Magalhães é Português
Lexis Escreveu:Be Cool Escreveu:... Quanto ao resto do teu post, é um arrazoado de clichés, uns pertinentes, outros perfeitamente gratuitos, mas que não acrescentam nada ao tema.
Não te responderia, se não fosses mal educado...
Como educação é uma coisa que se deveria ensinar na escola... ou em casa (o que, ao que parece, não foi o que se passou contigo, em ambos os casos)... gostava que me explicasses o "arrazoado de clichés", como lhe chamas.
"Be cool" é o teu nick... bem, aconselho-te isso mesmo. Ou poderemos (quem ler as tuas palavras exaltadas) extrapolar que tens algum interesse pessoal no "projecto consumista" magalhaes... ou que és simpatizante do nosso ex.mo senhor inginheiro, primeiro-ministro, Jose Socrates... e não te consegues controlar, tão profunda é a tua simpatia.
Be cool... e respeita as opiniões dos outros (pois, parece que, foi isso que não te ensinaram).
Leio e releio a minha frase supra e não consigo vislumbrar onde é que está a minha má educação e muito menos a exaltação. Estás a ser muito sensível.
Claro que respeito a tua opinião. Mas isso significa que não a posso refutar? Estranho conceito de democracia! Se pensas assim, vieste ao sítio errado...o Caldeirão é um espaço de debate, onde se pode criticar e ser criticado. Eu limitei-me a criticar o teu bota-abaixismo cego. Ou será que perante uma medida que tem aspectos inegavelmente positivos (opinião minha, claro, mas que assumo frontalmente) só é admissível a crítica negativa?
Quanto ao restante conteúdo do teu post, é mais uma provocação gratuita que prefiro ignorar. Porque sou bem educado.
...
Está na hora, um vez que já vamos com 34 anos de democracia e já só faltam 9 (mais ou menos) para igualarmos o período do Estado Novo, de não fazermos oposição apenas por que não somos da cor do partido que está no governo e o lema é sempre, "bota a baixo".
Não há dúvida que o marketing politico está na ordem do dia, aqui e em qualquer parte do mundo, é por isso que as universidades nos seus cursos superiores já abordam esta matéria de uma forma mais séria. Agora nós, contribuintes e eleitores, temos que saber filtrar, o que são boas ideias, embora englobadas no marketing politico e o que são más ideias.
Quanto a mim parece-me que a aposta nas novas tecnologias e nos novos paradigmas que apontam para a sociedade do futuro, são sempre bem vindos.
Um conhecido "futurologista" americano, que tem desenvolvido muitos trabalhos para várias empresas e entidades públicas, que necessitam de prever o que irá ser o mercado no futuro, diz que devemos apostar na; Nanotecnologia, Biotecnologia, Tecnologias de Informação, Segurança, Saúde e Educação.
O Plano Tecnológico do governo penso que seja além de tudo, um alerta, uma chamada de atenção para todos os cidadãos para a importância da tecnologia e das ferramentas tecnológicas. É claro que por vezes na ânsia de fazer cometem-se erros mas, é bastante melhor do que não fazer nada.
Quanto a mim o projecto Magalhães é mais uma excelente aposta, até com visibilidade internacional. Temos que deixar de ser os coitadinhos, temos é que passar à acção e ter como objectivo, andarmos a par dos melhores, em todas as áreas, principalmente nas novas matérias para as quais podemos partir, eventualmente, duma posição idêntica ou até melhor que a concorrência.
Abraço,
Não há dúvida que o marketing politico está na ordem do dia, aqui e em qualquer parte do mundo, é por isso que as universidades nos seus cursos superiores já abordam esta matéria de uma forma mais séria. Agora nós, contribuintes e eleitores, temos que saber filtrar, o que são boas ideias, embora englobadas no marketing politico e o que são más ideias.
Quanto a mim parece-me que a aposta nas novas tecnologias e nos novos paradigmas que apontam para a sociedade do futuro, são sempre bem vindos.
Um conhecido "futurologista" americano, que tem desenvolvido muitos trabalhos para várias empresas e entidades públicas, que necessitam de prever o que irá ser o mercado no futuro, diz que devemos apostar na; Nanotecnologia, Biotecnologia, Tecnologias de Informação, Segurança, Saúde e Educação.
O Plano Tecnológico do governo penso que seja além de tudo, um alerta, uma chamada de atenção para todos os cidadãos para a importância da tecnologia e das ferramentas tecnológicas. É claro que por vezes na ânsia de fazer cometem-se erros mas, é bastante melhor do que não fazer nada.
Quanto a mim o projecto Magalhães é mais uma excelente aposta, até com visibilidade internacional. Temos que deixar de ser os coitadinhos, temos é que passar à acção e ter como objectivo, andarmos a par dos melhores, em todas as áreas, principalmente nas novas matérias para as quais podemos partir, eventualmente, duma posição idêntica ou até melhor que a concorrência.
Abraço,
Adam Smith
<<Nenhum capital posto em movimento produz maior quantidade de trabalho produtivo que o do lavrador.>>
<<Nenhum capital posto em movimento produz maior quantidade de trabalho produtivo que o do lavrador.>>
Mais um exemplo de que enfiar tecnologia pela goela abaixo dos portugueses não resolve nada per si:
Lembram-se?
Lembram-se?
A milagrosa ideia do via CTT que custou 2,5 milhões de euros, estudos de um ano e nove meses de execução (pergunto-me se o tempo perdido também está contabilizado na verba…), programa que servia para “construir o Plano Tecnológico”, democratizar as tecnologias da informação e “acelerar a modernização da sociedade portuguesa” (como se isso fosse mensurável ou sequer quantificável), esse fabulosos projecto deve estar de vento em popa, só assim se percebe o “passatempo” que os CTT acabam de lançar:
Passatempo Amigos ViaCTT:
Convide os seus amigos a aderirem à ViaCTT.
Por cada 10 amigos que activarem a ViaCTT, ganhará um leitor ipod grátis.
Dirija-se a qualquer Estação de Correios com o seu Cartão de Contribuinte e com um documento de identificação (Bilhete de Identidade ou Passaporte) e active a sua caixa postal electrónica.
Os Ipods, estarão no orçamento do projecto?
Eu tenho é pena que até Sócrates se tenha esquecido do guterrista e falhado (passe a redundância) MegaMail, projecto que, com «apoios de “Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior”, “Ministério da Educação”, iniciativa “Plano Tecnológico”, e “Agência para a Sociedade do Conhecimento”.», «é baseado na ideia de que o acesso ao correio electrónico deve ser fácil e possível a partir de qualquer computador ligado à Internet.» (Ainda bem que o governo trata disso, que seria de nós, com todos os outros serviço de E-Mail que apenas permitem acesso de certos computadores ligados à Internet).
