Off Topic - Só 6% dos portugueses confiam na classe política
AutoMech Escreveu:Os oportunistas aparecem via partidos e cunhas (entre outras). Como é que o Nobre vai mudar isso ?
Merece da minha parte o benefício da dúvida. Não é um politico, mas não é desconhecido. Tem uma obra feita que fala pelo que ele é como homem. Posso-me vir a enganar, mas para já merece o benefício da dúvida.
Há 5 anos o Alegre também andava todo indenpendente, contra as políticas do Socrates e já se falava em ele vir a fundar um partido e por isso parecia-me uma pessoa coerente... mas assim que baixou as calcinhas perdeu a credibilidade. Aqui é mais uma prova que não se pode acreditar nos políticos e é difícil dizer o que quer que seja com certezas.
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FilRib Escreveu:Sobre a corrupção e falta de poder associativo, tenho convivido com isso e como diz o Elias, o exemplo vem de cima.
Se de cima significa politicos, então está em linha com o artigo. E generalizar para dizer que ninguém confia em ninguém vai uma grande distância.
FilRib Escreveu:Se votarmos no Nobre e ele for eleito, há sempre a possibilidade de podermos ver algo diferente ou ficar igual. Os outros já sabemos que fica igual.
Os oportunistas aparecem via partidos e cunhas (entre outras). Como é que o Nobre vai mudar isso ?
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:Elias Escreveu:Isto revela bem em que medida os portugueses não confiam uns nos outros.
não consigo compreender como tiras essa conclusão da noticia....
É uma interpretação minha... Eu acredito que os políticos são o espelho da sociedade. É verdade que os políticos têm fama de aldrabões, oportunistas e outras coisas que já por aqui têm sido referidas, mas a verdade é que se aqueles que criticam os políticos estivessem nesses lugares o seu comportamento seria, provavelmente, muito semelhante.
Estás redondamente enganado. Não sei se círculo de Sociedade frequentas. Há muita gente competente, sábia e capaz quer cá dentro, quer lá fora.
O problema de Portugal é que isto se tornou uma Partidocracia. Fechada. Os políticos tornaram-se uma "classe", qual estatuto medieval em que é preciso prestar vassalegem para ser respeitado ou integrado. Basicamente é uma máfia que se protege a si própria, que está alheada da realidade do país e das populações, e neste caso do alheamento - vice versa.
Mas os políticos não são o espelho da Sociedade. São antes o último reduto da escória, o "local" onde se acumula a incompetência e desonestidade em doses colossais. Simplesmente porque têm PODER.
É ingénuo pensar que a Democracia é um sistema perfeito e que se auto-regula. Temos isso sempre na cabeça, a meu ver erradamente. A Democracia está longe de ser perfeita. É susceptível, e muito, a gente como esta muito hábil na "arte" da demagocia, manipulação e mentira.
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Elias Escreveu:Aì está uma bela ideia feita que serve para atirar as culpas para cima dos políticos.
Não é ideia feita Elias. É senso comum.
É normalíssimo que alguém sério e honesto não se sinta atraído para ingressar num partido quando vê que o mesmo está cheio de oportunistas. Parece-me mais do que óbvio.
Elias Escreveu:Acontece que (e há estudos que o demonstram) os portugueses condenam certas práticas quando vindas de políticos mas não condenam as mesmas práticas quando vindas de privados (isto é, de não políticos). Ou seja, o grau de exigência parece ser maior em relação aos políticos, como se só estes últimos tivessem de observar certos preceitos.
E o grau de exigência para com os políticos em matéria de honestidade deve realmente ser superior.
Mais depressa censuro um fumador se este for médico do que se for alguém não médico.
Mais depressa censuro alguém que foi apanhado em excesso de velocidade se este for policia do que se for um não policia.
Mais depressa censuro um jornalista, como ontem aconteceu na SIC, que comparou erradamente o preço do petróleo e da gasolina do que alguém que não esteja informado.
Não estou com isto a defender a desonestidade. Mas os políticos devem ser (ou deveriam ser) o exemplo máximo em matéria de honestidade.
A exigência depende das funções e das circunstâncias e portanto se essa maior exigência existe para com os políticos, para mim é normal e correcta.
E estão admirados com essa percentagem?
Eu diria que desses 6% a grande maioria serão políticos ou familiares.
Mas não são apenas os nossos muito fraquinhos. É um problema ao nível europeu, com algumas excepções claro.
Portugal não sobreviverá por muito mais tempo com esta classe política mediocre, indivíduos que acabam um curso qualquer e sem nenhuma experiência são acessores e secretários de Estado, não vamos a lado nenhum com esta gentinha.
Desculpem o desabafo.
Eu diria que desses 6% a grande maioria serão políticos ou familiares.
Mas não são apenas os nossos muito fraquinhos. É um problema ao nível europeu, com algumas excepções claro.
Portugal não sobreviverá por muito mais tempo com esta classe política mediocre, indivíduos que acabam um curso qualquer e sem nenhuma experiência são acessores e secretários de Estado, não vamos a lado nenhum com esta gentinha.
