Uma saída airosa para a crise de Portugal?
djovarius Escreveu:De volta a este controverso tópico:
Do que estavam à espera mesmo ?
É que estamos uma espiral recessiva... ainda que eles jurem a todos os Deuses que não !!
Assim, não é de admirar que o destino sejam os 130% de ratio dívida/PIB já em 2014. O problema não é o Euro, é a incapacidade de travar o crescimento da dívida.
Calote à vista, banhista...
Abraço
dj
O problema é: será que o calote não vem tarde demais?
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
Lion_Heart
De volta a este controverso tópico:
Do que estavam à espera mesmo ?
É que estamos uma espiral recessiva... ainda que eles jurem a todos os Deuses que não !!
Assim, não é de admirar que o destino sejam os 130% de ratio dívida/PIB já em 2014. O problema não é o Euro, é a incapacidade de travar o crescimento da dívida.
Calote à vista, banhista...
Abraço
dj
Do que estavam à espera mesmo ?
É que estamos uma espiral recessiva... ainda que eles jurem a todos os Deuses que não !!
Assim, não é de admirar que o destino sejam os 130% de ratio dívida/PIB já em 2014. O problema não é o Euro, é a incapacidade de travar o crescimento da dívida.
Calote à vista, banhista...
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Lion_Heart Escreveu:127% de divida!!!![]()
Vai ser bonito vai.
A troika dizia que o pico da dívida seria 119%, depois afinal já era 124% e entretanto vai crescendo 2 ou 3 pontos percentuais ao mês...
It’s a recession when your neighbor loses his job; it’s a depression when you lose your own. — Harry S. Truman
If you're going through hell, keep going. - Winston Churchill
If you're going through hell, keep going. - Winston Churchill
Lion_Heart Escreveu:127% de divida!!!![]()
Vai ser bonito vai.
O Aníbal e a Maria esqueceram-se de pedir a Nª Sra. para interceder pela nossa dívida. Sim, porque isto já só lá vai com milagre...
Ao que consta, o Aníbal andava muito ocupado a fazer de mestre de cerimónias aos conselheiros e a Maria preocupada com a escolha da marquise nova para Belém...

"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
ul Escreveu:A saída do euro de uma só vez , ou devagarinho utilizado como tampão uma segunda moeda pode correr mal ou mesmo muito mal , pois a Argentina que passou a imprimir livremente a sua moeda passados 10 anos , lidera actualmente o "clube da bancarrota".
Eu defendo o anuncio da saída do euro , relembrado o que fez o Orson Welles ao microfone da CBS em 1938 com "A invasão dos marcianos" o terror em Portugal seria igual aos dos apavorados americanos tentando fugir .
Deixo a vossa imaginaçao o tamanho das filas junto dos bancos,
Com vaselina ou sem vaselina, uma coisa me parece segura: vamos acabar por sair do Euro.
Parece-me de elementar bom senso começar a preparar as estruturas para a coisa e deixar de andar a espalhar a ilusão de que vamos continuar com Euro.
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
A saída do euro de uma só vez , ou devagarinho utilizado como tampão uma segunda moeda pode correr mal ou mesmo muito mal , pois a Argentina que passou a imprimir livremente a sua moeda passados 10 anos , lidera actualmente o "clube da bancarrota".
Eu defendo o anuncio da saída do euro , relembrado o que fez o Orson Welles ao microfone da CBS em 1938 com "A invasão dos marcianos" o terror em Portugal seria igual aos dos apavorados americanos tentando fugir .
Deixo a vossa imaginaçao o tamanho das filas junto dos bancos,
"Portugal sai do "clube da bancarrota"
Ao fim de três anos, o país deixa de estar no grupo das dez economias com maior risco de incumprimento para onde entrou no segundo trimestre de 2010.
Jorge Nascimento Rodrigues
12:30 Terça feira, 21 de maio de 2013 Última atualização há 40 minutos
Alberto Frias 126 1659
441 TEXTO A A Imprimir Enviar A probabilidade de incumprimento da dívida soberana portuguesa num horizonte de cinco anos baixou hoje para 22,6% e o custo dos credit default swaps (derivados financeiros que funcionam como seguros contra o risco de incumprimento, acrónimo cds) desceu para perto de 290 pontos base, segundo dados da CMA/S&P Capital IQ.
Em virtude dessa descida, Portugal saiu do "clube da bancarrota", o grupo de 10 economias do mundo com mais alta probabilidade de entrarem em default (em incumprimento da sua dívida soberana). O Iraque tomou o lugar de Portugal, que ontem havia descido para a 10ª posição, com um nível de risco de 22,83%. A diferença com o nível de risco do Iraque (22,73%) é muito pequena, pelo que esta saída pode ser revertida.
O movimento no mercado secundário das yields das obrigações do Tesouro (OT) português tem sido de aproximação a 5%. Fechou ontem em 5,23% e está hoje em 5,22%, segundo dados da Bloomberg para as 12h30.
Portugal entrou para o "clube da bancarrota" no 2º trimestre de 2010 e chegou ao segundo lugar no 3º trimestre de 2011. Seria resgatado pela troika em maio de 2011. O pico do risco de incumprimento foi registado a 12 de março de 2012 com uma probabilidade de incumprimento de 64,55% e um custo dos cds de 1243,63 pontos base. Nesse dia, Portugal ascendeu à liderança do "clube", em virtude da saída temporária da Grécia, que foi declarada em default parcial aquando da reestruturação de dívida.
O máximo histórico, depois da adesão ao euro, das yields das OT no mercado secundário verificou-se a 30 de janeiro de 2012: 17,39% para as OT a dez anos; 22,87% para o prazo a cinco anos; 24,48% para o prazo a três anos; e 21,06% para o prazo a dois anos.
