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Caldeirão da Bolsa

Os nossos 200 milhões que foram para o Metro do Porto....

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 22/7/2011 0:57

Elias Escreveu:
Mas também não obsta a que se experimente!



Não é a minha questão, Elias!

O que eu te tenho estado a mostrar é que o que propões implica o mesmo tipo de coisa - "para tu não pagares pago eu" - e implica igualmente que o Estado meta a patorra para moldar comportamentos, mesmo que no final a exploração seja privada. Pois sem intervenção do Estado, a nível municipal ou nacional, isto que propões não acontece!


E como tu abres esta "excepção" muito localizada aqui para os carros/transportes_colectivos nos centros urbanos por razões de interesse comum, o mesmo é extensível a outros casos com os quais não concordas.



Agora, coloco-te ainda o seguinte: imaginemos que esse modelo avança - como já de resto acontece em alguns locais do mundo - e é implementado, sendo que funciona nuns locais e resulta inviável noutros. O que se faz? Nos centros urbanos onde o modelo não funcionou, que solução se aplica?
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 22/7/2011 0:28

MarcoAntonio Escreveu:
Elias Escreveu:
Para aumentar o incentivo podemos:
- onerar o uso do popó nas cidades
- embaratecer o custo de utilização dos transportes públicos
- um mix de ambos



O que não implica ter de recorrer a outro modelo!


Mas também não obsta a que se experimente!
 
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por MarcoAntonio » 22/7/2011 0:25

Elias Escreveu:
Para aumentar o incentivo podemos:
- onerar o uso do popó nas cidades
- embaratecer o custo de utilização dos transportes públicos
- um mix de ambos



O que não implica ter de recorrer a outro modelo!
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por Elias » 22/7/2011 0:14

MarcoAntonio Escreveu:A subsidiação parcial via impostos é outro modelo que frequentemente se propõe à mesmíssima coisa.

Porque é que esse modelo não serve?


Olha, porque me parece que não está a funcionar. Tens carros a mais na maioria das cidades. Ou seja, o incentivo não é suficientemente grande.

Para aumentar o incentivo podemos:
- onerar o uso do popó nas cidades
- embaratecer o custo de utilização dos transportes públicos
- um mix de ambos
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 23:58

Elias Escreveu:
Eu não disse que não podia recorrer ao privado.



Nem eu...


Elias Escreveu:
Pode, claro. Tem é de pagar o custo associado.



O custo dele e o do outro.

Quanto ao outro, não suporta custo nenhum...



A questão era esta: porque é que ele tem de pagar a poluição dele e a do outro (que também polui e em muitos casos até mais do que ele) se não optar pelo colectivo.



Elias Escreveu:
Porque o excesso de carros nas cidades é um problema que a todos prejudica (conduotres, peões e passageiros dos transportes colectivos).



Certo e de acordo.


Elias Escreveu:
A ideia era criar modelo que desincentivasse o uso do carro onde ele constitui realmente um problema.



A subsidiação parcial via impostos é outro modelo que frequentemente se propõe à mesmíssima coisa.

Porque é que esse modelo não serve?
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por Elias » 21/7/2011 23:37

MarcoAntonio Escreveu:O que será tanto mais grave se - por uma de várias razões - o transporte colectivo nem lhe servir as necessidades e tiver mesmo de recorrer ao privado.


Eu não disse que não podia recorrer ao privado. Pode, claro. Tem é de pagar o custo associado.

MarcoAntonio Escreveu:O que eu quero que me digas é onde é que o modelo que propões é mais justo e melhor


Se é mais justo? Não sei responder. Sinceramente.

O que acredito é que pode ser mais sustentável, nomeadamente no que diz respeito à mobilidade nas cidades. Porque o excesso de carros nas cidades é um problema que a todos prejudica (conduotres, peões e passageiros dos transportes colectivos). A ideia era criar modelo que desincentivasse o uso do carro onde ele constitui realmente um problema.
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 23:33

Elias Escreveu:
Não é bem, mas é quase. A ideia era que os utilizadores do popó pagavam taxa de estacionamento mas também tinham direito a usar os transportes públicos sem pagar.



Claro que tem direito...

Mas a questão que agora te estou a colocar é porque é que ele tem de pagar a poluição dele e a do outro (que também polui e em muitos casos até mais do que ele) se não optar pelo colectivo.

