Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
Elias Escreveu:Concordo contigo, mas diz-me lá: em que é que as pessoas reduzirem o seu consumo (em lojas de roupa ou restaurantes) contribuiria para melhorar a situação do país?
Um dos grandes problemas do país é o endividamento externo. É sabido que o consumo privado, muitas das vezes supérfluo, com o recurso ao crédito ajudou a criar o problema.
arnie Escreveu:Naturalmente que as lojas de marca e os restaurantes não são representativos do país, no entanto, juntando a eles o aumento de venda de carros de luxo e o aumento das estadias por parte de portugueses no resorts 5 ***** no Algarve, temos um aumento da amostragem, ou seja, a sensação que tenho é que a Europa dá sinais de se estar a desmoronar e os portugas continuam a viver como se não houvesse amanhã.
Isso diz respeito a uma pequena parcela da população.
Quando se fala de férias de luxo e que aumentaram ou diminuiram, convém ter noção do que estamos a falar em termos quantitativos. Ora... cerca de metade dos portugueses não passa férias sequer (isto é, não sai de casa!).
http://www.marktest.com/wap/a/n/id~13b5.aspx
A outra metade, vai passar férias a algum lado. E desses, só uma pequena parte vai para locais 5 estrelas. Ora, essa parcela pode aumentar ou diminuir que não podemos, de forma nenhuma, tirar conclusões generalizadas (ou então poderemos, ao olhar para os números todos, tirar por exemplo conclusões do tipo "as assimetrias estão a aumentar").
O mesmo para viaturas de luxo. As viaturas de luxo, quando aparecem na comunicação social, dizem respeito a "porsches, ferraris, etc". Ora, são vendidas umas dezenas de viaturas destas por mês, umas centenas por ano. Num universo de centenas de milhares de viaturas vendidas por ano de todos os tipos (uns 200 mil, números redondos), isto só permite tirar um tipo de leitura muito específico. Na verdade, são dados verdadeiramente marginais no global da economia...
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=441639
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
arnie Escreveu:a sensação que tenho é que a Europa dá sinais de se estar a desmoronar e os portugas continuam a viver como se não houvesse amanhã.
E achas que são só os portugueses?
Fazes ideia do que se passa no Reino Unido, por exemplo? É a loucura total, o pessoal endivida-se para ir de férias porque os amigos também vão!
Vê esta notícia de há dois meses, por exemplo: http://www.tfgi.com/201007/uk-residents ... with-debt/
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Elias Escreveu:Teoricamente tens razão, embora na prática haja mais gente afectada: os cônjuges, filhos e mais genericamente aqueles que dependem directamente de quem perde o seu emprego também são afectados.
Sim, tens razão, mas no geral vai de encontro ao que eu disse. Quem perde o emprego, e seus dependentes, é que estão a sentir a crise.
Elias Escreveu:Sim é verdade, mas isto só por si não permite concluir coisa nenhuma. Mesmo que o número de pessoas que carrega sacos com roupa de marca caia 50% continua a parecer muita gente aos olhos de outros. Além disso os comerciantes que se queixam que o negócio está fraco não são exactamente os que têm lojas de roupa de marca...
Mas serão estes restaurantes representativos do mercado?
Concordo contigo, mas diz-me lá: em que é que as pessoas reduzirem o seu consumo (em lojas de roupa ou restaurantes) contribuiria para melhorar a situação do país?
O que eu queria chamar a atenção é que, quem está no activo, com o seu emprego "garantido", continua a gastar normalmente, podendo não estar a precaver-se para o caso de chegarmos a "vias de facto" relativamente à situação Grega.
Assumindo que 50% da população vive às custas do estado, os restantes 50% deverão estar no activo, certo?
Ora assim sendo, no caso destes não se precaverem, resguardando-se nos seus gastos, numa situação limite, igual à Grega, parte desses 50% irão juntar-se aos 50% que já vivem às custas do estado.
Naturalmente que as lojas de marca e os restaurantes não são representativos do país, no entanto, juntando a eles o aumento de venda de carros de luxo e o aumento das estadias por parte de portugueses no resorts 5 ***** no Algarve, temos um aumento da amostragem, ou seja, a sensação que tenho é que a Europa dá sinais de se estar a desmoronar e os portugas continuam a viver como se não houvesse amanhã.
