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Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Opcard » 17/5/2013 10:51

Decidam , depois verem nela o diabo afinal a mulher é uma santa, ela já teria os cheques prontos para pagar os nossas dividas .



Tridion Escreveu:
Paulo Tavares - Jornalista TSF Escreveu:2 anos dps assinatura do MoU, Lobo Xavier, na Quadratura, disse que Merkel nunca quis Troika em PT, e q PSD e CDS provocaram pedido resgate.


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por tava3 » 17/5/2013 10:33

Que novidade. :roll:
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por Tridion » 17/5/2013 10:24

Paulo Tavares - Jornalista TSF Escreveu:2 anos dps assinatura do MoU, Lobo Xavier, na Quadratura, disse que Merkel nunca quis Troika em PT, e q PSD e CDS provocaram pedido resgate.


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por Automech » 17/5/2013 1:15

tavaverquenao2 Escreveu:Podes não poluir cá mas se vais importar materias primas alguem vai poluir, no fabrico de pesticidas, uma panoplia de produtos para a hotelaria como detergentes, plasticos, papel, etc. Qual é a actividade que não poliu mesmo, direta ou indiretamente? :)

Pensei que estavas a falar das nossas quotas
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por tava3 » 17/5/2013 1:07

Podes não poluir cá mas se vais importar materias primas alguem vai poluir, no fabrico de pesticidas, uma panoplia de produtos para a hotelaria como detergentes, plasticos, papel, etc. Qual é a actividade que não poliu mesmo, direta ou indiretamente? :)
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por Automech » 17/5/2013 0:37

tavaverquenao2 Escreveu:Ah, e aumentar as importações também, não temos materia prima para tudo o que produzimos. :)

Isso não é necessariamente mau. Importar matérias primas, acrescentar valor e exportar é positivo.

Além disso nem todas as exportações implicam grande carga poluente ou de importações de matéria prima tais como turismo, produtos agrícolas, florestais e outros relacionados (vinho, azeite, cortiça, lácteos, etc.), actividades ligadas ao mar, industria de software, saúde, etc.. Depende daquilo em que as empresas apostarem para o aumento das exportações.
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por tava3 » 16/5/2013 22:54

Faltava a cereja.
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Este tópico está....

por rg7803 » 16/5/2013 21:39

...a tornar-se...
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por tava3 » 16/5/2013 20:19

Eu quando falei que atingimos uma máximo histório referia-me ao mundo.

http://www.em.com.br/app/noticia/tecnol ... stas.shtml
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por MiamiBlue » 16/5/2013 18:13

tavaverquenao2 Escreveu:Aliás, segundo as ultimas noticias, atingimos um máximo histórico, no caso do co2.


O Protocolo de Quioto serviu para distribuir as emissões de GEE, não para as diminuir.

E quando leio medidas como aumentar as taxas ambientais, pergunto-me: afinal queremos é acabar com a Industria, certo??

Se pensarmos nos aumentos brutais do preço da energia, em portugal, nos últimos anos facilmente verificamos o desconhecimento que altos responsáveis políticos têm da economia real.

Este Governo fala da reindustrialização e durante a sua governação aumentou taxas de licenciamento, a burocracia para licenciamentos de unidades industriais não diminui, o custo dos licenciamentos aumentou e o preço da energia teve um aumento exponencial.

Face aos outros custos de contexto, não me venham falar que o Governo sabe do que anda a falar quando publicita a reindustrialização.

O que o Governo faz é publicidade enganosa, nada mais.