O que será tanto mais grave se - por uma de várias razões - o transporte colectivo nem lhe servir as necessidades e tiver mesmo de recorrer ao privado.




Elias Escreveu:O conceito de poluição aqui num sentido mais lato, como já expliquei lá para trás...


Sim, eu sei. E eu também!




Elias Escreveu:
Sabias que o pagamento nas auto-estradas suíças funciona mais ou menos assim? Quem vem de fora é que paga mais.



Tu é que me lixas!

:lol:


O que eu quero que me digas é onde é que o modelo que propões é mais justo e melhor e não se ele é mais ou menos parecido com o que acontece noutra parte do mundo.



Elias Escreveu:
Não estou a questionar os motivos. Também nem todos os que vão almoçar fora o fazem por necessidade :P



O que é que isto quer dizer ao certo? Que não há mais excepções?
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por Elias » 21/7/2011 23:20

MarcoAntonio Escreveu:O que te estou a questionar é sobre o princípio do utilizador-pagador.

De uma forma geral, defendes o principio do "utilizador pagador" mas depois abres aqui uma excepção para "utilizador paga nicles" com o custo a ser suportado pelo "utilizador do popó".


Não é bem, mas é quase. A ideia era que os utilizadores do popó pagavam taxa de estacionamento mas também tinham direito a usar os transportes públicos sem pagar.

MarcoAntonio Escreveu:É uma solução de tudo ou nada e que não é mais justa que a situação actual. Tanto mais que um utilizador de um transporte público pode poluir manifestamente mais o centro urbano do que um utilizador de automóvel particular e acabaria a pagar nicles.


O conceito de poluição aqui num sentido mais lato, como já expliquei lá para trás...

MarcoAntonio Escreveu:Aliás, isto deveria acontecer nesse cenário imensas vezes dado que a diferença de poluição entre um e outro (por utilização) é marginal. Basta portanto que as frequências sejam manifestamente diferentes, tipo, um vai o ano de todo de metro para a cidade (e não pagaria nada!) e o outro vai meia duzia de vezes à cidade de cada vez que lá vai, pimba, paga pelo outro...

Se se disponibiliza transporte gratuito para uns e custos acrescidos para outros, a distorção é tremenda, como está bom de ver e chega-se a situações do mais injusto que há!


Sabias que o pagamento nas auto-estradas suíças funciona mais ou menos assim? Quem vem de fora é que paga mais.

MarcoAntonio Escreveu:E convém notar que nem todos os que utilizam transporte particular o fazem por mero comodismo, o que tornaria a distorção ainda mais grave em muitos casos. A menos que abramos aqui mais umas excepções...


Não estou a questionar os motivos.
Também nem todos os que vão almoçar fora o fazem por necessidade :P
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 23:20

abx Escreveu:
Se virmos tudo, única e exclusivamente- que é o que vocês estão a fazer- pelo lado financeiro, caímos nesse absurdo.



abx, eu não estou a ver tudo única e exclusivamente pelo lado financeiro. Bem e antes pelo contrário...

A minha posição, no meio do meu debate com o Elias, não terá ficado clara para ti.
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 23:13

Elias Escreveu:De acordo, pode ser um modelo teórico sem pernas para andar. Era apenas uma ideia. Um dia destes voltamos a este assunto :wink:


Situações parecidas com estas já ocorrem (claro, com intervenção estatal/municipal) e eu não estou necessariamente contra...

De resto eu sumarizei a minha posição aqui:

MarcoAntonio Escreveu:O princípio que defendes (da qualidade de vida, do ar, ruído e etc) é extensível a outras situações e pode ser abordado de outras formas também por exemplo com financiamento parcial ou integral, conforme as especificidades locais e até conjunturais.


O que te estou a questionar é sobre o princípio do utilizador-pagador.

De uma forma geral, defendes o principio do "utilizador pagador" mas depois abres aqui uma excepção para "utilizador paga nicles" com o custo a ser suportado pelo "utilizador do popó".



É uma solução de tudo ou nada e que não é mais justa que a situação actual. Tanto mais que um utilizador de um transporte público pode poluir manifestamente mais o centro urbano do que um utilizador de automóvel particular e acabaria a pagar nicles.

