Off -topic - Língua Portuguesa
Eu prometi que não escreveria mais no Caldeirão, mas vou abrir uma excepção para tecer um pequeno comentário de índole linguística.
As línguas naturais, como o Português, fundam-se em aspectos lógicos, na generalidade dos casos, e ilógicos (a maioria dos quais de âmbito estilístico).
No que respeita à palavra rentabilidade, podemos dizer o seguinte:
a)A língua portuguesa tem os verbos rendar e render.
b)As rotinas de construção adjectival dizem-nos que rendar> rendável e render>rendível, tal como arrendar>arrendável e sofrer>sofrível. Estas rotinas são absolutamente lógicas e devem ser inquestionáveis.
c)O adjectivo rendável significa “que é susceptível de ser rendado”. Um pano pode ser rendado, isto é, pode receber uma renda.
d)O adjectivo rendível significa “que pode render”, ou “ que pode ser susceptível de render".
e)Em português, o verbo rentar não funciona. Portanto, rentável e rentabilidade não derivam dele. Rentável é francesismo (de rentable). Rentabilidade deriva desta forma rentável.
f)De render, obtemos rendível e, naturalmente, rendibilidade, formas lógicas inquestionáveis.
Portanto, a palavra portuguesa correcta é rendibilidade.
Outro problema é o de recebermos na nossa língua empréstimos de outras, facto compreensível quando os portugueses são um povo migrante. Neste caso, que atitude assumir? Sermos puristas fanáticos, atirando a matar sobre tudo o que se mexe além da lógica? Ou, por outro lado, aceitar como válido tudo o que o povo vai construindo, infringindo, bastíssimas vezes, as regras ou aquilo a que de forma não muito convicta se vai denominando “correcção linguística”?
A atitude mais inteligente será sempre a de manter o mais possível a lógica intrínseca da língua. Assim, eu prefiro sem questionar as palavras rendível e rendibilidade. Por vezes, alguns critérios dicionarísticos são bem questionáveis. No caso em apreço, o dicionarista limitou-se a inscrever uma palavra de amplo uso, mesmo que formada com base num francesismo. Há casos bem piores, nomeadamente no próprio Dicionário da Academia.
Quanto àqueles que acham ser este um assunto sem nenhuma relevância, que continuem impávidos a sua vidinha. Ninguém lhes vai bater se preferirem rentabilidade, com certeza.
Abraço a todos.
E remeto-me novamente ao silêncio.
Mr.XY.
As línguas naturais, como o Português, fundam-se em aspectos lógicos, na generalidade dos casos, e ilógicos (a maioria dos quais de âmbito estilístico).
No que respeita à palavra rentabilidade, podemos dizer o seguinte:
a)A língua portuguesa tem os verbos rendar e render.
b)As rotinas de construção adjectival dizem-nos que rendar> rendável e render>rendível, tal como arrendar>arrendável e sofrer>sofrível. Estas rotinas são absolutamente lógicas e devem ser inquestionáveis.
c)O adjectivo rendável significa “que é susceptível de ser rendado”. Um pano pode ser rendado, isto é, pode receber uma renda.
d)O adjectivo rendível significa “que pode render”, ou “ que pode ser susceptível de render".
e)Em português, o verbo rentar não funciona. Portanto, rentável e rentabilidade não derivam dele. Rentável é francesismo (de rentable). Rentabilidade deriva desta forma rentável.
f)De render, obtemos rendível e, naturalmente, rendibilidade, formas lógicas inquestionáveis.
Portanto, a palavra portuguesa correcta é rendibilidade.
Outro problema é o de recebermos na nossa língua empréstimos de outras, facto compreensível quando os portugueses são um povo migrante. Neste caso, que atitude assumir? Sermos puristas fanáticos, atirando a matar sobre tudo o que se mexe além da lógica? Ou, por outro lado, aceitar como válido tudo o que o povo vai construindo, infringindo, bastíssimas vezes, as regras ou aquilo a que de forma não muito convicta se vai denominando “correcção linguística”?
A atitude mais inteligente será sempre a de manter o mais possível a lógica intrínseca da língua. Assim, eu prefiro sem questionar as palavras rendível e rendibilidade. Por vezes, alguns critérios dicionarísticos são bem questionáveis. No caso em apreço, o dicionarista limitou-se a inscrever uma palavra de amplo uso, mesmo que formada com base num francesismo. Há casos bem piores, nomeadamente no próprio Dicionário da Academia.
