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Caldeirão da Bolsa

Para onde Portugal?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por razalas » 3/3/2009 17:55

Quando disse "oputros" como é evidente queria dizer outros.

As minhas desculpas pelo lapso.
 
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por razalas » 3/3/2009 17:52

Tambem Portugal é das principais portas de entrada para a europa.

Quando digo oputros valores...

Repare, os atentados de Mumbai dizem-lhe alguma coisa?

A estrategia de Obama relativamente à retirada do Iraque e reforço no Afeganistão dizem-lhe alguma coisa?

Está ali tambem uma porta, mas outra porta, por outras questões.

Ou acha que é comparável a Timor ou Guiné?

Já agora, alguem se preocupou com cerca de 800.000 mil mortos no Ruanda em pouco mais de duas semanas?

Onde andava a Europa?
 
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por tava3 » 3/3/2009 17:46

"Já não falo no Iraque ou no Afeganistão porque aí outros valores se levantam."

Sim, são realmente outros valores, o Afeganistão é só o maior produtor de ópio do mundo. Curioso o facto de eles terem quase dobrado a produção desde que começou a guerra.

:)
 
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por mais_um » 3/3/2009 17:42

PETRONIO Escreveu:Caro mais-um :

Acho que os números de 200.000 , não devem estar correctos, vamos fazer contas , ou já estão largamente ultrapassados.
Deve haver na construção civil, em Espanha e no resto da europa, a volta de 150.000 ou 200.000.
Para Angola , segundo uma recente noticia 80.000.
E quantidade de emigrantes , que estão , no norte África , Europa , EUA, nas mais variadas profissões.
Com o agravamento da crise e empobrecimento do país , meu caro esse número poderá ir para um valor muito aproximado da decada de 60.
Enquanto que a emigração em 60 era em parte dos que não queriam ir para a tropa (guerra), por valentia (!...), e provenientes das zonas rurais.
Actualmente, uma grande percentagem , já é de residentes em zonas urbanas e industrias, e de jovens com boas formação escolar. Qual é a razão ?
Os milhares de mortes que refere, foi para defender , outros portugueses, e africanos nossos aliados , que partilhavam o mesmo ideal , que depois foram traidos.
Agora vão , para Bósnia, Afeganistão, Iraque , etc, e são carne para canhão de interesses que não são os nossos.
As condições de vida na europa em 50, 60 e 70 , em relação a Portugal nesse periodo, poderá não estar rigorosamente correcta, mas não se esqueça que Portugal , não iria ficar estagnado, como muita gente quer fazer crer, porque a economia estava a crescer a taxas elevadas, e os salários reais também .
Faz me lembrar a propaganda dos 30 anos após 25 abril, que está completamente errada , porque parte do principio , que o país iria estar estagnado nesse periodo, é demagogia pura.


Caro Petronio,

Você a fazer contas é um espectaculo!
:mrgreen:

Leia o artigo anterior, consulte o INE, o Eurostat e depois continuamos, tanta demagogia!

Já agora leia também este.
http://www.be-global.org/documentos/red38-3.pdf

Sobre a carne para canhão, a grande diferença é que antes eram obrigados a ir para a guerra, agora vão como voluntarios, em relação às baixas, diga-me quantos portugueses é que morreram no Afeganistão, no Libano, no Iraque, etc...

Bem pode tentar arranjar argumentos que os portugueses viviam melhor antes do 25 de Abril do que depois do 25 Abril que não se safa, na realidade há uns quantos portugueses em que isso corresponde à verdade são é uma minoria, são a minoria que explorava os restantes.

Cumprimentos,

Alexandre Santos
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por razalas » 3/3/2009 17:39

Petronio,

Relativamente a numeros é normal haver erros, sabe, é que a quarta classe no tempo da outra senhora equivale provavelmente a ser Eng. nos tempos que correm.

Claro que estou a brincar...bem...não vou falar das novas oportunidades, claro.

Mas estou a brincar, espero que não levem a mal.