Oferece 20MB, e não conheço ninguém que o use. Como o viaCTT, enfim.A ler também: Choque tecnológico à portuguesa, ViaCTT: tragédia em 3 actosFonte

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Pergunta à moda do Scolari: E quem vai pagar sou eu ?
Continuo a achar piada a tudo isto. Os pobres (os que tomam pequenos almoços de 5 e 6 €] não vão pagar nada e o escalão a seguir, 20 €.
Os que mais uma vez são obrigados a declarar todos os seus rendimentos vão pagar 50 €.
Mas alguém acredita que HOJE seja possível produzir um computador, mesmo de gama baixa por esse preço?
Claro que a publicidade é a mesma dos Portáteis anteriores: Tenha um portátil por 150 euros!
Ora fazendo as contas: 150 euros da aquisição, mais 36 mensalidades de 17,5 €, dá 630,00 €, o que totaliza: 780,00 €.
Especialmente a TMN embolsou umas centenas de milhares de contratos que não esperaria, e que não investindo um cêntimo na melhoria da rede pode vender acessos pelo preço justo, ficando o resto para a aquisição do computador.
No entanto, aqui não me chocou porque não veio o choradinho dos PC a custo zero para as familias carenciadas.
Este portátil, terá um custo semelhante ao ASUS eee ou ao novo Acer, e que andará na ordem dos 250 €.
Alguém vai ter de pagar a diferença !
Vai-me chocar agora que vou (vamos) pagar milhares de portáteis para alguns dos que tendo casas gratis, lhes roubaram os plasmas e têm estacionados carros topos de gama... (sabem do que estou a falar..não ?)
É tão fácil dar o dinheiro dos outros...
Continuo a achar piada a tudo isto. Os pobres (os que tomam pequenos almoços de 5 e 6 €] não vão pagar nada e o escalão a seguir, 20 €.
Os que mais uma vez são obrigados a declarar todos os seus rendimentos vão pagar 50 €.
Mas alguém acredita que HOJE seja possível produzir um computador, mesmo de gama baixa por esse preço?
Claro que a publicidade é a mesma dos Portáteis anteriores: Tenha um portátil por 150 euros!
Ora fazendo as contas: 150 euros da aquisição, mais 36 mensalidades de 17,5 €, dá 630,00 €, o que totaliza: 780,00 €.
Especialmente a TMN embolsou umas centenas de milhares de contratos que não esperaria, e que não investindo um cêntimo na melhoria da rede pode vender acessos pelo preço justo, ficando o resto para a aquisição do computador.
No entanto, aqui não me chocou porque não veio o choradinho dos PC a custo zero para as familias carenciadas.
Este portátil, terá um custo semelhante ao ASUS eee ou ao novo Acer, e que andará na ordem dos 250 €.
Alguém vai ter de pagar a diferença !
Vai-me chocar agora que vou (vamos) pagar milhares de portáteis para alguns dos que tendo casas gratis, lhes roubaram os plasmas e têm estacionados carros topos de gama... (sabem do que estou a falar..não ?)
É tão fácil dar o dinheiro dos outros...
ah e tal as crianças têm 1 má alimentação o sócrates tem de lhes dar peixinho, fruta e legumes todos os dias...
O estado já o faz nas escolas publicas há varios anos ...
Dá-lhes leite gratuito de manha e almoço a custo reduzido.
"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
e então? achas então que o sócrates devia dar 1 bicicleta a cada criança?
Por acaso até acho excelente ideia ... Crianças e adultos ...
Pouparia no futuro em tratamentos de doenças causadas por falta de exercicio ...
Alias já existem várias iniciativas :
Liboa Bike tour , Porto Bike tour ...
"Universidade do Minho distribui bicicletas aos alunos - PARTE I
"Duas mil bicicletas vão ser distribuídas, gratuitamente, a estudantes daUniversidade do Minho (UM). A iniciativa é dos serviços de acção social da própria universidade, em cooperação com uma empresa de Aveiro, a Ideia Biba,que criou a Bute (Bicicleta de Utilização Estudantil).A Bute é uma bicicleta do tipo citadino, equipada com um cesto para facilitar o transporte de livros ou computadores, descreve Carlos Silva,administrador dos serviços de acção social da UM."
" C.M. Almeirim distribui bicicletas a preço especial
A Câmara Municipal de Almeirim aderiu à semana Europeia da Mobilidade de 2007.
Uma das principais iniciativas é o projecto "almeirim.on.bike", onde irão ser vendidas bicicletas ao preço especial de 50 €. O preço de venda ao pública dessas bicicletas é de aproximadamente 100 €."
"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
O Governo é uma "direcção comercial de luxo", disse o ministro Manuel Pinho. O Governo vai tratando dos negócios, com Chávez ou com Khadafi, mas também com a Intel e a Embraer. O Governo tem ideias, projectos e "estratégias" empresariais. Vamos ter o carro eléctrico, o TGV e o portátil português. O Governo tem caprichos, a que chama "visão estratégica". Não há qualquer noção de risco ou rentabilidade. O povo paga.
O Governo acredita que gere o País como se fosse uma empresa. Mas um país não é bem uma empresa. Um país é composto por milhões de indivíduos e milhares de empresas com interesses e objectivos conflituantes. Uma empresa tem um número limitado de objectivos coerentes entre si. Pode ser dirigida num dado sentido de forma consistente. Os cidadãos e as empresas de um país têm uma infinidade de objectivos. Um governo que define objectivos para toda a economia, que escolhe projectos e que favorece empresas está a tomar partido pelos objectivos de alguns portugueses, penalizando os restantes. A função do Governo não é essa. A função do Governo é defender o interesse geral, respeitando regras gerais e abstractas que permitam a todos os agentes prosseguir os seus objectivos económicos em pé de igualdade.
Este Governo comporta-se de facto como uma direcção comercial. Vai tratando de casos, de pequenos interesses, de forma arbitrária. O Governo não se submete nem aceita leis gerais e abstractas. Tem produzido uma infinidade de leis especiais, isenções fiscais e facilidades burocráticas destinadas a beneficiar projectos concretos e empresas específicas. Mas se o Governo toma partido no eterno confronto entre as várias facções da sociedade, quem é que desempenha as funções de árbitro? Se o Governo cria privilégios e leis especiais, quem deve combater os privilégios e promover a justiça e a igualdade perante a lei? Se o Governo quer ser empresário, a quem cabe o papel de regulador imparcial da economia? Quem é que cuida do interesse geral? Quem é que desempenha as funções próprias de um governo?Fonte

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
carf2007 Escreveu:Uma bicicleta aos 6 anos é usada como brinquedo, mas sem saber a criança está a praticar desporto, a desenvolver os musculos, reflexos, etc ...
e então? achas então que o sócrates devia dar 1 bicicleta a cada criança?
ah e tal as crianças têm 1 má alimentação... o sócrates tem de lhes dar peixinho, fruta e legumes todos os dias...
ah e tal as crianças não leem... o sócrates tem de lhes dar livros...
os portáteis e-escolas e estes agora (e-primárias?) não resolvem 1 bilionésimo do nosso atraso na educação...
enquanto facilitarem nos exames, enquanto não cultivarem o culto da excelência nos alunos, enquanto se igualarem todos na mediocridade bem pode encher os alunos com milhares de portáteis pela goela abaixo que não será por isso que deixarão de ser uns analfabetos que chegam à faculdade sem saberem interpretar 1 simples texto...

