Caldeirão da Bolsa

Afinsa/Fórum: Artigo do Financial Times

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

forum filatélico

por jmso » 11/10/2005 10:07

Bom dia.
Por acaso até me considero simpático.
Mas vamos ao que interessa, o preços da Forum e da Afinsa até podem estar empolados, mas o que é que não está, as acções também estão, e todos os dias há negócios.
É obvio que o catalogo Forum não serve para comprar selos (colecionadores), não é esse o objetivo. O objetivo é o investimento.
Quanto ao ano de 1956, o ano completo é a seguinte:
Alemanha 2 - França 2 - Holanda 2 - Itália 2 - Luxemburgo 3 - Belgica 2 = 13 selos
Quanto aos preços de tabela da Forum, não a tenho de momento mas estou a tratar disso.
Quanto as contas da Empresa, não tenho elementos para afirmar aquilo que voce (incognitos) afirma.
Peço desculpa vou ter de sair, mas tarde falamos.
Cumprimentos a todos.
 
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por Incognitus » 11/10/2005 10:04

"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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por Incognitus » 11/10/2005 10:02

Entretanto, fica aqui um link para se ver quantos selos/países existem em cada ano no Tema Europa, bem como o valor de mais um catálogo independente.

E ficamos à espera da lista da Fórum.

Só para aguçar o interesse, algo que neste catálogo (e em todos os outros, bem como no mercado real...) se avalia por pouco mais de 1000 Euros, na Fórum estará cotado por mais de 10000 (1956, 57, 58).
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por Incognitus » 11/10/2005 9:04

Aliás, o jmso se fosse simpático e quisesse defender efectivamente a Fórum, podia deixar aqui a lista de preços vigente actualmente, na sua totalidade, para que o JAS e outros pudessem fazer comparações.
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por Incognitus » 11/10/2005 8:19

Álias se alguém tiver o ano completo de selos de luxo de 1956/57/58...., a Forum os compra ao preço da tabela vigente na altura, a mesma tabela que serve para vende-los.


jmso, ponha aqui os preços vigentes...
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por Incognitus » 11/10/2005 7:54

E escusa de ser no catálogo dessa empresa, pode ser noutro qualquer.


Não escusa nada. É PRECISAMENTE esse o problema, o catálogo da fórum é DIFERENTE de "outro qualquer".

Parece-me, sinceramente, que ainda não percebeste o problema. A cada post que fazes, isso revela-se.

Pergunta ao amigo da Fórum quanto valem segundo a Fórum as séries que tu julgas que valem 400 Euros, para teres a surpresa da tua vida.
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por Incognitus » 11/10/2005 7:53

JAS, agora pergunta ao nosso amigo da Fòrum quanto valem esses anos na Fórum, e pode ser que a discussão fique por aí quando ele responder ...

Além disso, provavelmente vais tentar-lhe vender os teus selos ... eheh

JAS, é ridículo estar a discutir uma coisa tão óbvia. Mas vamos ver se o amigo da Fórum responde.
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Re: Forum Filatélico

por JAS » 10/10/2005 22:34

jmso Escreveu:Álias se alguém tiver o ano completo de selos de luxo de 1956/57/58...., a Forum os compra ao preço da tabela vigente na altura, a mesma tabela que serve para vende-los.

Esses anos são giros e são muito elucidativos da enorme avaliação dos selos.
Estamos a falar de anos em que, segundo penso, não existia nenhuma das empresas mencionadas neste post.
E portanto estaremos a falar de anos sobre os quais é praticamente impossível existir um controle de preço por acção de um quase monopólio de compra.

- 1956 (3 séries e apenas 8 selos, valor facial total = 12$80)
- 1957 (2 séries e 6 apenas selos, valor facial total = 16$10)
- 1958 (5 séries e 14 selos, valor facial total = 32$70)

Para o conjunto desses 3 anos o meu investimento em filatelia, totalmente em séries novas e compradas pelo valor facial foi de 61$60 (leia-se escudos e não dollares...), vale actualmente mais de 400 euros.
(Mas eu sou colecionador e não os vendo...)