Se o Governo quer realmente apostar na reindustrialização do país que fale com as empresas e comece a atuar. Desde já, proponho 4 medidas:

- Licenciamentos simplificados e redução das taxas de licenciamento - custo da medida: zero;

- Para investimentos superiores a X milhões, em novas instalações ou sua modernização para produtos a exportar- IRC reduzido - custo da medida: zero;

- Redução do IVA sobre a energia consumida pelas empresas - custo da medida: significativo mas recuperado em parte pelos impostos pelo aumento de aquisição de matéria prima e impostos sobre o trabalho;

- Emprego para desempregados de longa duração: redução da TSU por um determinado período - custo da medida: zero;
 
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por tava3 » 16/5/2013 14:44

Aliás, segundo as ultimas noticias, atingimos um máximo histórico, no caso do co2.
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por altrio » 16/5/2013 14:36

MiamiBlueHeart Escreveu:
altrio Escreveu:
Sim, esse é o efeito bom da crise. A União Europeia reduziu as suas emissões de carbono em 2.8% em 2011 e 1.4% em 2012, pelo que está no bom caminho.


Mas deixamos de consumir esses produtos que originavam essas emissões?

É que se a sua produção desses produtos mudou da Europa para a China as emissões de GEE são as mesmas, ou ainda piores..


Não te sei dizer qual é o efeito das deslocalizações.

Globalmente as emissões continuam a aumentar (3% em 2011 e 4.7% em 2012).
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por Rantamplan » 16/5/2013 14:34

JMHP Escreveu:
tavaverquenao2 Escreveu:Ah, e aumentar as importações também, não temos materia prima para tudo o que produzimos. :)


Isso é verdade, quando aumentamos a nossa produção ou investimento também aumentamos as importações. Por outro lado as exportações conduzem ao aumento da economia interna dado que necessitamos de fornecedores e serviços, que muito mais tarde se reflecte no aumento do consumo dado que existe mais dinheiro disponível na economia das empresas e pessoas.

O mais importante desta "equação" é a ordem do seu desenvolvimento, é a exportação e produção que devem servir de alavancagem da nossa economia e não na ordem inversa como tem acontecido ao longo de década e meia.



Encontro 3 soluções possíveis no médio/longo prazo para a economia portuguesa/europeia:

- Proteccionismo económicocriando incentivos negativos e positivos sobre importações e exportações, respetivamente, com o consequente controlo da Balança de Pagamentos. Dificilmente passa pelas restrições da UE e da WTO. Duvido da eficácia da opção se se mantiver o EURO tão valorizado (para Portugal).

- Saída do EURO, reganhando-se autonomia sobre política monetária, e tb sobre política orçamental uma vez que os limites do défice e da dívida deixam de ser aplicáveis. Pode ser conjugada com medidas protecionistas. Processo cuja previsibilidade da amplitude das consequências é de difícil cálculo, embora comece a achar que os mercados financeiros, considerando o atual rumo da Europa, podem não penalizar tanto como isso o primeiro país a decidir unilateralmente sair do EURO.

- Federalização da UE com ou sem Orçamento único, em particular dos países do EURO, com criação de mecanismos orçamentais compensatórios entre os países para cobrir o "custo" de existência de moeda única.
Esta é a opção que a maioria tem defendido mas é, em minha opinião, a de maior dificuldade de execução porque:
a) Criam-se necessariamente 2 UE (EURO/não EURO), com regras de funcionamento completamente distintas entre si o que causa tensões geopolíticas complicadas.
b) Implica abdicar da soberania dos países em favor de um governo europeu. Causa tensões sociais e políticas dentro de cada país. A legitimidade democrática poderia sair fortemente condicionada.
c) Os mecanismos compensatórios são subvenções à economia pela sua falta de capacidade competitiva, o que à partida não cria condições para alterações da estrutura económica dos países beneficiários.

Uma coisa me parece certa, manter o rumo da Europa e do país, numa senda austeritarista, vai afundar cada vez mais a economia e a sua capacidade competitiva e de inovação. Friso inovação pq a Europa perdeu nestes últimos anos a liderança mundial na inovação e sem inovação, sinceramente chapeu. Não vamos concerteza competir pelos custos com os restantes blocos geoeconómicos.

