Cortar na saúde; Muito polémico
super_fm Escreveu:Quando digo que o trabalho na agricultura deveria ser mais valorizado estou a pensar que é um trabalho muitas vezes mal remunerado e que por muitos é considerado como sendo um trabalho inferior
É mal remunerado na medida em que a produtividade é muito baixa... logo a actividade torna-se pouco atractiva.
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Interior e saude
Olá a todos,
se me permitem vou dar a minha opinião:
Sendo eu um habitante do interior, considero que a assimetria existente em Portugal entre o litoral e o interior (e não entre Lisboa e o resto do país), é um dos factores que impedem o desenvolvimento do país. Mais de 80% da população vive numa faixa de 30 km do mar. De quem é a culpa?
Em primeiro lugar, dos nossos políticos que nunca souberam pensar e implementar um modelo de desenvolvimento para o território português.
Em segundo lugar, dos portugueses (eu, vós, eles...) que nunca souberam associar-se e participar em iniciativas fora dos partidos, sindicatos. Nunca se juntam para criar mecanismos que permitam por ex.escoar produtos agrícolas em condições mais vantajosas e eliminar os famosos intermediários que ficam com grande parte do bolo.
Sobre a despesa da saúde.
A rede hospitalar está completamente desajustada como a Gestora do E.S. saude disse : não se compreende que existam 2 hospitais Centrais em Coimbra, quando foi criado um anel de Hospitais à volta (Viseu, Leiria e Aveiro). Só cerca de 3/5% dos doentes deveriam passar para dentro desse anel (um Hospital chegava). Em Lisboa o problema é igual.
Devido às alterações da estrutura familiar ( a maior parte das mães agoram trabalham), os idosos já não têm quem tomem conta deles. Resultado: ocupam camas do Hospital (que custam 150/200 € dia) com patologias que não justificam o internamento. Se os Hospitais_empresas criassem lares de 3ª idade associados só com Fisioterapia e enfermagem o país ía poupar uma enormidade.
Teno mais opinões, mas acho qu me alonguei demais.
Abraço
Zépc[/b]
se me permitem vou dar a minha opinião:
Sendo eu um habitante do interior, considero que a assimetria existente em Portugal entre o litoral e o interior (e não entre Lisboa e o resto do país), é um dos factores que impedem o desenvolvimento do país. Mais de 80% da população vive numa faixa de 30 km do mar. De quem é a culpa?
Em primeiro lugar, dos nossos políticos que nunca souberam pensar e implementar um modelo de desenvolvimento para o território português.
Em segundo lugar, dos portugueses (eu, vós, eles...) que nunca souberam associar-se e participar em iniciativas fora dos partidos, sindicatos. Nunca se juntam para criar mecanismos que permitam por ex.escoar produtos agrícolas em condições mais vantajosas e eliminar os famosos intermediários que ficam com grande parte do bolo.
Sobre a despesa da saúde.
A rede hospitalar está completamente desajustada como a Gestora do E.S. saude disse : não se compreende que existam 2 hospitais Centrais em Coimbra, quando foi criado um anel de Hospitais à volta (Viseu, Leiria e Aveiro). Só cerca de 3/5% dos doentes deveriam passar para dentro desse anel (um Hospital chegava). Em Lisboa o problema é igual.
Devido às alterações da estrutura familiar ( a maior parte das mães agoram trabalham), os idosos já não têm quem tomem conta deles. Resultado: ocupam camas do Hospital (que custam 150/200 € dia) com patologias que não justificam o internamento. Se os Hospitais_empresas criassem lares de 3ª idade associados só com Fisioterapia e enfermagem o país ía poupar uma enormidade.
Teno mais opinões, mas acho qu me alonguei demais.
Abraço
Zépc[/b]
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Elias,eu sei que conheces o interior do nosso país (já falámos disso aqui há tempos) e acho excelente haver esse conhecimento do território nacional.
Quando digo que o trabalho na agricultura deveria ser mais valorizado estou a pensar que é um trabalho muitas vezes mal remunerado e que por muitos é considerado como sendo um trabalho inferior (felizmente também muitos outros pensam de forma distinta).
Voltando à questão de do SMN vs. 1000,00 € gostaria de lembrar que quem ganha 485 €/ mês também precisa de ir ao dentista ou ao oftalmologista e todos sabemos que o SNS não consegue dar resposta a muitas situações.