Fazendo as contas temos uma rentabilidade superior a 1300 X em menos de 50 anos.

Uma empresa de filatelia, que também tenha comprado esses selos nos correios, até os pode ter no seu Activo avaliados em menos de 0,30 euros.
Se os tiver comprado mais tarde tê-los-à avaliados por outro valor de aquisição pois já não lhe custariam o valor facial.

Portanto amigo Incognitus, não me venhas com cotações de activos extra-balanço e de compromissos extra-balanço.
As empresas de filatelia, que publicam catálogos, até têm uma posição do tipo "insider" pois sabem as cotações que vão publicar no catálogo do ano seguinte que até pode estar para sair no mês seguinte...
Teríamos sempre que verificar essa coisa "das valorizacções de 10X" no catálogo seguinte.
E escusa de ser no catálogo dessa empresa, pode ser noutro qualquer.

Mas primeiro vai lá ver o que eles têm nos cofres.
Só assim podes demonstrar se têm Activos suficientes ou não.
E é isso que interessa para o caso.

Mas quando lá fores tens que saber distinguir os selos...

JAS

P.S. - Eu continuo a discutir apenas selos, não discuto empresas.
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por Incognitus » 10/10/2005 21:06

Ah, se e quando a Fórum Filatélico falir, foi uma vigarice, não foi uma falência. Foi uma vigarice pois montaram um Ponzi ainda que lento.
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por Incognitus » 10/10/2005 21:04

A Saber ...

1) É UM FACTO que a Fórum Filatélico avalia os selos bastante acima do mercado, existem listas da Fórum, catálogos independentes, organizações de consumidores e discussões de filatelistas a PROVAR este facto.

2) É UM FACTO que, portanto, os activos extra-balanço da Fórum estão sobreavaliados, e no entanto as responsabilidades extra-balanço mantêm o seu valor nominal.

3) É UM FACTO que essas responsabilidades líquidas extra-balanço excedem a Situação Líquida da Fórum, e portanto a coisa está insolvente.
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por Incognitus » 10/10/2005 21:03

jmso, não se trata de acreditar ou não na Fórum, e sim da probabilidade de estarmos perante uma fraude considerável.

Se não se afastarem os factos que indiquei, de pouco servem todos esses "outros pontos", porque são aqueles factos que fazem da Fórum Filatélico uma fraude.
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por jmso » 10/10/2005 16:58

Caros Amigos.
Já lá vão alguns anos que eu não entrava no vosso site. Até hoje, isto pelo facto de que disseram-me que havia um debate em torno do investimento em filatelia.
Assim sendo, gostaria de esclarecer algumas coisas.
1º - sim, é verdade que não existe um orgão regulador.
2º - Mesmo assim a Forum entregas suas contas todos os anos ao Banco de Portugal, e até já foram auditados por eles, nada foi detectado de ilegal, e posso até dizer que há uma linha verde se não estou em erro no Banco de Portugal para se tirar informações sobre as empresas, é só ligar!
3º - A Fórum já foi convidada pela Euronext, para integrar o mercado, o que foi adiado para já, mas em breve tenho a certeza que haverá notícias.
4º - Também é verdade que a Forum só trabalha com o Tema Europa, e é obvio que se torna mais difícil adquirir filatelia de anos anteriores a 1991, que são os de maior valor, mas a Forum até hoje cumpriu com os seus contratos. Álias se alguém tiver o ano completo de selos de luxo de 1956/57/58...., a Forum os compra ao preço da tabela vigente na altura, a mesma tabela que serve para vende-los.
5º - Quem investir na Forum e quiser levar os selos para casa, leva o valor equivalente investido em selos, mas assume a responsablidade pela mercadoria.
6º - Todos os investimentos na Forum, em que os selos ficam sob sua custódia, estão cobertos pela Loyds.
7 - Agradecia também, que tivessem um pouco de bom senso, e não comparassem uma Sociedade Anonima, com Donas Brancas, porque falências são uma coisa e vigarices são outras. Não esqueçam a Caixa Açoriana ( o fundo de garantia na Banca é de 25.000 €, vejam o que é que o BP garantiu, e o que as pessoas perderam), Parmalat, WorldCom, entre outros.
8 - Portanto acredita na Forum ou na Afinsa, quem quer, quem não quer não acredita, e investe em outro lado, talvez é por isso que existe os mercados de ações, futuros, commodities, cereais, cambiais, overnight, e etc...etc...
 