Quanto àqueles que acham ser este um assunto sem nenhuma relevância, que continuem impávidos a sua vidinha. Ninguém lhes vai bater se preferirem rentabilidade, com certeza.
Abraço a todos.
E remeto-me novamente ao silêncio.
Mr.XY.
- Mensagens: 63
- Registado: 21/4/2008 18:06
bullsista Escreveu:Depois de ver as vossas respostas começo a perceber que estou a ficar velho.![]()
Pelos vistos rentabilidade entrou para os dicionários. Porreiro! Depois de ver bué e afins entrar qual é a surpresa? Toda a gente usa, toda a gente fala.
Líderes/cadáveres/víveres ouve-se dizer vulgarmente carregando a entoação no "e" esquecendo o acento atrás. Mas como todos percebem, qual o problema? Qualquer dia faz-se disso regra também.
Expressões como círculo vicioso e ovelha ronhosa que são ditas por quase toda a gente como ciclo vicioso e ovelha ranhosa também não interessam porque afinal toda a gente percebe o que está a ser dito.
Eu não estou a dizer que eu é que estou certo. Parece-me é que se calhar dou importância a algumas coisas que pelos vistos perderam-se.
Mas realmente que interesse tem a nossa língua? Agora, para todos nos entendermos, usamos o Inglês e amanhã será o Chinês... quem sabe?
ups... eu tb dizia ciclo vicioso. Tá boa.
Quanto ao bué. Não acho mal que tenha entrado para o léxico. Se adoptámos tantos anglicismos e galicismos, porque não um africanismo?
O bué surgiu em Portugal com os refugiados de Angola.
É uma palavra do quimbundo e muito usada no calão luandense. No Dicionário Etimológico Bundo-Português do P. Albino Alves (1947), encontra-se a forma mbuwe, que significa «abundância, fartura».
(tá tudo no ciberdúvidas pá)
Abraço,
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
Depois de ver as vossas respostas começo a perceber que estou a ficar velho.
Pelos vistos rentabilidade entrou para os dicionários. Porreiro! Depois de ver bué e afins entrar qual é a surpresa? Toda a gente usa, toda a gente fala.
Líderes/cadáveres/víveres ouve-se dizer vulgarmente carregando a entoação no "e" esquecendo o acento atrás. Mas como todos percebem, qual o problema? Qualquer dia faz-se disso regra também.
Expressões como círculo vicioso e ovelha ronhosa que são ditas por quase toda a gente como ciclo vicioso e ovelha ranhosa também não interessam porque afinal toda a gente percebe o que está a ser dito.
Eu não estou a dizer que eu é que estou certo. Parece-me é que se calhar dou importância a algumas coisas que pelos vistos perderam-se.
Mas realmente que interesse tem a nossa língua? Agora, para todos nos entendermos, usamos o Inglês e amanhã será o Chinês... quem sabe?

Pelos vistos rentabilidade entrou para os dicionários. Porreiro! Depois de ver bué e afins entrar qual é a surpresa? Toda a gente usa, toda a gente fala.
Líderes/cadáveres/víveres ouve-se dizer vulgarmente carregando a entoação no "e" esquecendo o acento atrás. Mas como todos percebem, qual o problema? Qualquer dia faz-se disso regra também.
Expressões como círculo vicioso e ovelha ronhosa que são ditas por quase toda a gente como ciclo vicioso e ovelha ranhosa também não interessam porque afinal toda a gente percebe o que está a ser dito.
Eu não estou a dizer que eu é que estou certo. Parece-me é que se calhar dou importância a algumas coisas que pelos vistos perderam-se.
Mas realmente que interesse tem a nossa língua? Agora, para todos nos entendermos, usamos o Inglês e amanhã será o Chinês... quem sabe?

Abraços e bons negócios
Olá,
Pata,
Em relação à perturbação com os erros, já comprei uma caixa de Xanax
Beijinho
-----
Dwer,
Depois de procurar no Priberam que colocaste em link, descubro o seguinte:
...o que me faz concluir que se podem utilizar ambos para o mesmo fim.
No entanto, render é mais lato em termos de significado e rentável está directamente associado a capital investido.
E por fim, na minha opinião, rentabilidade é mais bonito fonéticamente, por isso prefiro a sua utilização.
Abraço
----
Bullsista,
Em relação aos molhos e molhos, são palavras homógrafas mas com fonética diferente, uma das pequenas falhas da nossa ortografia.