Uma ida ao dentista custa o mesmo para quem ganha 485 € e para quem ganha 1000 € (estou obviamente a considerar a ausência de ajudas do Estado para uma situação destas que não sei se existem ou não)
Quando digo que o trabalho na agricultura deveria ser mais valorizado estou a pensar que é um trabalho muitas vezes mal remunerado e que por muitos é considerado como sendo um trabalho inferior (felizmente também muitos outros pensam de forma distinta).
Voltando à questão de do SMN vs. 1000,00 € gostaria de lembrar que quem ganha 485 €/ mês também precisa de ir ao dentista ou ao oftalmologista e todos sabemos que o SNS não consegue dar resposta a muitas situações.
Uma ida ao dentista custa o mesmo para quem ganha 485 € e para quem ganha 1000 € (estou obviamente a considerar a ausência de ajudas do Estado para uma situação destas que não sei se existem ou não)
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Kuppka, eu não estou a conseguir perceber nada do que estás a querer transmitir e a relação com o que eu escrevi.
Admito que a falha possa ser minha, poderias articular isso de outra forma por forma a eu entender o que estás a querer dizer?
Admito que a falha possa ser minha, poderias articular isso de outra forma por forma a eu entender o que estás a querer dizer?
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Não percebi, kuppka. Dá para explicar melhor?sevenairam Escreveu:Já agora, porque carda d´água uma pessoa que estudou mais anos ( provavelmente até no sector público, diga-se) deva ser melhor remunerada ? Nunca percebi isto, pois acredito que as pessoas devem ser remuneradas pelas leis do mercado ( sou absolutamente a favor de um salário mínimo que permita ter uma vida minimamente digna).
Em parte precisamente porque gastou mais tempo de vida a preparar-se para o desempenho de uma função que é mais exigente (nomeadamente na formação) e porque investiu também financeiramente (explressamente ou por via do tempo que gastou a mais para estudar e não esteve a trabalhar). Pode ainda existir uma relação de produtividade da função desempanhada.
Mas não é líquido que alguém que estudou mais anos deva auferir mais e não foi o que eu disse em exacto.
Eu estabeleci uma relação genérica, apenas, que pode ter reflexos pontuais/individuais ou não.
Quanto à garantia que deste de uma tal diferença eu fiquei na mesma. Eu tenho uma noção bastante razoável dos gastos que se deixam de ter e das ajudas possíveis para quem tem rendimentos abaixo dos 600 e tal euros e sei perfeitamente que na prática as pessoas acabam com rendimentos líquidos semelhantes e que por vezes quem tem menores rendimentos e que chegam a ter casa de borla, podem mesmo acabar com uma melhor situação financeira corrente...
Claro está que, note-se bem, existem outras questões de vida envolvidas e os que auferem 700 e 800 não queiram de todo viver na mesma situação dos outros.
Mas não foi isso que eu disse ou defendi tão pouco!
Marco, esquece os carrões, lembra-te da míriade de impostos sobre um espaço q se habita, sobre um carrito tb ..
Não partas do principio que todos têm 500/600 garantidos. Lembra-te q mesmo esses com um filho no secundário entre livros escolares e ténis .. Não vás com o Super Fm q pra ele livros e sapatilhas ..
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super_fm, aqui vão algumas notas:
Partilho do teu sentimento. Eu nasci em Lisboa mas os meus avós eram de Trás-os-Montes. Gosto muito do interior e posso dizer-te que conheço TODO o interior do país.
Não digo o contrário, mas há que notar que nem todas as pessoas valorizam os mesmos aspectos no que à qualidade de vida diz respeito.
Como achas que se poderia valorizar isso?
E já agora, qual o tipo de agricultura que consideras que deve ser mais valorizado?
super_fm Escreveu:Como orgulhoso morador da zona interior do país (tendo trocado Lisboa pelo interior há uns anos) devo dizer que é pena muitas pessoas não verem as potencialidades que por aqui existem.
Partilho do teu sentimento. Eu nasci em Lisboa mas os meus avós eram de Trás-os-Montes. Gosto muito do interior e posso dizer-te que conheço TODO o interior do país.
super_fm Escreveu:Já para não falar da enorme qualidade de vida que por aqui se tem.
Não digo o contrário, mas há que notar que nem todas as pessoas valorizam os mesmos aspectos no que à qualidade de vida diz respeito.
super_fm Escreveu:Ah, e trabalhar não agricultura deveria ser muito mais valorizado. Abraço.
