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Caldeirão da Bolsa

Cortar na saúde; Muito polémico

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por escada1 » 7/10/2011 14:35

A questão deve ser a consciÊncia de cada um.
é impossível criar mecanismos de fiscalização e leis.

Deveremos nós próprio como individuos, termos consciência das coisas.
Já dei exemplos, mas existem muitos mais.

Devemos exigir, mas também deveremos contribuir.

Tenho 37 anos, e quando era mais novo, andava na rua com os amigos a brincar e a jogar à bola.Onde anda essa alegria ?...em casa a jogar P Station...

Via muitas pessoas a apanhar autocarro (moro e morava em Lisboa).

Via uma população que tinha altos indices de poupança.Uma população que ia para a terra dos pais e ou avós, no interior, para ir buscar a batata, a couve, ou matar o porco para fazer uns belos chouriços.

Hoje temos uma população dependente de tudo o que é subsidios, e a pensar que o estado tem obrigações para tudo.
Muitos desses, têm 1 ou 2 telemóveis topo de gama.

Os pobres acham que os ricos devem pagar-lhes a boa vida, e os ricos acham que não devem pagar a boa vida

Deve haver um meio termo.

Mas acima de tudo, incutir a vontade de trabalhar, e quem não quiser, não daveria ter direito a NADA.

Também acho errado terem acabado com os trabalhos forçados da epoca do antigo regime.

Estamos mal, mas é por nossa culpa, lamento.

Está na nossa consciência e nos nossos habitos, mudarmos.Cada um, um por um, fará o somatório, o qual fara a diferença...
 
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por MarcoAntonio » 7/10/2011 13:31

Elias Escreveu:Claro, mas por outro lado as escolhas de cada um devem ser respeitadas.

Por isso o que me parece é que se deve legislar no sentido de promover aquilo que seja entendido como benéfico / importante para a sociedade e de resto deixar com cada um as escolhas que cada um faz.

De qualquer forma, num país como este onde a fiscalização em muitas áreas é fraca ou inexistente, legislar de pouco serve...



Nós não estamos a discutir proibições. Estamos a discutir precisamente o que deve ser promovido e o que deve ser desincentivado e (algumas d)as formas de fazê-lo...

Muito do que se discute neste âmbito praticamente nada tem que ver com fiscalização, tão pouco.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 7/10/2011 13:27

charles Escreveu:Marco, sem polémicas (...)


Charles, sem polémicas, eu não disse que tu disseste nada do que acabaste de escrever.


O que eu estou a discutir é isto e apenas isto:

charles Escreveu:Se cada um tem possibilidade de trocar de carro de dois em dois anos ou de ano a ano, qual é o problema de o fazer, se cada um pode comprar um pc de ano a ano, ainda para mais pensando que a tecnologia fica rápidamente obsuleta, qual é o problema de o fazer, renovar os eletrodomésticos etc, todo este, chamemos-lhe consumo,para mim hoje em dia são necessidades básicas dos dias de hoje, nós como povo e como sociedade temos de avançar e não recuar, tudo isto faz mexer uma economia, o encolher e ficarmos na nossa concha não nos leva a lado nenhum.

(...)

quem pode comprar porque não fazê-lo


E voltando a ler por uma segunda vez, voltaria a escrever o mesmo perante o que tu escreveste.





Quanto à parte do consumo, a questão não é se a economia funciona ou não sem consumo. A questão é se - com dado nível de consumo - ela funciona bem ou mal e é isso que eu estou e vou discutir...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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por joaoventura » 7/10/2011 13:24

charles Escreveu:Faz o seguinte, desliga o PC, pois este gasta energia e a produção desta gera poluição, o próprio PC de onde teclas, não te desfaças dele nunca pois também vai causar lixo...entretanto para não consumires rescindes com o teu servido de net...e por ai em diante, em cada palavra das pessoas está implicito que se criticam a elas próprias.

De qualquer forma eu acredito na RECICLAGEM também gera emprego.


Charles,

preciso do PC a funcionar pois estou a tirar um Doutoramento em Informática (é o meu trabalho), mas o próprio PC tem aprox. 5 anos e uso-o para tarefas de processamento intensivo e paralelo. Tem um Linux em cima para ficar bem mais leve e eficiente e é um portátil logo consome menos potência.

O meu desktop de casa tem aprox. 10 anos e corre também um Linux pelo que não preciso de um novo para funcionar bem.

O meu anterior portátil que pifou estou a vendê-lo para peças, e já despachei algumas partes que fazem falta a outras pessoas.

Preciso do acesso à net para trabalho/lazer, e a única coisa que passa pelos cabos são electrões..

De qualquer maneira, o que te "critiquei" não foi a utilização das coisas, mas sim a "taxa de reposição" das coisas! Pelo teu raciocínio o meu desktop já teria ido fora 2 vezes, o meu portátil já teria ido fora uma vez, e o que pifou então directo para a lixeira 1.5 vezes. E já teria mudado umas 3 vezes de operador de internet..

O consumo excessivo, para além de ser pouco económico, gerar uma economia "falsa" (baseada não em necessidades reais mas psicológicas) gera muito lixo. Achas que a quantidade de brinquedos de plástico que fazem para os putos e afins (um entre milhentos exemplos) são todos reciclados? Os restantes argumentos já o MarcoAntonio os abordou..

Cumps,
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por Mares » 7/10/2011 13:16

MarcoAntonio Escreveu:Um automóvel em condições normais dura uns bons 10 anos e por vezes até bem mais...

Trocar de automóvel com grande frequência é simplesmente um desperdício tremendo de recursos (e em países como Portugal um peso considerável para a Balança Comercial, mesmo tendo nós cá alguma industria automóvel).

Já agora, acho extremamente problemática a política de apoios/incentivos ao abate num país como Portugal que tem um imenso parque automóvel (com bastantes veículos per capita) e onde há um apetite natural evidente para comprar e trocar de carro.

