Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Off Topic - Como se cria o "sucesso" no M. da Educ

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por moppie85 » 8/5/2010 19:34

Pedro73 Escreveu:
moppie85 Escreveu:A SPM diz que não há diferença significativa estatiticamente - i.e. a diferença do valor entre anos encontra-se dentro da "margem de erro" (de variação aleatoria dos dados, como queiras chamar) entre anos do estudo, que é como quem diz que não podes afirmar que houve qualquer melhoria de triénio para triénio. A única conclusão que podes tirar é que somos maus e que parece que melhorias de 2003 para 2009 é nula.

EDIT: ou melhor, que a "ligeira melhoria" não quer dizer que tenha havido de facto, uma melhoria




lol

era 2006 que queria escrever. Não descobri dados de 2009. Penso que vão saír em dez deste ano (se o calendário for como o do outro triénio)
 
Mensagens: 1331
Registado: 15/4/2008 14:12

por mais_um » 8/5/2010 19:32

Pedro73 Escreveu:
moppie85 Escreveu:A SPM diz que não há diferença significativa estatiticamente - i.e. a diferença do valor entre anos encontra-se dentro da "margem de erro" (de variação aleatoria dos dados, como queiras chamar) entre anos do estudo, que é como quem diz que não podes afirmar que houve qualquer melhoria de triénio para triénio. A única conclusão que podes tirar é que somos maus e que parece que melhorias de 2003 para 2009 é nula.

EDIT: ou melhor, que a "ligeira melhoria" não quer dizer que tenha havido de facto, uma melhoria



2009 ? já existem dados de 2009 ?


Não, só em Dezembro deste ano, o Moppie85 queria dizer 2006.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por Pedro73 » 8/5/2010 19:08

moppie85 Escreveu:A SPM diz que não há diferença significativa estatiticamente - i.e. a diferença do valor entre anos encontra-se dentro da "margem de erro" (de variação aleatoria dos dados, como queiras chamar) entre anos do estudo, que é como quem diz que não podes afirmar que houve qualquer melhoria de triénio para triénio. A única conclusão que podes tirar é que somos maus e que parece que melhorias de 2003 para 2009 é nula.

EDIT: ou melhor, que a "ligeira melhoria" não quer dizer que tenha havido de facto, uma melhoria



2009 ? já existem dados de 2009 ?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 366
Registado: 31/1/2008 16:13

por moppie85 » 8/5/2010 18:52

Concordo no entanto com uma coisa: estamos melhor num aspecto em relação há 30 anos atrás - hoje em dia quase todos sabem "ler" (atenção, ler não é interpretar - aí temos muitos problemas).

A melhoria em minha opinião no nosso ensino passou apenas por ter sido massificado, o que permite que haja mais gente supostamente "cultivada".

No entanto, com a massificação, veio o laxismo e a diminuição da qualidade dos programas, ou seja, em vez de se querer que quem entra de novo acompanhe os outros, quer-se que os que são melhores passem a ser nivelados por baixo, para quem sabe menos "não se sinta tão mal".

Chegaste a comparar as 2 perguntas que a SPM comparou? Vai dar uma olhadela.

A outra coisa é a utilizarem a máquina de calcular para este tipo de perguntas - qual a dificuldade das perguntas se podes colocar tudo na calculadora (incluindo as fracções através do botão [a b/c]) e a máquina dá o resultado?

Quanto à pergunta do "grafico" (a tal do 5+2), é ridicula para quem anda no 6º ano. Ainda se fosse um gráfico de queijo com percentagens ou 2 queijos sobrepostos com características diferentes (p.e. quem gosta de queijo 1 queijo, quem gosta de fiambre, outro queijo, quem gosta dos 2; a sobreposição, etc) para eles terem de fazer algum raciocinio... Assim, até um puto do pré-escolar resolve essa.
 
