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Caldeirão da Bolsa

PPP: As más da fita ou simples bodes expiatórios?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 13/7/2012 14:41

silva74 Escreveu:Viva,
Já agora seria interessante saber quais as empresas do PSI20 que seriam mais afetadas com a revisão das PPPs, alguém tem uma ideia?


Do PSI20 julgo que é a Brisa (a maior parcela das PPPs são as rodoviárias, uma parte das quais estabelecidas com a Brisa).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por silva74 » 13/7/2012 14:38

Viva,
Já agora seria interessante saber quais as empresas do PSI20 que seriam mais afetadas com a revisão das PPPs, alguém tem uma ideia?
 
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por Elias » 13/7/2012 14:07

Negócios da Semana - A Máfia das Parcerias Público-Privadas em Portugal (04-07-2012)

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por A330-300 » 10/7/2012 23:24

O governo por enquanto ainda não tocou no assunto da renegociação das PPP , o que demonstra que tem mesmo pouca ou nenhuma coragem para mexer nos interesses instalados .
Por fim acabará por negociar uma só para dizer que fez alguma coisa.Para render uns votos.

Poupavam alguma austeridade às pessoas.

São mais do mesmo.

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por LFA1 » 10/7/2012 23:14

In "Sol":

Cancelar contratos ou vender estradas são duas das propostas deixadas pela Ernst & Young ao Governo, para diminuir os encargos financeiros do Estado com as parcerias público-privadas (PPP) rodoviárias.
A auditoria exigida pela troika deveria ter sido publicada na íntegra no final de Junho, mas o_SOL sabe que o documento final está ainda a ser analisado pelos organismos internacionais.

A consultora internacional avança com várias «recomendações/sugestões para a redução do esforço financeiro do Estado». Dividindo as PPP rodoviárias em cinco grupos (ver mapa), propõe para cada um deles soluções diferentes, consoante o grau de risco que representam para o Estado.

Para o grupo 1 – concessões Litoral Centro, Douro Litoral e Grande Lisboa –, a consultora só vê duas hipóteses: «revogação do contrato de concessão e aquisição dos créditos bancários a desconto» ou a «privatização do activo». A revogação também é proposta para o segundo grupo (Norte, Costa da Prata e Norte Litoral), assim como a «transferência das receitas de portagem para as concessionárias e extensão do prazo da concessão», de modo a serem ressarcidos nos anos após o pagamento da dívida bancária.

Para as sete subconcessões lançadas no final do Governo de José Sócrates (grupo 4), empreitadas ainda em construção, é sugerido «dar prioridade à entrada em funcionamento dos lanços portajados, limitar e interromper a construção quando possível» e ainda renegociar os contratos de financiamento.

Finalmente, para o Túnel do Marão (grupo 5), a Ernst & Young aconselha o Estado a rever o contrato, de modo a transferir para o privado parte dos riscos financeiros.

A redução dos encargos do Estado com as PPP foi uma das promessas eleitorais do primeiro-ministro, Passos Coelho. Através do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, o Executivo afirma que já conseguiu reduzir os encargos do Estado em 700 milhões de euros, através da renegociação dos contratos com os concessionários privados, do cancelamento da construção de troços de estrada e do e da retirada de todos os contratos dos serviços de manutenção entregues aos concessionários.

Críticas à gestão socialista

A análise denuncia o facto de, no caso das PPP rodoviárias, terem existido insuficiências no que concerne à análise de alternativas, nas avaliações custo-benefício e na competitividade dos processos de adjudicação.

Para o Governo anterior segue uma crítica directa a uma má renegociação dos contratos das ex-SCUT. No caso das concessões das Ascendi, diz o relatório, não se acautelou «totalmente» o interesse público, sendo o prejuízo para a Estradas de Portugal calculado em €1,7 mil milhões de euros. Mais: a consultora diz que os níveis de tráfego estimados são inferiores em 60% ao tráfego real.

De acordo com os dados da auditoria, aos quais o SOL teve acesso, até 2039 os contribuintes terão de pagar 18 mil milhões de euros por 36 PPP. Este é o dinheiro que o Estado se comprometeu a pagar aos privados que desenvolveram os projectos.

Nesse mesmo período, o Estado deverá encaixar 6,3 mil milhões de euros em receitas. Se estes valores se confirmarem, até 2039 o prejuízo para o Estado nestes empreendimentos será de 11,8 mil milhões de euros – o equivalente a seis anos de subsídios de férias e de Natal para os pensionistas e funcionários públicos.

