off topic - Enfermeiros, os licenciados de 2ª
rtt Escreveu:não será o vencimento de um médico interno. ainda não concluiu a formação profissional.
será?
e não, os enfermeiros não pedem para ser tratados d forma diferente. apenas querem ser pagos d igual maneira, como outros licenciados. não querem mais nem menos, será assim tão injusto?
porquê a diferença por ex do vencimento d um enfermeiro para um tecnico superior d saúde?
lol!
Não me perguntes a mim o porquê da diferença.
Eu só estou a mostrar que os valores que o Sindicato dos Enfermeiros refere são mentira e feitos para enganar os utentes.
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""[/quote]rtt Escreveu:não será o vencimento de um médico interno. ainda não concluiu a formação profissional.
será?
Pelo menos dos médicos (e acredito que os outros também)
"Fica aqui onde podes ver o dos médicos:
"No primeiro ano de funções, os médicos auferem o descrito no artigo 20º do decreto-lei 45/2009 de 13 de Fevereiro de 2009, o que significa em termos reais 1566,2 euros, ao qual se deve subtrair ainda os devidos descontos na fonte. Esta sim, é a verdadeira remuneração INICIAL".
Os sindicatos dos enfermeiros pedem, segundo o que acabei de ouvir no telejornal da SIC Noticias € 1510.
Estou a tentar verificar os outros... Vou acrescentando:
* Professores (com o novo acordo - apenas licenciados): 1518,63 euros
* Técnico Superior de Saúde (2008): 1.183,10 euros
* Magistrados (2008): 2.478,05 euros
* Médicos (2009): 1566,20 euro
* Inspector Finanças (2008): 1.371,7 euro
Como é lógico, um médico especialista demora cerca de 11 anos a formar (6 anos de curso + 5 anos de internato) e não 4 anos.
Ou queres comparar além de papéis, responsabilidades diferentes, formação diferente (licenciatura vs mestrado) e tempo de formação diferentes (4 anos vs 6 anos (+50%))? Ou achas que comparar o vencimento de un enfermeiro com um curso de 4 anos com um médico com 6 anos de formação mais 5 anos a trabalhar como interno é lógico?
Acharias justo que comparasse um médico em inicio de carreira com o vencimento de um enfermeiro chefe?
Editado pela última vez por moppie85 em 28/1/2010 3:28, num total de 1 vez.
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não será o vencimento de um médico interno. ainda não concluiu a formação profissional.
será?
e não, os enfermeiros não pedem para ser tratados d forma diferente. apenas querem ser pagos d igual maneira, como outros licenciados. não querem mais nem menos, será assim tão injusto?
porquê a diferença por ex do vencimento d um enfermeiro para um tecnico superior d saúde?
será?
e não, os enfermeiros não pedem para ser tratados d forma diferente. apenas querem ser pagos d igual maneira, como outros licenciados. não querem mais nem menos, será assim tão injusto?
porquê a diferença por ex do vencimento d um enfermeiro para um tecnico superior d saúde?
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Mas porquê que certas coorporações reclamam para si, certas regalias em regime de exclusividade? Eles são os pilotos, os profs, os enfermeiros, etc. etc.
Ainda não entenderam que somos todos iguais face ás oportunidades?
O que pretendem?
Serem pagos acima daquilo que realmente podemos? Não me parece razoável..
Ainda não entenderam que somos todos iguais face ás oportunidades?
O que pretendem?
Serem pagos acima daquilo que realmente podemos? Não me parece razoável..
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Re: ...
Alex Tomás Escreveu:Só tenho a dizer o seguinte: se querem ser tratados como deve ser, que trabalhem no privado, tal como fazem os médicos que veem os doentes no centro de saude de manha e os mandam ao seu consultório privado pela tarde.
Quem trabalha no sector público tem de aceitar o que o governo do momento decidir, seja para bem ou para mal. Além disso, acho estes momentos de crise óptimos para greves.