Mensagens: 1331
Registado: 15/4/2008 14:12

por moppie85 » 8/5/2010 18:31

mais_um Escreveu:
moppie85 Escreveu:
mais_um Escreveu:Sobre os resultados, apenas refiro o seguinte, os testes PISA (feitos pela OCDE e não pelos governos), demonstram que em média, desde 2000 o nivel de conhecimento dos alunos em Portugal tem vindo a aumentar, muito ligeiramente é certo, mas aumentam. Por isso quem afirma que hoje os alunos saiem da escola a saber menos do que há 20 ou 30 anos está errado.



Engraçado... A SPM tem uma opinião diferente da tua:


Deves ter lido o comentário da SPM com pouca atenção:

Sociedade Portuguesa de Matemática Escreveu:
Avaliação dos Resultados do PISA 2006


Foram agora divulgados os resultados do estudo internacional PISA 2006. Tendo Portugal abandonado a participação no estudo internacional TIMMS, estes dados constituem os únicos elementos fiáveis que aferem a evolução do nosso sistema educativo.
Infelizmente, os exames nacionais não têm sido construídos de maneira uniforme e comparável, pelo que as oscilações nos resultados desses exames não reflectem mudanças reais nos resultados.
É significativo o facto de o nosso país no PISA se colocar tanto em leitura como em matemática em níveis muito fracos e muito semelhantes (respectivamente 472 e 466). As disparidades gritantes entre o Português e a Matemática dadas por instrumentos de avaliação nacionais, nomeadamente os exames do 9º ano, não reflectem diferenças reais nos alunos, apenas nos instrumentos de avaliação.
Os dados do estudo PISA são muito completos e merecem uma análise aprofundada.
Numa primeira apreciação, contudo, podem salientar-se os seguintes factos.
Os resultados obtidos pelo nosso país nas diversas áreas avaliadas são muito baixos e revelam consistentemente a existência de dificuldades prolongadas na aquisição dos conhecimentos e capacidades básicos de leitura, de matemática e de ciências. Em matemática, em particular, continuamos a situar-nos significativamente abaixo da média dos países estudados, destacando-se vários factores negativos, nomeadamente uma grande percentagem de estudantes que não conseguem obter os níveis mínimos de desempenho.
Nas diversas áreas, a classificação do nosso país manteve-se sem alterações significativas. Em Matemática, a consistência de maus resultados é especialmente preocupante. Tinha havido uma ligeira subida, embora sem significância estatística, de 2000 para 2003 (de 459 para 466), e há uma manutenção precisa dos resultados de 2003 para 2006. Isto mostra uma grande inércia do sistema educativo, que necessita de alterações profundas e que não conseguirá ser melhorado sem essas alterações e sem um trabalho continuado.
O nosso país é um dos cinco únicos, ao lado da Grécia, Itália, Turquia e México, a ter em matemática mais de 30% dos estudantes no nível 1 de desempenho (o mais básico, de procedimentos rotineiros e óbvios) ou com classificação ainda inferior.


Eu não estava a comparar Portugal com outros paises, estava a comparar a evolução em Portugal ao longo dos anos, considerando os resultados dos PISA, não temos regredido como muitos afirmam. A minha conclusão é identica à da SPM, o que não poderia deixar de ser já que factos são factos.


Pois.
A tua opinião referia "tem vindo a aumentar, muito ligeiramente é certo, mas aumentam".

A SPM diz que não há diferença significativa estatiticamente - i.e. a diferença do valor entre anos encontra-se dentro da "margem de erro" (de variação aleatoria dos dados, como queiras chamar) entre anos do estudo, que é como quem diz que não podes afirmar que houve qualquer melhoria de triénio para triénio. A única conclusão que podes tirar é que somos maus e que parece que melhorias de 2003 para 2009 é nula.