Dicotomia de risco
A descida das yields e da probabilidade de incumprimento da dívida está em flagrante contraste com o agravamento da situação económica do país, uma "dicotomia" para a qual a agência de notação Fitch já chamou a atenção como padrão de risco em todos os periféricos.
Os últimos dados provisórios do Eurostat apontam para uma contração homóloga do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,9% no 1º trimestre de 2013. Em cinco anos, desde 2008, a economia portuguesa esteve em recessão em quatro anos (2008, 2009, 2011 e 2012). Nesse período, a contracção acumulada foi de 5,7%. O hiato do produto subiu para 3,9% do PIB em 2012 e a dívida em percentagem do PIB subiu para 123% no final desse ano. O desemprego em janeiro de 2013, segundo os últimos dados do Eurostat, subiu para 17,5% da população ativa.
Os investidores estão a considerar que o risco de saída do euro por parte da Grécia e de Portugal, apesar da situação económica depressiva dos dois países, está em queda acentuada, em virtude da posição do Banco Central Europeu de prosseguir uma política monetária "acomodativa" e de poder vir a intervir no mercado secundário em determinadas circunstâncias através do instrumento conhecido pela sigla OMT.
Apenas Chipre, entre os resgatados pela troika, continua com um nível de risco de incumprimento da sua dívida acima de 50%. A Grécia desceu para o 3º lugar no "clube", registando um risco de 49,25%. As yields das obrigações gregas a dez anos estão em 8,13%. A partir de 6 de maio desceram do patamar dos 10%. A Argentina lidera atualmente o "clube da bancarrota", logo seguida de Chipre. Apenas dois membros do euro integram agora o "clube".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-sai-do ... z2TwOSXBmK
Eu defendo o anuncio da saída do euro , relembrado o que fez o Orson Welles ao microfone da CBS em 1938 com "A invasão dos marcianos" o terror em Portugal seria igual aos dos apavorados americanos tentando fugir .
Deixo a vossa imaginaçao o tamanho das filas junto dos bancos,
"Portugal sai do "clube da bancarrota"
Ao fim de três anos, o país deixa de estar no grupo das dez economias com maior risco de incumprimento para onde entrou no segundo trimestre de 2010.
Jorge Nascimento Rodrigues
12:30 Terça feira, 21 de maio de 2013 Última atualização há 40 minutos
Alberto Frias 126 1659
441 TEXTO A A Imprimir Enviar A probabilidade de incumprimento da dívida soberana portuguesa num horizonte de cinco anos baixou hoje para 22,6% e o custo dos credit default swaps (derivados financeiros que funcionam como seguros contra o risco de incumprimento, acrónimo cds) desceu para perto de 290 pontos base, segundo dados da CMA/S&P Capital IQ.
Em virtude dessa descida, Portugal saiu do "clube da bancarrota", o grupo de 10 economias do mundo com mais alta probabilidade de entrarem em default (em incumprimento da sua dívida soberana). O Iraque tomou o lugar de Portugal, que ontem havia descido para a 10ª posição, com um nível de risco de 22,83%. A diferença com o nível de risco do Iraque (22,73%) é muito pequena, pelo que esta saída pode ser revertida.
O movimento no mercado secundário das yields das obrigações do Tesouro (OT) português tem sido de aproximação a 5%. Fechou ontem em 5,23% e está hoje em 5,22%, segundo dados da Bloomberg para as 12h30.
Portugal entrou para o "clube da bancarrota" no 2º trimestre de 2010 e chegou ao segundo lugar no 3º trimestre de 2011. Seria resgatado pela troika em maio de 2011. O pico do risco de incumprimento foi registado a 12 de março de 2012 com uma probabilidade de incumprimento de 64,55% e um custo dos cds de 1243,63 pontos base. Nesse dia, Portugal ascendeu à liderança do "clube", em virtude da saída temporária da Grécia, que foi declarada em default parcial aquando da reestruturação de dívida.
O máximo histórico, depois da adesão ao euro, das yields das OT no mercado secundário verificou-se a 30 de janeiro de 2012: 17,39% para as OT a dez anos; 22,87% para o prazo a cinco anos; 24,48% para o prazo a três anos; e 21,06% para o prazo a dois anos.
Dicotomia de risco
A descida das yields e da probabilidade de incumprimento da dívida está em flagrante contraste com o agravamento da situação económica do país, uma "dicotomia" para a qual a agência de notação Fitch já chamou a atenção como padrão de risco em todos os periféricos.
Os últimos dados provisórios do Eurostat apontam para uma contração homóloga do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,9% no 1º trimestre de 2013. Em cinco anos, desde 2008, a economia portuguesa esteve em recessão em quatro anos (2008, 2009, 2011 e 2012). Nesse período, a contracção acumulada foi de 5,7%. O hiato do produto subiu para 3,9% do PIB em 2012 e a dívida em percentagem do PIB subiu para 123% no final desse ano. O desemprego em janeiro de 2013, segundo os últimos dados do Eurostat, subiu para 17,5% da população ativa.
Os investidores estão a considerar que o risco de saída do euro por parte da Grécia e de Portugal, apesar da situação económica depressiva dos dois países, está em queda acentuada, em virtude da posição do Banco Central Europeu de prosseguir uma política monetária "acomodativa" e de poder vir a intervir no mercado secundário em determinadas circunstâncias através do instrumento conhecido pela sigla OMT.