Deve ser por isso que nunca houve tao poucas greves a nivel munidal como agora.
vê-se mesmo q n sabe do q fala

eu trabalho no privado e ganho o mesmo q no publico.
eu quando nao sei sobre determinado assunto, n comento.
abraço.
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Re: ...
Alex Tomás Escreveu:Quem trabalha no sector público tem de aceitar o que o governo do momento decidir, seja para bem ou para mal.
Sim... até andamos de branco, temos mesmo aspecto de lacaios. Até nos podiam domesticar punham-nos uma trela e davam-nos com um chicotezinho no lombo quando nos portássemos mal. Ou qui ça um açaime para nos calar...

mquinaz Escreveu:moppie85 Escreveu:mquinaz Escreveu:moppie85 Escreveu:Eu acho que fazem muito bem em lutar por melhores remunerações e uma melhor carreira.
A única coisa que acho vergonhoso é que o sindicato minta aos portugueses, comparando ordenados de topo de carreira de outras carreiras profissionais com ordenados de inicio de carreira de enfermeiros.
A que profissionais é que te referes?
Ao Sindicato dos Enfermeiros.
Não estou a responsabilizar os enfermeiros, mas sim o seu sindicato.
Não estou a dizer que são os enfermeiros a tentarem enganar. Aliás, sei bem distinguir sindicatos dos trabalhadores.
EDIT: typo
Não percebes-te a minha pergunta... Fiquei sem saber a que profissionais te referias quando dizias que o sindicato estava a comparar ordenados de topo de outras profissões com o ordenado de inicio de carreira de enfermagem. Onde é que o sindicato mentiu? nos médicos, magistrados, técnicos, foi isso que fiquei sem perceber
Pega: http://www.sep.org.pt/images/stories/se ... utente.pdf

Pelo menos dos médicos (e acredito que os outros também)
Fica aqui onde podes ver o dos médicos:
"No primeiro ano de funções, os médicos auferem o descrito no artigo 20º do decreto-lei 45/2009 de 13 de Fevereiro de 2009, o que significa em termos reais 1566,2 euros, ao qual se deve subtrair ainda os devidos descontos na fonte. Esta sim, é a verdadeira remuneração INICIAL".
Os sindicatos dos enfermeiros pedem, segundo o que acabei de ouvir no telejornal da SIC Noticias € 1510.
Estou a tentar verificar os outros... Vou acrescentando:
* Professores (com o novo acordo - apenas licenciados e já dentro da carreira): 1518,63 euros
* Professores em periodo probatório (é por onde iniciam a carreira): 1.113,50 euro
* Técnico Superior de Saúde (2008): 1.183,10 euros
* Magistrados (2008): 2.478,05 euros
* Médicos (2009): 1566,20 euro
* Inspector Finanças (2008): 1.371,7 euro
Editado pela última vez por moppie85 em 28/1/2010 3:14, num total de 3 vezes.
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...
Só tenho a dizer o seguinte: se querem ser tratados como deve ser, que trabalhem no privado, tal como fazem os médicos que veem os doentes no centro de saude de manha e os mandam ao seu consultório privado pela tarde.
Quem trabalha no sector público tem de aceitar o que o governo do momento decidir, seja para bem ou para mal. Além disso, acho estes momentos de crise óptimos para greves.
Deve ser por isso que nunca houve tao poucas greves a nivel munidal como agora.
Quem trabalha no sector público tem de aceitar o que o governo do momento decidir, seja para bem ou para mal. Além disso, acho estes momentos de crise óptimos para greves.
Deve ser por isso que nunca houve tao poucas greves a nivel munidal como agora.
Cumprimentos,
Alex Tomás
Alex Tomás
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moppie85 Escreveu:mquinaz Escreveu:moppie85 Escreveu:Eu acho que fazem muito bem em lutar por melhores remunerações e uma melhor carreira.
A única coisa que acho vergonhoso é que o sindicato minta aos portugueses, comparando ordenados de topo de carreira de outras carreiras profissionais com ordenados de inicio de carreira de enfermeiros.
A que profissionais é que te referes?
Ao Sindicato dos Enfermeiros.
Não estou a responsabilizar os enfermeiros, mas sim o seu sindicato.
Não estou a dizer que são os enfermeiros a tentarem enganar. Aliás, sei bem distinguir sindicatos dos trabalhadores.
EDIT: typo
Não percebes-te a minha pergunta... Fiquei sem saber a que profissionais te referias quando dizias que o sindicato estava a comparar ordenados de topo de outras profissões com o ordenado de inicio de carreira de enfermagem. Onde é que o sindicato mentiu? nos médicos, magistrados, técnicos, foi isso que fiquei sem perceber

Re: off topic - Enfermeiros, os licenciados de 2ª
LTCM Escreveu:Nada de novo na frente ocidental.
Qualquer classe profissional podia dizer exactamente o mesmo.
É verdade, mas de qualquer forma não retira a justiça da luta

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mquinaz Escreveu:moppie85 Escreveu:Eu acho que fazem muito bem em lutar por melhores remunerações e uma melhor carreira.
A única coisa que acho vergonhoso é que o sindicato minta aos portugueses, comparando ordenados de topo de carreira de outras carreiras profissionais com ordenados de inicio de carreira de enfermeiros.
A que profissionais é que te referes?
Ao Sindicato dos Enfermeiros.
Não estou a responsabilizar os enfermeiros, mas sim o seu sindicato.
Não estou a dizer que são os enfermeiros a tentarem enganar. Aliás, sei bem distinguir sindicatos dos trabalhadores.
EDIT: typo
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Re: off topic - Enfermeiros, os licenciados de 2ª
mquinaz Escreveu:Uma vez que estamos em luta,sendo eu Enfermeiro, e dos poucos (julgo eu), participante no maior fórum de Portugal,que é o Caldeirão, senti-me na obrigação de partilhar este post do Sérgio Serra, do blog "o incrivel" e que mostra a forma como cuidam de quem cuida da saúde dos Portugueses...Sérgio Serra Escreveu:
Quem me conhece sabe que, por princípio, sou contra as greves laborais (aqui). Sendo um direito dos trabalhadores, inalienável, sabemos que muitas vezes é usado pelas centrais sindicais essencialmente como um instrumento de mobilização e de agitação laboral e, por isso, nem sempre pelos melhores princípios.
Grande parte das vezes temos a percepção que a utilização do instrumento "greve" serve na essência os propósitos da chamada esquerda comunista e da extrema-esquerda. Estou obviamente a referir-me aos chamados partidos de "contra-poder", que por vezes servem essencialmente para agitar de forma controlada as grandes massas de trabalhadores com propósitos única e exclusivamente políticos.
Dito isto, e como não há regra sem as boas excepções, não posso, desta vez, deixar de estar de acordo com a greve anunciada pelos Enfermeiros Portugueses. As razões para esta greve são múltiplas e nunca como agora estes profissionais de saúde tiveram tantas razões para se manifestar.
Sendo uma das profissões mais relevantes na prestação dos cuidados de saúde pela efectivação diária dos seus múltiplos e diferenciados desempenhos, em todas as instituições de saúde (e só quem necessitou alguma vez na sua vida de cuidados diferenciados de enfermagem consegue dar a devida relevância ao que acabei de afirmar), temos assistido ao longo da última década a uma tentativa progressiva mas intencional, por parte de variados governos no "Poder", para a diminuição do prestígio destes profissionais.
Sabendo que nos últimos anos os profissionais de enfermagem, em geral, foram capazes de fazer um enorme esforço de adaptação aos padrões de exigência de uma sociedade moderna, exigia-se por parte dos órgãos de poder mais consideração e atenção aos problemas desta relevante profissão.
Ninguém hoje duvida que uma das profissões que mais esforço fez nos últimos 15 anos para aumentar os seus níveis de formação académica e, consequentemente, aumentar as suas competências profissionais foram os enfermeiros. E, neste ponto, estou a falar particularmente dos 2º e 3º ciclos de estudos superiores. Não me refiro aos já vulgares níveis de Licenciatura ou chamados de 1º ciclo. Quem conhece os meios académicos sabe que é extremamente vulgar encontrar alunos licenciados em enfermagem nos chamados 2ª e 3º ciclos de estudos superiores. O que revela o profundo interesse destes profissionais na melhoria da sua formação científica e profissional.