Tanto mais que o apoio/incentivo limita-se incrivelmente à aquisição de veículos novos como se já não bastasse. Isto é, com um parque automóvel em perfeitas condições imenso espalhado por todos os quantos em tudo o que é stand de usados, incluindo veículos com 3 anos virtualmente novos, o Estado incentiva a trocar de carro por um novo que, na maior parte dos casos é produzido lá fora.

É surreal...


E depois fala-se que gastamos acima das nossas possibilidades, se existêm beneficios ao consumo dado pelo prórpio Estado :roll: .

- Despesas com a saúde: em vez de pagar em impostos, usam-se os serviços privados.

- Troca de carro: se o carro novo consome menos e até tem-se benef. fiscais, para quê mantêr o carro velho? Melhor se fôr eléctrico.

- Empréstimo da casa: Medida que inflacionou o mercado imobiliário.

- Gastos com educação: em vez de utilizar-se as escolas estatais, o Estado até ajuda a utilizar o privado.

- Planos Poupança Reforma: da benefícios aos que podem fazer aplicações para a sua reforma. Retíra daqueles que não podem fazer essas poupanças.

- Renováveis e vidros duplos: O conforto de uns é encargo para todos.

Então o Estado ajuda... toca a gastar.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por charles » 7/10/2011 13:15

Marco, sem polémicas pois não é esse o objetivo quando defendo os meus pontos de vista, vou só constatar um facto, focas-te numa pequenina parte do que é dito, para a partir dai formulares todo um juizo sobre o que é que a pessoa quer ou não quer dizer com o seu raciocinio.

Eu não disse em parte nenhuma que, cada um faz o que quer sem que tudo o que faz esteja regulado politica e economicamente, ao concluires isso dá a impressão que eu estou a defender algo diferente do que escrevi e pensei, ora as pessoas fazem o que "querem" dentro da legalidade imposta pelas leis civis, crminais e comerciais, e neste caso se é isso que interessa de tudo o que eu disse, sim fazem relativamente o que querem.

Como eu sei qual é a minha linha de pensamento - e não percebo muito bem porque está a começar a ser polémico o que eu defendi :roll: - a questão é simples a economia só funciona com consumo, este consumo tem de ser feito de forma, e eu frisei bem, com equlibrio da balança comercial, este equlibrio tem de ser estrategicamente pensado pelos politicos, onde é que este pensamento macro-económico simples
encerra que cada um faz o que quer?!



Elias

Por isso o que me parece é que se deve legislar no sentido de promover aquilo que seja entendido como benéfico / importante para a sociedade e de resto deixar com cada um as escolhas que cada um faz.

De qualquer forma, num país como este onde a fiscalização em muitas áreas é fraca ou inexistente, legislar de pouco serve...


Ora ai está, isto faza parte da minha linha de pensamento e a encaixa numa pequena parte da minha conceção económica.
Editado pela última vez por charles em 7/10/2011 13:22, num total de 3 vezes.
Cumpt

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por Elias » 7/10/2011 13:09

MarcoAntonio Escreveu:Naturalmente, podes ir por aí fora apontando outras coisas e todos nós fazemos coisas do ponto de vista do estilo de vida ou do consumo que prejudica os outros e não deveríamos fazer e claramente, admito, é uma área cinzenta em que estamos a entrar.

Mas é também uma questão de racionalidade e bom senso: nem todos os comportamentos têm o mesmo peso seja pelo efeito/impacto individual seja pelo efeito de escala. Sei lá, podemos discutir se devemos ou não usar lenços de papel... mas discutir se devemos ou não trocar de carro de dois em dois anos ou se isso deve ser desincentivado não está sequer no mesmo campeonato e acho que isso é tão óbvio que nem vale a pena explicar em detalhe.


Claro, mas por outro lado as escolhas de cada um devem ser respeitadas.

Por isso o que me parece é que se deve legislar no sentido de promover aquilo que seja entendido como benéfico / importante para a sociedade e de resto deixar com cada um as escolhas que cada um faz.

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por MarcoAntonio » 7/10/2011 12:59

charles Escreveu:Claro que o exemplo da troca de carro que resulta da resposta a um post, em que sigo uma linha de pensamento oposta, e para vincar o meu ponto de vista, obviamente que o exemplo da troca de carro em cada ano é um extremo, a minha linha de pensamento no seu todo e não só no exemplo do carro está expressa nos meus posts anteriores, onde é explicado como o défice da balança comercial seria compensado.


A tua linha de pensamento assenta essencialmente na concepção de que as escolhas de cada um dizem respeito a cada um, o que na minha opinião está incorrecta pelo factos de que o que fazemos tem consequências na vida dos outros das mais variadas formas, umas mais visíveis outras menos. Também é importante considerar não só as implicações na vida dos outros - nomeadamente nos efeitos na economia mas não só - mas também que os rendimentos não são necessariamente legítimos ou socialmente justos (não podemos dar por adquirido que todo o rendimento é merecido só porque existe) e isto aumenta a responsabilidade como o dinheiro é gasto e também em que medida isso diz respeito aos outros.

Naturalmente, podes ir por aí fora apontando outras coisas e todos nós fazemos coisas do ponto de vista do estilo de vida ou do consumo que prejudica os outros e não deveríamos fazer e claramente, admito, é uma área cinzenta em que estamos a entrar.

Mas é também uma questão de racionalidade e bom senso: nem todos os comportamentos têm o mesmo peso seja pelo efeito/impacto individual seja pelo efeito de escala. Sei lá, podemos discutir se devemos ou não usar lenços de papel... mas discutir se devemos ou não trocar de carro de dois em dois anos ou se isso deve ser desincentivado não está sequer no mesmo campeonato e acho que isso é tão óbvio que nem vale a pena explicar em detalhe.



propriedade tua.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por charles » 7/10/2011 12:48

Claro que o exemplo da troca de carro que resulta da resposta a um post, em que sigo uma linha de pensamento oposta, e para vincar o meu ponto de vista, obviamente que o exemplo da troca de carro em cada ano é um extremo, a minha linha de pensamento no seu todo e não só no exemplo do carro está expressa nos meus posts anteriores, onde é explicado como o défice da balança comercial seria compensado.
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por MarcoAntonio » 7/10/2011 12:40

Um automóvel em condições normais dura uns bons 10 anos e por vezes até bem mais...

