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Caldeirão da Bolsa

Greve!!!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 28/12/2011 18:19

A-330 Escreveu:Uau !!!

Acho que sou o agente pacificador !! Com o meu post consegui por a Pata e o Artista de acordo e a fumar o cachimbo da paz !!! :lol: :lol: :lol:

A330


Eu não preciso do cachmbo da paz, eu estou sempre em paz, mesmo quando estou em disacordo completo com alguém! :)

No caso, há aspectos com os quais discordo, há uns (poucos) com os quais concordo... e há alguns pressupostos que ela apresenta que não são correctos ou estão longe da realidade! :wink:

Até porque o que tu escreveste tinha pouco a ver com o que estávamos a debater... o que tu escreveste abordava a parte onde estamos completamente de acordo! :)
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por Automech » 28/12/2011 17:30

Não esquecer que há muitos hospitais e serviços geridos por médicos e que não foram raras as guerras abertas pelos médicos quando quiseram meter gestores hospitalares a gerir.

Um bom médico não é necessariamente um bom gestor hospitalar. Tal como um bom piloto poderá não ser um bom gestor duma companhia aérea.

Mas parece-me que a classe médica não aceita bem que apareça um não-médico a gerir hospitais. Sinceramente não sei quem é que tem razão.
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por Pata-Hari » 28/12/2011 17:17

O que são "consultas não médicas"? :mrgreen:

Nota que se insiste na questão das horas extraordinárias (ou assim deduzo pelo que leio):

Apurou-se que as ineficiências resultantes do excesso de utilização de recursos humanos


Como dizes, A330, ninguém admite que o problema está na gestão. Mas o facto é que há médicos em número que chegue (vide estatitsticas de médicos por 1000 habitantes - artista, se queres ver, procura porque estão no fórum algures) mas o estado não parece conseguir contratar médicos que chegue para não ter que pagar horas extraordinárias e para não haver meses de espera pelo serviço que (não) presta.
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por A330-300 » 28/12/2011 16:51

Foi acabar de por o post acima e deparo-me com esta.

Será que alguém ainda acha que a culpa é dos médicos? E sem querer ser chato , mas se calhar já sendo ,aproveito para dizer que o que se passa com os médicos é exatamente o que se passa com os pilotos na TAP.Mas isso já são histórias para outro tópico.

Hospitais desperdiçam dois milhões por dia, diz Tribunal de Contas
28 Dezembro 2011 | 15:27


Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde desperdiçam dois milhões de euros por dia, revela uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas que aponta para um desperdício de 745 milhões de euros em 2008. Excesso de utilização de recursos humanos, de medicamentos e de meios complementares de diagnóstico e terapêutica explicam o essencial das perdas.
Analisado o modelo de financiamento dos cuidados de saúde prestados pelas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) entre 2007 e 2009, os auditores do Tribunal de Contas (TC) concluíram que, "devido a ineficiências nas unidades hospitalares", as perdas para o internamento rondaram os 242 milhões de euros e no caso de ambulatório foram cerca de 503 milhões. Ou seja, em 2008, os desperdícios totais rondaram os 745 milhões de euros.

No caso do internamento, aquele valor representa 27% do total de cerca de 901 milhões de euros de custos considerados e no caso do ambulatório chegam a 41% do total de cerca de 1.220 milhões.

O TC considera que os métodos de formação de preços são "desadequados" e que a "ausência" de informação completa e fidedigna sobre os custos das várias actividades das unidades hospitalares levam a uma redução da eficiência.

No entanto, de acordo com a auditoria, os preços não são a principal causa dos problemas detectados: "quer no internamento, quer no ambulatório, as ineficiências nos preços, ao contrário do que aparenta, não são as mais relevantes", indica o relatório, no qual os relatores alertam a tutela para a importância de focar mais os problemas técnicos e a afectação de recursos. "A existência dos valores de convergência e a falta de um levantamento, exaustivo e transparente, das necessidades de saúde da população" também agravam a situação.