Repito, é a sensação que tenho e estou certo que não sou o unico.
Bons negocios,
arnie
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arnie Escreveu:Quando alguém me diz que as coisas estão complicadas, eu por norma respondo que estão complicadas para quem perdeu o emprego pois para aqueles que continuam com o seu emprego intacto continuam a viver normalmente.
Teoricamente tens razão, embora na prática haja mais gente afectada: os cônjuges, filhos e mais genericamente aqueles que dependem directamente de quem perde o seu emprego também são afectados.
arnie Escreveu:Por mais que se oiça os comerciantes dizerem que o negócio está fraco a verdade é que nos centros comerciais continua-se a ver muito boa gente com sacos de lojas de marca.
Sim é verdade, mas isto só por si não permite concluir coisa nenhuma. Mesmo que o número de pessoas que carrega sacos com roupa de marca caia 50% continua a parecer muita gente aos olhos de outros. Além disso os comerciantes que se queixam que o negócio está fraco não são exactamente os que têm lojas de roupa de marca...
arnie Escreveu:Os restaurantes à beira mar/rio costumam estar lotados para o jantar (Setúbal é um bom exemplo). Ou chegamos antes das 19:30h ou então só depois das 21h é que se arranja lugar, isto nas melhores das hipoteses e claro está, estou a falar dos restaurantes de renome que são naturalmente, os mais caros.
Mas serão estes restaurantes representativos do mercado?
arnie Escreveu:É claro que eu não posso criticar as pessoas de continuarem a viverem, estaria a ser hipócrita, mas tenho por vezes a sensação que as pessoas não estão bem cientes da real situação em que o país se encontra.
Concordo contigo, mas diz-me lá: em que é que as pessoas reduzirem o seu consumo (em lojas de roupa ou restaurantes) contribuiria para melhorar a situação do país?
1 abraço,
Elias
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AutoMech Escreveu:Quanto mais radicais são as medidas, mais duras são as consequências. É o resultado de anos de ilusão dos politicos e irresponsabilidade das pessoas. A única diferença é que por cá somos mais 'mansos'.
Quando alguém me diz que as coisas estão complicadas, eu por norma respondo que estão complicadas para quem perdeu o emprego pois para aqueles que continuam com o seu emprego intacto continuam a viver normalmente.
Por mais que se oiça os comerciantes dizerem que o negócio está fraco a verdade é que nos centros comerciais continua-se a ver muito boa gente com sacos de lojas de marca.
Os restaurantes à beira mar/rio costumam estar lotados para o jantar (Setúbal é um bom exemplo). Ou chegamos antes das 19:30h ou então só depois das 21h é que se arranja lugar, isto nas melhores das hipoteses e claro está, estou a falar dos restaurantes de renome que são naturalmente, os mais caros.
É claro que eu não posso criticar as pessoas de continuarem a viverem, estaria a ser hipócrita, mas tenho por vezes a sensação que as pessoas não estão bem cientes da real situação em que o país se encontra.
Estarão as pessoas preparadas, as que estão no activo, para enfrentar uma situação idêntica à da Grécia?
Terão as pessoas capacidade de sofrer um corte de 20% do seu salário, sem que isso afecte a sua vida quotidiana?
Com o nível de endividamento que as nossas famílias possuem...
Bons negocios,
arnie
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arnie Escreveu:Um artigo muito elucidativo....
Entering a Death Spiral?
Tensions Rise in Greece as Austerity Measures Backfire
Quanto mais radicais são as medidas, mais duras são as consequências. É o resultado de anos de ilusão dos politicos e irresponsabilidade das pessoas. A única diferença é que por cá somos mais 'mansos'.
Mas deixemo-nos de tretas porque o que verdadeiramente interessa são umas revisões constitucionais, a sentenção da casa pia, o empate contra o chipre, a suspensão do Queiroz e os frangos do Roberto...
Um artigo muito elucidativo....
Entering a Death Spiral?
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Entering a Death Spiral?