Apenas Chipre, entre os resgatados pela troika, continua com um nível de risco de incumprimento da sua dívida acima de 50%. A Grécia desceu para o 3º lugar no "clube", registando um risco de 49,25%. As yields das obrigações gregas a dez anos estão em 8,13%. A partir de 6 de maio desceram do patamar dos 10%. A Argentina lidera atualmente o "clube da bancarrota", logo seguida de Chipre. Apenas dois membros do euro integram agora o "clube".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-sai-do ... z2TwOSXBmK
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Storgoff Escreveu:Segurança Social vai reforçar a compra de dívida pública nacional
Marta Moitinho Oliveira e António Costa
21/05/13 00:17
O Ministério de Mota Soares está a avaliar um reforço da posição do FEFSS em dívida pública até 90%. Isto permite a Gaspar conter o rácio de dívida.
http://economico.sapo.pt/noticias/segur ... 69604.html
Ora cá vem as soluções milagrosas.
A solução do tapete.
Até aqui eram as empresas públicas que serviam de tapete para debaixo do qual se varria a porcaria.
Como a UE obrigou a levantar esses tapetes o governo prepara-se para arranjar um novo.
Pelos vistos vai ser o FEFSS.
É só genios da finança.
Quando vier o haicut o FEFSS manda um estoiro...
Enfim, pensões para quem se vai reformar daqui a 20 ou 30 anos é mesmo para esquecer
Em 2012 o PPR do Estado teve uma valorização de cerca de 10%, à conta da dívida portuguesa.
No mesmo ano o BPI, obteve os resultados que obteve graças à dívida portuguesa.
Também em 2012, o Sr_SNiper obteve o seu melhor ano como investidor (foi o melhor ano!?) em grande parte à conta da dívida portuguesa.
Resumindo, estamos todos no mesmo barco, Estado, Empresas e famílias, espere-mos que a "coisa" corra pelo melhor, e não seja necessário sair do euro e tenhamos acessos aos mercados, nem que seja nas mesmas condições de Espanha/Itália.
Quico Escreveu:IMHO, a possibilidade do estado emitir moeda só serve para uma coisa: para descapitalizar a sociedade em favor do estado (que é quem tem a "maquina impressora").
Resumidamente, a escolha é simples, ou preferimos ver o estado a extorquir riqueza à sociedade às claras (com o euro, em que os estado não pode imprimir à vontade dos políticos) ou "à socapa" (com o escudo).
Pensei que ao aderirmos ao euro isso se tornasse evidente para as pessoas, pois caso houvesse má gestão da coisa pública isso ficaria evidente. Ora, esse efeito foi iludido ao longo de duas décadas décadas, primeiro com a injecção de fundos comunitários e depois com a acumulação disparatada de dívida. Infelizmente verifico (talvez por estes dois efeitos) que as pessoas não aprenderam nada. Parece que preferem voltar ao escudo, não vendo que vão passar a ser "roubadas" à socapa.
Ou melhor, se calhar aprendem depois, como bem descreveu o djovarius!
Concordo quase na íntegra com o Quico.
No entanto as 2 soluções produzem externalidades distintas, designadamente na capacidade de estimular a produção e de influenciar a Balança de Pagamentos.
Que o Euro vai acabar, pelo menos nos moldes em que funciona atualmente, parece-me inevitável. E isso resulta na íntegra da arquitetura da UEM.
Basta ler os escritos de Mundell e Fleming, da década de 50 do século passado, para perceber que uma união monetária sem união da política orçamental está condenada ao insucesso.
Acho é que vai cair pelos países do eixo do poder e não por onde mais se espera.
Basta estar atento aos últimos desenvolvimentos na Holanda.
A Economia alemã, que tem uma capacidade industrial exportadora solidificada, tem neste momento todo o interesse em valorizar o Euro, sob pena de entrar num ciclo recessivo.
Quanto deixou de crescer a Alemanha pela desvalorização do EURO face ao Dólar?
É sustentável para a economia alemã manter esta posição durante muito mais tempo?
Uma jogada em antecipação ao desmembramento do EURO pode ser uma forma de, com um mínimo de controlo, antecipar as condições económicas futuras.
Não sei se nas condições que propõe o Cem, se noutras.
No entanto parabens ao Cem por trazer o assunto à tona.
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
Re: Uma saída airosa para a crise de Portugal?
Atomez Escreveu:Cem pt Escreveu:1) O Banco de Portugal passaria a ter uma dupla função monetária: Portugal continua a ser um País com as suas obrigações normais da adesão ao Euro e a partir do 2º semestre de 2013 cria em paralelo o “Novo Escudo”, moeda que numa primeira fase ficará equiparada artificialmente à cotação do “Euro” (não será cotada nos mercados Forex) e servirá apenas para denominar a nossa Dívida Pública, que em vez de ser paga no futuro em “Euros” será paga em “Novos Escudos”!
Desculpem lá, mas parei de ler aqui...
Alguma vez nesta vida ou na outra os credores iam aceitar isso???
Esta situação é a mesma (embora inversa) de quando se mudou de escudos para euros.
Os credores aceitam ou não recebem nada!
O que acontece quando um país desvaloriza a sua moeda? Não será um pouco reduzir também a sua dívida? Por exemplo o Japão desvalorizou a moeda e embora já tenham uma dívida brutal, ninguém veio questionar se a dívida deles agora iria ser maior por terem de pagar a dívida em dolares ou outras moedas.
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Segurança Social vai reforçar a compra de dívida pública nacional
Marta Moitinho Oliveira e António Costa
21/05/13 00:17
O Ministério de Mota Soares está a avaliar um reforço da posição do FEFSS em dívida pública até 90%. Isto permite a Gaspar conter o rácio de dívida.
http://economico.sapo.pt/noticias/segur ... 69604.html
Ora cá vem as soluções milagrosas.
A solução do tapete.
Até aqui eram as empresas públicas que serviam de tapete para debaixo do qual se varria a porcaria.
Como a UE obrigou a levantar esses tapetes o governo prepara-se para arranjar um novo.