No que toca aos Contratos-Programa, os auditores entendem que as diferenças definidas entre as várias unidades hospitalares são "insuficientes" e não têm sido ajustadas às necessidades. A auditoria sublinha ainda que a maioria das unidades hospitalares do SNS (dois terços) mantém "actividades para as quais não tem fonte própria de financiamento", como é o caso da cedência de alguns medicamentos em ambulatório (reportado por 22,6% dos inquiridos) e consultas não médicas (17,3%).

Sobre a fixação de preços, o relatório explica que o apuramento dos custos é baseado numa metodologia norte-americana usada em Maryland que pode "introduzir distorções na distribuição dos custos hospitalares e, consequentemente, na adequação dos preços unitários fixados".

Além das deficiências metodológicas de apuramento de custos, a própria informação de base, a contabilidade analítica das unidades hospitalares do SNS, "apresenta problemas de fiabilidade e de comparabilidade, além de não ser apresentada em tempo oportuno". Resultado: a forma como é feita a contabilidade não permite conhecer o custo real de cada doente mas sim os custos de cada secção do hospital.

De acordo com o relatório agora divulgado, a contabilidade analítica é vista pelos hospitais como um "imperativo legal" e não como um instrumento de gestão para planear e melhorar os índices de eficiência e de produtividade. Os serviços de Urgência e de Internamento Médico apresentam custos superiores aos preços em todos os hospitais analisados, verificando-se o inverso nos médicos de ambulatório.

A maioria dos hospitais que integraram a amostra reporta custos unitários de produção ou subcontratação (sector privado) da actividade de radioterapia, em 2009, inferiores ao valor unitário do financiamento, o que sugere um sobrefinanciamento desta actividade.

"Apurou-se que as ineficiências resultantes do excesso de utilização de recursos humanos, de medicamentos e de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, parte substancial dos custos operacionais das unidades hospitalares, com destaque para os recursos humanos, representam cerca de 67% das ineficiências apuradas na actividade de Internamento e cerca de 72% das ineficiências identificadas nas atividades de Ambulatório", refere ainda o documento.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=528065

A330
 
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por A330-300 » 28/12/2011 16:34

marianonunes Escreveu:Mas a questão é apenas o ordenado dos médicos? Isso deveria ser secundário.

A verdadeira questão é o tempo de espera no sistema de saúde público.

Temos "médicos suficientes", mas fazem "80 horas semanais" e mesmo assim conseguimos estar meses sem esse "serviço de qualidade".


Nem mais !! Aí está uma prova de má gestão.Tão má que nem sabem quantos médicos precisam.

Se não conseguem chegar a uma conclusão destas ,fico a imaginar a dimensão desta ingerência.Deve estar em tudo e em todos os lados.

Mas depois a culpa é do Zé.Neste caso o médico.O sistema não pode assumir que é incompetente.

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por marianonunes » 28/12/2011 16:01

Mas a questão é apenas o ordenado dos médicos? Isso deveria ser secundário.

A verdadeira questão é o tempo de espera no sistema de saúde público.

Temos "médicos suficientes", mas fazem "80 horas semanais" e mesmo assim conseguimos estar meses sem esse "serviço de qualidade".
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por A330-300 » 28/12/2011 15:49

Uau !!!

Acho que sou o agente pacificador !! Com o meu post consegui por a Pata e o Artista de acordo e a fumar o cachimbo da paz !!! :lol: :lol: :lol:

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por artista_ » 28/12/2011 13:51

A-330 Escreveu:Quanto aos médicos:

Não se acaba nem com a saúde pública nem com a privada.Ambas tem o seu papel.

As pessoas tem que entender duas coisas:

1. O problema da saúde não está no salário dos médicos, mas na administração como um todo.Há fugas de dinheiro e má gestão por todo lado.

