Quantos dias para entrar o FMI?
JMHP Escreveu:Entendo, mas é essa mesma linha de pensamento e mentalidade (da maioria) que nos trouxe à beira do abismo que o pais se encontra.
Eu considero que por não ter havido no passado políticos com coragem e determinação em desafiar o sistema e até os seus partidos, foi determinante para arrastar e colocar o país a viver uma mentira acima das suas reais possibilidades e sonhando com um desenvolvimento sustentado impossível de concretizar.
Não admira sermos um povo e país acumudado e longe da coragem e glória que em tempos no passado longínquo já fomos.
Somos adversos à mudança, procurando sempre uma solução intermédia para os nossos problemas e dificuldades como se fosse possível mudar alguma coisa sem mexer em quase nada.
Que povo é este que vive e resiste para viver num estado de pura fantasia e adversa à enfrentar a realidade?!... Somos fracos?!.. Somos cobardes?!.. Existe maior inimigo do que os nossos próprios fantasmas?!
Eu entendo o teu ponto de vista mas discordo. Acho que o problema que sempre tivemos foi défice de democracia - ou seja exactamente o contrário.
Quando um governo negoceia com uma classe porque esta tem poder e prejudica todos as outras, está a ser profundamente anti-democrático e prejudicar o bem comum.
Esta negociação sectária tem sido a nossa cruz e impeditiva de reformas que precisamos como por exemplo na justiça.
Existe ainda assim um espaço para escolha de um Estado com alguns serviços ou sem eles. Isso não significa que um lado esteja certo ou não - isso é que é a decisão política que deve ser legitimada em eleições.
Os transportes públicos por exemplo - prestam um serviço importante e que é deficitário. Vale a pena? cada um terá a sua opinião. A função dos políticos é tb fazer as contas e perguntar-nos a opinião. Veja, eu moro num lugar onde o salário mínimo é pouca mais de 200 euros, mas onde o transporte (sem direito a passes nem reduções) custa 1,1 euros. Há gente que gasta 30/40% do orçamento em transportes públicos. Ter transportes como os nossos é como pagarmos um imposto para que gente que ganha pouco possa não ter que gastar tanto para usar os transportes. Há quem discorde, há quem concorde - eleições são para isso.
Certo também é que neste momento precisamos encurtar a despesa pública, mas não precisamos de a cortar a zero.
Pedro Carriço
JMHP Escreveu:Eu considero que por não ter havido no passado políticos com coragem e determinação em desafiar o sistema e até os seus partidos, foi determinante para arrastar e colocar o país a viver uma mentira acima das suas reais possibilidades e sonhando com um desenvolvimento sustentado impossível de concretizar.
Não admira sermos um povo e país acumudado e longe da coragem e glória que em tempos no passado longínquo já fomos.
Somos adversos à mudança, procurando sempre uma solução intermédia para os nossos problemas e dificuldades como se fosse possível mudar alguma coisa sem mexer em quase nada.
Que povo é este que vive e resiste para viver num estado de pura fantasia e adversa à enfrentar a realidade?!... Somos fracos?!.. Somos cobardes?!.. Existe maior inimigo do que os nossos próprios fantasmas?!
Não se confundam as coisas/pessoas.
O problema não está no "povo". Muitos portugueses têm dado provas amplas de capacidade e qualidade, tanto em Portugal como no estrangeiro.
O problema tem a ver com algumas pessoas, nomeadamente as pessoas da política e com mais incidência os que têm estado no poder, os quais têm demonstrado uma grande mediocridade de actuação, sendo eles os responsáveis principais da situação em que o país se encontra.
Claro que o "povo" ou uma parte tem votado neles. Bem, mas a democracia é assim, tem muitas imperfeições, nomeadamente a possibilidade de permitir que uma grande parte povo possa ser ou andar enganado.
“A elevação dos pensamentos denuncia a nobreza dos sentimentos.”