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Bons negocios,
arnie
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pvg80713 Escreveu: que sem descontarem, ainda recebem rendimento social de inserção !.... uma vergonha.
Agora estamos a particularizar os ciganos feirantes e daqui a pouco estou a ser apelidado de racista, mas este é de facto um bom exemplo de como, se obrigarem a trabalho comunitário, muita gente desiste do mesmo.
E no subsidio de desemprego também, porque não são raros os casos de pessoal a trabalhar sem recibo e que recebem o subsidio.
Elias,
Sim pensão. Trabalharam os 4 e viveram sempre do campo. E nenhum dos 4 descontou.
hoje poderiam disfrutar da pensão de cento e tal euros cada um...
espero que ainda mantivessem as hortas.
379 euros reforma média. (obrigado pela informação Camisa, que já desconfiava)
também há ciganos que vendem magnificas contrafacções em feiras, com lindissimas mulheres (ciganas também, não me refiro ás velhotas que se vestem de muçulmanas) que sem descontarem, ainda recebem rendimento social de inserção !.... uma vergonha. mulheres daquelas, podiam ser estrelas de televisão... mas eles querem assim...
é o pais que temos.
Sim pensão. Trabalharam os 4 e viveram sempre do campo. E nenhum dos 4 descontou.
hoje poderiam disfrutar da pensão de cento e tal euros cada um...
espero que ainda mantivessem as hortas.
379 euros reforma média. (obrigado pela informação Camisa, que já desconfiava)
também há ciganos que vendem magnificas contrafacções em feiras, com lindissimas mulheres (ciganas também, não me refiro ás velhotas que se vestem de muçulmanas) que sem descontarem, ainda recebem rendimento social de inserção !.... uma vergonha. mulheres daquelas, podiam ser estrelas de televisão... mas eles querem assim...
é o pais que temos.
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Só acrescentar ...
Acho que o trabalho não é valorizado na sociedade portuguesa. Sempre ouvi dizer por pessoas mais velhas: do trabalho tudo vem! Motivar a trabalhar quem quer que seja com a incerteza de uma reforma, não é por aí! Se a reforma significasse um prémio em final de carreira faria todo o sentido, mas para isso, seria necessário mudar a cultura do facilitismo, só possivel com mudança de mentalidade dos politicos, em vez de prometerem mais e mais, começarem a perguntar a cada português o que pode fazer pelo seu país...
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Re: Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
pvg80713 Escreveu:Elas, que ja morreram a para ai 20 anos, passaram a receber uma reforma.
Lembro-me de a minha avó paterna achar a maior injustiça a minha avo materna ter uma reforma maior.
Eu achei que nunca nenhuma tinha descontado nada.
Mentira, disse a injustiçada, só de uma vez, deixei lá mais de novencentos escudos ! (4,5 euros).
ambas se fossem vivas hoje teriam reforma minima, sem terem nunca descontado...
e não sei qual a reforma media dos 3,5 milhoes de reformados. mas desconfio que seja pequena.
abraço
reforma ou pensão? pela descrição que dás parece-me que se trata de pensões...
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Re: Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
pvg80713 Escreveu:e não sei qual a reforma media dos 3,5 milhoes de reformados. mas desconfio que seja pequena.
397€
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/eco ... -1730.html

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Re: Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
Arte-Sacra Escreveu:
...
Isto não é mais do que:
UM ASSALTO GERACIONAL.
carissimos :
queria deixar aqui os meus dois centimos de contribuição para esta conversa.
Eu tinha 4 avós.
Os homens morreram antes de 74 e nunca souberam o que era reforma.
Elas, que ja morreram a para ai 20 anos, passaram a receber uma reforma.
Lembro-me de a minha avó paterna achar a maior injustiça a minha avo materna ter uma reforma maior.
Eu achei que nunca nenhuma tinha descontado nada.