Pelos vistos vai ser o FEFSS.
É só genios da finança.
Quando vier o haicut o FEFSS manda um estoiro...
Enfim, pensões para quem se vai reformar daqui a 20 ou 30 anos é mesmo para esquecer
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Cem pt Escreveu:Creio que todos já viram o filme que jamais conseguiremos pagar a Dívida Pública, se tudo continuar na mesma daqui para a frente.
....
Como?! No primeiro caso temos de pagar a Dívida em condições impostas pela realidade portuguesa
....
Pagar a dívida !!!

E eles a darem-lhe...
Expliquem-me lá isso melhor.
É para pagar rapidamente e em força os 200 e não sei quantos mil milhões?

Isto anda tudo grosso...
De facto tenho reparado que os governantes às vezes saem-se com essa tirada.
Isto de facto só pode ser surrealismo do mais delirante possível.
Alias objectivos desses não deve existir em nenhum país civilizado.
Mas por cá é tudo à grande.
Mas pode ser que o ouro do Alentejo e quem sabe o petróleo da zona Oeste dê para passar o cheque.

Há uma coisa que é pagar a dívida outra bem diferente é ir pagando as dívidas.
Ir pagando as dividas que se vencem Portugal eventualmente conseguirá caso se consiga financiar futuramente nos mercados senão lá teremos outro resgate.
Muito provável.
Quanto ao stock da dívida o mais que podemos ambicionar nos próximos 10 anos é um ligeiro abatimento da sua relação com o PIB, mas para isso é preciso termos forte crescimento ( também não estou a ver como)
Ou então temos mais umas quantas privatizações ( não sei bem do quê), um perdão de dívida, ou algo também surreal superavitos primários brutais. Algo na casa dos 10 mil milhões ( surrealismo)
Enfim, a saída para isto será muito provavelmente a da praxe.
Quando o país estiver completamente no charco, sequinho com tanta austeridade sem qualquer possibilidade sequer de pagar os juros da divida sem aumentar ainda mais o stock de dívida, pode ser que aí surja o dito haircut.
Ou então sai-se do euro e o haircut é automático.
Mas neste caso estamos a falar de voltar ao escudo a serio.
Não é o escudo do SME esse não nos serviria de nada.
Tem de ser mesmo o wild –escudo dos anos 80
E aí é que era ver o pessoal a fiar fino.
Welcome to Albânia!!!
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- Registado: 21/5/2009 18:43
Re: Uma saída airosa para a crise de Portugal?
Cem pt Escreveu:1) O Banco de Portugal passaria a ter uma dupla função monetária: Portugal continua a ser um País com as suas obrigações normais da adesão ao Euro e a partir do 2º semestre de 2013 cria em paralelo o “Novo Escudo”, moeda que numa primeira fase ficará equiparada artificialmente à cotação do “Euro” (não será cotada nos mercados Forex) e servirá apenas para denominar a nossa Dívida Pública, que em vez de ser paga no futuro em “Euros” será paga em “Novos Escudos”!
Desculpem lá, mas parei de ler aqui...
Alguma vez nesta vida ou na outra os credores iam aceitar isso???
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
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Caro Cem, obrigado pelo artigo.
Mas não creio que seja possivel e ponderável por parte da Europa a criação de um novo escudo.
Creio apenas que ninguém da zona euro deverá abandonar isto (ao contrário do que muitos economistas defendem), e vale mais os alemães depreciarem um pouco o euro em seu desfavor do que andarmos a criar outras moedas que nos vão afastar do comércio mundial.
Mas não creio que seja possivel e ponderável por parte da Europa a criação de um novo escudo.
Creio apenas que ninguém da zona euro deverá abandonar isto (ao contrário do que muitos economistas defendem), e vale mais os alemães depreciarem um pouco o euro em seu desfavor do que andarmos a criar outras moedas que nos vão afastar do comércio mundial.
Se essa ideia alguma vez fosse aplicada, só desejava que tivesses de ser tu a actualizar diariamente os preços nas prateleiras de um Hiper tipo Continente.
O problema do nosso país é que é gerido por teóricos, que de quando a quando se lembram de teorias como esta.
Precisamos de pessoas com experiência de vida e não de professores Universitários que raramente saem daquele mundo teórico para observar a realidade.
Saber de Economia não é sinónimo de arranjar uma solução para os problemas, as teorias esbarram sempre na realidade, que não se compadece com elas... este post que vem de uma das pessoas que mais admiro neste forum é a prova disso...
O problema do nosso país é que é gerido por teóricos, que de quando a quando se lembram de teorias como esta.
Precisamos de pessoas com experiência de vida e não de professores Universitários que raramente saem daquele mundo teórico para observar a realidade.
Saber de Economia não é sinónimo de arranjar uma solução para os problemas, as teorias esbarram sempre na realidade, que não se compadece com elas... este post que vem de uma das pessoas que mais admiro neste forum é a prova disso...
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O ponto positivo: gostei da criatividade. Haja ideias!
O ponto negativo: não gostei da ideia nem achei plausível. Por vários pontos:
- Estarias disposto a receber metade do salário em Euros e metade em "novos escudos", a valer um chavelho?
- Estariam os nossos credores internacionais dispostos em receber em "novos escudos"?
- Irias refinanciar dívida em euros com dívida em "novos escudos"?
Dizendo isto, seria uma desvalorização da moeda "encapotada", coisa que nunca seria aceite nem pela UE, nem pelo povo. Além disso iria criar duas classes sociais, tipo em cuba: a que tem acesso à moeda forte, e os coitadinhos do "novo escudo". Além disso, esta medida iria provocar inflação galopante porque as empresas que produzem para o território nacional iriam fazer de tudo para exportar. Haveria falta de bens nos nossos supermercados, até porque os espanhóis não queriam produzir em euros e vender aqui ao tuga em "novos escudos", provavelmente nem se davam ao trabalho de pôr cá os seus produtos. Haveria fuga massiva de capital para outras paragens. Na minha opinião, esta medida seria caótica.