Recupero texto de Braga de Matos que cada vez que o leio me identifico mais com ele:
[/quote]BRAGA DE MATOS Escreveu:Sair do socialismo com dor
18 Março2011 | 11:52
Fernando Braga de Matos
(Onde o autor lembra que as crises abrem oportunidades e que o inevitável ajustamento económico para superar a nossa permitirá largar este socialismo de ventre mole que não compete com o capitalismo de Estado da China, nem com a social democracia de mercados altamente competitivos, nem com o liberalismo americano. Pior só mesmo o socialismo do sec XXI do Chavez, como ele lhe chama, cheio de razão).
A Constituição da República Portuguesa data de 1976 e, fatidicamente, no seu artigo 2º impunha para o País o "rumo ao socialismo". Era uma época febril em Portugal, saído do PREC e da prática sovietização de sectores da economia, e extremamente deprimente no mundo ocidental, em estagnaflação e assistindo ao avanço dos chamados "procuradores" da URSS em todo o planeta, da Etiópia ao Afganistão, passando pela Indochina. A democracia dos direitos humanos triunfou em Portugal, mas o socialismo das nacionalizações e do Estado gigante protector e dirigente ficou. O espartilho soltou-se apenas em 1989, 2 FMI e 1 CEE depois. Caiu da cartilha o rumo ao socialismo "mandatório", e aliviaram-se os constrangimentos do sistema, admitindo-se privatizações e televisões privadas, por exemplo, mas manteve-se uma constituição programática cujo ADN socialista continuou a impregnar o texto, condicionando todo o sistema jurídico e prático bem como o enquadramento mental em que os cidadãos se movimentam. Um travão implacável continua no facto de, na prática, o Partido Socialista a controlar a Constituição por via do maioria qualificada necessária para a modificar no sentido da neutralidade, pelo que as reformas são às pinguinhas e em última instância. A sociedade civil continuou débil e pacata, enquanto o Estado apenas perdeu parte dos seus tentáculos, e até aumentou o peso, consumindo 50% da riqueza produzida anualmente por este pobre país pobre. O sector empresarial do Estado, expandindo-se até hoje, é elemento determinante na política económica e social, com um peso de quase 5% do PIB e empregando 3% da população activa. Através da Parpública intervém em grande número de empresas de grande relevo, como a TAP ou EDP, e através de "golden shares" guarda a última palavra e a influência em gigantes nacionais, como a PT. Com o poder fáctico que possuem os governos, a mão invisível de Adam Smith aparece pouco em mercados com grandes distorções. Depois são os institutos públicos, fundações e idênticos artifícios para tomar conta da actividade nacional, sem os objectivos e o modo eficiente de promover bens materiais e sociais. Tudo abrangido, ninguém sabe ao certo qual é o real défice público nem o total endividamento do País. Fica ainda um sector laboral de grande rigidez e o entrosamento dos chamados "direitos adquiridos" - afinal vantagens que a economia pode suportar e só dela dependem, em última análise - e que Silva Lopes, humoristicamente, comparava aos anteriores à Revolução Francesa. Depois ficam ainda os sistemas de saúde e de educação, adequadamente universais, mas desprezando a eficiência ,a concorrência e muita da qualidade em nome da ideologia.