Trocar de automóvel com grande frequência é simplesmente um desperdício tremendo de recursos (e em países como Portugal um peso considerável para a Balança Comercial, mesmo tendo nós cá alguma industria automóvel).

Já agora, acho extremamente problemática a política de apoios/incentivos ao abate num país como Portugal que tem um imenso parque automóvel (com bastantes veículos per capita) e onde há um apetite natural evidente para comprar e trocar de carro.

Tanto mais que o apoio/incentivo limita-se incrivelmente à aquisição de veículos novos como se já não bastasse. Isto é, com um parque automóvel em perfeitas condições imenso espalhado por todos os quantos em tudo o que é stand de usados, incluindo veículos com 3 anos virtualmente novos, o Estado incentiva a trocar de carro por um novo que, na maior parte dos casos é produzido lá fora.

É surreal...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por fooman » 7/10/2011 12:39

Essa conversa do salário mínimo e da pobreza em Portugal é uma das maiores falácias de todos os tempos.

Tenho muito mais respeito e pena das pessoas que ganham 700 ou 1000 euros do que quem ganha o salário mínimo.

Quem ganha o salário mínimo:
- Não paga impostos directos (IRS);
- Tem casa de borla (ou com rendas mínimas);
- Tem educação de borla, alimentação ao estudante incluida (bolsas e subsídios);
- Tem saúde de borla (não paga taxas moderadoras, faz os exames que quer, recebe 100% na comparticipação de maior parte dos medicamentos, etc);
- Tem transportes quase de borla (nas cidades);
- and so on and so on...

Portanto, para esses, os 485€ são para a alimentação, vestuário e para os passeios ao domingo (daí haver tanto gaijo com o salário mínimo, ou desempregado, a passear ao domingo com os seus maquinões - VW, BMW, etc);

Quem ganha 1.000, além de ter um salário miserável, tem que pagar tudo o que descrevi acima. Na maioria das vezes sobra muito pouco para comer!

Está na altura de começar a desmascarar estas coisas. Sou muito a favor do salário mínimo, mas sou muito pouco a favor de determinadas benesses. Criam dependência e fazem com que as pessoas deixem de ter vontade (mesmo que seja forçada) em melhorar. Se eu pago para isto tudo, tenho tanto ou mais direito de ter a saúde, educação e a segurança de borla.
 
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por charles » 7/10/2011 12:34

joaoventura Escreveu:
charles Escreveu:Se cada um tem possibilidade de trocar de carro de dois em dois anos ou de ano a ano, qual é o problema de o fazer, se cada um pode comprar um pc de ano a ano, ainda para mais pensando que a tecnologia fica rápidamente obsuleta, qual é o problema de o fazer, renovar os eletrodomésticos etc, (...)


Qual é o problema? Gera uma quantidade de lixo do caraças.. :shock:

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De qualquer forma eu acredito na RECICLAGEM também gera emprego.
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por Reislb » 7/10/2011 12:32

joaoventura Escreveu:
charles Escreveu:Se cada um tem possibilidade de trocar de carro de dois em dois anos ou de ano a ano, qual é o problema de o fazer, se cada um pode comprar um pc de ano a ano, ainda para mais pensando que a tecnologia fica rápidamente obsuleta, qual é o problema de o fazer, renovar os eletrodomésticos etc, (...)


Qual é o problema? Gera uma quantidade de lixo do caraças.. :shock:

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Então não se tem em conta a reciclagem???

Hoje um Fiat Punto amanhã um Mercedes. :mrgreen:

LOL. Já estou a ver a cara do pessoal que tem um Mercedes a ler isto.....

Cumprimentos.
"Queres remar contra a maré????
Compra um barco a motor."
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por joaoventura » 7/10/2011 12:26

charles Escreveu:Se cada um tem possibilidade de trocar de carro de dois em dois anos ou de ano a ano, qual é o problema de o fazer, se cada um pode comprar um pc de ano a ano, ainda para mais pensando que a tecnologia fica rápidamente obsuleta, qual é o problema de o fazer, renovar os eletrodomésticos etc, (...)


Qual é o problema? Gera uma quantidade de lixo do caraças.. :shock:

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por charles » 7/10/2011 12:17

Existe um problema para quem defende o consumismo mesmo tendo "dinheiro" para ele.


Eu não defendo o consumismo no seu sentido negativo, que fique claro, acho que tudo deve ser feito de forma sustentavel, eu disse que, quem pode comprar porque não fazê-lo e continuo a achar que se deixarmos de comprar, seja extrangeiro ou português a economia paralisa, é fácil de perceber isso, tudo no seu conjunto representam empresas e empregos, se não venderem fecham.

Sobre a questão das importações de bens do exterior, eu abordo a questão da estratégia para o País, nessa estratégia eu sou defensor que se devem determinar linhas de rumo, que puxem pela economia Portuguesa de forma a que esta produza, melhor, mais barato e diferente, apostar na inovação e em novos produtos, quer para consumo interno quer para exportação.

Por exemplo, uma linha de rumo que podia ser tratado a nivel politico, fomentar e incentivar um consórcio em Portugal com o objetivo de fabricar um carro Português, por exemplo, aproveitando a experência o know how e o savoir-faire de uma Salvador Caetano em consórcio com grandes grupos privados nacionais ou outros, Amorins, Belmiros, Nabeiros etc.

