa mesma entidade, a Oak Finance, querem passar para o Banco de Portugal, para que esta volte para a esfera do Novo Banco e deixe, assim, de pertence ao banco "mau".

"A Oak Finance não é nem detida nem controlada pela Goldman Sachs, sendo administrada por gestores fiduciários independentes", indica um comunicado enviado às redacções pela PLMJ, sociedade representante destes obrigacionistas, este domingo, 8 de Fevereiro. A declaração é subscrita por oito titulares de obrigações emitidas pela Oak Finance – investidores que se dizem "institucionais que investem globalmente, directa ou indirectamente, por conta de pensionistas, contribuintes e outros beneficiários" e que, neste momento, estão no banco "mau" resultante do BES.

A Oak emprestou 835 milhões de dólares ao BES em Julho, altura em que o banco já se aproximava do seu fim, mas nunca se percebeu, efectivamente, o que levou a este empréstimo - tendo em conta a situação vivida pela instituição financeira liderada por Ricardo Salgado já naquela altura. A indicação sempre foi a de que o Goldman Sachs estava por trás do crédito desta operação - saiu até a notícia de que José Luís Arnaut e António Esteves, que trabalham no banco, estavam envolvidos nesta estrutura. Neste comunicado, o que os obrigacionistas garantem é que o Goldman "organizou e estruturou o empréstimo, mas não o financiou".

O Wall Street Journal noticiou, a 1 de Setembro, que o Goldman emprestou este dinheiro ao BES através daquela entidade. No mesmo dia em que o empréstimo foi concedido, 3 de Julho, a Oak Finance emitiu 785 milhões de dólares em dívida, com a publicação a noticiar que o banco norte-americano teria emitido esta dívida, esperando vendê-la posteriormente a investidores.

Essa ideia fez com que, em Dezembro, o regulador do sector financeiro tenha decidido transferir do Novo Banco para o banco "mau" as responsabilidades com este empréstimo. Algo que libertou o banco presidido por Eduardo Stock da Cunha de responsabilidades de 548,3 milhões de euros.

A decisão de Carlos Costa é contestada por estes titulares de obrigações que "providenciaram no sentido de colocar o Banco de Portugal na posse de todos os factos relevantes que lhe permitam revogar a decisão tomada em Dezembro e aguardam tal decisão". O Goldman Sachs também contesta a decisão, afirmando que poderá mesmo recorrer.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 9/2/2015 17:55

Boas,

TRANQUILIDADE NÃO FOI A ÚNICA SEGURADORA QUE LEVOU UM BANCO "AO COLO"
09 Fevereiro 2015, 09:31 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

Os bancos têm resultados muitas vezes ajudados pelas seguradoras, defende o presidente do regulador do sector. Em entrevista ao Económico e Antena 1, José Almaça abre espaço para consolidação nos seguros.
A Tranquilidade levou o Grupo Espírito Santo "ao colo" – o que obrigou a um acompanhamento especial por parte do regulador durante mais de seis meses. Mas não foi a única que deu apoio aos bancos a que está ligada.

"A maior parte das seguradoras tem andado com os bancos ao colo. Seja através da distribuição de dividendos, não foi só o BES. Ou com comissões de distribuição de seguros que representam uma boa fatia da sua conta de resultados". A afirmação é feita por José Almaça, líder da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, a ASF, antigo ISP, em entrevista conjunta ao Diário Económico e à Antena 1. Não é indicada por Almaça qualquer ilicitude nesta ajuda aos resultados da banca, num período em que esta tem vindo a registar prejuízos. Já no caso da Tranquilidade, houve um investimento de 150 milhões que abriu um buraco na seguradora.

Há pelo menos uma forma de evitar que tal aconteça: uma seguradora nunca poderá ser dada como garantia para qualquer operação. A seguradora que pertencia ao Grupo Espírito Santo foi avaliada em 700 milhões de euros pelo BES Investimento (certificado pela PwC) e serviu de garantia do ESFG perante o BES para uma provisão constituída para que os investidores em papel comercial do GES vendido aos balcões do banco fossem reembolsados - depois transformada em penhor financeiro e executada - razão pela qual passou para o Novo Banco. Um penhor que nunca deveria ter acontecido, segundo Almaça.