Retroatividade de pensões, despedimentos na função pública, mexidas no IRC, cortes de subsídios, e medidas afins são instrumentos que estão a ser utilizados, e mal, pela pressão de tesouraria que recai sobre o Estado.

Quando se quiser tomar qualquer decisão económica efetivamente estratégica para Portugal, os mecanismos macroeconómicos de ajustamento estão todos esgotados e os cidadãos não terão qualquer margem para acomodar mais alterações.

Este Governo está a prestar um péssimo serviço ao país, o pior desde o 25 de Abril, precisamente porque não "aproveitando a oportunidade da crise" para reformar estruturalmente a economia, está a hipotecar a possibilidade dela acontecer no futuro.
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por tava3 » 16/5/2013 14:02

Já agora, e depois das frases da nossa senhora e do são jorge do outro, alguém explica a um ateu a frase: "Os depositos acima de 100k são sacrosantos? E não estou a falar da definição do dicionário. :)
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por MiamiBlue » 16/5/2013 12:32

altrio Escreveu:
Sim, esse é o efeito bom da crise. A União Europeia reduziu as suas emissões de carbono em 2.8% em 2011 e 1.4% em 2012, pelo que está no bom caminho.


Mas deixamos de consumir esses produtos que originavam essas emissões?

É que se a sua produção desses produtos mudou da Europa para a China as emissões de GEE são as mesmas, ou ainda piores..
 
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por JMHP » 16/5/2013 12:29

tavaverquenao2 Escreveu:Ah, e aumentar as importações também, não temos materia prima para tudo o que produzimos. :)


Isso é verdade, quando aumentamos a nossa produção ou investimento também aumentamos as importações. Por outro lado as exportações conduzem ao aumento da economia interna dado que necessitamos de fornecedores e serviços, que muito mais tarde se reflecte no aumento do consumo dado que existe mais dinheiro disponível na economia das empresas e pessoas.

O mais importante desta "equação" é a ordem do seu desenvolvimento, é a exportação e produção que devem servir de alavancagem da nossa economia e não na ordem inversa como tem acontecido ao longo de década e meia.
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por tava3 » 16/5/2013 12:09

Ah, e aumentar as importações também, não temos materia prima para tudo o que produzimos. :)
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por tava3 » 16/5/2013 12:01

A quebra de produção era enevitável? Ou quebra de consumo é que era enevitável, segundo alguns? É que se queremos exportar mais, temos de produzir mais e consequentemente, poluir mais, penso eu de que.
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por altrio » 16/5/2013 11:09

joaoventura Escreveu:
Independentemente do resultado social desta crise, na minha opinião, em termos ambientais produz-se agora menos lixo e noto isso por onde ando!

Deixo-vos o exemplo de um gráfico da evolução do total de praias com bandeira azul desde 1986. Hão-de reparar numa grande subida entre 2009 e 2010, que à primeira vista parece-me a maior entre anos sucessivos, se ignorarmos 1991/1992/1993 (que caiu mais depois voltou ao mesmo número)..


Sim, esse é o efeito bom da crise. A União Europeia reduziu as suas emissões de carbono em 2.8% em 2011 e 1.4% em 2012, pelo que está no bom caminho.
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por joaoventura » 16/5/2013 10:24

tavaverquenao2 Escreveu:O que me faz confusão é a quantidade de economistas, comentadores e outros que acreditavam cegamente nestas politicas, e agora dão o dito pelo não dito. Era mais que claro que o resultado seria este.


Na minha opinião a quebra da produção interna em Portugal era inevitável. Então se é da opinião de toda a gente que, como país, andávamos a consumir mais do que o que podíamos, também é natural que andávamos a produzir mais do que necessitávamos.

Portanto, talvez não seja a política de austeridade (do governo) a culpada, mas sim a política de austeridade que cada um de nós assumiu nas suas casas.. O resto é o mercado a ajustar-se à nova realidade.

Independentemente do resultado social desta crise, na minha opinião, em termos ambientais produz-se agora menos lixo e noto isso por onde ando!