Sabemos agora, de maneira extremamente penosa mas definitiva, que este modelo esclerótico não funciona e que já caminhava para a ruptura há 15 anos, como demonstrava o famoso gráfico de Medina Carreira, exibido vezes sem conta pelo ecrã de TV para todos verem o despudor: economia catatónica+despesa em crescimento anual de vários pontos percentuais=falência. Para sair dolorosamente da nossa cruz, ouço falar de novos paradigmas salvadores, mas como já estão todos vistos ao longo da História do mundo, muito em particular nos últimos 200 anos, deve tratar-se de alguma religião nova, tipo Cientologia, trazida do espaço sideral por seres verdes, mas não necessariamente ecologistas. Para mim, cidadão monótono e pouco dado à fantasia, basta-me a evidência empírica para assegurar que resulta o que resultou, falha o que falhou, arranja-se o que é susceptível de arranjo, e o resto são fantasias. Querem saber quais são os nove países mais avançados do mundo, no Índice do Instituto Legatum (citado por Fareed Zacaria, na Time), o qual considera a riqueza material e a qualidade de vida? Noruega, Dinamarca, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia, Suécia, Canadá, Holanda e Suíça , por esta ordem (1). Em todos eles há mercados fortemente competitivos, intervenção mínima do Estado na economia, cheques-ensino, estímulo a sistemas mistos de saúde, sistemas de Segurança Social com base também na capitalização, a chamada flexisegurança, horrores a que aqui chamam neoliberalismo.
(1) Os Estados Unidos são o 10º.
Advogado, autor de " Ganhar em Bolsa" (ed. D. Quixote), "Bolsa para Iniciados" e "Crónicas Politicamente Incorrectas" (ed. Presença). fbmatos1943@gmail.com
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pdcarrico Escreveu:Mas se a situação não fosse tão crítica (e assim esperemos que venha a ser daqui a uns valentes anos) haverá espaço para se decidir se o Estado deve ou não ter certos serviços - transportes públicos, saúde, educação, etc... São opções políticas e não de gestão corrente. Um líder não tem que defender apenas o seu ponto de vista - tem que sentir uma média da expressão do seu eleitorado e deve governar em conformidade ou então passa a ser um líder menos representativo e não consegue agregar mais gente.
E se o eleitorado quiser o impossível? Como fazemos?
Vamos ser demagógicos e prometemos o que sabemos que não podemos cumprir?
Isso foi o que o Zé Pinto de Sousa andou a fazer e pelos vistos achas que deve continuar a fazer...

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pdcarrico Escreveu:JMHP Escreveu:Afinal queremos políticos mentirosos e desonestos?!
Ainda estou para ver quanto tempo vai demorar até haver um consenso nacional sobre a necessidade de alterar a constituição, muito provavelmente as alterações serão mais profundas do que agora será possível imaginar.
As respostas a essas criticas da coragem ou estupidez politica do PPC e do PSD (conforme a mentalidade e visão de cada individuo) serão dadas a seu tempo, será o futuro a médio-prazo que revelará de que lados e encontra a razão, tal como hoje o presente nos demonstra os erros graves cometidos ao longo de 36 anos de democracia que mesmo assim não foram suficientemente longo para desviar o país da tragédia actual.
Parece-me meio exagerada essa sua resposta.
Veja bem, estamos em crise e portanto o peso do Estado tem que se reduzir independentemente das vontades.
Mas se a situação não fosse tão crítica (e assim esperemos que venha a ser daqui a uns valentes anos) haverá espaço para se decidir se o Estado deve ou não ter certos serviços - transportes públicos, saúde, educação, etc... São opções políticas e não de gestão corrente. Um líder não tem que defender apenas o seu ponto de vista - tem que sentir uma média da expressão do seu eleitorado e deve governar em conformidade ou então passa a ser um líder menos representativo e não consegue agregar mais gente.
Eu acho que o Cavaco teve e tem sérios defeitos, mas conseguiu unir um partido diverso atribuindo às várias linhagens no partido poderes. Se um líder quiser preferir uma tendência política dentro do partido e desprezar as outras acaba a perder peso e quando tinha tudo para ganhar, acontece-lhe que nem assim talvez consiga.
Democracia é isso - é conseguirmos uma linha que respeite a maioria.
Entendo, mas é essa mesma linha de pensamento e mentalidade (da maioria) que nos trouxe à beira do abismo que o pais se encontra.
Eu considero que por não ter havido no passado políticos com coragem e determinação em desafiar o sistema e até os seus partidos, foi determinante para arrastar e colocar o país a viver uma mentira acima das suas reais possibilidades e sonhando com um desenvolvimento sustentado impossível de concretizar.
