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Caldeirão da Bolsa

Vão trabalhar, malandros!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 4/8/2009 0:11

Sobre funcionários publicos não vou falar mais...

Mcmad Escreveu:cannot é óbvio que me refiro à carga fiscal. O bolo que pagamos em impostos ( directos e indirectos) é superior ao que nos é reservado..

Como já aqui alguém referiu e muito bem, aquilo que de momento pago em impostos não está assegurar de forma alguma a minha reforma, só um lunático pensa o contrário..


Mcmad, aqui estás a misturar impostos com descontos para a segurança social.

Os impostos não se destinam a assegurar a tua reforma, destinam-se a assegurar o orçamento de estado.

As reformas são pagas pelo Sistema da Segurança Social...



E quanto a isso também vai por aí muita confusão suscitada pela sustentabilidade do actual Sistema da Segurança Social. Até já lhe chamam um sistema ponzi, coisa que não é!
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por cannot » 4/8/2009 0:01

Mcmad Escreveu:cannot é óbvio que me refiro à carga fiscal. O bolo que pagamos em impostos ( directos e indirectos) é superior ao que nos é reservado..

Como já aqui alguém referiu e muito bem, aquilo que de momento pago em impostos não está assegurar de forma alguma a minha reforma, só um lunático pensa o contrário..



O sistema de segurança social actual não funciona no longo prazo, nos moldes da nossa sociedade actual. Como disse antes o que pagas agora de segurança social (porque existem outros impostos que não têm o mesmo objectivo e servem para assegurar uma série de outras coisas, vou deixar de parte) não é para assegurar nada em relação à tua reforma, é antes para pagar os que estão reformados agora. Foi assim que o sistema foi criado, isto não é nenhuma subversão. O que acontece é que os pressupostos para o bom funcionamento deste sistema deixaram de se verificar.

Na minha opinião já se poderia e deveria ter, gradualmente, alterado as coisas de forma a assegurar uma sustentabilidade. Penso que desde os anos 80 (pelo menos dos 90) que se começou a perceber que isto não iria funcionar para sempre. Daí até agora passaram bem mais de 20 anos e pouco foi feito.

O que me aborrece é que agora de repente (e neste tópico alguns apontaram nesse sentido) parece que a "culpa" disto (e de outros problemas do país) é da função pública. É certo que a função pública tem que ser reformulada (tal como uma série de outras coisas), mas não é por isso que as coisas não funcionam. Como disse o Marco, e muito bem, pensar assim é uma forma muito enviesada de ver as coisas. Tudo tem uma função na sociedade em que vivemos e quem não concorda deve fazer-se ouvir nos locais de direito. Só assim poderemos evoluir para algo melhor.

Eu não tenho soluções para os problemas, e nem os conheço pois não é esse o meu trabalho, mas penso nas coisas e procuro perceber e ser justo o melhor que posso. E o melhor que posso é "forçar" os políticos a (serem e) fazerem mais e melhor. Isto é claramente um problema político. É-me complicado perceber (e aceitar) como é que uma sociedade tão avançada em termos tecnológicos, com tanta gente de grande qualidade (conheço muitos) tem um sistema político tão inoperante.

Dou um exemplo: como pode ser possível que não exista um plano de longo prazo (tipo um guia que nos mantenha no caminho para obter os nosso objectivos), e definido por "todos" (um acordo entre as forças políticas), que permita que as obras, reformas, na realidade todas as alterações de fundo (as coisas essenciais para "a Nação") não fiquem paradas por questões políticas e não se alterem porque veio outro governo. Não me cabe na cabeça que "a Nação" (o povo se quiserem) sofra porque os políticos não se entendem. Vi também acontecer isto em algumas empresas públicas (onde estive e "fugi rapidamente"). Os projectos onde se alocou recursos serem postos de parte porque mudou o governo e portanto os administradores. Isto em grande escala e de 4 em 4 é uma das razões para não sair da cepa torta.

Já me estou a desviar do tema mas a minha máxima é sempre esta: os governos mudam mas o povo fica (quase) para sempre. Portanto se encontram coisas mal, pensem nelas seriamente e comecem a fazer pressão. Podem começar localmente. Esta é a única maneira de mudar algo. Vivemos em sociedade e está organizada como está, nada a fazer (também podem deixar a sociedade e ir viver fora dela, mas penso que não é nisso que estão a pensar), não mandem bocas, façam algo, mas sejam sérios.