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Be Cool Escreveu:... Quanto ao resto do teu post, é um arrazoado de clichés, uns pertinentes, outros perfeitamente gratuitos, mas que não acrescentam nada ao tema.
Não te responderia, se não fosses mal educado...
Como educação é uma coisa que se deveria ensinar na escola... ou em casa (o que, ao que parece, não foi o que se passou contigo, em ambos os casos)... gostava que me explicasses o "arrazoado de clichés", como lhe chamas.
"Be cool" é o teu nick... bem, aconselho-te isso mesmo. Ou poderemos (quem ler as tuas palavras exaltadas) extrapolar que tens algum interesse pessoal no "projecto consumista" magalhaes... ou que és simpatizante do nosso ex.mo senhor inginheiro, primeiro-ministro, Jose Socrates... e não te consegues controlar, tão profunda é a tua simpatia.
Be cool... e respeita as opiniões dos outros (pois, parece que, foi isso que não te ensinaram).
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- Registado: 11/3/2008 15:41
Leonel Moura in Jornal de Negocios :
"O Plano Tecnológico acaba de lançar mais uma iniciativa histórica. Um computador portátil pensado especificamente para as crianças pequenas, a partir dos seis anos, com um preço de custo absolutamente irrisório ou mesmo gratuito para os pobres.
O pequeno computador, de seu nome Magalhães, é bonito, bem desenhado, permite a plena exploração digital e a ligação à Internet. Depressa se tornará no objecto mais importante da pasta escolar e a brincadeira favorita de muitas crianças. Esperemos que os adultos, pais e professores, estejam à altura desta pequena revolução.
Anunciada esta semana pelo primeiro-ministro, a iniciativa representa um enorme salto neste percurso para conduzir directamente os portugueses do século XIX para o século XXI. E não há outra forma de o fazer com eficácia e consistência senão começar pelas crianças, a base de qualquer comunidade que se queira projectar para além da conjuntura. Habituá-las desde tenra idade a pensar abstracto, experimentar, realizar operações complexas, navegar no hiperespaço, visualizar as novas formas e imaginar o impossível, é a única maneira de os preparar para o futuro. Porque a evolução da tecnologia não vai parar e quando o tempo político e económico ultrapassarem esta depressão mundial em que nos encontramos vai seguramente explodir.
Mas esta medida vai muito para além da tecnologia. Representa uma nova atitude para com as crianças. É sabido como os portugueses sempre deram pouca importância às suas crianças. Do que se distinguem radicalmente, por exemplo, dos nórdicos. Com uma educação familiar mais baseada nos castigos do que no estímulo as crianças são genericamente vistas, no seu melhor, como bonecos pouco inteligentes e, no seu pior, como estorvo das urgências muito importantes dos adultos, como ver programas estúpidos na televisão ou discutir a bola. Misto de embrulho que se carrega de um lado para o outro e depósito das frustrações, ansiedades e expectativas dos pais, as crianças raramente são tratadas como entidade autónoma com os seus comportamentos próprios, a sua inteligência particular e direito a exprimirem vontades singulares e idiossincrasias. O super proteccionismo, também muito frequente, em que tudo se dá e a tudo se cede tanta vez para despachar, não é menos nefasto. Porque não deixa desenvolver o sentido da responsabilidade, a luta por objectivos ou o exercício da curiosidade.
Numa sociedade em que se privilegia a "infantilização" de tudo e todos, basta ver a televisão ou a publicidade, as crianças são encaradas como o grau zero da imbecilidade. Os adultos tendem por isso a tratá-las de uma forma deplorável, reforçando o infantilismo, não as levando a sério e apalhaçando os fugazes contactos. A maioria das pessoas acha que para falar com uma criança é preciso fazer esgares idiotas e dizer coisas sem sentido. Conheço gente que fala mais sério com o cão do que com o filho.
É por isso que distribuir computadores portáteis com ligação à Internet a crianças dos seis aos 10 anos, ou seja as do ensino básico, constitui um enorme salto cultural na forma como vemos as crianças. A autonomia da criança, o reforço das suas capacidades próprias, o estímulo à sua imaginação e criatividade são evidentes e não deixarão de dar frutos.
É claro que por cá, como vai sendo habitual, já se começaram a ouvir professores, pais e comentadores a alertar para os perigos do empreendimento. A Internet mete medo a muita gente. Mas eu diria que é antes a liberdade. Enquanto para outros é mesmo a inteligência. Noutros casos trata-se de gente tecnologicamente analfabeta que tem medo de se ver ultrapassada, o que inevitavelmente acontecerá, por miúdos de seis e sete anos. E há ainda os que exploram aspectos laterais só para denegrir o essencial. De qualquer modo apesar dos inevitáveis percalços e incompreensões esta é uma medida de grande alcance para o futuro do País. Finalmente Portugal terá muitas crianças a crescer no seu tempo e não à sombra de velhas e perniciosas ideias. Os pais que sempre dizem querer o melhor para a sua prole pensem bem nisto. A geração Magalhães vem aí e é bom que os seus filhos façam parte dela."
"O Plano Tecnológico acaba de lançar mais uma iniciativa histórica. Um computador portátil pensado especificamente para as crianças pequenas, a partir dos seis anos, com um preço de custo absolutamente irrisório ou mesmo gratuito para os pobres.
O pequeno computador, de seu nome Magalhães, é bonito, bem desenhado, permite a plena exploração digital e a ligação à Internet. Depressa se tornará no objecto mais importante da pasta escolar e a brincadeira favorita de muitas crianças. Esperemos que os adultos, pais e professores, estejam à altura desta pequena revolução.
Anunciada esta semana pelo primeiro-ministro, a iniciativa representa um enorme salto neste percurso para conduzir directamente os portugueses do século XIX para o século XXI. E não há outra forma de o fazer com eficácia e consistência senão começar pelas crianças, a base de qualquer comunidade que se queira projectar para além da conjuntura. Habituá-las desde tenra idade a pensar abstracto, experimentar, realizar operações complexas, navegar no hiperespaço, visualizar as novas formas e imaginar o impossível, é a única maneira de os preparar para o futuro. Porque a evolução da tecnologia não vai parar e quando o tempo político e económico ultrapassarem esta depressão mundial em que nos encontramos vai seguramente explodir.