Mas já agora, o que acham, da ida de tropas portuguesas para a guiné não a fim de proteger os portugueses mas sim para restabelecer a paz num pais que transaciona entre 200 a 300 mil toneladas de droga por ano desde 2004?

A propósito de estropiados?

Vale a pena defendermos neste chamado mundo global, os interesses dos outros pondo em risco jovens portugueses em campos de batalha como a Guiné ou Timor?

Já não falo no Iraque ou no Afeganistão porque aí outros valores se levantam.
 
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por tava3 » 3/3/2009 16:52

Olhe que não, olhe que não. :)

Se comparar as mortes de americanos com as centenas de milhares do lado dos Iraquianos ficamos com as mesmas percentagens. Lá que eles pensassem que aquilo era "trigo limpo" é outra conversa. Eles têm excelentes cientistas e técnicos, o material o demonstra, mas têm más chefias militares. Os outros, com a coragem e perseverança que demonstram não precisariam de tanto material como os Americanos. Não acredite que os russo estão a meter lá bom material ou duvida do avanço tecnológico deles?
 
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por PETRONIO » 3/3/2009 16:41

Caro Tava :

Não se iluda com as estatisticas, o mesmo não podem dizer os americanos no Iraque, houve avanço tecnologico, é verdade, mas os adversários podem demorar mais uns anos , mas também estarão equipados com mesmo tipo de material.Os Russos estão a fazer um grande investimento e estão avançados, que o digam os S300, e não só.
Estou bastante pessimista, e geralmente uma crise económica profunda , conduz a uma guerra mundial.
 
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por tava3 » 3/3/2009 15:44

"Agora vão , para Bósnia, Afeganistão, Iraque , etc, e são carne para canhão de interesses que não são os nossos."

Felizmente agora não são carne para canhão, naquela altura eram mesmo. Ir combater ao lado de um exercito altamente sofisticado com todo o tipo de tecnologias que os permite "ver" o inimigo muito antes de este os ver não me parece de muita valentia. Sinceramente, acho mais perigoso andar a trabalhar todos os dias com um volante nas mão do que isto, as estatísticas estão aí para o mostrar. Como exemplo, esta ultima guerra na Faixa de Gaza em que Israel teve 13 mortes contra mais de 1000 do lado Palestiniano.
 
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por PETRONIO » 3/3/2009 15:32

Caro mais-um :

Acho que os números de 200.000 , não devem estar correctos, vamos fazer contas , ou já estão largamente ultrapassados.
Deve haver na construção civil, em Espanha e no resto da europa, a volta de 150.000 ou 200.000.
Para Angola , segundo uma recente noticia 80.000.
E quantidade de emigrantes , que estão , no norte África , Europa , EUA, nas mais variadas profissões.
Com o agravamento da crise e empobrecimento do país , meu caro esse número poderá ir para um valor muito aproximado da decada de 60.
Enquanto que a emigração em 60 era em parte dos que não queriam ir para a tropa (guerra), por valentia (!...), e provenientes das zonas rurais.
Actualmente, uma grande percentagem , já é de residentes em zonas urbanas e industrias, e de jovens com boas formação escolar. Qual é a razão ?
Os milhares de mortes que refere, foi para defender , outros portugueses, e africanos nossos aliados , que partilhavam o mesmo ideal , que depois foram traidos.
Agora vão , para Bósnia, Afeganistão, Iraque , etc, e são carne para canhão de interesses que não são os nossos.
As condições de vida na europa em 50, 60 e 70 , em relação a Portugal nesse periodo, poderá não estar rigorosamente correcta, mas não se esqueça que Portugal , não iria ficar estagnado, como muita gente quer fazer crer, porque a economia estava a crescer a taxas elevadas, e os salários reais também .
Faz me lembrar a propaganda dos 30 anos após 25 abril, que está completamente errada , porque parte do principio , que o país iria estar estagnado nesse periodo, é demagogia pura.
 