2.O que as pessoas tem que entender é que alguns profissionais são caros.Simplesmente não se pode tentar igualá-los aos demais, médias do país , etc.

Assim como nenhum gestor de topo vai aceitar trabalhar por 3000 euros , um médico não pode estar contente com a atuais condições.E menos ficará se as baixarem.

É sempre a mesma coisa , querem todos os melhores médicos e serviços e não querem pagar por eles.

Se não tivessem roubado tanto este país ,e não tivéssemos uma dívida para pagar , talvez neste momento o salário dos médicos já não fosse assim tão alto como dizem alguns.

A330


Ora nem mais... ultimamente isto chegou a um ponto que vale tudo, desde que não nos tirem a nós! Se tirarem aos outros pode ser que já não seja preciso tirar-nos a nós!

Entretanto vão tirando a todos e vão-se esquecendo de tirar onde deviam tirar... enquanto o povo está entretido com estas guerrinhas mesquinhas!
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por mapaman » 28/12/2011 13:49

Se a greve oi suspensa só pode significar que existem negociações a decorrer.Nao é credível negociar e ao mesmo tempo manter o aviso de greve.quanto menos se souber melhor será o acordo.
"Não perguntes a um escravo se quer ser livre".Samora Machel
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por Pata-Hari » 28/12/2011 13:41

Amén.
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por A330-300 » 28/12/2011 13:05

Quanto aos médicos:

Não se acaba nem com a saúde pública nem com a privada.Ambas tem o seu papel.

As pessoas tem que entender duas coisas:

1. O problema da saúde não está no salário dos médicos, mas na administração como um todo.Há fugas de dinheiro e má gestão por todo lado.

2.O que as pessoas tem que entender é que alguns profissionais são caros.Simplesmente não se pode tentar igualá-los aos demais, médias do país , etc.

Assim como nenhum gestor de topo vai aceitar trabalhar por 3000 euros , um médico não pode estar contente com a atuais condições.E menos ficará se as baixarem.

É sempre a mesma coisa , querem todos os melhores médicos e serviços e não querem pagar por eles.

Se não tivessem roubado tanto este país ,e não tivéssemos uma dívida para pagar , talvez neste momento o salário dos médicos já não fosse assim tão alto como dizem alguns.

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por _urbanista_ » 28/12/2011 10:39

pvg80713 Escreveu:quanto aos médicos, ainda bem que já há acordo, só acho estranho não encontrar detalhes do mesmo...


Acho que aínda não existe acordo, mas sim uma vontade de negociar da parte do ministério. penso que foi isso que os demoveu da greve.
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por pvg80713 » 28/12/2011 10:28

quanto aos médicos, ainda bem que já há acordo, só acho estranho não encontrar detalhes do mesmo...

quanto aos maquinistas, penso que finalmente o governo e mesmo a administração, lhes vai tratar da saúde (deu jeito o acordo com os médicos...).
acho que os piorzinhos deviam mesmo ir pastar. refiro-me aos que sucessivamente não cumprirem serviços mínimos.



edit 1:

isto está lindo


Pré-acordo secreto entre Ministério e sindicato revolta médicos
Por Marta F. Reis, publicado em 28 Dez 2011 - 03:10 | Actualizado há 6 horas 20 minutos
Negociações podem ter resultado em contrapartida. Carlos Arroz diz que desconvocou greve para garantir “normalidade negocial”


Até ao fecho desta edição os médicos ainda não sabiam ao certo o conteúdo do pré-acordo entre o Sindicato Independente dos Médicos e o governo que levou à desconvocação da greve às horas extra marcada para o início do ano.

Carlos Arroz, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, não respondeu aos contactos do i nem às muitas perguntas na página do SIM no Facebook, onde médicos acusam o sindicato de uma atitude suspeita e condenam a falta de explicações, nomeadamente sobre o efeito prático da desconvocação já que os cortes no valor das horas avançam na mesma.
 