"Uma seguradora nunca poderá ser dada como garantia ou como penhor seja em que circunstância for. Daí, manifestei o meu desagradou que se tivesse dado as acções da companhia como garantia do BES e que depois se tenha transformado em penhor", indicou Almaça na entrevista. E porquê esse tratamento especial que defende para o sector que supervisiona? "O património de uma seguradora pertence aos sinistrados, aos pensionistas e aos tomadores de seguros. O remanescente que existir é que pertence aos accionistas".

Seis meses de atenção especial

Na entrevista, Almaça admite que o antigo ISP dispensou uma atenção especial à Tranquilidade durante seis meses, desde o investimento de 150 milhões de euros em dívida do Grupo Espírito Santo até à venda da mesma aos americanos da Apollo.

"A companhia acabou por estar desde o dia 6 de Junho com uma gestão controlada. Portanto, a companhia funcionava, mas não podia fazer distribuição de dividendos, não podia fazer compras nem vendas sem autorização minha. Isso permitiu que a companhia continuasse a funcionar normalmente", revelou ao Económico e à Antena 1, depois de já ter revelado esse controlo apertado na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Almaça acredita que o acompanhamento que foi feito permitiu que a seguradora – a que ameaçou a retirada da licença – pudesse sobreviver. "Se não fosse a intervenção que tivemos – fazíamos um acompanhamento permanente com a administração – seguramente que a companhia, no dia 15 de Janeiro, não tinha chegado lá". De qualquer modo, neste momento, ainda não há, que se saiba, qualquer processo contra a administração de Peter Brito e Cunha. Esta quinta-feira, o antigo gestor é ouvido na comissão parlamentar de inquérito.

Espaço para aquisições

O líder do regulador acredita que há espaço para consolidação no mercado segurador. "Temos 44 seguradoras em Portugal. Dessas 44, existirão condições nesse processo de serem feitas ainda algumas aquisições, poderá haver condições para algumas desapareceram", diz o responsável da ASF ao Económico.

"Já assistimos, ainda no final deste ano, a seguradoras que estavam cá como sucursais e que acreditaram no nosso mercado e se transformaram em sociedades de direito português, como é o caso da Generali", comenta ainda José Almaça, acrescentando que, enquanto regulador, não lhe interesse se uma seguradora é controlada por capital português ou estrangeiro.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 9/2/2015 17:34

Boas,

MÁXIMO DOS SANTOS ADMITE LIMITAÇÕES NA DEFESA DOS INTERESSES DE ACCIONISTAS E CREDORES DO BES
09 Fevereiro 2015, 16:24 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Há "fortes condicionalismos" no trabalho da administração do banco "mau" do BES, admite o seu presidente na mensagem de boas-vindas do novo site.
"Não obstante todo o nosso esforço e dedicação, importa deixar claro que a tutela dos interesses dos accionistas e credores do BES só se poderá exercer na medida em que para isso haja espaço no quadro jurídico que rege a resolução, designadamente tendo em conta os princípios orientadores e as finalidades da medida determinada pelo Banco de Portugal".

A declaração está na mensagem do conselho de administração do BES presidida por Luís Máximo dos Santos, no novo site criado pela instituição. O banco contém os activos e passivos considerados problemáticos do BES ou, usando palavras do presidente, "um conjunto residual de activos (essencialmente créditos de difícil recuperação e filiais com situações complexas) e passivos (onde avultam as responsabilidades perante os titulares de obrigações subordinadas e a passivos contingentes), identificado nas deliberações do Banco de Portugal sobre a resolução".

Uma das limitações do trabalho deste banco "mau" (designação que Máximo dos Santos rejeita) é o facto de, a partir do momento de venda do herdeiro dos activos e passivos saudáveis Novo Banco (que terá de ser alienado até Agosto de 2016), o banco "mau" caminhar para a liquidação. Daí que Luís Máximo dos Santos fale em "fortes condicionalismos".