Aliás, isto deveria acontecer nesse cenário imensas vezes dado que a diferença de poluição entre um e outro (por utilização) é marginal. Basta portanto que as frequências sejam manifestamente diferentes, tipo, um vai o ano de todo de metro para a cidade (e não pagaria nada!) e o outro vai meia duzia de vezes à cidade de cada vez que lá vai, pimba, paga pelo outro...

Se se disponibiliza transporte gratuito para uns e custos acrescidos para outros, a distorção é tremenda, como está bom de ver e chega-se a situações do mais injusto que há!



E convém notar que nem todos os que utilizam transporte particular o fazem por mero comodismo, o que tornaria a distorção ainda mais grave em muitos casos. A menos que abramos aqui mais umas excepções...

:wink:
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por Elias » 21/7/2011 22:53

De acordo, pode ser um modelo teórico sem pernas para andar. Era apenas uma ideia. Um dia destes voltamos a este assunto :wink:
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 22:52

Elias Escreveu:
Basicamente, sim.

A intervenção estatal resumir-se-ia à definição das regras de funcionamento de um tal modelo (e à fiscalização da sua execução). Nada mais.



O Estado tem de intervir, Elias.

Para começar, o Estado não pode limitar-se a definir regras de funcionamento quando em causa estão espaços públicos. O Estado tem de legislar, licenciar, fiscalizar e possivelmente até cobrar pelas licenças ou decidir em concurso quem ganha o direito a ela.



Elias Escreveu:
Não seriam taxas de poluição, mas sim taxas de estacionamento (e multas pesadas para quem estacionasse mal ou não pagasse).



O que implica mais intervenção do Estado. Isto que propões só pode acontecer com intervenção do Estado. Uma intervenção muito significativa e que acaba numa distorção extrema...

Não é por meteres (ou entregares a operacionalidade) a privados que altera alguma coisa. Aliás, como já te disse há vários posts atrás, isto de ser gerido por privados ou pelo estado para o caso não interessa para nada para o caso: o que está em causa é quem paga o que é utilizado, se o próprio utilizador ou outrém; parcial ou integralmente.

Se quem trata do cash-flow é o Estado ou um privado para o caso não interessa para nada!


Elias Escreveu:
Agora imagina juntar esta malta toda numa única entidade que teria a concessão do estacionamento numa cidade; esta entidade cobrava o estacionamento e as multas e em contrapartida seria obrigada a disponibilizar transportes públicos de utilização gratuita (tal como a brisa tem a concessão das auto-estradas, recebendo as receitas do tráfego que lá passa e sendo obrigada a assegurar determinados serviços a quem lá passa).



Concessão = intervenção do estado.

E é bom que pegues na Brisa: a Brisa não comprou os terrenos nem impôs expropriações para construir as auto-estradas. O processo não está isento de uma intervenção do Estado... e que intervenção!


Elias Escreveu:
Não estou a dizer que o modelo seja financeiramente sustentável (não fiz quaisquer contas), é apenas uma ideia



Pois, eu percebo que é apenas uma ideia.

Mas é uma ideia que só tem pernas para andar com uma considerável intervenção do Estado...

Se era a isso que te estavas a referir sobre eu ter assumido algo, claro que sim. É que de outro modo é impossível!
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por Elias » 21/7/2011 22:44

abx Escreveu:Elias e Marco António.

Vocês estão a raciocinar como se nós não pagassemos impostos e portanto teríamos de pagar qualquer coisa, sempre que a usassemos. Não é essa a realidade.


Pois não. A realidade é bem pior: pagas impostos e depois ainda tens de pagar taxas para usar os serviços que o Estado disponibiliza. O nosso dinheiro acaba por ir todo lá parar.
 
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por Mares » 21/7/2011 22:37

"Os nossos 200 milhões que foram para o Metro do Porto"

Quem fala assim não é gago :lol:

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por abx » 21/7/2011 22:31

Elias e Marco António.

Vocês estão a raciocinar como se nós não pagassemos impostos e portanto teríamos de pagar qualquer coisa, sempre que a usassemos. Não é essa a realidade.

Não estou a divagar. Vocês estão a provar a justeza da frase que eu citei do prof. Arroja.

Se virmos tudo, única e exclusivamente- que é o que vocês estão a fazer- pelo lado financeiro, caímos nesse absurdo.