Deixo-vos o exemplo de um gráfico da evolução do total de praias com bandeira azul desde 1986. Hão-de reparar numa grande subida entre 2009 e 2010, que à primeira vista parece-me a maior entre anos sucessivos, se ignorarmos 1991/1992/1993 (que caiu mais depois voltou ao mesmo número)..
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Mais um.

por Pintodoiro » 16/5/2013 10:08

Holanda pode provocar o colapso do euro

A bolha imobiliária estourou, o país está em recessão, o desemprego sobe e a dívida dos consumidores é 250% do rendimento disponível. O grande aliado da Alemanha na imposição da austeridade por todo o continente começa a provar o amargo da sua própria receita. Por Matthew Lynn, El Economista
ARTIGO | 13 MAIO, 2013 - 20:57

A Holanda começa a provar o amargo da austeridade que o seu ministro das Finanças quer aplicar em toda a Europa. Foto By Rijksoverheid.nl [CC0], via Wikimedia Commons
Que país da zona euro está mais endividado? Os gregos esbanjadores, com as suas generosas pensões estatais? Os cipriotas e os seus bancos repletos de dinheiro sujo russo? Os espanhóis tocados pela recessão ou os irlandeses em falência? Pois curiosamente são os holandeses sóbrios e responsáveis. A dívida dos consumidores nos Países Baixos atingiu 250% do rendimento disponível e é uma das mais altas do mundo. Em comparação, a Espanha nunca superou os 125%.

A Holanda é um dos países mais endividados do mundo. Está mergulhada na recessão e demonstra poucos sinais de estar a sair dela. A crise do euro arrasta-se há três anos e até agora só tinha infetado os países periféricos da moeda única. A Holanda, no entanto, é um membro central tanto da UE quanto do euro. Se não puder sobreviver na zona euro, estará tudo acabado.

O país sempre foi um dos mais prósperos e estáveis de Europa, além de um dos maiores defensores da UE. Foi membro fundador da união e um dos partidários mais entusiastas do lançamento da moeda única. Com uma economia rica, orientada para as exportações e um grande número de multinacionais de sucesso, supunha-se que tinha tudo a ganhar com a criação da economia única que nasceria com a introdução satisfatória do euro. Em vez disso, começou a interpretar um guião tristemente conhecido. Está a estourar do mesmo modo que a Irlanda, a Grécia e Portugal, salvo que o rastilho é um pouco mais longo.

Bolha imobiliária

Os juros baixos, que antes do mais respondem aos interesses da economia alemã, e a existência de muito capital barato criaram uma bolha imobiliária e a explosão da dívida. Desde o lançamento da moeda única até o pico do mercado, o preço da habitação na Holanda duplicou, convertendo-se num dos mercados mais sobreaquecidos do mundo. Agora explodiu estrondosamente. Os preços da habitação caem com a mesma velocidade que os da Flórida quando murchou o auge imobiliário americano.

Atualmente, os preços estão 16,6% mais baixos do que estavam no ponto mais alto da bolha de 2008, e a associação nacional de agentes imobiliários prevê outra queda de 7% este ano. A não ser que tenha comprado a sua casa no século passado, agora valerá menos do que pagou e inclusive menos ainda do que pediu emprestado por ela.

Por tudo isso, os holandeses afundam-se num mar de dívidas. A dívida dos lares está acima dos 250%, é maior ainda que a da Irlanda, e 2,5 vezes o nível da da Grécia. O governo já teve de resgatar um banco e, com preços da moradia em queda contínua, o mais provável é que o sigam muitos mais. Os bancos holandeses têm 650 mil milhões de euros pendentes num sector imobiliário que perde valor a toda a velocidade. Se há um facto demonstrado sobre os mercados financeiros é que quando os mercados imobiliários se afundam, o sistema financeiro não se faz esperar.