Apesar de estar sujeito a variações, como o aprofundamento da recessão económica, este prejuízo é inferior em 7,1 mil milhões de euros ao estimado no Orçamento do Estado para 2012.

«Em 2015, o encargo líquido anual atinge o valor mais elevado com o montante de 1.428,4 milhões de euros. O ano de 2039 é o único em que se estima existir benefício líquido para o concedente público», lê-se nos documentos consultados pelo_SOL. Isto significa que, quando o ano começar, o Governo já terá um défice orçamental a rondar os 0,8% do PIB, antes mesmo de fazer qualquer buraco numa estrada.

Adjudicação polémica

A entrega da auditoria à Ernst & Young motivou uma exposição de motivos por parte do grupo de cidadãos Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida Pública, pedindo a anulação da adjudicação junto da Procuradoria-Geral da República (PGR), dos Grupos Parlamentares e da comissão parlamentar de inquérito às PPP. O grupo alega incompatibilidade da consultora, por deter directa ou indirectamente interesses nas PPP analisadas.

O Tribunal de Contas anunciou que estaria atento à auditoria, sublinhando que poderá pedir uma fiscalização para apurar eventuais responsabilidades financeiras e remeter o caso para o Ministério Público.

david.dinis@sol.pt
frederico.pinheiro@sol.pt
 
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por tiagopt2 » 7/7/2012 11:27

Excelente artigo, Cem.
Dá gosto aprender com quem sabe do que fala :clap: :clap:
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por A330-300 » 7/7/2012 10:52

O post do cem é ótimo mas não é novidade nenhuma.

As pessoas insistem em não gostar ou se calhar fica bem não gostar do Medina Carreira mas ele há muito que já disse que esta austeridade até 2013 é uma treta .

Não se fala mas a austeridade, talvez a verdadeira austeridade começa em 2014 quando essas contas começarem a cair.Por isso é que impostos vieram para ficar e os subsídios não devem voltar.

As pessoas tem medo da realidade e acham que não pensar ou falar nos problemas faz com que eles desaparecam mas a verdade é que o país deve voltar a ser o que era antes do euro ou o que é a Albânia hoje.

Tempos muito duros ainda vem por aí .Esperto é quem decidir cair fora antes do barco afundar.

A330
 
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por mais_um » 6/7/2012 21:15

Elias Escreveu:Em complemento ao excelente post do Cem aqui fica um quadro retirado do OE2012 que ajuda a compreender o peso relativo de cada PPP.

Algumas são pouco relevantes ao passo que outras envolvem uma despesa... como é que se diz agora...?

Ah, já sei: COLOSSAL :twisted:


No caso das rodoviárias, era interessante saber quantos KM é que corresponde cada uma.
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por Elias » 6/7/2012 16:25

Em complemento ao excelente post do Cem aqui fica um quadro retirado do OE2012 que ajuda a compreender o peso relativo de cada PPP.

Algumas são pouco relevantes ao passo que outras envolvem uma despesa... como é que se diz agora...?

Ah, já sei: COLOSSAL :twisted:
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Canibais do estado

por MPC_finance » 29/6/2012 16:55

PPP foram canibais do Estado

O Estado "foi verdadeiramente canibalizado" em muitas Parcerias Público-Privadas (PPP). A frase é do professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, José Reis, na audição de ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito às PPP dos sectores rodoviário e ferroviário.

José Reis, que dirigiu uma equipa que fez um conjunto de relatórios a quatro concessões rodoviárias, a pedido da Estradas de Portugal, afirmou ainda que, em alguns casos, se apercebeu que os números previstos de volumes de tráfego automóvel "não eram os mais correctos" e tinham "valores demasiadamente optimistas". Porém, questionado pelo deputado do PSD, Duarte Marques, se tinha informado as Estradas de Portugal dessa "inflação dos números de tráfego", o professor de Coimbra respondeu que o grupo de estudo contactou as consultoras que operavam com o Estado. "Os estudos de tráfego foram sempre deixados a privados", acrescentou.

Antes, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, José Reis considerou existir "desproporcionalidade nos contratos com os privados" e que algumas das obras poderiam ter sido feitas apenas com investimento público.

Apesar das dúvidas sobre o volume de tráfego previsto para as concessões das PPP – "muitos dos dados não eram sólidos" – Reis insistiu que a equipa que liderou teve, em primeiro lugar, a preocupação de verificar as variantes do custo-benefício.