Como achas que se poderia valorizar isso?
E já agora, qual o tipo de agricultura que consideras que deve ser mais valorizado?
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Não percebi, kuppka. Dá para explicar melhor?
Em parte precisamente porque gastou mais tempo de vida a preparar-se para o desempenho de uma função que é mais exigente (nomeadamente na formação) e porque investiu também financeiramente (explressamente ou por via do tempo que gastou a mais para estudar e não esteve a trabalhar). Pode ainda existir uma relação de produtividade da função desempanhada.
Mas não é líquido que alguém que estudou mais anos deva auferir mais e não foi o que eu disse em exacto.
Eu estabeleci uma relação genérica, apenas, que pode ter reflexos pontuais/individuais ou não.
Quanto à garantia que deste de uma tal diferença eu fiquei na mesma. Eu tenho uma noção bastante razoável dos gastos que se deixam de ter e das ajudas possíveis para quem tem rendimentos abaixo dos 600 e tal euros e sei perfeitamente que na prática as pessoas acabam com rendimentos líquidos semelhantes e que por vezes quem tem menores rendimentos e que chegam a ter casa de borla, podem mesmo acabar com uma melhor situação financeira corrente...
Claro está que, note-se bem, existem outras questões de vida envolvidas e os que auferem 700 e 800 não queiram de todo viver na mesma situação dos outros.
Mas não foi isso que eu disse ou defendi tão pouco!
sevenairam Escreveu:Já agora, porque carda d´água uma pessoa que estudou mais anos ( provavelmente até no sector público, diga-se) deva ser melhor remunerada ? Nunca percebi isto, pois acredito que as pessoas devem ser remuneradas pelas leis do mercado ( sou absolutamente a favor de um salário mínimo que permita ter uma vida minimamente digna).
Em parte precisamente porque gastou mais tempo de vida a preparar-se para o desempenho de uma função que é mais exigente (nomeadamente na formação) e porque investiu também financeiramente (explressamente ou por via do tempo que gastou a mais para estudar e não esteve a trabalhar). Pode ainda existir uma relação de produtividade da função desempanhada.
Mas não é líquido que alguém que estudou mais anos deva auferir mais e não foi o que eu disse em exacto.
Eu estabeleci uma relação genérica, apenas, que pode ter reflexos pontuais/individuais ou não.
Quanto à garantia que deste de uma tal diferença eu fiquei na mesma. Eu tenho uma noção bastante razoável dos gastos que se deixam de ter e das ajudas possíveis para quem tem rendimentos abaixo dos 600 e tal euros e sei perfeitamente que na prática as pessoas acabam com rendimentos líquidos semelhantes e que por vezes quem tem menores rendimentos e que chegam a ter casa de borla, podem mesmo acabar com uma melhor situação financeira corrente...
Claro está que, note-se bem, existem outras questões de vida envolvidas e os que auferem 700 e 800 não queiram de todo viver na mesma situação dos outros.
Mas não foi isso que eu disse ou defendi tão pouco!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 7/10/2011 18:13, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:O que eu quis dizer foi isto: "ir à terra" para ir buscar as batatas, as couves e os chouriços pode ser uma ideia muito romântica mas não promove o desenvolvimento do país, antes valoriza uma atitude provinciana que muito tem contribuído para este país estar tão atrasado.
Por outras palavras, enquanto o interior do território continuar a ser encarado como "a terra onde moram os pais ou avós e onde vamos duas ou três vezes por ano buscar umas batatas", parece-me que as perspectivas de desenvolvimento dessa metade do país continuarão a ser muito baixas. Não interessa se há ou não desenvolvimento: o que interessa é que continue a haver umas batatinhas para lá irmos todos os anos buscar umas sacas de borla.
Infelizmente, parece-me que é assim que muita gente continua a olhar para o interior: é "a terra". Poucos são os que têm interesse em lá investir.
Abraço
Como orgulhoso morador da zona interior do país (tendo trocado Lisboa pelo interior há uns anos) devo dizer que é pena muitas pessoas não verem as potencialidades que por aqui existem. Portugal não é só Lisboa, embora muitos julguem que o nosso país se resume à capital e pouco mais. Já para não falar da enorme qualidade de vida que por aqui se tem. Ah, e trabalhar não agricultura deveria ser muito mais valorizado. Abraço.