Não admira sermos um povo e país acumudado e longe da coragem e glória que em tempos no passado longínquo já fomos.
Somos adversos à mudança, procurando sempre uma solução intermédia para os nossos problemas e dificuldades como se fosse possível mudar alguma coisa sem mexer em quase nada.
Que povo é este que vive e resiste para viver num estado de pura fantasia e adversa à enfrentar a realidade?!... Somos fracos?!.. Somos cobardes?!.. Existe maior inimigo do que os nossos próprios fantasmas?!
pdcarrico Escreveu:Se não conseguiu crescer a partir daí, é porque manifestamente não teve competência, até porque a situação política não poderia ser pior para o PS.
Falta-lhe um discurso mais acessível a todos. Quer queiramos, quer não, a maioria da população percebe melhor o Louçã ou o Portas do que o PPC.
Ainda me lembro, numa das primeiras declarações a jornalistas, que o PPC disse algo do género que o governo estava a vilipendiar o país. Retive esta expressão porque quem quer falar para o povo não pode falar com estes termos. E já o ouvi, em várias ocasiões, a dizer coisas semelhantes, que não são facilmente apreendidas como mensagem.
Repara como o Portas ou o Louça, mesmo quando falam na Assembleia, não usam palavras caras. Usam uma linguagem popular e sabem passar a mensagem duma forma extraordinária (independentemente de ser com base na interpretação manipulada de dados e de forma demagógica).
Pode-se ter um discurso simples e claro, sem ser demagógico. E o PPC não consegue fazer isso.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
JMHP Escreveu:Afinal queremos políticos mentirosos e desonestos?!
Ainda estou para ver quanto tempo vai demorar até haver um consenso nacional sobre a necessidade de alterar a constituição, muito provavelmente as alterações serão mais profundas do que agora será possível imaginar.
As respostas a essas criticas da coragem ou estupidez politica do PPC e do PSD (conforme a mentalidade e visão de cada individuo) serão dadas a seu tempo, será o futuro a médio-prazo que revelará de que lados e encontra a razão, tal como hoje o presente nos demonstra os erros graves cometidos ao longo de 36 anos de democracia que mesmo assim não foram suficientemente longo para desviar o país da tragédia actual.
Parece-me meio exagerada essa sua resposta.
Veja bem, estamos em crise e portanto o peso do Estado tem que se reduzir independentemente das vontades.
Mas se a situação não fosse tão crítica (e assim esperemos que venha a ser daqui a uns valentes anos) haverá espaço para se decidir se o Estado deve ou não ter certos serviços - transportes públicos, saúde, educação, etc... São opções políticas e não de gestão corrente. Um líder não tem que defender apenas o seu ponto de vista - tem que sentir uma média da expressão do seu eleitorado e deve governar em conformidade ou então passa a ser um líder menos representativo e não consegue agregar mais gente.
Eu acho que o Cavaco teve e tem sérios defeitos, mas conseguiu unir um partido diverso atribuindo às várias linhagens no partido poderes. Se um líder quiser preferir uma tendência política dentro do partido e desprezar as outras acaba a perder peso e quando tinha tudo para ganhar, acontece-lhe que nem assim talvez consiga.
Democracia é isso - é conseguirmos uma linha que respeite a maioria.
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:pepi Escreveu:artista Escreveu:... ao contrário desses, os dois governos do Sócrates já há muito que deviam ter percebido para onde isto caminhava, não só não viram como mentiram constantemente aos portugueses... mentiram e continuam a mentir!!!
... e o problema é que vão continuar com uma votação grande, nem me surpreenderia tanto quanto isso que conseguissem ainda ganhar as eleições. Se os portugueses fossem outros o PS teria agora 15% no máximo e todos os políticos aprenderiam uma lição para sempre, nunca mais nos enganariam... mas os portugueses não merecem melhor que isto, as eleições que ai vêm vão demonstrá-lo mais uma vez!!
artista, concordo completamente!
