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Caldeirão da Bolsa

TC declara cortes dos subsídios inconstitucionais

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Hramos3 » 17/7/2012 16:49

tavaverquenao2 Escreveu:O controlardor poderia ser qualquer um, desde que completamente independente.


Tem funcionado muito bem em Portugal, esses reguladores independentes... Da ERC ao BdP, passando pelo TC, não estou a ver um único que tenha feito um trabalho capaz.

"legalizar" seguindo o modelo holandês relativamente às drogas leves


E a prostituição, pá? Só nestas duas medidas está matéria suficiente para por este país a crescer >5% ao ano.
 
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por tava3 » 17/7/2012 16:00

O controlardor poderia ser qualquer um, desde que completamente independente.
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por canteiro » 17/7/2012 15:52

richardj Escreveu:a única maneira que vejo para ganharmos tempo e nao irmos directamente à parede em 2014, é abrir o mercado da divida publica a investidores particulares, tal como fez a Itália e o japão. Isto não resolve coisa nenhuma, apenas vai poder suster as taxas de juros durante uns tempos... e é preciso que o privado tenha dinheiro, o que notoriamente nao tem. mesmo assim, pode impedir que as taxas voem para cima dos 8 9 10 % ...



Sabes qual é o problema disto, ou pelo menos parte dele? Se houver uma retenção dos subsídios dos funcionários públicos e estes forem convertidos em obrigações com vencimento para daqui a alguns anos, alguém vem dizer que não é corte na despesa, mas sim aumento da receita, logo afecta o deficit. E eu pergunto: é verdade sim senhor, e qual é o problema?
Não resolve alguns dos problemas? Resolve! Não se trata meramente de uma questão contabilística? Trata!
Levanta alguma polémica no meio? Levanta! Mas existe pelo menos a consolação de as pessoas não sentirem que lhes foram amputados rendimentos.
Sou da opinião que devia ser generalizado este instrumento, e a sua remuneração indexada à performance da recuperação da dívida.
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por migluso » 17/7/2012 15:51

tavaverquenao2 Escreveu:Eu também defendo a iniciativa privada, eu próprio trabalho por conta própria, mas, se não queremos a anarquia nos mercados, quem os vai controlar? O estado? Uma entidade independente? Nos tempos que correm, independente de quê ou de quem?


Tanta fé que se deposita no "controlador".

Será pela sua bondade ou pela sua capacidade supranatural de compreensão da realidade?
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por richardj » 17/7/2012 15:49

no limite se é preciso alguma imaginação para salvar o pais ficam algumas sugestões.

"legalizar" seguindo o modelo holandês relativamente às drogas leves. Não compreendo bem o sistema, mas passa por lojas estatais certificadas, em que algumas drogas leves podem ser vendidas ate determinadas quantidades por dia aos clientes. Isto funcionaria como uma fonte de receita para o estado, e o dinheiro poderia vir sobretudo de fora através dos turistas.

olhando para os ministérios, o SNS e o SS são os que mais pesam pelo que no limite:

por mim teríamos que adaptar um SS seguindo o modelo suiço, em que o nível de descontos é mais baixo e as reformas máximas também são mais baixa. Como esse processo para ser adaptado demora tempo e problemas de cash flow a solução passaria por uma reforma mais baixa e uma indemnização a pagar a 5 anos. ( ex 100 mil euros de indemnização, 20 mil durante 5 anos), para tentar mitigar os problemas de cash flow

para o SNS não tenho ideia eh, mas a mim custa-me a aceitar a possibilidade em massa de uma pessoa morrer porque não tem dinheiro para os medicamentos ou a estadia no hospital, isto é uma morte devido a questões financeiras e não devido a problemas da doença ...
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por migluso » 17/7/2012 15:47

altrio Escreveu:
Elias Escreveu:Podes eleger o Conselho de Administração. Não votas em cada decisão, bem como numa empresa também não.



Os accionistas votam os aumentos de capital.

Qualquer aumento de impostos que não estivesse previsto no programa eleitoral devia ser considerado ilegal, pois trata-se de um roubo.