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por artista_ » 27/12/2011 23:16

Pata-Hari Escreveu:Pensando melhor, sim, vou responder-te.


Ainda bem! :)

Pata-Hari Escreveu:Disse certamente que para ter um sistema horrivel, é preferível não ter nenhum já que existem alternativas privadas. Se os públicos não são capazes, fechem-se.


Não estás a ser coerente, por um lado afinal até disseste mal da educação em Portugal (e de que maneira), por outro sempre tens uma imagem bem pior da educação do que da saúde!

Pata-Hari Escreveu:Não era sarcasmo, a tua argumentação parece ignorar esse facto.


Se há coisa que a minha argumentação não tem descurado é a posição do contribuinte... daí eu achar estúpido acabar com um programa a meio do ano letivo para poupar 1 ou 2 milhões de euros quando, por exemplo, andamos a meter mais de 100 vezes mais só num banco, nos bancos todos já nem consigo fazer as contas! :mrgreen:

Pata-Hari Escreveu:O sistema de saúde é mau nas generalidades. Nas especialidades é excelente e tem o que não existe no privado, com as competências (que existem) e os materiais (que não existem nos privados pelas razões que me dei ao trabalho de explicar mas que ignoraste). Quando alguém tem doenças verdadeiramente sérias, tende a socorrer-se do público pela excelência dos médicos e dos materiais. Há muito a melhorar, como toda a gente sabe mas tem algumas coisas excelentes, a começar por excelentes médicos. A dificuldade em chegar a eles está certamente mais na incapacidade de gestão hospitalar e de recursos do que na capacidade médica e dos profissionais. Nas escolas olha que isso não sucede. Havendo escolha, não vês ninguém no publico.


Não? Sabes mais do que eu, como é que sabes disso? Eu sinceramente não sei, nem conheço estudos sobre o assunto, mas fico à espera que mos apresentes, sinceramente...

E há uma grande diferença, um médico tem de tratar um paciente, um professor tem de cuidar de turmas, com muitos alunos. Isto para dizer que o contexto é importante na educação, não o é, ou é marginal, na saúde... no ano letivo passado, uma conhecida minha dava aulas numa escola pública na Baixa da Banheira e numa privada na zona da Expo. A expressão dela "quando ia de uma escola para a outra parecia que ia do céu ao inferno, ou vice-versa"! Eu conheço bem a situação, os pais que metem os alunos no privado também sabem porque é que os metem lá.. até porque, em teoria, os professores do público são melhores do que o privado, ganhando mais e tendo mais regalias só vai para o privado quem não consegue colocação no público! Obviamente que até isto está a mudar, para o ano já deve haver escolas privadas a pagarem melhor aos professores do que aquilo que se paga no público (supondo que lhes vão pagar 14 meses), as regalias também já desapareceram quase todas, e o estado ainda trata pior os professores contratados que o privado... obviamente que há outros condicionalismos para que algumas escolas públicas não funcionem tão bem como as privados, mas a grande diferença é de contexto, é social, tentar negar isto só se for por teimosia!

Já agora, a escola onde estou este ano, tem muitos ex-alunos em medicina, e palpita-me que daqui a 3 anos terá mais duas das quais sou atualmente director de turma!

Pata-Hari Escreveu:Eu sei qual é a formação dos professores de liceu. E sei quais são as exigências no sistema finlandês (já me dei ao trabalho de colocar aqui): mestrados em educação, especializações nas áreas e na pedagogia do que ensinam. E sei o que temos aqui: maioritariamente o refugo dos universitários vindos de cursos sem outras saídas profissionais e para onde foram porque não foram capazes de entrar noutros. Lamentavelmente essa é a nossa realidade por muito crua, dura e feia que seja. Haverão excepções, mas a regra é essa.


Hummm, então conheces muito mal a realidade atual, já to disse mas preferes ignorar. Mas, já agora, os professores do privado são o quê? Mestrados?

