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Caldeirão da Bolsa

Angola, novo Eldorado para a saída da crise

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por fnabais.ferro » 9/2/2009 18:22

LHSL259 Escreveu:... Só para alimentação contem com um gasto médio de 500 euros por mês, isto numa perspectiva mais conservadora.Estes 500 euros é para refeições em casa. Aqui já é possível comer em alguns restaurantes por cerca de 12 euros, mas não são muitos onde se encontram estes preços


Aqui meu caro LHSL259, permite-me discordar um pouco, pois acho esses 500€ insuficientes, mesmo que só para alimentação.

Passo a explicar: Em 1º lugar, assumindo que se consegue fazer uma refeição em casa, a outra refeição por 12€ não será assim tão fácil de descobrir, principalmente para quem esteja em Luanda há pouco tempo. Depende muito da zona onde se trabalhe, e temos que considerar que comemos com alguma qualidade, que tal como bem sabemos nesta terra paga-se bem! :|

Com esses 12€ x 22 teríamos logo 264€, sobrando 236€ para as outras refeições em casa, o que faria o valor dos 500€ um pouco à pele. Se ás refeições juntarmos um pouco de qualidade de vida, tipo uma saída à noite com jantar fora, por semana, mais uma ida ao mussulo, aí o orçamento dos 500€/mês fica completamente ultrapassado.

Claro que poderão fazer uma vida pouco social e conseguir conter os custos ao máximo. Para mim não dava, pois para combater o afastamento de familiares, amigos e entes queridos, a minha solução é mesmo sair e espairecer para ajudar a passar o tempo! :lol: Para mim, apontaria mais para um gasto mensal na ordem dos 900€ para poder usufruir de alguma qualidade de vida.

Ana, administrativa no Marco de Canaveses, reconforta-se com um pensamento: em breve, vai viver num clima quente, como gosta, e passar a auferir 2300 euros mensais contra os miseráveis 750 que tem levado para casa.

Aqui, estes valores parecem-me um pouco reduzidos, tendo em conta a realidade atrás referida, a não ser que a oferta inclua alimentação. Logicamente que a habitação e transportes terão que estar incluidos, senão esta senhora iria estar a pagar para vir para Angola!!! :roll: Claro que a parte o clima quente é uma verdade irrefutável, e é uma das razões que me leva a gostar tanto desta terra!!! 8-) Não fosse eu um completo fanático por praia, mar e sol!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


jlomu Escreveu:Bom dia
Especialmente ao FNabais
Angola : na minha área - Agricultura, sou Eng. Agrónomo - agradeço qualquer informação.Estou a pensar na hipótese de iniciar negócios nesta área, nomeadamente exportação de Adubos, Pesticidas, Sementes,etc.mas todos com quem tenho falado me dizem que com muito cuidado e só com bons parceiros locais. Como não conheço ninguém lá nem sei por onde começar...
Qualquer dica é naturalmente muito bem vinda
Obrigado

Aqui meu caro jlomu, não te posso mesmo ajudar. A única coisa que sei é que tal como o MADxMAX já referiu, esta terra tem uma riqueza fora de série para cultivar e para ser auto-suficiente neste particular dos produtos agricolas, e infelizmente, a maior parte dos bens desta natureza são importados!!! Já se começa a ver alguns produtos locais, mas a meu ver, nitidamente poucos para a capacidade que penso que a terra aqui tem. Não sei se por falta de iniciativa ou por outros interesses, aqui estou completamente "ás escuras"!!!


Espero ter ajudado a esclarecer alguma coisa! :oops:

PS: Faltam por aqui as palavras sempre sábias do MozHawk, que com certeza terá uma opinião muito mais informada e válida sobre alguns dos assuntos que aqui referi.


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por jlncc » 9/2/2009 12:45

Obrigado a todos os que deram recomendaçoes!
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por MADxMAX » 9/2/2009 11:46

Boas mais uma vez...
jlomu...acredita que já me passou pela cabeça entrar na área da agricultura...pois Angola também é rica neste aspecto e não aproveita, acreditam que à 3 semanas vi comprar 10kg de batatas sensivelmente a 25€, isto é inacreditável...imagina produzires umas boas toneladas, com terras férteis e mão de obra abundante era fazer bom dinheiro...pois por aqui quase tudo ainda é importado...e o bens aqui tão perto...