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por Incognitus » 10/10/2005 14:36

JAS, não foi na tua cabeça, pois qualquer pessoa razoável já teria compreendido que o facto de existirem preços estabelecidos arbitrariamente por estas empresas para avaliar os selos sem ligação nenhuma à realidade filatélica, junto com o facto de que as responsabilidades extra-balanço excederem brutalmente a situação líquida dessas empresas, garante que as ditas são fraudes.

Repara que eu não estou a dizer que os selos não sobem nem coisa nenhuma dessas, estou apenas a mostrar que esses dois FACTOS juntos são suficientes para mostrar que estamos perante uma fraude.

Tu até os selos estarem sobreavaliados pareces contestar. Não me parece que tenhas lido os artigos e opiniões dos diversos organismos e filatelistas que afirmam isso para lá de qq dúvida.
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Re

por JAS » 10/10/2005 14:27

Incognitus Escreveu:Repara, para discutires isto, terias que sustentar que a Situação Líquida está SUBAVALIADA.

Ou seja, não afastaste nenhum daqueles 3 factos.

Não o tendo feito, como podes sustentar que NÃO se trata de uma fraude?

Não sou eu que sustento, são as normas contabilísticas que obrigam a isso...

A questão toda é que os "contabilistas", tu incluído, estão habituados a casos em que a subavaliação é de 10 ou 20%.
Neste caso pode ser de 50 ou 100X e isso altera as contas todas.

E continua a ser muito difícil discutir a questão da sobreavaliação das séries.
O facto de haver uma série ou outra que pode aparecer sobreavaliada (o que pode ter a ver com o próprio controle desse série) não significa que EM MÉDIA isso aconteça.


Mas como já te disse eu não defendo empresa nenhuma.

Apenas te estou a aturar, com a paciência de coleccionador, para te abrir os olhinhos e mostrar-te que no mundo do coleccionismo há outros factores a ter em conta e que não nos podemos cingir às regras gerais dos mercados financeiros.


Falta demonstrar que é "Fraude" e até agora isso não foi feito.

JAS
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por Rasputine1973 » 10/10/2005 14:19

Não tenho por habito escrever no forum, embora seja seu leitor assiduo, mas este tema merece um comentário.
Há um principio em economia que diz que há um "trade-off" entre a rentabilidade e o risco, ou seja, se eu quero aumentar a minha rentabilidade tenho de estar disposto a correr mais risco. E isto é assim para qualquer activo financeiro. Neste momento, a taxa de juro anda pelos 2%, por isso, tudo o que for acima desse valor vai implicar assumir mais risco. O facto de me estarem a vender selos, cromos ou bolas de bilhar não muda nada esta premissa. A galinha dos ovos de ouro é algo que não existe mas haverá sempre alguém disposto a procurá-la...
:wink:
Cumprimentos
Rasputine
 
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por Incognitus » 10/10/2005 13:53

Acima de tudo, ao não afastares estes 3 factos, é extremamente imoral defenderes o que pode ser uma fraude gigantesca que vai provocar perdas a centenas de milhar de pessoas.