Não acredito que todos os professores da Finlândia sejam mestres, cá também há muitos com esse grau. "Especialização nas árease na pedagogia do que ensinam" todos têm atualmente, talvez haja alguns de algumas disciplinas mais recentes que não tenham todos, porque não foram cridas condições para que isso acontecesse. Estou a lembrar-me de Espanhol, e TIC, nestas duas é provável que nem todos tenham, no resto todos ou quase todos têm!
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por marianonunes » 27/12/2011 23:01

Nas escolas também tens casos específicos onde preferes o público.

Quem quer ir para uma universidade privada, quando podes ir para uma pública?
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por Pata-Hari » 27/12/2011 22:41

Pensando melhor, sim, vou responder-te.

Disse certamente que para ter um sistema horrivel, é preferível não ter nenhum já que existem alternativas privadas. Se os públicos não são capazes, fechem-se.

Não era sarcasmo, a tua argumentação parece ignorar esse facto.

O sistema de saúde é mau nas generalidades. Nas especialidades é excelente e tem o que não existe no privado, com as competências (que existem) e os materiais (que não existem nos privados pelas razões que me dei ao trabalho de explicar mas que ignoraste). Quando alguém tem doenças verdadeiramente sérias, tende a socorrer-se do público pela excelência dos médicos e dos materiais. Há muito a melhorar, como toda a gente sabe mas tem algumas coisas excelentes, a começar por excelentes médicos. A dificuldade em chegar a eles está certamente mais na incapacidade de gestão hospitalar e de recursos do que na capacidade médica e dos profissionais. Nas escolas olha que isso não sucede. Havendo escolha, não vês ninguém no publico.

Eu sei qual é a formação dos professores de liceu. E sei quais são as exigências no sistema finlandês (já me dei ao trabalho de colocar aqui): mestrados em educação, especializações nas áreas e na pedagogia do que ensinam. E sei o que temos aqui: maioritariamente o refugo dos universitários vindos de cursos sem outras saídas profissionais e para onde foram porque não foram capazes de entrar noutros. Lamentavelmente essa é a nossa realidade por muito crua, dura e feia que seja. Haverão excepções, mas a regra é essa.
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por artista_ » 27/12/2011 22:38

Mais uma vez enganada, eu apenas queria aprender, sinceramente, se há exemplos melhores, se há coisas que devem ser corrigidas, quanto mais informação melhor. Concordando ou não com os teus comentários, não se perde nada... tudo se transforma!
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por Pata-Hari » 27/12/2011 22:09

artista Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Artista, explica-me porquê que é a oposta? se eu advogo que na educação se deve simplesmente começar por copiar o que se faz de melhor no mundo e que esse sistema acontece ser público, porque advogaria eu o fim da educação pública?


Olha que se insistires muito eu ainda vou tentar encontrar um post onde disseste que para ti a escola pública acabava! :)

Eu também acho que deve copiar o melhor que se faz no mundo... embora isso leve provavelmente a alguns ajustes, as sociedades são muito diferentes...

Pata-Hari Escreveu:O que não concordo certamente é que sendo a educação paga pelos impostos (não te iludas, ser público não significa que é de borla, significa qeu e´pago pelo dinheiro que de todos)



Adoro o teu sarcasmo! :mrgreen:

Pata-Hari Escreveu:...seja mau e me obrige ou a usar um serviço mau ou podendo, pagar também pelo privado! é preferivel ser apenas privado onde apenas se paga o privado do que ser miserável, público, pago pelos impostos e depois duplamente pago quando ainda se paga pelas escolas privadas!


Pois, aqui é que estamos em desacordo completo... em primeiro lugar o ensino público não é mau, tem muita coisa onde pode melhorar mas não é mau. Se é mau, o sistema de saúde público também é mau. Também aqui há muita gente que paga o sistema público (através dos impostos) e depois paga um privado porque não gosta do público! ou ainda não tinhas reparado nisto?! :)

Pata-Hari Escreveu:...No sistema médico, ou usas um ou usas outro. Na educação, pagas os dois e usas o privado (se puderes, claro).