Mas esta medida vai muito para além da tecnologia. Representa uma nova atitude para com as crianças. É sabido como os portugueses sempre deram pouca importância às suas crianças. Do que se distinguem radicalmente, por exemplo, dos nórdicos. Com uma educação familiar mais baseada nos castigos do que no estímulo as crianças são genericamente vistas, no seu melhor, como bonecos pouco inteligentes e, no seu pior, como estorvo das urgências muito importantes dos adultos, como ver programas estúpidos na televisão ou discutir a bola. Misto de embrulho que se carrega de um lado para o outro e depósito das frustrações, ansiedades e expectativas dos pais, as crianças raramente são tratadas como entidade autónoma com os seus comportamentos próprios, a sua inteligência particular e direito a exprimirem vontades singulares e idiossincrasias. O super proteccionismo, também muito frequente, em que tudo se dá e a tudo se cede tanta vez para despachar, não é menos nefasto. Porque não deixa desenvolver o sentido da responsabilidade, a luta por objectivos ou o exercício da curiosidade.
Numa sociedade em que se privilegia a "infantilização" de tudo e todos, basta ver a televisão ou a publicidade, as crianças são encaradas como o grau zero da imbecilidade. Os adultos tendem por isso a tratá-las de uma forma deplorável, reforçando o infantilismo, não as levando a sério e apalhaçando os fugazes contactos. A maioria das pessoas acha que para falar com uma criança é preciso fazer esgares idiotas e dizer coisas sem sentido. Conheço gente que fala mais sério com o cão do que com o filho.
É por isso que distribuir computadores portáteis com ligação à Internet a crianças dos seis aos 10 anos, ou seja as do ensino básico, constitui um enorme salto cultural na forma como vemos as crianças. A autonomia da criança, o reforço das suas capacidades próprias, o estímulo à sua imaginação e criatividade são evidentes e não deixarão de dar frutos.
É claro que por cá, como vai sendo habitual, já se começaram a ouvir professores, pais e comentadores a alertar para os perigos do empreendimento. A Internet mete medo a muita gente. Mas eu diria que é antes a liberdade. Enquanto para outros é mesmo a inteligência. Noutros casos trata-se de gente tecnologicamente analfabeta que tem medo de se ver ultrapassada, o que inevitavelmente acontecerá, por miúdos de seis e sete anos. E há ainda os que exploram aspectos laterais só para denegrir o essencial. De qualquer modo apesar dos inevitáveis percalços e incompreensões esta é uma medida de grande alcance para o futuro do País. Finalmente Portugal terá muitas crianças a crescer no seu tempo e não à sombra de velhas e perniciosas ideias. Os pais que sempre dizem querer o melhor para a sua prole pensem bem nisto. A geração Magalhães vem aí e é bom que os seus filhos façam parte dela."
"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
Lexis Escreveu:Para mim, a verdade é só uma: Alguém vai lucrar bem, MUITO bem, com este negócio. Provavelmente alguém "amigo" ("amigos") do PS ou do nosso querido primeiro-ministro.
Lexis,
ainda não está claro qual o preço final deste PC. A sua compra não será obrigatória e há ainda dúvidas se para ter acesso a ele será ou não obrigatório subscrever um pacote de acesso à internet com um período de permanência de 3 anos...
se for isso é outro grande negócio para as operadoras de telecomunicações que já fazem o que fazem com o e-escola (a concorrência é simplesmente inexistente e parece que isso é "normal")...
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...
Lexis disse:
Sim, vai de certeza lucrar a Intel, as duas empresas portuguesas envolvidas, os trabalhadores (e respectivas famílias) que irão ocupar os postos de trabalho inerentes ao projecto e as crianças que passam a dispor de um computador gratuito ou a baixo custo. Aliás, o número de alunos que o vai receber de borla vai ser o dobro do que seria hoje, em consequência das medidas de Acção Social Escolar que foram aprovadas para o próximo ano lectivo.
Provavelmente...tens acesso a informação privilegiada. Nesse caso, poderias ser mais concreto.
Não sabia que era obrigatório comprar! Mas de facto vai ser um azar tremendo ter de dar zero euros ou 50 euros pelo computador.
Se a criança é de tenra idade (6-9 anos), que capacidade querias que tivesse o computador?
Este computador foi concebido especificamente para este escalão etário e para vários países do mundo.
Pois se o computador foi idealizado e formatado para um aluno de 6-9 anos, querias que ainda fosse útil daqui a 7-8 anos?!!! Mas se até o de um utilizador comum, que não tem particularidades específicas, está desactualizado ou fora de circulação ao fim de 4-5 anos!!!
A suposta inutilidade já aqui foi notavelmente rebatida por vários participantes que deram testemunho do que se passa com os seus filhos, de idade equivalente, ou até inferior, aos alunos do 1.º ciclo.
Quanto ao resto do teu post, é um arrazoado de clichés, uns pertinentes, outros perfeitamente gratuitos, mas que não acrescentam nada ao tema.
Lexis disse:
Para mim, a verdade é só uma: Alguém vai lucrar bem, MUITO bem, com este negócio.
Sim, vai de certeza lucrar a Intel, as duas empresas portuguesas envolvidas, os trabalhadores (e respectivas famílias) que irão ocupar os postos de trabalho inerentes ao projecto e as crianças que passam a dispor de um computador gratuito ou a baixo custo. Aliás, o número de alunos que o vai receber de borla vai ser o dobro do que seria hoje, em consequência das medidas de Acção Social Escolar que foram aprovadas para o próximo ano lectivo.
Provavelmente alguém "amigo" ("amigos") do PS ou do nosso querido primeiro-ministro.
Provavelmente...tens acesso a informação privilegiada. Nesse caso, poderias ser mais concreto.
O Estado vai garantir COERCIVAMENTE uma clientela de algumas CENTENAS de MILHAR de familias portuguesas, que já não bastasse estarem endividadas pelo aumento das taxa de juro, pelos aumentos de impostos, pelas novas taxas e pelo aumento do custo de vida, vão agora ter o "azar" de serem OBRIGADAS a comprar.
Não sabia que era obrigatório comprar! Mas de facto vai ser um azar tremendo ter de dar zero euros ou 50 euros pelo computador.
pc/s, de ridicula capacidade e performance, para as suas crianças de tenra idade.
Se a criança é de tenra idade (6-9 anos), que capacidade querias que tivesse o computador?
Este computador foi concebido especificamente para este escalão etário e para vários países do mundo.
Pcs que depois, quando as suas crianças tiverem 14 ou 15 anos, vão servir para... rigorosamente NADA.