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MarcoAntonio Escreveu:Super_fm, olha que o que ele escreve não está assim tão desfasado da realidade.
Eventualmente ele escreveu-o de uma forma que pode chocar um pouco e que tem pelo menos um aspecto questionável (pois as pessoas não escolhem ter salários mínimos, regra geral, e aquilo que ele descreve não resulta de uma escolha pessoal).
Mas, na prática, não há grande diferença entre ganhar o salário mínimo e por exemplo receber uns 700 ou 800 euros, mais ou menos pelas razões que ele está a apontar.
Em virtude quer da definição dos escalões (que definem "degraus" de acesso a ajudas ou diferentes taxas) quer da própria estruturação das ajudas sociais, acima dos 700 euros ou por aí, começa a ficar-se excluído de muita coisa e passa a ter de se suportar essas coisas do seu bolso.
E no final, acaba por em termos líquidos, sobrar-lhe mais ou menos a mesma coisa se é que ainda não fica (pontualmente) numa situação de maior aperto.
E pode haver aqui uma injustiça envolvida quando (à partida) quem tem esses vencimentos desempenha uma profissão que pode ser mais exigente, que pode ter obrigado a mais anos de estudo, etc.
Já os maquinões, bem, se forem relativamente novos então nesse caso provavelmente estamos é numa situação de falsa declaração de rendimentos.
Pois Marco, espero q n estejas numa prisão ...
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MarcoAntonio Escreveu:Super_fm, olha que o que ele escreve não está assim tão desfasado da realidade.
Eventualmente ele escreveu-o de uma forma que pode chocar um pouco e que tem pelo menos um aspecto questionável (pois as pessoas não escolhem ter salários mínimos, regra geral, e aquilo que ele descreve não resulta de uma escolha pessoal).
Mas, na prática, não há grande diferença entre ganhar o salário mínimo e por exemplo receber uns 700 ou 800 euros, mais ou menos pelas razões que ele está a apontar.
Em virtude quer da definição dos escalões (que definem "degraus" de acesso a ajudas ou diferentes taxas) quer da própria estruturação das ajudas sociais, acima dos 700 euros ou por aí, começa a ficar-se excluído de muita coisa e passa a ter de se suportar essas coisas do seu bolso.
E no final, acaba por em termos líquidos, sobrar-lhe mais ou menos a mesma coisa se é que ainda não fica (pontualmente) numa situação de maior aperto.
E pode haver aqui uma injustiça envolvida quando (à partida) quem tem esses vencimentos desempenha uma profissão que pode ser mais exigente, que pode ter obrigado a mais anos de estudo, etc.
Já os maquinões, bem, se forem relativamente novos então nesse caso provavelmente estamos é numa situação de falsa declaração de rendimentos.
Garanto-lhe que em condições normais de uma vida, é muito diferente ganhar 700/800 euros ou o salário mínimo.
Já agora, porque carda d´água uma pessoa que estudou mais anos ( provavelmente até no sector público, diga-se) deva ser melhor remunerada ? Nunca percebi isto, pois acredito que as pessoas devem ser remuneradas pelas leis do mercado ( sou absolutamente a favor de um salário mínimo que permita ter uma vida minimamente digna).
Vasco
P.S. Não ganho o salário mínimo, sou trabalhador independente, estou a defender coisas que em nada me beneficiam em particular
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Anda aqui tudo a desvirtuar o tópico pois devíamos estar a falar de cortes na saúde...
Qual é para vcs o impacto desta medida:
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2033948
A meu ver, esta medida comporta capacidade de diminuição da despesa mas peca por tardia e acima de tudo deveria ser monitorizada verificarmos o impacto da mesma na poupança e no crescimento do consumo de genéricos.
Por outro lado, vai observar-se um shift de poder dos prescritores (médicos) para os dispensadores (farmacêuticos). Estou curioso para ver como o Estado vai lidar com a mesma e o impacto que a mesma terá no tecido empresarial português, visto que temos algumas empresas (com grande capacidade de exportação) que vivem essencialmente do mercado de genéricos.
Qual é para vcs o impacto desta medida:
Paulo Macedo anunciou esta manhã que o Governo vai avançar com a generalização da prescrição por substância activa ou DCI (Denominação Comum Internacional).