Será que na Europa há empresas de transporte público(de passageiros)auto-sustentáveis? Ou seja, que não precisem de receber subsíduos estatais? Ignoro, mas duvído que hajam.

Voltando atrás, eu insurgi-me quanto à forma como um escrevinhador dos jornais, analisou o buraco da Metro do Porto, esquecendo-se das particularidades da empresa, dos investimentos que foram feitos, do lucro de exploração ( que eu não vi desmentido), do não cumprimento por parte do Governo da parte que lhe cabe. Esqueceu-se que andar de Metro no Grande Porto, é um sucesso. Desde que se passou a pagar as scuts, os passageiros aumentaram, o que é positivo. A linha da Póvoa teve de ser reforçada.

Gostava que quem soubesse ou tivesse acesso, publicasse aqui os vencimentos dos membros do Conselho da Administração. Executivos e não-executivos. Deve dar um fartote de riso.

O Grande Porto não merece o ataque à mobilidade, que o escrevinhador produziu.
 
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por Elias » 21/7/2011 22:25

MarcoAntonio Escreveu:Estás a defender que todo este processo deve ser de iniciativa privada, sem intervenção nenhuma Estatal a nível nenhum?


Basicamente, sim.
A intervenção estatal resumir-se-ia à definição das regras de funcionamento de um tal modelo (e à fiscalização da sua execução). Nada mais.

MarcoAntonio Escreveu:Que são as empresas que devem passar a cobrar taxas de poluição a quem circula em cidade de automóvel para depois o injectar em transportes colectivos?


Não seriam taxas de poluição, mas sim taxas de estacionamento (e multas pesadas para quem estacionasse mal ou não pagasse).

Repara que já tens os privados em tudo isto, a saber:
- tens parques de estacionamento explorados por privados
- as empresas que rebocam os carros mal estacionados são privadas
- já tens empresas de transportes colectivos privadas

Agora imagina juntar esta malta toda numa única entidade que teria a concessão do estacionamento numa cidade; esta entidade cobrava o estacionamento e as multas e em contrapartida seria obrigada a disponibilizar transportes públicos de utilização gratuita (tal como a brisa tem a concessão das auto-estradas, recebendo as receitas do tráfego que lá passa e sendo obrigada a assegurar determinados serviços a quem lá passa).

Não estou a dizer que o modelo seja financeiramente sustentável (não fiz quaisquer contas), é apenas uma ideia :wink:
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 22:20

Elias Escreveu:
Mas estás a pegar mal. Eu em parte alguma escrevi que seria o Estado a cobrar a taxa :P



Estás a defender que todo este processo deve ser de iniciativa privada, sem intervenção nenhuma Estatal a nível nenhum?

Que são as empresas que devem passar a cobrar taxas de poluição a quem circula em cidade de automóvel para depois o injectar em transportes colectivos?
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por Elias » 21/7/2011 22:15

MarcoAntonio Escreveu:Elias, não é isso que eu estou a discutir. Isso é acessório para o caso porque o que está em causa é o princípio do utilizador-pagador que tu defendes excepto quando não defendes!

Um subsídio é uma forma de por não utilizadores a suportarem os custos ou parte deles...

E isso é exactamente o que estás propor na excepção que abres e é isso que está em causa e que eu já escrevi uma série de vezes!


Mas onde é que me viste propor um subsídio? :shock:

MarcoAntonio Escreveu:Aqui o Estado mete a patorra toda: cobra uma taxa especial ao utilizador do popó enquanto que o utilizador do transporte colectivo viaja de borla.

Eu não assumi nada, estou a pegar no que escreveste e nada mais!

:wink:


Mas estás a pegar mal. Eu em parte alguma escrevi que seria o Estado a cobrar a taxa :P
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 22:10

Elias Escreveu:Errado. Em parte alguma me viste defender que devia ser o Estado a subsidiar que transporte fosse.


Elias, não é isso que eu estou a discutir. Isso é acessório para o caso porque o que está em causa é o princípio do utilizador-pagador que tu defendes excepto quando não defendes!

Um subsídio é uma forma de por não utilizadores a suportarem os custos ou parte deles...

E isso é exactamente o que estás propor na excepção que abres e é isso que está em causa e que eu já escrevi uma série de vezes!