Em certo tipo de ambiente social esta diferença conta, noutras isso não interessa para nada, como o Marco diz.
Aliás, em relação à abertura das vogais, é tida socialmente em conta em certos círculos, fazendo com que pormenores deste tipo façam alguma diferença.
Outro exemplo: existe diferença entre dar e oferecer...
Mas isso a partir de certo ponto é uma questão de etiqueta e não de linguística e eu não sou linguista nem "etiquetto".
Abraço a todos
Pata,
Para mim soa melhor rentabilidade e parece-me que rendibilidade está demais associado a renda, o que pressupõe um retorno fixo e frequente.Mas discute lá então o "pequenho pormenor"! Na tua opinião é rentabilidade ou rendibilidade?
Em relação à perturbação com os erros, já comprei uma caixa de Xanax

Beijinho
-----
Dwer,
Não tenho dúvidas que é renda, render (para o verbo nunca vi anglicismo ou galicismo), rendibilizar etc.. e tal
Depois de procurar no Priberam que colocaste em link, descubro o seguinte:
rentável
adj. 2 gén.,
que dá lucro;
que proporciona um benefício suficiente relativamente ao capital investido;
rendível;
fig.,
que dá resultados;
que compensa o esforço;
que vale a pena;
que se pode cortar rente.
rendível
de render
adj. 2 gén.,
que rende;
que dá bons lucros;
produtivo;
rendoso.
render
do Lat. * rendere, por reddere
v. tr.,
sujeitar;
vencer;
submeter;
produzir renda, rendimento ou lucro;
dar;
ocupar o lugar de;
substituir;
restituir;
alquebrar;
v. int.,
adquirir hérnia;
dar vantagem;
ser lucrativo;
v. refl.,
dar-se por vencido;
entregar-se.
...o que me faz concluir que se podem utilizar ambos para o mesmo fim.
No entanto, render é mais lato em termos de significado e rentável está directamente associado a capital investido.
E por fim, na minha opinião, rentabilidade é mais bonito fonéticamente, por isso prefiro a sua utilização.
Abraço
----
Bullsista,
Em relação aos molhos e molhos, são palavras homógrafas mas com fonética diferente, uma das pequenas falhas da nossa ortografia.
Em certo tipo de ambiente social esta diferença conta, noutras isso não interessa para nada, como o Marco diz.
Aliás, em relação à abertura das vogais, é tida socialmente em conta em certos círculos, fazendo com que pormenores deste tipo façam alguma diferença.
Outro exemplo: existe diferença entre dar e oferecer...
Mas isso a partir de certo ponto é uma questão de etiqueta e não de linguística e eu não sou linguista nem "etiquetto".

Abraço a todos
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.
William Bernstein
William Bernstein
Re: Off -topic - Língua Portuguesa
bullsista Escreveu:Desculpem o off-topic mas dou muito valor à nossa língua. Choca-me o mau uso da língua falada e escrita. E quando eu cometo erros gosto que me corrijam.
Ultimamente tenho lido muitas vezes a palavra rentabilidade neste fórum. O problema é que se lê em muitos panfletos/sites de bancos, seguradoras e actividades ligadas à área financeira. Fica aqui uma chamada de atenção e se houver alguém que contraponha, não levarei a mal. Fica para vossa apreciação.
Rentabilidade/rendibilidade e rentável/rendível
[Pergunta] Encontrei aqui no Ciberdúvidas uma resposta de 1997 a esta problemática, mas, francamente, a explanação não me satisfez verdadeiramente, parecendo-me demasiado simplista.
Admitindo que "rentável" seja um galicismo, parece-me a mim (perfeito ignorante nas questões da n/língua materna - mas sempre na busca da "verdade") que galicismo aparenta ser o "rendível" (eu disse aparenta, não que o é).
Por muito que se queira seguir regras e teorias antiquíssimas, a verdade é que ninguém (?) usa o termo "rendível".
Não me recordo de ver escrito nada do género "cultivar minhocas é tão rendível, que os meus "carcanhóis" já se foram todos"; o normal será tipo ""plantar" caracóis é tão rentável, que já posso até fundar um banco (de madeira)..."