Oopss, afinal ainda não reparaste! :wink:

Não me digas que estás a falar das taxas moderadoras? Elas representam actualmente 1% dos custos, com as novas tabelas vão passar a representar 2%... isto quer dizer que os outros 98/99% vêm dos impostos! :wink:

Pata-Hari Escreveu:...
E mais, acho que temos o mesmo problema de falta de profissionais qualificados em números suficientes. Do universo dos professores das nossas escolas praticamente nenhum têm as habilitações mínimas requeridas para ser professor na finlandia - que é o modelo que acho que faria sentido seguir dado que é o melhor existente.


Tu e a finlândia... e não têm porquê? Quem te ouvir falar até parece que mudavas isto num instante, se calhar davas uma boa Ministra da Educação... o problema é que nem conheces a formação dos docentes Portugueses! :)



Artista, confesso que não vou perder tempo a responder-te e vou-te rapidamente dizer porquê. Se queres tirar frases de contextos e deturpar o que foi dito, estás à vontade. Mas eu não vou perder tempo a corrigir e a repetir-me. E convenço-me que nem vale a pena dar informação acerca das diferenças entre formações e sistemas, claramente é desperdício de tempo e de informação. Ou será a velha regra d"o mais cego é o que não quer ver"?
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por artista_ » 27/12/2011 19:03

Pata-Hari Escreveu:Artista, explica-me porquê que é a oposta? se eu advogo que na educação se deve simplesmente começar por copiar o que se faz de melhor no mundo e que esse sistema acontece ser público, porque advogaria eu o fim da educação pública?


Olha que se insistires muito eu ainda vou tentar encontrar um post onde disseste que para ti a escola pública acabava! :)

Eu também acho que deve copiar o melhor que se faz no mundo... embora isso leve provavelmente a alguns ajustes, as sociedades são muito diferentes...

Pata-Hari Escreveu:O que não concordo certamente é que sendo a educação paga pelos impostos (não te iludas, ser público não significa que é de borla, significa qeu e´pago pelo dinheiro que de todos)



Adoro o teu sarcasmo! :mrgreen:

Pata-Hari Escreveu:...seja mau e me obrige ou a usar um serviço mau ou podendo, pagar também pelo privado! é preferivel ser apenas privado onde apenas se paga o privado do que ser miserável, público, pago pelos impostos e depois duplamente pago quando ainda se paga pelas escolas privadas!


Pois, aqui é que estamos em desacordo completo... em primeiro lugar o ensino público não é mau, tem muita coisa onde pode melhorar mas não é mau. Se é mau, o sistema de saúde público também é mau. Também aqui há muita gente que paga o sistema público (através dos impostos) e depois paga um privado porque não gosta do público! ou ainda não tinhas reparado nisto?! :)

Pata-Hari Escreveu:...No sistema médico, ou usas um ou usas outro. Na educação, pagas os dois e usas o privado (se puderes, claro).


Oopss, afinal ainda não reparaste! :wink:

Não me digas que estás a falar das taxas moderadoras? Elas representam actualmente 1% dos custos, com as novas tabelas vão passar a representar 2%... isto quer dizer que os outros 98/99% vêm dos impostos! :wink:

Pata-Hari Escreveu:...
E mais, acho que temos o mesmo problema de falta de profissionais qualificados em números suficientes. Do universo dos professores das nossas escolas praticamente nenhum têm as habilitações mínimas requeridas para ser professor na finlandia - que é o modelo que acho que faria sentido seguir dado que é o melhor existente.