Abraço
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por Mcmad » 3/8/2009 11:29

cannot é óbvio que me refiro à carga fiscal. O bolo que pagamos em impostos ( directos e indirectos) é superior ao que nos é reservado..

Como já aqui alguém referiu e muito bem, aquilo que de momento pago em impostos não está assegurar de forma alguma a minha reforma, só um lunático pensa o contrário..
 
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por EALM » 3/8/2009 10:25

Mcmad Escreveu:Marco António,

Diga lá qual a razão que está por detrás do facto de a nossa contribuição para os outros, entenda-se Estado via impostos ser superior ao que efectivamente temos direito para nós? Aquilo com que ficamos da nossa produtividade é inferior ao que distribuímos.

Qual a lógica?


Já aqui atras referi as verdadeiras razões:
A corrupção é apontada como razão nº1 da nossa pobreza.

EALM Escreveu:
- Parece que este Governo foi muito bem sucedido na política de nos virar uns contra os outros. É a velha máxima - dividir para reinar - e está claramente a resultar, pelo que vejo.

Já agora, esse tal estudo que diz que a FP de Portugal trabalha 35 horas não passa de uma observação dos horários teóricos. Cada vez mais vejo pessoas dentro da F.P. a ficar depois da hora e muitas vezes sem serem pagas... esse estudo vale o que vale.

Continuo a achar que na Privada as pessoas ainda são MAIS exploradas que na Função Pública, mas isso não é motivo para achar que os funcionários públicos são privileiados (excepto as chefias!).

Deixem de ter invejas, e se realmente querem um futuro, um país melhor, vejam bem onde anda o real desperdício:

Em 1º lugar, destacadíssimo: CORRUPÇÂO
Em 2º lugar: falta de eficiência generalizada por (in)competência das chefias/governantes
Em 3º lugar: falta de massa crítica no país devido a um atraso educacional
Em 4º lugar: ainda existe em alguns pontos atrasos de infra-estruturas, quer de novas ou antigas tecnologias.

etc, etc...
 
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por Elgenedy » 3/8/2009 9:34

axman Escreveu:Para as novas gerações a porta da FP está praticamente fechada. O acesso é concorrido e só entra facilmente quem tem o cartão do partido certo.


... ou antes, quem se dá ao trabalho de procurar e estudar:

CEAGP - INA

Para quem não conhece, é uma pós-graduação, que se acede via concurso público, essencialmente com base num exame escrito (em que não se pergunta qual o partido de cada candidato). Os 50 com nota mais elevada entram. Existe 1 curso por ano, por isso, a possibilidade de entrarem cerca de 50 pessoas por ano.

Curiosamente (ou não) e apesar das inúmeras vantagens, mais-valias, benefícios e salários fantásticos já apresentados neste tópico (se calhar não é tudo assim tão real), há 5 ou 6 anos, existiam perto de 2000 candidatos ao exame. Esse número tem vindo a diminuir para menos de 500/ano.

Mas, não dei muita atenção ao detalhe do "entrar facilmente"... realmente não é facil entrar. É preciso estudar economia, gestão, direito, entre várias outras coisas. Mas nesse ponto, descansa que, mesmo os portadores de cartão do partido certo, terão o mesmo trabalho para entrar.

Cumprimentos,

Elgenedy
 
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por axman » 3/8/2009 9:28

Posso admitir e até concordar com o marcoantonio em relação ao ponto de que estão a ser tomadas medidas (sob FORTE contestação) para acabar com uma série de benesses absurdas de que usufruía a FP.
A FP tem o grande defeito de ver o estado como o partido do governo. Na realidade, todas as conquistas obtidas pela FP significam directamente um acréscimo de encargos sob a restante população sob a via de impostos. Veja-se o disparate eleitoralista dos aumentos deste ano..

No entanto, bottom line é este:

O estado assumiu compromissos financeiros futuros que dificilmente poderá honrar: por força da inversão da pirâmide etária, pelo prolongamento da esperança de vida e pela débil economia do País. (com a agravante que pessoas com altos rendimentos terão maior probabilidade de prolongar a vida).

Para a minha geração isso significa uma coisa simples:
Tendo em conta que as pensões dos actuais reformados são pagas pela actual população activa, estão a pedir-nos que descontemos para algo que nunca poderemos reaver ou exigir às futuras gerações. Portanto, trata-se de um esquema "Ponzi".
 