Ora posto isto, e porque efectivamente tenho verificado, ultimamente com uma maior intensidade, o recurso por parte dos "marketinguistas" ao termo "rendibilidade", começo a pensar que afinal terei mesmo que dar o braço a torcer, e deixar de usar a forma que me parecia mais estética (rentabilidade), ainda que politicamente incorrecta perante as normas "políticas" actuais.
Sem querer ser mais fastidioso, e porque me alonguei já em demasia, fico-me pelo pedido de uma mais completa análise a esta problemática, o que desde já agradeço.
A. Queiroz :: :: Portugal
[Resposta] Rendível (de render), tal como outros adjectivos em -ível derivados de verbos em -er e em -ir, é a única forma correcta. Os adjectivos em -ável são próprios de verbos em -ar (1.ª conjugação: amável, amar; louvável, louvar, etc.). Considerar que rentável é mais estético, é raciocínio puramente subjectivo, próprio de poetas ou filósofos (que os há muito notáveis, mas isso nada tem que ver com este caso!).
F. V. P. da Fonseca :: 24/02/2000
pode-se ler em http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=5253
Um galicismo. Curioso, pensava que era um anglicismo.
Renda, em inglês rent, em francês rente.
Tanto pode ser uma coisa como outra.
Mas a origem da palavra é latina e é rendita, feminino de renditus, do verbo rendere.
Pelos vistos, estamos muito mais próximos da raiz etimológica, que é com 'd' do que os franceses ou ingleses (aliás rent, vem do francês rente).
Não tenho dúvidas que é renda, render (para o verbo nunca vi anglicismo ou galicismo), rendibilizar etc..
e tal

http://www.cnrtl.fr/definition/rente
http://www.merriam-webster.com/dictionary
http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx
Abraço,
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
Eu acho esta questão pertinente, mas sem desprezar as questões anteriores (que são interessantes) gostava de salientar dois dos erros básicos que tenho visto:
- Confundir "há" com H, do verbo existir, que se deve utilizar sempre que haja referência a tempo (ex: o PSI20 desce há 1 ano) com o "à" sem H que é nada mais nem menos que a conjunção do "a" (preposição? - ajudem-me se nao for) com o "a" artigo. Exemplo: "Vou à pastelaria..." = Vou a "a pastelaria".
É uma calinada grande não por o "H" quando se exige, pois não tem nada a ver com o caso da conjunção de duas vogais iguais.
Outra calinada que me indigna é colocar o tracinho em tudo quanto é sítio quando se conjugam verbos no pretérito perfeito.
Exemplo errado: comentas-te --> Quando se diz "comentas-te" está-se a dizer que a pessoa se está a comentar a ela própria (o que é plausível e possível), enquanto que o redactor muito possivelmente queria dizer "comentaste" que é o pretérito perfeito (acção terminada) do verbo comentar, na 2a pessoa. É tudo diferente, a grafia e o som. De repente este erro começou a aparecer frequentemente e ainda estou longe de perceber qual a dificuldade.
Confundir estas duas coisas não faz qualquer sentido, é inclusivamente perigoso pois muda o sentido da frase podendo dar azo a erro de comunicação.
São apenas 2 simples exemplos de calinadas graves, que nada têm a ver com evolução da língua. São sim introdução de ruído que perturba a comunicação, o bom entendimento. Há que fazer um esforço e ler o que acabamos de escrever para eliminar erros graves. Ninguém obviamente irá chatear-se com a falta de um acento, ou um erro de grafia numa letra (pressa no teclado), mas erros sistemáticos penso que devem ser trabalhados para serem evitados.
Abraço
- Confundir "há" com H, do verbo existir, que se deve utilizar sempre que haja referência a tempo (ex: o PSI20 desce há 1 ano) com o "à" sem H que é nada mais nem menos que a conjunção do "a" (preposição? - ajudem-me se nao for) com o "a" artigo. Exemplo: "Vou à pastelaria..." = Vou a "a pastelaria".
É uma calinada grande não por o "H" quando se exige, pois não tem nada a ver com o caso da conjunção de duas vogais iguais.
Outra calinada que me indigna é colocar o tracinho em tudo quanto é sítio quando se conjugam verbos no pretérito perfeito.
Exemplo errado: comentas-te --> Quando se diz "comentas-te" está-se a dizer que a pessoa se está a comentar a ela própria (o que é plausível e possível), enquanto que o redactor muito possivelmente queria dizer "comentaste" que é o pretérito perfeito (acção terminada) do verbo comentar, na 2a pessoa. É tudo diferente, a grafia e o som. De repente este erro começou a aparecer frequentemente e ainda estou longe de perceber qual a dificuldade.