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por tava3 » 3/3/2009 13:22

"O que existia por muito que lhes custe a todos no tempo da outra senhora era um país em franco desenvolvimento onde havia disciplina, organização, respeito pelo próximo e um nacionalismo que hoje não há."


Franco desenvolvimento, e ele a dar-lhe. :)

Disciplina sim mas à base de cacetada, perseguições, prisões, tortura e morte, etc, etc. O Tarrafal ou "Campo da morte" diz-lhes alguma coisa?

Nacionalismo não é Patriotismo.
 
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por mais_um » 3/3/2009 11:50

razalas Escreveu:mais-um,

a sangria continua, como pode ver neste link

http://www.mundoportugues.org/content/1 ... em-europa/

"...Portugueses continuam a emigrar e preferem Europa
Terça-Feira, 06 Maio de 2008

Entre 2000 e 2006, o número de portugueses a viverem em alguns dos principais países de destino europeus aumentou mais de 50 por cento. Um dado revelado pelo Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE..."

Como vê, apesar de uma evolução natural das coisas, por cá as coisas continuam na mesma, aliás, pior.

Não nos podemos esquecer que após a 2ª grande guerra a europa entrou num processo de reconstrução em que a mão de obra existente nos paises mais afectados como a frança ou a alemanha não era suficiente.

Claro, temos de aliar isso a um Portugal em desenvolvimento mas longe ainda dos parâmetros de grande parte da europa.

Se eu entrasse em demagogia dizia aquilo que se diz agora, que a emigração é fruto da globalização blá blá blá...

Não entendo como não conseguem ver (algumas pessoas) ou não querem ver que a conjectura na altura em nada tinha a ver com a actual.

Tenho pena de actualmente haver ainda gente que não consegue compreender (ou não quer) que na é poca dos descobrimentos não tendo as condições de saude de agora, não tendo a tecnologia de agora, não tendo discotecas (como alguns gostam de falar) ou outro qualquer divertimento, não podendo dois homens casarem, não podendo eu sei lá que mais, Portugal estava mais evoluido em relação ao mundo do que agora, Portugal estava a desenvolver-se mais do que agora.

Será que não compreendem que tem de se atender às circunstancias?

o primeiro gajo a inventar a roda tava muito à frente, o primeiro a utilizar o fogo tambem e por aí adiante.

Hoje, nos tempos que correm e mesmo atendendo que tendo dinheiro pode-se conseguir tecnologia de ponta (fruto da evolução proporcionada pelos outros e não por nós) dando-nos assim muito mais conforto do que em moutros tempos. Mas isso não indicía a evolução de um país.

Entendam de uma vez por todas que não podemos falar em saneamentos basicos que não existiam ou na discoteca que não havia ou no sistema de saude que não tinhamos etc.

Temos de colocar as coisas no devido tempo.

O que existia por muito que lhes custe a todos no tempo da outra senhora era um país em franco desenvolvimento onde havia disciplina, organização, respeito pelo próximo e um nacionalismo que hoje não há.

E por agora chega, um pouco antes de me expulsarem.


Caro,

Realmente é comparavel 1,5 milhões de emigrantes clandestinos no tempo da velha senhora em 10 anos, para 200 mil emigrantes em 6 anos nos tempos actuais.

Sobre as virtudes dos tempos de antigamente esqueceu-se de referir os milhares de mortos e estropiados de jovens portugueses, para defender os interesses de pessoas como o senhor.

Sobre o saneamento basico e o sistema de saude, claro que não havia para a população em geral, tal como não era preciso mais que a 4ª classe, só para alguns privilegiados é que era importante, o resto do povo servia apenas para ser criado e carne para canhão.

Para concluir, no tempo das Descobertas as condições de vida eram identicas por essa europa. Na decada de 50,60 e 70, as nossas condições de vida eram miseraveis comparando com o resto da europa, (excepto para alguns privilegiados)a partir dos anos 80 temos estado cada vez mais perto dos restantes paises, basta olhar para as estatisticas.

Também há quem diga que não existiu o holocausto, mas o facto de o afirmar não faz com que não tenha acontecido.