Esta linha de rumo já devia ter sido traçada há 20 ou 30 anos atrás, este exemplo do carro serve para tudo o que é importado, embora se fosse eu a decidir, iria dar mais importância na maquinaria industrial, setor auto, eletrodomésticos, etc...

No défice de produtos alimentares, há que de imediato lançar linhas estratégicas para repor a produção, o caso dos ceriais é um exemplo em que somos demasiado deficitários, não sei se a UE é responsavel por esse défice devido às quotas, se fôr no seio da UE tem de haver muito barulho politico para alterar as leis, a par de tudo isto é urgente, para toda a UE, rever a deslocalização do tecido industrial para a China, esta situação é das principais culpadas do desemprego e consequente degradação da UE, a China não só nos vende produtos e mão de obra, como de seguida nos compra divida, e niguém faz nada, isto é um escândalo, a europa só vai recuperar, quando retornar ao modelo industrial dentro de portas e fizer regressar a produção à europa, mas isso iria ter um custo, que seria os produtos subirem de preço, se essa subida de custo fosse acompanhado de pleno emprego, acho que o poder de compra iria também subir, para quê termos produtos chineses baratos, se mesmo esses devido ao desemprego na UE, não são comprados.

Enfim tem de haver, vontade e competência politica.

Não podemos pensar em nacionalismos, se os Paises para onde exportamos pensarem em nacionalismos, vendemos-lhes ZERO.

Casa ou carro - se forem comprados a pronto , em principio nao tera problemas de maior , a nao ser porque esta a compar um bem importado (mais nos carros, claro). Se for a credito esta a penalizar duplamente a nossa balança pois para alem da importação do carro , quem lhe faz o credito tb esta a "importar" o dinheiro.Logo, é sempre dinheiro a sair do País para pagar esses bens

Pouco me importa, se sai dinheiro do País o mercado é europeu, e as pessoas ainda não perceberam isso, aliás o grande problema, é que a própria UE ainda não percebeu ou não quer perceber isso, a questão é só uma, o défice de um País tem de ser positivo, é simples não pode haver desiquilibrio da balança comercial, as contas públicas têm de ter sustentabilidade.
Editado pela última vez por charles em 7/10/2011 13:00, num total de 4 vezes.
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por Lion_Heart » 7/10/2011 11:52

Existe um problema para quem defende o consumismo mesmo tendo "dinheiro" para ele.

Casa ou carro - se forem comprados a pronto , em principio nao tera problemas de maior , a nao ser porque esta a compar um bem importado (mais nos carros, claro). Se for a credito esta a penalizar duplamente a nossa balança pois para alem da importação do carro , quem lhe faz o credito tb esta a "importar" o dinheiro.

Logo, é sempre dinheiro a sair do País para pagar esses bens.


Nos outros bens a coisa é semelhante a nao ser que sejam Nacionais , e ai é bom. Mas pouca coisa é Nacional hoje em dia.

Logo, concordo com o consumo , mas em bens Nacionais. Os outros se forem pagos a pronto ainda va , mas a evitar, a crédito nem pensar.



Ja agora vejam o que disse ontem o Nóia (Marques Mendes) na tvi, ou melhor os papeis que ele mostrou. E aquilo é só a ponta de mais um iceberg.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por charles » 7/10/2011 11:36

Esta mesma sociedade consumista é responsável por grande parte do nosso bem estar, o caminho de deixar de fazer tudo e mais alguma coisa é perigoso, pode simplesmente paralisar uma economia, pode e está a destruir empregos.

Se cada um tem possibilidade de trocar de carro de dois em dois anos ou de ano a ano, qual é o problema de o fazer, se cada um pode comprar um pc de ano a ano, ainda para mais pensando que a tecnologia fica rápidamente obsuleta, qual é o problema de o fazer, renovar os eletrodomésticos etc, todo este, chamemos-lhe consumo,para mim hoje em dia são necessidades básicas dos dias de hoje, nós como povo e como sociedade temos de avançar e não recuar, tudo isto faz mexer uma economia, o encolher e ficarmos na nossa concha não nos leva a lado nenhum.

Obviamente que, como em tudo existem pessoas que não se conseguem controlar e endividam-se excessivamente para acompanhar esse consumo, mas para mim esses exemplos levarnos-iam para outro nível do debate.

Vive-se incomparavelmente melhor hoje, do que há 30 anos atrás, o País teve um desenvolvimento tremendo, a meu ver até certo periodo, esse desenvolvimento e essa expansão da economia foi de certa forma sustentada, os últimos 10 anos a coisa descambou, com especial incidência para os últimos 6 anos, e claro, estamos e vamos todos pagar essa fatura até as contas públicas estarem em ordem.

A degradação da economia em Portugal, em especial nos últimos 10 anos, deve-se quanto a mim à má gestão da coisa pública, à má gestão do tecido empresarial no seu todo, à falta de visão estratégica para o País por parte da classe politica.

A grande parte do problema, chama-se roubo, corrupção e em especial a impunidade que branqueia e incentiva as anteriores, estes dois fatores é que fizeram descambar as finanças públicas, obras de 10 a custarem no final 1000, o descontrolo orçamental e o regabofe de regalias dos setores, como a justiça, educação, saúde e em todo o estado em geral, em muitas situações os exageros remuneratórios e de regalias, aos quais não tenho qualquer dúvida em apontar o dedo aos sindicatos deste País, estes últimos também têm muita responsabilidade no buraco monumental de setores como por exemplo os transportes.

Eu acho que o que Portugal produz seria suficente para podermos ter uma vida média e desafogada, tem de haver rigor e seriedade em todos os setores de atividade, tem de haver responsabilidade dos sindicatos quando exigem tudo e mais alguma coisa, tem de haver desorçamentação da coisa pública por via do rigor e da honestidade de quem lida com dinheiros dos contribuintes, os lobys têm de ser aniquilados, o poder politico tem de ter uma visão a longo prazo, tem de haver um pacto de regime urgente, em especial para a educação, justiça e saúde.