Ainda assim, tal como consta da legislação, terá de ser feita uma avaliação, do ponto de vista de liquidação, para calcular o valor do BES aquando da resolução. Isto porque "os accionistas e os credores cujos créditos não tenham sido transferidos não podem ficar em pior situação do que a que teriam caso a instituição tivesse sido liquidada ao abrigo de processos normais de insolvência".

Na sua mensagem, Máximo dos Santos refere que o BES continua a ser a mesa entidade jurídica do histórico banco. Daí que lamente que "muitas pessoas estão hoje a sofrer com os graves prejuízos e perdas que tiveram, a diferentes níveis, a títulos diversos e em diferentes latitudes, sentindo compreensivelmente traída a confiança que depositavam na instituição". Na audição, o administrador do BES também afirmou que um dos grandes perdedores de toda esta situação é o próprio banco, com mais de 100 anos de história, porque foi ele que desapareceu.

Neste momento, o banco "mau" tenta recuperar créditos, reclamar empréstimos e vender alguns activos.

Na audição parlamentar, o responsável do BES - que é também o presidente da comissão liquidatária do BPP - frisou que há lacunas na lei que foram detectadas agora que houve um banco alvo de resolução que é preciso colmatar quando ficar concluída a transposição legislativa (neste momento em acção).
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 9/2/2015 17:31

Boas,
O BES TEM UM SITE. E A EXPRESSÃO BANCO "MAU" NÃO APARECE
09 Fevereiro 2015, 14:08 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Luís Máximo dos Santos não gosta da designação banco "mau". E ela não consta do novo site, criado cerca de seis meses depois da resolução. O objectivo é que haja "fácil acesso" à informação sobre "a nova realidade do BES".
Quem pesquisar www.bes.pt já não vai redireccionado para a página do Novo Banco. A entidade que ficou com os activos e passivos considerados problemáticos do Banco Espírito Santo passou a ter um site.

Na mensagem de boas-vindas, Luís Máximo dos Santos explica o porquê da criação desta página: "fornecer informação útil, especialmente aos que mantêm interesses no BES mas também a todos os que, por uma razão ou por outra, querem ter um fácil acesso a informação sobre a nova realidade do BES".

Nesta página, não há qualquer utilização da expressão banco "mau" (herdeiro da designação em inglês "bad bank"), com que ficou conhecida esta entidade que, a partir de 3 de Agosto, herdou os activos e passivos que o Banco de Portugal optou por não colocar no Novo Banco, a instituição criada para manter a actividade do BES até à sua venda. São exemplos os 8 milhões de depósitos de família e administradores ligados ao banco.

O banco com activos problemáticos manteve a designação BES, ainda que tenha deixado de poder conceder crédito e receber depósitos. "Apesar da profunda alteração da sua actividade, o BES continua a ser a mesma entidade jurídica, pelo que se entendeu que se deveria incluir também informação relevante sobre a instituição referente ao período anterior a 3 de Agosto de 2014, ou seja, anterior à aplicação da medida de resolução", escreve Luís Máximo dos Santos.

É nesse contexto que aparecem os comunicados de resultados do BES nos últimos anos, tal como a história do banco desde 1869, com a constituição da casa de câmbios. Há também uma secção especial para o "período recente", a partir de 14 de Julho de 2014, dia em que "o Dr. Vítor Bento sucedeu ao Dr. Ricardo Espírito Santo Salgado por cooptação, tendo igualmente sido cooptados o Dr. José Honório e o Dr. João Moreira Rato, substituindo o Dr. José Manuel Espírito Santo e o Dr. Amílcar Morais Pires".

Aliás, esta parece ser a única declaração em que o nome de Salgado, histórico presidente do BES por 22 anos, surge no site do BES.