EDIT: ou melhor, que a "ligeira melhoria" não quer dizer que tenha havido de facto, uma melhoria
 
Mensagens: 1331
Registado: 15/4/2008 14:12

por mais_um » 8/5/2010 18:25

moppie85 Escreveu:
mais_um Escreveu:Sobre os resultados, apenas refiro o seguinte, os testes PISA (feitos pela OCDE e não pelos governos), demonstram que em média, desde 2000 o nivel de conhecimento dos alunos em Portugal tem vindo a aumentar, muito ligeiramente é certo, mas aumentam. Por isso quem afirma que hoje os alunos saiem da escola a saber menos do que há 20 ou 30 anos está errado.



Engraçado... A SPM tem uma opinião diferente da tua:


Deves ter lido o comentário da SPM com pouca atenção:

Sociedade Portuguesa de Matemática Escreveu:
Avaliação dos Resultados do PISA 2006


Foram agora divulgados os resultados do estudo internacional PISA 2006. Tendo Portugal abandonado a participação no estudo internacional TIMMS, estes dados constituem os únicos elementos fiáveis que aferem a evolução do nosso sistema educativo.
Infelizmente, os exames nacionais não têm sido construídos de maneira uniforme e comparável, pelo que as oscilações nos resultados desses exames não reflectem mudanças reais nos resultados.
É significativo o facto de o nosso país no PISA se colocar tanto em leitura como em matemática em níveis muito fracos e muito semelhantes (respectivamente 472 e 466). As disparidades gritantes entre o Português e a Matemática dadas por instrumentos de avaliação nacionais, nomeadamente os exames do 9º ano, não reflectem diferenças reais nos alunos, apenas nos instrumentos de avaliação.
Os dados do estudo PISA são muito completos e merecem uma análise aprofundada.
Numa primeira apreciação, contudo, podem salientar-se os seguintes factos.
Os resultados obtidos pelo nosso país nas diversas áreas avaliadas são muito baixos e revelam consistentemente a existência de dificuldades prolongadas na aquisição dos conhecimentos e capacidades básicos de leitura, de matemática e de ciências. Em matemática, em particular, continuamos a situar-nos significativamente abaixo da média dos países estudados, destacando-se vários factores negativos, nomeadamente uma grande percentagem de estudantes que não conseguem obter os níveis mínimos de desempenho.
Nas diversas áreas, a classificação do nosso país manteve-se sem alterações significativas. Em Matemática, a consistência de maus resultados é especialmente preocupante. Tinha havido uma ligeira subida, embora sem significância estatística, de 2000 para 2003 (de 459 para 466), e há uma manutenção precisa dos resultados de 2003 para 2006. Isto mostra uma grande inércia do sistema educativo, que necessita de alterações profundas e que não conseguirá ser melhorado sem essas alterações e sem um trabalho continuado.
O nosso país é um dos cinco únicos, ao lado da Grécia, Itália, Turquia e México, a ter em matemática mais de 30% dos estudantes no nível 1 de desempenho (o mais básico, de procedimentos rotineiros e óbvios) ou com classificação ainda inferior.


Eu não estava a comparar Portugal com outros paises, estava a comparar a evolução em Portugal ao longo dos anos, considerando os resultados dos PISA, não temos regredido como muitos afirmam. A minha conclusão é identica à da SPM, o que não poderia deixar de ser já que factos são factos.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por Pedro73 » 8/5/2010 18:24

mais_um Escreveu:
Principalmente quando os problemas do nosso sistema de ensino vem antes do 25 de Abril. É certo que foram agravados após o 25 de Abril com a massificação do ensino e com o excesso de autonomia dado aos professores na gestão das escolas pelos diversos governos no pós 25 de abril.



Sempre que o vejo a falar de ensino fico com a sensasão que tem por aí qq problema mal resolvido com os professores ! Creio não ser apenas uma questão de mau senso. Aqui estamos a falar de uma prova de aferição, mas aproveita para responsabilizar os docentes do que vai mal no ensino.