Tu e a finlândia... e não têm porquê? Quem te ouvir falar até parece que mudavas isto num instante, se calhar davas uma boa Ministra da Educação... o problema é que nem conheces a formação dos docentes Portugueses! :)
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por artista_ » 27/12/2011 18:51

Pata-Hari Escreveu:
Deviam existir cotas era no ensino e outras classes profissionais, onde andamos a formar pessoas para ficarem desempregada


Mas não há quotas no ensino (já cotas, já mais que muitos). Vai para o ensino maioritariamente quem não teve oportunidades noutras áreas e a maior parte dos professores não têm formação especifica para serem professores.


Grande aldrabice... mas de onde é que tiraste tu isso?! Isso só acontece em alguns grupos (poucos), e ainda assim a renmuneração só é equivalente quando estes fazem dois anos de estágio em serviço!

Se queres que te diga, até acho que é só o meu grupo de recrutamento (600), mas é provável que haja mais algum, que não tem professores formados especificamente para lecionar... mas, como te disse, neste momento não deve haver nenhuma a dar aulas que não tenha feito o estágio, a profissionalização, com os cortes que têm feito os que não são profissionalizados nem têm hipótese nos concursos...

O que a mim me espanta é a facilidade com que se fala sobre assuntos que não se conhecem bem. Há tantos tópicos aqui no Caldeirão onde eu vou e não abro o bico, lei-o o que tenho para ler e mais nada!
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por Pata-Hari » 27/12/2011 16:51

Deviam existir cotas era no ensino e outras classes profissionais, onde andamos a formar pessoas para ficarem desempregada


Mas não há quotas no ensino (já cotas, há mais que muitos). Vai para o ensino maioritariamente quem não teve oportunidades noutras áreas e a maior parte dos professores não têm formação especifica para serem professores.
Editado pela última vez por Pata-Hari em 27/12/2011 22:41, num total de 1 vez.
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por marianonunes » 27/12/2011 15:49

Eu acho engraçado a maior preocupação deste thread ser o facto de os médicos puderem passar a ter um ordenado mais em linha com o resto de Portugal. E muitos que estão preocupados com isso nem são médicos.

Um médico que entre em medicina com média 17,5 não é necessariamente pior que um médico que entre em medicina com 18. Nem é óbvio que um médico que ganhe 1500€ seja melhor do que um que ganhe 1200€.

Temos um sistema público, onde demoras meses a ter uma consulta de especialidade. Podes estar anos para ser operado. Isto é um serviço de primeira? Vamos manter isto assim?

Termos mais médicos(o que não significa ter mais 10 mil médicos), disfarçava alguns dos problemas do nosso sistema de saúde. Cotas para manter ordenados elevados? Deviam existir cotas era no ensino e outras classes profissionais, onde andamos a formar pessoas para ficarem desempregadas. Isso sim é caro para o país.
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por vitcosta » 27/12/2011 15:48

Ainda não entendi, de que forma aumentar as vagas de medicina vai melhorar a situação...

Segundo o ministro há médicos a mais...
Estão a ser formados mais de mil por ano...

Estamos interessados em formar mais umas centenas a custar milhares de euros por ano, para quê?

Para os exportar a séguir a custo zero?

pvg80713 Escreveu:fala-se em abrir universidades de medicina e vem logo a piada de médicos com média de 9,5...
para mim um médico com média de 16 serve. e com média de 16 devia de haver mais milhares de candidatos a entrar !

mas a pergunta que vos deixo é qual a média dos actuais médicos com cinquenta anos de idade ?

ficariam surpreendidos ! muitos não têm média superior a 13 valores ! antes do 25/4 nem sequer havia média de acesso a medicina...
 
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por pvg80713 » 27/12/2011 15:35

Entrevista
“Não tenho de subsidiar médicos que não trabalham”
Catarina Duarte
27/12/11 09:47

Isabel Vaz aponta a vantagem da nova PPP de Loures: “o Dr. Vítor Gaspar inscreveu uma verba no Orçamento, que é exactamente quanto lhe vai custar”.