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por cannot » 3/8/2009 9:04

Mcmad Escreveu:Marco António,

Diga lá qual a razão que está por detrás do facto de a nossa contribuição para os outros, entenda-se Estado via impostos ser superior ao que efectivamente temos direito para nós? Aquilo com que ficamos da nossa produtividade é inferior ao que distribuímos.

Qual a lógica?


Gostaria de dizer q concordo plenamente com o q o Marco escreveu. Pensem bem no q ele escreveu, investiguem e seham mais justos naquilo que dizem por favor.

Em relacao ah pergunta acima, confesso que nao a percebo. O que descontas para que impostos? Ficas com menos do que o que ganhas? O estado sao os outros?

Se esriver a falar en termos de seguranca social,os seus descontos sao para pagar as reformas agora e nao a sua. Foi assim que foj criado e funcionou bem algum tempo, enquanto os factores essenciais ao seu funcionamento se mantiveram: crescikento economico e natalidade elevada. Nao sei se a sua pergunta eh esta, porque nao recebe na reforma o que descontou durante o seu trabalho.

Se for em relacao a outro imposto nao percebo a pergunta. Na minha opiniao uma das causa de isto funcionar mal eh o facto de o pessoal nao perceber para que servem os impostos que paga e nao perceber que o estado portugues somos todos nos que vivemos,ou nao, no pais. p
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por sargotrons » 3/8/2009 2:47

Mcmad Escreveu:Marco António,

Diga lá qual a razão que está por detrás do facto de a nossa contribuição para os outros, entenda-se Estado via impostos ser superior ao que efectivamente temos direito para nós? Aquilo com que ficamos da nossa produtividade é inferior ao que distribuímos.

Qual a lógica?


Bom a nossa nao sei, mas da tua produtividade tens um bom retorno na A24 e na A25.

Cheers
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por Mcmad » 3/8/2009 2:11

Marco António,

Diga lá qual a razão que está por detrás do facto de a nossa contribuição para os outros, entenda-se Estado via impostos ser superior ao que efectivamente temos direito para nós? Aquilo com que ficamos da nossa produtividade é inferior ao que distribuímos.

Qual a lógica?
 
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por MarcoAntonio » 2/8/2009 17:39

axman Escreveu:Sempre falei em valores brutos. Falar em valores líquidos não faz sentido porque variam de caso para caso. E nunca atiro valores para o ar. Conheço perfeitamente os valores que constam na CGA há diversos anos. Os número são alias confirmados pelo marcoantonio.

Para as novas gerações a porta da FP está praticamente fechada. O acesso é concorrido e só entra facilmente quem tem o cartão do partido certo.

O que é perfeitamente criticável é:

* Os valores excessivos (acima do mercado) pagos pelo estado para diversas funções.
* A enorme desigualdade dentro do próprio estado
* O número excessivo de FP para a dimensão e riqueza do País
* Os conhecidos esquemas utilizados para "comprar" anos de reforma que nos vão sair a todos muito caro
* A alteração de regras a meio do jogo
* Esta atitude de chutar o problema de como pagar as dívidas/compromissos para as futuras gerações




A tua descrição não é uma descrição adequada da realidade nem pouco mais ou menos, é antes uma visão altamente enviezada, bastante popular por aí forma mas francamente distorcida...

Em primeiro lugar há o teu tratamento dos números, colocas par a par números que não dizem respeito uns aos outros. Ele é a educadora de infância do publico que "ganha 3000 euros" contra a educadora de infância do privado que "ganha 800 euros". Ele é o funcionário público que "ganha 3000 euros" e o desgraçado que "ganha 600 euros e desconta para o outro ganhar aquilo"...

Ora, vamos lá por partes:

1. Há funcionários públicos a receber menos de 700 euros. E descontam...

2. Há funcionários públicos a receber 3000 euros e até mais. E também descontam...

3. Há trabalhadores do sector privado a receber menos de 700 euros. E descontam...

4. Há trabalhadores do sector privado a receber 3000 euros e até mais. E descontam...


Portanto, falar do que existe aqui, escolhido discricionariamente, e dizer que descontam e falar do que existe acolá, escolhido discricionariamente, sem sequer referir que também descontam... é falar sem qualquer sentido de objectividade. Confesso que tenho imensa dificuldade de participar num debate nestes moldes. Porquê? Porque eu conheço vários funcionários públicos, nalguns casos até já vi folhas de vencimento e sei perfeitamente a ordem de grandeza dos vencimentos de milhares e milhares de funcionários públicos e portanto falar nestes termos e resumir os funcionários publicos (ou trabalhadores do estado em geral) aos que recebem 3000 euros é completamente despropositado!