Importa-se de explicar melhor o que é isso do "excesso de autonomia dado aos professores". E dar um ou outro exemplo de como é que o uso desse "excesso de autonomia dado aos professores" degradou o ensino.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 366
Registado: 31/1/2008 16:13

por moppie85 » 8/5/2010 17:56

mais_um Escreveu:
MAV8 Escreveu:Podem dizer que a formulação é xpto mas a pergunta implicita é 5+2 e com desenho para quem não entende os simbolos núméricos.



Tenho um filho no 5º ano e o livro de fichas de matemática tem o mesmo tipo de perguntas, porque a questão não é saber somar 5+2 como alguns querem fazer crer, mas sim saber interpretar um gráfico ou uma tabela.


Lamento que as pessoas misturem politica, odios de estimação, problemas profissionais e depois venham escrever disparates.

Principalmente quando os problemas do nosso sistema de ensino vem antes do 25 de Abril. É certo que foram agravados após o 25 de Abril com a massificação do ensino e com o excesso de autonomia dado aos professores na gestão das escolas pelos diversos governos no pós 25 de abril.

Sobre os resultados, apenas refiro o seguinte, os testes PISA (feitos pela OCDE e não pelos governos), demonstram que em média, desde 2000 o nivel de conhecimento dos alunos em Portugal tem vindo a aumentar, muito ligeiramente é certo, mas aumentam. Por isso quem afirma que hoje os alunos saiem da escola a saber menos do que há 20 ou 30 anos está errado.



Engraçado... A SPM tem uma opinião diferente da tua:


Sociedade Portuguesa de Matemática Escreveu:
Avaliação dos Resultados do PISA 2006


Foram agora divulgados os resultados do estudo internacional PISA 2006. Tendo Portugal abandonado a participação no estudo internacional TIMMS, estes dados constituem os únicos elementos fiáveis que aferem a evolução do nosso sistema educativo.
Infelizmente, os exames nacionais não têm sido construídos de maneira uniforme e comparável, pelo que as oscilações nos resultados desses exames não reflectem mudanças reais nos resultados.
É significativo o facto de o nosso país no PISA se colocar tanto em leitura como em matemática em níveis muito fracos e muito semelhantes (respectivamente 472 e 466). As disparidades gritantes entre o Português e a Matemática dadas por instrumentos de avaliação nacionais, nomeadamente os exames do 9º ano, não reflectem diferenças reais nos alunos, apenas nos instrumentos de avaliação.
Os dados do estudo PISA são muito completos e merecem uma análise aprofundada.
Numa primeira apreciação, contudo, podem salientar-se os seguintes factos.
Os resultados obtidos pelo nosso país nas diversas áreas avaliadas são muito baixos e revelam consistentemente a existência de dificuldades prolongadas na aquisição dos conhecimentos e capacidades básicos de leitura, de matemática e de ciências. Em matemática, em particular, continuamos a situar-nos significativamente abaixo da média dos países estudados, destacando-se vários factores negativos, nomeadamente uma grande percentagem de estudantes que não conseguem obter os níveis mínimos de desempenho.
Nas diversas áreas, a classificação do nosso país manteve-se sem alterações significativas. Em Matemática, a consistência de maus resultados é especialmente preocupante. Tinha havido uma ligeira subida, embora sem significância estatística, de 2000 para 2003 (de 459 para 466), e há uma manutenção precisa dos resultados de 2003 para 2006. Isto mostra uma grande inércia do sistema educativo, que necessita de alterações profundas e que não conseguirá ser melhorado sem essas alterações e sem um trabalho continuado.
O nosso país é um dos cinco únicos, ao lado da Grécia, Itália, Turquia e México, a ter em matemática mais de 30% dos estudantes no nível 1 de desempenho (o mais básico, de procedimentos rotineiros e óbvios) ou com classificação ainda inferior.
 
Mensagens: 1331
Registado: 15/4/2008 14:12

por iurp » 8/5/2010 16:38

mais_um Escreveu:
MAV8 Escreveu:Podem dizer que a formulação é xpto mas a pergunta implicita é 5+2 e com desenho para quem não entende os simbolos núméricos.