MADxMAX :wink:
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por bráscubas » 9/2/2009 10:24

Bom dia
Especialmente ao FNabais
Angola : na minha área - Agricultura, sou Eng. Agrónomo - agradeço qualquer informação.Estou a pensar na hipótese de iniciar negócios nesta área, nomeadamente exportação de Adubos, Pesticidas, Sementes,etc.mas todos com quem tenho falado me dizem que com muito cuidado e só com bons parceiros locais. Como não conheço ninguém lá nem sei por onde começar...
Qualquer dica é naturalmente muito bem vinda
Obrigado
 
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por fnabais.ferro » 9/2/2009 9:38

LHSL259 Escreveu: ... Luanda deve ser uma das capitais mais caras do mundo. ...


Segundo um estudo de 26/11/2007, Luanda era mesmo a cidade mais cara do mundo para trabalhadores expatriados!!! Lembro-me que este artigo apareceu inclusivé na Visão algures em Junho de 2008.

MADxMAX Escreveu: ... e habitação...nem se fala,...


Este ponto é realmente uma das questões que as pessoas têm de ter muito cuidado antes de vir para aqui! Sempre que possível, a melhor opção é mesmo que seja a empresa a responsável or providenciar o alojamento para o trabalhador. Pelo menos nos primeiros tempos, até ficar a conhecer as condicionantes do mercado de arrendamento imobiliário por aqui.

Posso referir a titulo de exemplo, que um simples T2 num 11º andar sem elevador, pode custar á volta de 1500USD/mês, sendo que na altura do contracto, o inquilino tem que pagar à cabeça as mensalidades correpondentes a um ano de aluguer!!! :shock: e é quando não exigem dois!!! :shock: :shock: :shock:

Fonte: http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=17433

"Estudo coloca Luanda como a cidade mais cara do mundo para expatriados Lusa

A capital angolana, Luanda, tornou-se na cidade mais cara do mundo para trabalhadores expatriados, revela um estudo da empresa de recursos humanos ECA International, hoje divulgado em Singapura.

O estudo baseia-se nos preços dos últimos 12 meses de um cabaz de 128 bens de consumo e serviços habitualmente adquiridos por expatriados em 300 locais do mundo. Os dados apurados são usados pelas empresas para calcular as ajudas de custo pagas a funcionários no estrangeiro.

Entre estes itens estão alimentos (lacticínios, carne e peixe, fruta fresca e vegetais), bebidas e tabaco, serviços, roupa, electrodomésticos, automóveis e peças, além de refeições em restaurantes.

Luanda é seguida por Oslo, Moscovo, Stavanger (Noruega), Copenhaga, Kinshasa, Seul, Libreville (Gabão), Genebra e o centro de Londres, no 10º lugar.

«Algumas pessoas podem estar supreendidas por cidades africanas estarem nos primeiros dez lugares», afirmou Lee Quane, do escritório da ECA em Hong Kong. E explicou que os itens do cabaz de compras feitas pelos expatriados não estão facilmente disponíveis no mercado local e são, por isso, mais caros.

Em 2006, Luanda surgia em segundo lugar, atrás de Harare, posicionada então como a mais cara devido à hiperinflação registada no Zimbabué.

«Angola sempre foi um local caro para expatriados, porque é difícil obter a qualidade de bens e serviços de que eles esperariam desfrutar em casa. O seu constante crescimento no custo de vida é em larga medida resultado do aumento dos preços do petróleo», afirma a ECA International.

Com a valorização do kwanza, adianta, Luanda «tornou-se mais cara para os visitantes», apesar de a inflação estar «contida».

Um outro estudo divulgado na semana passada pela consultora imobiliária Worx apontava as carências de novos projectos de habitação de qualidade «à excepção dos espaços destinados aos colaboradores das empresas relacionadas com o petróleo», como causa dos altos preços de compra a aluguer que se registam na capital angolana, dos mais altos em África.

«Com a elevada procura, as rendas atingiram valores recorde no continente africano», com os valores das «prime rent» mensais (renda de zona de referência) de T5 rondar os 12 mil dólares (17 mil euros) por metro quadrado.

A Worx explica estes valores como o resultado de 27 anos de guerra civil em Angola (1975-2002), a que se associa a falta de investimentos nos últimos anos.

Se em termos globais Luanda é a cidade mais cara, já na Ásia é a capital da Coreia do Sul, Seul, que lidera a lista definida pela ECA.

O estudo sustenta que a desvalorização do iene faz com que as cidades japonesas sejam mais baratas.

A capital japonesa, Tóquio, mantém o segundo posto das cidades mais caras da Ásia, mas em termos globais saiu da lista das 10 mais caras devido à desvalorização do iene.