Mas continuemos:

5. Quem tem acompanhado minimamente a reforma da administração publica está por decerto ao corrente que alguns dos desvios e exageros que de facto existiam estão a começar a desaparecer, pelo menos em alguns dos sectores. Assim de repente (e porque o meu conhecimento é limitado) digo que na Saúde e na Educação a progressão na carreira é agora muito mais lenta. E que existem muitos (mesmo muitos) funcionários publicos ou ex-funcionarios publicos com uns 10 anos de experiência que trazem para casa 1.000 ou 1.200 euros limpos (e em funções não qualificadas até há quem traga um pedaço menos). Portanto, pegar no exemplo extremo e em vias de estar ultrapassado (já não está no horizonte dos que agora estão a meio da carreira) é desajustado e pouco realista. É falar de um problema parcial e em vias de extinção.

6. Outro ponto extremamente relevante quando se fala de "descontos" e de comparativos entre a função pública e o privado é a questão dos valores reais e dos valores declarados. Os funcionarios publicos e trabalhadores do estado em geral sabemos quanto ganham e que declaram tudo o que ganham (pelo menos enquanto tais). No sector privado sabemos perfeitamente que tanto nos que trabalham por conta própria como entre os que trabalham por conta de outrém, muitos não declaram o que realmente recebem. Isto introduz duas questões: primeiro, a diferença de vencimentos é menor do que a ilustrada em alguns "estudos"; segundo, os trabalhadores no privado - e em média - descontam proporcionalmente menos. Não se aplicará a todos e não ocorrerá em todos os sectores do privado mas acontece em muitos casos (e por certo praticamente todos nós já se deve ter cruzado com evidências desta realidade).


Portanto, quando falas dos desgraçados que recebem 600 euros e descontam terás de te lembrar de duas coisas: alguns (muitos) são pseudo-desgraçados que na verdade só declaram 600 euros, descontam em função desse vencimento, mas na verdade recebem bastante mais; os outros, os que recebem mesmo isso realmente, poderiam descontar menos se os seus "colegas" declarassem o que realmente recebem. Ou seja, se vais imputar as razões das suas desgraças aos "outros", terás de alargar um pouco mais os horizontes para lá "dos funcionários publicos".


Assim, se acho razoável uma educadora de infância ou um professor do ensino básico receber ao fim de uns 20 anos de carreira uns 2000 euros limpos? Sim, acho razoável.

Tanto mais que há por aí muito pedreiro, mecânico automóvel, electricista e outros que tais (para não falar de outras actividades que supostamente requeririam outra moral e responsabilidade civica) a ganhar montantes desses e superiores e a declarar bem menos do que realmente ganham...


Em conclusão: atribuir a desgraça do país aos funcionários públicos é na minha opinião, mesmo admitindo exageros e desvios menos justificados aqui e acolá, de uma tremenda falta de visão perante o país real.



Longe de mim dizer que está tudo bem no Estado ou na Administração Pública. Mas ainda mais longe de mim está o colocar os números da forma como fazes e passar ao lado de questões directamente relacionadas e tão ou mais pertinentes. E com estes pontos e estas observações dou por terminada a minha participação neste tópico....
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por cannot » 2/8/2009 12:56

creepy, com essa tua opinião proponho que vás viver para os USA.

Acho piada ao pessoal que fala sem saber do que fala. Não temos de ter opinião em tudo e por vezes é melhor ficar calado.

A conversa sobre a privatização não é uma conversa muito longa, isso existe nos USA. E a tua justificação da limpeza nos mercados, bla, bla, não faz qqr sentido. Não foi nos USA que tudo começou?

Sejam humildes e não assumam que sabem tudo.

"Galileu: Why to be so clever now, that we at last have a chance of being less stupid? (Brecht 1980)"

Acho que falta a este pessoal um bocadinho de conhecimento em História mundial...