EDIT - corrigir as quotes... estava a por palavras nos dedos do Elias... sempre ele...ehehe
Editado pela última vez por migluso em 17/7/2012 15:52, num total de 1 vez.
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por Elias » 17/7/2012 15:44

canteiro Escreveu:Falas do facto da Alemanha não ter de sustentar os vícios dos outros, mas agora pergunto eu: é motivo para a Alemanha obter neste momento financiamento a custo zero? A própria França, país de onde sou natural e que conheço bem, também chegou a esse ponto! Estes países devem ser beneficiados em detrimento da miséria dos outros? Acho que este é raum equilíbrio desiquilibrado. Just my two cents


Claro que podemos sempre decretar que o BCE empresta o dinheiro que for preciso a todos os estados membros a custo zero 'no matter what'.

A factura pode não ser imediata, mas ela aparecerá...

altrio Escreveu:Podes eleger o Conselho de Administração. Não votas em cada decisão, bem como numa empresa também não.


Mas numa empresa há assmbleias gerais para aprovar as contas e para decidir as grandes questões estratégicas. Aqui não há nada disso.
 
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por tava3 » 17/7/2012 15:37

Eu também defendo a iniciativa privada, eu próprio trabalho por conta própria, mas, se não queremos a anarquia nos mercados, quem os vai controlar? O estado? Uma entidade independente? Nos tempos que correm, independente de quê ou de quem?
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por richardj » 17/7/2012 15:30

a única maneira que vejo para ganharmos tempo e nao irmos directamente à parede em 2014, é abrir o mercado da divida publica a investidores particulares, tal como fez a Itália e o japão. Isto não resolve coisa nenhuma, apenas vai poder suster as taxas de juros durante uns tempos... e é preciso que o privado tenha dinheiro, o que notoriamente nao tem. mesmo assim, pode impedir que as taxas voem para cima dos 8 9 10 % ...

quanto ao resto, tou com o elias, temos estado assim porque tem havido sempre quem nos empresta-se. basta dizer que o ultimo orçamento sem défice data de 1972. 40 anos meus amigos...

sugestão, tentar fazer um orçamento zero, isto é partido da premissa de que temos que distribuir o orçamento com o dinheiro que temos, como seria feita essa distribuição. talvez isso ajude a clarificar onde ainda é possível mexer. claro que é fácil dizer e difícil dizer, ate porque existem variais que não dependem de nos como os custos dos combustíveis, evasão fiscal etc..
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por altrio » 17/7/2012 15:28

Elias Escreveu:
altrio Escreveu:E os accionistas (neste caso, os cidadãos portugueses) não têm nada a ver com o assunto?


A diferença é que no caso de uma empresa tu podes optar por ser accionista ou por vender a tua posição. Ou seja, és livre de decidir a relação que queres ter com aquela empresa.

Tu também podes decidir a relação que queres ter com Portugal. Muitos já optaram por não ter nenhuma.

Elias Escreveu:No caso do Estado não decides nada. És accionista à força e nem sequer tens poder de decisão, porque assembleia de accionistas é coisa que aqui não existe. Na prática não tenho voto na matéria.


Podes eleger o Conselho de Administração. Não votas em cada decisão, bem como numa empresa também não.
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por canteiro » 17/7/2012 15:24

Elias Escreveu:
canteiro Escreveu:Não se culpam os trabalhadores mas são eles que têm de pagar a factura.


Quando uma empresa está em dificuldades, quem é que é afectado? Naturalmente aqueles que estão ligados à empresa, incluindo os seus trabalhadores. Às vezes é preciso despedir (a nossa lei não permite reduzir salários no privado), é chato mas é a realidade. O que não faz sentido é serem outros, que nada têm a ver com a empresa, a pagar pelas dificuldades em que a empresa se meteu.

canteiro Escreveu:Uns a pagar taxas usurárias, outros com dinheiro de borla. Esta questão é política ou económica? Tenho as minhas dúvidas.


Não sei o que entendes por taxas usurárias, mas Portugal pede dinheiro emprestado porque quer, não é verdade?