Quanto a ser expulso, desde que cumpra as regras de boa educação, não precisa de ter medo, a ditadura acabou em 25 de Abril de 1974.

Cumprimentos,

Alexandre Santos
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por PETRONIO » 3/3/2009 10:37

Caro Zenith:

Já Lhe dei a resposta, quando fiz a comparação , com os anos 60 com a actualidade e os últimos 15 anos, é só para entender , que é um fenómeno estrutural, e natural propenção dos portugueses para emigrar, só que existem diversos motivos para cada periodo.
O motivo principal , é que Portugal é um país pobre , em termos agricolas , recursos naturais, e porque não conseguiu desde o inicio dos XX criar uma industria forte,como a Alemã, como a criação de marcas, a qualidade do ensino, o aproveitamento dos alunos, a propenção para o estudo e para disciplina de matemática.
No caso dos anos 60 , uma parte da emigração , foi para fugir á tropa , de zonas rurais interiores, que nunca atraiu investimento industrial ,e as aldeias esvaziaram-se, em que as pessoas foram ou para as cidades do litoral ou para o estrangeiro.
As zonas interiores são pobres , a agricultura nos 60 e na actualidade , não é muito compensadora, devido ao minifundio, da qualidade dos solos , e provalmente a pouca aposta neste sector
 
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por razalas » 3/3/2009 10:27

mais-um,

a sangria continua, como pode ver neste link

http://www.mundoportugues.org/content/1 ... em-europa/

"...Portugueses continuam a emigrar e preferem Europa
Terça-Feira, 06 Maio de 2008

Entre 2000 e 2006, o número de portugueses a viverem em alguns dos principais países de destino europeus aumentou mais de 50 por cento. Um dado revelado pelo Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE..."

Como vê, apesar de uma evolução natural das coisas, por cá as coisas continuam na mesma, aliás, pior.

Não nos podemos esquecer que após a 2ª grande guerra a europa entrou num processo de reconstrução em que a mão de obra existente nos paises mais afectados como a frança ou a alemanha não era suficiente.

Claro, temos de aliar isso a um Portugal em desenvolvimento mas longe ainda dos parâmetros de grande parte da europa.

Se eu entrasse em demagogia dizia aquilo que se diz agora, que a emigração é fruto da globalização blá blá blá...

Não entendo como não conseguem ver (algumas pessoas) ou não querem ver que a conjectura na altura em nada tinha a ver com a actual.

Tenho pena de actualmente haver ainda gente que não consegue compreender (ou não quer) que na é poca dos descobrimentos não tendo as condições de saude de agora, não tendo a tecnologia de agora, não tendo discotecas (como alguns gostam de falar) ou outro qualquer divertimento, não podendo dois homens casarem, não podendo eu sei lá que mais, Portugal estava mais evoluido em relação ao mundo do que agora, Portugal estava a desenvolver-se mais do que agora.

Será que não compreendem que tem de se atender às circunstancias?

o primeiro gajo a inventar a roda tava muito à frente, o primeiro a utilizar o fogo tambem e por aí adiante.

Hoje, nos tempos que correm e mesmo atendendo que tendo dinheiro pode-se conseguir tecnologia de ponta (fruto da evolução proporcionada pelos outros e não por nós) dando-nos assim muito mais conforto do que em moutros tempos. Mas isso não indicía a evolução de um país.

Entendam de uma vez por todas que não podemos falar em saneamentos basicos que não existiam ou na discoteca que não havia ou no sistema de saude que não tinhamos etc.

Temos de colocar as coisas no devido tempo.

O que existia por muito que lhes custe a todos no tempo da outra senhora era um país em franco desenvolvimento onde havia disciplina, organização, respeito pelo próximo e um nacionalismo que hoje não há.

E por agora chega, um pouco antes de me expulsarem.
 
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por Timbrado10 » 3/3/2009 9:51

Caro, Mais_um

Cada um é livre de pensar o que bem queira!