Pois se o computador foi idealizado e formatado para um aluno de 6-9 anos, querias que ainda fosse útil daqui a 7-8 anos?!!! Mas se até o de um utilizador comum, que não tem particularidades específicas, está desactualizado ou fora de circulação ao fim de 4-5 anos!!!
Estará disposto o Governo a receber de volta esses pcs e devolver às famílias os 50 euros empatados em tamanha inutilidade?? Duvido!
A suposta inutilidade já aqui foi notavelmente rebatida por vários participantes que deram testemunho do que se passa com os seus filhos, de idade equivalente, ou até inferior, aos alunos do 1.º ciclo.
Quanto ao resto do teu post, é um arrazoado de clichés, uns pertinentes, outros perfeitamente gratuitos, mas que não acrescentam nada ao tema.
Para mim, a verdade é só uma: Alguém vai lucrar bem, MUITO bem, com este negócio. Provavelmente alguém "amigo" ("amigos") do PS ou do nosso querido primeiro-ministro.
Senão vejamos:
O Estado vai garantir COERCIVAMENTE uma clientela de algumas CENTENAS de MILHAR de familias portuguesas, que já não bastasse estarem endividadas pelo aumento das taxa de juro, pelos aumentos de impostos, pelas novas taxas e pelo aumento do custo de vida, vão agora ter o "azar" de serem OBRIGADAS a comprar pc/s, de ridicula capacidade e performance, para as suas crianças de tenra idade.
Pcs que depois, quando as suas crianças tiverem 14 ou 15 anos, vão servir para... rigorosamente NADA.
Estará disposto o Governo a receber de volta esses pcs e devolver às famílias os 50 euros empatados em tamanha inutilidade?? Duvido!
Vantagens para as crianças: NENHUMAS, que eu veja.
Se, cada vez mais, é dificil ver conteudos programáticos, nas nossas escolas, que realmente estimulem a inteligencia das crianças, não vai ser o ter um pc para usar nas aulas que os vai ensinar a pensar, fazer calculos mentais ou deixar de dar erros ortograficos. Pelo contrário!
A verdade é que as nossas crianças, nas escolas, pouco desenvolvem as suas capacidades cognitivas... limitam-se a vegetar... e a passar de ano, cada vez mais automáticamente.
Já não sabem a tabuada, tem que contar pelos dedos para somar ou subtrair...e isto apenas quando não lhes deixam usar a calculadora, para ainda ser mais fácil.
O facilitismo vai agora chegar também ao português escrito. Aposto que a proxima jogada deste governo simplex será obrigar as cianças a deixar o papel e a caneta... O corrector ortográfico do editor de texto, deste "maravilhoso" pc, dará uma ajuda para reduzir o insucesso escolar em Portugal.
Vivam as estatísticas, o facilitismo, o embrutecimento dos cidadãos... e os negócios que enchem a carteira a quem nos governa e respectivos amigos e afilhados.
É o país que temos.
Senão vejamos:
O Estado vai garantir COERCIVAMENTE uma clientela de algumas CENTENAS de MILHAR de familias portuguesas, que já não bastasse estarem endividadas pelo aumento das taxa de juro, pelos aumentos de impostos, pelas novas taxas e pelo aumento do custo de vida, vão agora ter o "azar" de serem OBRIGADAS a comprar pc/s, de ridicula capacidade e performance, para as suas crianças de tenra idade.
Pcs que depois, quando as suas crianças tiverem 14 ou 15 anos, vão servir para... rigorosamente NADA.
Estará disposto o Governo a receber de volta esses pcs e devolver às famílias os 50 euros empatados em tamanha inutilidade?? Duvido!
Vantagens para as crianças: NENHUMAS, que eu veja.
Se, cada vez mais, é dificil ver conteudos programáticos, nas nossas escolas, que realmente estimulem a inteligencia das crianças, não vai ser o ter um pc para usar nas aulas que os vai ensinar a pensar, fazer calculos mentais ou deixar de dar erros ortograficos. Pelo contrário!
A verdade é que as nossas crianças, nas escolas, pouco desenvolvem as suas capacidades cognitivas... limitam-se a vegetar... e a passar de ano, cada vez mais automáticamente.
Já não sabem a tabuada, tem que contar pelos dedos para somar ou subtrair...e isto apenas quando não lhes deixam usar a calculadora, para ainda ser mais fácil.
O facilitismo vai agora chegar também ao português escrito. Aposto que a proxima jogada deste governo simplex será obrigar as cianças a deixar o papel e a caneta... O corrector ortográfico do editor de texto, deste "maravilhoso" pc, dará uma ajuda para reduzir o insucesso escolar em Portugal.
Vivam as estatísticas, o facilitismo, o embrutecimento dos cidadãos... e os negócios que enchem a carteira a quem nos governa e respectivos amigos e afilhados.
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http://zerodeconduta.blogs.sapo.pt/tag/ ... 3%A9+poder
Zero de Conduta
Publicidade enganosa
Primeiro foram as notícias que davam conta de uma nova fábrica da Intel em Portugal. Um sucesso, garantia-se, que já tinha 4 milhões de encomendas ainda antes de ser instalada a primeira pedra. Um investimento que iria criar 1000 postos de trabalho qualificados, na zona de Matosinhos, graças à diligência do Governo. A apresentação foi ontem. Com pompa e circunstância a imprensa andou dois dias a anunciar o “primeiro portátil português”. O Magalhães é um computador inspirado no navegador, diziam ontem as televisões em coro. Para dar credibilidade à coisa, o mais famoso relações públicas nacional e o presidente da Intel subiram ontem ao palco do Pavilhão Atlântico para a "apresentação mundial" deste computador de baixo custo.
Um único problema. Não só o computador não tem nada de novo como a única coisa portuguesa é a localização da fábrica e o capital investido. A "novidade mundial" ontem apresentada, já tinha sido anunciada a 3 de Abril - no Intel Developer Forum, em Shangai - e foi analisada pela imprensa internacional vai agora fazer quatro meses. O tempo que tem a segunda geração do Classmate PC da Intel, que é o verdadeiro nome do Magalhães. De resto, o primeiro computador mundial para as crianças dos 6 aos 11 anos, características que foram etiquetadas pela imprensa lusa por ser resistente ao choque e ter um teclado resistente à agua, já está à venda na Índia e Inglaterra. No primeiro país com o nome de MiLeap X, no segundo como o JumpPC. O “nosso” Magalhães é isso mesmo, uma versão produzida em Portugal sob licença da Intel, uma história bem distinta da habilmente "vendida" pelo governo para criar mais um caso de sucesso do Portugal tecnológico.