Eu às vezes rio-me quando as pessoas dizem "o estado está falido" ou "o estado não tem dinheiro". Claro que tem. O problema é que quer gastar mais do que tem. E isto é o que muitos se recusam a aceitar. Acham sempre que devem ser os outros a pagar isto tudo. E acham que o BCE, a Alemanha, os 'mercados' têm obrigação moral de emprestar dinheiro a taxas baixas de modo a que continue a haver dinheiro barato para alimentar esta loucura.


Sabes qual é o mal Elias? É pensarmos que independentemente de tudo, nada está acima dos "mercados".
Eu não alinho à esquerda, não sou a favor de um Estado intervencionista, sou investidor e sou a favor da livre iniciativa. Acredita em mim, apesar de não me conheceres, sou a última pessoa a pensar que os vícios de uns devem ser pagos pelos outros, longe disso.
O que me assusta é aquilo que se passa neste momento. Assusta-me que haja quem tem de contar os trocos para dar de comer aos filhos, podendo ainda ser menos culpado do que tu ou eu. Assusta-me os curricula de quem nos governa, nas mãos dos quais colocamos o futuro da nossa nação. Assusta-me esta forma perversa que os "mercados" têm encontrado para se ajustar. Falas do facto da Alemanha não ter de sustentar os vícios dos outros, mas agora pergunto eu: é motivo para a Alemanha obter neste momento financiamento a custo zero? A própria França, país de onde sou natural e que conheço bem, também chegou a esse ponto! Estes países devem ser beneficiados em detrimento da miséria dos outros? Acho que este é um equilíbrio desiquilibrado. Just my two cents
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por Elias » 17/7/2012 15:23

altrio Escreveu:E os accionistas (neste caso, os cidadãos portugueses) não têm nada a ver com o assunto?


A diferença é que no caso de uma empresa tu podes optar por ser accionista ou por vender a tua posição. Ou seja, és livre de decidir a relação que queres ter com aquela empresa.

No caso do Estado não decides nada. És accionista à força e nem sequer tens poder de decisão, porque assembleia de accionistas é coisa que aqui não existe. Na prática não tenho voto na matéria.
 
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por artista_ » 17/7/2012 15:16

JMHP Escreveu:
artista Escreveu:No seguimento do que escreveste (e eu próprio), se ainda há cortes a fazer e se o estado já gasta com os seus trabalhadores, em média, menos do que os países da UE, isso quererá dizer que já estará a cortar de mais em alguns serviços para manter outros menos necessários! Como tenho defendido, na saúde e educação, o estado já cortou mais do que devia, e fez isso ao mesmo tempo que mantém tachos e outras regalias para muitos... e é engraçado que a primeira coisa que passa pela cabeça do PPC, quando lhe perguntam como recuperará o dinheiro dos subsídios em 2013, são mais cortes da saúde e educação! :roll: :shock:


Como é que sabes que o governo já cortou demasiado na saúde e educação?!

Curioso a conversa que estive recentemente com uma amiga médica quando me disse que apesar dos cortes e da austeridade ainda existe muito desperdício e lobbies na saúde para eliminar.

Mas interessante foi o final da nossa conversa:

Ela - .... No final quem perde são as pessoas que vão perder qualidade nos serviços.

Eu - Mas porque poderás ganhar menos, isso implica uma diminuição da qualidade e capacidade do teu trabalho?!

Ela - Não, não mas... É complicado viver nesta austeridade. :roll:

Por fim, convém recordar que o défice do sector da saúde atingiu a impressionante quantia de 170 milhões de Euros somente no 1º trimestre... A este ritmo teremos mais um buraco entre muitos outros para "tapar".


Em relação à saúde conheço bastante pior a situação, por isso não quero estar a discutir muito a situação. Parece-me que já há relatos de muitas situações preocupantes, o meu comentário referia-se a isso apenas...

Em relação à educação conheço bastante bem a situação. Pode haver algumas situações onde poupar mas há muitas onde se chegou longe de mais por causa das poupanças.