Confundir estas duas coisas não faz qualquer sentido, é inclusivamente perigoso pois muda o sentido da frase podendo dar azo a erro de comunicação.
São apenas 2 simples exemplos de calinadas graves, que nada têm a ver com evolução da língua. São sim introdução de ruído que perturba a comunicação, o bom entendimento. Há que fazer um esforço e ler o que acabamos de escrever para eliminar erros graves. Ninguém obviamente irá chatear-se com a falta de um acento, ou um erro de grafia numa letra (pressa no teclado), mas erros sistemáticos penso que devem ser trabalhados para serem evitados.
Abraço
- Mensagens: 375
- Registado: 1/5/2008 2:21
- Localização: 8º W
Os dois termos são aceites (correntemente) ambos como correctos e admitidos como significando a mesma coisa. Nalguns dicionários constam inclusivamente como sinónimo uma da outra.
Para lá disso, o resto é discussão para linguístas (aos quais a maior parte das vezes o "mundo real" não liga pêva). Não digo isto com desprezo, note-se...
Apenas que só vale a pena discutir as coisas até certo ponto. Há erros e erros e aqui é discutível sequer se há erro ou não. Há duas palavras tomadas como sinónimo uma da outra actualmente. Uns prefeririam uma e outros prefeririam outra...
Para lá disso, o resto é discussão para linguístas (aos quais a maior parte das vezes o "mundo real" não liga pêva). Não digo isto com desprezo, note-se...
Apenas que só vale a pena discutir as coisas até certo ponto. Há erros e erros e aqui é discutível sequer se há erro ou não. Há duas palavras tomadas como sinónimo uma da outra actualmente. Uns prefeririam uma e outros prefeririam outra...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Stock,
Eu não acredito numa língua hermética. Penso que como em tudo tem de haver evolução como a introdução de estrangeirismos e novas expressões. Agora quando um termo é popularizado por via do erro... penso que seja mais um sinal da mediocridade a que chegámos.
Outro exemplo flagrante da mediocridade no abuso da língua. Há um anúncio de molhos a passar na nossa televisão. Quantas e quantas vezes se ouve dizer popularmente "mólhos"? Eu trabalho numa agência de publicidade. Sei o trabalho que os redactores têm com o Português. É extremamente ingrato ver um anúncio visto por milhares de espectadores todos os dias, a persistir no erro. E como este, há vários exemplos.
Pronúncia de molho e molhos
- Vou fazer um molho para temperar a salada.
- Cozi um molho de grelos para acompanhar o peixe.
Molho e molho são palavras homógrafas, isto é, escrevem-se da mesma maneira mas pronunciam-se de forma diferente. Assim pronunciamos “molho”
- com “o” fechado (môlho) quando queremos referir-nos a um tempero culinário, por exemplo “molho de tomate”
- com “o” aberto quando é sinónimo de “feixe”, “punhado”, por exemplo, um molho de grelos.
Quando se trata do plural, a distinção de sons mantêm-se, ou seja, apesar de escrevermos sempre “molhos” dizemos “mólhos” de grelos e “môlhos” de tomate.
Exemplos:
- Este molho (môlho) de chocolate é divinal!
- Estes molhos (môlhos) são deliciosos!
- Comprei um molho (mólho) de bróculos.
- Comprei dois molhos (mólhos) de bróculos.
retirado de http://emportuguescorrecto.blogs.sapo.pt/15542.html
Eu não acredito numa língua hermética. Penso que como em tudo tem de haver evolução como a introdução de estrangeirismos e novas expressões. Agora quando um termo é popularizado por via do erro... penso que seja mais um sinal da mediocridade a que chegámos.
Outro exemplo flagrante da mediocridade no abuso da língua. Há um anúncio de molhos a passar na nossa televisão. Quantas e quantas vezes se ouve dizer popularmente "mólhos"? Eu trabalho numa agência de publicidade. Sei o trabalho que os redactores têm com o Português. É extremamente ingrato ver um anúncio visto por milhares de espectadores todos os dias, a persistir no erro. E como este, há vários exemplos.
Pronúncia de molho e molhos
- Vou fazer um molho para temperar a salada.
- Cozi um molho de grelos para acompanhar o peixe.