Profunda recessão

As agências de rating (que não costumam ser as primeiras a estar a par dos últimos acontecimentos) já se começam a dar conta. Em fevereiro, a Fitch rebaixou a qualificação estável da dívida holandesa, que continua com o seu triplo A, ainda que só por um fio. A agência culpou a queda dos preços da moradia, o aumento da dívida estatal e a estabilidade do sistema bancário (a mesma mistura tóxica de outros países da eurozona afetados pela crise).

A economia afundou-se na recessão. O desemprego aumenta e atinge máximos de há duas décadas. O total de desempregados duplicou em apenas dois anos, e em março a taxa de desemprego passou de 7,7% para 8,1% (uma taxa de aumento ainda mais rápida que a do Chipre). O FMI prevê que a economia vai encolher 0,5% em 2013, mas os prognósticos têm o mau costume de ser otimistas. O governo não cumpre os seus défices orçamentais, apesar de ter imposto medidas severas de austeridade em outubro. Como outros países da eurozona, a Holanda parece encerrada num círculo vicioso de desemprego em aumento e rendimentos fiscais em queda, o que conduz a ainda mais austeridade e a mais cortes e perda de emprego. Quando um país entra nesse comboio, custa muito a sair dele (sobretudo dentro das fronteiras do euro).

Até agora, a Holanda tinha sido o grande aliado da Alemanha na imposição da austeridade por todo o continente, como resposta aos problemas da moeda. Agora que a recessão se agrava, o apoio holandês a uma receita sem fim de cortes e recessão (e inclusive ao euro) começará a esfumar-se.

Os colapsos da zona euro ocorreram sempre na periferia da divisa. Eram países marginais e os seus problemas eram apresentados como acidentes, não como prova das falhas sistémicas da forma como a moeda foi estruturada. Os gregos gastavam demasiado. Os irlandeses deixaram que o seu mercado imobiliário se descontrolasse. Os italianos sempre tiveram demasiada dívida. Para os holandeses não há nenhuma desculpa: eles obedeceram a todas as regras.

Desde o início ficou claro que a crise do euro chegaria à sua fase terminal quando atingisse o centro. Muitos analistas supunham que seria a França e, ainda que França não esteja exatamente isenta de problemas (o desemprego cresce e o governo faz o que pode, retirando competitividade à economia), não deixa de continuar a ser um país rico. As suas dívidas serão altas mas não estão fora de controlo nem começaram a ameaçar a estabilidade do sistema bancário. A Holanda está a chegar a esse ponto.

Talvez se tenha de esperar um ano mais, talvez dois, mas a queda ganha ritmo e o sistema financeiro perde estabilidade a cada dia. A Holanda será o primeiro país central a estourar e isso significará demasiada crise para o euro.

Matthew Lynn é diretor executivo da consultora londrina Strategy Economics.

Publicado originalmente em El Economista, republicado em Jaque al Neoliberalismo.
Põe tudo que és na mais pequena coisa que faças.

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por tava3 » 16/5/2013 9:26

O que me faz confusão é a quantidade de economistas, comentadores e outros que acreditavam cegamente nestas politicas, e agora dão o dito pelo não dito. Era mais que claro que o resultado seria este.
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por MiamiBlue » 16/5/2013 8:58

Ao ponto que chega o ridículo..

Já não é só em Portugal, Grécia ou Irlanda que as receitas de austeridade impostas pelas troikas de credores internacionais estão a ser criticadas: na Alemanha, as equipas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) também são acusadas de impor receitas erradas aos países sob programa de ajuda externa.

Mais de três anos passados desde o início da crise da dívida europeia, os responsáveis alemães já estão mais do que habituados, e mesmo resignados, a serem apontados como os responsáveis pelas dificuldades vividas pelos países periféricos. Esta resignação não os impede, no entanto, de se demarcarem muito claramente do mantra da austeridade a todo o vapor que tem imperado na Europa desde 2010.

O termo "austeridade" tem em alemão uma conotação particularmente negativa de sofrimento extremo, o que os responsáveis em Berlim garantem que está longe de ser o que defendem.

