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Caldeirão da Bolsa

...e se a velha Europa repusesse as barreiras alfandegárias?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Um curioso... » 14/2/2012 20:25

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por rubini » 6/1/2012 2:40

Proteccionismo é a maior asneira que alguma vez se pode fazer. É o argumento dos fracos e a opção dos atrasados.

Estivemos anos e anos e anos a botar abaixo fronteiras construídas por ditadores e políticos demagogos para que os obstáculos ao comércio livre fossem derrubados e proporcionassem paz, prosperidade e riqueza.

E agora querem repor a Idade Média? Vamos voltar-nos todos para o nosso quintal? Excelente aposta, se o que queremos é guerra, fome e estagnação. Os políticos acham a proposta muito apelativa, e outra coisa não seria de esperar, porque é a forma de eles terem emprego. Retirem-lhes a mama das estratégias patrióticas, da política externa e do proteccionismo da indústria nascente e têm logo de se fazer à vida. Não admira que andem aí a inventar cargos.

Quando algo está mal, vai-se à raiz. As soluções procuram-se, não se legislam. O mundo mudou, e enquanto não percebermos que não basta sermos europeus para estarmos ao leme do crescimento, não chegaremos a lado nenhum e não há proteccionismo que nos safe.

Deixem as pessoas ser livres, trabalhar como, onde e quanto querem, e permitam ser o comércio o indicador objectivo do sucesso da sociedade. Éticas, morais e patriotismos já temos que chegue, dispensam-se. O proteccionismo é a arma dos fracos, daqueles que, perante a adversidade, acham que colocar uma barreira resolve os problemas. Inventem, sejam originais, criem. É assim que se ganha aos chineses, não é com trapos, porcelana e jogadores de futebol.
 
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por Um curioso... » 6/1/2012 1:19

axman Escreveu:Fechar as fronteiras seria simplesmente um enorme erro. Ficariamos apenas atrasados e desfazados do resto do mundo como Portugal esteve durante o início do século XX. Temos é de aprender a viver com menos e a partilhar melhor os recursos entre os habitantes da terra... por mais que nos custe..


Se Portugal fechasse as fronteiras unilateralmente eram as "trevas" :twisted: O tópico refere-se a uma posição concertada do Ocidente...
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por axman » 5/1/2012 23:44

Fechar as fronteiras seria simplesmente um enorme erro. Ficariamos apenas atrasados e desfazados do resto do mundo como Portugal esteve durante o início do século XX. Temos é de aprender a viver com menos e a partilhar melhor os recursos entre os habitantes da terra... por mais que nos custe..
 
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por atomez » 5/1/2012 22:29

pdcarrico Escreveu:E em termos de volume de consumo, já não estamos na situação em que só nós e Americanos é que consumimos. Não por acaso o Brasil já ultrapassou a Itália, Espanha, Reino Unido e Canadá no PIB. E mais meia dúzia de anos e ultrapassa a Alemanha.

E a China ultrapassou o Japão, e a Índia para lá caminha.

É natural que com a homogeneização da produtividade a nível mundial, porque as tecnologias tendem a espalhar-se por todos, o produto interno seja proporcional à população.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Um curioso... » 5/1/2012 22:22

Muffin Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Sempre existiram barreiras alfandegárias. Se não fosse o caso não havia imposto de importação.

Cada País (região económica) tem os seus proteccionismos próprios e se perguntarem no Brasil, eles ingenuamente pensam que somos nós que colocamos barreiras à importação de alimentos para protecção de agricultores Irlandeses, Franceses, Holandeses e Alemãs. Ou não fosse a nossa PAC uma gigantesca ferramenta de dumping.

O facto é que deixando de haver comércio, toda a gente acaba por perder porque invariavelmente existem áreas de maior competitividade em cada zona do globo.

E é um erro pensar que nos vamos safar bem e os outros nem tanto. Aliás, se a Europa não está pior, é porque a Alemanha ainda vai crescendo justamente porque é o segundo maior exportador mundial (e até há 3 anos era o maior). E por acaso boa parte da pauta de exportações acaba fora na Europa e Estados Unidos.