Fábrica da Intel nem vê-la e os tão falados 1000 novos postos de trabalho ainda menos, tudo se ficando por uma extensão da actual capacidade de produção da fábrica da JP Sá Couto. Serão 80 novos empregos, 250 se conseguirem exportar para os Palops. Os tais 4 milhões, que já estavam assegurados, lembram-se? Só que as 4 milhões encomendas não passam de wishful thinking do nosso primeiro. E muito pouco credível. Em todos os países onde o computador está à venda é produzido através de licenças com empresas locais. Como explicou o presidente da Intel, a empresa continua à procura de parceiros locais para ganhar quota de mercado com o Classmate PC, não o Magalhães.
A guerra de Intel é outra, como se pode perceber no relato que um dos mais reputados sites tecnológicos - a Arstechnica, do grupo editorial da New Yorker - faz da apresentação da Intel e do governo português: espetar o derradeiro prego no caixão do One Laptop for Child, o projecto de Nicholas Negroponte e do MIT para destinar um computador a cada criança dos países do terceiro mundo. É essa a importância estratégica para a Intel. O resto é fogo de vista para português ver.
PS: Não tenho nada contra a iniciativa em si, parecendo-me meritório um projecto para garantir um contacto precoce de milhares de alunos com a informática. Mas isso não quer dizer que aceite gato por lebre. Não seria nada mau sinal se a imprensa nacional, que andou a vender uma história ficcionada, também cumprisse o seu papel.
Etiquetas: desinformação é poder, governo, tecnologia
publicado por Pedro Sales às 09:07
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Zero de Conduta
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Primeiro foram as notícias que davam conta de uma nova fábrica da Intel em Portugal. Um sucesso, garantia-se, que já tinha 4 milhões de encomendas ainda antes de ser instalada a primeira pedra. Um investimento que iria criar 1000 postos de trabalho qualificados, na zona de Matosinhos, graças à diligência do Governo. A apresentação foi ontem. Com pompa e circunstância a imprensa andou dois dias a anunciar o “primeiro portátil português”. O Magalhães é um computador inspirado no navegador, diziam ontem as televisões em coro. Para dar credibilidade à coisa, o mais famoso relações públicas nacional e o presidente da Intel subiram ontem ao palco do Pavilhão Atlântico para a "apresentação mundial" deste computador de baixo custo.
Um único problema. Não só o computador não tem nada de novo como a única coisa portuguesa é a localização da fábrica e o capital investido. A "novidade mundial" ontem apresentada, já tinha sido anunciada a 3 de Abril - no Intel Developer Forum, em Shangai - e foi analisada pela imprensa internacional vai agora fazer quatro meses. O tempo que tem a segunda geração do Classmate PC da Intel, que é o verdadeiro nome do Magalhães. De resto, o primeiro computador mundial para as crianças dos 6 aos 11 anos, características que foram etiquetadas pela imprensa lusa por ser resistente ao choque e ter um teclado resistente à agua, já está à venda na Índia e Inglaterra. No primeiro país com o nome de MiLeap X, no segundo como o JumpPC. O “nosso” Magalhães é isso mesmo, uma versão produzida em Portugal sob licença da Intel, uma história bem distinta da habilmente "vendida" pelo governo para criar mais um caso de sucesso do Portugal tecnológico.
Fábrica da Intel nem vê-la e os tão falados 1000 novos postos de trabalho ainda menos, tudo se ficando por uma extensão da actual capacidade de produção da fábrica da JP Sá Couto. Serão 80 novos empregos, 250 se conseguirem exportar para os Palops. Os tais 4 milhões, que já estavam assegurados, lembram-se? Só que as 4 milhões encomendas não passam de wishful thinking do nosso primeiro. E muito pouco credível. Em todos os países onde o computador está à venda é produzido através de licenças com empresas locais. Como explicou o presidente da Intel, a empresa continua à procura de parceiros locais para ganhar quota de mercado com o Classmate PC, não o Magalhães.
A guerra de Intel é outra, como se pode perceber no relato que um dos mais reputados sites tecnológicos - a Arstechnica, do grupo editorial da New Yorker - faz da apresentação da Intel e do governo português: espetar o derradeiro prego no caixão do One Laptop for Child, o projecto de Nicholas Negroponte e do MIT para destinar um computador a cada criança dos países do terceiro mundo. É essa a importância estratégica para a Intel. O resto é fogo de vista para português ver.
PS: Não tenho nada contra a iniciativa em si, parecendo-me meritório um projecto para garantir um contacto precoce de milhares de alunos com a informática. Mas isso não quer dizer que aceite gato por lebre. Não seria nada mau sinal se a imprensa nacional, que andou a vender uma história ficcionada, também cumprisse o seu papel.
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publicado por Pedro Sales às 09:07
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Convém relembrar que aos alunos universitários não dão um portatíl (dão uma linha de crédito). Segundo o nosso governo os alunos universitários não precisam mesmo. Um aluno da primária precisa mais dele, pelo menos tem essa prioridade.
Os alunos universítários precisam no mínimo do Office e internet. E usam ferramentas como o Matlab, Visual Studio, PCSpice, Sniffer, etc. Mas não justificam este investimento de dezenas de milhões de euros.
Foram apresentados os PC's sem terem sido apresentados os conteúdos que vão ser utilizados no âmbito escolar ou a forma como os professores os vão utilizar(se utilizarem). Até parece que não pensaram tão à frente(parece?).
Assim sendo não passa dum brinquedo e dum show-off muito caro.
P.S. Não tenho menos conhecimento de causa que qualquer outro. A minha mãe até é professora de ensino primário e eu sou engenheiro, virado para o IT .
E acredita que muitos dos melhores alunos do meu curso, pessoas brilhantes... nem sequer sabiam mandar um e-mail quando entraram. E não alterou nada. Concordo com os programas do ciclo e do secundário, e que haja uma introdução natural das novas tecnologias. Mas tem de haver um contexto e no ciclo já se começam a fazer trabalhos e a passar trabalhos a computador.
Os alunos universítários precisam no mínimo do Office e internet. E usam ferramentas como o Matlab, Visual Studio, PCSpice, Sniffer, etc. Mas não justificam este investimento de dezenas de milhões de euros.
Foram apresentados os PC's sem terem sido apresentados os conteúdos que vão ser utilizados no âmbito escolar ou a forma como os professores os vão utilizar(se utilizarem). Até parece que não pensaram tão à frente(parece?).
Assim sendo não passa dum brinquedo e dum show-off muito caro.

P.S. Não tenho menos conhecimento de causa que qualquer outro. A minha mãe até é professora de ensino primário e eu sou engenheiro, virado para o IT .
E acredita que muitos dos melhores alunos do meu curso, pessoas brilhantes... nem sequer sabiam mandar um e-mail quando entraram. E não alterou nada. Concordo com os programas do ciclo e do secundário, e que haja uma introdução natural das novas tecnologias. Mas tem de haver um contexto e no ciclo já se começam a fazer trabalhos e a passar trabalhos a computador.