«A desvalorização do iene contra várias moedas, associada a uma baixa inflação, reduziu significativamente os custos para estrangeiros em Tóquio, Yokohama e Kobe nos últimos anos», refere o relatório da sondagem.

Na Ásia, as cidades japonesas de Yokohama e Kobe surgem no terceiro e quarto lugares, seguidas de Hong Kong, Taipé (Taiwan), Pequim e Xangai (China), Singapura e Cantão (no 10º lugar), a capital da província chinesa de Guangdong, sul do país.

A sondagem revela também que há 15 cidades chinesas entre as 39 mais caras da Ásia.

Os elevados preços da alimentação e a valorização do remimbi chinês fez aumentar o custo de vida dos expatriados nas cidades chinesas, diminuindo a diferença que mantinha com outras cidades mais desenvolvidas como Hong Kong e Taipé.

A capital indonésia, Jacarta, está no 11º lugar das cidades mais caras na Ásia, Banguecoque no 18º, Manila no 19º, Hanoi em 32º lugar, um acima de Kuala Lumpur, a capital da Malásia que foi classificada no 33º posto e considera Islamabad a cidade menos dispendiosa para os expatriados.

Lisboa não consta entre na lista das cidades destacadas no estudo como as mais caras do mundo.

26 Nov 2007
Fonte:Lusa "

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por MADxMAX » 9/2/2009 7:53

Boas...
Pois quem pretende vir..que tome bastante atenção às condições, pois como ja foi referido, alimentação ou produtos alimentares é o dobro ou triplo do custo em PT, e habitação...nem se fala, pelo menos aqui onde me encontro (Cabinda), uma casa minimamente habitável é entre 7500 Dólares a 12500 Dólares, pois penso que não está nos planos de ninguém com este calor viver debaixo de chapa sem AC. Por isso estudem bem as condições, existem-nas e muito boas, mas atenção. Quanto às oportunidades tem..e muitas..e mais existirão e a crise na Europa ainda mais irá deslocar gente para estes lados. Eu não me posso queixar muito, trabalho para uma petrolífera (Chevron\Saipem), vou 4 vezes ao ano a PT, tudo pago e $$$ em banco PT, mas claro como também ja foi referido isto não é um mar de rosas...sofre-se...não tens as regalias que nos habituamos na Europa...mas as notas que nos movem sabem bem mais tarde...
Doenças...claro que é necessário cuidado, eu por acaso nunca usei os repelentes, apesar de os ter trazido, isto porque até estou numa zona limpa e calma, mas já tive colegas que tiveram alguns problemas, mas existem regras importantes a seguir senão...

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por LHSL259 » 8/2/2009 23:12

LHSL259 Escreveu:Concordo com tudo o que o fnabais disse. No entanto só um conselho para quem pretende vir trabalhar para Angola. Atenção ás condições salariais. Luanda deve ser uma das capitais mais caras do mundo. Ir para Angola sem negociar o alojamento esta fora de causa. Só para alimentação contem com um gasto médio de 500 euros por mês, isto numa perspectiva mais conservadora.
Estes 500 euros é para refeições em casa. Aqui já é possível comer em alguns restaurantes por cerca de 12 euros, mas não são muitos onde se encontram estes preços
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por LHSL259 » 8/2/2009 23:06

Concordo com tudo o que o fnabais disse. No entanto só um conselho para quem pretende vir trabalhar para Angola. Atenção ás condições salariais. Luanda deve ser uma das capitais mais caras do mundo. Ir para Angola sem negociar o alojamento esta fora de causa. Só para alimentação contem com um gasto médio de 500 euros por mês, isto numa perspectiva mais conservadora.
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por fnabais.ferro » 8/2/2009 21:50

joaolc Escreveu:Eu tenho várias propostas para ir para aí (Sou Eng. Civil). Como está a actividade por ai? Há muito trabalho por aí? É melhor ir atraves de uma empresa Portuguesa ou trabalhar directamente para uma Angolana?


Uma das coisas que me assusta, são as doenças. São vários os relatos que oiço sobre malária, febre amarela, etc...

Agradecia uma eventual resposta.

Obrigado,
João


Não sendo a minha área, pelo que posso ver no dia a dia, haverá certamente muito trabalho nessa área. Há muito edificio a crescer, estradas a serem reconstruidas, barragens, etc ... É o esforço para a reconstrução nacional!

Em relação ás doenças, creio que se tomares as devidas precauções não terás grandes problemas. Eu em quase 2 anos, não tive problema practicamente nenhum.