O anúnico foi feito na "1.ª Conferência Anual de Saúde TSF/SNS: Custos e Benefícios", que decorre no Centro de Cultural de Belém, em Lisboa, e na qual o ministro da Saúde analisou as medidas que têm sido tomadas em termos de contenção de custos.
Paulo Macedo revelou então que a DCI deverá ser apresentada até ao final deste mês e que a proposta de lei do Governo será discutida na Assembleia da República dia 28.
Caso esta medida seja aprovada, a prescrição por DCI (nome da substância activa em vez do nome do medicamento) passará a existir de forma generalizada fora dos hospitais, onde os medicamentos já são receitados desta forma.
Esta é uma proposta que já está a ser discutida desde a anterior legislatura. O CDS/PP e o PSD chegaram mesmo a apresentar propostas, mas nunca existiu um entendimento.
Na abertura da conferência, Paulo Macedo fez um balanço das medidas tomadas pelo actual Governo na área da Saúde, nomeadamente a alteração dos preços dos medicamentos, a redução de custos a pagar aos convencionados em análises e meios complementares de diagnóstico e lembrou ainda as melhorias registadas no sistema de prescrição de medicamentos e exames.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2033948
A meu ver, esta medida comporta capacidade de diminuição da despesa mas peca por tardia e acima de tudo deveria ser monitorizada verificarmos o impacto da mesma na poupança e no crescimento do consumo de genéricos.
Por outro lado, vai observar-se um shift de poder dos prescritores (médicos) para os dispensadores (farmacêuticos). Estou curioso para ver como o Estado vai lidar com a mesma e o impacto que a mesma terá no tecido empresarial português, visto que temos algumas empresas (com grande capacidade de exportação) que vivem essencialmente do mercado de genéricos.
Eu compreendo que o facto de se ganhar mais um pouco possa excluir pessoas do acesso a ajudas que, com rendimentos mais baixos, lhes serião concedidas.
A minha questão prende-se com o facto de que muitos dos que ganham o SMN não têm essas ajudas, logo o salário terá que chegar para as mesmas despesas de alguém que ganha os tais 1000 €.
E quando se fala dos "carrões" de certeza que não serão propriedade de quem realmente ganha o SMN.
Eu não sou a favor dos subsídios por tudo e por nada mas, os argumentos apresentados dão a ideia que ganhar 485 € mensais será muito melhor do que ganhar 1000 €. E desculpem lá, mas não concordo com isso.
E se perguntarem a qualquer pessoa se preferem ganhar o SMN com subsidios ou 1000 € sem ajudas, julgo que a escolha será o salário mais elevado. Abraço.
A minha questão prende-se com o facto de que muitos dos que ganham o SMN não têm essas ajudas, logo o salário terá que chegar para as mesmas despesas de alguém que ganha os tais 1000 €.
E quando se fala dos "carrões" de certeza que não serão propriedade de quem realmente ganha o SMN.
Eu não sou a favor dos subsídios por tudo e por nada mas, os argumentos apresentados dão a ideia que ganhar 485 € mensais será muito melhor do que ganhar 1000 €. E desculpem lá, mas não concordo com isso.
E se perguntarem a qualquer pessoa se preferem ganhar o SMN com subsidios ou 1000 € sem ajudas, julgo que a escolha será o salário mais elevado. Abraço.
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escada1 Escreveu:Também acho errado terem acabado com os trabalhos forçados da epoca do antigo regime.

Dasse ....
Uma vez o meu ex-patrão disse que era a favor da escravatura desde que .... fosse ele o "dono".
Vou mas é fumar um cigarro antes que comece a stressar ...

Mais vale perder um lucro do que ganhar um prejuízo.
É melhor um burro vivo do que um cavalo morto.
Mais vale uma alegria na vida do que um tostão no bolso.
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super_fm Escreveu:Elias Escreveu:escada1 Escreveu:Uma população que ia para a terra dos pais e ou avós, no interior, para ir buscar a batata, a couve, ou matar o porco para fazer uns belos chouriços.
Uma boa descrição da mentalidade provinciana que grassa neste país.![]()
Podes elaborar um pouco, Elias? Não percebi o teu ponto de vista. Abraço.
O que eu quis dizer foi isto: "ir à terra" para ir buscar as batatas, as couves e os chouriços pode ser uma ideia muito romântica mas não promove o desenvolvimento do país, antes valoriza uma atitude provinciana que muito tem contribuído para este país estar tão atrasado.