E em termos de volume de consumo, já não estamos na situação em que só nós e Americanos é que consumimos. Não por acaso o Brasil já ultrapassou a Itália, Espanha, Reino Unido e Canadá no PIB. E mais meia dúzia de anos e ultrapassa a Alemanha.


E eu acrescentaria ao tópico.... que seria como o código postal... meio caminho andado para o empobrecimento generalizado.

Se um país adopta barreiras alfandagárias fica a ganhar se mais ninguém reaje. Uma vez que os outro países se acomodem (e todos o fazem), ficam todos a perder.

É um lose-lose game.


Não sei se ficam todos a perder do mesmo modo. :roll:
O mundo ocidental vai enfrentar um problema "colossal" de desemprego à medida que cada vez mais empresas se deslocalizam para o Oriente e para Leste (aqui o fenómeno será temporário porque os países de Leste rapidamente terão salários próximos do resto da Europa). Aliado ao desemprego, o aumento da esperança de vida e do número de idosos não produtivos, transformarão num caos as Finanças Públicas dos países Ocidentais. É óbvio que com o agravamento das barreiras ao exterior passaríamos a ter produtos mais caros. Quase toda a pequena e média tecnologia que a Europa consome hoje em dia é comprada abaixo do valor que teria caso fosse produzida na Europa. Quem não quer mudar o status actual é a Alemanha que tem sido a grande beneficiada da presente situação e dos poucos países que consegue exportar em força para os Emergentes.
Enquanto a situação se mantiver, as empresas vão continuar a deslocalizar-se par outras paragens aumentando a imensa multidão de desempregados.
Se não houver alterações, mesta tendência só pára quando o nível de vida da Índia e da China estiver próximo do Ocidente.
O teclado que martelo não mente: MADE IN CHINA :shock:
Editado pela última vez por Um curioso... em 6/1/2012 1:15, num total de 11 vezes.
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por Pantone » 5/1/2012 18:22

pdcarrico Escreveu:Sempre existiram barreiras alfandegárias. Se não fosse o caso não havia imposto de importação.

Cada País (região económica) tem os seus proteccionismos próprios e se perguntarem no Brasil, eles ingenuamente pensam que somos nós que colocamos barreiras à importação de alimentos para protecção de agricultores Irlandeses, Franceses, Holandeses e Alemãs. Ou não fosse a nossa PAC uma gigantesca ferramenta de dumping.

O facto é que deixando de haver comércio, toda a gente acaba por perder porque invariavelmente existem áreas de maior competitividade em cada zona do globo.

E é um erro pensar que nos vamos safar bem e os outros nem tanto. Aliás, se a Europa não está pior, é porque a Alemanha ainda vai crescendo justamente porque é o segundo maior exportador mundial (e até há 3 anos era o maior). E por acaso boa parte da pauta de exportações acaba fora na Europa e Estados Unidos.

E em termos de volume de consumo, já não estamos na situação em que só nós e Americanos é que consumimos. Não por acaso o Brasil já ultrapassou a Itália, Espanha, Reino Unido e Canadá no PIB. E mais meia dúzia de anos e ultrapassa a Alemanha.


E eu acrescentaria ao tópico.... que seria como o código postal... meio caminho andado para o empobrecimento generalizado.

Se um país adopta barreiras alfandagárias fica a ganhar se mais ninguém reaje. Uma vez que os outro países se acomodem (e todos o fazem), ficam todos a perder.

É um lose-lose game.
 
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por Um curioso... » 5/1/2012 16:54

[quote="pdcarrico"]Sempre existiram barreiras alfandegárias. Se não fosse o caso não havia imposto de importação.quote]

Refiro-me a barreiras alfandegárias diferenciadas conforme a origem dos produtos, ou mesmo a sua contingentação.
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por pdcarrico » 5/1/2012 16:43

Sempre existiram barreiras alfandegárias. Se não fosse o caso não havia imposto de importação.

Cada País (região económica) tem os seus proteccionismos próprios e se perguntarem no Brasil, eles ingenuamente pensam que somos nós que colocamos barreiras à importação de alimentos para protecção de agricultores Irlandeses, Franceses, Holandeses e Alemãs. Ou não fosse a nossa PAC uma gigantesca ferramenta de dumping.