Temos por fim, nós sociedade civil, que cumprir o nosso papel, estarmos abertos à mudança e adaptarmos às novas circunstâncias, alguém dizia que somos nós e as nossas circunstâncias, pois bem sejamos-o, agora, se formos pelo caminho do minimalismo, não vamos a lado nenhum.

Quanto aos cortes na saúde, pessoalmente só peço rigor a quem administra, e essa historia de as pessoas não terem um tratamento porque é caro, eu não acredito muito nisso, acredito sim em listas de espera vergonhosas que é um problema estrutural de há muitos anos.....e por aqui me fico.
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por Mares » 7/10/2011 11:17

mapaman Escreveu:http://www.tvi24.iol.pt/portal-iol/juiz ... -5281.html


O caminho é este e quem dúvida que muita gente vai adoptar esta "easy way of life" pode esperar sentado por aumentos de produtividade.

Não tiveram coragem de taxar o Amorim e companhia mas aos miudos souberam tirar 500€ a dois dias da sua entrega como recompensa pelo esforço e mérito,palavras que tanto usam e que o vento as leva.

São fortes com os fracos e ajoelham aos pés dos fortes,e o Alberto João vai-lhes fazer a folha apartir de segunda.

Até aqui isto têm sido fácil,dia 17 em frente tudo muda,resta saber se aguentam o balanço.

cumps


Achei a declaração do Américo Amorim despropositada ("sou um simples assalariado, por isso já pago os meus impostos").

Mas perante um "juíz indignado", pergunto-me como o Estado poderá pagar-lhe 6 mil euros/mês + 700 euros/mês como complemento de habitação, se não existissem alguns "Amorins" neste país? De onde viría o dinheiro? De endividamento no exterior?

Certamente que sería uma realidade bem diferente e muitos dos "indignados" estaríam melhor se estivessem calados.

Os "Amorins" podem mudar de país e darem o seu contríbuto em outro lugar (gerando empregos e pagando impostos nesses países).

O mesmo não poderá dizer-se para quem espera pelo dinheiro do Estado.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
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por escada1 » 7/10/2011 10:44

Tenho 37 anos, e recordo-me que na decada de 80, comer bananas, era um luxo.
Chocolate idem, etc, etc.
O problema é que estamos a assumir como normal, coisas que há 30 anos eram luxos (salvo inexistência tecnológica).
Se pegarmos num qualquer livro de história do séc XIX, o proletário, o que ganhava pouco mais dava que para pagar a casa onde vivia e alguma comida.

O que estamos a viver é apenas castigo "divino".Exemplos?
Vivemos numa sociedade consumista, uma sociedade que se passeia alegremente pelos centros comerciais a comprara inutilidades.Uma sociedade que muda de carro de 2 em 2 anos, e compra TV 3D.

Mas ao mesmo tempo uma sociedade que compra frangos cheios de quimicos e outros de marcas brancas, em vez de exigir produtos de melhor qualidade.E quando os há, diz que é caro.

Uma sociedade que vai ao macdonaldos, e já não sabe o que é comer um bom feijão cozido.

Uma sociedade que dantes produzia o melhor enchido e chouriços e agora fabrica-se as coisas mais asquerosas.

Nós destruimos uma sociedade, fomos todos nós, ricos e pobres, cada um deu o seu contributo.

Sabem o que digo, pessoalmente não estou mal, nem a minha familia.Só custa-me é ver que os meus filhos (e as outras crianças) irão crescer num mundo cada vez mais podre.

Está na hora de mudarmos isto !

Atitude, afirmação e mudança de mentalidades.

Atitude:

1-Deixar comprar electrodomesticos só por comprar

2-Não mudar de TV só por mudar

3-Mudar de carrro pelo menos de 10 em 10 anos, de modo a maximizar o investimento

4-Andar a pé o mais possível.

5-Viajar dentro de Portugal (quantos miseráveis já foram a não sei que sitios, e por exemplo não conheçem o belo Açores ?)

6-NUNCA pedir dinheiro para viajar

7-Mudar de computador nunca com intervalo inferior a 5 anos.

8-Comer menos carnes, MAS EXIGIR qualidade absoluta, mesmo pagando mais.

9-Ter cuidados com a alimentação, de modo a não pagar mais tarde com a saúde, e com isso em medicamentos.

São uns exemplos

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:conjunto de bens e serviços que, não sendo essenciais, tambám não são de modo algum luxos. Eis alguns exemplos:

- tv por cabo
- telemóvel
- aparelhagem
- ar condicionado
- chocolate
- gelados
- livros
- equipamento desportivo
- carro próprio
- auto-rádio
- leitor de DVD
- impressora
- comer em restaurante
- passar um fim-de-semana fora, num hotel
- máquina fotográfica
- ginásio

 
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por Mares » 7/10/2011 10:28

A realidade de Portugal encontra-se resumída no post que aqui coloco.

Se as pessoas olharem para os números, certamente que entenderão melhor o país em que vivem.


Enquadramento Conceptual Pobreza e a Exclusão Social


Existem diversas e inúmeras formas de definir a pobreza. A pobreza é uma manifesta violação de todos os Direitos Humanos: civis, políticos, económicos, sociais e culturais.

De uma forma muito geral, a pobreza está directamente ligada à carência material, podendo ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais, focando-se mais ao nível das necessidades básicas. No entanto, esta definição é muito limitada, dado que a pobreza está também directamente associada à falta de recursos económicos e incapacidade de participar na sociedade de uma forma digna. Assim, pode considerar-se que uma pessoa vive em situação de pobreza se o seu rendimento e recursos são insuficientes e a impedem de ter um nível de vida considerado como aceitável na sociedade em que vive.

Associados à pobreza aparecem uma série de factores que podem contribuir de forma directa para o agravamento da situação tais como o desemprego, baixos salários, habitações precárias, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, baixas habilitações literárias, entre outras. Uma pessoa em situação de pobreza encontra-se assim marginalizada e excluída da participação nas actividades (económicas, sociais e culturais) que são norma para as outras pessoas e o seu acesso aos direitos fundamentais pode ser restrito.