Por outras palavras, enquanto o interior do território continuar a ser encarado como "a terra onde moram os pais ou avós e onde vamos duas ou três vezes por ano buscar umas batatas", parece-me que as perspectivas de desenvolvimento dessa metade do país continuarão a ser muito baixas. Não interessa se há ou não desenvolvimento: o que interessa é que continue a haver umas batatinhas para lá irmos todos os anos buscar umas sacas de borla.
Infelizmente, parece-me que é assim que muita gente continua a olhar para o interior: é "a terra". Poucos são os que têm interesse em lá investir.
Abraço
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fooman Escreveu:Essa conversa do salário mínimo e da pobreza em Portugal é uma das maiores falácias de todos os tempos.
Tenho muito mais respeito e pena das pessoas que ganham 700 ou 1000 euros do que quem ganha o salário mínimo.
Quem ganha o salário mínimo:
- Não paga impostos directos (IRS);
- Tem casa de borla (ou com rendas mínimas);
- Tem educação de borla, alimentação ao estudante incluida (bolsas e subsídios);
- Tem saúde de borla (não paga taxas moderadoras, faz os exames que quer, recebe 100% na comparticipação de maior parte dos medicamentos, etc);
- Tem transportes quase de borla (nas cidades);
- and so on and so on...
Portanto, para esses, os 485€ são para a alimentação, vestuário e para os passeios ao domingo (daí haver tanto gaijo com o salário mínimo, ou desempregado, a passear ao domingo com os seus maquinões - VW, BMW, etc);
Quem ganha 1.000, além de ter um salário miserável, tem que pagar tudo o que descrevi acima. Na maioria das vezes sobra muito pouco para comer!
Está na altura de começar a desmascarar estas coisas. Sou muito a favor do salário mínimo, mas sou muito pouco a favor de determinadas benesses. Criam dependência e fazem com que as pessoas deixem de ter vontade (mesmo que seja forçada) em melhorar. Se eu pago para isto tudo, tenho tanto ou mais direito de ter a saúde, educação e a segurança de borla.
Isto que aqui se diz, é uma autêntica barbaridade, não sei em que país vive ou onde vive!
Quando se fala em impostos, parece-me justo fazer as contas ao percentual que se paga de impostos e não ao valor unitário, claro que quem tem salário mínimo não paga IRS, mas quase de certeza que o peso dos impostos no orçamento familiar é bem maior do que quem ganha 5.000 euros.
Casa de borla ou rendas mínimas !!??? Não pode generalizar uns quantos e transformá-los no resto do país.
Gostaria que você e a sua esposa ( caso seja casado) e ganhassem o saláro mínimo e dessem a limentação, vestuário aos seus filhos que andam na escola.
Acho que você ao falar nos transportes nas cidades, está a esquecer aos milhões que vivem fora de Lisboa e Porto ( Área Metropolitanas).
Eu moro no Grande Porto e se quiser usar transportes Públicos para ir para o Porto e chegar lá ás 8:30 da manhã ( sem usar transporte privado), tenho que me levantar ás 6:30 ( normal) andar quase uma hora a pé para chegar ao comboio).
Quanto à saúde ( sou defensor de saúde gratuita) essa de fazer os exames que quer, deve ser você que conhece algum médico, pois comigo isso não se passa.
O seu delírio é tão grande que no fim diz que andam aí pessoas com salário mínimo com BMW e outros que tais, esses não são pessoas com necessidades, esses são ladrões do resto de Portugal.
Provavelmente eu vivo num Portugal diferente, se assim for, peço desculpa pelo "tom".
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kuppka Escreveu:super_fm Escreveu:fooman Escreveu:Essa conversa do salário mínimo e da pobreza em Portugal é uma das maiores falácias de todos os tempos.
Tenho muito mais respeito e pena das pessoas que ganham 700 ou 1000 euros do que quem ganha o salário mínimo.
Quem ganha o salário mínimo:
- Não paga impostos directos (IRS);
- Tem casa de borla (ou com rendas mínimas);
- Tem educação de borla, alimentação ao estudante incluida (bolsas e subsídios);
- Tem saúde de borla (não paga taxas moderadoras, faz os exames que quer, recebe 100% na comparticipação de maior parte dos medicamentos, etc);
- Tem transportes quase de borla (nas cidades);
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Portanto, para esses, os 485€ são para a alimentação, vestuário e para os passeios ao domingo (daí haver tanto gaijo com o salário mínimo, ou desempregado, a passear ao domingo com os seus maquinões - VW, BMW, etc);
Eu nem estou a acreditar no tipo de argumentos que acabaste de apresentar... Mas que me parecem completamente desfasados da realidade lá isso parecem... Abraço.