O facto é que deixando de haver comércio, toda a gente acaba por perder porque invariavelmente existem áreas de maior competitividade em cada zona do globo.

E é um erro pensar que nos vamos safar bem e os outros nem tanto. Aliás, se a Europa não está pior, é porque a Alemanha ainda vai crescendo justamente porque é o segundo maior exportador mundial (e até há 3 anos era o maior). E por acaso boa parte da pauta de exportações acaba fora na Europa e Estados Unidos.

E em termos de volume de consumo, já não estamos na situação em que só nós e Americanos é que consumimos. Não por acaso o Brasil já ultrapassou a Itália, Espanha, Reino Unido e Canadá no PIB. E mais meia dúzia de anos e ultrapassa a Alemanha.
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por Um curioso... » 5/1/2012 15:14

Por mais voltas que sejam dadas, a Europa e os USA vão ter que retomar o proteccionismo. Os sinais vão aparecendo discretamente...




Intenção do Governo francês corre o risco de rapidamente acender o rastilho de mais uma guerra comercial com países como a China.
A proposta do “IVA social” foi lançada nesta semana e já na altura se havia gerado confusão em torno do seu âmbito de aplicação.

Hoje, a ministra do Orçamento e porta-voz do Governo francês veio a público esclarecer o que Paris tem em mente: reduzir as taxas pagas por empresas e trabalhadores para financiar a Segurança Social e, para compensar a quebra de receita, aumentar a taxa normal do imposto sobre o consumo de produtos importados de países fora da União Europeia (UE).

O que o Presidente [Nicolas Sarkozy] quer dizer é que os produtos fabricados fora da UE, sem respeitar as mesmas regras que nós temos, deverão ter de pagar mais para a nossa segurança social”, afirmou Valérie Pécresse esta manhã aos microfones da “Radio Classique”.

A iniciativa francesa deverá ser discutida no próximo dia 18, no âmbito de uma cimeira social que Sarkozy está a promover com o patronato e os sindicatos para preparar medidas de relançamento do emprego – e das chances do actual presidente ser reeleito em Maio.

Há muito que a França – através de políticos dos vários quadrantes políticos – defende uma fiscalidade agravada para os produtos importados de países que não cumpram as regras de protecção do ambiente ou do trabalho estabelecidas por organizações internacionais.

A iniciativa nunca gorou na UE, devido aos riscos de ser encarada como proteccionismo e ao receio de gerar um conflito aberto com a China – a “fábrica do mundo”, onde são recorrentes os relatos de violação de regras básicas, designadamente de segurança no trabalho.
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por vgasmo » 2/11/2011 13:38

A experiência da globalização, que levantou duma forma mais ou menos plena as barreiras alfandegárias, está arevelar-se um imenso desastre."

Menos para as centenas de milhões de pessoas que saíram da pobreza na Ásia e América Latina. Mas se calhar o que importa somos nós
 
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Re: ...e se a velha Europa repusesse as barreiras alfandegár

por Um curioso... » 1/11/2011 19:45

rg7803 Escreveu:[assumindo que a Europa de um modo consensual estava para aí virada, é: e será que nos deixavam fazer essa "manobra"? Tenho sérias duvidas.


A Europa tem pelo menos que "ameaçar" tomar uma posição unilateral, ou em conluio com os USA.
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E se a Europa parasse para pensar!