Elias Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Obviamente eu não consigo esquecer...

Não é a minha posição que está em causa mas a tua: tu dizes que o Estado não deve meter a patorra e criar distorções mas depois propões que meta a patorra toda e distorça ao limite na excepção que abres.


Errado, mais uma vez. Não me viste defender que fosse o Estado a financiar isso.



Mas quem falou em o Estado financiar?

Eu não fui certamente...


Elias Escreveu:
Assim sendo, aplica-se o princípio do poluidor-pagador: quem insiste em levar o carro para a cidade, paga uma taxa de compensação pelo dano que causa (ruído, poluição, congestão). Quem quiser usar o transporte público, tem o prémio respectivo que é a possibilidade de circular de borla.



Aqui o Estado mete a patorra toda: cobra uma taxa especial ao utilizador do popó enquanto que o utilizador do transporte colectivo viaja de borla.


Eu não assumi nada, estou a pegar no que escreveste e nada mais!

:wink:
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por Elias » 21/7/2011 21:50

MarcoAntonio Escreveu:O princípio que defendes (da qualidade de vida, do ar, ruído e etc) é extensível a outras situações e pode ser abordado de outras formas também por exemplo com financiamento parcial ou integral, conforme as especificidades locais e até conjunturais.


Certo mas são aspectos independentes.

A questão da não subsidiação é transversal. Aliás o governo deu hoje um passo decisivo para a cabar com a subsidiação ao anunciar aumentos de 15%. Creio que a prazo se poderá acabar com a subsidiação e, quiçá, privatizar os transportes públicos, que se calhar é o que faz sentido. E aí veremos a sustentabilidade.

Quanto à outra questão:

MarcoAntonio Escreveu:Excepto onde tu achas que deve intervir.


Errado. Em parte alguma me viste defender que devia ser o Estado a subsidiar que transporte fosse.

MarcoAntonio Escreveu:Obviamente eu não consigo esquecer...

Não é a minha posição que está em causa mas a tua: tu dizes que o Estado não deve meter a patorra e criar distorções mas depois propões que meta a patorra toda e distorça ao limite na excepção que abres.


Errado, mais uma vez. Não me viste defender que fosse o Estado a financiar isso.

Parece-me que assumiste que eu achava isso, mas não escrevi tal coisa. Nem sequer pensei.

Aliás o que eu penso acerca do financiamento desses transportes (as tais excepções, como lhes chamas) ficou bem explicado lá atrás, parece-me :wink:
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 21:40

Elias Escreveu:
Se não pagares tu, pago eu.



Se não pagar eu, pagam todos. E eu já faço parte do "todos" que está a pagar coisas que não utiliza, mesmo antes de sair de casa...

Porque é que defendes pagamento integral do que uns utilizam e não para os outros?

Inclusivamente abres uma excepção onde alguém tem uma utilização completamente gratuita suportada por outros que não utilizadores!




Elias Escreveu:
Ou não. Os transportes públicos (sobre pneus ou sobre carris) podem ser explorados por privados.

Há alguma justificação para ser o Estado a fazê-lo?



Ou tu não percebeste o que eu escrevi ou eu não estou a perceber nada do que tu estás a escrever.

O estado financia a construção de estruturas que vão ser utilizados por particulares, o que dizes que é defensável.

Eu estou a dizer que é igualmente defensável subsidiar parte da utilização de outras estruturas onde se utilizam transportes colectivos. Esses transportes colectivos podem ser detidos e geridos por privados ou pelo Estado, não interessa para nada para o caso!

O que está em causa é a dicotomia "utilização de viatura particular" e "utilização de transporte colectivo" e onde o Estado intervém para moldar os comportamentos ou criar condições de viabilidade e onde não intervém...



Elias Escreveu:Pois eu acho que o Estado devia retirar as patorras e deixar o mercado funcionar.


Excepto onde tu achas que deve intervir.


Elias Escreveu:Aliás se acabasses com a subsidiação aos transportes públicos e também com o ISP, provavelmente poucos transportes públicos se aguentavam nas canetas.


Naturalmente!

Mas este cenário serve para ilustrar o quê?



Elias Escreveu:
Objectivamente, vês algum mal nisso? Quero dizer, em que o utilizador do transporte colectivo pague aquilo que ele custa, sem qualquer tipo de subsídio? Esqueçamos para já a outra parte que diz respeito aos centros das cidades.