Até assusta.
Há gente q deve tar a participar no fórum via pc desde conventos e/ou prisões com 50eurs/mês.
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Super_fm, olha que o que ele escreve não está assim tão desfasado da realidade.
Eventualmente ele escreveu-o de uma forma que pode chocar um pouco e que tem pelo menos um aspecto questionável (pois as pessoas não escolhem ter salários mínimos, regra geral, e aquilo que ele descreve não resulta de uma escolha pessoal).
Mas, na prática, não há grande diferença entre ganhar o salário mínimo e por exemplo receber uns 700 ou 800 euros, mais ou menos pelas razões que ele está a apontar.
Em virtude quer da definição dos escalões (que definem "degraus" de acesso a ajudas ou diferentes taxas) quer da própria estruturação das ajudas sociais, acima dos 700 euros ou por aí, começa a ficar-se excluído de muita coisa e passa a ter de se suportar essas coisas do seu bolso.
E no final, acaba por em termos líquidos, sobrar-lhe mais ou menos a mesma coisa se é que ainda não fica (pontualmente) numa situação de maior aperto.
E pode haver aqui uma injustiça envolvida quando (à partida) quem tem esses vencimentos desempenha uma profissão que pode ser mais exigente, que pode ter obrigado a mais anos de estudo, etc.
Já os maquinões, bem, se forem relativamente novos então nesse caso provavelmente estamos é numa situação de falsa declaração de rendimentos.
Eventualmente ele escreveu-o de uma forma que pode chocar um pouco e que tem pelo menos um aspecto questionável (pois as pessoas não escolhem ter salários mínimos, regra geral, e aquilo que ele descreve não resulta de uma escolha pessoal).
Mas, na prática, não há grande diferença entre ganhar o salário mínimo e por exemplo receber uns 700 ou 800 euros, mais ou menos pelas razões que ele está a apontar.
Em virtude quer da definição dos escalões (que definem "degraus" de acesso a ajudas ou diferentes taxas) quer da própria estruturação das ajudas sociais, acima dos 700 euros ou por aí, começa a ficar-se excluído de muita coisa e passa a ter de se suportar essas coisas do seu bolso.
E no final, acaba por em termos líquidos, sobrar-lhe mais ou menos a mesma coisa se é que ainda não fica (pontualmente) numa situação de maior aperto.
E pode haver aqui uma injustiça envolvida quando (à partida) quem tem esses vencimentos desempenha uma profissão que pode ser mais exigente, que pode ter obrigado a mais anos de estudo, etc.
Já os maquinões, bem, se forem relativamente novos então nesse caso provavelmente estamos é numa situação de falsa declaração de rendimentos.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
super_fm Escreveu:fooman Escreveu:Essa conversa do salário mínimo e da pobreza em Portugal é uma das maiores falácias de todos os tempos.
Tenho muito mais respeito e pena das pessoas que ganham 700 ou 1000 euros do que quem ganha o salário mínimo.
Quem ganha o salário mínimo:
- Não paga impostos directos (IRS);
- Tem casa de borla (ou com rendas mínimas);
- Tem educação de borla, alimentação ao estudante incluida (bolsas e subsídios);
- Tem saúde de borla (não paga taxas moderadoras, faz os exames que quer, recebe 100% na comparticipação de maior parte dos medicamentos, etc);
- Tem transportes quase de borla (nas cidades);
- and so on and so on...
Portanto, para esses, os 485€ são para a alimentação, vestuário e para os passeios ao domingo (daí haver tanto gaijo com o salário mínimo, ou desempregado, a passear ao domingo com os seus maquinões - VW, BMW, etc);
Eu nem estou a acreditar no tipo de argumentos que acabaste de apresentar... Mas que me parecem completamente desfasados da realidade lá isso parecem... Abraço.
Até assusta.
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fooman Escreveu:Essa conversa do salário mínimo e da pobreza em Portugal é uma das maiores falácias de todos os tempos.
Tenho muito mais respeito e pena das pessoas que ganham 700 ou 1000 euros do que quem ganha o salário mínimo.
