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Caldeirão da Bolsa

Off Topic - Meio Submarino para a Ilha da Madeira

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por andre_ferreira » 31/8/2011 14:03

Palmix, quais são as vantagens em concreto destas regioes para Portugal e para Europa?

a mim parece me que até hoje só deram despesa ao erario publico, se esta despesa foi para aumentar o nivel de vida dessas regioes tudo bem tambem têm direito.

agora não pode continuar este despesismo, se a crise é para todos entao que seja, não se pode é estar a dar dinheiro sempre que o Jardim vem chorar para TV.

penso que aos EUA estas regioes interessam para a defesa do país que de certo modo ja está aproveitado com a base das Lajes.

quanto aos arabes nao estou a ver qual é essa grande vantagem para eles
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por amsfsma » 31/8/2011 13:53

"[...]sob pena de ninguém querer ir para lá morar"

Quanta ingenuidade! :oops:
 
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por Palmix » 31/8/2011 13:47

A questão da Ilha da Madeira e dos Açores é muito mais profunda que a simples sustentabilidade ou não das contas públicas.

Os Buracos nas duas regiões é grande, naturalmente maior na Madeira pelo motivo que foi a região que mais investimentos fez e que mais evoluiu.

São regiões ultra-periféricas que, por razões geo-estratégicas, interessam manter.
Para manter há que dar condições de habitabilidade melhores que no resto das regiões, sob pena de ninguém querer ir para lá morar.
Se não forem para essas zonas, a europa perde essas regiões tão apeteciveis por outros estados, como os EUA, para nem falar dos árabes.

Deste modo, estas regiões devem ter melhores condições que as restantes, de forma a funcionarem como elemento "chamativo" para as pessoas se fixarem.

Acontece que, em particular a Ilha da Madeira, evoluiu muitos nos ultimos 20 a 30 anos.
Foi a primeira região do País a ter TVcabo, é a unica zona sem taxas moderadoras na saúde, é a região com a melhor oferta ao nível de educação, etc...
Tudo isto requereu grandes investimentos públicos e, claro, continua a consumir grandes quantidades, para manter esta maquinaria a funcionar.

Este fonómeno não se verificou no resto do País. Houve zonas que se desenvolveram, outras nem tanto...e, como tal, hoje não têm buracos colossais (como lhes gostam de chamar) nas suas contas.

Nem sei se será bem inveja. Mas será algum sentimento que o resto do País tem para com a Madeira, que tem hoje em dia melhores condições de vida (em algumas zonas da ilha!), que algumas zonas do resto do país.
Manter a rede de escolas da Ilha da Madeira, os tribunais, o sistema de saúde, tudo como existe no continente, tem um custo alto, mas essencial para que essa região continue a pertencer a portugal e à europa.

Alberto João Jardim sabe perfeitamente que tem este trunfo poderoso (ser zona ultra-periférica). Nunca o usou.
Sabe que pode voltar-se à vontade contra o continente, contra tudo e todos, que nunca deixarão a Região Autónoma da Madeira cair em saco rôto...é preciosa de mais para a eixarem ir...se não para Portugal, pelo menos para a Europa é, e muito!

O mesmo se passa nos Açores, tirado a papel quimico.
Apenas uma diferença, estes começam agora a acordar para o desenvolvimento à custa dos dinheiros públicos.
Daí toda a polémica com o PR (Cavaco Silva) e o governo de sócrates, com a questão do aumento da autonomia. Não são questões políticas, mas sabia-se que o caminho da Madeira deu este erro do aumento da despesa pública.
Como é obvio, não se queria cometer o mesmo erro agora nos Açores. Mas o Sócrates lá quis fazer o favor ao carlitos...
Se se opta por desenvolver os Açores com base nos dinheiros públicos, é bom que se peça à troika e à europa a devida ajuda.

Estes buracos são males necessários...os privados não estão interessados em investir nestas zonas. São zonas pequenas, com elevados custos dos factores de produção para tão pouca procura.
Agora se há alguém mais criativo com outro modelo de desenvolvimento que avançe!
O mais fácil é mesmo o recorrer aos dinheiros públicos. Até porque os Estados é que querem manter as regiões na sua posse...

A maioria dos portugueses não queria ir para a Madeira, muito menos para os Açores.
Se não há interesse em manter estas regiões como território nacional, então que se faça um referendo e, se a resposta for a favor, "vendam" as mesmas a quem der mais...os EUA são os primeiros a chegarem-se à frente, para nem falar dos petro-dolares!
 
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Off Topic - Meio Submarino para a Ilha da Madeira

por Fiscalista » 31/8/2011 11:28

Quando Alberto João Jardim exigiu há umas semanas o seu quinhão do empréstimo da troika a Portugal para pôr em ordem as contas da Madeira, já sabia que o "buraco" financeiro da região era maior que os 277 milhões então detectados. Hoje ficamos a saber que, de facto, existe um desvio colossal que aponta para 500 milhões de euros - 0,3% do PIB -, provocado por uma empresa criada em 2008, responsável pela construção de estradas, que por decreto legislativo passou a ser detida pelo Governo Regional, e agora detectado pela Comissão Europeia.

Bem pode Alberto João Jardim arguir em sua defesa que a culpa do estado a que chegaram as finanças regionais é dos sucessivos governos da República, que ninguém acredita. Quem está no poder desde 1978, portanto há 33 anos, não tem nem autoridade moral nem política para se desculpar com os outros. A pesada herança, como gostam de dizer os políticos de cada vez que são confrontados com os seus erros, é, neste caso, da responsabilidade do próprio Jardim. E a questão que se coloca agora é saber se, para resolver o problema do buraco da Madeira, serão exigidos novos sacrifícios solidários a todos os contribuintes ou se a saída passa por um plano de ajustamento financeiro específico para a região.

Mas, tão ou mais grave do que tudo isto, é que a cada semana que passa sucedem-se as surpresas. As parcerias público-privadas (PPP) têm tido este condão. E por cada surpresa descoberta, o défice previsto, inevitavelmente, resvala. E o pior é que, a cada novo buraco descoberto, se regista sistematicamente o mesmo comportamento: pôr os contribuintes a pagar os desmandos de quem governa.

É preciso que, de uma vez por todas, se perceba exactamente qual a real dimensão do desvio nas contas públicas, para que não tenhamos todas as semanas notícias desagradáveis. O País não aguenta mais aumentos de impostos que, inevitavelmente, acontecerão se o Governo da República não apresentar rapidamente cortes sérios na despesa. Como disse há não muito tempo o Presidente da República, "há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos".

Batista Bastos



Como ponto inicial na desgraça anunciada das nossas contas públicas, já ficamos a perceber para onde vai a massa que nos vai ser ''roubada'' no Natal...

Sai meio submarino para a ilha da Madeira
 
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