:arrow: Em dois anos o número de alunos por turma permitido passou de 26 para 30. Como termo de comparação, na Finlândia (um país tantas vezes citado por alguém aqui no forum :) ) o número máximo de alunos por turma é de 24... acho que nem vale a pena explicar em que é que isto prejudica as aprendizagens!
:arrow: O número de professores nas escolas diminuiu muito nos últimos anos, no próximo ano ficaremos certamente com números bem abaixo da média... isto acontece na mesma altura em que se aumentou a idade escolar para os 18 anos!! :roll: :shock: (deve ser pelo milagre da multiplicação dos pães!)
:arrow: Em dois anos acabou o Estudo acompanhado, a Área de Projeto e a formação Cívica... mas eles continuam a dizer que "estão a criar condições para a melhoria das aprendizagens"! :roll: ... eu até concordo com alguma diminuição/reorganização curricular, mas esta razia... enfim!
:arrow: O número de tempos letivos dos professores aumentará no próximo ano letivo... também deve ser para aumentar a qualidade!! :mrgreen: Um dia destes ainda chegam às 40 horas letivas, partindo do princípio que os professores fazem todo o restante trabalho antes de se deitarem e ao fim-de-semana! :shock: :roll: Obviamente que o desgaste dos professores será maior, a sua capacidade tenderá a diminuir...
:arrow: Algumas disciplinas eram leccionadas em par pedagógico, ou por turnos, deixam de o ser... também deve ser para aumentar a qualidade das aprendizagens! :roll:

E podia-te referir ainda mais alguns aspetos que vão longe de mais, mas agora não tenho tempo, a praia espera por mim! :wink:
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por altrio » 17/7/2012 15:10

Elias Escreveu:Quando uma empresa está em dificuldades, quem é que é afectado? Naturalmente aqueles que estão ligados à empresa, incluindo os seus trabalhadores. Às vezes é preciso despedir (a nossa lei não permite reduzir salários no privado), é chato mas é a realidade. O que não faz sentido é serem outros, que nada têm a ver com a empresa, a pagar pelas dificuldades em que a empresa se meteu.


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por Elias » 17/7/2012 15:07

canteiro Escreveu:Não se culpam os trabalhadores mas são eles que têm de pagar a factura.


Quando uma empresa está em dificuldades, quem é que é afectado? Naturalmente aqueles que estão ligados à empresa, incluindo os seus trabalhadores. Às vezes é preciso despedir (a nossa lei não permite reduzir salários no privado), é chato mas é a realidade. O que não faz sentido é serem outros, que nada têm a ver com a empresa, a pagar pelas dificuldades em que a empresa se meteu.

canteiro Escreveu:Uns a pagar taxas usurárias, outros com dinheiro de borla. Esta questão é política ou económica? Tenho as minhas dúvidas.


Não sei o que entendes por taxas usurárias, mas Portugal pede dinheiro emprestado porque quer, não é verdade?

Eu às vezes rio-me quando as pessoas dizem "o estado está falido" ou "o estado não tem dinheiro". Claro que tem. O problema é que quer gastar mais do que tem. E isto é o que muitos se recusam a aceitar. Acham sempre que devem ser os outros a pagar isto tudo. E acham que o BCE, a Alemanha, os 'mercados' têm obrigação moral de emprestar dinheiro a taxas baixas de modo a que continue a haver dinheiro barato para alimentar esta loucura.
 
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por tava3 » 17/7/2012 14:57

Epa, não podes dizer que são usurárias ou agiotas, eles estão a ajudar-nos, não te esqueças. :wink:
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por canteiro » 17/7/2012 14:51

Elias Escreveu:
Não se trata de culpar os trabalhadores.



Não se culpam os trabalhadores mas são eles que têm de pagar a factura.

Elias Escreveu:
E já agora: quem são os "verdadeiros culpados"?



Imaginava que fosses perguntar isso. A pergunta é fácil, a resposta é mais complexa. Os culpados podem ser encontrados transversalmente em toda a sociedade. Francamente este é um assunto mais que debatido, não me queria alongar muito. Vou só apontar um dos culpados, a meu ver tem sido a falta de tomates dos nosso governantes, não só os nacionais como os europeus. Gostam muito de conversa mas execução, népias. Acabei de ver no Negócios uma notícia do nosso ilustrissimo conterrâneo que prova isso
"São precisas mais medidas que promovam reduções salariais" http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=568591
É a hipocrisia destes "tipos" todos, como diz o nosso D. Januário Torgal que me assusta. São estes "tipos" que nos governam.