Editado pela última vez por maverick em 2/8/2008 21:23, num total de 1 vez.
Cumprimentos
No que benefícia uma criança de 6 a 10 anos em ter um portátil?
Esta pergunta já começa a irritar ...
Uma bicicleta aos 6 anos é usada como brinquedo, mas sem saber a criança está a praticar desporto, a desenvolver os musculos, reflexos, etc ...
Achas que com 9,10 Anos ainda são crianças que não conseguem tirar partido de um pc ? que não se preocupam em fazer os seus trabalhos escolares ? que só querem brincar ? Por essa linha de ideias, então com 19 anos e já na faculdade tambem não precisam de pc, porque só querem saber de noitadas, discoteca, bares, praia, sexo, etc... Não podes pensar assim ... Há lugar para tudo, as crianças podem, e devem, usar o pc para os trabalhos escolares e para jogar, porque jogar tambem desenvolve o cerebro ...
"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
joaolc Escreveu:Acho que a minha historia pode ser bastante util para convencer alguns.
Aos 6 anos tive o primeiro contacto com os computadores. O meu pai comprou um novo computador e deu-me o spectrum dele. Isso permitiu-me fazer desenhos no computador, perceber como é que um computador funciona e, obviamente, jogar jogos com os meus amigos!!
Lembro-me que o programa que permitia fazer desenhos foi feito pelo meu pai! O tal programa perguntava-me 3 questões de tabuada e só se eu acertasse é que me deixava fazer o desenho.
Sempre fui dos melhores alunos a matemática da escola, sempre tive uma enorme facilidade com as novas tecnologias e lembro-me nos 6 ano, quando eu estava mais do que acostumado com computadores, dos meus amigos passarem enormes dificuldades para aprender a fazer qualquer coisa nesta área.
Posso por isso dizer que o facto de desde cedo ter tido contacto com computadores me ajudou bastante a ter melhores notas e a ter facilidade com as novas tecnologias!
Na mouche

Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Acho que a minha historia pode ser bastante util para convencer alguns.
Aos 6 anos tive o primeiro contacto com os computadores. O meu pai comprou um novo computador e deu-me o spectrum dele. Isso permitiu-me fazer desenhos no computador, perceber como é que um computador funciona e, obviamente, jogar jogos com os meus amigos!!
Lembro-me que o programa que permitia fazer desenhos foi feito pelo meu pai! O tal programa perguntava-me 3 questões de tabuada e só se eu acertasse é que me deixava fazer o desenho.
Sempre fui dos melhores alunos a matemática da escola, sempre tive uma enorme facilidade com as novas tecnologias e lembro-me nos 6 ano, quando eu estava mais do que acostumado com computadores, dos meus amigos passarem enormes dificuldades para aprender a fazer qualquer coisa nesta área.
Posso por isso dizer que o facto de desde cedo ter tido contacto com computadores me ajudou bastante a ter melhores notas e a ter facilidade com as novas tecnologias!
Aos 6 anos tive o primeiro contacto com os computadores. O meu pai comprou um novo computador e deu-me o spectrum dele. Isso permitiu-me fazer desenhos no computador, perceber como é que um computador funciona e, obviamente, jogar jogos com os meus amigos!!
Lembro-me que o programa que permitia fazer desenhos foi feito pelo meu pai! O tal programa perguntava-me 3 questões de tabuada e só se eu acertasse é que me deixava fazer o desenho.
Sempre fui dos melhores alunos a matemática da escola, sempre tive uma enorme facilidade com as novas tecnologias e lembro-me nos 6 ano, quando eu estava mais do que acostumado com computadores, dos meus amigos passarem enormes dificuldades para aprender a fazer qualquer coisa nesta área.
Posso por isso dizer que o facto de desde cedo ter tido contacto com computadores me ajudou bastante a ter melhores notas e a ter facilidade com as novas tecnologias!
maverick Escreveu:Não existe SUMO nas vantagens que se tiram deste programa.
No que benefícia uma criança de 6 a 10 anos em ter um portátil? Como vai mudar o processo de aprendizagem deles? Quais são os conteúdos que vão ajudá-los nessa aprendizagem? Como vão os professores usar este meio nas aulas (se é que vão usar, a maioria não vai)?
É que sem responder a estas perguntas, o portátil é apenas um brinquedo. Dar o portátil a uma criança de 6 anos é dar um brinquedo... e os impostos num país rico como o nosso, não servem para dar briquedos.
Não se trata de dar um brinquedo, isto é um programa em larga escala, tu só não queres compreender que o PC é mais uma ferramenta que passa a estar ao dispôr do aluno, que mais queres que te diga, o pc representa o contacto com as nova tecnologias,tu achas que é um brinquedo
queres um argumento de peso para que esta seja uma boa medida, aqui vai, o simples facto de estarmos aqui a trocar ideias atraves destes brinquedos, através de uma rede mundial de computadores, vulgo WWW, é um argumento a favor da utilização em larga escala inserido num âmbito escolar, fazem-se milhões de coisas com as novas tecnologias, até nos permitem a milhares de km comprar acções

e peço-te, não vale a pena insistires com a treta dos jogos e do brinquedo, sem qq intenção de ofensa, não me pareçe que tenhas conhecimento da realidade escolar pois quando vieres a ter certamente irás olhar para tráz e facilmente perceberás que a realidade não é a que imaginamos, este pc é mais uma ferramenta, qual é o problema, ou pensas que numa sala de aulas "normal" o prof vai deixar os miudos utilizar o pc fora do ambito do programa escolar, assim ele seja inserido!
tambem não vale a pena ter a pretensão de pensar que este tipo de medidas isoladas resolve tudo mas aos poucos com varias medidas podemos pensar numa escola melhor e com mais qualidade, a introdução do Inglês no 1º ciclo o alargamento do horário escolar os professores de substituição etc...quando divulgaram estas medidas aqui del rei, que não podia ser, e não ia resultar etc...são várias medidas que são fundamentais para relançar o sistema escolar
sem querer dou por mim a defender medidas do governo do Socrates mas não é essa a minha intenção,nem muito menos quero que o topico descambe para a habitual "guerra" sobre os professores, agora sejamos realistas são varias medidas que cruzadas vão certamente provocar mudanças, se as crianças se divertirem aprendendo, tanto melhor, a visão conservadora é que não deixa descolar o país, isto é daquelas coisas que ou se faz ou não se faz
tu tambem não consegues dar um unico argumento de peso que justifique que esta medida inserido num plano mais alargado a nivel escolar, é uma medida insuportavelmente má, ou sequer má,e o Magalhães é mau?
Se fosse fabricado na Espanha já era bom né?