Desculpem o desabafo.
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AutoMech Escreveu:FilRib Escreveu:Sim, é óbvio os portugueses não confiam uns nos outros. Não há poder associativo em lado nenhum... por isso mesmo temos custos de produção elevados em muitos sectores.
Não confias nos teus amigos, na tua família, nos teus colegas de trabalho, no médico que te assiste no hospital, no empregado da Worten que te recomenda uma televisão, no empregado de restaurante que te recomenda um vinho, no professor dos teus filhos (se os tiveres), no senhor da mercearia, etc. ?
Eu acho que é um exagero dizer os portugueses não confiam uns nos outros mas enfim, cada um terá a sua opinião.FilRib Escreveu:Não há sociedades saudáveis. Há corrupção, há tudo e não existem vontade conjunta de mudar... há vontade de olhar para o seu próprio umbigo.
Quer-me parecer que a corrupção está bem ligada à ineficiência ou ao poder da governação (administração central, autarquias, etc) , logo temos um factor localizado e que é bem identificado no artigo.
Daí a generalizar vai um grande passo.FilRib Escreveu:Acho que se não sairmos desta espiral temos um ciclo vicioso. E como sair? Votar em alguém que não seja "politico". Fernando Nobre?
OK, elegemos o Nobre. E a seguir o que vai o senhor fazer ?
(como não estou para estar a dividir as respostas - vai uma grande confusão de quotes - respondo tudo junto)
Se confio na minha família? Estou sempre a aprender com coisas que se passam, são do núcleo muito muito chegado os familiares em quem confio 100%. Amigos, tenho poucos e já se está a ver porquê. Nos funcionários dos estabelecimentos, já confiei menos (ou confio o mesmo, mas sinto-me mais informado e por isso lido melhor com isso) mas com tantas aldrabices e o facto de termos de andar sempre com atenção a todas as cláusulas e letrinhas pequenas deixa-me desconfiado.
Sobre a corrupção e falta de poder associativo, tenho convivido com isso e como diz o Elias, o exemplo vem de cima.
Se votarmos no Nobre e ele for eleito, há sempre a possibilidade de podermos ver algo diferente ou ficar igual. Os outros já sabemos que fica igual.
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AutoMech Escreveu:Isso tem sido referido muitas vezes mas não concordo em absoluto. Quanto a mim os partidos, como estão montados, tendencialmente atraem uma % muito maior de oportunistas do que aqueles que tem a sociedade em geral.
Se assim não fosse veríamos uma boa % de gente competente e séria nos governos, autarquias, etc. coisa que não acontece. E não acredito que Portugal esteja tão mal servido de gente séria e competente.
Aì está uma bela ideia feita que serve para atirar as culpas para cima dos políticos.
Acontece que (e há estudos que o demonstram) os portugueses condenam certas práticas quando vindas de políticos mas não condenam as mesmas práticas quando vindas de privados (isto é, de não políticos). Ou seja, o grau de exigência parece ser maior em relação aos políticos, como se só estes últimos tivessem de observar certos preceitos.
Recomendo vivamente este livro que explora bem o tema: http://www.wook.pt/ficha/corrupcao-e-os ... /id/225351
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Elias Escreveu:
É uma interpretação minha... Eu acredito que os políticos são o espelho da sociedade.
Isso tem sido referido muitas vezes mas não concordo em absoluto. Quanto a mim os partidos, como estão montados, tendencialmente atraem uma % muito maior de oportunistas do que aqueles que tem a sociedade em geral.
Se assim não fosse veríamos uma boa % de gente competente e séria nos governos, autarquias, etc. coisa que não acontece. E não acredito que Portugal esteja tão mal servido de gente séria e competente.
FilRib Escreveu:Sim, é óbvio os portugueses não confiam uns nos outros. Não há poder associativo em lado nenhum... por isso mesmo temos custos de produção elevados em muitos sectores.
Não confias nos teus amigos, na tua família, nos teus colegas de trabalho, no médico que te assiste no hospital, no empregado da Worten que te recomenda uma televisão, no empregado de restaurante que te recomenda um vinho, no professor dos teus filhos (se os tiveres), no senhor da mercearia, etc. ?
Eu acho que é um exagero dizer os portugueses não confiam uns nos outros mas enfim, cada um terá a sua opinião.
FilRib Escreveu:Não há sociedades saudáveis. Há corrupção, há tudo e não existem vontade conjunta de mudar... há vontade de olhar para o seu próprio umbigo.
Quer-me parecer que a corrupção está bem ligada à ineficiência ou ao poder da governação (administração central, autarquias, etc) , logo temos um factor localizado e que é bem identificado no artigo.
Daí a generalizar vai um grande passo.
FilRib Escreveu:Acho que se não sairmos desta espiral temos um ciclo vicioso. E como sair? Votar em alguém que não seja "politico". Fernando Nobre?
OK, elegemos o Nobre. E a seguir o que vai o senhor fazer ?
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:Elias Escreveu:Isto revela bem em que medida os portugueses não confiam uns nos outros.
não consigo compreender como tiras essa conclusão da noticia....