Seríamos estilo uma Venezuela, mas sem petróleo. Assim algo semelhante ao Zimbabwe.
O ponto negativo: não gostei da ideia nem achei plausível. Por vários pontos:
- Estarias disposto a receber metade do salário em Euros e metade em "novos escudos", a valer um chavelho?
- Estariam os nossos credores internacionais dispostos em receber em "novos escudos"?
- Irias refinanciar dívida em euros com dívida em "novos escudos"?
Dizendo isto, seria uma desvalorização da moeda "encapotada", coisa que nunca seria aceite nem pela UE, nem pelo povo. Além disso iria criar duas classes sociais, tipo em cuba: a que tem acesso à moeda forte, e os coitadinhos do "novo escudo". Além disso, esta medida iria provocar inflação galopante porque as empresas que produzem para o território nacional iriam fazer de tudo para exportar. Haveria falta de bens nos nossos supermercados, até porque os espanhóis não queriam produzir em euros e vender aqui ao tuga em "novos escudos", provavelmente nem se davam ao trabalho de pôr cá os seus produtos. Haveria fuga massiva de capital para outras paragens. Na minha opinião, esta medida seria caótica.
Seríamos estilo uma Venezuela, mas sem petróleo. Assim algo semelhante ao Zimbabwe.
"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce" (F.P.)
djovarius Escreveu:Bom dia e boa semana,
Bem, isto vai dar pano para mangas![]()
E que tal, em vez de novo Escudo, se chamar Real ?
Sempre passávamos a ter novamente contos de réis !!!
A sério: uma boa proposta para a troika seria a denominação em Euro da nossa dívida até aos tais 60% do PIB, sendo tudo o resto na nova divisa.
Não há um problema grave num sistema de "dual currency", mas pode ser um grande desafio... seria o Banco de Portugal capaz de se opôr à monetização dos défices ?
O meu medo é a grande inflação, que nos pode levar a problemas mais graves do que os atuais.
Sendo a nova divisa capaz de se desvalorizar numa forte percentagem (30 - 40% ??), como seria o preço das energias, sobretudo dos derivados do petróleo?
O consumo interno implodiria devido aos altos preços da generalidade dos produtos, afetados pelo fator transporte e pela alta componente de insumos importados na estrutura do nosso consumo corrente.
A propósito, quando se diz que iríamos exportar muito mais, estamos a falar do quê ? Só se forem exportações de bens de baixo valor, porque os bens de maior valor acrescentado, também dependem de insumos importados, os quais acabariam por afetar o preço final da venda, da exportação.
O cenário mais provável seria uma espiral de desvalorização da moeda nacional, a qual teria de ser controlada administrativamente.
Os Euros seriam escassos, portanto, muito procurados em "mercado negro", pois a população acabaria por concluir que o EUR é o melhor "hedge" contra a perdas da moeda nacional.
A única maneira de combater isso, seria a elevação das taxas de juro por parte do Banco Central, contendo a hemorragia. Nessa altura, toda a minha gente guardava a massa em depósitos a prazo, o que travaria o investimento, enquanto o consumo entrava em total colapso.
O crédito seria demasiado caro. Só as empresas com acesso ao mercado de crédito em EUR poderiam crescer... digamos, as chamadas empresas do regime.
O Estado, em pânico, acabaria por monetizar mais a dívida denominada em moeda nacional, alavancando a já elevada inflação. Os que não tivessem colocado os capitais ao fresco, acabariam por fazê-lo mais tarde numa de "salve-se quem poder".
A estagnação económica não acabava e o resultado final acabaria por ser o mesmo daquele que aguardamos agora: calote parcial da dívida.
Este texto segue exemplos do passado. Erros que não se devem repetir.
Abraço
dj

"When all the experts and forecasts agree – something else is going to happen." - Bob Farrell’s
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Mas pagar a dívida em euros com "novos escudos" não é default?
Não acredito que os credores (fundos de pensões, BCE, FMI) aceitem um haircut de 30% de livre vontade.
E isso seria aplicado a todas as dívidas? E o que acontecia às dívidas das empresas (estou a pensar em empréstimos obrigacionistas feitos em euros, em que as receitas dessas empresas passariam a ser cobradas em novos escudos, mas as dívidas mantinham-se em euros)?
Qual é o peso da mão de obra no preço final de um bem com alta tecnologia? Muito mais baixo do que se pensa, pois as matérias primas, a tecnologia propriamente dita e a energia (para além dos impostos) são os factores mais importantes.
Para além disso, e tal como disse o Dj, isso significaria um regresso à alta inflação dos anos 80, e resultava que a nossa economia iria competir com a chinesa e do bangladesh pelos baixos custos da mão de obra.
Por isso, não acredito que o circulação de dupla moeda (moedas de ouro e de prata, como à alguns séculos atrás) tivesse os reusltados que se esperava.
Um abraço
Nuno
Não acredito que os credores (fundos de pensões, BCE, FMI) aceitem um haircut de 30% de livre vontade.
E isso seria aplicado a todas as dívidas? E o que acontecia às dívidas das empresas (estou a pensar em empréstimos obrigacionistas feitos em euros, em que as receitas dessas empresas passariam a ser cobradas em novos escudos, mas as dívidas mantinham-se em euros)?
Qual é o peso da mão de obra no preço final de um bem com alta tecnologia? Muito mais baixo do que se pensa, pois as matérias primas, a tecnologia propriamente dita e a energia (para além dos impostos) são os factores mais importantes.