por TTM62 » 1/11/2011 17:40

ainda não tinha lido este tópico quando postei noutro. Este parece-me mais indicado para expor a minha reflexão
E se a Europa parasse para pensar!
Como chegamos até aqui? Para que serve o dinheiro? Porquê foi necessário construir/elaborar fortalezas de confiança (CDS) e elas revelaram-se inúteis. Isto não parece a “Teoria de Murfi “? A confiança não se compra, ela deve entranhar-se por osmose. Não há liquidez que chegue para comprar infinitamente o que se revela valer pouco. É imperioso inverter o ciclo da maximização da desconfiança. As ferramentas financeiras previram isto, potenciaram a especulação e vão continuar a faze-lo até ao momento de inversão. Elas não apareceram do longínquo universo, foram criadas por nós. Criamos o monstro, demos-lhes as ferramentas e agora espantamo-nos com a grande dificuldade em domina-lo? Enumeremos coisas simples, pois serão o caminho a trilhar, com ou sem guerra, teremos de produzir, deixar de oprimir, importar menos e exportar mais. É preciso dar mais valor a coisas terrenas e menos importância a ninharias estratosféricas. Os direitos humanos não devem ser só valorizados quando interessa. A globalização comercial sem regras iguais para todos trouxe-nos até aqui. Acordemos enquanto há tempo ou então vamos ter de começar uns níveis mais abaixo por motivos óbvios.
viva a vida k vai passar mt tempo morto
 
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por Um curioso... » 1/11/2011 17:37

bC10 Escreveu:A Europa consegue sobreviver apenas com mercado interno e com os states. Os países emergentes é que se deixam de exportar vão ao charco, porque o seu mercado interno não tem poder de compra.


Também é essa a ideia que tenho, relativamente à possibilidade dos países emergentes compensarem a perda dos mercados europeus e americanos com o seu próprio mercado interno.

A Europa e os USA ainda têm alguma força negocial. Aliás a globalização não trouxe qualquer benefício para os países mais pobres, que passaram a consumir produtos inúteis e de má qualidade, apagando ainda mais as suas raízes culturais. Apenas se safaram os países pobres que possuíam matérias-primas nobres, mas esses iriam lucrar com ou sem barreiras alfandegárias.
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por bC10 » 1/11/2011 17:22

A Europa consegue sobreviver apenas com mercado interno e com os states. Os países emergentes é que se deixam de exportar vão ao charco, porque o seu mercado interno não tem poder de compra.
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por Um curioso... » 1/11/2011 17:20

carf2007 Escreveu:Se a Europa repusesse, o resto do mundo ia retaliar e a a Europa deixava de exportar ... Penso que a situação iria piorar, afinal o que os países europeus precisam é vender mais e o mercado europeu só não chega.


Os americanos iriam certamente aceitar, principalmente se fossem colocadas condições especiais entre os 2 blocos.
E quem teria coragem de fazer frente a uma coligação económica entre os states e a Europa!?

Quando se tem poucas fichas muitas vezes somos forçados a fazer "all-inn". Se não vamos de "fold em fold" até ao desastre final...
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por bC10 » 1/11/2011 17:18

Estou totalmente de acordo, sempre foi uma das coisas que mais contestei.

Os países emergentes estão a crescer à custa de condições desumanas e à custa do ocidente.

Se lhe fecharmos a torneira, só temos a ganhar. Tudo bem que a ásia representa um enorme mercado, mas neste momento só nos prejudica. Nem mesmo os países mais ricos como a Alemanha têm conseguido tirar vantagem do mercado global.
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por carf2007 » 1/11/2011 17:04

Se a Europa repusesse, o resto do mundo ia retaliar e a a Europa deixava de exportar ... Penso que a situação iria piorar, afinal o que os países europeus precisam é vender mais e o mercado europeu só não chega.
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por acintra » 1/11/2011 17:02

Como é que isso é possivel se a Europa está a pedir`á Russia, China, Brasil...para entrarem no FEEF.

Primeiro que tudo a Europa tem que ter coragem e resolver os problemas sózinha e não andar a pedir esmola para a solução que encontrou, ou que acha que encontrou.
Um abraço e bons negócios.

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Re: ...e se a velha Europa repusesse as barreiras alfandegár

