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Caldeirão da Bolsa

What Makes Finnish Kids So Smart?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Sei lá » 31/3/2008 23:33

Pata-Hari Escreveu:E tornar este tópico num tópico anti-ministra não me parece muito apropriado além de até ser contra-produtivo para a tua causa de defesa cega dos professores.


Queres fazer disto um tópico exclusivamente "anti-professores"? :mrgreen:

Mas apesar de tudo dou-te razão, não podemos agora pegar em tudo para "cascar" na ministra. Corre-se o risco de ser mais papista que o papa.... Neste video não digo que a atitude da ministra fosse exemplar, mas não a critico por isso. Não é fácil estar perante um monte de alunos a fazerem apupos, reagiu assim... olha paciência, não questiono a atitude.

Thunder, então enviavas a aluna ao conselho executivo e passada meia hora ela estava novamente na aula. E poderia recomeçar tudo de novo na aula seguinte. Novamente a usar o telemóvel, novamente apreendido... etc. Nota que a atitude da professora em resistir é que permitiu que tudo isto viesse a publico e o país (ou a maioria do país) acordasse para o problema.

Se a professora não tivesse resistido, estariamos ainda aqui a discutir a avaliação dos professores e a Pata estaria feliz da vida, porque seria só dar porrada nos sacanas :mrgreen: Nem havia tempo para olhar para o lado.

Nota que eu não concordo que o aluno que filmou mude de escola. O aluno usou o telemóvel como milhares deles, não vejo porque razão tem a mesma pena que a aluna.... o que está em causa é o insulto da aluna, não é o telemóvel. Acho que o grande problema foi penalizado da mesma forma que o problema menor. MAs enfim, o ME tinha de meter água nisto também!
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por MarcoAntonio » 31/3/2008 22:39

silvaxico Escreveu:Já agora, mais a sério, eu acho que concordo contigo. Só acho que não é só nos últimos 3 ou 4 anos. Há muito tempo que há pouca participação de quem está/esteve no terreno na definição da política de educação.


Sim, é uma caminhada que tem seguramente mais de uma década. Mas que na minha opinião se agravou extraordinariamente nos últimos 3 ou 4 anos...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por scpnuno » 31/3/2008 22:39

Presente!
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Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
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por silvaxico » 31/3/2008 22:35

Marco, eu estava a brincar...

Será que o rapaz está nervoso com o processo ao Pinto da Costa? :)

Já agora, mais a sério, eu acho que concordo contigo. Só acho que não é só nos últimos 3 ou 4 anos. Há muito tempo que há pouca participação de quem está/esteve no terreno na definição da política de educação.

Eventualmente será porque o ministério tem dificuldades em escolher quem poderá desempenhar essa tarefa?

Um interlocutor possível seriam os sindicatos, mas todos sabemos que as prioridades dos sindicatos (pelo menos aparentemente) não são propriamente relativas à qualidade de ensino...

Eventualmente podiam chamar os candidatos melhor colocados no prémio do "professor do ano"...
 
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por MarcoAntonio » 31/3/2008 22:24

silvaxico Escreveu:Onde está a SCPNuno?

Eles estão quase a pegar-se outra vez!... :)


Eu não estou a pegar-me com ninguém. Tão somente, para mim, aquela frase é a descrição perfeita do que tem sido a guerra na Educação nos últimos anos.

Eu não consigo arranjar uma frase que descreva melhor aquilo que tenho visto ser a guerra no sector da Educação nos últimos tempos.

E como é óbvio, para mim não é solução para coisa nenhuma... é o que nos colocou neste estado, que piora de ano para ano.

Mas pronto, é uma opinião...
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por Thunder » 31/3/2008 22:22

Olá a todos 8-)

Kostta, eu não fico contente por os professores terem de fazer formação e de terem de a pagar do seu bolso. Não sei se reparaste no diálogo que eu e o silvaxico estavamos a ter. Apenas chegamos a conclusão de que quando nós próprios temos uma lacuna na nossa formação, devemos tentar melhorar essa vertente. Nem que seja as nossas custas (pois na maior parte das vezes há imobilismo por parte das entidades patronais). E a questão de haver obrigatoriedade em terem formações, não garante nada (tal como na minha área e em tantas outras áreas). O que é importante é a qualidade das formações. Já fui a muitas formações que não tinham qualidade nenhuma.... e outras muito boas. Logo o essencial para mim é o factor qualidade.