Para além disso, e tal como disse o Dj, isso significaria um regresso à alta inflação dos anos 80, e resultava que a nossa economia iria competir com a chinesa e do bangladesh pelos baixos custos da mão de obra.
Por isso, não acredito que o circulação de dupla moeda (moedas de ouro e de prata, como à alguns séculos atrás) tivesse os reusltados que se esperava.
Um abraço
Nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
IMHO, a possibilidade do estado emitir moeda só serve para uma coisa: para descapitalizar a sociedade em favor do estado (que é quem tem a "maquina impressora").
Resumidamente, a escolha é simples, ou preferimos ver o estado a extorquir riqueza à sociedade às claras (com o euro, em que os estado não pode imprimir à vontade dos políticos) ou "à socapa" (com o escudo).
Pensei que ao aderirmos ao euro isso se tornasse evidente para as pessoas, pois caso houvesse má gestão da coisa pública isso ficaria evidente. Ora, esse efeito foi iludido ao longo de duas décadas décadas, primeiro com a injecção de fundos comunitários e depois com a acumulação disparatada de dívida. Infelizmente verifico (talvez por estes dois efeitos) que as pessoas não aprenderam nada. Parece que preferem voltar ao escudo, não vendo que vão passar a ser "roubadas" à socapa.
Ou melhor, se calhar aprendem depois, como bem descreveu o djovarius!
Resumidamente, a escolha é simples, ou preferimos ver o estado a extorquir riqueza à sociedade às claras (com o euro, em que os estado não pode imprimir à vontade dos políticos) ou "à socapa" (com o escudo).
Pensei que ao aderirmos ao euro isso se tornasse evidente para as pessoas, pois caso houvesse má gestão da coisa pública isso ficaria evidente. Ora, esse efeito foi iludido ao longo de duas décadas décadas, primeiro com a injecção de fundos comunitários e depois com a acumulação disparatada de dívida. Infelizmente verifico (talvez por estes dois efeitos) que as pessoas não aprenderam nada. Parece que preferem voltar ao escudo, não vendo que vão passar a ser "roubadas" à socapa.
Ou melhor, se calhar aprendem depois, como bem descreveu o djovarius!
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Concordo com o ghorez... Os Portugueses tem sido irresponsáveis na maneira como têm votado, desde o 25 de Abril. Basicamente tem ganho quem tem prometido dar mais coisas, independentemente da capacidade do País para as fornecer de forma sustentável. Infelizmente, sempre que as consequências dessa irresponsabilidade nos vieram bater à porta, houve uma desvalorização brutal da moeda e fomos como que anestesiados e não houve aquele condicionamento pavloviano de "votar mal" = DOR. O problema é que o consumo tem hoje uma componente de importação muito superior ao passado e desta vez a anestesia não iria funcionar. Eu só espero que quando este pesadelo acabar, os eleitores portugueses saibam correr à pedrada o próximo aldrabão que aparecer a prometer mundos e fundos, autoestradas e TGVs com o dinheiro dos outros (apesar de que, pelas sondagens, parece que ainda não apanhamos pancada suficiente).
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- Registado: 24/6/2008 16:00
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É engenhoso Cem.......poderia ser uma solução se se cumprisse à risca.......mas, o que propões, não é mais do que uma saída airosa do euro. Fui um incondicional defensor da moeda única, atualmente e face à grave situação económica do país, à manifesta incapacidade daqueles que infelizmente ajudei a ser governo de resolver os problemas - deficit, desemprego etc, ....é sempre para o mesmo lado - dos fracos - e quando já se ouvem vozes insuspeitas a admitirem que se deveria ter aprovado o PEC IV.....(quem diria).....este governo está a entregar o país (de bandeja) ao radicalismo mais ortodoxo, de cariz maoísta.
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- Registado: 12/12/2002 13:10
Bom dia e boa semana,
Bem, isto vai dar pano para mangas
E que tal, em vez de novo Escudo, se chamar Real ?
Sempre passávamos a ter novamente contos de réis !!!
A sério: uma boa proposta para a troika seria a denominação em Euro da nossa dívida até aos tais 60% do PIB, sendo tudo o resto na nova divisa.
Não há um problema grave num sistema de "dual currency", mas pode ser um grande desafio... seria o Banco de Portugal capaz de se opôr à monetização dos défices ?
O meu medo é a grande inflação, que nos pode levar a problemas mais graves do que os atuais.
Sendo a nova divisa capaz de se desvalorizar numa forte percentagem (30 - 40% ??), como seria o preço das energias, sobretudo dos derivados do petróleo?
O consumo interno implodiria devido aos altos preços da generalidade dos produtos, afetados pelo fator transporte e pela alta componente de insumos importados na estrutura do nosso consumo corrente.
A propósito, quando se diz que iríamos exportar muito mais, estamos a falar do quê ? Só se forem exportações de bens de baixo valor, porque os bens de maior valor acrescentado, também dependem de insumos importados, os quais acabariam por afetar o preço final da venda, da exportação.
O cenário mais provável seria uma espiral de desvalorização da moeda nacional, a qual teria de ser controlada administrativamente.
Os Euros seriam escassos, portanto, muito procurados em "mercado negro", pois a população acabaria por concluir que o EUR é o melhor "hedge" contra a perdas da moeda nacional.
A única maneira de combater isso, seria a elevação das taxas de juro por parte do Banco Central, contendo a hemorragia. Nessa altura, toda a minha gente guardava a massa em depósitos a prazo, o que travaria o investimento, enquanto o consumo entrava em total colapso.
O crédito seria demasiado caro. Só as empresas com acesso ao mercado de crédito em EUR poderiam crescer... digamos, as chamadas empresas do regime.