Elias Escreveu:
E tens alguma sugestão quanto a formas alternativas de lidar com a contabilidade, isto é, de organizar as contas do Estado?


A contabilidade limita-se a reconhecer os processos de uma actividade. No caso das contas do Estado passa-se a mesma coisa. A génese continua a mesma, despesa não essencial, despesa ilegítima, despesa que só serve os interesses de alguns. Concordo com a mensagem anterior do MarcoAntonio. Resolvendo estes problemas resolvemos os problemas do Estado e a respectiva contabilidade.

Também vi esta notícia http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=568579
Agora pergunto eu, quais as consequências que estes fluxos provocam na estabilidade das nações. Uns a pagar taxas usurárias, outros com dinheiro de borla. Esta questão é política ou económica? Tenho as minhas dúvidas.
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por pocoyo » 17/7/2012 14:34

Não é possível cortar salários e pensões mensalmente na proporção do corte dos subsídios.

Por exemplo quem ganha 1100€/mês, fica sem os subsídios, logo o corte foi de 14,28% no vencimento/pensão.

Não é possível, cortar a retribuição mensal em 14,28%, para este caso.
Claro que se ganhasse 700€ a percentagem de corte era inferior porque o corte dos subsidios também são inferiores.

Eu acho que se o corte dos 5% não foram inconstitucionais, não me parece que uma solução destas fosse.

PS. Isto claro com caracter temporal. :mrgreen:
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por JMHP » 17/7/2012 14:30

MarcoAntonio Escreveu:Parece-me certo que pelo menos um dos cortes vai ocorrer (o que chuta esta despesa para os 18 mil milhões ou por aí). O restante é perfeitamente alcançável através de outros cortes na muita despesa que ainda sobre (mais de 60 mil milhões) mesmo admitindo que numa parte dela praticamente não se consegue mexer ou não se tem controlo sobre ela (como os juros).

Onde se pode cortar?

Vou repetir-me mas aqui vão algumas ideias:

> continua em falta um corte previsto no memorandum sobre os pensionistas identico ao que já foi feito aos trabalhadores do estado no activo. Aqui, o que há para já é uma desigualdade (cortou-se aos que trabalham mas não se cortou aos que já foram para casa) e repor esta medida do memorandum não contraria nem troika em constituição nem coisa nenhuma. O Governo só não repõe porque deliberadamente a "deixou cair". São umas centenas de milhões que não só se podem ir buscar como devem ser buscados. Claro, não dá "jeito" pois juízes, militares de altas patentes, políticos, etc com as suas pensões altas são os que mais "levam" com a medida além de que é perfeitamente sabido que é das faixa etárias que mais pesa no eleitorado - por cada jovem que vota, votam dois idosos) razão porque o estado se borrifa para os 30 e tal % de jovens (os quais pouco votam) mas não corta nas pensões altas de quem tem mais de 60 anos. Entendem agora porque é que a medida que não choca com a constituição e que estava no memorandum continua a não ser executada?

> há depois as PPPs que continuam com uma "renegociação" que não tem maneira de ver a luz do dia, outra parcela da despesa onde se podem ir buscar outras centenas de milhões (numa despesa bruta de cerca de 2 mil milhões até fica mal se o Estado não vai buscar uns 200 milhões pelo menos, distribuindo o esforço e sacrifício por todas as parcelas da despesa onde isso é possível) mas aqui também se percebe o "incoveniente", nomeadamente pela elevada taxa de "conluio" entre o poder político e as empresas que fazem estas parcerias do estado (que com alguma frequência recebem depois os políticos de carreira para o topo das suas hierarquias... vulgo "tachos");