É uma interpretação minha... Eu acredito que os políticos são o espelho da sociedade. É verdade que os políticos têm fama de aldrabões, oportunistas e outras coisas que já por aqui têm sido referidas, mas a verdade é que se aqueles que criticam os políticos estivessem nesses lugares o seu comportamento seria, provavelmente, muito semelhante.
Quantas vezes se ouve: "aquele gajo arranjou um tacho, se eu fosse eu aproveitava igual!"
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mais_um Escreveu:Elias Escreveu:Isto revela bem em que medida os portugueses não confiam uns nos outros.
não consigo compreender como tiras essa conclusão da noticia....
É uma interpretação minha... Eu acredito que os políticos são o espelho da sociedade. É verdade que os políticos têm fama de aldrabões, oportunistas e outras coisas que já por aqui têm sido referidas, mas a verdade é que se aqueles que criticam os políticos estivessem nesses lugares o seu comportamento seria, provavelmente, muito semelhante.
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Sim, é óbvio os portugueses não confiam uns nos outros. Não há poder associativo em lado nenhum... por isso mesmo temos custos de produção elevados em muitos sectores.
Não há sociedades saudáveis. Há corrupção, há tudo e não existem vontade conjunta de mudar... há vontade de olhar para o seu próprio umbigo.
Eu próprio cada vez me tenho tornado mais egoísta e pessimista com tudo o que leio e vejo.
Acho que se não sairmos desta espiral temos um ciclo vicioso. E como sair? Votar em alguém que não seja "politico". Fernando Nobre?
Não há sociedades saudáveis. Há corrupção, há tudo e não existem vontade conjunta de mudar... há vontade de olhar para o seu próprio umbigo.
Eu próprio cada vez me tenho tornado mais egoísta e pessimista com tudo o que leio e vejo.
Acho que se não sairmos desta espiral temos um ciclo vicioso. E como sair? Votar em alguém que não seja "politico". Fernando Nobre?
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Elias Escreveu:Isto revela bem em que medida os portugueses não confiam uns nos outros.
não consigo compreender como tiras essa conclusão da noticia....

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Off Topic - Só 6% dos portugueses confiam na classe política
Não causa surpresa mas é preocupante.
http://jornal.publico.pt/noticia/19-01- ... mpressa%29
Só 6% dos portugueses confiam na classe política
A fama dos políticos e dos governos não podia estar pior em véspera de eleições presidenciais. A cinco dias de o país decidir quem será o próximo Presidente da República, uma sondagem de opinião mostra que a desconfiança na classe política é generalizada, o que contamina também a opinião sobre o cenário económico. A grande maioria dos inquiridos diz que Portugal está a caminhar na direcção errada e que o país estava melhor há 25 ou há 40 anos.
O inquérito foi conduzido pela consultora Gfk junto de 1002 portugueses entre os 18 e os 64 anos, de todo o território de Portugal Continental. A sondagem integra os trabalhos do Projecto Farol, um think-thank constituído por figuras como Belmiro de Azevedo e Daniel Proença de Carvalho que quer traçar um guia para o desenvolvimento do país até 2020.
De acordo com o estudo, 94 por cento dos portugueses dizem não confiar na classe política, 90 por cento nos Governos, 89 por cento nos partidos e 84 por cento na Assembleia da República. Cerca de 70 por cento revela também não ter confiança nos tribunais, na administração pública ou nos sindicatos.
A agravar o cenário, quase metade dos inquiridos afirma ter pouco interesse na política nacional (43 por cento) e na política local (48 por cento).
Contudo, a forte desconfiança e desinteresse face ao sistema político revelados pelos inquiridos parecem entrar em contradição com outras respostas à sondagem. Mais de metade dos portugueses (64 por cento) considera, por exemplo, que a forma mais eficaz de influenciar a sociedade é votar, apesar de depois não confiarem nos Governos eleitos.
Além disso, apesar de os portugueses admitirem que devem ter um maior compromisso com a causa pública e as políticas dos Governos, continuam a defender que é o Estado que deve dar o principal contributo para a competitividade e o desenvolvimento económico do país. Ainda para mais num contexto em que a iniciativa privada escasseia: 54 por cento dos inquiridos não se mostra disposto a lançar-se num negócio próprio.
A sondagem de opinião mostra também que, para a grande maioria dos inquiridos (78 por cento), Portugal está a caminhar na direcção errada, desde logo porque não há uma estratégia de desenvolvimento sustentado para o país. A maioria considera também que não somos competitivos.
Além disso, de acordo com os promotores do Projecto Farol, os portugueses mostram-se mal informados sobre a actual situação do país. Quase metade (46 por cento) dos inquiridos considera que as actuais condições económicas e sociais são piores do que há 40 anos, antes do 25 de Abril, e mais de metade (58 por cento) vê-as como piores do que há 25 anos, antes de Portugal entrar para a Comunidade Económica Europeia.
http://jornal.publico.pt/noticia/19-01- ... mpressa%29
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