Mentira, disse a injustiçada, só de uma vez, deixei lá mais de novencentos escudos ! (4,5 euros).
ambas se fossem vivas hoje teriam reforma minima, sem terem nunca descontado...
e não sei qual a reforma media dos 3,5 milhoes de reformados. mas desconfio que seja pequena.
abraço
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Re: Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
A começar, os cerca 3,5 milhões de reformados, sobretudo da iniciativa privada, mas também do Estado. São cada vez mais, vivem cada vez mais tempo e são suportados por cada vez menos trabalhadores (agora há menos de cinco milhões de pessoas empregadas).
Em segundo lugar surgem os funcionários públicos, que se estima rondarem os 675 mil.
...........................................
Ambos apontam o crescimento económico como a melhor forma de controlar as contas públicas, mas as perspectivas de que tal aconteça não são animadoras. Não há "uma saída fácil", reconhece Beleza, admitindo, a par de Catroga, um corte nos salários da Função Pública. Essa hipótese tem sido descartada pelo Governo.
CLAAAAARO!!!
Então temos 3,5 Milhões de Reformados, sustentados por 4 Milhões de Trabalhadores no activo e a solução é reduzir o vencimento dos que estão no activo.
De seguida, diz-se que o ideal é ter um maior crescimento económico.
Vai lá vai, até a barraca abana com estes economistas reformados de meia tigela, que muito contribuíram para a situação actual.
Pessoalmente, penso que seria mais justo dar por falido o sistema de reformas dos actuais 3,5 milhões de reformados. Aliás, penso que será inevitável no futuro.
Reformular tudo de principio, com uma fórmula única a aplicar de forma harmonizada às actuais e futuras reformas. No Público e Privado, entenda-se.
Afinal porque razão devemos descontar mais e beneficiar menos no futuro.
Ou dito de outra forma, porque razão os actuais reformados, descontaram menos no passado e actualmente beneficiam muito mais que as futuras gerações irão beneficiar no futuro.
Isto não é mais do que:
UM ASSALTO GERACIONAL.
arnie Escreveu:Para criar ou atrair empresas para o nosso país é preciso celeridade nos procedimentos legais necessários para a abertura da mesma e alguma flexibilidade fiscal, amortizando de algum modo o risco inicial do investimento.
Pois Arnie, esse é um dos grandes problemas. Hoje em dia arrisco-me a dizer que, infelizmente, só um louco é que se vem meter em Portugal dada a tremenda buocracia para montar uma empresa, bem como todas as obrigações mensais para mil e um organismos estatais.
E a acrescer a isso temos a inexistência de tribunais (há quem diga que os temos mas eu não acredito...), o que premeia os devedores e fraudulentos e promove a concorrencia desleal.
Depois temos um código do trabalho que é uma perfeita anedota em termos de flexibilidade e, como cereja em cima do bolo, temos a educação miserável e a tal falta de espirito empreendedor que referes e que torna os jovens, desde muito cedo, verdadeiros especialistas do sistema.
A ineficácia do estado em controlar, combater e impedir este parasitismo também não ajuda, nem tão poucos as regras idiotas do próprio sistema (quem esteja desempregado, a receber o subsidio de desemprego, experimente a abrir recibos verdes, o que seria louvável, e veja as dificuldades que vai enfrentar).
Em resposta ao artigo que diz que as pessoas descontam para ter direito às prestações eu diria que:
1. As reformas actuais foram calculadas em regras absolutamente inaceitaveis, considerando apenas os melhores anos. Um erro crasso que agora vamos pagar durante muitos anos.
2. É ridiculo pagar RSIs a gente que não preste serviço comunitário (a não ser que esteja impedido de trabalhar, claro).
3. O número de funcionários públicos é demasiado para a qualidade de serviço que temos. O primeiro passo era extinguir todos os desnecessários institutos, comissões, empresas publicas e municipais, etc. e realocar essas pessoas onde fazem verdadeiramente falta (o atendimento da seg social, por exemplo, hoje em dia é miserável).
A questão é que fazer isto exige coragem que os politicos não têm.
Re: Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
Num país como Portugal, com um "Estado social", nem Miguel Beleza nem Eduardo Catroga ficam surpreendidos com facto de mais de cinco milhões de pessoas - quase metade da população - viverem do orçamento público. Na esmagadora maioria, são pessoas que beneficiam dos descontos feitos ou que recebem um salário, por serem funcionários públicos. Mas os dois antigos ministros das Finanças olham para o buraco das contas públicas e o fraco crescimento da economia e asseguram que o caminho é insustentável.