No que me diz respeito, não entendo as suas insinuações, no entanto não as critico... nem sempre somos donos da razão!

Da minha parte respeito VALORES e a VERDADE é efectivamente uma delas.

Da sua parte recomendo: "Muitas vezes só sabemos o que eles querem que se saiba", e isso não tenha duvidas...
A história esta cheia de casos.

Um abraço
 
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por mais_um » 3/3/2009 9:45

razalas Escreveu:Uma coisa que eu não percebo.

Então...sendo tão difícil conseguir vistos de saida (pelo que consta) de paises como...Cuba (por exemplo) se é que é unânime que Cuba seja uma ditadura, ou da ex URSS (outro exemplo).

O que eu quero perguntar é o seguinte:

Então as pessoas aqui pelos vistos podiam entrar e sair a seu belo prazer, pela quantidade de emigrantes...

Ou não seria assim?

Era mesmo mau aquilo...



Caro,

Devia informar-se melhor....

"A imprensa portuguesa nos anos 60 apenas descrevia as condições terríveis da viagem clandestina, sempre criticando as autoridades francesas culpada do incentivo à saída de Portugal de um grande número de homens porque regularizavam os portugueses que chegavam sem documentos legais, ocultando as razões do fenómeno da emigração clandestina. A grande preocupação dos políticos era erradicar a hemorragia da saída de homens[5]. Por seu lado, a imprensa francesa dos anos 60 descreve “a chegada clandestina, o papel das redes, o tráfico de homens” mas raros são os artigos que “tratam do problema da migração dos trabalhadores ao nível europeu”[6]."


"Mas a clandestinidade com dimensões de uma avalanche humana foi a característica da emigração portuguesa dos anos 60 para França. Jacques Hauser, chefe de redacção da revista Hommes et Migrations, escrevia num número especial sobre a imigração portuguesa :

La plus importante communauté étrangère de ce pays est une clandestine. Entrée en France, avec sa valise en carton, après avoir fait le saut de deux frontières gardées par les policiers de deux dictatures, la voici aujourd’hui forte d’un million d’hommes, de femmes et d’enfants[10]…

O historiador Yves Lequin em Histoire des étrangers et de l’immigration en France[11] no capítulo tratando dos Portugueses utiliza a palavra « raz-de-marée portugais » (maremoto português) para descrever a emigração portuguesa."


"O salto : palavra exportada

Eduardo Mayone Dias apontando as diferenças entre a emigração para Europa e para América sublinha que as “situações de clandestinidade são bastante mais comuns na Europa do que na América. Nos primeiros anos da emigração para França calculava-se que 80 % dos portugueses tinham chegado lá “a salto” ou com “passaporte de coelho”, como se dizia então.”[14]

O que caracterizou a partida para a França, foi a passagem de fronteiras (duas) na grande maioria clandestinamente por via terrestre : é o salto[15]. É interessante notar que esta palavra portuguesa exportou-se : Christian de Chalonge, cineasta francês, deu este nome ao seu filme (O Salto, 1966). O Cartaz do filme explica : “O salto” c’est passer la frontière... clandestinement” (escrito em vermelho). Recentemente, em 2006, Yves Lequin, escreveu uma parte dedicada ao salto e intitulada “O salto” empregando a palavra portuguesa :

O Salto

Le départ vers la France est un moment difficile pour ces Portugais qui sont aussi des fugitifs, parce qu’il entraîne le franchissement de deux frontières, dont l’une n’est pas limitrophe. « O salto » (« le saut »), c’est le moment du passage, toujours difficile, au point qu’on y risque sa vie. Pris en charge par des « passeurs », le long de filières plus ou moins sûres, les immigrants marchent tel un troupeau qui ignore où on le conduit, à travers les Pyrénées, à pied, en hiver. Il arrive qu’ils se cachent dans des cabanes pendant des jours, à moins que « le saut » se fasse à l’arrière d’un camion frigorifique, où ils peuvent se retrouver à plusieurs dizaines[16].