Neste sentido foi definido o limiar da pobreza que se traduz em 60% do rendimento médio do país, ou seja, no caso de Portugal, uma pessoa é considerada abaixo da linha de pobreza se, após as transferências sociais, tiver rendimentos inferiores a cerca de 360€.


Directamente associado ao conceito de pobreza, aparece-nos a noção de exclusão social que pode entender-se como um processo de sucessivas rupturas com os vários sistemas sociais básicos: o social, o económico, o institucional, o territorial e o das referências simbólicas (Bento, et al., 2002).


A pobreza funciona, frequentemente, como “(…) uma ponte para a exclusão, uma vez que esta detém características multidimensionais que articulam: baixo nível de rendimento com baixo grau de escolaridade, saúde precária, fraca integração no mercado de trabalho e no tecido social, tornando-se por isso um factor de potencial marginalização” (Silva, et al., 1989).


Situação em Portugal e Europa

Estima-se que cerca de 78 milhões de pessoas na UE - 16% da população, estão actualmente sob a ameaça da pobreza.

A Desigualdade na distribuição do rendimento centra-se na diferença entre a média dos rendimentos dos 20% da população com maior rendimento e dos 20% da população com menor rendimento.

Ainda que a situação tenha tido uma evolução positiva, como se pode ver na imagem seguinte, a taxa de pobreza em Portugal ainda se mantém superior à média europeia.

Apesar do risco de pobreza entre os mais idosos ter diminuído de 26% para 21%, o mesmo não aconteceu entre os mais jovens. No espaço de um ano, o risco de pobreza entre a população até aos 18 anos, cresceu de 21% para 23%.

Os dados do Eurostat divulgados dão conta de que 18% da população portuguesa viveu, em 2008, com menos de 5.800 euros anuais, ou seja, com menos de 60% do Rendimento Nacional per capita, a medida que define o limiar da pobreza.

Os dados do organismo responsável pelas estatísticas europeias mostram que, em 2008, as taxas mais elevadas de pessoas em risco de pobreza foram detectadas na Letónia (26%), Roménia (23%), Bulgária (21%), Grécia (20%), Espanha (20%) e Lituânia (20%).

As menos elevadas na República Checa (9%), Holanda (11%), Eslováquia (11%), Dinamarca (12%), Hungria (12%), Áustria (12%), Eslovénia (12%) e Suécia (12%).

A taxa de «risco de pobreza» é uma medida relativa que permite a comparação entre Estados-membros, visto que o limiar de pobreza varia enormemente entre países.


Desemprego

O desemprego ultrapassou já os 10%, prevendo-se que este valor suba aos 11% ainda em 2010. As mulheres continuam a apresentar uma taxa de desemprego superior à dos homens.

De acordo com os dados divulgados pelo gabinete de estatísticas da União Europeia, a taxa portuguesa ultrapassou a média dos 16 países da Zona Euro que é de 9,8%, o valor mais elevado dos últimos 11 anos, e ultrapassou também a média de 9, 3%registada nos 27 países que formam União Europeia. Em comparação com 2008, regista-se um aumento da taxa de desemprego em todos os Estados-Membros. Ao todo, na União Europeia, há cerca de 22, 5 milhões de pessoas sem emprego.

No final de 2009, cerca de 5.075 milhões de pessoas eram consideradas como população inactiva, segundo dados do INE. Destas, 3.461 milhões têm mais de 15 anos, uma percentagem significativa são mulheres (2.072 milhões) e 1.561 milhões de pessoas têm mais de 65 anos.

Relativamente à população desempregada, estima-se que existiam quase 550 mil pessoas nesta situação, no final de 2009. Deste número, a maioria são pessoas em plena idade activa, com baixos níveis de escolaridade – cerca de 390.000 pessoas possuem apenas escolaridade até ao 3º ciclo.

Quanto aos desempregados a receber subsídio de desemprego o número fixou-se, em Novembro de 2009, em cerca de 350 mil pessoas, sendo que 183 mil são mulheres. O valor médio do subsídio atribuído foi de 463€/ pessoa/ mês.

Segundo Alfredo Bruto da Costa (2008), estima-se que cerca de 35% das pessoas em situação de pobreza está empregada mas, devido aos baixos salários e precárias condições laborais, não conseguem fazer face às despesas.

Existiam, no final do 3º trimestre de 2009, 55.655 milhões de pessoas consideradas como população activa e 5.017 milhões estavam empregadas, sendo que destas, 3.377 milhões possuem apenas a escolaridade básica, até ao 3º ciclo.


Rendimento Social de Inserção

O RSI foi criado em 2003 e veio substituir a medida então existente, o Rendimento Mínimo Garantido. Define-se como uma medida de política que visa garantir às famílias mais pobres um rendimento que lhes permita aceder, por um lado, a um nível mínimo de subsistência e de dignidade, e por outro, a condições e oportunidades básicas para o início de um percurso de inserção social. O RSI é composto por duas vertentes: uma consiste numa prestação pecuniária; a outra, está relacionada com um programa de inserção socioprofissional que os beneficiários são obrigados a subscrever.

Em Novembro de 2009, segundo dados da Segurança Social, existiam 388.060 pessoas a beneficiar desta medida (em 2000 eram cerca de 147.000 beneficiários), sendo que 206.831 são mulheres e cerca de 147.010 são beneficiários com idade inferior a 18 anos. A 63.046 famílias foi-lhes atribuído o escalão Sem Rendimentos, sendo que o valor médio da prestação por família é de 242,38€ e por indivíduo de 93,30€.

Salienta-se ainda que houve um aumento de 15,3% face ao ano anterior e que 1 em cada 3 beneficiários do RSI são trabalhadores no activo que, devido aos baixos salários, não conseguem fazer face às despesas.