> há ainda a parcela da despesa que vai parar às estruturas políticas locais (como autarquias e camaras) as quais podem e devem ser reduzidas em nome da diminuição da estrutura do estado - pois, não é só mandar professores para casa - e da sua optimização. Bem ainda como até redução das subvenções para os partidos políticos. Esta outra parcela que é "inconveniente" e aqui diria que é inconveniente por definição;

> há ainda poupança a fazer nas prestações sociais (aparentemente é destas todas aquela parcela onde o Estado parece querer fazer alguma coisa) apertando o cerco à fraude e benefício de prestações injustas a quem não precisa ou que as obtém porque mente sobre os seus verdadeiros rendimentos ou simplesmente porque quer apenas beneficiar sem dar nada em troca à sociedade que lhes assegura tais prestações. Bem como cortes em dinheiro que o Estado investe no sector privado (subsídios às actividades privadas, etc).


Tudo somado, dá para ir buscar a isto tudo mil milhões ou mais, contrabalançando um dos subsídios e distribuindo o corte da despesa por outros cortes na despesa. Mais alguma coisa que faltasse, poder-se-ia então ir buscar ao sector privado - tipo cobrando imposto de meio subsidio (em dois) em lugar do um subsídio que já se ameaça suceder - ou coisa do género mas só depois de ter feito isto tudo e no estritamente necessário.

Respeitar o TC (distribuição do esforço) e a "troika" (corte em mais despesa do que na obtenção de receita) é alcançável na minha opinião. Não dá é tanto jeito como cortar forte e feio nos salários dos trabalhadores...


Da forma como a divida continua a crescer, a vivermos continuamente com défices e sem crescimento económico.... Tudo isso não chega, é simplesmente insuficiente.

Com todos os esforços actuais cumprir este ano 4,5% de défice parece quase impossível, para o ano 3% será impossível concerteza, mas défice ZERO em 2014 nunca com o andamento das reformas estruturais.

Em 2014, Portugal será bastante diferente do actual. Resta saber de que forma, para melhor ou para muito pior (sem Euro). Apesar de dependermos bastante dos acontecimentos externos, seremos nós a traçar o nosso destino, mas com esta lentidão e resistência parece-me que não vamos nunca ver a luz ao fundo do túnel.
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por Elias » 17/7/2012 14:15

canteiro Escreveu:A percepção que tenho é que a imagem transmitida é que uns trabalhadores são mais culpados que outros, e os verdadeiros culpados assobiam para o lado.


Não se trata de culpar os trabalhadores.

E já agora: quem são os "verdadeiros culpados"?

canteiro Escreveu:No essencial a sociedade só ficará prejudicada enquanto a imagem se limitar à classificação de um fluxo em receita ou despesa.


E tens alguma sugestão quanto a formas alternativas de lidar com a contabilidade, isto é, de organizar as contas do Estado?
 
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por L.S.S » 17/7/2012 14:02

MarcoAntonio Escreveu:Parece-me certo que pelo menos um dos cortes vai ocorrer (o que chuta esta despesa para os 18 mil milhões ou por aí). O restante é perfeitamente alcançável através de outros cortes na muita despesa que ainda sobre (mais de 60 mil milhões) mesmo admitindo que numa parte dela praticamente não se consegue mexer ou não se tem controlo sobre ela (como os juros).

Onde se pode cortar?

Vou repetir-me mas aqui vão algumas ideias:

> continua em falta um corte previsto no memorandum sobre os pensionistas identico ao que já foi feito aos trabalhadores do estado no activo. Aqui, o que há para já é uma desigualdade (cortou-se aos que trabalham mas não se cortou aos que já foram para casa) e repor esta medida do memorandum não contraria nem troika em constituição nem coisa nenhuma. O Governo só não repõe porque deliberadamente a "deixou cair". São umas centenas de milhões que não só se podem ir buscar como devem ser buscados. Claro, não dá "jeito" pois juízes, militares de altas patentes, políticos, etc com as suas pensões altas são os que mais "levam" com a medida além de que é perfeitamente sabido que é das faixa etárias que mais pesa no eleitorado - por cada jovem que vota, votam dois idosos) razão porque o estado se borrifa para os 30 e tal % de jovens (os quais pouco votam) mas não corta nas pensões altas de quem tem mais de 60 anos. Entendem agora porque é que a medida que não choca com a constituição e que estava no memorandum continua a não ser executada?