"ESTADO É FRACO COM OS PRIVADOS"

O economista José Reis disse ainda que o Estado se tornou "fraco" em relação aos privados, tanto do ponto de vista dos recursos, como no que respeita à capacidade de renegociação. Reis defendeu que as PPP "fazem sentido", mas devem também ser "limitadas" e a sua utilização deve estar relacionada com "finalidades estratégicas". E concluiu: há relações contratuais que "podem não ser sãs".


Por:Paulo Pinto Mascarenhas


http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... -do-estado
 
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por JMHP » 29/6/2012 11:50

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por mais_um » 28/6/2012 23:34

lfhm Escreveu:
Sinceramente nem sei porque eles socialmente até parecem estar bem pior do que nós. Só que em termos de mediatismo para os mercados a Espanha sempre foi sustentável (se tirar-mos o efeito da banca claro).


Em Junho a divida publica espanhola era à volta de 72% do PIB, a nossa ultrapassa os 100% do PIB, percebes a diferença? :roll: :roll: :roll:
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por BearManBull » 28/6/2012 23:19

mais_um Escreveu:
lfhm Escreveu:
Zundy Escreveu:
Mas não culpemos apenas os políticos, tudo isto foi entusiasticamente recebido por 99% da população. A meia dúzia que alertava para o desastre eram velhos do Restelo.


Grande post Zundy. O pessoal só abre os olhos quando lhe metem as mãos aos bolsos.

Já agora, estando a Espanha com buracos bem maiores do que os nossos como é que conseguem ter uma situação mais estável?


Situação mais estável? Estás a referir-te a quê?


Sinceramente nem sei porque eles socialmente até parecem estar bem pior do que nós. Só que em termos de mediatismo para os mercados a Espanha sempre foi sustentável (se tirar-mos o efeito da banca claro).
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por Elias » 28/6/2012 21:16

gorgol,

Continuo sem perceber em que é que ter maiores cidades no interior é benéfico para o país.

O exemplo que dás de Espanha parece-me algo distante da realidade. Nota que com excepção de Madrid, quase todo o interior de Espanha é um 'deserto' com baixa densidade populacional (nomeadamente Estremadura, Castela e Leão, Castela A Mancha...).
Quase todas as grandes cidades estão no litoral - Barcelona, Valencia, Bilbao, Sevilla, Malaga, Murcia, Alicante... Das 20 maiores áreas metropolitanas de Espanha, 17 estão junto à costa (Madrid, Saragoça e Valladolid são as 3 que estão no interior - parece-me pouco). Madrid está ligada por avião ou AVE às grandes áreas metropolitanas do litoral. As regiões mais pobres do país estão espalhadas pelo interior, são atravessadas pela alta velocidade mas o desenvolvimento não passou por lá.
 
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por gorgo » 28/6/2012 20:39

Zundy Escreveu:Gorgol, algumas perguntas,
As autoestradas servem para trazer desenvolvimento ao interior, ou pelo contrário, tem servido de fuga para as zonas urbanas e/ou litorais ?
Referiste, curiosamente, alguns exemplos nórdicos que poucas autoestradas tem, e que nem pensam em fazer linhas de alta-velocidade. Vão discutindo calmamente.

Quanto à genialidade de Madrid como centralismo ibérico por parte de quem fala do interior, surreal, estás simplesmente a gozar com as pessoas ou quê ? Nos últimos séculos se há local na Europa que mais tentou destruir as periferias e controlar tudo a partir de uma capital central foi Madrid.


As pessoas saem do interior se não existirem oportunidades. É irrelevante se existem estradas ou não. O interior despovou-se muito de 1960 a 1980, para Lisboa, Porto, Coimbra, França, Suiça, Alemanha, etc. Para sair todos os caminhos servem. Era por caminhos que se passava a fronteira na fuga para França. Muitos só voltaram 5 anos depois. Qualquer estrada ou comboio serve.Já em 1920 havia exodo para o Brasil e Argentina.

Para as empresas se instalarem no interior é necessário ter vias, para movimentar mercadorias, retirar de lá os recursos lá produzidos, sejam industriais, minerais ou agrícolas.
O focus são as empresas.

Quanto a Madrid vou contextualizar. Madrid não existia e já Lisboa era uma grande cidade. Foi uma decisão real a criação duma centralidade no centro da Ibéria. Era um planalto despovoado, as cidades referência eram Toledo e Salamanca a Norte.