JAM o meu procedimento seria: Mandar desligar o telemóvel. Caso não desligasse, faria a apreensão do mesmo. Caso a aluna começasse a gritar histericamente como foi o caso era ordem de expulsão imediata. Caso não cumprisse a ordem, saia da sala de aula. Participava imediatamente a aluna, mesmo que tivesse que preencher a montes de papelada.

Agora não esqueças o que disse numa mensagem anterior. Já no meu tempo (15 - 20 anos atrás) os alunos eram verdadeiros "javardolas" em algumas aulas.... já em outras não havia grandes esticanços. Mesmo na faculdade os alunos (que já deviam ter idade pra ter juízo) iam carregados de copianços pra certos exames.... já em outros ninguém arriscava. Percebes o que eu quero dizer. Mesmas regras, mesmos alunos e comportamentos completamente diferentes. Porque seria?

Um abraço aos meus colegas de debate :mrgreen:
"A grandeza de um homem não está em nunca cair, mas sim em levantar-se sempre após todas as quedas." --- Confucius

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por silvaxico » 31/3/2008 22:19

Onde está a SCPNuno?

Eles estão quase a pegar-se outra vez!... :)
 
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por MarcoAntonio » 31/3/2008 22:16

Pata-Hari Escreveu:...vai mesmo exigir governantes cegos aos argumentos também cegos dos professores.


Eu ia jurar que esse era o retrato fiel dos últimos 3 ou 4 anos e que nos colocou precisamente onde estamos agora!
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por Pata-Hari » 31/3/2008 22:10

Kostta, para começar, não se percebe nada do video. E tornar este tópico num tópico anti-ministra não me parece muito apropriado além de até ser contra-produtivo para a tua causa de defesa cega dos professores. Tenta-se discutir educação e o que se pode fazer para a melhorar. A incapacidade de fazer qualquer auto-critica é demostrativa de que resolver os problemas vai mesmo ser tarefa herculeana e que vai mesmo exigir governantes cegos aos argumentos também cegos dos professores.

P.S. este tipo do videos a ridicularizar a ministra é exactamente o comportamento equivalente ao aluno que assim que o professor vira as costas para o quadro o tenta ridicularizar. Não esperem que as crianças respeitem os adultos quando os adultos têm as mesmas atitudes que as crianças. As discussões ganham-se com argumentos, não com atitudes mesquinhas de ridicularização dos intervenientes.
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por kostta » 31/3/2008 21:36

só para recordar...

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por charles » 31/3/2008 1:43

Os monologos deixam pouco espaço para um debate plural de forma a discutir os varios pontos de vista de todos os intervenientes, esse tambem é um problema de educação em portugal, é o mesmo que o professor na aula não dar resposta à pergunta do aluno por pura e incompreensivel ostracização, já começo a acreditar nas teorias conspiratorias que o Jotabilo refere, ou será simples incapacidade de aceitar o pluralismo :?:

é o ser interpelado e não dar lugar ao contraditório, ou então serão apenas simples divagações minhas à frente do meu tempo, por vezes acontece-me,... seja como fôr o tema deixou de ter interesse, poderá ser da mudança da hora quem sabe :!:

alem disso esta noite foi de divertimento com direito a jantar e mais uns petiscos, no camarote ao lado moçoilas bonitas (como diz ti mano salvador), tudo devidamente autorizado pela patroa e devidamente acompanhado ,a visão daquela zona daquela casa vermelha e o tratamento vip é coisa de aplaudir, tenho de repetir brevemente, para quem já está a pensar coisas aqui fica o resultado

slb 4 p.ferreira-1



boa noite
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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Re: comentário

por Sei lá » 31/3/2008 1:08

jotabilo Escreveu:Caros

A escritora aproxima-se um pouco da realidade em questão.
Alguma coisa de profundo e grave está a suceder na sociedade e que o filme apenas atesta.
Os pais não não podem educar os filhos...não têm tempo nem podem competir com outros meios que lhes retiram a atenção dos filhos.
Tem de haver uma mudança muito significativa na organização social do homem...ou então o homem deixa de o ser como tal.
É isto o essencial destes factos....como de resto tenho vindo a afirmar.
A SCPNuno diz que precisa de um dicionário para me entender....mas basta-lhe pensar que apenas quero dizer que estamos em tempo de encruzilhada e que é necessário escolher um novo caminho e deixar de aceitar este que o liberalismo quer impor...que é tornar o cidadão comum um ser consumidor eprodutor de mais valias para uma aristocracia que se serve da propaganda para se esconder atrás de grandes princípios para justificar a nefandas acções sociais com que nos escravizam.
Mas a mudança é imparável....por mais que invoquem a democracia como paradigma de uma insultada liberdade.