O Estado, em pânico, acabaria por monetizar mais a dívida denominada em moeda nacional, alavancando a já elevada inflação. Os que não tivessem colocado os capitais ao fresco, acabariam por fazê-lo mais tarde numa de "salve-se quem poder".
A estagnação económica não acabava e o resultado final acabaria por ser o mesmo daquele que aguardamos agora: calote parcial da dívida.
Este texto segue exemplos do passado. Erros que não se devem repetir.
Abraço
dj
Bem, isto vai dar pano para mangas

E que tal, em vez de novo Escudo, se chamar Real ?
Sempre passávamos a ter novamente contos de réis !!!
A sério: uma boa proposta para a troika seria a denominação em Euro da nossa dívida até aos tais 60% do PIB, sendo tudo o resto na nova divisa.
Não há um problema grave num sistema de "dual currency", mas pode ser um grande desafio... seria o Banco de Portugal capaz de se opôr à monetização dos défices ?
O meu medo é a grande inflação, que nos pode levar a problemas mais graves do que os atuais.
Sendo a nova divisa capaz de se desvalorizar numa forte percentagem (30 - 40% ??), como seria o preço das energias, sobretudo dos derivados do petróleo?
O consumo interno implodiria devido aos altos preços da generalidade dos produtos, afetados pelo fator transporte e pela alta componente de insumos importados na estrutura do nosso consumo corrente.
A propósito, quando se diz que iríamos exportar muito mais, estamos a falar do quê ? Só se forem exportações de bens de baixo valor, porque os bens de maior valor acrescentado, também dependem de insumos importados, os quais acabariam por afetar o preço final da venda, da exportação.
O cenário mais provável seria uma espiral de desvalorização da moeda nacional, a qual teria de ser controlada administrativamente.
Os Euros seriam escassos, portanto, muito procurados em "mercado negro", pois a população acabaria por concluir que o EUR é o melhor "hedge" contra a perdas da moeda nacional.
A única maneira de combater isso, seria a elevação das taxas de juro por parte do Banco Central, contendo a hemorragia. Nessa altura, toda a minha gente guardava a massa em depósitos a prazo, o que travaria o investimento, enquanto o consumo entrava em total colapso.
O crédito seria demasiado caro. Só as empresas com acesso ao mercado de crédito em EUR poderiam crescer... digamos, as chamadas empresas do regime.
O Estado, em pânico, acabaria por monetizar mais a dívida denominada em moeda nacional, alavancando a já elevada inflação. Os que não tivessem colocado os capitais ao fresco, acabariam por fazê-lo mais tarde numa de "salve-se quem poder".
A estagnação económica não acabava e o resultado final acabaria por ser o mesmo daquele que aguardamos agora: calote parcial da dívida.
Este texto segue exemplos do passado. Erros que não se devem repetir.
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Isso é quase o mesmo que sair do €uro, mas mais rebuscado, pois tens 2 moedas em paralelo (com todos os problemas e trabalho que isso acarreta...alteração de sistemas, de pagamentos, aumento da contrafacção de moeda, etc) e esperas que isso "cure" a economia portuguesa.
- Mensagens: 1233
- Registado: 10/11/2011 10:05
Ou seja basicamente a tua solução passa por manipular moeda sem corrigir os problemas estruturais de excesso de dívida + deficits de 40 anos..certo?
Vale tudo para não mexer em nada. Mas obrigado pela contribuição.
A minha contribuição passa por indexar a despesa a 90% da receita e utilizar o remanescente para pagar dívida. Demore o tempo que demorar e custe a quem custar. Mas sim eu sei que isto é impossível.
Vale tudo para não mexer em nada. Mas obrigado pela contribuição.
A minha contribuição passa por indexar a despesa a 90% da receita e utilizar o remanescente para pagar dívida. Demore o tempo que demorar e custe a quem custar. Mas sim eu sei que isto é impossível.
Re: Uma saída airosa para a crise de Portugal?
Cem pt Escreveu:Creio que todos já viram o filme que jamais conseguiremos pagar a Dívida Pública, se tudo continuar na mesma daqui para a frente.
O PIB continua a descer, os défices todos os anos vão acumulando cada vez mais Dívida e este ciclo vicioso toda a gente já percebeu que só terminará com o descrédito do nosso País com um perdão de 30% ou 50% da Dívida como fez a Grécia, com os Países, Bancos e Particulares que compraram as nossas Obrigações a ficar a arder numa percentagem substancial. A Grécia resolveu o seu problema? Não, as dificuldades continuam e agora só a troika lhes empresta dinheiro de acordo com as suas condições leoninas que todos vamos conhecendo, o resto do mundo deixou de lhes fornecer crédito.
Não há assim garantias, quer no arrastar desta situação quer em “defaults” parciais que se venham a registar em soluções do tipo “grego”, que os nossos problemas não se continuem a agravar, com a dificuldade evidente de qualquer Governo Português, seja do PSD ou do PS, conseguir cortar na Despesa Pública.
Pelo contrário, com a falta de confiança que continua e que se segue à cada vez mais próxima saída da troika do País em 2014, daí para a frente ninguém mais nos emprestará um chavo, a não ser que os juros subam outra vez de forma dramática, coisa que nunca conseguiremos pagar! Como sair então deste buraco se temos uma necessidade anual de fazer o “roll-over” cada vez maior da Dívida, isto é, pedir emprestado mais e mais lá fora para pagar os juros e capital da Dívida acumulada, uma vez que a Economia portuguesa não consegue criar “superavits”?
Antes que tal aconteça temos de ser criativos para resolver um problema a que ainda ninguém conseguiu aparentemente dar uma solução credível, a não ser um cenário de radicalização extrema da saída do Euro, com todas as suas consequências nefastas que muita gente já falou no passado e que me escuso de voltar a referir.