Obviamente eu não consigo esquecer...

Não é a minha posição que está em causa mas a tua: tu dizes que o Estado não deve meter a patorra e criar distorções mas depois propões que meta a patorra toda e distorça ao limite na excepção que abres. O princípio que defendes (da qualidade de vida, do ar, ruído e etc) é extensível a outras situações e pode ser abordado de outras formas também por exemplo com financiamento parcial ou integral, conforme as especificidades locais e até conjunturais.

E eu não tenho problemas com isso, tu é que tens, excepto quando não tens!

:wink:
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por Elias » 21/7/2011 21:10

marco não vou responder a tudo senão isto torna-se num testamento. Escolhi aqui alguns aspectos que me pareceram mais relavantes.

MarcoAntonio Escreveu:Se resolver sair de casa e optar por deslocar-me de metro, devo pagar integralmente a utilização daquela estrutura?


Se não pagares tu, pago eu.

MarcoAntonio Escreveu:Tu não estás a defender, essencialmente, uma lógica de utilizador-pagador?


Yes.

MarcoAntonio Escreveu:Como será igualmente defensável que o Estado deve igualmente contribuir se a estrada for composta por... carris. Ou não?


Ou não. Os transportes públicos (sobre pneus ou sobre carris) podem ser explorados por privados.

Há alguma justificação para ser o Estado a fazê-lo?

MarcoAntonio Escreveu:Estás a saltar de tópico agora. A questão é se o Estado deve intervir com alguma coisa ou com coisa nenhuma. Resolvido isso, depois discutiremos se o Estado deve meter mais ou menos dinheiro no metro ou nas estradas do que o que mete actualmente!


Pois eu acho que o Estado devia retirar as patorras e deixar o mercado funcionar. Aliás se acabasses com a subsidiação aos transportes públicos e também com o ISP, provavelmente poucos transportes públicos se aguentavam nas canetas. A interferência do Estado é que distorce esta porra toda.

MarcoAntonio Escreveu:Se não tem dinheiro para fazer mais, tem várias hipóteses. Por exemplo, pode deixar de financiar quem utiliza transportes colectivos (como o Metro) para passar a financiar mais e melhor quem utiliza transportes particulares como o "popó". É uma das hipóteses...


Não precisava de financiar. Bastava não taxar da forma absurda como o faz.

MarcoAntonio Escreveu:Neste caso a solução é despromover a utilização do transporte colectivo para financiar mais e melhor a utilização do transporte particular.


Objectivamente, vês algum mal nisso? Quero dizer, em que o utilizador do transporte colectivo pague aquilo que ele custa, sem qualquer tipo de subsídio? Esqueçamos para já a outra parte que diz respeito aos centros das cidades.
 
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por Elias » 21/7/2011 20:51

jabreu Escreveu:Deus nos livre do Elias ir para o governo.
Era pior que o Sócrates :mrgreen:

que grande confusão


Tá descansado que eu não sou candidato :)

Pata-Hari Escreveu:Elias, refiro-me à a8, a17 e a25. Normalmente vazias.


Ó Pata, já não percebo nada. Há pouco dizias que eram as estradas nacionais que estavam vazias, agora dizes que as auto-estradas é que estão vazias. Em que ficamos?
 
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por Pata-Hari » 21/7/2011 20:34

Elias, refiro-me à a8, a17 e a25. Normalmente vazias.
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 20:33

Elias Escreveu:
Não propriamente, a ideia de ter todas as estradas portajadas é uma metáfora.



E para o caso do metro, também é uma metáfora?



Elias Escreveu:
Tu já pagas uma portagem de 10 cent. / km (aprox.) sempre que pegas num carro.



Se eu não pegar no carro pago via impostos a construção de estradas, pontes, a sua manutenção, os custos com as patrulhas das brigadas de trânsito nas estradas que não utilizo, etc. Via impostos estamos sempre a pagar coisas que não utilizamos, mesmo em matéria de mobilidade.



Se resolver sair de casa e optar por deslocar-me de metro, devo pagar integralmente a utilização daquela estrutura?





Elias Escreveu:
O que não faz sentido é tratar as auto-estradas de forma diferente, porque pagas ao Estado (em ISP) e pagas ao privado (em portagens).