E perdas mais graves do que um PIPS ou algo do género alguma vez fez, porque as pessoas confiam na credibilidade destas instituições, e como as taxas são baixas colocam lá a maior parte dos seu património líquido.
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por Incognitus » 10/10/2005 13:51

Os activos relevantes estão fora do balanço, pois teoricamente são dos clientes. São esses que estão comprovadamente sobrevaliados. Duvido que os presentes no balanço sejam relevantes, ou estejam sobreavaliados. Pelo que a Situação Líquida da empresa deve ser confiável.

Repara, para discutires isto, terias que sustentar que a Situação Líquida está SUBAVALIADA.

Ou seja, não afastaste nenhum daqueles 3 factos.

Não o tendo feito, como podes sustentar que NÃO se trata de uma fraude?
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Re

por JAS » 10/10/2005 13:47

Incognitus Escreveu:3) É UM FACTO que essas responsabilidades líquidas extra-balanço excedem a Situação Líquida da Fórum, e portanto a coisa está insolvente.

Este é muito difícil de discutir com quem não percebe nada de selos.
Eu não sei quais são os Activos que essa empresa tem nem sei a que preço estão avaliados em Balanço.
Toda a gente anda a falar apenas nas responsabilidades extra-balanço mas ninguém fala dos Activos que possam existir.
Eu dei-te o exemplo da compra de 50% de uma emissão (e podes querer que isso é real).
Se aparecer no Activo ao valor de compra eu diria que os Activos estão sobreavaliados.
Se aparecessem ao "valor médio dos catálogos com 30% de desconto" eu diria que poderia ser correcto mas que nenhum TOC aceitaria isso.
Pelas normas contabilísticas, não havendo cotação em bolsa, têm que os meter ao preço de aquisição.
Eles podem ter em Activos valores astronómicos se as vendes forem bem geridas sem inundar o mercado.

Incognitus Escreveu:Continuar a dizer "não percebes nada de selos", "não foi provado", etc, é surreal perante estes três factos. DISPUTAS algum destes factos?

Como vês discuto.
E discuto o principal...
Se me demonstrares que eles não têm Activos desse tipo, camuflados no Balanço, eu até acredito que possamos ter um problema nesse tal Forum Filatélico que eu só conheço de nome.

Mas ainda falta alguém demonstrar isso.
Até lá continuamos no blá-blá-blá mas não provaram nada.

JAS
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por Incognitus » 10/10/2005 13:26

Outra coisa, eu não disputo o facto de que os selos podem subir 15% ao ano, como não disputo o facto de que as acções podem subir 15% ao ano, como não disputo o facto de que a arte pode subir 15% ano ano.

Mas olha para os FACTOS à volta destes esquemas e esquece os selos por um instante (até porque os esquemas são várias vezes maiores que o mercado de selos). Se não se conseguir afastar aqueles 3 factos que indiquei no post anterior, estamos perante uma fraude clara, pelo que discutir qualquer outra coisa é supérfluo.
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por Incognitus » 10/10/2005 13:17

Quem acha que elas são "Fraude" que o demonstre.


MAS ISSO JÀ FOI DEMONSTRADO UMA SÉRIE DE VEZES:

1) É UM FACTO que a Fórum Filatélico avalia os selos bastante acima do mercado, existem listas da Fórum, catálogos independentes, organizações de consumidores e discussões de filatelistas a PROVAR este facto.

2) É UM FACTO que, portanto, os activos extra-balanço da Fórum estão sobreavaliados, e no entanto as responsabilidades extra-balanço mantêm o seu valor nominal.

3) É UM FACTO que essas responsabilidades líquidas extra-balanço excedem a Situação Líquida da Fórum, e portanto a coisa está insolvente.

Continuar a dizer "não percebes nada de selos", "não foi provado", etc, é surreal perante estes três factos. DISPUTAS algum destes factos?

(A Afinsa é substancialmente igual à Fórum, embora fontes filatélicas indiquem que a sobreavaliação que faz dos activos seja menor. No entanto, a conclusão é substancialmente a mesma)
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Re

por JAS » 10/10/2005 13:04

Finalmente fazes contas... Não para selos mas para cromos de basebol, mas OK, vamos então ver as tuas contas dos cromos.