Quem ganha o salário mínimo:
- Não paga impostos directos (IRS);
- Tem casa de borla (ou com rendas mínimas);
- Tem educação de borla, alimentação ao estudante incluida (bolsas e subsídios);
- Tem saúde de borla (não paga taxas moderadoras, faz os exames que quer, recebe 100% na comparticipação de maior parte dos medicamentos, etc);
- Tem transportes quase de borla (nas cidades);
- and so on and so on...
Portanto, para esses, os 485€ são para a alimentação, vestuário e para os passeios ao domingo (daí haver tanto gaijo com o salário mínimo, ou desempregado, a passear ao domingo com os seus maquinões - VW, BMW, etc);
Eu nem estou a acreditar no tipo de argumentos que acabaste de apresentar... Mas que me parecem completamente desfasados da realidade lá isso parecem... Abraço.
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Elias Escreveu:escada1 Escreveu:Uma população que ia para a terra dos pais e ou avós, no interior, para ir buscar a batata, a couve, ou matar o porco para fazer uns belos chouriços.
Uma boa descrição da mentalidade provinciana que grassa neste país.![]()
Podes elaborar um pouco, Elias? Não percebi o teu ponto de vista. Abraço.
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escada1 Escreveu:A questão deve ser a consciÊncia de cada um.
é impossível criar mecanismos de fiscalização e leis.
Nada disso. Podes criar as leis que quiseres e os mecanismos que quiseres. Acontece que a mentalidade não se muda por decreto.

escada1 Escreveu:Tenho 37 anos, e quando era mais novo, andava na rua com os amigos a brincar e a jogar à bola.Onde anda essa alegria ?...em casa a jogar P Station...
Claro. Porque hoje quem jogar à bola na rua sujeita-se a ser atropelado.

escada1 Escreveu:Via muitas pessoas a apanhar autocarro (moro e morava em Lisboa).
Olha eu há 40 anos na quinta do meu tio (no norte) via muita gente a andar de carroça ou de carro de bois.

escada1 Escreveu:Via uma população que tinha altos indices de poupança.
Eu via uma população que tinha elevados índices de analfabetismo. E que por isso metia as poupanças por baixo do colchão.

escada1 Escreveu:Uma população que ia para a terra dos pais e ou avós, no interior, para ir buscar a batata, a couve, ou matar o porco para fazer uns belos chouriços.
Uma boa descrição da mentalidade provinciana que grassa neste país.

escada1 Escreveu:Os pobres acham que os ricos devem pagar-lhes a boa vida, e os ricos acham que não devem pagar a boa vida
E tu achas que isso é de hoje?
A frase "os ricos que paguem a crise" já se ouvia à saciedade em 1974.

escada1 Escreveu:Também acho errado terem acabado com os trabalhos forçados da epoca do antigo regime.
Trabalhos forçados? Viva a escravatura?:roll:
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MarcoAntonio Escreveu:Elias Escreveu:Claro, mas por outro lado as escolhas de cada um devem ser respeitadas.
Por isso o que me parece é que se deve legislar no sentido de promover aquilo que seja entendido como benéfico / importante para a sociedade e de resto deixar com cada um as escolhas que cada um faz.
De qualquer forma, num país como este onde a fiscalização em muitas áreas é fraca ou inexistente, legislar de pouco serve...
Nós não estamos a discutir proibições. Estamos a discutir precisamente o que deve ser promovido e o que deve ser desincentivado e (algumas d)as formas de fazê-lo...
Muito do que se discute neste âmbito praticamente nada tem que ver com fiscalização, tão pouco.
Neste país é promovido aquilo que interessa ao fiscalista, ao jurista, etc, etc...
Queres um carro novo? Toma lá um beneficio.
Queres janelas duplas? Dá cá que te ajudamos.
Queres ser "ecológico"? Deixa que nós damos-te 5 mil euros para o "pópó eléctrico".
A escola pública é uma m****? Então ajudamos na escola privada para o teu filho. No final ainda fazes campanha contra a escola pública.
E se o hospital público não fôr bom? Não tem problema... nós damos-te 30%. Se fôr preciso até podes ser tratado no estrangeiro.
Além disso, o Estado paga escolas, hospitais... importam-se carros, pagam-se as janelas do outro e até se paga a energia dos paineis solares a bom preço...
Depois dizem que falta dinheiro?
Sinceramente....

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