cumps


Eu concordo contigo, mas já nem quero enveredar por aí, porque isso ainda é muito mais complexo que o simples problema da educação.
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comentário

por jotabilo » 30/3/2008 22:59

Caros

A escritora aproxima-se um pouco da realidade em questão.
Alguma coisa de profundo e grave está a suceder na sociedade e que o filme apenas atesta.
Os pais não não podem educar os filhos...não têm tempo nem podem competir com outros meios que lhes retiram a atenção dos filhos.
Tem de haver uma mudança muito significativa na organização social do homem...ou então o homem deixa de o ser como tal.
É isto o essencial destes factos....como de resto tenho vindo a afirmar.
A SCPNuno diz que precisa de um dicionário para me entender....mas basta-lhe pensar que apenas quero dizer que estamos em tempo de encruzilhada e que é necessário escolher um novo caminho e deixar de aceitar este que o liberalismo quer impor...que é tornar o cidadão comum um ser consumidor eprodutor de mais valias para uma aristocracia que se serve da propaganda para se esconder atrás de grandes princípios para justificar a nefandas acções sociais com que nos escravizam.
Mas a mudança é imparável....por mais que invoquem a democracia como paradigma de uma insultada liberdade.


cumps
 
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por Sei lá » 30/3/2008 22:53

Thunder Escreveu:JAM não é só pra resolver conflitos. Serve principalmente pra evita-los. Aumentar a nossa "inteligência emocional" serve pra tudo na tua vida. Garanto-te que não ias dar o teu tempo por mal empregue. A mim ajudou-me muito. Em muitas coisas. Encaro muitas coisas de forma diferente e mudei algumas atitudes minhas para melhor (acho eu). O bom é ver que realmente resulta. Muitas problemas não são assim tão graves... nós temos tendência a "empolar" muito as situações.

Eu acho uma área muito útil a ser explorada. Nem que seja para o nosso "crescimento" pessoal.

Um abraço 8-)


Continuo com a mesma ideia. Na famosa aula que já enjoa de ouvir falar nela, retiravas o telemóvel. E depois? O que fazias de seguida?
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por silvaxico » 30/3/2008 22:45

Um artigo da revista brasileira "veja" (20-03-2008)

Destaco a aposta nos recursos humanos feita na Finlândia, em contraste com a aposta(?) na tecnologia feita por cá.


Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. Era de esperar que o sistema educacional considerado o melhor do mundo surpreendesse também pela exuberância do equipamento didático. Na verdade, na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque, igual a centenas de outras do país, as salas de aula são convencionais, com quadro-negro e, às vezes, um par de computadores. Apesar do despojamento, as escolas finlandesas lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O último teste, em 2006, foi aplicado em 400.000 alunos de 57 países. O Brasil disputa as últimas posições com países como Tunísia e Indonésia. O segredo da boa educação finlandesa realmente não está na parafernália tecnológica, mas numa aposta nas duas bases de qualquer sistema educacional.

A primeira é o currículo amplo, que inclui o ensino de música, arte e pelo menos duas línguas estrangeiras. A segunda é a formação de professores. O título de mestrado é exigido até para os educadores do ensino básico. Dar ênfase à qualidade dos professores foi um dos primeiros passos da reforma educacional que o país implementou a partir dos anos 70, e é nesse quesito que a Finlândia mais tem a ensinar ao Brasil. Quarenta anos atrás, metade da população finlandesa vivia na zona rural. A economia era dependente das flutuações do preço da madeira, já que 55% das exportações vinham da indústria florestal. Além dos bosques que cobrem 75% do território, o país só tinha a oferecer sua mão-de-obra barata. Os finlandeses emigravam em massa para vizinhos ricos, como a Suécia, em busca de melhores condições de vida. Preocupados com amá qualidade das escolas públicas, os pais estavam transferindo os filhos para instituições privadas de ensino. Em alguns desses aspectos, a Finlândia se parecia com o Brasil. A reforma educacional colocou a qualificação dos professores a cargo das universidades, com duração de cinco anos. Hoje, a profissão é disputadíssima (só 10% dos candidatos são aprovados) e usufrui grande prestígio social (é a carreira mais desejada pelos estudantes do ensino médio).