Dentro da troika, a irritação de Berlim dirige-se sobretudo contra a Comissão Europeia, incluindo o seu presidente, Durão Barroso, o que não deixa de ser paradoxal quando muitas das exigências de austeridade aplicadas aos países sob programa de ajuda são implicitamente apresentadas em Bruxelas como resultantes de exigências alemãs.


Como de costume, quando a situação começa a correu muito mal, ninguém assume responsabilidades..

Que esquizofrenia desta Europa..
 
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por MiamiBlue » 16/5/2013 8:46

nfmarque Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:e esqueceste dos resultados- quebra de 3,9%no último trimestre- a destruição da economia continua- e qual a meta definida pelo próprio Governo para 2013, em Outubro, recessão de 1%. Os resultados falam por si, não é o PS, CDU, BE, Verdes - são os números.. E quem defende esta estratégia do custe o que custar agora que justifique esta destruição da economia.


E como pretendes financiar o défice? Sem o dinheiro da troika como fazias??


Mas alguém disse que não era preciso o dinheiro da troika?

Que não era preciso austeridade?

O que não é preciso é um esquecimento completo da parte económica e no estabelecimento de metas completamente irrealistas. Que depois face aos descalabro são consequentemente alteradas. No ano passado, o objectivo era 4,5% de défice -meta completamente irrealista- toda agente sabia, mas o que fizemos?

Foi-se para além dos limites, a economia cedeu mais que o previsto e o défice acabou em 6,4% - que fez a Troika- aceitou..

Gestão danosa..


Este ano vamos ter um défice muito superior ao que o Governo previu - mais uma falha gigantesca de Vitor Gaspar, o desemprego vai provavelmente chegar aos 20%, a economia ter uam recessão muito mais profunda. Uma pergunta: um país com uma economia anémica vai pagar alguma coisa aos seus credores??

Atualmente quem não está a defender o país e a sua capacidade de pagar as suas dívidas é o atual Governo.


nfmarque Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:Relativamente à Sr.ª Merkel, esquece Portugal, porque é que a uma economia que tem:

- empréstimos com juros negativos..

- uma moeda mais fraca do que deveria ter..

- uma industria ainda tem um peso significativo na economia..
?


- sabes o que são juros negativos?

- qualquer pais pode enfraquecer a sua moeda (china, japão, suiça)



Eu é que pergunto, ter acesso a dinheiro de borla agora é mau para a economia??

É por esse motivo que a Alemanha vai crescer 0,5% este ano??

nfmarque Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:E porque é que a zona euro, no seu conjunto, tem previsto um crescimento negativo?


Chama-se desalavancagem e correcção de recursos mal alocados, a europa, esta endividada e com bolhas (contrução civil e creditos).


Se calhar o problema é muito mais profundo e está na sua base - no próprio sistema económico europeu.

Se calhar, é no esquecimento das questões económicas a nível europeu.

Se calhar, está na liderança completamente esquizofrénica desta Europa - pode dar resultado a desalavancagem terde ser efectuada por tantos países em situações completamente diferentes ao mesmo tempo. Muitos deles precisam de austeridade? Obviamente que Portugal sim, mas há outros..

A Europa é o Titanic a afundar-se, mas pelos vistos, está tudo bem- um barco a afundar-se é o que se deseja.

Aguardemos pelos próximos capitulos e ai vamos ver como existem soluções para o atual problema europeu.
 
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por Las_Vegas » 16/5/2013 0:31

MiamiBlueHeart Escreveu:Quem tem liderado e definido a estratégia europeia desde o início desta crise? a Alemanha, especificamente a Sr.ª Merkel...


Porque será?

Com tanto político xuxa-porreiro por essa europa fora
para que carga de água se adoptou a estratégia da Merkel?

Mistérios...


Bom... mas siga a campanha eleitoral ;)


Guterres ! Guterres ! Guterres não cara...


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