Pensões sociais e de velhice

Em Portugal existem, segundo dados do ISS do final de 2009, cerca de 2 milhões de reformados por velhice e invalidez pelo regime geral da Segurança Social, sendo o valor médio das pensões de 386€ e, no caso das mulheres, a média é de 294€.

O valor da pensão social, atribuída por velhice ou invalidez a pessoas em situação de carência económica abrangidas pelo regime não contributivo, é de 187,18€.

Cerca de 79% dos pensionistas, por invalidez e velhice, recebem pensões inferiores a 407,40€ (Seg. Social, 2008).

http://www.ami.org.pt/default.asp?id=p1 ... 40p908&l=1

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por Mares » 7/10/2011 10:10

mapaman Escreveu:É uma medida radical de contestação e já está a causar polémica. O juiz presidente do tribunal de Alenquer decidiu trabalhar menos, porque vai passar a ganhar menos.

Afonso Dinis Nunes fez as contas e percebeu que as medidas de austeridade lhe vão retirar 600 euros por mês da carteira. E se vai ter menos salário, vai apresentar menos trabalho.

O juiz decidiu trabalhar menos duas horas por dia, menos dez horas por semana, menos quatro dias e meio por mês. Em suma, menos 46 dias de trabalho por ano.

«O signatário terá forçosamente de reduzir (de modo a possibilitar que o seu agregado familiar honre os compromissos financeiros anteriormente assumidos) o seu horário de trabalho (extraordinário e não remunerado) em cerca de duas horas diárias», pode ler-se nos despachos que enviou aos advogados.

O juiz explica que a redução do horário impede a marcação dos julgamentos nos prazos mínimos previstos na lei e já levou ao adiamento de várias audiências para meados de 2011. Ainda assim, garante que não se trata de uma vingança.

«A decisão não traduz qualquer represália, mas apenas um caso de necessidade imperiosa de redução do horário de trabalho por motivos financeiros», justifica no despacho.

Confrontado com estes despachos, o presidente da associação sindical dos juízes, António martins, defende a posição do juiz de Alenquer.

«Nos momentos de crise, desde logo ética e também económica e social, os tribunais e os juízes ainda podem ser a última réstia de esperança para os cidadãos atropelados pelo estado nos seus direitos», afirma António Martins.

Entretanto, o Conselho Superior de Magistratura determinou esta quinta-feira a recolha de elementos sobre o caso e a audição do juiz Afonso Dinis Nunes para uma eventual acção disciplinar.

http://www.tvi24.iol.pt/portal-iol/juiz ... -5281.html


O caminho é este e quem dúvida que muita gente vai adoptar esta "easy way of life" pode esperar sentado por aumentos de produtividade.

Não tiveram coragem de taxar o Amorim e companhia mas aos miudos souberam tirar 500€ a dois dias da sua entrega como recompensa pelo esforço e mérito,palavras que tanto usam e que o vento as leva.

São fortes com os fracos e ajoelham aos pés dos fortes,e o Alberto João vai-lhes fazer a folha apartir de segunda.

Até aqui isto têm sido fácil,dia 17 em frente tudo muda,resta saber se aguentam o balanço.

cumps


Este é o país que têmos.

Será a Grécia de amanhã....
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por MarcoAntonio » 7/10/2011 10:06

Mares Escreveu:
Terás de chegar ao valor de 100 euros (alimentação, energia, transportes,...) para que um trabalhador com 1 SM sobreviva.

É aí que está o problema. As pessoas precisam de viver com aquilo que ganham, mas quando precisamos de justificar que 100 euros são suficientes, então está algo de muito errado na sociedade.



Mares, não parece que estejas a ler porque insistes basicamente nos mesmos erros.

A tua estimativa está francamente errada e é completamente irrealista. As pessoas, para além dos gastos que têm com os bens que foram/vão ser afectados e que foram aqui abordados, ainda têm gastos em vestuário, com alojamento, com muita alimentação que não é objecto de alteração do IVA, etc, etc!

Mares Escreveu:
Um valor de 380 euros, para os gastos essênciais, não será nada do outro mundo.



Isto depende do que consideras essencial. Mas que para o caso também não interessa para nada uma vez que há muitos dos bens que vais considerar essenciais que não tiveram nem vão ter aumento da ordem dos 20% que consideraste coisa nenhuma. Portanto, para o caso o que interessa é a parte dos tais bens essenciais (conceito meio difuso) que vai ter um aumento médio na ordem dos 20% (o que é bastante mais claro e podemos restringir e estimar).

Há inclusivamente custos a depreciar e a inflação anda na verdade relativamente próxima de zero (dando de barato que ela não é na prática igual para toda a gente).

Se vais considerar mais uma série de bens, a média do aumento cai disparada bem para baixo dos 20% como é evidente (quanto mais coisas meteres no pacote, mais a percentagem cai). A consideração de que 80% dos gastos de alguém que aufere o salário mínimo teve ou vai ter um aumento de 20% é francamente irrealista. A consideração, por sua vez, de que 150% dos gastos de um reformado vão estar sujeitos a um aumento de 20% passa de francamente para absurdamente irrealista.

As minhas estimativas podem não ser exactas e podem falhar um pouco, adverti logo que era uma estimativa rápida e desde os primeiros posts digo que pode ultrapassar qualquer coisa. Agora, a tua não tem plausibilidade sequer: para além dos exageros de valores, consideraste o mesmo para toda a gente, tornando o exercício profundamente errado.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 7/10/2011 9:51

Afonso Dinis Nunes fez as contas e percebeu que as medidas de austeridade lhe vão retirar 600 euros por mês da carteira. E se vai ter menos salário, vai apresentar menos trabalho.


Mas ele, de cada vez que foi aumentado mais do que a inflação, passou a trabalhar mais em proporção?

Eu só pergunto e a pergunta é bem inocente...


mapaman Escreveu:Ainda assim, garante que não se trata de uma vingança.