O segundo passo da reforma, em 1985, foi descentralizar o sistema de ensino. Por esse conceito, o professor é o principal responsável pelo desempenho de seus alunos: é ele quemavalia os estudantes, identifica os problemas, busca soluções e analisa os resultados. O Ministério da Educação dá apenas as linhas gerais do conteúdo a ser lecionado. "Isso só é possívelporque os professores recebem um treinamento prático específico para saber lidar com tanta independência", disse a VEJA Hannele Niemi, vice-reitora da Universidade de Helsinque, que trabalha com a formação de professores há três décadas. O currículo escolar também é flexível, decidido em conjunto entre professores, administradores, pais e representantes dos alunos. A cada três anos, as metas da escola são negociadas com o Conselho Nacional de Educação, órgão responsável por aplicar as políticas do ministério. "Queremos que os professores e os diretores, que conhecem o dia-a-dia da escola, sejam responsáveis pela educação", diz Reijo Laukkanen, um dos membros mais antigos do Conselho Nacional de Educação.

O governo finlandês faz anualmente um teste com todas as escolas do país e o resultado é entregue ao diretor da instituição, comparando o desempenho de seus alunos com a média nacional. Cabe aos diretores e aos professores decidir como resolver seus fracassos. Esse sistema tem o mérito de fazer com que os professores se sintam motivados para trabalhar. A reforma educacional finlandesa levou três décadas para se consolidar. Pouco a pouco, as crianças voltaram a ser matriculadas nas escolas públicas e as instituições privadas foram incorporadas ao sistema do estado. Hoje, 99% das escolas são públicas e o aluno conta com material escolar, refeições e transporte gratuitos. Cerca de 20% dos estudantes recebem algum tipo de reforço escolar, índice acima da média internacional, de 6%. "Quando um aluno repete, perde toda sua motivação, torna-se amargo e pode até apresentar resultados piores que na primeira tentativa", diz Eeva Penttilä, do departamento de educação da cidade de Helsinque.

O sucesso da educação fi nlandesa é, em parte, fruto das características únicas do país. A população, de 5,2 milhões de habitantes, é relativamente pequena e homogênea. "Com uma população 35 vezes maior e disparidades regionais e sociais mais acentuadas, o Brasil não conseguiria ter o mesmo padrão de igualdade entre as escolas, como existe na Finlândia", diz João Batista de Oliveira, ex-secretário executivo do Ministério da Educação. O preço do sistema de bem-estar social que assiste o cidadão do berço ao túmulo é uma carga tributária de 43% do PIB, uma das maiores do mundo, mas apenas seis pontos acima da brasileira. Ou seja, trata-se de um estado paquidérmico, mas eficiente. A Finlândia é o país menos corrupto, segundo a Transparência Internacional. Há quase treze anos na Finlândia, a brasileira Andrea Brandão conhece bem as diferenças entre as duas sociedades. "No Brasil, muita gente acha que algumas profissões, como porteiro, não necessitam de um ensino básico de qualidade", diz. "Na Finlândia, existe um consenso de que todo mundo precisa ter uma educação mínima para ser um cidadão."
Andrea é professora de inglês em uma das poucas escolas particulares do país, voltada para a população de fala sueca, que é minoria na Finlândia. Particular, nos "moldes finlandeses", significa que os alunos pagam uma anuidade opcional de 100 euros, pouco mais de 250 reais. A estudante Eeva-Maria Puska, de 16 anos, passa seis horas e meia por dia na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque. Além das disciplinas obrigatórias, ela freqüenta aulas de música, artes e francês, opcionais para os alunos da 9ª série. Mesmo com tantas matérias, Eeva não reclama da carga horária nem, menos ainda, do ambiente: "Gosto dos meus professores, tanto como profissionais quanto como pessoas", afi rma. Na sua escola, professores e alunos conversam amigavelmente nos corredores espaçosos e bem iluminados. A educação de qualidade foi essencial para uma virada na economia finlandesa. A mão-de-obra qualificada permitiu que a eletrônica substituísse a madeira e o papel como principais produtos de exportação.