Tenho a sensação que haverá cerca de 30% de portugueses que vão votar PS aconteça o que acontecer... será que há algum estudo sociológico que fundamente esta minha sensação?!
Abraços!
O facto é que o PSD já teve mais de 50% dos votos numa altura em que até havia menos abstenção. Se o PS tiver 30% ou mais, uma parte da responsabilidade será do PSD. Certo que o CDS nessa altura era quase nada, mas ainda assim muito do eleitorado PSD era aquele que flutua no centro.
Dá-me ideia que o PPC ainda está longe de atingir o carisma que cavaco teve mesmo na primeira eleição.
O PSD é um partido amplo (tal como o PS) e o que se exigiria a um líder, nesta altura, é que conseguisse agregar diversas linhas políticas. Em vez disso, o PPC demarcou-se até de forma meio ingénua como por exemplo quando ensaiava uma proposta de revisão constitucional numa altura em que não fazia grande sentido.
Também a ideia de querer fechar empresas públicas que dão prejuízo crónico, quando às vezes têm um lucro social, não ajuda a convencer quem está muito desiludido com o PS mas que não está disposto a uma inflexão tão grande.
Afinal queremos políticos mentirosos e desonestos?!
Ainda estou para ver quanto tempo vai demorar até haver um consenso nacional sobre a necessidade de alterar a constituição, muito provavelmente as alterações serão mais profundas do que agora será possível imaginar.
As respostas a essas criticas da coragem ou estupidez politica do PPC e do PSD (conforme a mentalidade e visão de cada individuo) serão dadas a seu tempo, será o futuro a médio-prazo que revelará de que lado se encontra a razão, tal como hoje o presente nos demonstra os erros graves cometidos ao longo de 36 anos de democracia que mesmo assim não foram suficientemente longos para desviar o país da tragédia actual.
Editado pela última vez por JMHP em 23/3/2011 12:49, num total de 1 vez.
E tb uma outra coisa que a mim particularmente desagrada no PPC é gestão da relação com o executivo. Aquele episódio de, em privado dizerem uma coisa, em público outra. Da falta de confiança entre JS e PPC quando aparentemente até estavam anteriormente em sintonia na necessidade de resolução de um problema, foi coisa que minou o crédito político de ambos.
Acontece que Sócrates já estava meio desacreditado. PPC nem tanto. E até certa altura, PPC parecia politicamente maduro e preparado para sustentar, na oposição, um Governo que não era o dele mas que precisava do PSD para não cair e ir governando. Era uma questão de tempo e de paciência para chegar à maioria absoluta. Quando há o primeiro PEC, provavelmente PPC deve ter tido o grande pico de popularidade, pois passava a imagem de confiança, de saber esperar e de responsabilidade política.
Se não conseguiu crescer a partir daí, é porque manifestamente não teve competência, até porque a situação política não poderia ser pior para o PS.
Creio que receou que o povo pudesse colocar o PSD como co-responsável pela austeridade, e talvez quisesse precipitar um afundamento da popularidade do Governo.
Acontece que Sócrates já estava meio desacreditado. PPC nem tanto. E até certa altura, PPC parecia politicamente maduro e preparado para sustentar, na oposição, um Governo que não era o dele mas que precisava do PSD para não cair e ir governando. Era uma questão de tempo e de paciência para chegar à maioria absoluta. Quando há o primeiro PEC, provavelmente PPC deve ter tido o grande pico de popularidade, pois passava a imagem de confiança, de saber esperar e de responsabilidade política.
Se não conseguiu crescer a partir daí, é porque manifestamente não teve competência, até porque a situação política não poderia ser pior para o PS.
Creio que receou que o povo pudesse colocar o PSD como co-responsável pela austeridade, e talvez quisesse precipitar um afundamento da popularidade do Governo.
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:Dá-me ideia que o PPC ainda está longe de atingir o carisma que cavaco teve mesmo na primeira eleição.