Acho uma piada ver estes senhores (que pertencem aos cinco milhões que vivem do Estado com as suas belas pensões) virem falar da insustentabilidade da actual situação. Hilariante, no mínimo.
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Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado

Vemos todos os políticos a discutirem o problema do desemprego mas não vemos nenhum a discutir o problema da criação e/ou atrair empresas para o nosso país.
É que caso não saibam, apenas se pode acabar com o desemprego com a criação de empresas.
Para criar ou atrair empresas para o nosso país é preciso celeridade nos procedimentos legais necessários para a abertura da mesma e alguma flexibilidade fiscal, amortizando de algum modo o risco inicial do investimento.
Sim, existe muito marmanjo a viver à custa do estado quando tem idade e saúde para trabalhar, no entanto muitos desses marmanjos, mesmo que quisessem, não encontrariam trabalho pois eles não existem.
Resultado, neste momento, o problema de falta de dinheiro do estado está a fazer este reduzir pensões, reformas e subsídios a pessoas que mesmo que quisessem trabalhar, não podem.
Em vez de atacar o problema de frente, ou seja, a falta de empresas e empresários com interesse em investir no nosso país, o estado está a atacar aqueles que já estavam com problemas financeiros e que vão ficar ainda pior com estas reduções.
O país poderá estar a caminhar para uma situação muito perigosa pois podemos facilmente ver uma revolta por parte destas pessoas nas ruas do nosso país, o que, deitaria por terra o esforço que está a ser feito para não sermos "colados" à Grécia.
Naturalmente que o problema do nosso país não é nem foi gerado pelo Sócrates, o problema é um problema de fundo, que já vem de à mais de 30 anos e que os sucessivos governos não têm conseguido ou não têm querido resolver.
Durante 30 anos este país tem vivido à custa de subsídios, sejam eles a pessoas singulares, sejam eles a empresas.
Não é fácil acabar com um vicio de mais de 30 anos.
Este país precisa de passar por um "cold turkey" que, será por certo devastador para muito boa gente devido a esses mesmos 30 anos de vicio, mas é mais que óbvio que se continuarmos neste caminho, o futuro será tudo menos risonho.
Se há coisa que eu acho de um mau gosto desmesurável são antigos membros de governos passados virem a publico criticarem a situação actual do país.
Eles que lá estiveram têm também responsabilidade pela situação actual pois quando estiveram lá o problema já existia e nada fizeram, ou se fizeram foi algo de muito pouco significado pois a situação continuou a piorar.
É vergonhoso ver as guerras de palavras entre Socrates e Passos Coelho a discutirem fait-divers, a discutirem orçamentos e revisões constitucionais, quando o que deveriam fazer era discutir em como atrair novas empresas para o nosso país, como criar novos postos de trabalho no sector privado, capaz de absorver parte dos funcionários públicos.
Ah, e que tal aquele ditado que diz, é de pequenino que se torce o pepino? (não, não é uma alusão ao caso Casa Pia)
E que tal começarmos a ensinar às nossas crianças o ABC do empreendedorismo logo no inicio da sua vida escolar?
O futuro deste país está nas crianças e se quisermos que as nossas crianças, que serão os lideres do futuro, sejam capazes de levar este país para a frente, terá que ser obrigatoriamente a escola a mostrar o caminho e não os pais, que, foram apanhados pelo vicio, que estão colados ao actual sistema e são incapazes de sair e/ou acabar com ele.
Ora bem, isto leva-nos a outro problema que são os professores que temos, muitos deles sem a menor vocação para ensinar. São professores pois não conseguiram encontrar trabalho no sector privado e tiveram que se refugir no sector publico onde o ordenado é certo, aliás uma grande parte dos funcionários públicos, de todas as áreas, são funcionários públicos pois não encontraram trabalho no sector privado, gerando assim um grupo de trabalhadores descontentes e frustrados com a sua vida, repercutido depois na maneira como desempenham as suas funções.