A Finlândia tem hoje o terceiro maior investimento em pesquisa e desenvolvimento do planeta, grande parte feita por empresas privadas. Uma antiga fábrica de papéis e de botas de borracha do interior do país foi o símbolo dessa transformação. A empresa, Nokia, hoje é a maior fabricante mundial de celulares, com 40% do mercado internacional. Juntos, ela e o sistema educacional são os dois maiores orgulhos dos finlandeses.

OS CINCO SEGREDOS DA EDUCAÇÃO FINLANDESA
A Finlândia consegue ter os alunos mais bem preparados do mundo com medidas simples e ênfase na formação dos professores

1 A exigência com os professores é alta e a carreira, concorrida. O vestibular para ser professor é um dos mais disputados do país. Apenas 10% dos candidatos são aprovados. Exceto na pré-escola, o mestrado é pré-requisito para lecionar

2 A mesma qualidade para todos. A discrepância no desempenho entre as escolas do país é a menor do mundo. O governo mantém um sistema sigiloso de avaliação das escolas (99% são públicas) e os diretores são informados sobre o desempenho delas

3 Os piores alunos não são deixados para trás Dois em cada dez estudantes recebem aulas de reforço. Por causa disso, os índices de repetência são baixíssimos

4 Currículo variado. Além das matérias básicas, há aulas de ecologia, ética, música, artes e economia doméstica. O ensino de duas línguas estrangeiras é obrigatório, mas, se o aluno quiser, pode aprender outras duas

5 Os alunos devem ter prazer em ficar na escola. Os diretores e professores são responsáveis por criar um ambiente agradável para os estudantes. A carga horária não é excessiva e, a partir da 7ª série, os alunos são livres para escolher algumas disciplinas com as quais têm mais afinidade

Finlândia x Brasil
Ênfase nos professores
Em comparação com o Brasil, a Finlândia mantém os alunos por mais tempo na escola e investe mais na formação dos professores. O fato de ganharem menos que os brasileiros emproporção à renda per capita nacional demonstra que salário não é a única maneira de estimular os professores.
 
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por kostta » 30/3/2008 22:29

Thunder, os profs são obrigados a fazer formação todos os anos, e desde o fim do PRODEP pagam a formação do seu bolso.

A geração do ecrã

Alice Vieira , Escritora

Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.
Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os "Morangos com açúcar", só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.
Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos - bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.
Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar…- é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas…) Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!
O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador. Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.
Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.
E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.
E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto acontecesse.
A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.
A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.
A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento.
E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.
E nós deixamos.


in http://www.anabelapmatias.blogspot.com/

Um editorial:

letra, José Leite, Pereira, Director

Governantes, pais e professores saem muito mal do 'filme' da sala de aula do Carolina Michaelis. Um a aluna aos gritos, batendo na professora e tratando-a a por tu, uma turma inteira satisfeita e gozando com a desordem e com a incapacidade da professora - 'a velha' - , tudo isto é um retrato mau do estado a que deixamos chegar a situação.

Os pais acomodam-se com o recibo da propina que pagam à escola, como se a sua responsabilidade acabasse aí. Os filhos são entregues à escola, onde entram e saem com ligeiras e rápidas passagens por casa, para comer e dormir. Casas onde não se discute problema nenhum e nada se questiona. Casas onde muitas vezes nem tempo há para se falar, conversar.

Nas escolas, as regras são o que se sabe. Seriam assim tão maus os tempos em que os alunos se levantavam quando o professor entrava na sala? Seria assim tão penoso o silêncio que se fazia enquanto o professor falava? Seria assim tão pouco natural que um aluno fosse posto fora da aula se estivesse a perturbar os colegas e o professor? Seria assim tão fora do senso comum que um estudante que não tivesse aproveitamento fosse obrigado a repetir o ano?

Porque mudaram as leis, porque deixámos as coisas cair neste 'deixa andar'?

O 25 de Abril, que nos trouxe a liberdade, levou, nos tempos revolucionários, regras que eram boas mas que voaram com o lixo fascista. Os tempos revolucionários passaram, vieram tempos democráticos, ministros de todos os partidos e o edifício escolar nunca se compôs, nunca foi capaz de responder aos desafios da democracia.