Depois de 4 PECs e do país estar à beira de pedir ajuda internacional o lógico seria o partido do governo ser completamente trucidado, algo que não vai acontecer se houver eleições.
Isto também está ligado à forma como o PPC tem gerido a oposição, esperando que o poder lhe caia nas mãos. É difícil, assim de cabeça, enumerar duas ou três grandes medidas do PPC e, como ele esteve afastado da política (não estou a dizer que isso é mau), não se conhece muito do que ele pensa.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
pepi Escreveu:artista Escreveu:... ao contrário desses, os dois governos do Sócrates já há muito que deviam ter percebido para onde isto caminhava, não só não viram como mentiram constantemente aos portugueses... mentiram e continuam a mentir!!!
... e o problema é que vão continuar com uma votação grande, nem me surpreenderia tanto quanto isso que conseguissem ainda ganhar as eleições. Se os portugueses fossem outros o PS teria agora 15% no máximo e todos os políticos aprenderiam uma lição para sempre, nunca mais nos enganariam... mas os portugueses não merecem melhor que isto, as eleições que ai vêm vão demonstrá-lo mais uma vez!!
artista, concordo completamente!
Tenho a sensação que haverá cerca de 30% de portugueses que vão votar PS aconteça o que acontecer... será que há algum estudo sociológico que fundamente esta minha sensação?!
Abraços!
O facto é que o PSD já teve mais de 50% dos votos numa altura em que até havia menos abstenção. Se o PS tiver 30% ou mais, uma parte da responsabilidade será do PSD. Certo que o CDS nessa altura era quase nada, mas ainda assim muito do eleitorado PSD era aquele que flutua no centro.
Dá-me ideia que o PPC ainda está longe de atingir o carisma que cavaco teve mesmo na primeira eleição.
O PSD é um partido amplo (tal como o PS) e o que se exigiria a um líder, nesta altura, é que conseguisse agregar diversas linhas políticas. Em vez disso, o PPC demarcou-se até de forma meio ingénua como por exemplo quando ensaiava uma proposta de revisão constitucional numa altura em que não fazia grande sentido.
Também a ideia de querer fechar empresas públicas que dão prejuízo crónico, quando às vezes têm um lucro social, não ajuda a convencer quem está muito desiludido com o PS mas que não está disposto a uma inflexão tão grande.
Pedro Carriço
asrael Escreveu:... será que há algum estudo sociológico que fundamente esta minha sensação?!
Abraços!
Se hà algum estudo que fundamente essa sensação não sei. A sensação que tenho é que os socialistas, de modo geral, têm o dom da palavra. O que é diferente de obras concretas.[/quote]
Isso chama-se DEMAGOGIA!

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Faço minhas as palavras do governador de Inglaterra à um ano atrás:
http://www.newstatesman.com/economy/201 ... rity-power
http://www.newstatesman.com/economy/201 ... rity-power
Não faz mal!...
pepi Escreveu:artista Escreveu:... ao contrário desses, os dois governos do Sócrates já há muito que deviam ter percebido para onde isto caminhava, não só não viram como mentiram constantemente aos portugueses... mentiram e continuam a mentir!!!
... e o problema é que vão continuar com uma votação grande, nem me surpreenderia tanto quanto isso que conseguissem ainda ganhar as eleições. Se os portugueses fossem outros o PS teria agora 15% no máximo e todos os políticos aprenderiam uma lição para sempre, nunca mais nos enganariam... mas os portugueses não merecem melhor que isto, as eleições que ai vêm vão demonstrá-lo mais uma vez!!
artista, concordo completamente!
Tenho a sensação que haverá cerca de 30% de portugueses que vão votar PS aconteça o que acontecer... será que há algum estudo sociológico que fundamente esta minha sensação?!
Abraços!
Concordo totalmente.
Existe muita gente a viver à custa do Estado e com a conversa do abismo, obviamente vão votar na pessoa que lhes garante (mentindo) que tudo vai ficar na mesma.