Há que criar assim rapidamente um cenário diferente que misture a credibilidade dos nossos compromissos internacionais com a resolução da competitividade da nossa Economia.
Como?! No primeiro caso temos de pagar a Dívida em condições impostas pela realidade portuguesa e no segundo caso, para termos chances de competir na Europa e de reanimar o consumo interno, temos de baixar os custos dos fatores de produção, nomeadamente baixando de forma artificial, sem que as pessoas mal se apercebam, os salários em geral e ao mesmo tempo baixar os impostos para libertar recursos para investimento e consumo.
Isto parece um paradoxo totalmente idiota, como se consegue reduzir salários e impostos ao mesmo tempo? Reduzindo impostos como pode o Estado pagar os seus compromissos com os seus encargos de pensões e salários com os reformados, pensionistas e funcionários públicos?
Para isso há que ser imaginativos! Lembrei-me de uma solução possível, esta solução nunca foi tentada mas com a nossa capacidade inventiva do “desenrasca” à portuguesa, porque não?!
Então aqui fica a minha contribuição:
1) O Banco de Portugal passaria a ter uma dupla função monetária: Portugal continua a ser um País com as suas obrigações normais da adesão ao Euro e a partir do 2º semestre de 2013 cria em paralelo o “Novo Escudo”, moeda que numa primeira fase ficará equiparada artificialmente à cotação do “Euro” (não será cotada nos mercados Forex) e servirá apenas para denominar a nossa Dívida Pública, que em vez de ser paga no futuro em “Euros” será paga em “Novos Escudos”!
2) No início de 2014 o “Novo Escudo” passará a ser moeda real trocada no mercado Forex através da sua flutuação livre, situação que na sua estreia será precedida por uma cotação artificial por uma depreciação na casa dos 30% ou até mesmo 35% ou 40%.
Quando tal suceder acredito que o “Novo Escudo” irá cotar num canal descendente, desvalorizando lentamente em relação ao “Euro” numa faixa entre os 35% aos 50% em relação ao “Euro”, para refletir a realidade do que a Economia portuguesa necessita de se desvalorizar para ser competitiva no futuro em relação à zona Euro. Sem surpresas, o que fará com que Portugal consiga pagar a sua Dívida Pública, anteriormente denominada em Euros, através do “Novo Escudo” futuro já desvalorizado!
O Banco de Portugal, através da Casa da Moeda, cunharia a nova moeda e todos os produtos comerciais em Portugal teriam de ser cotados com atualizações mensais em ambas as moedas a circular em Portugal: “Euros” e “Novos Escudos”, vai dar muito trabalho aos comerciantes, mas paciência.
As caixas Multibanco e os Bancos poderão e deverão possuir as duas moedas, que qualquer pessoa poderá trocar através da cotação de mercado respetiva diária com uma comissão bancária que não exceda mais de 1/1000.
3) A partir do início de 2014, quando a cotação artificial do “Euro” ainda for igual á do “Novo Escudo”, antes da data de desvalorização oficial, o Estado e as Empresas acordarão que em Portugal todos os salários e benefícios sociais serão pagos numa partição de 50% - 50% em “Novos Escudos” e “Euros” daí para a frente ou, para que este processo não seja tão radical, poderia por exemplo pagar em 2014 uma percentagem de 20% em “Novos Escudos” e 80% em “Euros”, a partir de 2015 os salários e pensões seriam pagos 40% em “Novos Escudos” e 60% em “Euros” e em 2016 e anos seguintes finalmente 50% em “Novos Escudos” e 50% em “Euros”.
4) Ao mesmo tempo que o Estado vai necessitar de menos “Euros” para pagar as suas despesas, seja na solução de 50%-50% dos seus compromissos de pagamentos em “Novos Escudos”/”Euros” seja na solução de 20% em “Novos Escudos” e 80% em “Euros” em 2014, poderá o Governo, já a partir de 2014, baixar o IRS, o IRC, o IVA e a TSU das empresas, uma vez que o Estado poderá cunhar os seus próprios “Novos Escudos” para pagar salários e pensões sem necessitar de recorrer a empréstimos externos ou ao BCE.
Esta baixa generalizada de impostos faz com que os preços dos produtos baixem através de menos IVA e que as pessoas em geral possuam alguma folga artificial, pagando menos IRS, com a sensação de ter em carteira maior disponibilidade de recursos financeiros para dinamizar o comércio e o consumo interno.
5) Nem tudo serão rosas, é lógico que estas medidas irão incentivar a procura por cada vez menos produtos importados por falta de cada vez menos recursos para este fim, que continuariam a ser comprados com “Euros”, incentivando por outro lado cada vez mais a procura de produção nacional com maior incorporação local, motivo crítico e necessário para sobreviver no futuro para conseguirmos ser mais concorrenciais e depender cada vez menos do estrangeiro.
6) As nossas empresas exportadoras passariam a exportar cada vez mais uma vez que continuariam a receber em moeda forte, seja em “Euros” ou em “USD”, ao conseguir baixar os seus preços de colocação nos mercados internacionais, concorrendo com salários mais baixos denominados em “Euros”, para vender cada vez mais produtos e serviços. Este excedente de remessas das exportações poderia ser usado para baixar nos anos seguintes ainda mais os impostos das empresas e trabalhadores para continuar a aumentar a nossa competitividade, um ciclo virtuoso!
Certamente que as coisas não serão tão simples quanto este cenário avança nesta ótica. Face no entanto à falta de alternativas credíveis que nos levam cada mais para o fundo de um poço sem saída, se formos os primeiros a lançar este programa e a beneficiar desta possibilidade que aparentemente pode ser uma saída airosa para todos e para o País, porque não?!

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