As deliberações do Banco de Portugal e os comunicados da entidade também constam desta página, que tem uma versão em inglês. Para já, ainda faltam informações que só poderão ser reveladas depois de divulgadas ao mercado: o balanço da instituição é o grande exemplo. Na comissão de inquérito, Máximo dos Santos já adiantou que o balanço, que deverá ser apresentado nas próximas semanas, conta com um desequilíbrio "significativo": a situação patrimonial (diferença entre activo e passivo) é "claramente negativa".
 
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Re: BES - A LUTA

por Aine » 6/2/2015 15:39

E quem comprou obrigações do GES?
Posted on 4 de Fevereiro de 2015 by marianamortagua
papel comercial
cópia de uma ficha de produto (papel comercial da ESI) com clara referência à garantia de capital e juros gentilmente cedida por um antigo cliente.

A atuação do Banco de Portugal que culminou na decisão de separação entre BES/Novo Banco visou (sem discutir aqui a sua eficácia) isolar o BES – os depositantes e clientes de retalho – dos riscos emergentes do ramo não-financeiro do Grupo Espírito Santo.

Para cumprir esse objetivo impôs ao banco a constituição de uma provisão de 700 milhões de Euros nas contas de 2013. Uma reserva de valor para compensar os clientes a quem tinha sido vendido – nos balcões do banco – títulos de dívida (papel comercial) das empresas do grupo.


A medida impunha-se porque se entendia que o não cumprimento por parte das empresas do GES (Rioforte e ESI) poderia causar problemas reputacionais ao BES. Em parte, também porque os pequenos aforadores estão sujeitos a níveis de proteção diferentes dos grandes investidores institucionais.

Nas contas apresentadas em 30 de julho o banco reforçou essas provisões em 550 milhões, o que parece perfazer um total provisionado suficiente para fazer face aos 1.100 milhões de papel comercial da Rioforte e da ESI colocado junto dos clientes de retalho.

A 14 de agosto, dias depois da resolução do BES, o Banco de Portugal publicita o seu acordo a várias propostas da administração do Novo Banco para reembolso de clientes de retalho do banco que tinham comprado 3 tipos de instrumentos: (i) obrigações BES; (ii) títulos de participação em veículos especiais e (iii) detentores de papel comercial.

Esta proposta de reembolso estava condicionada à verificação de várias condições como a verificação de que se tratavam de clientes de retalho, que não eram acionistas, gestores do GES ou pessoas relacionadas e que a solução encontrada não prejudicasse a solvabilidade e a liquidez do Novo Banco.

Na altura, a condição da solvabilidade parecia assegurada pelas provisões antes constituídas, e a sua capacidade de pagamento através de soluções como a possibilidade de trocar esta dívida por depósitos bancários, forma de manter a liquidez no Novo Banco.

Porém, apesar das variadas promessas de que a solução para o papel comercial estava para breve, esta nunca chegou a ser apresentada aos clientes. Mesmo a declarada intenção de reembolso publicada na página do Novo Banco foi retirada. Recuperemo-la

“O Papel Comercial emitido pela ESI e Rio Forte transitam para o NOVO BANCO, e este mantém a intenção de assegurar o reembolso, na maturidade, do capital investido pelos seus clientes não institucionais junto das redes comerciais do Grupo BES de então.”

No balanço de abertura do Novo Banco já não se encontra nenhuma referência às provisões constituídas para este efeito. Apenas aparece registada uma provisão de 450 milhões para os clientes de retalho que investiram nos tais veículos especiais.

Este recuo acontece em simultâneo com a mudança de estratégia, para uma venda apressada do Novo Banco. E é legítimo perguntar: será que o Novo Banco tem responsabilidades para com estes clientes? Afinal, a decisão de investir em papel comercial, ou seja, títulos de dívida que, por natureza, comportam risco e não garantem reembolso de capital foi dos clientes. A resposta é não, o Novo Banco não tem responsabilidades. A não ser que, comprovadamente, estes clientes tenham sido enganados. A não ser que, de forma danosa, o banco tenha prometido a estes pequenos aforradores condições falsas, como juros ou capital garantido. A não ser que, comprovadamente, tenha sido omitida informação relevante, como o buraco nas contas do GES. A não ser, finalmente, que estes clientes não possuíssem, comprovadamente, capacidade para avaliar a informação que lhes estava a ser fornecida.