Incognitus Escreveu:Digamos, cromos de baseball, que como tu sabes tb valorizam.

1) Eu passo a vender um produto de investimento nesses cromos. Compro no mercado 2 cromos a $100 cada.

2) Digo aos investidores que quem investir neste produto, ganhará 10% garantidos.

3) Alguém investe $200, eu atribuo-lhe 1 cromo, registo $100 de lucro na venda, e fico com a responsabilidade extra-balanço de lhe pagar 220, e com um activo extra balanço que avalio a 200. Sem qq outro custo, ficaria com uma situação líquida de $100. Porém, a coisa tem custos. Fico com uma situação líquida de $50..

Muito bem até aqui.
Temos a empresa a apresentar lucros de $50 com um volume de vendas de $200.
No Activo temos ZERO em cromos e $50 em cash.

Incognitus Escreveu:4) No ano seguinte alguem quer investir 220. Entrego-lhe 1 cromo avaliado em 220 (subiu, do ano anterior, para "garantir" a rendibilidade do primeiro investidor). Pago 220 ao primeiro investidor, ele reinveste. Registo 20 de custo do primeiro investidor, e 120 de lucro do segundo, 100 de lucro bruto, há custos, 50 de lucro líquido para adicionar à situação líquida que passa a 100..

A empresa volta a apresentar lucros, que neste ano diminuiram para metade, apesar das vendas terem passado para o dobro...
No Activo continuamos com ZERO em cromos e passamos a ter $100 em cash.

Incognitus Escreveu:5) No final destes 2 anos, temos activos extra balanço de 462 (2 selos reavaliados, 1 um ano, 1 dois anos, a 10% sobre o valor inicial de 200), responsabilidades extra balanço de 462, e situação líquida de 100.
Não parece haver problema. Mas há.

O primeiro problema que temos é religioso...
O presidente daquilo teria conseguido fazer um milagre.
Tinha transformado "cromos" em "selos"!!!

Incognitus Escreveu:Porque na realidade mesmo que os cromos se tenham reavaliado 10% ao ano, eles só valem 2*100*1.1^2 = 242

Ou seja, os activos extra-balanço valem 242 e não 462, mas as responsabilidades ainda valem 462, pelo que o saldo líquido de responsabilidades extra-balanço passou a ser de -220! Ora, a situação líquida é de apenas 100. Logo, o esquema está falido, falta apenas a crise de liquidez, que ocorre quando um dos investidores decidir levantar o dinheiro sem que exista um novo investidor.
É EXACTAMENTE ISTO que se está a passar ... só que com selos. Nota a sobrevalorização dos cromos, a relação responsabilidades extra-balanºo - situação líquida, etc.

Isso seria verdade, sem dúvida.
Mas o problema é que o negócio começou há muitos anos e ainda não faliu.
E começou sem qualquer sobreavaliação dos selos.

(o que não afasta a hipótese de, neste momento, estarem avaliados acima do valor real)


Incognitus Escreveu:Nota ainda que os cromos ATÉ se podem valorizar os 10% prometidos, que não altera o resultado final.

Aqui é que está o teu engano.
Se repetires as contas de acordo com a realidade (a empresa começou este negócio há muitos anos e com valores reais...) chegas à conclusão, quer queiras quer não, que os Activos e Responsabilidades extra-balanço se podem manter dentro dos limites da rentabilidade + custos.