Abraço
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por axman » 2/8/2009 12:28

Sempre falei em valores brutos. Falar em valores líquidos não faz sentido porque variam de caso para caso. E nunca atiro valores para o ar. Conheço perfeitamente os valores que constam na CGA há diversos anos. Os número são alias confirmados pelo marcoantonio.

Para as novas gerações a porta da FP está praticamente fechada. O acesso é concorrido e só entra facilmente quem tem o cartão do partido certo.

O que é perfeitamente criticável é:

* Os valores excessivos (acima do mercado) pagos pelo estado para diversas funções.
* A enorme desigualdade dentro do próprio estado
* O número excessivo de FP para a dimensão e riqueza do País
* Os conhecidos esquemas utilizados para "comprar" anos de reforma que nos vão sair a todos muito caro
* A alteração de regras a meio do jogo
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por artista_ » 2/8/2009 12:18

axman Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Esses valores são naturalmente valores ilíquidos (se não estou em erro, o valor fixado pela CGA é 90% do último valor ilíquido recebido, mas se não for esta a percentagem, que alguém me corrija).

O topo do vencimento para um(a) educador(a) de infância é cerca de 3.000 euros brutos e tem de cumprir vários requisitos, o que representam limpos menos de 2.300 euros (e como podes ver nessa tabela, poucos se aposentam com o máximo).


E o ilustre acha que este País em que vivemos pode pagar estes valores para este tipo de funções?


Isso sim pode ser algo debatido, entretanto perdeu-se uma página ou duas porque apresentaste valores completamente irrealistas, atirados para o ar...

No seguimento do que o Marco escreveu, eu sou professor há mais de 10 anos (embora só tenha 7 de tempo de serviço) e ganho cerca de 1000 euros... há mais de um ano que fiz a profissionalização mas só quando completar um ano (de serviço) depois de a ter terminado (e o tempo só começou a contar no mês de Setembro depois de a ter concluído em Junho) é que começo a ganhar como profissionalizado, nessa altura o meu vencimento líquido rondará os 1200 euros!

Já agora, a profissionalização em serviço que fiz no ano lectivo de 2007/2008 não foi remunerada, nesse ano tinha um horário de 10 horas lectivas semanais, recebia menos de 450 euros por mês... e passei o ano todo assim!!

E se quiseres arranjo-te imensos casos ainda piores de professores que passam mais de 10 anos até conseguirem alguma estabilidade, financeira e geográfica...

bom fim de semana

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por MarcoAntonio » 2/8/2009 12:09

axman Escreveu:A enorme fosso remuneratório entre privado/publico, sendo que o primeiro sustenta o segundo, só poderá conduzir à ruptura social. Qual é a justiça de cobrar imposto ao desgraçado que ganha 600€ para entregar de seguida à educadora de infância que ganha 3000€ ?


Continuas a distorcer a realidade a teu belo prazer, mesmo depois de te ter mostrado os números verdadeiros.

Não tenho paciência para debates deste tipo...
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por axman » 2/8/2009 12:00

Isso não é nada..
O Manuel Alegre (sim, esse mesmo) reformou-se com 3219,95[brutos] por um cargo que ocupou durante 2 meses na RDP. Segundo ele próprio, já nem se lembrava disso e ficou muito surpreso com este bónus inesperado.. Achas que recusou?? :)

http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... idCanal=10

São as conquistas de Abril..

[brutos] = adicionado à posteriori para evitar confusões.
Editado pela última vez por axman em 2/8/2009 12:15, num total de 2 vezes.
 
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por MarcoAntonio » 2/8/2009 11:55

A média será, para professores em final de carreira, um valor líquido a rondar os 2 mil euros em média. Parece-me aceitável...

E isto não representa tudo o que é trabalhador do Estado (nem tão pouco todos os professores). Estes são apenas uma pequena parcela. Se vamos falar de professores do público em geral, há muito, muito professor a tirar limpos menos de 1500 euros. Não sei números ao certo mas sei que são bastantes.