Yvan Gastaut também define « o salto » : “le saut au-dessus des Pyrénées” était le nom symbolique donné par les Portugais à leur voyage clandestin vers la France[17]. Quando uma língua estrangeira incorpora uma palavra que pertence a outro idioma esta detém uma força expressiva que não tem um equivalente suficientemente forte, sugestivo nem tradução que baste na língua que a adopta. “O salto”, como “a saudade” ou “o fado”, torna-se uma espeficidade portuguesa. Mas o que é realmente « O salto » ? A descrição nas obras de ciências humanas que citamos é reduzida a um ou dois parágrafos. Eleutério Gervásio em : A emigração acusa : Portugal à deriva, respondendo à pergunta : Como partiram ? indica : “Através dos Pirinéus a pé, de barco para alcançar a Espanha, em camiões frigoríficos, carros funerários, escondidos em fundos falsos de camionetas, ou pelos seus próprios meios.[18]”


Cumprimentos,

Alexandre Santos
Editado pela última vez por mais_um em 3/3/2009 9:52, num total de 1 vez.
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por mais_um » 3/3/2009 9:39

Timbrado10 Escreveu:Caro Mais_um

Há questões que a propria razão desconhece!

Isso pensa, voce! Mas ficaremos por aqui, OK?

Ententa as minhas razões...


Caro Timbrado,

Sem ofensa, há um ditado que diz:

"Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo"

Cumprimentos,

Alexandre Santos
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por razalas » 3/3/2009 8:30

Uma coisa que eu não percebo.

Então...sendo tão difícil conseguir vistos de saida (pelo que consta) de paises como...Cuba (por exemplo) se é que é unânime que Cuba seja uma ditadura, ou da ex URSS (outro exemplo).

O que eu quero perguntar é o seguinte:

Então as pessoas aqui pelos vistos podiam entrar e sair a seu belo prazer, pela quantidade de emigrantes...

Ou não seria assim?

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por Timbrado10 » 3/3/2009 6:59

Caro, Mais_um

Particularmente lhe digo que relativamente à 1ª o facto inédito que relata também não é correcto.
 
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por Timbrado10 » 3/3/2009 6:56

Caro Mais_um

Há questões que a propria razão desconhece!

Isso pensa, voce! Mas ficaremos por aqui, OK?

Ententa as minhas razões...
 
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por atomez » 3/3/2009 1:25

Fado Lusitano

Num arquipélago maravilhoso e deserto, no meio do nada, naufragaram as seguintes pessoas:

- dois italianos e uma italiana;
- dois franceses e uma francesa;
- dois alemães e uma alemã;
- dois gregos e uma grega;
- dois ingleses e uma inglesa
- dois búlgaros e uma búlgara;
- dois japoneses e uma japonesa;
- dois chineses e uma chinesa;
- dois americanos e uma americana
- dois irlandeses e uma irlandesa;
- dois portugueses e uma portuguesa;

Passado um mês, nestas ilhas absolutamente maravilhosas, no meio do nada, passava-se o seguinte:

- Um italiano matou o outro italiano por causa da italiana;
- Os dois franceses e a francesa vivem felizes juntos num ménage-a-trois;
- Os dois alemães marcaram um horário rigoroso de visitas alternadas a alemã;
- Os dois gregos dormem um com o outro e a grega limpa e cozinha para eles;
- Os dois ingleses aguardam que alguém os apresente à inglesa;
- Os dois búlgaros olharam longamente para o oceano, depois olharam longamente para a búlgara e começaram a nadar;
- Os dois japoneses enviaram um fax para Tóquio e aguardam instruções;
- Os dois chineses abriram uma farmácia/bar/restaurante/lavandaria, e engravidaram a chinesa para lhes fornecer empregados para a loja.

- Os dois americanos estão a equacionar as vantagens do suicídio porque a americana só se queixa do seu corpo, da verdadeira natureza do feminismo, de como ela é capaz de fazer tudo o que eles fazem, de como o namorado respeitava a opinião dela e a tratava melhor do que eles, de como a sua relação com a
mãe tinha melhorado, da divisão de tarefas domésticas, das palmeiras e da areia que a fazem parecer gorda, de como os impostos baixaram e também não chove...