Para Espanha, numa ótica de hegemonia Ibérica Madrid é vista como a centralidade contruida do nada que tem sentido no domínio da ibéria. Goste-se ou não. As vias de comunicação Aveiro - Irun essenciais para nós nunca foram favorecidas por Espanha, todavia as radiais a a partir de Madrid sempre foram prioridades. Madrid é também importante no sentido de reduzir as forças centrifugas das autonomias. Numa visão de poder tem todo o sentido.

Imagina o que seria a Espanha sem Madrid, população apenas no litoral com um planalto ibérico quase desertico de pessoas. Admito que já não existiria Espanha mas vários países na Ibéria. O investimento em Madrid, tem impacto a uma distancia de 200 km de raio. Madrid é um exemplo de sucesso de povoar o interior. Parece um paradoxo, pela dimensão que atingiu.Podemos dizer que o correto hoje seria dividir Madrid em 3 num raio de 100 Km, visto se ter tornado numa metropole de grande dimensão.

Nós precisavamos, minha opinião, duma decisão equivalente que definisse e investisse uma linha de cidades no Interior: Bragança, Guarda, Covilha, Castelo Branco, Portalegre com 100.000 habitantes (tipo salamanca, Coimbra ou Badajoz) cada. Isto só acontece com vontade política. Este tipo de cidades permite um equilibrio interessante entre o rural e o urbano.

Já vi pessoas afirmar que deveria ter sido construida uma cidade em Santarém, com o objectivo de se tornar uma capital e irradiar a sua influência pelo centro até à fronteira.

O IP2 em autoestrada faz parte dessa visão, todavia já temos 3 autoestradas paralelas no litoral e o IP2 ainda se arrasta.

É uma discussão interessante se devemos estruturar/planear o território em função de soberania, equilibrio económico ou se o deixamos ao livre arbitrio dos seus agentes transformadores.
 
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por Zundy » 28/6/2012 19:09

Gorgol, algumas perguntas,
As autoestradas servem para trazer desenvolvimento ao interior, ou pelo contrário, tem servido de fuga para as zonas urbanas e/ou litorais ?
Referiste, curiosamente, alguns exemplos nórdicos que poucas autoestradas tem, e que nem pensam em fazer linhas de alta-velocidade. Vão discutindo calmamente.

Quanto à genialidade de Madrid como centralismo ibérico por parte de quem fala do interior, surreal, estás simplesmente a gozar com as pessoas ou quê ? Nos últimos séculos se há local na Europa que mais tentou destruir as periferias e controlar tudo a partir de uma capital central foi Madrid.
 
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por Elias » 28/6/2012 18:35

Exacto gorgol. Aquilo que tu mais valorizas pode não ser o que outros valorizam. Esse é um ponto importante.

A sensação que tenho (minha percepção) é a de que aquilo que as pessoas mais procuram não é mais qualidade de vida, mas sim maiores oportunidades de obter rendimento. Ao longo da história (recente e menos recente) isso sempre foi uma causa importante para a migração de pessoas para longe das suas áreas de origem: procura de melhores oportunidades.

Em Portugal verificam-se movimentos em direcção ao litoral (e até para o estrangeiro), porque as pessoas consideram que nessas zonas há mais oportunidade de obtenção de rendimento.

Eu acredito que cada um deve ser livre de ir viver para onde quer e lhe apetece (pagando o custo daí decorrente, seja em habitação ou transportes, seja ao prescindir de um determinado estilo de vida, sujeitando-se a outras condicionantes, porventura menos agradáveis, a troco de mais rendimento). É isso que levou e ainda hoje leva portugueses para França, para fazer trabalhos físicos pesados e sujeitando-se a condições de habitação precárias, por exemplo - menos qualidade de vida mas muito mais rendimento.

Gostaria de lembrar que o interior do nosso país é uma região muito pobre em termos de recursos naturais, os solos são pobres e a produtividade é baixa. Tanto assim é que ao longo dos séculos sempre houve dificuldade em povoar essa zona (ninguém queria ir para lá, pois a sobrevivência era difícil). Acontece que era preciso defender a fronteira, para evitar os ataques de Castela. E assim os reis concediam privilégios a quem estivesse disposto a ir morar para lá - privilégios esses que incluíam forais, benefícios fiscais e até liberdade para condenados de penas leves - foi assim que surgiram os 'coutos de homiziados'.

Hoje não há uma fronteira para defender e por isso não há a necessidade de povoar o interior como acontecia no tempo das guerras com Castela.