E há até quem esteja bem pior entre os trabalhadores do Estado, incluindo funcionários com cursos superiores e já bastantes anos de serviço. Há uma significativa disparidade salarial ainda dentro do Estado (por exemplo, na Saúde). E tal como já referi atrás, há já muito ex-funcionário público (novamente, um bom exemplo é a Saúde) mas que a opinião pública continua a ver como funcionários públicos.
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 2/8/2009 12:04, num total de 1 vez.
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por Xuly » 2/8/2009 11:53

Caro Axman:

Obrigado pela lista..
Estive a ler um pco e vi números que me revoltam profundamente.
Uma notária a com 4829€ de aposentação...
Presidentes de câmara com 3500€
Assessores com 2580€
Um chefe de serviço do centro hospitalar de Gaia a receber 4709€!!!
Uma ASSISTENTE GRAD. CLÍNICA GERAL 4366€ :evil::evil:
A Isabel Damasceno com 2891€ (porque é que ela está nesta lista?!)

Depois algumas pessoas a receber entre 150 e 200 euros....

No Comments!!!

Cumps
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por axman » 2/8/2009 11:45

MarcoAntonio Escreveu:Esses valores são naturalmente valores ilíquidos (se não estou em erro, o valor fixado pela CGA é 90% do último valor ilíquido recebido, mas se não for esta a percentagem, que alguém me corrija).

O topo do vencimento para um(a) educador(a) de infância é cerca de 3.000 euros brutos e tem de cumprir vários requisitos, o que representam limpos menos de 2.300 euros (e como podes ver nessa tabela, poucos se aposentam com o máximo).


E o ilustre acha que este País em que vivemos pode pagar estes valores para este tipo de funções?

Este sistema rebentará como um enorme caldeirão.
Os chamados "direitos adquiridos" de pouco ou nada servirão se o estado não tiver meios para os honrar.
Não é por acaso que esta é designada a conspiração cinzenta.

A enorme fosso remuneratório entre privado/publico, sendo que o primeiro sustenta o segundo, só poderá conduzir à ruptura social. Qual é a justiça de cobrar imposto ao desgraçado que ganha 600€[brutos] para entregar de seguida à educadora de infância que ganha 3000€[brutos] ?
Editado pela última vez por axman em 2/8/2009 12:11, num total de 3 vezes.
 
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por MarcoAntonio » 2/8/2009 11:40

Esses valores são naturalmente valores ilíquidos (se não estou em erro, o valor fixado pela CGA é 90% do último valor ilíquido recebido, mas se não for esta a percentagem, que alguém me corrija).

O topo do vencimento para um(a) educador(a) de infância é cerca de 3.000 euros brutos e tem de cumprir vários requisitos, o que representam limpos menos de 2.300 euros (e como podes ver nessa tabela, tendo por base a amostra, poucos se aposentam com o máximo).
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por axman » 2/8/2009 11:29

MarcoAntonio Escreveu:Tabela actualizada (2009):

http://www.spn.pt/Download/SPN/SM_Doc/M ... r_2009.pdf

O valor máximo (se atingir o topo da carreira, se for casado(a) e com 4 ou mais filhos serão 2.272,50 euros limpos...

Se não atingir o topo ou não verificar qualquer uma das outras condições, recebe menos. Não faltam "educadoras de infância" com muitos anos de serviço a receber limpos 2000 euros ou menos.


Lamento mas não é essa a realidade na CGA (Reformados do Estado). Por favor consulta: http://www.cga.pt/PubDR/200609.pdf e verás que mais de 90% se reforma com 2609,44€. Mas até existem valores superiores como poderás verificar. Para esclarecimento geral, uma educadora de infância desta geração NÃO tem curso superior coisa nenhuma..

Nota: A partir de 2008 a CGA deixou de publicar as listagem.. porque será?
Editado pela última vez por axman em 2/8/2009 11:42, num total de 1 vez.
 
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por axman » 2/8/2009 11:17

AikyFriu Escreveu:
axman Escreveu:Quantos pobres têm que existir para que exista um funcionário público?


Esta foi das frases mais estúpidas e infelizes que já ouvi...

quer dizer que os funcionários públicos são a causa de existirem pobres????? que estupidez!!!!!


A frase original ("quantos pobres têm que existir para exista um rico") é igualmente idiota mas tem feito muito furor no último século na boca de uma determinada "esquerda". Os "ricos" por acaso são a causa de existirem pobres?? Não serão antes os empresários/investidores os que combatem a pobreza, criando emprego?
Editado pela última vez por axman em 2/8/2009 11:48, num total de 2 vezes.
 