Tenho um filho no 5º ano e o livro de fichas de matemática tem o mesmo tipo de perguntas, porque a questão não é saber somar 5+2 como alguns querem fazer crer, mas sim saber interpretar um gráfico ou uma tabela.


Lamento que as pessoas misturem politica, odios de estimação, problemas profissionais e depois venham escrever disparates.

Principalmente quando os problemas do nosso sistema de ensino vem antes do 25 de Abril. É certo que foram agravados após o 25 de Abril com a massificação do ensino e com o excesso de autonomia dado aos professores na gestão das escolas pelos diversos governos no pós 25 de abril.

Sobre os resultados, apenas refiro o seguinte, os testes PISA (feitos pela OCDE e não pelos governos), demonstram que em média, desde 2000 o nivel de conhecimento dos alunos em Portugal tem vindo a aumentar, muito ligeiramente é certo, mas aumentam. Por isso quem afirma que hoje os alunos saiem da escola a saber menos do que há 20 ou 30 anos está errado.


Disparate...disparate...é não acreditar naquilo que as pessoas que estão no terreno dizem e sim em instituições que apenas sequerem apoiar em números para justificar políticas.

Ou a SPM não é credível? Por esta e por outras, Portugal e a sua popupação estão como estão. E pelos vistos querem que os filhos assim continuem... :!: :!: :!:
 
Mensagens: 2819
Registado: 23/1/2006 23:54
Localização: Vila do Conde

por mais_um » 8/5/2010 15:59

MAV8 Escreveu:Podem dizer que a formulação é xpto mas a pergunta implicita é 5+2 e com desenho para quem não entende os simbolos núméricos.



Tenho um filho no 5º ano e o livro de fichas de matemática tem o mesmo tipo de perguntas, porque a questão não é saber somar 5+2 como alguns querem fazer crer, mas sim saber interpretar um gráfico ou uma tabela.


Lamento que as pessoas misturem politica, odios de estimação, problemas profissionais e depois venham escrever disparates.

Principalmente quando os problemas do nosso sistema de ensino vem antes do 25 de Abril. É certo que foram agravados após o 25 de Abril com a massificação do ensino e com o excesso de autonomia dado aos professores na gestão das escolas pelos diversos governos no pós 25 de abril.

Sobre os resultados, apenas refiro o seguinte, os testes PISA (feitos pela OCDE e não pelos governos), demonstram que em média, desde 2000 o nivel de conhecimento dos alunos em Portugal tem vindo a aumentar, muito ligeiramente é certo, mas aumentam. Por isso quem afirma que hoje os alunos saiem da escola a saber menos do que há 20 ou 30 anos está errado.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

Testes de aferição?

por AxeRiver » 8/5/2010 15:30

Não sei se ainda existem os testes de aferição no secundário. Lembro-me, há alguns anos, de falar com alunos que frequentavam establecimentos de ensino secundário aquando das provas de aferição e que todos os alunos ( a esmagadora maioria ) combinavam ter testes bastante abaixo dos seus reais conhecimentos! Para quê? Para que quando viessem os testes "a sério" conseguissem tirar melhores notas!
Eles sabiam que estes testes de aferição não contavam para a nota, e que serviam de base aos exames nacionais! E como bons portugueses que são (chique-espertice), manipulam ou tentam manipular a dificuldade dos respectivos exames.
Se toda a gente passa nos testes de aferição com notas fantásticas, os nacionais seriam bastante mais difíceis. E em boa verdade, existem alguns alunos que não abundam em inteligência, mas tratá-los como parvos é mesmo de "parvo"!

AxeRiver
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 837
Registado: 17/8/2009 18:36
Localização: Peniche

por moppie85 » 8/5/2010 0:29

Acho piada haver foristas defendam estas provas, quando quem está realmente dentro do assunto (os professores de matemática) dizem que não prestam. (e eles seriam quem teria a "ganhar" ao valorizar os bons resultados que vão sair dali.

Fica aqui o comunicado da SPM:


Tal como em anos anteriores, as Provas de Aferição de Matemática do 4.º e 6.º ano que hoje se realizaram constituem uma oportunidade para aferir o nível de conhecimentos dos alunos no final dos dois primeiros ciclos de escolaridade. Seria desejável que fossem um instrumento fiável de aferição do estado do ensino da Matemática em Portugal. Infelizmente, estas provas continuam a não satisfazer este requisito.
Isso acontece por várias razões:
 Há em ambas as provas um número muito exagerado de questões demasiado elementares para o nível de escolaridade dos alunos a que se destinam. Uma larga maioria das questões são de resposta imediata, ou requerem apenas uma operação de cálculo.
 Com o pretexto de inserir os conceitos e algoritmos em questões contextualizadas, acaba por não se testar devidamente nem o domínio dos conceitos nem o domínio dos algoritmos. Assim, um possível bom desempenho nestas provas não parece equivalente ao domínio da matéria.
 Os resultados não têm efeito sobre as classificações dos alunos nem sobre o seu percurso escolar — há por isso sempre um factor de desinteresse associado às provas.
 Os critérios de classificação estão ocultos pela atribuição de códigos ao nível do desempenho revelado nas respostas, permitindo assim uma larga arbitrariedade na classificação final.
Na prova do 4.º ano, as questões 6 e 13 são interessantes. Em contrapartida, as questões 1, 2, 3, 12, 14, 17.1 e 22 praticamente nada avaliam das capacidades matemáticas esperadas no final do 1.º ciclo.
A situação da prova do 6.º ano é bem mais grave. As questões bem formuladas, como a 5, deixam de ter interesse uma vez que os alunos podem utilizar a máquina de calcular. As perguntas 2, 6.1, 6.2, 7, 9, 11, 12, 14, 18, 19, 21, 23, 24 e 25 são de 1.º ciclo. Compare-se, por exemplo, a pergunta 18 desta prova com a pergunta 7 da prova do 4.º ano. Com dificuldade se compreende o objectivo de avaliar se os alunos que estão a terminar o 6.º
ano de escolaridade sabem responder a perguntas que, segundo os programas oficiais, se poderiam colocar no 2.º ano de escolaridade. Dois exemplos: Qual é a quarta parte de 8? (pergunta 2.) Quantos são 5 + 2? (pergunta 6.1.).
Provas destas não valorizam o empenho, o rigor e o conhecimento, desorientando tanto os alunos como os professores. Os alunos, por estarem habituados a outro tipo de questões, com um grau de dificuldade mais avançado e adequado ao seu nível etário, os professores por ser um desincentivo ao seu trabalho. Esta continuada tendência não pode deixar de causar reflexos muito negativos.
 
Mensagens: 1331
Registado: 15/4/2008 14:12

por cmgm » 8/5/2010 0:04

MAV8 Escreveu:Agora quanto a estas provas e Exames do 9º ano


São provas de aferição dos 1º e 2º ciclos, 4º e 6º anos
Jesus saves. Moses invest.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1434
Registado: 20/10/2004 12:16

por MAV8 » 7/5/2010 23:54

Podem dizer que a formulação é xpto mas a pergunta implicita é 5+2 e com desenho para quem não entende os simbolos núméricos.

Aliás era assim que se aprendia a fazer as contas no 1º ciclo, em vez de traços usavamos os dedos debaixo da carteira.

Agora quanto a estas provas e Exames do 9º ano já há muito que os critico por serem facilitadores e promotores de um sucesso educativo que não existe.
Aliás o único sucesso do nosso ensino é a sua massificação, hoje todos vão à escola é uma vitória do nosso país, mas a única em termos de educação pois a qualidade baixou muitos degraus quer no ensino público quer no sitema cooperativo ou privado.