> há depois as PPPs que continuam com uma "renegociação" que não tem maneira de ver a luz do dia, outra parcela da despesa onde se podem ir buscar outras centenas de milhões (numa despesa bruta de cerca de 2 mil milhões até fica mal se o Estado não vai buscar uns 200 milhões pelo menos, distribuindo o esforço e sacrifício por todas as parcelas da despesa onde isso é possível) mas aqui também se percebe o "incoveniente", nomeadamente pela elevada taxa de "conluio" entre o poder político e as empresas que fazem estas parcerias do estado (que com alguma frequência recebem depois os políticos de carreira para o topo das suas hierarquias... vulgo "tachos");

> há ainda a parcela da despesa que vai parar às estruturas políticas locais (como autarquias e camaras) as quais podem e devem ser reduzidas em nome da diminuição da estrutura do estado - pois, não é só mandar professores para casa - e da sua optimização. Bem ainda como até redução das subvenções para os partidos políticos. Esta outra parcela que é "inconveniente" e aqui diria que é inconveniente por definição;

> há ainda poupança a fazer nas prestações sociais (aparentemente é destas todas aquela parcela onde o Estado parece querer fazer alguma coisa) apertando o cerco à fraude e benefício de prestações injustas a quem não precisa ou que as obtém porque mente sobre os seus verdadeiros rendimentos ou simplesmente porque quer apenas beneficiar sem dar nada em troca à sociedade que lhes assegura tais prestações. Bem como cortes em dinheiro que o Estado investe no sector privado (subsídios às actividades privadas, etc).


Tudo somado, dá para ir buscar a isto tudo mil milhões ou mais, contrabalançando um dos subsídios e distribuindo o corte da despesa por outros cortes na despesa. Mais alguma coisa que faltasse, poder-se-ia então ir buscar ao sector privado - tipo cobrando imposto de meio subsidio (em dois) em lugar do um subsídio que já se ameaça suceder - ou coisa do género mas só depois de ter feito isto tudo e no estritamente necessário.

Respeitar o TC (distribuição do esforço) e a "troika" (corte em mais despesa do que na obtenção de receita) é alcançável na minha opinião. Não dá é tanto jeito como cortar forte e feio nos salários dos trabalhadores...






Corroboro, sem dúvida...

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por canteiro » 17/7/2012 13:55

Elias Escreveu:
canteiro Escreveu:Queres mesmo resposta a isso Elias?


Gostava de saber o que pensas.


Obrigado.
O que eu penso felizmente é muito simples.
É claro que o confisco dos subsídios é uma redução dos gastos, logo com reflexos na despesa pública.
Isto é uma visão meramente contabilística, que não tem a respectiva contrapartida naqueles que ficaram lesados.
A percepção que tenho é que a imagem transmitida é que uns trabalhadores são mais culpados que outros, e os verdadeiros culpados assobiam para o lado.
No essencial a sociedade só ficará prejudicada enquanto a imagem se limitar à classificação de um fluxo em receita ou despesa. Cada um de nós pode fazê-lo efectivamente, mas entretanto existem valores perdidos que podem ter demasiado impacto na sociedade.
Quando tenho dificuldade em manter uma visão, julgo eu, imparcial das coisas, tento colocar-me no lugar dos outros e ver com os seus olhos. Às vezes resulta e tudo fica mais claro. Neste caso (confisco dos subsídios) remeto para o provérbio que já citei.
Um abraço
"Na mesma lagoa em que um cavalo mata a sede o outro morre afogado."

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por MarcoAntonio » 17/7/2012 13:36

Parece-me certo que pelo menos um dos cortes vai ocorrer (o que chuta esta despesa para os 18 mil milhões ou por aí). O restante é perfeitamente alcançável através de outros cortes na muita despesa que ainda sobre (mais de 60 mil milhões) mesmo admitindo que numa parte dela praticamente não se consegue mexer ou não se tem controlo sobre ela (como os juros).

Onde se pode cortar?