Sentido, faz.

Tu não estás a defender, essencialmente, uma lógica de utilizador-pagador?

Uma estrada nacional e uma auto-estrada são estruturas diferentes com custos diferentes: a auto-estrada é mais cara de construir e de manter, faz sentido que quem utiliza a auto-estrada (uma estrutura mais sofisticada e com melhores condições mas também mais cara) pague um adicional por forma a responder ao custo adicional também.






Elias Escreveu:
Pegando nas estradas, por exemplo. Podemos dizer que o Estado deve tratar da sua manutenção (paga pelos contribuintes). É defensável.



Como será igualmente defensável que o Estado deve igualmente contribuir se a estrada for composta por... carris. Ou não?



Elias Escreveu:
O problema é que o Estado não faz manutenção suficiente.



Estás a saltar de tópico agora. A questão é se o Estado deve intervir com alguma coisa ou com coisa nenhuma. Resolvido isso, depois discutiremos se o Estado deve meter mais ou menos dinheiro no metro ou nas estradas do que o que mete actualmente!


Elias Escreveu:
E não tem dinheiro para fazer mais.



Se não tem dinheiro para fazer mais, tem várias hipóteses. Por exemplo, pode deixar de financiar quem utiliza transportes colectivos (como o Metro) para passar a financiar mais e melhor quem utiliza transportes particulares como o "popó". É uma das hipóteses...

Entre várias.

Neste caso a solução é despromover a utilização do transporte colectivo para financiar mais e melhor a utilização do transporte particular.



Elias Escreveu:
Podemos defender que se deve manter as linhas em exploração por razões sociais, mas esta linha de argumentação pode ser usada para defender que não se encerre uma única linha, mesmo aquelas que têm uma utilização muito baixa (o que quer que isto signifique).



Pode ser (estupidamente) usada assim. Não tem de ser racionalizada dessa forma, contudo...

Porque alguém fica sempre a berrar e a tecer comparações entre decisões diferentes perante situações diferentes, não é razão para não utilizar esta abordagem.

Até porque a berrar fica sempre alguém, seja lá qual for a abordagem...



Elias Escreveu:
Neste caso o que se pretende é aliviar os centros das cidades do excesso de veículos, pois é manifesto que isso prejudica a qualidade de vida de todos os que lá vivem ou trabalham. Assim sendo, aplica-se o princípio do poluidor-pagador: quem insiste em levar o carro para a cidade, paga uma taxa de compensação pelo dano que causa (ruído, poluição, congestão). Quem quiser usar o transporte público, tem o prémio respectivo que é a possibilidade de circular de borla.



Bom, mas a menos que abras mais excepções, temo que a coisa não funcione exactamente como pretendes.

Em primeiro lugar, há a questão da viabilidade: é possível suportar um transporte colectivo de utilização gratuita desta forma em todos os casos (em todos os centros urbanos), cada um com as suas próprias especificidades?

Em segundo lugar, há a abordagem mais ampla ao princípio que estás a defender. A tua intenção é criar melhores condições em centros urbanos e esta é a única excepção que abriste.

Abres alguma excepção para o interior?

Enquanto promoves transportes colectivos à borla nas cidades, o que fazes no interior onde não há metro ou onde a construção de um metro seria inviável?

E como estás a defender que os utilizadores paguem integralmente a utilização, o que é que acontece nessas zonas deslocadas fora dos grandes centros urbanos onde o custo por utilização das estradas, por razões geográficas e demográficas, tenderá a ser mais alto (ou alternativamente as estradas manifestamente mais fracas)?

Queres trazer melhor "ar" para a cidade mas crias condições piores nos locais onde o "ar" já é melhor, se não abrires mais excepções!




Seja como for, o que defendes parece-me injusto e incoerente porque implica (claramente) abordagens dramaticamente diferentes para diferentes utilizadores:

> uns pagam tudo e ainda os custos dos outros;

> outros propões que tenham tudo de borla!

Não vejo em que é que este modelo seja melhor do que o actual onde o Estado vai intervindo aqui e ali em função dos tempos, das necessidades e das especificidades. O que seguramente também tem problemas e acarreta injustiças e resulta em tratamentos desiguais por dificuldade ou erro de análise...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 21/7/2011 20:35, num total de 1 vez.
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