Neste contexto, e considerando que as pessoas querem vir para o litoral, porque é que havemos de as querer "empurrar" para o interior? O que é que o país ganha com isso?
 
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por gorgo » 28/6/2012 18:17

Elias Escreveu:
gorgol Escreveu:Acredito numa maior qualidade de vida no interior


Antes de responder ao resto dos pontos gostaria de saber o que entendes por "qualidade de vida".


A qualidade de vida dependerá do que valorizamos, e na negativa do que não gostamos e temos de suportar:

Não ter filas de transito para nos deslocarmos.

Aquela imagem de 2 horas de manha e duas à tarde/noite para irmos trabalhar.

Viver num pédio com áreas pequenas, com vista para as janelas e betão dos outros prédios.

Poder ter um espaço de terreno para recreio e produzir hortícolas para consumo próprio, nos tempos livres.

As crianças vão sozinhas para a Escola e voltam integradas numa vila ou aldeia onde os risco são menores.

Almoçar em casa, com deslocações a pé.

Maior ligação com a natureza.

Conheceres as pessoas onde moras, (muitas serão da familia) logo maior inserção familiar e social. Maior apoio em situações de necessidade, visão mais comunitária.

Faltaram outras componentes da qualidade de vida:

Atividades culturais de elevado nível: teatro, cinema, etc.

Teremos sempre a dicotomia rural versus urbano. Admito que o que para uns é qualidade de vida para outros seja simplesmente aborrecido.
 
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por Elias » 28/6/2012 2:12

gorgol Escreveu:Acredito numa maior qualidade de vida no interior


Antes de responder ao resto dos pontos gostaria de saber o que entendes por "qualidade de vida".
 
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por gorgo » 27/6/2012 23:19

Elias Escreveu:
gorgol Escreveu:Nenhuma das auto estradas no Interior é rentavel, mas tem de haver um equilibrio no país até para fixar empresas e pessoas no interior.


gorgol Escreveu:Devemos colocar um imposto extra no litoral para favorecer a deslocação para o interior, ou reduzir impostos no interior para facilitar a deslocação de empresas para lá.


gorgol,

Só uma pergunta: qual é exactamente o objectivo de fixar pessoas no interior e de favorecer a deslocação para o interior?


Termos um desenvolvimento equilibrado e harmonioso em todas as zonas do território. Contém uma ideia de justiça territorial, onde todos os portugueses onde quer que estejam tenham acesso aos mesmos serviços públicos. Para isso justifica-se uma descriminação positiva.

Acredito numa maior qualidade de vida no interior, todavia a capacidade de atração dos portos no litoral, conduz a uma desertificação no interior.

As sociedades cometem erros no curto prazo, mas os estrategas vêm o longo prazo. Alguns exemplos:

A Noruega, Finlandia e Suécia pagam mais aos médicos que aceitem ser colocados nas zonas interiores.

A UE apoia os países periféricos ou com baixo nível económico, quadros de apoio (QREN). Na mesma ideia poderia ser contruido um plano para as zonas mais deprimidas do interior.

Nos USA New York e a califórnia têm os impostos imobiliários mais elevados, levando á redução da população nestas metrópoles.

Aceitamos favorecer os Açores e a Madeira, de forma que se desenvolvam, logo descriminação positiva.

Madrid foi uma cidade construida com uma ideia de centralidade na Ibéria e com uma definição clara de a tornar uma capital dum território, com efeitos de radiação do interior para os litorais. Grande visão de estrategas.

Brasilia foi construida para estrurar uma centralidade no interior do Brasil.

Podemos também dar aqui, também, uma ideia de segurança e defesa do território. O sentimento de pertença aos locais do interior está ligado às pessoas, que aceitarão defende-lo em caso de necessidade. Os estrategas de defesa dizem que os espaços vazios serão sempre ocupados. Quem os desocupa poderá perde-los.

Já agora também tem lado afectivo, visto ter nascido a 15 Km de Espanha e aos 6 anos já atravessava a fronteira a pé ou montado num burro, por caminhos e carreiros a enganar os carabineros e os guardas fiscais portugas de antes do 25 de Abril.

Qual é a criança de hoje do litoral que pode contar estas experiências.
 
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por mais_um » 27/6/2012 23:18

lfhm Escreveu:
Zundy Escreveu:
Mas não culpemos apenas os políticos, tudo isto foi entusiasticamente recebido por 99% da população. A meia dúzia que alertava para o desastre eram velhos do Restelo.