Temos o país que merecemos. Para muitos, quantos mais lhes mentem, mais eles gostam deles..
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artista Escreveu:e o problema é que vão continuar com uma votação grande, nem me surpreenderia tanto quanto isso que conseguissem ainda ganhar as eleições. Se os portugueses fossem outros o PS teria agora 15% no máximo e todos os políticos aprenderiam uma lição para sempre, nunca mais nos enganariam... mas os portugueses não merecem melhor que isto, as eleições que ai vêm vão demonstrá-lo mais uma vez!!
Julgo que o PS não ganhará as eleições ficando com um resultado semelhante ao PSD de Santana Lopes em 2005, com cerca de 29/30% dos votos.
O PSD ganhará mas não com maioria absoluta, talvez com 32/34%, sendo que o CDS deverá crescer bastante para os 14/16%.
A CDU deverá ficar com o seu eleitorado 7/8% e o BE deve descer e ficar também com 7/8%...
Este é o meu prognóstico...e vale o que vale!

artista Escreveu:... ao contrário desses, os dois governos do Sócrates já há muito que deviam ter percebido para onde isto caminhava, não só não viram como mentiram constantemente aos portugueses... mentiram e continuam a mentir!!!
... e o problema é que vão continuar com uma votação grande, nem me surpreenderia tanto quanto isso que conseguissem ainda ganhar as eleições. Se os portugueses fossem outros o PS teria agora 15% no máximo e todos os políticos aprenderiam uma lição para sempre, nunca mais nos enganariam... mas os portugueses não merecem melhor que isto, as eleições que ai vêm vão demonstrá-lo mais uma vez!!
artista, concordo completamente!
Tenho a sensação que haverá cerca de 30% de portugueses que vão votar PS aconteça o que acontecer... será que há algum estudo sociológico que fundamente esta minha sensação?!
Abraços!
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newtrade Escreveu:
Também não lhe podemos imputar todas as responsabilidades na minha opinião o problema já se vem agravando também de outros governos anteriores, que nunca resolveram problemas estruturais que se sabia que existiam ,deviamo nos ter prevenido destas situações ao longo dos anos e não remediar como tentaram agora fazer quando estalou todo o verniz.
O problema é que os governos anteriores contribuiram para a esta situação com decisões que na altura podiam ser sustentáveis se a economia portuguesa crescesse mais, se não tivéssemos entrado numa década de estagnação... ao contrário desses, os dois governos do Sócrates já há muito que deviam ter percebido para onde isto caminhava, não só não viram como mentiram constantemente aos portugueses... mentiram e continuam a mentir!!!
... e o problema é que vão continuar com uma votação grande, nem me surpreenderia tanto quanto isso que conseguissem ainda ganhar as eleições. Se os portugueses fossem outros o PS teria agora 15% no máximo e todos os políticos aprenderiam uma lição para sempre, nunca mais nos enganariam... mas os portugueses não merecem melhor que isto, as eleições que ai vêm vão demonstrá-lo mais uma vez!!

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http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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O PS, enquanto um dos maiores partidos deste país, deveria substituir JS rapidamente.
Foram quebradas regras fundamentais que somente com outro PM podem ser repostas.
Aqueles que agira estão tão preocupados com a actuação do PR pergunto:
- Onde estavam nos últimos anos? onde o país passou de uma situação má para a bancarrota?
JS governa-se em vez de tentar governar o país.
Uma vergonha, mas que foi sancionada por muitos portugueses que preferiram as suas mentiras no último acto eleitoral. As pessoas t~em que assumir as suas responsabilidades..
Foram quebradas regras fundamentais que somente com outro PM podem ser repostas.
Aqueles que agira estão tão preocupados com a actuação do PR pergunto:
- Onde estavam nos últimos anos? onde o país passou de uma situação má para a bancarrota?