Outra coisa que há que ter em conta é que essas empresas estiveram a acumular Selos que se valorizaram muito mais do que os 7% ao ano.
Eles chegam a comprar 50% de determinadas emissões.
Basta que os fechem num cofre sem venderem nenhum para que esses selos se tornem raros e apresentem valorizações astronómicas.
O problema põe-se quando os começarem a vender...
Na realidade nos catálogos( e em todos) apareceria necessariamente uma alta cotação que cairia abruptamente se fossem libertados todos de uma vez (o selo deixaria de ser raro).
O problema, que é difícil de explicar a estes contabilistas (seja os do FT ou o Incognitus...), é que estamos a falar de tiragens da ordem de apenas 300.000 exemplares.
Quando eles compram 150.000 ao valor facial (supunhamos 0,50€ para facilitar as contas) é normalissimo eles terem uma cotação do dobro assim que saiem de circulação e serem vendidos no mercado filatélico com um desconto de 30%.
É quase impossível um selo, com baixas tiragens e de valor facial 0,50€, não valer 0,70 no mercado filatélico assim que deixa de circular.
Portanto estamos a falar de uma rentabilidade de 35% que é muito superior aos 7% pagos.

Mas essa rentabilidade teórica, exactamente como nas acções, só dá lucros quando se vende...
A partir daí o que pode acontecer?
A empresa tem 150.000 selos que comprou por 0,50€/unid (e que até pode ter colocado nos investidores a 0,70€) e que só lhe darão lucro quando na realidade vender (o verdadeiro lucro destas empresas não está nos "empréstimos de selos que fazem aos investidores" mas sim na posse final dos selos).

O facto de, ao longo dos anos, irem pagando 7% aos investidores só tem problema se não conseguirem fazer subir a cotação desse valor ou desse valor mais 1 ou 2% de custos fixos.
Suponhamos, para facilitar as contas, que eles precisam de assegurar uma rentabilidade de 10%/ano.

Se estamos a falar do mercado português podemos pensar que temos cerca de 30.000 coleccionadores e que 20.000 foram directamente abastecidos directamente correios.
Eles são coleecionadores e isso significa que esses selos nunca voltarão a estar do lado da Oferta ou só o estarão em casos muito especiais (venda pelos herdeiros, etc, etc).

Os outros 10.000 coleccionadores, ou seja os "distraídos" terão que se ir abastecer ao mercado filatélico e podemos admitir que essas empresas até poderiam colocar de imediato essa quantidade à venda.
Só que, detendo um perfeito controle dessas séries, não o irão fazer pelo que essas séries irão manter uma certa raridade nos anos seguintes.

Isso continuará a provocar a subida das cotações muito acima do normal...

O mundo do coleccionismo está em expansão e todos os dias surgem novos coleccionadores.
Se, no nosso mercado, admitirmos uma modesta taxa de crescimento de 5%, o seu número aumentaria de 1500/ano.
(relativamente ao mercado de um país os colecionadores situam-se em todo o Mundo embora sejam predominantemente do próprio país)
Um coleccionador colecciona em geral todos os selos de um país pelo que esse selo "falta" na sua colecção e terá que o ir comprar.

De acordo com as leis da Oferta e da Procura podemos perfeitamente admitir que bastaria a empresa libertar apenas 1400 selos/anos para que a sua cotação continuasse a subir muito mais do que o normal.
Estaríamos a falar de rentabilidades de 40 ou 50% e não de 7%...
Só que 150.000 selos a dividir por 1.400/ano só permitiria realizar os lucros ao fim de mais de 10 anos...

É muito plausível que a empresa despache os selos para outros grossistas ao fim de um determinado período de tempo e com elevado lucro.
Tal e qualmente como nas small caps quem se lixa não é quem controla o negócio mas quem fica com eles no fim.


Ainda há aqui um ponto que interessa discutir pois trata-se de coleccionismo.
Destruir Activos não é aplicavel à Bolsa mas pode ser utilizavel no mercado filatélico...

Obteremos uma maior rentabilidade destruindo, por exemplo, 140.000 selos e ficando com 10.000 ou é preferível manter os 150.000.
No primeiro caso poderemos pensar que, em termos filatélicos, esse selo pode vir a valer, em poucos anos, 20 ou mais euros o que daria uma rentabilidade de 40X.
No segundo caso podemos pensar que só será realista pensar em 2 ou 3 euros ao fim de 10 anos...
Há que fazer bem as contas e é difícil aos "contabilistas" perceber todos os mecanismos deste negócio.