Vou repetir-me mas aqui vão algumas ideias:

> continua em falta um corte previsto no memorandum sobre os pensionistas identico ao que já foi feito aos trabalhadores do estado no activo. Aqui, o que há para já é uma desigualdade (cortou-se aos que trabalham mas não se cortou aos que já foram para casa) e repor esta medida do memorandum não contraria nem troika em constituição nem coisa nenhuma. O Governo só não repõe porque deliberadamente a "deixou cair". São umas centenas de milhões que não só se podem ir buscar como devem ser buscados. Claro, não dá "jeito" pois juízes, militares de altas patentes, políticos, etc com as suas pensões altas são os que mais "levam" com a medida além de que é perfeitamente sabido que é das faixa etárias que mais pesa no eleitorado - por cada jovem que vota, votam dois idosos) razão porque o estado se borrifa para os 30 e tal % de jovens (os quais pouco votam) mas não corta nas pensões altas de quem tem mais de 60 anos. Entendem agora porque é que a medida que não choca com a constituição e que estava no memorandum continua a não ser executada?

> há depois as PPPs que continuam com uma "renegociação" que não tem maneira de ver a luz do dia, outra parcela da despesa onde se podem ir buscar outras centenas de milhões (numa despesa bruta de cerca de 2 mil milhões até fica mal se o Estado não vai buscar uns 200 milhões pelo menos, distribuindo o esforço e sacrifício por todas as parcelas da despesa onde isso é possível) mas aqui também se percebe o "incoveniente", nomeadamente pela elevada taxa de "conluio" entre o poder político e as empresas que fazem estas parcerias do estado (que com alguma frequência recebem depois os políticos de carreira para o topo das suas hierarquias... vulgo "tachos");

> há ainda a parcela da despesa que vai parar às estruturas políticas locais (como autarquias e camaras) as quais podem e devem ser reduzidas em nome da diminuição da estrutura do estado - pois, não é só mandar professores para casa - e da sua optimização. Bem ainda como até redução das subvenções para os partidos políticos. Esta outra parcela que é "inconveniente" e aqui diria que é inconveniente por definição;

> há ainda poupança a fazer nas prestações sociais (aparentemente é destas todas aquela parcela onde o Estado parece querer fazer alguma coisa) apertando o cerco à fraude e benefício de prestações injustas a quem não precisa ou que as obtém porque mente sobre os seus verdadeiros rendimentos ou simplesmente porque quer apenas beneficiar sem dar nada em troca à sociedade que lhes assegura tais prestações. Bem como cortes em dinheiro que o Estado investe no sector privado (subsídios às actividades privadas, etc).


Tudo somado, dá para ir buscar a isto tudo mil milhões ou mais, contrabalançando um dos subsídios e distribuindo o corte da despesa por outros cortes na despesa. Mais alguma coisa que faltasse, poder-se-ia então ir buscar ao sector privado - tipo cobrando imposto de meio subsidio (em dois) em lugar do um subsídio que já se ameaça suceder - ou coisa do género mas só depois de ter feito isto tudo e no estritamente necessário.

Respeitar o TC (distribuição do esforço) e a "troika" (corte em mais despesa do que na obtenção de receita) é alcançável na minha opinião. Não dá é tanto jeito como cortar forte e feio nos salários dos trabalhadores...
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por Elias » 17/7/2012 13:11

canteiro Escreveu:Queres mesmo resposta a isso Elias?


Gostava de saber o que pensas.
 
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por canteiro » 17/7/2012 13:05

Elias Escreveu:
canteiro Escreveu:Essa da categorização dos subsídios em despesa é muito bonito de se ver enquanto não nos atinge a nós. Cortar a remuneração dos trabalhadadores é exactamente como a imposição de um imposto, passo o pleonasmo.


Do ponto de vista de quem recebe o salário, sim é igual (vai ficar com menos dinheiro na conta.

Do ponto de vista do Estado não é igual: as remunerações dos FP são uma das componentes da despesa pública e qualquer redução das remunerações líquidas representa um corte da despesa.

Qual é a parte com que não concordas?


Queres mesmo resposta a isso Elias?
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