JS governa-se em vez de tentar governar o país.
Uma vergonha, mas que foi sancionada por muitos portugueses que preferiram as suas mentiras no último acto eleitoral. As pessoas t~em que assumir as suas responsabilidades..
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Espero bem que cumpra o que diz.
http://noticias.sapo.pt/especial/crise_ ... 39005.html
Uma autentica desilusão.
Ainda nem era secretario geral do PS ja eu dizia que a breve prazo iria ser primeiro ministro e assim foi, mas contrariando o bom desempenho que pensava que iria ter ,afinal foi tudo ao contrario,uma vergonha.
Também não lhe podemos imputar todas as responsabilidades na minha opinião o problema já se vem agravando também de outros governos anteriores, que nunca resolveram problemas estruturais que se sabia que existiam ,deviamo nos ter prevenido destas situações ao longo dos anos e não remediar como tentaram agora fazer quando estalou todo o verniz.
Afinal revelou que é mentiroso, trapaçeiro,manipulador de pessoas de posições etccc
http://noticias.sapo.pt/especial/crise_ ... 39005.html
Uma autentica desilusão.
Ainda nem era secretario geral do PS ja eu dizia que a breve prazo iria ser primeiro ministro e assim foi, mas contrariando o bom desempenho que pensava que iria ter ,afinal foi tudo ao contrario,uma vergonha.
Também não lhe podemos imputar todas as responsabilidades na minha opinião o problema já se vem agravando também de outros governos anteriores, que nunca resolveram problemas estruturais que se sabia que existiam ,deviamo nos ter prevenido destas situações ao longo dos anos e não remediar como tentaram agora fazer quando estalou todo o verniz.
Afinal revelou que é mentiroso, trapaçeiro,manipulador de pessoas de posições etccc
BCE trava compra de obrigações e reforça ideia de resgate a Portugal
A "saída" discreta do BCE do mercado de compra de dívida portuguesa pode revelar que Portugal está prestes a receber ajuda externa. Segundo economistas contactados pela agência de notícias "Bloomberg", a intervenção pode ser feita ainda antes do final desta semana.
"Ao manter-se à margem do mercado, o BCE tornou muito claro que este é um problema para Bruxelas resolver", disse David Owen, economista-chefe do Jefferies International. "Acreditamos que Portugal vai precisar de um "bailout", que pode acontecer ainda esta semana", acrescentou Pavan Wadhwa, da JP Morgan Chase.
A desconfiança aumentou depois de o BCE ter optado por não intervir no mercado numa semana em que as taxas de juro da dívida pública bateram novos recordes, com especial destaque para os títulos a cinco anos.
Até aqui, o banco liderado por Jean-Claude Trichet tinha levado a cabo acções pontuais sempre que os custos de financiamento dos países da periferia subiam de forma acentuada.
O Governo apresenta hoje a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) ao Parlamento. Uma rejeição do pacote, que já foi informalmente aprovado por Bruxelas, pode precipitar um cenário de queda do Governo e eleições antecipadas.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=475043
Não se pode viver acima das reais possibilidades e capacidades.
- Subsidía-se o consumo (com os incentivos fiscais para tudo e mais alguma coisa)
- Penaliza-se o investimento (aumentando custos fixos)
- Privilégios a quem não produz (reformas muito acima das reais possibilidades do país)
- Onera-se o trabalhador (aumento nos transportes
- Sufocam-se as famílias (aumento do IVA, no acesso à saúde, etc) e as empresas (aumento na carga fiscal)
- Postergam-se as decisões judiciais com custos para os envolvídos (justiça ineficiente)
- Estado caro e ineficiente (com salários aumentados muito acima da inflação e com baixa produtividade)
- etc, etc ...
Poderá custar bastante, mas se Portugal não mudar de rumo seremos rejeitados pelos mercados e a recuperação será ainda mais dolorosa.
Editado pela última vez por Mares em 23/3/2011 12:19, num total de 1 vez.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
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