Julgo que a resposta, para quem controla o mercado, é a de que se mantêm em carteira os 150.000.
Desde que se dê a ideia de que só existem os 10.000 e que os outros fiquem "esquecidos" num cofre...
O negócio é chorudo mesmo que se considerem que os 140.000 guardados no cofre valem zero.


incognitus Escreveu:Não defendas esta fraude que vai roubar tanta gente inocente

Eu tenho falado essencialmente do negócio dos selos.
Continuo a dizer que não estou interessado em discutir especificamente a empresa A ou a empresa B.

Quem acha que elas são "Fraude" que o demonstre.
Mas é conveniente perceberem alguma coisa do negócio antes de discutirem e tirarem tantas conclusões...
Até agora temos apenas "presunção" e, além de dor de cotovelo, ainda não vimos nada de concreto.

Eu fico à espera muito calmamente.
Porque nunca tive lá dinheiro investido nem recomendei a ninguém que nelas investisse.
(apenas porque estávamos em Bull Market e achei que o investimento em Fundos de Acções seria mais rentavel para esse tipo de investidores)

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por Presa36 » 10/10/2005 11:35

Eu até gostaria de comprar na Gibbons selos de Portugal, D. Maria, os 1ºs Blocos,cartas com os 1ºs carimbos, e outras coisas mais raras. Mas como disse, são raras de mais para estarem nesses sites.

No entanto, se for á Afinsa, encontro lá quase tudo.

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por Incognitus » 10/10/2005 9:01

Mobius, porque as pessoas não lhes compram selos, as pessoas fazem uma aplicação com taxa garantida e é isso que elas compram, não os selos. Os selos, são uma desculpa para aquilo não ser regulado como uma entidade financeira que é.
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por Mobius » 10/10/2005 8:58

Só uma questão: porque que é que alguém haveria de comprar selos da Afinsa e do Forum Filatelico se os pode comprar na Gibbons a um custo muito mais baixo?
 
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por Incognitus » 10/10/2005 8:17

Não te contradigas...
Tão depressa dizes que os selos estão sobreavaliados em 10X (o que dá uma tentabilidade negativa para a empresa de -63% em cada operação) como dizes que a taxa é baixa o que lhe permite uma certa possibilidade de solvência.


AINDA não percebeste, e pelos vistos também ainda não leste o meu artigo. Repito:
1) A taxa é baixa em termos absolutos (7%), e o produto resulta num financiamento sintético, pelo que seria concebível que as empresas em questão fossem viáveis. Não porque investissem em selos, mas porque poderiam utilizar o financiamento sintético para investir em algo que batesse a taxa garantida.
2) Já vimos, através dos números do FT, que isso não aconteceu, ambas as empresas mostram ser inviáveis com responsabilidades muito superiores à situação líquida + activos extra-balanço.
3) O caso dos 10X aplica-se mais à Fórum do que à Afinsa. No entanto, os filatelistas que vi dizem que que a Afinsa tb sobrevaloriza os selos (em menor escala).

Eu já te demonstrei que é impossível lançar no balanço prejuízos da ordem dos 63% em cada operação...

Mesmo que os antigos investidores renovassem os contratos os que caducavam teriam esses resultados desastrosos lsnçados no Balanço.

E a empresa já teria falido mesmo com um sistema piramidal de novos investidores.


Não mostraste nada. Nem uma nem outra lançam prejuízos, porque os selos só são comprados uma vez e introduzidos no esquema sobrevalorizados. A partir daí ficam fora do balanço e só seriam um problema se o número de investidores caisse. Ou seja, como em qualquer pirâmide o problema só se coloca nesse ponto.