«A decisão não traduz qualquer represália, mas apenas um caso de necessidade imperiosa de redução do horário de trabalho por motivos financeiros», justifica no despacho.


Mas ele vai rentabilizar as duas horas que vai trabalhar a menos?


«Nos momentos de crise, desde logo ética e também económica e social, os tribunais e os juízes ainda podem ser a última réstia de esperança para os cidadãos atropelados pelo estado nos seus direitos», afirma António Martins.


Em todas estas discussões de reforma do Estado, legalidade e etc eu só tenho ouvido os juízes expressarem-se visivelmente quando são atingidos directamente ou dito de forma simples e directa: quando lhes vão ao bolso.

Portanto, eu como português não os vejo como uma réstia de esperança de coisa nenhuma que não seja na sua vocalidade quando lhes vão ao bolso a eles. E para isso já temos os professores, os profissionais dos transportes, os médicos e toda as classes profissionais em geral, enfim!


Isto, se alguma coisa, leva-nos a concluir que os juízes são portugueses tais e quais os outros, o que confesso, não me surpreende e não constitui propriamente uma novidade.

:lol:
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por Mares » 7/10/2011 9:50

MarcoAntonio Escreveu:
Mares Escreveu:Agora a questão é estimar qual será o aumento do custo de vida, devido a esses aumentos.

Gostaría de vêr estimativas tuas sobre esse assunto, para as faixas de rendimento que eu coloquei num dos posts anteriores.


Eu já deixei assim por alto. Não creio que valha a pena entrar em grande detalhe pois não vamos conseguir aferir com grande precisão aqui no forum, desconfio.

Mas por alto, para uma família que vive com salários mínimos deverá ser algo como isto: uma factura talvez na ordem dos 50 euros (considerando que a factura familiar ronda/rondava os 100 euros e era partilhada regra geral por dois trabalhadores e quando era um só tenderia a ser substancialmente mais pequena); um gasto mensal em transportes públicos aqui já por cabeça talvez na ordem dos 30 euros; a factura do gás é muito mais pequena do que a da luz e é quando existe e depois ainda teremos que considerar uma parte do cabaz familiar do supermercado a ser atingida por alterações de taxa do IVA. O total (por trabalhador) deve andar na ordem dos 100 euros. Talvez passe qualquer coisa como disse mas seguramente não é na ordem dos 380 euros nem nada próximo disso, que é o que estava considerado no teu exercício.

Para um reformado de 250 euros ainda vai ser menos do que isto: não só há descontos especiais na luz e nos transportes como muitos destes reformados não suportam um agregado familiar e não vivem sequer em casa própria (é preciso considerar as especificidades de cada universo, como é óbvio). Aqui ainda é mais difícil de estimar (muitos vivem com filhos ou em instituições de solidariedade, por exemplo) mas a base a ser atingida é talvez em média na ordem dos 50 euros ou coisa parecida. Quase na ordem de 10 vezes menos do que estás a considerar...


MarcoAntonio,

não vamos entrar em discussões mais aprofundadas (a menos que se coloquem estudos de alguma instituição). Mas pareçe-me que as tuas estímativas estão tão deprimídas, que se encontram completamente fora da realidade.

Terás de chegar ao valor de 100 euros (alimentação, energia, transportes,...) para que um trabalhador com 1 SM sobreviva.

É aí que está o problema. As pessoas precisam de viver com aquilo que ganham, mas quando precisamos de justificar que 100 euros são suficientes, então está algo de muito errado na sociedade.

Um valor de 380 euros, para os gastos essênciais, não será nada do outro mundo.

Quanto a aumentos nos bens essências em 20%, essa estimativa não deverá estar muito longe, tomando em conta as medidas já anunciadas.

Mas isso certamente será abordado nos próximos tempos por vários especialistas nessa matéria.
Editado pela última vez por Mares em 7/10/2011 9:52, num total de 1 vez.
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por mapaman » 7/10/2011 9:39

É uma medida radical de contestação e já está a causar polémica. O juiz presidente do tribunal de Alenquer decidiu trabalhar menos, porque vai passar a ganhar menos.

Afonso Dinis Nunes fez as contas e percebeu que as medidas de austeridade lhe vão retirar 600 euros por mês da carteira. E se vai ter menos salário, vai apresentar menos trabalho.

O juiz decidiu trabalhar menos duas horas por dia, menos dez horas por semana, menos quatro dias e meio por mês. Em suma, menos 46 dias de trabalho por ano.

«O signatário terá forçosamente de reduzir (de modo a possibilitar que o seu agregado familiar honre os compromissos financeiros anteriormente assumidos) o seu horário de trabalho (extraordinário e não remunerado) em cerca de duas horas diárias», pode ler-se nos despachos que enviou aos advogados.

O juiz explica que a redução do horário impede a marcação dos julgamentos nos prazos mínimos previstos na lei e já levou ao adiamento de várias audiências para meados de 2011. Ainda assim, garante que não se trata de uma vingança.

«A decisão não traduz qualquer represália, mas apenas um caso de necessidade imperiosa de redução do horário de trabalho por motivos financeiros», justifica no despacho.

Confrontado com estes despachos, o presidente da associação sindical dos juízes, António martins, defende a posição do juiz de Alenquer.

«Nos momentos de crise, desde logo ética e também económica e social, os tribunais e os juízes ainda podem ser a última réstia de esperança para os cidadãos atropelados pelo estado nos seus direitos», afirma António Martins.

Entretanto, o Conselho Superior de Magistratura determinou esta quinta-feira a recolha de elementos sobre o caso e a audição do juiz Afonso Dinis Nunes para uma eventual acção disciplinar.

http://www.tvi24.iol.pt/portal-iol/juiz ... -5281.html


O caminho é este e quem dúvida que muita gente vai adoptar esta "easy way of life" pode esperar sentado por aumentos de produtividade.

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