Molho e molho são palavras homógrafas, isto é, escrevem-se da mesma maneira mas pronunciam-se de forma diferente. Assim pronunciamos “molho”
- com “o” fechado (môlho) quando queremos referir-nos a um tempero culinário, por exemplo “molho de tomate”
- com “o” aberto quando é sinónimo de “feixe”, “punhado”, por exemplo, um molho de grelos.
Quando se trata do plural, a distinção de sons mantêm-se, ou seja, apesar de escrevermos sempre “molhos” dizemos “mólhos” de grelos e “môlhos” de tomate.
Exemplos:
- Este molho (môlho) de chocolate é divinal!
- Estes molhos (môlhos) são deliciosos!
- Comprei um molho (mólho) de bróculos.
- Comprei dois molhos (mólhos) de bróculos.
retirado de http://emportuguescorrecto.blogs.sapo.pt/15542.html
Abraços e bons negócios
Olá,
Descubro então porque não bato bem da cabeça, devo ser ou poeta ou filósofo.
Defendo o bom uso da Língua Portuguesa, e de certa forma subscrevo a intenção deste post em relação à sua defesa.
Já me tinha passado a ideia de discutir este pequenho pormenor por aqui, mas o que mais me choca são os constantes erros gramaticais BÁSICOS que por aqui aparecem.
Vejo por vezes calinadas que me magoam e perturbam, não devia, mas perturbam-me, ver que aqui (ou noutro lado...) se despreza e maltrata a base da nossa cultura...
Bem, e como também não sou linguista nenhum, um simples amador da Língua Portuguesa, também agradeço que me corrijam eventuais erros, e meus já os descobri...
Um Abraço e Boas Rentabilidades!
Considerar que rentável é mais estético, é raciocínio puramente subjectivo, próprio de poetas ou filósofos (que os há muito notáveis, mas isso nada tem que ver com este caso!).
Descubro então porque não bato bem da cabeça, devo ser ou poeta ou filósofo.
Defendo o bom uso da Língua Portuguesa, e de certa forma subscrevo a intenção deste post em relação à sua defesa.
Já me tinha passado a ideia de discutir este pequenho pormenor por aqui, mas o que mais me choca são os constantes erros gramaticais BÁSICOS que por aqui aparecem.
Vejo por vezes calinadas que me magoam e perturbam, não devia, mas perturbam-me, ver que aqui (ou noutro lado...) se despreza e maltrata a base da nossa cultura...
Bem, e como também não sou linguista nenhum, um simples amador da Língua Portuguesa, também agradeço que me corrijam eventuais erros, e meus já os descobri...
Um Abraço e Boas Rentabilidades!
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.
William Bernstein
William Bernstein
bullsista,
Se reparares as línguas são muitos dinâmicas e mudam com o tempo. Aliás considero que mudam bastante em curtos espaços de tempo.
Basta uma nova geração para mudar o modo como se escrevem ou entoam as mesmas ou novas palavras.
Sou também da opinião que não vale a pena ser tão controlador e minucioso com o modo como se escreve ou se fala pois o que interessa é que a multidão se entenda e se comunique livremente sem entropias e sem muralhas gramaticais.
sempre achei que a língua portuguesa é demasiado pesada, complexa e entrópica o que não favorece a comunicação do povo que a fala.
e pronto... nada como escrever o que se pensa.
Stock
Se reparares as línguas são muitos dinâmicas e mudam com o tempo. Aliás considero que mudam bastante em curtos espaços de tempo.
Basta uma nova geração para mudar o modo como se escrevem ou entoam as mesmas ou novas palavras.
Sou também da opinião que não vale a pena ser tão controlador e minucioso com o modo como se escreve ou se fala pois o que interessa é que a multidão se entenda e se comunique livremente sem entropias e sem muralhas gramaticais.
sempre achei que a língua portuguesa é demasiado pesada, complexa e entrópica o que não favorece a comunicação do povo que a fala.
e pronto... nada como escrever o que se pensa.
Stock
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nada na manga, tudo na mão.
nada na manga, tudo na mão.
Off -topic - Língua Portuguesa
Desculpem o off-topic mas dou muito valor à nossa língua. Choca-me o mau uso da língua falada e escrita. E quando eu cometo erros gosto que me corrijam.
Ultimamente tenho lido muitas vezes a palavra rentabilidade neste fórum. O problema é que se lê em muitos panfletos/sites de bancos, seguradoras e actividades ligadas à área financeira. Fica aqui uma chamada de atenção e se houver alguém que contraponha, não levarei a mal. Fica para vossa apreciação.