Os professores têm vindo a avisar que não se consegue ensinar na escola de hoje mas ninguém quer crer, acham que os professores é que não querem trabalhar... Pois quando vão ao médico e ele diagnostica um problema acreditam e não arrebitam cachimbo! porquê? porque respeitam o profissional que está à vossa frente mesmo sem saber se é bom ou mau no que faz. Quando um professor diz que o filho lhe faltou ao respeito ou se comporta de forma inadequada, não presta, não é justo com o aluno, explica mal (nunca estiveram na sala a ouvir as explicações e a ver o que o filho está a fazer nesse momento), etc...

Todo o país sabe o que se passa nas escolas menos os professores, esses não percebem nada do assunto e não querem trabalhar!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1894
Registado: 10/11/2006 10:43
Localização: Leiria

por cmgm » 7/5/2010 23:08

Cogumelo, porque não se trata de um "exame" mas sim de uma prova de aferição e serve, portanto, para apreciar o trabalho das escolas e a instrução dos alunos.
Jesus saves. Moses invest.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1434
Registado: 20/10/2004 12:16

por cogumelo » 7/5/2010 22:56

“Qual é a quarta parte de 8?”; “Quantos são 5+2?”


Formular assim é uma coisa... formular como está no exame é outra.
Não tenho nenhuma formação na área da educação, mas não me choca nem acho que seja:

tratarem os filhos dos portugueses como anormais.


Há de certeza coisas bem mais graves no nosso sistema educativo.

Como por exemplo isto:

Só é pena que não contem realmente para nada a não ser efeitos estatísticos.


Porque raio um exame não serve para avaliar??
cumps,
cogumelo
 
Mensagens: 217
Registado: 4/9/2008 18:31
Localização: Lx

provas bem feitas.

por dr house » 7/5/2010 22:53

As Provas Aferição de 4º e 6º ano estão bem feitas com rigor pedagógico e cientifíco. Nada a assinalar. Só é pena que não contem realmente para nada a não ser efeitos estatísticos.
In the name of the father, the son and the holy spirit - ALL IN
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 133
Registado: 31/1/2009 12:21
Localização: Sines

por cmgm » 7/5/2010 22:40

"Duas das perguntas colocadas aos alunos do 6.º ano: “Qual é a quarta parte de 8?”; “Quantos são 5+2?"

As duas perguntas que a SPM destaca podem ser vistas, como na realidade foram formuladas, aqui: http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=7&fileName=Provas_2ciclo_mat.pdf, pergunta 2 e 6 respectivamente. A pergunta 6 é matéria de estatística.
Jesus saves. Moses invest.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1434
Registado: 20/10/2004 12:16

Off Topic - Como se cria o "sucesso" no M. da Educ

por iurp » 7/5/2010 22:02

Provas de Matemática foram demasiado elementares, critica SPM

“Há em ambas as provas um número muito exagerado de questões demasiado elementares para o nível de escolaridade dos alunos a que se destinam”, afirma a SPM num parecer divulgado há pouco.

A SPM chama a atenção de que “uma larga maioria das questões é de resposta imediata, ou requerem apenas uma operação de cálculo”.

A SPM considera particularmente grave a situação da prova do 6.º ano. Das 24 questões, 13 diziam respeito a matéria do 1.º ciclo. Duas das perguntas colocadas aos alunos do 6.º ano: “Qual é a quarta parte de 8?”; “Quantos são 5+2?”



E andam os portugueses a pagar este "sucesso"...já não há vergonha nem pudor.


Já chega de tratarem os filhos dos portugueses como anormais.

É altura de dizer ao Eng. Sócrates que os filhos dos portugueses não precisam de concluir cursos ao domingo...antes querem que lhes dêem as ferramentas para poderem ter sucesso na sua vida profissional.

E ninguém se revolta contra isto!!!!???
 
Mensagens: 2819
Registado: 23/1/2006 23:54
Localização: Vila do Conde

Anterior

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: bruno8526, Burbano, cmanel21, Google [Bot], m-m, TTM62 e 62 visitantes