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por artista_ » 2/8/2009 1:09

Obrigado Marco por colocares um bocado de ordem nisto, o agradecimento é especial porque com toda a certeza seria mais fácil e provavelmente acertado teres bloqueado o tópico... foi tal a quantidade de afirmações completamente descabidas e desprovidas de qualquer tipo de justificação que nem tento comentar ou contra-argumentar o que quer que seja!

infelizmente para muitos há uma guerra publico/privado... onde talvez deveria haver um debate de idéias que pudesse esclarecer algumas situações!

abraços

artista
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por MarcoAntonio » 2/8/2009 0:38

Para o privado, não tenho informação muito segura dado que não existe uma tabela como no Estado. Contudo, nem todos dizem que se ganha "800 euros no privado". Por exemplo aqui os números são substancialmente diferentes:

http://aeiou.expressoemprego.pt/scripts ... ingID=3235

Educador de Infância

Remuneração

As remunerações dos educadores de infância, tal como a maior parte das carreiras de docente, são estabelecidas segundo os anos de serviço. No sector privado um educador de infância com habilitação profissional e licenciatura pode auferir cerca de 1023 euros mensais em início de carreira, cerca de 1270 euros ao atingir 10 anos de serviço e 1670 euros com 20 anos de profissão.


Numa passagem rápida nos sites de classificados/emprego encontrei quem oferecesse 900 euros:

http://caldasdarainha.olx.pt/estagio-pr ... d-37315687

Mas depois há empregadores que quando procuram alguém com experiência (porque são precisos em praticamente todo o lado) fazem mais exigências:

http://estoril.olx.pt/educadora-de-infa ... d-13876226

Comparar uma educadora na estatal com muitos anos de serviço, terá de se comparar com estes postos no mínimo e verificar quanto se ganha no privado em lugares destes. Também recebem 800 euros?

Bem, mesmo não estando lá o valor... tenho a certeza que não.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 2/8/2009 0:05

axman Escreveu:Não choramingo porque felizmente estou melhor no privado (tb não sou professor). Também tenho a noção que represento uma pequena minoria de privilegiados.
Também sei que nem todos são pagos grandes salários. Mas título de exemplo o estado paga 3000€/mês a uma educadora de infância em final de carreira.. Essa mesma educadora, no privado, se tiver sorte ganha 800€..


Tabela actualizada (2009):

http://www.spn.pt/Download/SPN/SM_Doc/M ... r_2009.pdf

O valor máximo (se atingir o topo da carreira, se for casado(a) e com 4 ou mais filhos serão 2.272,50 euros limpos...

Se não atingir o topo ou não verificar qualquer uma das outras condições, recebe menos. Não faltam "educadoras de infância" com muitos anos de serviço a receber limpos 2000 euros ou menos.


Por outro lado, duvido que os 800 euros numa educadora equivalente no privado sejam realmente representativos.

Portanto, estamos (na minha opinião e parcialmente apoiado em números) num daqueles casos em que distorção em cima de distorção cria uma gigante disparidade. Que contudo tem muito pouco de real...

Já agora, no Estado, os vencimentos começam abaixo dos 700 euros (e cada vez há mais contratados no "funcionalismo publico", muito embora as pessoas não saibam disso). Mesmo no quadro, os valores começam a surgir ainda abaixo dos mil euros, é uma questão de percorrer a tabela e começar a ter uma noção mais realista...
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Re: BRINCAR com os números:

por Dwer » 1/8/2009 23:27

devastador Escreveu:Está aqui a VERDADE dos números (é lerem):
http://www.ste.pt/actualidade/2006/11/a ... 006_01.pdf

Em 1979 havia 372 086 funcionários da Administração Pública. Os 100 000 deveria ser nos anos 30, não?!!!!!


Não estou a par dos números, mas entre 1974 e 1979 existiu todo o processo de nacionalizações. Os funcionários das empresas nacionalizadas passaram a ser funcionários públicos. Não me admira que os 100.000 se referissem ao período pré-nacionalizações.
Outra coisa que impactou, enormemente, os números dos funcionários públicos, foram os refugiados das ex-colónias. Muito encontraram emprego na função pública. Foi um esforço que o país fez para os acolher, o melhor possível. E bem, na minha opinião.

Os cem mil, antes das nacionalizações e antes da chegada dos refugiados não me parece estapafúrdio. Talvez peque por excesso, até.
Abraço,
Dwer

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