Rentabilidade/rendibilidade e rentável/rendível
[Pergunta] Encontrei aqui no Ciberdúvidas uma resposta de 1997 a esta problemática, mas, francamente, a explanação não me satisfez verdadeiramente, parecendo-me demasiado simplista.
Admitindo que "rentável" seja um galicismo, parece-me a mim (perfeito ignorante nas questões da n/língua materna - mas sempre na busca da "verdade") que galicismo aparenta ser o "rendível" (eu disse aparenta, não que o é).
Por muito que se queira seguir regras e teorias antiquíssimas, a verdade é que ninguém (?) usa o termo "rendível".
Não me recordo de ver escrito nada do género "cultivar minhocas é tão rendível, que os meus "carcanhóis" já se foram todos"; o normal será tipo ""plantar" caracóis é tão rentável, que já posso até fundar um banco (de madeira)..."
Ora posto isto, e porque efectivamente tenho verificado, ultimamente com uma maior intensidade, o recurso por parte dos "marketinguistas" ao termo "rendibilidade", começo a pensar que afinal terei mesmo que dar o braço a torcer, e deixar de usar a forma que me parecia mais estética (rentabilidade), ainda que politicamente incorrecta perante as normas "políticas" actuais.
Sem querer ser mais fastidioso, e porque me alonguei já em demasia, fico-me pelo pedido de uma mais completa análise a esta problemática, o que desde já agradeço.
A. Queiroz :: :: Portugal
[Resposta] Rendível (de render), tal como outros adjectivos em -ível derivados de verbos em -er e em -ir, é a única forma correcta. Os adjectivos em -ável são próprios de verbos em -ar (1.ª conjugação: amável, amar; louvável, louvar, etc.). Considerar que rentável é mais estético, é raciocínio puramente subjectivo, próprio de poetas ou filósofos (que os há muito notáveis, mas isso nada tem que ver com este caso!).
F. V. P. da Fonseca :: 24/02/2000
pode-se ler em http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=5253
Ultimamente tenho lido muitas vezes a palavra rentabilidade neste fórum. O problema é que se lê em muitos panfletos/sites de bancos, seguradoras e actividades ligadas à área financeira. Fica aqui uma chamada de atenção e se houver alguém que contraponha, não levarei a mal. Fica para vossa apreciação.
Rentabilidade/rendibilidade e rentável/rendível
[Pergunta] Encontrei aqui no Ciberdúvidas uma resposta de 1997 a esta problemática, mas, francamente, a explanação não me satisfez verdadeiramente, parecendo-me demasiado simplista.
Admitindo que "rentável" seja um galicismo, parece-me a mim (perfeito ignorante nas questões da n/língua materna - mas sempre na busca da "verdade") que galicismo aparenta ser o "rendível" (eu disse aparenta, não que o é).
Por muito que se queira seguir regras e teorias antiquíssimas, a verdade é que ninguém (?) usa o termo "rendível".
Não me recordo de ver escrito nada do género "cultivar minhocas é tão rendível, que os meus "carcanhóis" já se foram todos"; o normal será tipo ""plantar" caracóis é tão rentável, que já posso até fundar um banco (de madeira)..."
Ora posto isto, e porque efectivamente tenho verificado, ultimamente com uma maior intensidade, o recurso por parte dos "marketinguistas" ao termo "rendibilidade", começo a pensar que afinal terei mesmo que dar o braço a torcer, e deixar de usar a forma que me parecia mais estética (rentabilidade), ainda que politicamente incorrecta perante as normas "políticas" actuais.
Sem querer ser mais fastidioso, e porque me alonguei já em demasia, fico-me pelo pedido de uma mais completa análise a esta problemática, o que desde já agradeço.
A. Queiroz :: :: Portugal
[Resposta] Rendível (de render), tal como outros adjectivos em -ível derivados de verbos em -er e em -ir, é a única forma correcta. Os adjectivos em -ável são próprios de verbos em -ar (1.ª conjugação: amável, amar; louvável, louvar, etc.). Considerar que rentável é mais estético, é raciocínio puramente subjectivo, próprio de poetas ou filósofos (que os há muito notáveis, mas isso nada tem que ver com este caso!).
F. V. P. da Fonseca :: 24/02/2000
pode-se ler em http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=5253
Abraços e bons negócios
Quem está ligado: