GALP/combustiveis - Desmontando o mito (analise semanal)
Actualizando o gráfico com os valores desta semana, as subidas foram na realidade comedidas para o que se passou nos combustíveis nos mercados internacionais entre as duas semanas anteriores. Mas era "necessário" para corrigir as margens que como tinhamos visto, estavam altas. Agora estão dentro dos valores dos últimos 6 meses...
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- margemcombustiveis090729.PNG (28.05 KiB) Visualizado 5591 vezes
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Esta margem bruta não cobre nenhum custo entre o custo do combustível refinado e a colocação dele no depósito do cliente final.
Por exemplo, no caso dos 0.949 euros por litro que na altura comparavam com os 1.009 euros por litro que estavam contabilizados no gráfico, iam 6 centimos de diferença. Acrescentando o outro desconto de 6 centimos perfaz 12 centimos, iva incluído. Ou seja, terias de abater 10 centimos antes de IVA.
Como no caso do gasóleo o valor da margem bruta tem andado pelos 17~18 centimos, ainda sobrariam 7~8 centimos.
Para que a petrolífera em que abasteces não tenha prejuízo, terá de encaixar todos os custos nesses 7~8 centimos por litro.
Por exemplo, no caso dos 0.949 euros por litro que na altura comparavam com os 1.009 euros por litro que estavam contabilizados no gráfico, iam 6 centimos de diferença. Acrescentando o outro desconto de 6 centimos perfaz 12 centimos, iva incluído. Ou seja, terias de abater 10 centimos antes de IVA.
Como no caso do gasóleo o valor da margem bruta tem andado pelos 17~18 centimos, ainda sobrariam 7~8 centimos.
Para que a petrolífera em que abasteces não tenha prejuízo, terá de encaixar todos os custos nesses 7~8 centimos por litro.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:mais_um Escreveu:Boas!
Não sei qual é a margem das petroliferas, mas nas Caldas da Rainha, o preço do gasoleo é 0,949€ e como sou socio do Benfica, tenho mais 6 centimos de desconto (na Repsol), que a partir de 1 de Agosto passará a ser de 4 centimos. Será que estão a vender abaixo do preço de custo?
Mais_um, tens em praticamente todas as páginas deste tópico de há uns meses para cá um gráfico com as margens brutas (a diferença entre o PVP, antes de impostos, e preço por litro de cada um dos combustíveis refinados nos mercados internacionais).
Para além de saber em que valores se situará ainda podes ver como tem evoluído...
Boas!
Obrigado pela chamada de atenção, já há bastante tempo que não via este topico e esqueci-me desse detalhe, já agora para poupar-me tempo (estou com preguiça ...

Obrigado,
Alexandre Santos
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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mais_um Escreveu:Boas!
Não sei qual é a margem das petroliferas, mas nas Caldas da Rainha, o preço do gasoleo é 0,949€ e como sou socio do Benfica, tenho mais 6 centimos de desconto (na Repsol), que a partir de 1 de Agosto passará a ser de 4 centimos. Será que estão a vender abaixo do preço de custo?
Mais_um, tens em praticamente todas as páginas deste tópico de há uns meses para cá um gráfico com as margens brutas (a diferença entre o PVP, antes de impostos, e preço por litro de cada um dos combustíveis refinados nos mercados internacionais).
Para além de saber em que valores se situará ainda podes ver como tem evoluído...

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Boas!
Não sei qual é a margem das petroliferas, mas nas Caldas da Rainha, o preço do gasoleo é 0,949€ e como sou socio do Benfica, tenho mais 6 centimos de desconto (na Repsol), que a partir de 1 de Agosto passará a ser de 4 centimos. Será que estão a vender abaixo do preço de custo?
Não sei qual é a margem das petroliferas, mas nas Caldas da Rainha, o preço do gasoleo é 0,949€ e como sou socio do Benfica, tenho mais 6 centimos de desconto (na Repsol), que a partir de 1 de Agosto passará a ser de 4 centimos. Será que estão a vender abaixo do preço de custo?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Galp, Repsol e Cepsa sobem preços dos combustíveis
Rita Paz
28/07/09 13:20
Os preços dos combustíveis ficaram hoje mais caros nos postos da Galp e Repsol, apurou o Económico. A Cepsa sobe os preços amanhã.
Pela primeira vez em cinco semanas, a Galp subiu o preço do litro da gasolina em um cêntimo e o do gasóleo em dois cêntimos, disse ao Económico fonte da empresa. Nos postos da petrolífera nacional, a gasolina passou a valer 1,279 euros enquanto que o 'diesel' passou a a custar 1,029 euros.
No mesmo sentido, a Repsol subiu o preço do litro da gasolina em um cêntimo para 1,283 euros. O gasóleo, por sua vez, ficou mais caro em dois cêntimos passando a valer 1,034 euros.
Nos postos da Cepsa os preços dos combustíveis vão sofrer alterações a partir de amanhã. A gasolina vai subir 1,3 cêntimos para 1,282 euros e o gasóleo vai aumentar em 2,1 cêntimos para 1,029 euros, disse ao Económico fonte da empresa.
Já na BP, os preços não sofreram alterações. Nos postos da petrolífera britânica, um litro de gasolina custa 1,279 euros enquanto que o litro do gasóleo vale 1,019 euros.
Entre os 27 membros da União Europeia, Portugal ocupa o quinto lugar no 'ranking' europeu dos países com gasolina mais cara, segundo os últimos dados divulgados por Bruxelas. No que diz respeito ao gasóleo, a média nacional posiciona o país na nona posição da tabela entre os estados membros com o 'diesel' mais caro.
Em Portugal o preço médio do litro da gasolina custa 1,257 euros, enquanto que o gasóleo vale 1,003 euros, segundo os dados da Comissão Europeia.
economico.pt
Rita Paz
28/07/09 13:20
Os preços dos combustíveis ficaram hoje mais caros nos postos da Galp e Repsol, apurou o Económico. A Cepsa sobe os preços amanhã.
Pela primeira vez em cinco semanas, a Galp subiu o preço do litro da gasolina em um cêntimo e o do gasóleo em dois cêntimos, disse ao Económico fonte da empresa. Nos postos da petrolífera nacional, a gasolina passou a valer 1,279 euros enquanto que o 'diesel' passou a a custar 1,029 euros.
No mesmo sentido, a Repsol subiu o preço do litro da gasolina em um cêntimo para 1,283 euros. O gasóleo, por sua vez, ficou mais caro em dois cêntimos passando a valer 1,034 euros.
Nos postos da Cepsa os preços dos combustíveis vão sofrer alterações a partir de amanhã. A gasolina vai subir 1,3 cêntimos para 1,282 euros e o gasóleo vai aumentar em 2,1 cêntimos para 1,029 euros, disse ao Económico fonte da empresa.
Já na BP, os preços não sofreram alterações. Nos postos da petrolífera britânica, um litro de gasolina custa 1,279 euros enquanto que o litro do gasóleo vale 1,019 euros.
Entre os 27 membros da União Europeia, Portugal ocupa o quinto lugar no 'ranking' europeu dos países com gasolina mais cara, segundo os últimos dados divulgados por Bruxelas. No que diz respeito ao gasóleo, a média nacional posiciona o país na nona posição da tabela entre os estados membros com o 'diesel' mais caro.
Em Portugal o preço médio do litro da gasolina custa 1,257 euros, enquanto que o gasóleo vale 1,003 euros, segundo os dados da Comissão Europeia.
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Esta semana a gasolina manteve o preço (1.271) ao passo que o gasóleo baixou (para 1.009/1.011).
Nos mercados internacionais ambos os combustíveis foram subindo ao longo da semana, com especial ênfase entre quarta e sexta-feira e as médias semanais acabaram por ser semelhantes às da semana anterior (na verdade a gasolina subiu uns 0.3 cêntimos por litro).
O resultado é de uma baixa moderada na margem estimada, mais evidente no caso do gasóleo. Ainda assim, as margens continuam "lá por cima"...
Nos mercados internacionais ambos os combustíveis foram subindo ao longo da semana, com especial ênfase entre quarta e sexta-feira e as médias semanais acabaram por ser semelhantes às da semana anterior (na verdade a gasolina subiu uns 0.3 cêntimos por litro).
O resultado é de uma baixa moderada na margem estimada, mais evidente no caso do gasóleo. Ainda assim, as margens continuam "lá por cima"...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Flying Turtle Escreveu:Em Portugal pelo menos, as gasolineiras mostraram no passado uma enorme inabilidade comunicacional. Veremos se aprenderam alguma coisa entretanto...
Sim, penso que é o ponto mais frágil em toda esta história, no que às petrolíferas diz respeito.
Outro aspecto que me parece algo "incompreensível", é o facto das margens terem subido mais do que noutros países europeus (afastamo-nos, ainda que muito ligeiramente, da média europeia). Bastava os combustíveis baixarem um ou dois centimos e isso já não seria verdade e evitavam certos argumentos e acusações.
O que eu quero dizer não é que seja incompreensível que isso possa acontecer mas sim que as petrolíferas não tenham abdicado de o fazer. Estamos a falar de montantes bastante reduzidos. Sou tentando a dizer que as petrolíferas poderiam sobreviver perfeitamente com um ou dois centimos a menos por litro.
Poder-se-á dizer, mas um ou dois centimos o que é que mudava para o consumidor...
A questão é que 1 ou 2 centimos é tudo quanto custava para que não pudessem existir artigos legítimos a dizer que temos a gasolina mais cara da europa no primeiro semestre de 2009 (e o quarto gasóleo mais caro, salvo erro) ou que os combustíveis tinham subido mais em Portugal do que no resto da europa. Até se poderia dizer com maior legitimidade ainda que os preços - antes de impostos - eram mais baixos em Portugal do que em Espanha.
Dito de outra forma: aquilo que tantas vezes acusam de estar a acontecer, está a acontecer. Embora numa escala muito pequena. E eu creio que as petrolíferas podiam evitar isso facilmente. Espanta-me mesmo que não o façam, perante tanta polémica em torno do assunto...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Deixaste-me completamente baralhado...Flying Turtle Escreveu:(...) ou que eu pretendi dizer algo do género "as gasolineiras aproveitaram a alta [baixa] do petróleo para esmagar [fazer explodir] as margens e sacrificar menos [mais] o consumidor" é totalmente despropositado (...)Flying Turtle Escreveu:(...) a verdade é que as gasolineiras têm de facto vindo a aproveitar a tendência de baixa dos combustíveis para aumentarem as suas margens.Flying Turtle Escreveu:Disse e, com base na tua própria evidência, reitero que as gasolineiras têm estado a aproveitar o abaixamento dos preços para aumentarem as suas margens.
Não tem nada que baralhar Marco, eu disse que as margens aumentaram mas não disse que tinha havido algo de sinistro, maquiavélico, persecutório ou coisa do género nesse aumento, como tu quiseste fazer crer.
Coloquei em evidência um facto que me parece indesmentível e que, bem vistas as coisas, é em parte compreensível, só não o sendo talvez na dimensão que tem estado a assumir.
Admito até que as gasolineiras estejam apenas a criar uma "almofada" para poderem amortecer eventuais subidas pontualmente mais acentuadas dos combustíveis (que, como tu bem referes, já há algum tempo têm vindo a subir). Se o estiverem a fazer, então estarão provavelmente a pensar mesmo no consumidor e a criar mecanismos de defesa contra as ondas de desinformação que fatalmente as atingirão se e quando os combustíveis continuarem a subir.
Em Portugal pelo menos, as gasolineiras mostraram no passado uma enorme inabilidade comunicacional. Veremos se aprenderam alguma coisa entretanto...
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Deixaste-me completamente baralhado...
Outra coisa, tens estado a classificar aquele periodo de quase um ano como de baixa dos combustiveis mas é claro que isso não é exactamente verdade. O período abrange uma grande descida e uma também já bem vasta subida que leva entretanto alguns meses também: a gasolina antes de impostos já subiu quase 70%, por exemplo.
Portanto, depois de um período de retracção das margens até ao Verão de 2008, as margens têm vindo a aumentar o que se vai verificando quer com as matérias primas a baixar, quer com as matérias primas a aumentar. O que uma vez mais indicia que a tal associação "gasolina baixa, petrolíferas aproveitam para aumentar as margens" será substancialmente incorrecta...
Uma das razões apontadas para as baixas margens no Verão de 2008 por exemplo disseram respeito à procura de gasolina bastante abaixo do normal nos Estados Unidos naquele período.
O mercado dos combustiveis é bastante complexo e global (os fluxos/destinos dos combustíveis, conflitos bélicos, variações na procura/oferta, variações nas reservas, etc). Muitos factores podem pressionar os preços num sentido ou noutro. Por exemplo, há meses atrás grandes quantidades de petróleo estavam a ser compradas para serem literalmente guardadas (armazenadas em petroleiros) para serem vendidas mais tarde. Noutras ocasiões, petroleiros que se estão a dirigir para um local são desviados a meio curso para outro local porque "de repente" a procura é maior noutra ponta do globo, o que faz com que quem tem combustível disponível na primeira região, possa cobrar mais alto.
Continuo a dizer que as petrolíferas, na definição do preço, estão a pensar muito menos no consumidor do que este tende a pensar. Obviamente também pensam no consumidor. Entre outras coisas...
Flying Turtle Escreveu:(...) ou que eu pretendi dizer algo do género "as gasolineiras aproveitaram a alta [baixa] do petróleo para esmagar [fazer explodir] as margens e sacrificar menos [mais] o consumidor" é totalmente despropositado (...)
Flying Turtle Escreveu:(...) a verdade é que as gasolineiras têm de facto vindo a aproveitar a tendência de baixa dos combustíveis para aumentarem as suas margens.
Flying Turtle Escreveu:Disse e, com base na tua própria evidência, reitero que as gasolineiras têm estado a aproveitar o abaixamento dos preços para aumentarem as suas margens.
Outra coisa, tens estado a classificar aquele periodo de quase um ano como de baixa dos combustiveis mas é claro que isso não é exactamente verdade. O período abrange uma grande descida e uma também já bem vasta subida que leva entretanto alguns meses também: a gasolina antes de impostos já subiu quase 70%, por exemplo.
Portanto, depois de um período de retracção das margens até ao Verão de 2008, as margens têm vindo a aumentar o que se vai verificando quer com as matérias primas a baixar, quer com as matérias primas a aumentar. O que uma vez mais indicia que a tal associação "gasolina baixa, petrolíferas aproveitam para aumentar as margens" será substancialmente incorrecta...
Uma das razões apontadas para as baixas margens no Verão de 2008 por exemplo disseram respeito à procura de gasolina bastante abaixo do normal nos Estados Unidos naquele período.
O mercado dos combustiveis é bastante complexo e global (os fluxos/destinos dos combustíveis, conflitos bélicos, variações na procura/oferta, variações nas reservas, etc). Muitos factores podem pressionar os preços num sentido ou noutro. Por exemplo, há meses atrás grandes quantidades de petróleo estavam a ser compradas para serem literalmente guardadas (armazenadas em petroleiros) para serem vendidas mais tarde. Noutras ocasiões, petroleiros que se estão a dirigir para um local são desviados a meio curso para outro local porque "de repente" a procura é maior noutra ponta do globo, o que faz com que quem tem combustível disponível na primeira região, possa cobrar mais alto.
Continuo a dizer que as petrolíferas, na definição do preço, estão a pensar muito menos no consumidor do que este tende a pensar. Obviamente também pensam no consumidor. Entre outras coisas...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Estás a pegar em pontos extremos em detrimento de uma análise de mais longo-prazo. É sabido que nessa altura do verão de 2008 as margens estavam esmagadas e abaixo do normal. Isso foi tema de notícias, entrevistas e até debate aqui neste mesmo tópico.
Portanto, é incorrecto pegar nesse período e tomá-lo como referência e base para uma análise pois ele não representa a norma mas a anormalidade.
Na verdade, e pegando num prazo mais alargado, o aumento tem sido sensivelmente o dobro do da inflacção para um período de cerca de 3 anos (ou seja, tem aumentado uns 5~6% ao ano). O valor está acima da inflação mas não astronomicamente acima da inflação. Por certo há muitos outros bens e serviços que neste periodo progrediram de forma identica (e até pior).
Marco, basta olhares para o teu próprio gráfico para constatares que a subida das margens neste último ano foi, quer em valores médios quer absolutos, significativamente superior à descida durante os dois anos anteriores: Repara que se unires os mínimos desses dois anos tens uma linha levemente descendente, enquanto que se unires os máximos tens uma linha que até é levemente ascendente (o que significa aumento de volatilidade).
Eu não disse que a subida das margens tinha sido de 37% num ano, se leres bem o que escrevi verificarás que essa taxa se refere à LTA que une os mínimos e que é, de um ponto de vista técnico, irrepreensível. Também disse que os máximos evoluiram menos (o que denota abaixamento da volatilidade nos preços), não sendo possível aliás traçar uma linha que os una de forma tecnicamente aceitável. Mas mesmo os máximos subiram significativamente mais neste último ano do que tinham descido nos dois anteriores (aliás, nem sequer desceram, como ressaltei acima).
Por muitas voltas que se dê, não há como negar a evidência do facto.
MarcoAntonio Escreveu:Flying Turtle Escreveu:(...) a verdade é que as gasolineiras têm de facto vindo a aproveitar a tendência de baixa dos combustíveis para aumentarem as suas margens. E não pouco...
Sinceramente, não creio que este tipo de postulação faça sentido. Ou por outra, faz o mesmo sentido que dizer que as gasolineiras "aproveitaram a alta do petróleo para esmagar as margens e sacrificar menos o consumidor". Tem a mesmíssima validade porém ninguém o diz. Simplesmente porque nos é tremendamente difícil desligar-nos da óptica do consumidor...
Não creio contudo que estivessem a pensar no consumidor quer numa ocasião quer na outra. Apenas a seguir tendências internacionais. Os preços dos combustíveis em Portugal continuam muito semelhantes aos praticados em Espanha (antes de impostos), vindo a alternar entre mais caros e mais baratos.
Não sei em quem as gasolineiras estiveram a pensar nem me interessa sinceramente. Nem afirmei que parte da subida não tinha vindo compensar descidas anteriores. E também nunca disse que o que se passa em Portugal é diferente do que acontece por essa Europa fora e designadamente em Espanha.
Acho que vires dizer que o meu raciocínio está enviesado "porque nos é tremendamente difícil desligar-nos da óptica do consumidor", ou que eu pretendi dizer algo do género "as gasolineiras aproveitaram a alta [baixa] do petróleo para esmagar [fazer explodir] as margens e sacrificar menos [mais] o consumidor" é totalmente despropositado, tanto mais quanto tu sabes perfeitamente que sempre combati - e combato - esse tipo de argumentação de índole persecutória e maquiavelista.
Disse e, com base na tua própria evidência, reitero que as gasolineiras têm estado a aproveitar o abaixamento dos preços para aumentarem as suas margens. O mesmo acontecerá talvez em Espanha e, possivelmente, no resto da Europa, mas isso não belisca nem invalida minimamente a minha afirmação.
FT
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Flying Turtle Escreveu:Olá a todos,
Sem, de modo algum, colocar em causa as explicações do MarcoAntónio, e concordando com ele em quase toda a sua argumentação, quero notar que existe para mim, neste último ano, uma clara tendência de subida das margens das gasolineiras, com mostro na imagem que junto: (...)
Estás a pegar em pontos extremos em detrimento de uma análise de mais longo-prazo. É sabido que nessa altura do verão de 2008 as margens estavam esmagadas e abaixo do normal. Isso foi tema de notícias, entrevistas e até debate aqui neste mesmo tópico.
Portanto, é incorrecto pegar nesse período e tomá-lo como referência e base para uma análise pois ele não representa a norma mas a anormalidade.
Na verdade, e pegando num prazo mais alargado, o aumento tem sido sensivelmente o dobro do da inflacção para um período de cerca de 3 anos (ou seja, tem aumentado uns 5~6% ao ano). O valor está acima da inflação mas não astronomicamente acima da inflação. Por certo há muitos outros bens e serviços que neste periodo progrediram de forma identica (e até pior).
Flying Turtle Escreveu:(...) a verdade é que as gasolineiras têm de facto vindo a aproveitar a tendência de baixa dos combustíveis para aumentarem as suas margens. E não pouco...
Sinceramente, não creio que este tipo de postulação faça sentido. Ou por outra, faz o mesmo sentido que dizer que as gasolineiras "aproveitaram a alta do petróleo para esmagar as margens e sacrificar menos o consumidor". Tem a mesmíssima validade porém ninguém o diz. Simplesmente porque nos é tremendamente difícil desligar-nos da óptica do consumidor...
Não creio contudo que estivessem a pensar no consumidor quer numa ocasião quer na outra. Apenas a seguir tendências internacionais. Os preços dos combustíveis em Portugal continuam muito semelhantes aos praticados em Espanha (antes de impostos), vindo a alternar entre mais caros e mais baratos.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Olá a todos,
Sem, de modo algum, colocar em causa as explicações do MarcoAntónio, e concordando com ele em quase toda a sua argumentação, quero notar que existe para mim, neste último ano, uma clara tendência de subida das margens das gasolineiras, com mostro na imagem que junto: Aquela LTA é, do ponto de vista técnico, indiscutível (embora a linha de topo do canal o seja bastante), e tem um declive que corresponde a uma subida das margens mínimas de 37% apenas num ano (as margens máximas subiram bastante menos mas, mesmo assim, a tendência de subida é iniludível).
Assim sendo, e apesar de, como o Marco afirma, existir uma percepção muito enviesada por parte do público em geral a qual, em boa medida, é alimentada por media preguiçosos (para não dizer pior) e por entidades, como a DECO e o ACP, que também pouco ou nada têm feito por uma informação isenta, a verdade é que as gasolineiras têm de facto vindo a aproveitar a tendência de baixa dos combustíveis para aumentarem as suas margens. E não pouco...
FT
P.S.: Peço desculpa pela minha prolongada ausência, que continua a dever-se a tempos muito ocupados.
Sem, de modo algum, colocar em causa as explicações do MarcoAntónio, e concordando com ele em quase toda a sua argumentação, quero notar que existe para mim, neste último ano, uma clara tendência de subida das margens das gasolineiras, com mostro na imagem que junto: Aquela LTA é, do ponto de vista técnico, indiscutível (embora a linha de topo do canal o seja bastante), e tem um declive que corresponde a uma subida das margens mínimas de 37% apenas num ano (as margens máximas subiram bastante menos mas, mesmo assim, a tendência de subida é iniludível).
Assim sendo, e apesar de, como o Marco afirma, existir uma percepção muito enviesada por parte do público em geral a qual, em boa medida, é alimentada por media preguiçosos (para não dizer pior) e por entidades, como a DECO e o ACP, que também pouco ou nada têm feito por uma informação isenta, a verdade é que as gasolineiras têm de facto vindo a aproveitar a tendência de baixa dos combustíveis para aumentarem as suas margens. E não pouco...
FT
P.S.: Peço desculpa pela minha prolongada ausência, que continua a dever-se a tempos muito ocupados.
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- margens combustiveis 20090718.PNG (176.04 KiB) Visualizado 5244 vezes
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Welcome back Marc Antoine
Bom resumo da matéria, agora já não há desculpas para a ignorância.
Este post devia ser repetido quando aparecem os comentários e cálculos à lá TVI, mas às vezes ler mais de 10 linhas é muito difícil...
Hehehehe...
Abraço
PS: Os impostos pá! Os impostos! LOL

Bom resumo da matéria, agora já não há desculpas para a ignorância.
Este post devia ser repetido quando aparecem os comentários e cálculos à lá TVI, mas às vezes ler mais de 10 linhas é muito difícil...
Hehehehe...
Abraço
PS: Os impostos pá! Os impostos! LOL
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.
William Bernstein
William Bernstein
Para quem quiser replicar o tipo de análise acima, as fontes dos dados e critérios são:
> Preços dos combustiveis: notícias dando conta dos preços de referência e mais recentemente valores retirados do site estatal do preço dos combustiveis. Os preços dizem respeito aos praticados pela GALP que funcionam assim como aproximação do mercado nacional.
> Preço das matérias primas (média semanal): os valores da gasolina e do gasóleo nos mercados internacionais são retirados do site da EIA (onde surgem em dólares e em galões). Estão já convertidos para litros e euros, com câmbio calculado ao dia, funcionando como aproximação do custo do combustível à saída da refinaria em cada semana.
> Foi contabilizado um "lag temporal" de duas semanas até final de 2007 e de uma semana a partir de janeiro de 2008, em sintonia com o descrito no relatório da AdC publicado em meados de 2008 bem como com a análise prévia que aqui tinha sido realizada.
> Preços dos combustiveis: notícias dando conta dos preços de referência e mais recentemente valores retirados do site estatal do preço dos combustiveis. Os preços dizem respeito aos praticados pela GALP que funcionam assim como aproximação do mercado nacional.
> Preço das matérias primas (média semanal): os valores da gasolina e do gasóleo nos mercados internacionais são retirados do site da EIA (onde surgem em dólares e em galões). Estão já convertidos para litros e euros, com câmbio calculado ao dia, funcionando como aproximação do custo do combustível à saída da refinaria em cada semana.
> Foi contabilizado um "lag temporal" de duas semanas até final de 2007 e de uma semana a partir de janeiro de 2008, em sintonia com o descrito no relatório da AdC publicado em meados de 2008 bem como com a análise prévia que aqui tinha sido realizada.
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 18/7/2009 14:20, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Pois é, estão a acabar-se estas férias ora bolas!
Este tópico animou de novo, o que não é surpresa nenhuma dado que o petróleo recuou.
Como tenho a BD incompleta estive a reconstrui-la na medida do possível com recurso às notícias que davam conta das alterações de preços nos últimos dois meses. Mesmo assim ficou incompleta num par de semanas e poderá existir alguma incorrecção pontual (não intencional) mas que será pouco relevante para uma análise global e contínua.
Ao fazer esta actualização aproveito de novo para voltar a resumir a estrutura do preço dos combustiveis e o seu processo de formulação ao longo do tempo pois com este reanimar do tópico voltou a notar-se claramente que o maior "problema" em torno deste tema é o desconhecimento. O desconhecimento de como se calcula o preço dos combustiveis, quais as taxas de impostos, como o preço evolui e que componentes principais formam o preço e de que forma o afectam. Continuamos a ver exercícios de análise/comparação tremendamente simplistas e naturalmente... completamente inadequados.
Especialmente quando o petróleo recua, os consumidores tendem a raciocinar de uma forma linear: o petroleo baixa, logo os combustíveis deviam baixar numa proporção identica. Como se a GALP ou outra petrolífera passasse a pagar salários igualmente inferiores aos funcionários, como se não existissem componentes do imposto que são fixas, etc...
Outro pormenor que denota a falta de conhecimento de como se formula o preço surge em comparações tão "inofensivas" como "a que preço estavam os combustíveis quando o petrólo esteve nos 150 dolares?".
Bem, para além do petróleo nunca ter estado a 150 dolares (esteve perto, é verdade), os preços dos combustiveis não reflectem cotações diárias mas sim - como já destaquei aqui inúmeras vezes - médias semanais.
Se tomarmos por referência o Crude Oil por exemplo, a média semanal mais elevada foi atingida na semana que terminou a 4 de Julho de 2008 e o valor médio em euros (porque é em euros que nos interessa saber) foi de 90.5 euros. E o preço de referência a tomar em consideração é aquele que foi aplicado nos postos de abastecimento na semana seguinte (1.525 na gasolina e 1.428 no gasóleo).
Neste momento o Crude Oil encontra-se a valores que rondam os 43 euros mas os preços a considerar e comparar com este valor do crude que se deve tomar é aquele que vai ser aplicado na próxima semana nos postos e não o que temos hoje.
Portanto, teremos de pegar nas médias semanais da matéria prima nos mercados internacionais na semana n-1 e comparar com o preço nos postos introduzido durante a semana n (a semana seguinte). E "nunca" em cotações em dias discretos (passados ou recentes) e compara-los com o preço imediato nos postos. É um exercício totalmente incorrecto que vai produzir conclusões equivocadas...
Agora, relativamente às componentes do preço, temos primariamente o preço base (o preço antes de impostos) que é o preço cobrado pelas petrolíferas e a componente de impostos:
PVP = Preço Base + Impostos
Em termos de impostos temos dois tipos de imposto, a componente fixa conhecida por ISP (actualmente formado tb ele por duas parcelas mas matenhamos isto tão simples quanto possivel) que é de 0.583 euro/litro na gasolina e 0.364 euro/litro no gasóleo e no final, aplicado sobre o somatório PB+ISP surge o IVA, actualmente com uma taxa de 20%.
Obviamente as alterações de preço na matéria prima vão afectar mais directamente o preço base sendo depois aplicado o mesmo ISP "fixo" e no final a taxa de IVA que é um imposto proporcional. Desde logo, a pesada carga fiscal, aplicada desta forma, amortiza significativamente todas as variações sejam para cima sejam para baixo. Obviamente os consumidores tendem a reparar especialmente na amortização quando se tratam de baixas de preço onde facilmente imaginam que "devia ter baixado mais".
Mas na verdade, nem sequer os factores que amortizam as variações terminam por aqui pois existem - como já foi aqui referido por diversas vezes - custos / componentes do preço base que também não variam na directa proporção das matérias primas nem têm nada que variar. Ninguém em seu perfeito juízo, desde que pense minimamente e racionalmente sobre o assunto, espera realmente que variem. Os custos com pessoal não variam na proporção da matéria prima pois os salários mantêm-se (e com o tempo vão subindo). Custos de transporte também variam de forma reduzida. A margem não tem de variar de forma proporcial (poderá manter-se mais ou menos constante). Etc, etc.
Portanto, dentro do preço base podemos separar o preço basicamente em duas componentes:
Preço Base = Custo dos Refinados + Margem Bruta
O custo dos refinados (o preço dos refinados nos mercados internacionais) como aproximação ao custo do combustivel à saida da refinaria é aquele que seguirá mais de perto o comportamento do petróleo (do qual são derivados). A Margem Bruta terá de cobrir todos os custos do sector de distribuição e retalho (a maior parte dos quais são fixos ou quase fixos) e no final resultará então um lucro líquido...
Tudo isto (que já foi aqui explicado diversas vezes) torna-se mais ou menos óbvio e acessível de se compreender após uma análise cuidada e racional. Perante esta exposição estou certo que fica óbvio que todas as comparações simplistas que se fazem com frequência por esse país fora são comparações sem sentido nenhum pois ignoram todos (ou a maior parte destes) factores com impacto significativo na forma como os preços dos combustiveis evoluem.
De há algum tempo a esta parte tenho resumido toda a análise ao gráfico da evolução estimada das margens porque no fundo é isso que pretendemos saber.
A análise mostra que os preços têm vindo a inflacionar ainda que de forma bastante ténue e parte desse incremento se justifique pela inflação económica. Mas não toda, há que assumir.
Portanto, a conclusão é que os preços estão muito próximos dos valores que seriam de esperar em função das variações que entretanto foram sofrendo as matérias primas.
A estimativa aponta para valores da ordem dos 14.5 centimos por litro em finais de 2006 e para valores da ordem dos 16.5 centimos em meados de 2009.
De notar que nesta última semana nota-se um disparar em alta das margens, o que quer dizer que nesta última semana os preços não baixaram tanto quanto deviam (tanto quanto era de esperar). Penso que na próxima semana, dado os dados que já tenho da presente e a descida deficitária desta semana, poderemos contar com mais uma baixa da mesma ordem de grandeza na semana quem vem, isto é, cerca de 2 centimos.
Penso que esta sintese ajudará a compreender melhor toda a esta questão e que será de grande ajuda para os que não foram acompanhando o debate aqui neste tópico (e outros anteriores aqui no forum) ao longo de mais de um ano e de muitas dezenas de páginas.
Por fim, para terminar esta retoma do tema um breve comentário a notícias e declarações nos média: por um lado, o facto de termos dos combustiveis mais caros da europa antes de impostos. As notícias que davam conta desse facto, pelo que vi, não o quantificavam. Obviamente, a afirmação só por si é mais chamativa e dramática mas os valores estão muito próximos da média europeia (a poucos centimos) e em especial muito, muito próximos (sendo por vezes até mais baixos) que os da nossa vizinha Espanha. E o segundo comentário diz respeito precisamente a essa questão pois o CEO da GALP terá dito que temos preços mais baixos que do lado de lá da fronteira, o que não será muito exacto (embora não seja propriamente mentira também). Isto porque ora é verdade, ora não é. Os preços têm sido ora mais baixos do lado de cá, ora mais baixos do lado de lá (isto antes de impostos naturalmente) como se pode verificar facilmente por exemplo no site da DGEG, por exemplo. Portanto, teria sido mais correcto dizer algo como: "os nossos preços são perfeitamente semelhantes aos praticados em Espanha, antes de impostos."
E por hora, chega...

Este tópico animou de novo, o que não é surpresa nenhuma dado que o petróleo recuou.
Como tenho a BD incompleta estive a reconstrui-la na medida do possível com recurso às notícias que davam conta das alterações de preços nos últimos dois meses. Mesmo assim ficou incompleta num par de semanas e poderá existir alguma incorrecção pontual (não intencional) mas que será pouco relevante para uma análise global e contínua.
Ao fazer esta actualização aproveito de novo para voltar a resumir a estrutura do preço dos combustiveis e o seu processo de formulação ao longo do tempo pois com este reanimar do tópico voltou a notar-se claramente que o maior "problema" em torno deste tema é o desconhecimento. O desconhecimento de como se calcula o preço dos combustiveis, quais as taxas de impostos, como o preço evolui e que componentes principais formam o preço e de que forma o afectam. Continuamos a ver exercícios de análise/comparação tremendamente simplistas e naturalmente... completamente inadequados.
Especialmente quando o petróleo recua, os consumidores tendem a raciocinar de uma forma linear: o petroleo baixa, logo os combustíveis deviam baixar numa proporção identica. Como se a GALP ou outra petrolífera passasse a pagar salários igualmente inferiores aos funcionários, como se não existissem componentes do imposto que são fixas, etc...
Outro pormenor que denota a falta de conhecimento de como se formula o preço surge em comparações tão "inofensivas" como "a que preço estavam os combustíveis quando o petrólo esteve nos 150 dolares?".
Bem, para além do petróleo nunca ter estado a 150 dolares (esteve perto, é verdade), os preços dos combustiveis não reflectem cotações diárias mas sim - como já destaquei aqui inúmeras vezes - médias semanais.
Se tomarmos por referência o Crude Oil por exemplo, a média semanal mais elevada foi atingida na semana que terminou a 4 de Julho de 2008 e o valor médio em euros (porque é em euros que nos interessa saber) foi de 90.5 euros. E o preço de referência a tomar em consideração é aquele que foi aplicado nos postos de abastecimento na semana seguinte (1.525 na gasolina e 1.428 no gasóleo).
Neste momento o Crude Oil encontra-se a valores que rondam os 43 euros mas os preços a considerar e comparar com este valor do crude que se deve tomar é aquele que vai ser aplicado na próxima semana nos postos e não o que temos hoje.
Portanto, teremos de pegar nas médias semanais da matéria prima nos mercados internacionais na semana n-1 e comparar com o preço nos postos introduzido durante a semana n (a semana seguinte). E "nunca" em cotações em dias discretos (passados ou recentes) e compara-los com o preço imediato nos postos. É um exercício totalmente incorrecto que vai produzir conclusões equivocadas...
Agora, relativamente às componentes do preço, temos primariamente o preço base (o preço antes de impostos) que é o preço cobrado pelas petrolíferas e a componente de impostos:
PVP = Preço Base + Impostos
Em termos de impostos temos dois tipos de imposto, a componente fixa conhecida por ISP (actualmente formado tb ele por duas parcelas mas matenhamos isto tão simples quanto possivel) que é de 0.583 euro/litro na gasolina e 0.364 euro/litro no gasóleo e no final, aplicado sobre o somatório PB+ISP surge o IVA, actualmente com uma taxa de 20%.
Obviamente as alterações de preço na matéria prima vão afectar mais directamente o preço base sendo depois aplicado o mesmo ISP "fixo" e no final a taxa de IVA que é um imposto proporcional. Desde logo, a pesada carga fiscal, aplicada desta forma, amortiza significativamente todas as variações sejam para cima sejam para baixo. Obviamente os consumidores tendem a reparar especialmente na amortização quando se tratam de baixas de preço onde facilmente imaginam que "devia ter baixado mais".
Mas na verdade, nem sequer os factores que amortizam as variações terminam por aqui pois existem - como já foi aqui referido por diversas vezes - custos / componentes do preço base que também não variam na directa proporção das matérias primas nem têm nada que variar. Ninguém em seu perfeito juízo, desde que pense minimamente e racionalmente sobre o assunto, espera realmente que variem. Os custos com pessoal não variam na proporção da matéria prima pois os salários mantêm-se (e com o tempo vão subindo). Custos de transporte também variam de forma reduzida. A margem não tem de variar de forma proporcial (poderá manter-se mais ou menos constante). Etc, etc.
Portanto, dentro do preço base podemos separar o preço basicamente em duas componentes:
Preço Base = Custo dos Refinados + Margem Bruta
O custo dos refinados (o preço dos refinados nos mercados internacionais) como aproximação ao custo do combustivel à saida da refinaria é aquele que seguirá mais de perto o comportamento do petróleo (do qual são derivados). A Margem Bruta terá de cobrir todos os custos do sector de distribuição e retalho (a maior parte dos quais são fixos ou quase fixos) e no final resultará então um lucro líquido...
Tudo isto (que já foi aqui explicado diversas vezes) torna-se mais ou menos óbvio e acessível de se compreender após uma análise cuidada e racional. Perante esta exposição estou certo que fica óbvio que todas as comparações simplistas que se fazem com frequência por esse país fora são comparações sem sentido nenhum pois ignoram todos (ou a maior parte destes) factores com impacto significativo na forma como os preços dos combustiveis evoluem.
De há algum tempo a esta parte tenho resumido toda a análise ao gráfico da evolução estimada das margens porque no fundo é isso que pretendemos saber.
A análise mostra que os preços têm vindo a inflacionar ainda que de forma bastante ténue e parte desse incremento se justifique pela inflação económica. Mas não toda, há que assumir.
Portanto, a conclusão é que os preços estão muito próximos dos valores que seriam de esperar em função das variações que entretanto foram sofrendo as matérias primas.
A estimativa aponta para valores da ordem dos 14.5 centimos por litro em finais de 2006 e para valores da ordem dos 16.5 centimos em meados de 2009.
De notar que nesta última semana nota-se um disparar em alta das margens, o que quer dizer que nesta última semana os preços não baixaram tanto quanto deviam (tanto quanto era de esperar). Penso que na próxima semana, dado os dados que já tenho da presente e a descida deficitária desta semana, poderemos contar com mais uma baixa da mesma ordem de grandeza na semana quem vem, isto é, cerca de 2 centimos.
Penso que esta sintese ajudará a compreender melhor toda a esta questão e que será de grande ajuda para os que não foram acompanhando o debate aqui neste tópico (e outros anteriores aqui no forum) ao longo de mais de um ano e de muitas dezenas de páginas.
Por fim, para terminar esta retoma do tema um breve comentário a notícias e declarações nos média: por um lado, o facto de termos dos combustiveis mais caros da europa antes de impostos. As notícias que davam conta desse facto, pelo que vi, não o quantificavam. Obviamente, a afirmação só por si é mais chamativa e dramática mas os valores estão muito próximos da média europeia (a poucos centimos) e em especial muito, muito próximos (sendo por vezes até mais baixos) que os da nossa vizinha Espanha. E o segundo comentário diz respeito precisamente a essa questão pois o CEO da GALP terá dito que temos preços mais baixos que do lado de lá da fronteira, o que não será muito exacto (embora não seja propriamente mentira também). Isto porque ora é verdade, ora não é. Os preços têm sido ora mais baixos do lado de cá, ora mais baixos do lado de lá (isto antes de impostos naturalmente) como se pode verificar facilmente por exemplo no site da DGEG, por exemplo. Portanto, teria sido mais correcto dizer algo como: "os nossos preços são perfeitamente semelhantes aos praticados em Espanha, antes de impostos."
E por hora, chega...
- Anexos
-
- margemcombustiveis090717.PNG (28.15 KiB) Visualizado 5372 vezes
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 17/7/2009 16:06, num total de 2 vezes.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
sem2006 Escreveu:Ninguém falou em relação ao preço que se fixaria...
Falei em relação a mais uma mentira vinda desse senhor...
Ou então eu e ele temos uma noção muito diferente sobre descidas acentuadas
Se calhar para esse senhor 1 cêntimo é pouco... mais 2 cêntimos é muito

Pode não ser uma mentira, e sim uma verdade para ele.
Outra coisa, ele referiu-se a quando é que iria haver "descidas acentuadas"? Ou seja, ele disse claramente "prá semana" ou algo do género?
Porque senão, podia estar a referir-se a "haver grandes descidas" na generalidade, isto é, daqui para a frente?
Até é o mais certo, pois tenho a noção que o crude tem descido continuamente, só tendo subido um pouco esta semana - por isso, e tendo em conta que as influências no combustível só se fazem sentir passado aproximadamente 2 semanas, diria que é previsível haver descidas na(s) próxima(s) 1 ou 2 semanas.
Atenção que falo de noção geral... não acompanho a coisa nem pouco mais ou menos.
Elias Escreveu:sem, se tu fosses o CEO da GALP e tivesses neste momento (isto é, hoje), o poder de fixar o preço de venda, que preço fixarias? E já agora, porquê?
1 abraço,
Elias
Ninguém falou em relação ao preço que se fixaria...
Falei em relação a mais uma mentira vinda desse senhor...
Ou então eu e ele temos uma noção muito diferente sobre descidas acentuadas

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Elias Escreveu:sem2006 Escreveu:Para quem dizia que iriam haver descidas acentuadas nos preços dos combustíveis, realmente 2 cêntimos é uma descida acentuada![]()
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O que mais me enerva é aquele gajo da GALP vir com mentiras destas para ver se acalma o mexilhão
A gasolina é o único produto que eu conheço relativamente ao qual as pessoas acham que está caro e continuam a consumir.
Em todos, ou quase todos, os produtos, quando uma pessoa acha que está caro, não compra...
Alternativas? ...É quase como dizeres que a água é único produto que as pessoas acham que está caro e continuam a consumir

Já vi que o teu paleio é sempre o mesmo...é igual ao daqueles que dizem "quem está mal, muda-se"

Além disso, nem sequer tiveste a inteligência de perceber que eu nem me estava a referir directamente ao preço, mas sim às mentiras típicas do CEO da GALP..
é que mais valia a pena ele ficar calado

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sem2006 Escreveu:Para quem dizia que iriam haver descidas acentuadas nos preços dos combustíveis, realmente 2 cêntimos é uma descida acentuada![]()
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O que mais me enerva é aquele gajo da GALP vir com mentiras destas para ver se acalma o mexilhão
A gasolina é o único produto que eu conheço relativamente ao qual as pessoas acham que está caro e continuam a consumir.
Em todos, ou quase todos, os produtos, quando uma pessoa acha que está caro, não compra...
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Dansousa Escreveu:Não sei se será este o local apropriado para esta noticia, se não for, peço desculpa, cá vai:
Petróleo pode afundar até aos 20 dólares ainda este ano
O petróleo poderá afundar 67% até ao final do ano. A previsão é de Philip Verleger, antigo conselheiro do governo dos EUA, que estima que os preços da matéria-prima desçam até aos 20 dólares em resultado de um excesso de reservas de petróleo, num contexto de recessão económica.
“Irá registar-se um excedente de 100 milhões de barris de petróleo até ao final do ano, que acabará por pressionar a capacidade de armazenamento e enviar os preços para os valores mais baixos dos últimos sete anos”, afirmou Verleger, à Bloomberg. Em 2007, o professor da Universidade de Calgary previu a escalada até aos 100 dólares.
Este antigo conselheiro do governo dos EUA sublinha que “a situação da economia não está a melhorar”. Acrescenta que “se a recessão se mantiver e o Inverno for quente, a situação vai ser devastadora” para os preços do petróleo, que poderão, assim, recuar para níveis de Fevereiro de 2002.
Os preços do petróleo estão hoje a cotar acima dos 62 dólares por barril, pelo que terão de recuar mais de 67% para atingirem os 20 dólares. Em Londres, o Brent segue nos 62,75 dólares, a desvalorizar 0,54%, enquanto em Nova Iorque o barril da matéria-prima desliza 0,6% para cotar nos 61,17 dólares.
Fonte: JNegocios
O homem tem coragem........para vir fazer uma previsão destas!?!?!?!?
Cmpts
DS
O melhor local para colocar isto era nas bojardas futuristas!!!!



De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
Não sei se será este o local apropriado para esta noticia, se não for, peço desculpa, cá vai:
Petróleo pode afundar até aos 20 dólares ainda este ano
O petróleo poderá afundar 67% até ao final do ano. A previsão é de Philip Verleger, antigo conselheiro do governo dos EUA, que estima que os preços da matéria-prima desçam até aos 20 dólares em resultado de um excesso de reservas de petróleo, num contexto de recessão económica.
“Irá registar-se um excedente de 100 milhões de barris de petróleo até ao final do ano, que acabará por pressionar a capacidade de armazenamento e enviar os preços para os valores mais baixos dos últimos sete anos”, afirmou Verleger, à Bloomberg. Em 2007, o professor da Universidade de Calgary previu a escalada até aos 100 dólares.
Este antigo conselheiro do governo dos EUA sublinha que “a situação da economia não está a melhorar”. Acrescenta que “se a recessão se mantiver e o Inverno for quente, a situação vai ser devastadora” para os preços do petróleo, que poderão, assim, recuar para níveis de Fevereiro de 2002.
Os preços do petróleo estão hoje a cotar acima dos 62 dólares por barril, pelo que terão de recuar mais de 67% para atingirem os 20 dólares. Em Londres, o Brent segue nos 62,75 dólares, a desvalorizar 0,54%, enquanto em Nova Iorque o barril da matéria-prima desliza 0,6% para cotar nos 61,17 dólares.
Fonte: JNegocios
O homem tem coragem........para vir fazer uma previsão destas!?!?!?!?
Cmpts
DS
Petróleo pode afundar até aos 20 dólares ainda este ano
O petróleo poderá afundar 67% até ao final do ano. A previsão é de Philip Verleger, antigo conselheiro do governo dos EUA, que estima que os preços da matéria-prima desçam até aos 20 dólares em resultado de um excesso de reservas de petróleo, num contexto de recessão económica.
“Irá registar-se um excedente de 100 milhões de barris de petróleo até ao final do ano, que acabará por pressionar a capacidade de armazenamento e enviar os preços para os valores mais baixos dos últimos sete anos”, afirmou Verleger, à Bloomberg. Em 2007, o professor da Universidade de Calgary previu a escalada até aos 100 dólares.
Este antigo conselheiro do governo dos EUA sublinha que “a situação da economia não está a melhorar”. Acrescenta que “se a recessão se mantiver e o Inverno for quente, a situação vai ser devastadora” para os preços do petróleo, que poderão, assim, recuar para níveis de Fevereiro de 2002.
Os preços do petróleo estão hoje a cotar acima dos 62 dólares por barril, pelo que terão de recuar mais de 67% para atingirem os 20 dólares. Em Londres, o Brent segue nos 62,75 dólares, a desvalorizar 0,54%, enquanto em Nova Iorque o barril da matéria-prima desliza 0,6% para cotar nos 61,17 dólares.
Fonte: JNegocios
O homem tem coragem........para vir fazer uma previsão destas!?!?!?!?
Cmpts
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