Grande post Zundy. O pessoal só abre os olhos quando lhe metem as mãos aos bolsos.

Já agora, estando a Espanha com buracos bem maiores do que os nossos como é que conseguem ter uma situação mais estável?


Situação mais estável? Estás a referir-te a quê?
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por BearManBull » 27/6/2012 23:17

Zundy Escreveu:
Mas não culpemos apenas os políticos, tudo isto foi entusiasticamente recebido por 99% da população. A meia dúzia que alertava para o desastre eram velhos do Restelo.


Grande post Zundy. O pessoal só abre os olhos quando lhe metem as mãos aos bolsos.

Já agora, estando a Espanha com buracos bem maiores do que os nossos como é que conseguem ter uma situação mais estável?
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por Elias » 27/6/2012 22:13

gorgol Escreveu:Nenhuma das auto estradas no Interior é rentavel, mas tem de haver um equilibrio no país até para fixar empresas e pessoas no interior.


gorgol Escreveu:Devemos colocar um imposto extra no litoral para favorecer a deslocação para o interior, ou reduzir impostos no interior para facilitar a deslocação de empresas para lá.


gorgol,

Só uma pergunta: qual é exactamente o objectivo de fixar pessoas no interior e de favorecer a deslocação para o interior?
 
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por richardj » 27/6/2012 20:36

as autoestradas representam cerca de 60% dos custos das PPP. a seguir, estão os hospitais, com cerca de 30% dos custos
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por Zundy » 27/6/2012 19:12

As PPP's em si não são culpadas dos nossos males, foram apenas um instrumento ao serviço de políticos que abusaram do modelo de forma a construir obra servindo interesses políticos, ideológicos, económicos ou outros mais obscuros quando não tinham dinheiro nem economia para as fazer.

Foi sobretudo uma forma de desorçamentação, de aldrabar limites impostos pela UE passando dívidas e défices do sector público para o sector privado, permitindo continuar sem dinheiro a fazer obra sem fim com vantagens eleitorais ou outras, escamoteando um modelo económico do país que estava falido.
Nem com todos estes esquemas e tanta obra conseguimos crescer cá em Portugal, o que demonstra como só se agravou a situação na última década ao construir prosperidade apenas aparente despejando fortunas em sectores não transaccionáveis que agora temos que pagar com grande sacrifício, ou que nao conseguiremos pagar de todo com todas as consequências que isso nos trará.

O que se passou em Portugal também se passou noutros países, é todo um modelo artificial de crescimento e emprego de curto prazo que deixa pesadas dívidas para quem se segue, e para as gerações seguintes.

Vou dar o exemplo espanhol, já que é um assunto na ordem do dia a falência do sistema bancário dos nossos vizinhos e tanta gente acusa alemães disto e daquilo, inclusive neste fórum, e tanta gente mesmo hoje continua a insistir no discurso contra a austeridade e se continua a defender o mesmo que nos trouxe aqui.

Lá em Espanha não usaram e abusaram de PPP's como cá, mas os erros são iguais ou mesmo piores, se calhar muito piores pois a loucura das obras foi com recurso desmedido a Cajas (agora falidas) muitas vezes controladas por políticos nacionais, regionais e locais, onde se calhar ainda houve menos racionalidade e controlo do que em Portugal recorrendo a PPP's.

Para terem uma ideia da loucura em Espanha deixo esta lista que me chegou por email, que alguns conhecerão.
Muita coisa aqui nos é familiar, no continente e nas ilhas. Fica como consolo que não fomos os únicos malucos, com ou sem PPP's, uma data de países andaram doidos estes anos todos.
Mas de Espanha nem bom vento bem bom casamento. Parte do nosso problema nasceu com a inveja e fascínio que políticos nossos como Guterres, Barroso e Sócrates tinham por Aznar, Zapatero e companhia e a "prosperidade" espanhola, da energias renováveis aos TGV's.

Mas não culpemos apenas os políticos, tudo isto foi entusiasticamente recebido por 99% da população. A meia dúzia que alertava para o desastre eram velhos do Restelo.
Reflexão sobre Espanha, esplendor do endividado socialismo keynesiano
e dos porquês da falência da banca de aforro (político-ideológica) espanhola.