O novo Hospital de Loures - a primeira Parceria Público-Privada do grupo Espírito Santo Saúde - abre portas a 19 de Janeiro. Este foi o mote para uma conversa com a presidente do Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz sobre a reorganização do parque hospitalar de Lisboa, sobre os riscos das PPP e sobre o contexto actual da Saúde, sem esquecer a invariável discussão sobre o papel dos privados: "É por essa mentalidade, do medo do lucro, quando o lucro é o que faz a sociedade andar, que continuamos um país atrasado", defende.

Fala-se que anda a contratar médicos com propostas irrecusáveis e ordenados milionários, numa altura em que os médicos do SNS vão sofrer cortes nas remunerações. É verdade?
Primeiro ponto: o hospital de Loures é público. Todos os médicos que vêm trabalhar para Loures vêm fazer serviço público. Segundo, nós comprometemo-nos com o Estado a fazer mais barato do que aquilo que o Estado consegue fazer. Não consigo perceber o que as pessoas querem dizer com propostas irrecusáveis. Estamos a pagar aquilo que no nosso país, com o contracto que temos, nos é permitido. Temos uma grande vantagem em relação aos nossos colegas, é que Loures é um hospital de raiz e como tal estamos a escolher as equipas. Ou seja, não tenho que subsidiar médicos, enfermeiros, auxiliares, que não querem trabalhar, e que não contribuem para o sucesso das organizações. Não tenho que conviver com funcionários que não produzem aquilo que deviam produzir, com a qualidade que deviam prestar.

O Hospital de Loures é a primeira PPP do Espírito Santo Saúde. Haverá diferenças na gestão entre os hospitais do grupo ESS e Loures?
As diferenças vêm da estrutura de financiamento do hospital. Ou seja, as seguradoras, os financiadores privados trabalham hoje com uma estruturação completamente diferente daquilo que são os hospitais públicos. No terreno o que é importante é tratar os doentes exactamente da mesma forma.

Mas numa PPP o risco é maior?
É muito maior. Nas PPP o Estado passa para os privados uma quantidade total de riscos. Posso dizer-lhe que desde a nossa proposta o IVA aumentou de 19 para 23%. É um risco nosso. Quando fizemos a proposta ao Estado o mundo era um, agora é outro. Os ‘spreads' tiveram aumentos violentíssimos e o acesso ao crédito na banca faz-se em condições completamente diferentes. E tudo isso foi assumido pelo sector privado. O Dr. Vítor Gaspar inscreveu uma verba no Orçamento, que é exactamente quanto lhe vai custar.

Mas nas PPP não há o risco da quebra da procura.
Nesse aspecto, dentro do Serviço Nacional de Saúde, não há o que é no fundo o risco-mor do sector privado que é o de os doentes não nos escolherem
 
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por Pata-Hari » 27/12/2011 14:27

Artista, explica-me porquê que é a oposta? se eu advogo que na educação se deve simplesmente começar por copiar o que se faz de melhor no mundo e que esse sistema acontece ser público, porque advogaria eu o fim da educação pública?

O que não concordo certamente é que sendo a educação paga pelos impostos (não te iludas, ser público não significa que é de borla, significa qeu e´pago pelo dinheiro que de todos) seja mau e me obrige ou a usar um serviço mau ou podendo, pagar também pelo privado! é preferivel ser apenas privado onde apenas se paga o privado do que ser miserável, público, pago pelos impostos e depois duplamente pago quando ainda se paga pelas escolas privadas!

No sistema médico, ou usas um ou usas outro. Na educação, pagas os dois e usas o privado (se puderes, claro).

E mais, acho que temos o mesmo problema de falta de profissionais qualificados em números suficientes. Do universo dos professores das nossas escolas praticamente nenhum têm as habilitações mínimas requeridas para ser professor na finlandia - que é o modelo que acho que faria sentido seguir dado que é o melhor existente.
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