Em termos filatélicos acho que o "monopólio" ou "controle" que estas empresas conseguiram fizeram subir os seus próprios lucros e farão subir a cotação de alguns selos.
Isso já me interessa.


Sem dúvida que fizeram. Mas lembra-te de uma coisa, fizeram porque eles compram em termos líquidos. Agora, não existe mercado para eles venderem nem eles nunca vendem, não vês o problema?



Difícil de explicar estas coisas a quem não percebe nada de selos...


Porra JAS, estás a defender uma fraude gigante e a "dar-lhe" com a de não perceber nada de selos. Os selos são IRRELEVANTES. Não existe mercado ao preço a que eles os avaliam e eles NÂO vendem selos. Isto é um negócio financeiro que as contas indicam estar falido, e faliu porque era um Esquema de Ponzi.

Não compreendes? NÃO EXISTE UM MERCADO QUE SUPORTE AS VALORIZAÇÕES QUE A FÓRUM FILATÉLICO, E PRESUMIVELMENTE A AFINSA, ATRIBUEM AS SELOS E QUE SÂO A BASE DA REAVALIAÇÃO DOS INVESTIDORES.

Deixa-me dar-te um exemplo.

Digamos, cromos de baseball, que como tu sabes tb valorizam.

1) Eu passo a vender um produto de investimento nesses cromos. Compro no mercado 2 cromos a $100 cada.

2) Digo aos investidores que quem investir neste produto, ganhará 10% garantidos.

3) Alguém investe $200, eu atribuo-lhe 1 cromo, registo $100 de lucro na venda, e fico com a responsabilidade extra-balanço de lhe pagar 220, e com um activo extra balanço que avalio a 200. Sem qq outro custo, ficaria com uma situação líquida de $100. Porém, a coisa tem custos. Fico com uma situação líquida de $50.

4) No ano seguinte alguem quer investir 220. Entrego-lhe 1 cromo avaliado em 220 (subiu, do ano anterior, para "garantir" a rendibilidade do primeiro investidor). Pago 220 ao primeiro investidor, ele reinveste. Registo 20 de custo do primeiro investidor, e 120 de lucro do segundo, 100 de lucro bruto, há custos, 50 de lucro líquido para adicionar à situação líquida que passa a 100.

5) No final destes 2 anos, temos activos extra balanço de 462 (2 selos reavaliados, 1 um ano, 1 dois anos, a 10% sobre o valor inicial de 200), responsabilidades extra balanço de 462, e situação líquida de 100.

Não parece haver problema. Mas há.

Porque na realidade mesmo que os cromos se tenham reavaliado 10% ao ano, eles só valem 2*100*1.1^2 = 242

Ou seja, os activos extra-balanço valem 242 e não 462, mas as responsabilidades ainda valem 462, pelo que o saldo líquido de responsabilidades extra-balanço passou a ser de -220! Ora, a situação líquida é de apenas 100. Logo, o esquema está falido, falta apenas a crise de liquidez, que ocorre quando um dos investidores decidir levantar o dinheiro sem que exista um novo investidor.

É EXACTAMENTE ISTO que se está a passar ... só que com selos. Nota a sobrevalorização dos cromos, a relação responsabilidades extra-balanºo - situação líquida, etc. Nota ainda que os cromos ATÉ se podem valorizar os 10% prometidos, que não altera o resultado final.

Porque é que isto acontece? Porque o dinheiro entregue pelos investidores no início foi um financiamento sintético, sobre o qual foram pagos custos como se fosse lucro integral, como se fosse uma VENDA que não é. E porque esse financiamento sintético teria depois que ser aplicado acima da taxa de rendibilidade prometida.

É aqui que reside a dúvida da solvabilidade destes esquemas: as empresas podem aplicar os financiamentos sintéticos e "terem a sorte" (assumindo risco) de baterem o que prometem. Mas os números do FT indicam que isso NÃO ACONTECEU.

Percebes agora o que se está a passar? Não defendas esta fraude que vai roubar tanta gente inocente.
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