Empresa portuguesas nessa área, se não estiverem cá todas, poucas faltarão... Além das mais conhecidas, Teixeira Duarte, Mota Engil e Soares da Costa, há muitas outras de menor dimensão e que funcionam com projectos mais pequenos ou como sub contratadas. Haverá ainda muitas outras de outros países, italianas e espanholas que eu já ouvi falar, sem contar com o enorme peso da brasileira Odebrecth e com toda a certeza de muitas empresas chinesas, sendo que a China é, tanto quanto sei, o maior parceiro do governo Angolano para o Gabinete de Reconstrução Nacional.

Espero ter ajudado qualquer coisa.

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por jlncc » 8/2/2009 20:52

E já agora, se me puderem dizer empresas que estejam em Angola (para poder contactá-las) também agradecia!
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por jlncc » 8/2/2009 20:46

Eu tenho várias propostas para ir para aí (Sou Eng. Civil). Como está a actividade por ai? Há muito trabalho por aí? É melhor ir atraves de uma empresa Portuguesa ou trabalhar directamente para uma Angolana?


Uma das coisas que me assusta, são as doenças. São vários os relatos que oiço sobre malária, febre amarela, etc...

Agradecia uma eventual resposta.

Obrigado,
João
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Re: Angola, novo Eldorado para a saída da crise

por fnabais.ferro » 8/2/2009 20:23

Açor3 Escreveu:08 Fevereiro 2009

... Há mais de um mês que tem marcada a consulta médica indispensável para obter o visto que, em breve, lhe vai permitir ir trabalhar para Angola.
...
E como para a obtenção do visto de entrada em Angola é obrigatória uma vacinação prévia, as consultas do viajante de todo o país estão a ter grande dificuldade em dar vazão a tantos pedidos.
Jornal Noticias


Onde é que o Jornal de Notícias foi ver que é "obrigatória uma vacinação prévia para obtenção do visto"?!?!?

No documento disponibilizado no site do consulado de Angola não diz nada disso! http://www.consuladogeral-angola.pt/

Lá que seja aconselhável tudo bem. Agora quem não apresentar o comprovativo da vacina da febre amarela, aquando da chegada a Luanda, o pior que pode acontecer é ter que ser vacinado ali na hora! O que diga-se de passagem não aconselho muito! :shock:

Mas obrigatório para obtenção do visto é que não!

Fica feita a correcção.


Angola, novo Eldorado para a saída da crise
Milhares de portugueses debandam em busca de novas oportunidades de trabalho
FERNANDO BASTO
São já mais de 80 mil os portugueses emigrados em Angola. Aquele país africano é visto como o novo Eldorado para trabalhadores e empresários portugueses. Dois voos diários são já insuficientes.

Com esta tenho mesmo de concordar. Desde há quase dois anos que para aqui vim, que cada vez mais se vê mais portugueses e não só! O aumento de estrangeiros em geral é fácilmente constatável!!!
E cada vez mais, das vezes que vou a Portugal ouço mais pessoas a pedirem-me informações e a dizer que estão a pensar em vir para aqui, ou que estão a considerar uma proposta, etc, etc, etc ...!

Reflexos da crise?!?! :?:

Contudo, alguém alerta: "Angola não é uma nova árvore das patacas. É um mercado exigente, que requer muito trabalho e qualidade"


Completamente de acordo também aqui.

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por Açor3 » 8/2/2009 11:26

Cada vez mais angolanos apostam no regresso ao seu país


RITA FERNANDES
Decisão. Forte crescimento económico explica este fluxo

Crise financeira internacional acelerou algumas idas

Goreth do Nascimento deixou Angola para se licenciar, mas sempre soube que não seria por muitos anos. Estava determinada a participar no desenvolvimento nacional e este, garante, era um sentimento partilhado pelos colegas angolanos que, como ela, estavam a estudar em universidades portuguesas.

A maioria, adianta a geóloga ao DN, está já no território e enfrenta, com optimismo, os obstáculos que vão surgindo. "As coisas estão a mudar e penso que tudo será mais fácil num futuro próximo." E, mesmo em tempos de recessão internacional, os números parecem confirmá-lo.

A economia angolana tem crescido a um ritmo ímpar. No ano passado, o produto interno bruto subiu 15,6% e para este ano, apesar do abrandamento, a estimativa do FMI aponta para 13,3%, podendo, contudo, ser inferior. Goreth demorou nove meses a encontrar trabalho, mas hoje é técnica superior de Pesquisa e Rede na Sonangol.