No entanto, e apesar da descrição anterior, ao longo destes anos, o poder político em geral não foi capaz ou não quis reconhecer mérito a este grupo de profissionais. Para além destes, outros conhecidos grupos de pressão tudo fizeram para que, dentro e fora das instituições de saúde, a autonomia e o potencial de decisão aos profissionais de enfermagem fosse progressivamente diminuindo. Como exemplo basta lembramo-nos da lei de gestão hospitalar que alterou a presença destes profissionais nos Conselhos de Administração e em Órgãos de decisão.
Nada disto faz qualquer sentido e dificilmente se conseguem explicar estes acontecimentos, especialmente pelos problemas conhecidos e sempre presentes neste sector. Para quem não entende o que quero dizer basta dar um exemplo: avaliem o último indicador que referencia a dívida pública dos hospitais. Já alguém fez ou ousou fazer um estudo que permita avaliar o valor das perdas pelo não aproveitamento do conhecimento instalado destes profissionais nas organizações de saúde? Deixo a sugestão a todos.
Todos os dias ouvimos notáveis deste país a apelar, e bem, à necessidade de formação académica e profissional dos trabalhadores portugueses. Todos os dias os ouvimos falar sobre a importância do "know-how" para os trabalhadores e para as empresas. Sabemos a relevância do conhecimento para o sucesso das organizações e para a melhoria da competetividade do nosso país. Ninguém coloca hoje em dia estas ideias de lado e quase ninguém fala de outra matéria nos media.
No entanto, quando objectivamente se pode avaliar e verificar todo o esforço de uma profissão na melhoria da sua formação científica e profissional ao longo de mais de uma década, assistimos em sentido inverso a uma tentativa de "destruição" dessa mesma profissão. Digo "destruição" sem remorsos, dado que os envolvidos se sentem traídos no enorme esforço em tempo e dinheiro que fizeram ao longo dos anos, se sentem traídos na falta de reconhecimento profissional por parte dos órgãos de poder político (e não só), se sentem traídos pelo não reconhecimento da sua actividade dentro das instituições, se sentem traídos na natural necessidade de ambicionarem melhorar os seus padrões de vida e se sentem em muitos casos traídos pelos seus próprios pares.
Como se pode compreender que os enfermeiros portugueses sejam os únicos profissionais que não são remunerados de acordo com o seu nível académico? Alguém consegue responder a esta questão de forma lógica? E, sendo muitos deles Mestres e Doutorados nas melhores Universidades do País e em várias áreas da saúde, como se justifica não fazerem parte dos órgãos de decisão?
O preconceito histórico continua enraizado na cultura portuguesa face a esta profissão. As culturas institucionais de poder, por mero preconceito histórico, continuam de forma sustentada e intencional a querer subjugar estes profissionais sem se terem dado conta que tudo mudou e continuará a mudar à sua volta. Têm que conseguir destruir os seus "mitos" relativamente a esta profissão sob pena de ser continuar a perder uma importante base de trabalho no sector da saúde.
Em vez de procurarem considerar estes "players" como elementos úteis, capazes de fazer a diferença e funcionar como fortes aliados na definição de políticas de saúde mais eficientes e eficazes, estes mesmos órgãos de poder preferem, e em sentido radicalmente oposto, minimizar os elevados níveis de formação negligenciando de forma absurda tanta riqueza, que hoje a literatura define como "capital humano". Impensável numa sociedade que quer pertencer ao primeiro Mundo!
Infelizmente a proposta da actual Ministra da Saúde corrobora tudo o que acabei de escrever. Digamos que, perante o descrito, a proposta de Ana Jorge é, no mínimo, muito criticável. Razão pela qual, desta vez, estou do lado de quem tem todo o direito de se fazer ouvir perante tamanha afronta à dignidade e ao esforço destes profissionais.
http://oincrivel.blogs.sapo.pt/4817.html
Nada de novo na frente ocidental.