por rg7803 » 1/11/2011 16:59

Um curioso... Escreveu:A crise das dívidas soberanas está mergulhar a Europa (o mundo) numa crise sem precedentes.
A experiência da globalização, que levantou duma forma mais ou menos plena as barreiras alfandegárias, está arevelar-se um imenso desastre.
As dívidas soberanas estão na ribalta porque a ideia do Estado Social se está a desmoronar devido à falta de crescimento económico.A própria Alemanha teve na últina década um crescimento do PIB quase anémico e (pasme-se) muito próximo do crescimento do PIB português!!!
O progressivo desaparecimento do sector secundário (indústria) no espaço europeu (mas também nos States), torna inviável qualquer crescimento da economia na casa dos 4/5 % como era hábito nas décadas de 60/70.
A técnica da chantagem com a China (obrigá-la ela própria, a comprar indiscriminadamente dívida europeia, como de verdadeiros Eurobonds se tratassem), apenas iria adiar o problema.
Porque não admitir o erro e retomar as barreiras alfandegárias? Esta medida ia encarecer uma série de produtos que hoje em dia são comprados ao preço da chuva? Paciência. A china podia ser tentada a desfazer-se dos activos europeus que possui? Só iria desvalorizar as suas próprias reservas... (o mesmo aconteceria se se desfizesse dos activos americanos que tem).
Esta atitude de dar o dito pelo não dito e repor as barreiras alfandegárias seria digna? E é digno competir com uma economia em que as regras de trabalho estão a anos-luz da dos países ocidentais!!!

A Europa não consegue ver a luz ao fundo do túnel se não voltar a crescer claramente acima dos 3%!!! ...e isso é impossível sem uma retoma do sector primário e secundário. O crescimento através do terciário já teve os seus dias:
O momento é crítico e é nas crise que se tomam as grandes decisões




Percebo o que dizes e de certo forma até concordo.

Porém a questão que se deve colocar, e isto assumindo que a Europa de um modo consensual estava para aí virada, é: e será que nos deixavam fazer essa "manobra"? Tenho sérias duvidas.
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por LealMT » 1/11/2011 16:52

De acordo. Da maneira em que a situação se apresenta dificilmente vejo outra solução. Mas iria criar muitos problemas diplomáticos económico e financeiros com o resto do mundo
 
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por silva74 » 1/11/2011 16:49

Estou perfeitamente de acordo consigo. Na minha opinião este problema, só se resolve a serio, acabando de uma vez por todas com a globalização. A Europa e o EU deram um tiro no pé com a globalização, não é possível competir com China ou Índia onde as condições de trabalho simplesmente não existem. E esta conversa de valor acrescentado não resolve tudo, porque os países Asiáticos também já produzem produtos com valor acrescentado e tecnologia de ponta. Não há volta a dar a solução é regressar ao antes da globalização e assumir que foi um erro!
 
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...e se a velha Europa repusesse as barreiras alfandegárias?

por Um curioso... » 1/11/2011 16:37

A crise das dívidas soberanas está mergulhar a Europa (o mundo) numa crise sem precedentes.
A experiência da globalização, que levantou duma forma mais ou menos plena as barreiras alfandegárias, está arevelar-se um imenso desastre.
As dívidas soberanas estão na ribalta porque a ideia do Estado Social se está a desmoronar devido à falta de crescimento económico.A própria Alemanha teve na últina década um crescimento do PIB quase anémico e (pasme-se) muito próximo do crescimento do PIB português!!!
O progressivo desaparecimento do sector secundário (indústria) no espaço europeu (mas também nos States), torna inviável qualquer crescimento da economia na casa dos 4/5 % como era hábito nas décadas de 60/70.
A técnica da chantagem com a China (obrigá-la ela própria, a comprar indiscriminadamente dívida europeia, como de verdadeiros Eurobonds se tratassem), apenas iria adiar o problema.
Porque não admitir o erro e retomar as barreiras alfandegárias? Esta medida ia encarecer uma série de produtos que hoje em dia são comprados ao preço da chuva? Paciência. A china podia ser tentada a desfazer-se dos activos europeus que possui? Só iria desvalorizar as suas próprias reservas... (o mesmo aconteceria se se desfizesse dos activos americanos que tem).
Esta atitude de dar o dito pelo não dito e repor as barreiras alfandegárias seria digna? E é digno competir com uma economia em que as regras de trabalho estão a anos-luz da dos países ocidentais!!!

A Europa não consegue ver a luz ao fundo do túnel se não voltar a crescer claramente acima dos 3%!!! ...e isso é impossível sem uma retoma do sector primário e secundário. O crescimento através do terciário já teve os seus dias:
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