O filme vergonhoso do Carolina, que infelizmente não é nem caso isolado nem o mais grave, deve encher-nos a todos de tristeza. Pura e simplesmente somos uma sociedade que não sabe educar os seus filhos, que não tem nem valores nem referências para lhes dar. Batemos no fundo. E enquanto não conseguirmos restaurar a autoridade na escola, não sairemos da cepa torta.
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comentário

por jotabilo » 30/3/2008 22:12

Onde chegámos.....my God!!!!

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Novas Oportunidades

por LS » 30/3/2008 21:38

É a escola que temos...

Continuem a dar computadores e não apostem nos esquadros, que os professores lá se ajeitam com as cadeiras!
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por Zenith » 30/3/2008 20:07

Pata-Hari Escreveu:Exacto Zenith. Sobretudo quando se tem interesse directo na questão e se defende a sua profissão e os seus direitos adquiridos, não? os outros só têm o direito de pagar. Exigir ou criticar, não. É o costume neste país à beira da bancarrota e do analfabetismo (isto não é um comentário agreste mas uma constação de factos conhecidos).


A exigência e a crítica são os fundamentos do desenvolvimento, mas para isso é preciso as pessoas terem ideias. Quando tem obsessoes que tomam por ideias pior a emenda q o oneto.
 
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por Thunder » 30/3/2008 18:30

Tu és uma querida :P

Aturar-te é canja :wink: Não custa nada, é um prazer :lol:

És o raio de sol neste caldeirão :P (tenho que dar-te graxa pois ficaste com os "poderes" do Ulisses..... :mrgreen: )

Uma beijoca 8-)
"A grandeza de um homem não está em nunca cair, mas sim em levantar-se sempre após todas as quedas." --- Confucius

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por scpnuno » 30/3/2008 18:25

(basta ver a pachorra que o Thunder tem comigo e com o Mech...)
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
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por Thunder » 30/3/2008 18:20

JAM não é só pra resolver conflitos. Serve principalmente pra evita-los. Aumentar a nossa "inteligência emocional" serve pra tudo na tua vida. Garanto-te que não ias dar o teu tempo por mal empregue. A mim ajudou-me muito. Em muitas coisas. Encaro muitas coisas de forma diferente e mudei algumas atitudes minhas para melhor (acho eu). O bom é ver que realmente resulta. Muitas problemas não são assim tão graves... nós temos tendência a "empolar" muito as situações.

Eu acho uma área muito útil a ser explorada. Nem que seja para o nosso "crescimento" pessoal.

Um abraço 8-)
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por Sei lá » 30/3/2008 18:03

Agora lanço outra coisa:

Defender formação para resolver conflitos, é uma boa medida. Mas valerá de alguma coisa se a legislação não der poder para actuar convenientemente?

De que serve resolver hoje um conflito que se repete amanhã, e depois de amanhã, e depois de depois de amanhã?
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por silvaxico » 30/3/2008 16:52

Thunder Escreveu:Eu sou totalmente a favor de que seja dada essa formação durante o ensino universitário e reforçada a mesma formação pelo empregador. Mas quando tal não acontece, não devemos ficar "parados" e imobilizados à espera que tudo se resolva de forma espontânea. Devemos meter as mãos na massa.


Concordo. Cada professor deve procurar os meios para conseguir exercer melhor a sua profissão. Isto é válido em qualquer profissão.

Mas não deve ser nada fácil encontrar este tipo de cursos. Mais difícil ainda fora dos grandes centros.
 
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por silvaxico » 30/3/2008 16:46

Pata-Hari Escreveu:silvaxico, e porquê que as próprias escolas não se organizam para discutir a gestão das situações especificas? a desunião nestes temas é factor critico. Se numa escola houver coesão entre os professores no que concerne a gestão destes conflitos, os alunos responderão.

São feitas reuniões entre professores das escolas para discutir o que fazer em situações destas? Eu acredito que teria impacto numa turma se aparecessem todos os professores da mesma turma numa aula e explicassem que não se vão deixar intimidar ou permitir comportamentos abusivos pelos alunos.


Se calhar funcionava, mas não te esqueças que em casos como o do telemóvel, estamos a falar de alunos do nono ano, que ainda estão dentro da escolaridade obrigatória e que portanto nem sequer chumbam por faltas. Para isso funcionar era preciso um grande empenhamento na aplicação dos regulamentos. Não se podia deixar passar em claro nenhuma situação.

Mas os professores são um grupo muito heterogéneo e desunido...
 
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