Qualquer classe profissional podia dizer exactamente o mesmo.

Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
moppie85 Escreveu:Eu acho que fazem muito bem em lutar por melhores remunerações e uma melhor carreira.
A única coisa que acho vergonhoso é que o sindicato minta aos portugueses, comparando ordenados de topo de carreira de outras carreiras profissionais com ordenados de inicio de carreira de enfermeiros.
A que profissionais é que te referes?
Eu acho que fazem muito bem em lutar por melhores remunerações e uma melhor carreira.
A única coisa que acho vergonhoso é que o sindicato minta aos portugueses, comparando ordenados de topo de carreira de outras carreiras profissionais com ordenados de inicio de carreira de enfermeiros.
A única coisa que acho vergonhoso é que o sindicato minta aos portugueses, comparando ordenados de topo de carreira de outras carreiras profissionais com ordenados de inicio de carreira de enfermeiros.
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- Registado: 15/4/2008 14:12
off topic - Enfermeiros, os licenciados de 2ª
Uma vez que estamos em luta,sendo eu Enfermeiro, e dos poucos (julgo eu), participante no maior fórum de Portugal,que é o Caldeirão, senti-me na obrigação de abrir um tópico sobre o assunto e partilhar com esta comunidade um post do Sérgio Serra, do blog "o incrivel" e que mostra a forma como cuidam de quem cuida da saúde dos Portugueses...
http://oincrivel.blogs.sapo.pt/4817.html - Fornecido por Tiago F.
Sérgio Serra Escreveu:
Quem me conhece sabe que, por princípio, sou contra as greves laborais (aqui). Sendo um direito dos trabalhadores, inalienável, sabemos que muitas vezes é usado pelas centrais sindicais essencialmente como um instrumento de mobilização e de agitação laboral e, por isso, nem sempre pelos melhores princípios.
Grande parte das vezes temos a percepção que a utilização do instrumento "greve" serve na essência os propósitos da chamada esquerda comunista e da extrema-esquerda. Estou obviamente a referir-me aos chamados partidos de "contra-poder", que por vezes servem essencialmente para agitar de forma controlada as grandes massas de trabalhadores com propósitos única e exclusivamente políticos.
Dito isto, e como não há regra sem as boas excepções, não posso, desta vez, deixar de estar de acordo com a greve anunciada pelos Enfermeiros Portugueses. As razões para esta greve são múltiplas e nunca como agora estes profissionais de saúde tiveram tantas razões para se manifestar.
Sendo uma das profissões mais relevantes na prestação dos cuidados de saúde pela efectivação diária dos seus múltiplos e diferenciados desempenhos, em todas as instituições de saúde (e só quem necessitou alguma vez na sua vida de cuidados diferenciados de enfermagem consegue dar a devida relevância ao que acabei de afirmar), temos assistido ao longo da última década a uma tentativa progressiva mas intencional, por parte de variados governos no "Poder", para a diminuição do prestígio destes profissionais.
Sabendo que nos últimos anos os profissionais de enfermagem, em geral, foram capazes de fazer um enorme esforço de adaptação aos padrões de exigência de uma sociedade moderna, exigia-se por parte dos órgãos de poder mais consideração e atenção aos problemas desta relevante profissão.
Ninguém hoje duvida que uma das profissões que mais esforço fez nos últimos 15 anos para aumentar os seus níveis de formação académica e, consequentemente, aumentar as suas competências profissionais foram os enfermeiros. E, neste ponto, estou a falar particularmente dos 2º e 3º ciclos de estudos superiores. Não me refiro aos já vulgares níveis de Licenciatura ou chamados de 1º ciclo. Quem conhece os meios académicos sabe que é extremamente vulgar encontrar alunos licenciados em enfermagem nos chamados 2ª e 3º ciclos de estudos superiores. O que revela o profundo interesse destes profissionais na melhoria da sua formação científica e profissional.