Ferrovia alta velocidade, 2.600km de linhas, a maior rede da Europa, a 2ª maior do mundo depois da China. Mania das grandezas. Investidos 65.000 M€ até agora, mais uns 10.000 M€ ainda de obras em curso. Tem 8 vezes menos passageiros por km de linha do que França e 15 vezes menos que o Japão. Causou muita inveja a muitos portugueses (desde Guterres, Barroso, Sócrates, até aos partidos da extrema esquerda) mas é uma loucura que lhes vai sair muito caro nos próximos anos ou próxima década, mais do que as nossas PPP e SCUT. Os custos totais só disto são o nosso resgate da Troika.
http://es.wikipedia.org/wiki/Alta_velocidad_en_Espa%C3%B1a

Autoestradas, juntamente com Portugal é a rede de maior densidade por habitante da Europa, ou mesmo se calhar do mundo, se excluirmos micro-estados. Tal como em Portugal, por falta de tráfego algumas delas tem vindo a ser "resgatadas", quer pelo anterior quer pelo actual governo espanhol, como por exemplo as autoestradas radiais de Madrid:
http://www.telemadrid.es/?q=noticias/nacional/noticia/fomento-contempla-rescatar-autopistas-en-quiebra-entre-ellas-las-radiales-

Expansão do Metro de Barcelona, inicialmente orçamentado em 2.600 M€ agora estima-se que custará 16.000 M€ !! Provavelmente já não haverá dinheiro para um terço sequer do que "sonhavam" fazer.
http://www.larazon.es/noticia/5830-la-l9-costara-9-000-millones-mas-de-lo-que-previo-el-tripartito

Tranvia de Jaén, eléctricos, uma coisa parecida ao nosso Metro Sul do Tejo, custou 100 M€, está parado, e não sabem o que fazer com ele !
http://elpais.com/diario/2011/08/22/andalucia/1313965329_850215.html

Outro do mesmo género de eléctrico, Tranvía de Zaragoza, com 12,8km custou 400 M€, mas funciona, vá lá !
http://es.wikipedia.org/wiki/Tranv%C3%ADa_de_Zaragoza#Pol.C3.A9mica

Energias renováveis. Défice tarifário espanhol é de 24.000 M€! O défice tarifário português já é muito mau como todos sabemos, já nos custa o couro e cabelo, ainda assim é 14 vezes menor, é de menos de 2.000 M€ ! Só o défice tarifário energético de Espanha é um terço do nosso resgate da Troika ! Só o défice tarifário da energia!
http://deficittarifario.com/el-deficit-tarifario-un-problema-mas-gordo-que-bankia/

Aeroportos, meia dúzia aeroportos fantasma, tipo Beja, sendo que alguns custaram muito mais que Beja (35 M€) e tem ainda menos passageiros, por ex. Ciudad Real, custou 1.100 M€ e está fechado!
Outros aeroportos fantasma em Espanha: Castellón 150 M€, Huesca 40 M€, Lleida 95 M€, Burgos 45 M€, Córdoba 110 M€, León 80 M€, etc. Há vários outros de viabilidade duvidosa onde enterraram milhões, como Badajoz entre muitos outros.

Nao esquecer os fortes investimentos em ampliação de estruturas já existentes em Espanha, Terminal 4 de Barajas em Madrid custou mais de 6.000 M€ ! Só no terminal gastaram quase o dobro do que custaria o novo aeroporto de Lisboa, de que felizmente desistimos. Obras no T1 Barcelona 1.200 M€, Málaga 1.700 M€, etc.
http://www.hosteltur.com/178940_aeropuertos-fantasma-sueno-espana-se-creia-rica-desperto-recortes.html
http://www.abc.es/20110622/economia/abci-aeropuertos-fantasma-201106221235.html

Centrais de dessalinização, projectadas 50, foram construídas 17, por 1.600 M€, muitas estão paradas porque gastam demasiada energia, a água é cara demais e ninguém a pode comprar !
http://www.libremercado.com/2012-02-07/el-timo-de-las-desaladoras-de-zapatero-asciende-a-4000-millones-de-euros-1276449280/

Hospital de Toledo, obras começaram em 2007, ia ser o maior hospital da Europa, as obras pararam por falta de dinheiro, até agora gastaram-se 170 M€ !
http://www.libremercado.com/2012-02-13/cospedal-paraliza-las-obras-del-que-iba-a-ser-el-hospital-mas-grande-de-europa-1276450009/