Só mais uma achega as escolas de 1º ciclo que eu conheço têm 1 pc por aula, quando o docente quer mostrar alguma coisa os miudos saiem todos do lugar e vai todo ao molho ver no monitor, assim e a este plano prever uma ligação intranet, ninguem se levanta com a habitual consfusão distracção e perda de tempo, negar o Magalhães e o objectivo para qual foi criado é negarmos que estamos a tecar neste momento num deles
eu concluo com alguma experiência de vida que vou acumulando que existe um problema grave que mina a nossa sociedade e o país, que é, tudo o que é novidade e que implique uma mudança por mais pequena que ela seja é imediatamente olhada com desconfiança e imediatamente rotulada de impraticavel e impossivel de ser posta em pratica devido a milhões de motivos, por vezes as pessoas nem sequer admitem, tentar pôr em prática novos métodos, é algo que não entendo, isto está demasiado enraizado na nossa sociedade, e é mau que assim seja.
Editado pela última vez por charles em 2/8/2008 14:00, num total de 2 vezes.
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Não existe SUMO nas vantagens que se tiram deste programa.
No que benefícia uma criança de 6 a 10 anos em ter um portátil? Como vai mudar o processo de aprendizagem deles? Quais são os conteúdos que vão ajudá-los nessa aprendizagem? Como vão os professores usar este meio nas aulas (se é que vão usar, a maioria não vai)?
É que sem responder a estas perguntas, o portátil é apenas um brinquedo. Dar o portátil a uma criança de 6 anos é dar um brinquedo... e os impostos num país rico como o nosso, não servem para dar briquedos.
No que benefícia uma criança de 6 a 10 anos em ter um portátil? Como vai mudar o processo de aprendizagem deles? Quais são os conteúdos que vão ajudá-los nessa aprendizagem? Como vão os professores usar este meio nas aulas (se é que vão usar, a maioria não vai)?
É que sem responder a estas perguntas, o portátil é apenas um brinquedo. Dar o portátil a uma criança de 6 anos é dar um brinquedo... e os impostos num país rico como o nosso, não servem para dar briquedos.
Cumprimentos
Be Cool Escreveu:Xitonhane Escreveu:Para que uma crianca ter um portatil se mal sabe escrever ou ler???acho bem que familiarize com um...mas dai a comecar a distribuir portateis e pura demagogia a La Chavez....nossas criancas tem graves dificuldades em portugues e matematica...mas sao genios informaticos....boa sorte...
Pela mesma razão que os adultos, muitos dos quais também mal sabem escrever (basta ir por aí acima neste tópico para o confirmar) ou ler, também já não passam sem um...
Se fosse a Intel a tomar a iniciativa sozinha, vendendo-os, por exemplo, a 200€ (4x mais caros que os actuais mas, ainda assim, significativamente baratos), choveriam aqui grandes loas...seria considerada uma medida fantástica, oportuna, utilíssima e de um filantropismo inigualável. Pois é, mas não foi...
...editado................
É a natureza humana...
...
Eu numa intervenção anterior quando falei na questão de uma escola privada, em que cada aluno teria um pc como ferramenta de apoio (mais uma), era com o mesmo sentido que tu referes, ou seja se fosse a intel ou uma entidade estrangeira como dizes, seria algo fantástico e tava tudo bem
o meu exemplo do colégio encaixa precisamente nesse raciocinio,se o pessoal visita-se um colégio privado com tudo do bom e do melhor o pessoal viria de imediato criticar e fazer comparações e fazer o habitual bota abaixo da escola publica
mas esta medida que quanto a mim tem pretensões de evolução e avanço para que os mais novos tenham contacto e saibam usar as novas tecnologias, isso passa a ser mau, isto é totalmente imcompreensivel
Mas eu lanço um desafio e faço uma aposta em que os primeiros a comprar o Magalhães são os que o criticam
Vá lá pessoal deixem, os tugas com menos posses ter um Magalhães por 50€ ou mesmo de borla, afinal de contas a democracia não é isso mesmo, criar riqueza e redistribui-la, os impostos são para quê afinal, se o estado dá milhões para projectos empresariais pra estradas e para obras publicas, é assim tão dificil de encaixar uma iniciativa desta natureza, eu fico espantado com algumas opiniões, e não encontro "sumo" nas mesmas que justifiquem as criticas feitas!!
Dizes que é a natureza humana eu diria antes é a eterna natureza portuguesa

1Abraço a todos
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Be Cool Escreveu:Se fosse a Intel a tomar a iniciativa sozinha, vendendo-os, por exemplo, a 200€ (4x mais caros que os actuais mas, ainda assim, significativamente baratos), choveriam aqui grandes loas...seria considerada uma medida fantástica, oportuna, utilíssima e de um filantropismo inigualável. Pois é, mas não foi...
Assim...é fácil concluir que grande parte (senão mesmo a maioria) dos que criticam esta medida, só o fazem porque ela veio donde veio e pronto. Já estão formatados para isso, independentemente da bondade da coisa.
Para mim parece-me uma medida positiva. Ter acesso a computadores não quer dizer que não se faça o resto. Continuo é a dizer que falta (muita) formação para os professores os conseguirem usar da melhor forma.
Tenho é muitas dúvidas de que o preço final das máquinas seja mesmo o anunciado. Quando muito serão os 0, 20 ou 50 euros mais 3 anos a pagar X por mês "pela ligação à internet"... espero estar enganado, mas...
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Xitonhane Escreveu:Para que uma crianca ter um portatil se mal sabe escrever ou ler???acho bem que familiarize com um...mas dai a comecar a distribuir portateis e pura demagogia a La Chavez....nossas criancas tem graves dificuldades em portugues e matematica...mas sao genios informaticos....boa sorte...
Pela mesma razão que os adultos, muitos dos quais também mal sabem escrever (basta ir por aí acima neste tópico para o confirmar) ou ler, também já não passam sem um...
E se é importante que todas as crianças se familiarizem com um, então como é que se há-de fazer? Há maneira melhor do que entregar-lhes um?
Agora o problema é ser "à la Chavez" (??!!) Então deveria ser à lá quê?
Se fosse a Intel a tomar a iniciativa sozinha, vendendo-os, por exemplo, a 200€ (4x mais caros que os actuais mas, ainda assim, significativamente baratos), choveriam aqui grandes loas...seria considerada uma medida fantástica, oportuna, utilíssima e de um filantropismo inigualável. Pois é, mas não foi...
Assim...é fácil concluir que grande parte (senão mesmo a maioria) dos que criticam esta medida, só o fazem porque ela veio donde veio e pronto. Já estão formatados para isso, independentemente da bondade da coisa.
É a natureza humana...
...
Para que uma crianca ter um portatil se mal sabe escrever ou ler???acho bem que familiarize com um...mas dai a comecar a distribuir portateis e pura demagogia a La Chavez....nossas criancas tem graves dificuldades em portugues e matematica...mas sao genios informaticos....boa sorte...
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