Independentemente desta avaliação, que deve ser feita, há, no mínimo, um dever de clareza por parte do Banco de Portugal e do Novo Banco quanto ao destino destas obrigações.
 
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Re: BES - A LUTA

por Pata-Hari » 6/2/2015 10:27

Stock da Cunha: "A responsabilidade do papel comercial é dos emitentes"

05 Fevereiro 2015, 22:01 por Wilson Ledo | wilsonledo@negocios.pt


O Novo Banco está à procura de uma solução para a questão do papel comercial, embora esse assunto não seja sua responsabilidade directa. Datas para isso é que ainda não há.


O presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, reforçou esta quinta-feira, 5 de Fevereiro, que o reembolso aos investidores do papel comercial vendido nos balcões do Banco Espírito Santo é da responsabilidade "dos emitentes".



Ainda assim, Stock da Cunha reconhece que o Novo Banco poderá encontrar "soluções de carácter comercial" para este problema. Datas é que ainda não existem: a prioridade está em garantir bons níveis de "solvabilidade, liquidez e rentabilidade" da instituição.



"Como é um exercício muito difícil de fazer, ainda não conseguimos encontrar uma solução que vá ao encontro de todas estas questões", afirmou aos jornalistas, à margem da cerimónia de entrega dos Prémios Exportação e Internacionalização, em Lisboa.



Questionado sobre a venda do Novo Banco, Stock da Cunha preferiu não comentar o assunto. "Nós estamos aqui para gerir o banco. Não estamos para discutir o modelo de venda. Isso cabe ao dono [o Banco de Portugal]", posicionou.



A posição quanto ao papel comercial chega depois de Luís Máximo dos Santos ter admitido na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco admitir que a provisão relativa ao papel comercial está no Banco Espírito Santo, o "banco mau".
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 5/2/2015 22:48

Boas,

"FALTA DE ESTRUTURA FOI MAIOR DIFICULDADE DA GESTÃO NO BES"

Presidente do Conselho de Administração do BES Luís Máximo dos Santos (Lusa)
O presidente do Conselho de Administração do BES, Luís Máximo dos Santos, admitiu hoje que a ausência de uma estrutura foi a maior dificuldade que a sua gestão teve a propósito da medida de resolução do banco.

"A maior dificuldade da gestão consistiu no facto de o atual BES [Banco Espírito Santo] ter de começar a funcionar de imediato sem estar dotado de uma estrutura", declarou o responsável, que falava na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).

O presidente do BES sublinhou ter "plena consciência das dificuldades" da tarefa "limitada por fortes condicionalismos" que tem em mãos.

"A resolução do BES constitui, na verdade, uma situação inédita em Portugal e mesmo na União Europeia. Coloca-nos, por isso, perante desafios para os quais não existe experiência anterior", advogou Luís Máximo dos Santos na sua intervenção inicial.

No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".


Lusa
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 5/2/2015 22:41

Boas,

CLIENTES DO BES EM PROTESTO RECEBEM GARANTIA DE REUNIÃO NO BANCO DE PORTUGAL
A Associação Indignados e Lesados do Papel Comercial BES manifestou-se, hoje, junto ao Banco de Portugal (BdP), na baixa de Lisboa. Os representantes dos clientes lesados alegam que foram induzidos, em 2014, pelos gestores de conta a colocar as poupanças num produto alegadamente seguro e que, afinal, era papel comercial da Rioforte. Acusam o governador do BdP de faltar à palavra quando garantiu que havia provimento para salvaguardar estes clientes do BES. Há casos de clientes que ficaram, de um dia para o outro, sem acesso às poupanças de toda a vida, investidas num produto que, afinal, não era seguro. Os representantes dos clientes lesados foram recebidos por um assessor do BdP, que garantiu uma reunião em breve, ao mais alto nível, para chegar a um compromisso.
 
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