É humano, todos somos assim, se estamos descontentes com algo, independentemente da origem desse descontentamento, não iremos dar o nosso melhor pois estamos a fazer algo que não gostamos ou mesmo se gostamos, há algo que, de momento, está mal.
Há que combater tudo isto.
Não podemos simplesmente tirar a água de cima do capote e empurrar o problema para cima do vizinho. Todos nós, directa ou indirectamente, temos algum tipo de responsabilidade nos problemas do país e enquanto não assumirmos isso...
Bons negocios,
arnie
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Faltou a fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... id=1655609
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Cinco milhões de portugueses vivem do dinheiro do Estado
É metade da população: cinco milhões vivem do Estado. Na maioria, porque trabalharam a vida toda e se reformaram, ou estão na Função Pública; outros porque têm subsídios. Mas depois de pagos salários e prestações sociais, pouco sobra para o Estado investir.
Num país como Portugal, com um "Estado social", nem Miguel Beleza nem Eduardo Catroga ficam surpreendidos com facto de mais de cinco milhões de pessoas - quase metade da população - viverem do orçamento público. Na esmagadora maioria, são pessoas que beneficiam dos descontos feitos ou que recebem um salário, por serem funcionários públicos. Mas os dois antigos ministros das Finanças olham para o buraco das contas públicas e o fraco crescimento da economia e asseguram que o caminho é insustentável.
Agora que se escreve o Orçamento de Estado para 2011, que números estão na secretária do ministro Teixeira dos Santos? A começar, os cerca 3,5 milhões de reformados, sobretudo da iniciativa privada, mas também do Estado. São cada vez mais, vivem cada vez mais tempo e são suportados por cada vez menos trabalhadores (agora há menos de cinco milhões de pessoas empregadas).
Em segundo lugar surgem os funcionários públicos, que se estima rondarem os 675 mil e para os quais os sindicatos reivindicam um aumento entre 2% e 3,5%, para compensar a inflação.
Seguem-se as 390 mil pessoas que, em Julho, tinham Rendimento Social de Inserção, um subsídio social, dado mesmo sem descontos para a Segurança Social.
Pelo contrário, só quem fez descontos é que recebe fundo de desemprego e, em Julho, eram 352 mil as pessoas nestas circunstâncias (cerca de metade dos desempregados). Havia, ainda, 105 mil a receber subsídio de doença.
Cinco milhões a tirar o sustento do Orçamento de Estado é viver "à custa" de quem paga impostos? Não e sim. Na maioria, as pessoas trabalham ou fizeram os descontos necessários para agora receber uma pensão ou subsídio.
Mas, justas ou não, as despesas têm um peso avassalador no Orçamento e contribuem para que, todos os anos, o Estado gaste mais do que ganha e se endivide, atirando para as gerações futuras a responsabilidade de pagar a conta. Tal como com as parcerias público-privadas e as empresas públicas, cujos compromissos têm que ser saldados pelos portugueses.
Economia a crescer é solução
Eduardo Catroga traça o panorama: "Salários e prestações sociais são iguais às receitas fiscais e da Segurança Social". Ou seja, a grande fonte de receitas públicas esgota-se nas duas despesas. E fica a faltar tudo o resto: equipamentos sociais, infra-estruturas, saúde, educação, transferências para municípios e regiões autónomas... e os juros da dívida que o Estado acumulou. "Aumentámos a despesa de forma desmesurada", garante Catroga.
Neste panorama, como reduzir o défice? "A margem de manobra é pouca" em Portugal, e a Europa tem mesmo discutido "a capacidade da economia em manter o modelo social", disse Miguel Beleza. Portugal só teria dinheiro para pagar o modelo do "Estado social" se a economia crescer 2% ou 3%, acrescentou Catroga. Ambos apontam o crescimento económico como a melhor forma de controlar as contas públicas, mas as perspectivas de que tal aconteça não são animadoras. Não há "uma saída fácil", reconhece Beleza, admitindo, a par de Catroga, um corte nos salários da Função Pública. Essa hipótese tem sido descartada pelo Governo.
ALEXANDRA FIGUEIRA
publicado a 2010-09-05 às 00:30
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."