Novo Hospital universitario central de Asturias, era para estar pronto em 2010, orçamentado em 200 M€, afinal vai custar 1700 M€ ! Per supoesto ! A situação de alguns dos novos hospitais em Espanha faz parecer as nossas derrapagens brincadeira de crianças.
http://www.lne.es/sociedad-cultura/2011/12/02/navia-osorio-anuncia-nuevo-huca-inaugurara-otono-2013/1165356.html

Estádios como os nossos do Euro também há alguns, La Peineta por exemplo, nunca chegou a ser acabado, estando agora ao abandono, 45 M€ Alguns estádios nacionais terão este aspecto daqui a uma década.
http://elpais.com/diario/2011/03/14/madrid/1300105457_850215.html

La Caja Mágica. ou Manzanares Park Tennis Center, orçamentado em 100 M€ custou 300 M€ e tem apenas 3 torneios por ano, utilizado apenas por 9 dias/ano.
http://en.wikipedia.org/wiki/Caja_M%C3%A1gica

Expo 2008 de Zaragoza, 700 M€, o recinto hoje está deserto, imensos edifícios e outras obras de arquitectura que hoje estão sem uso. O projecto provocou uma enorme bolha imobiliária na região.
http://es.wikipedia.org/wiki/Exposici%C3%B3n_Internacional_de_Zaragoza_(2008)#Debate

Forum Universal de las Culturas Barcelona 2004, uma coisa muito esquerdina, paz, amor, diálogo, cultura, ambiente, mas afinal foram investidos 2.000 M€, muito betão e especulação imobiliária à mistura, mais uma espécie de Expo entre muitas outras. Depois de 2004 gastaram-se outros 2.000 M€ naquilo. A nossa Expo em Lisboa, apesar dos desvarios enormes, comparativamente a Espanha parece uma coisa equilibrada perante as loucuras dos nossos vizinhos.
http://perso.wanadoo.es/agusromero/nc46/forumba.htm

Polidesportivo Palma Arena, 90 M€, custou o dobro do previsto e acabou num escandalo de corrupçao
http://www.elmundo.es/elmundo/2010/03/23/baleares/1269345487.html

Prisão de Figueras, enorme, para 750 reclusos, custou 110 M€, está pronta há muitos meses mas continua sem uso porque nao se entendem sobre quem vai afinal pagar a conta para a manter, acabou o dinheiro.
http://www.abc.es/20111205/espana/abcp-millon-para-carcel-fantasma-20111205.html

Mais sobre Prisoes, construiram piscinas em várias delas, e agora mandaram encerrar as mesmas para poupar dinheiro, hilariante !
http://ccaa.elpais.com/ccaa/2012/04/15/catalunya/1334518574_580639.html

Cultura, La Ciudad del Circo en Alcorcón, edifício cultural, 120 M€, actualmente suspenso por falta de dinheiro
Ciudad de la Cultura de Galicia, orçamentado em 100 M€ já vai em 300 M€ e ainda não está pronto.
Ciudad de las Artes y las Ciencias de Valencia, custou 1.300 M€ WOW, como é possível ?!
Metropol Parasol de Sevilla, 86 M€
Palacio de Congreso de Oviedo, 350 M€
http://cuelloblancomagazine.com/tag/ciudad-del-circo-de-alcorcon/

El Port America`s Cup, marina construida em Valência a quando da 32º regata America's Cup, custou 350 M€ e está ao abandono.
http://nauticajonkepa.wordpress.com/2012/05/25/el-port-americas-cup-de-valencia-la-historia-de-una-oportunidad-cada-vez-mas-perdida-por-la-desidia/

Puerto desportivo de Laredo, 90 M€, 1200 amarrações, até hoje devido a diferendos, sem um único barco
http://www.idealista.com/news/archivo/2012/04/17/0434977-horroreserrores-urbanos-el-puerto-deportivo-de-laredo-que-costo-90-millones-y-no-tiene-ni-un-solo

Ponte de Talavera sobre o Tejo, a mais alta da Europa, com elevador panorâmico, custou 80 M€, cerca de 1000€ por cada habitante de Talavera que serve.
http://es.wikipedia.org/wiki/Puente_de_Castilla_la_Mancha

Em Portugal o Estado ainda não faliu, em Espanha há pequenas e localizadas partes do Estado que já faliram, que já não pagam salários há meses e que demitem centenas de pessoas porque o dinheiro acabou, acontece hoje na Andaluzia por exemplo.

etc...


Cuando éramos ricos

http://youtu.be/_TrKuBCQe9A
Editado pela última vez por Zundy em 29/6/2012 4:09, num total de 2 vezes.
 
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