No entanto, e apesar da descrição anterior, ao longo destes anos, o poder político em geral não foi capaz ou não quis reconhecer mérito a este grupo de profissionais. Para além destes, outros conhecidos grupos de pressão tudo fizeram para que, dentro e fora das instituições de saúde, a autonomia e o potencial de decisão aos profissionais de enfermagem fosse progressivamente diminuindo. Como exemplo basta lembramo-nos da lei de gestão hospitalar que alterou a presença destes profissionais nos Conselhos de Administração e em Órgãos de decisão.
Nada disto faz qualquer sentido e dificilmente se conseguem explicar estes acontecimentos, especialmente pelos problemas conhecidos e sempre presentes neste sector. Para quem não entende o que quero dizer basta dar um exemplo: avaliem o último indicador que referencia a dívida pública dos hospitais. Já alguém fez ou ousou fazer um estudo que permita avaliar o valor das perdas pelo não aproveitamento do conhecimento instalado destes profissionais nas organizações de saúde? Deixo a sugestão a todos.
Todos os dias ouvimos notáveis deste país a apelar, e bem, à necessidade de formação académica e profissional dos trabalhadores portugueses. Todos os dias os ouvimos falar sobre a importância do "know-how" para os trabalhadores e para as empresas. Sabemos a relevância do conhecimento para o sucesso das organizações e para a melhoria da competetividade do nosso país. Ninguém coloca hoje em dia estas ideias de lado e quase ninguém fala de outra matéria nos media.
No entanto, quando objectivamente se pode avaliar e verificar todo o esforço de uma profissão na melhoria da sua formação científica e profissional ao longo de mais de uma década, assistimos em sentido inverso a uma tentativa de "destruição" dessa mesma profissão. Digo "destruição" sem remorsos, dado que os envolvidos se sentem traídos no enorme esforço em tempo e dinheiro que fizeram ao longo dos anos, se sentem traídos na falta de reconhecimento profissional por parte dos órgãos de poder político (e não só), se sentem traídos pelo não reconhecimento da sua actividade dentro das instituições, se sentem traídos na natural necessidade de ambicionarem melhorar os seus padrões de vida e se sentem em muitos casos traídos pelos seus próprios pares.
Como se pode compreender que os enfermeiros portugueses sejam os únicos profissionais que não são remunerados de acordo com o seu nível académico? Alguém consegue responder a esta questão de forma lógica? E, sendo muitos deles Mestres e Doutorados nas melhores Universidades do País e em várias áreas da saúde, como se justifica não fazerem parte dos órgãos de decisão?
O preconceito histórico continua enraizado na cultura portuguesa face a esta profissão. As culturas institucionais de poder, por mero preconceito histórico, continuam de forma sustentada e intencional a querer subjugar estes profissionais sem se terem dado conta que tudo mudou e continuará a mudar à sua volta. Têm que conseguir destruir os seus "mitos" relativamente a esta profissão sob pena de ser continuar a perder uma importante base de trabalho no sector da saúde.
Em vez de procurarem considerar estes "players" como elementos úteis, capazes de fazer a diferença e funcionar como fortes aliados na definição de políticas de saúde mais eficientes e eficazes, estes mesmos órgãos de poder preferem, e em sentido radicalmente oposto, minimizar os elevados níveis de formação negligenciando de forma absurda tanta riqueza, que hoje a literatura define como "capital humano". Impensável numa sociedade que quer pertencer ao primeiro Mundo!
Infelizmente a proposta da actual Ministra da Saúde corrobora tudo o que acabei de escrever. Digamos que, perante o descrito, a proposta de Ana Jorge é, no mínimo, muito criticável. Razão pela qual, desta vez, estou do lado de quem tem todo o direito de se fazer ouvir perante tamanha afronta à dignidade e ao esforço destes profissionais.
http://oincrivel.blogs.sapo.pt/4817.html - Fornecido por Tiago F.
Editado pela última vez por mquinaz em 28/1/2010 3:09, num total de 1 vez.
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