O salário "dá para viver" numa cidade onde os preços dos bens estão infeccionados. Continua em casa dos pais e não enfrenta, por isso, aquela que é considerada a maior dor de cabeça: a habitação. Luanda rebenta pelas costuras. Ao longo de anos, recebeu os que fugiam à guerra, agora acolhe quem quer uma vida melhor e existe um desequilíbrio acentuado entre procura e oferta no sector imobiliário, o que faz disparar as rendas.

E como reagem os angolanos que sempre viveram no país a quem chega do estrangeiro, mesmo que seja nacional? Marilene Lucas, licenciada em Ciências Agrárias, admite que já ouviu relatos de problemas sentidos por amigos formados no exterior mas garante que nunca foi alvo desses ataques. Dificuldades, afirma, enfrentou quando começou a trabalhar em Portugal e os colegas se recusavam a aceitá-la como quadro superior.


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Angola, novo Eldorado para a saída da crise

por Açor3 » 8/2/2009 11:10

08 Fevereiro 2009

Sociedade


Angola, novo Eldorado para a saída da crise
Milhares de portugueses debandam em busca de novas oportunidades de trabalho
00h30m
FERNANDO BASTO
São já mais de 80 mil os portugueses emigrados em Angola. Aquele país africano é visto como o novo Eldorado para trabalhadores e empresários portugueses. Dois voos diários são já insuficientes.

Porto, 4 de Fevereiro, 10 horas. Ana Rodrigues, 49 anos, impacienta-se frente ao balcão da Consulta do Viajante. Há mais de um mês que tem marcada a consulta médica indispensável para obter o visto que, em breve, lhe vai permitir ir trabalhar para Angola. Mas tem de aguentar. Os centros de saúde apenas com muita dificuldade conseguem dar vazão a tantos pedidos de vacinação. Ana, administrativa no Marco de Canaveses, reconforta-se com um pensamento: em breve, vai viver num clima quente, como gosta, e passar a auferir 2300 euros mensais contra os miseráveis 750 que tem levado para casa.

Porto, Hotel Sheraton, 5 de Fevereiro, 10 horas. Centenas de empresários nortenhos enchem um vasto salão para ouvirem falar sobre as relações económicas entre Portugal e Angola. Para gáudio da assistência, uma instituição bancária acena-lhes com possibilidades de crédito para a internacionalização das empresas. Na mesa, um perito aguça-lhes o apetite com números: as exportações para Angola cresceram mais de 30% só nos primeiros 10 meses do ano passado. Contudo, alguém alerta: "Angola não é uma nova árvore das patacas. É um mercado exigente, que requer muito trabalho e qualidade".

Ana Rodrigues e as centenas de empresários que, no Porto, sonham com Angola representam a esperança com que muitos milhares de portugueses de Norte a Sul do país olham a ex-colónia portuguesa. O desemprego e a falta de oportunidades parecem estar a encontrar respostas naquele país africano, onde a árdua tarefa de reconstrução nacional exige braços esforçados e grandes investimentos.

Os dois voos diários para Luanda - operados pela TAP e TAAG - são já insuficientes para tamanha debandada. Isabel Palma, do Gabinete de Comunicação da TAP, confirmou ao JN que, no ano passado, a companhia tranasportou mais de 156 mil passageiros na rota Lisboa-Luanda-Lisboa. Ou seja, um aumento de 13% face a 2007. O objectivo da companhia é o aumento do número de voos semanais de forma a dar resposta à elevada procura. Também na TAAG, Agnela Wilper confirmou ao JN a intensa procura que tem sido registada nos voos entre Lisboa e Luanda.

E como para a obtenção do visto de entrada em Angola é obrigatória uma vacinação prévia, as consultas do viajante de todo o país estão a ter grande dificuldade em dar vazão a tantos pedidos. Delfina Antunes, directora do Departamento de Saúde Pública do Norte, confirmou ao JN que dos 13500 utentes atendidos em 2008 nos cinco centros da região com consulta de viajante (três no Porto, um em Braga e um em Viana do Castelo), 9500 tinham como destino o continente africano. Destes, 70% rumavam a Angola.

Para aumentar a rapidez de atendimento - no momento, a marcação de uma consulta pode demorar cerca de um mês - serão abertos mais dois centros de saúde em Bragança e Vila Real, além de alargados os períodos de funcionamento e instalado um programa informático de gestão integrada de marcação de consultas.

Rui Encarnação, responsável pelo portal Netempregos, revelou ao JN que tem tido cerca de 150 ofertas de emprego por mês para Angola. "Em média, para cada oferta de emprego, recebemos cerca de 450 candidaturas", realçou.

E o futuro trará ainda mais oportunidades aos portugueses, como afirmou ao JN Basílio Horta, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

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