- Os dois irlandeses dividiram a ilha em Norte e Sul e abriram uma destilaria. Eles não se lembram se sexo está no programa por ficar tudo um bocado embaciado depois de alguns litros de whisky de coco. Mas estão satisfeitos porque, pelo menos, os ingleses não se estão a divertir.

- Quanto aos dois portugueses, mais a portuguesa que também se encontravam na ilha, até agora não se passou nada porque resolveram constituir uma comissão encarregada de decidir qual dos dois homens seria autorizado a requerer por escrito o estabelecimento de contactos íntimos com a mulher. Acontece que a comissão já vai na 17ª reunião e até agora ainda nada se decidiu, até porque falta ainda aprovar as actas das 5 últimas reuniões, sem o que o processo não poderá andar para a frente. Vale ainda a pena referir que, de todas as reuniões, 3 foram dedicadas a eleger o presidente da comissão e respectivo assessor, 4 ficaram sem efeito dado ter-se chegado a conclusão que tinham sido violados alguns princípios de procedimento administrativo, 8 foram dedicadas a discutir e elaborar o regulamento de funcionamento da comissão e 2 foram dedicadas a aprovar esse mesmo regulamento. É ainda notável que muitas das reuniões não puderam ser realizadas ou concluídas, já que duas não continuaram por falta de quorum, uma ficou a meio por solidariedade com a causa da Ossétia do Norte e outras cinco coincidiram com feriados ou dias de ponte.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Zenith » 3/3/2009 1:11

PETRONIO Escreveu:Caro Zenith:

Não entendo o que significa " tread ", provavelmente , não estou familiazado , com a MIRC.

Tem de escrever de uma forma mais entendivel, mas vou tentar responder.

O fenómeno da emigração, remonta já aos tempos da descobertas.

Ilhas atlanticas, norte África, Brasil , oriente ,etc.

A diáspora já vem de longe.

Teve diversos periodos, uns mais fortes, que foram no século XVIII , XIX , XX e XXI.

Motivos , na zona norte , Minho, ficou quase deserto no ciclo do ouro, o minifundio é o principal problema, e a expansão demográfica, a terra não é suficiente para alimentar todas as bocas.
Portugal é um país pobre em termos agricolas e de recursos naturais.
A democracia , a monarquia , a repúlica e o estado novo não mudaram o problema estrutural secular do país.
Mas para encontrar mais respostas , tem de pesquisar, estudar e de ler.

Não sou professor de história , nem de economia, para lhe dar aulas.


Não era tread, era thread, que significa o conjunto de respostas neste topico.

Mas não pedi qq aula de historia ou economia, só pedi que encontasse uma justificação que pudesse ser comprovada com argumentos logicos para acontradição que há em se afirmar que se tem uma econmia pujante e a observação de uma emigração acelerada.
Mas já percebi que se não é professor de história ou economia então de logica muito menos :lol:
 
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por PETRONIO » 3/3/2009 1:05

Caro Zenith:

Não entendo o que significa " tread ", provavelmente , não estou familiazado , com a MIRC.

Tem de escrever de uma forma mais entendivel, mas vou tentar responder.

O fenómeno da emigração, remonta já aos tempos da descobertas.

Ilhas atlanticas, norte África, Brasil , oriente ,etc.

A diáspora já vem de longe.

Teve diversos periodos, uns mais fortes, que foram no século XVIII , XIX , XX e XXI.

Motivos , na zona norte , Minho, ficou quase deserto no ciclo do ouro, o minifundio é o principal problema, e a expansão demográfica, a terra não é suficiente para alimentar todas as bocas.
Portugal é um país pobre em termos agricolas e de recursos naturais.
A democracia , a monarquia , a repúlica e o estado novo não mudaram o problema estrutural secular do país.
Mas para encontrar mais respostas , tem de pesquisar, estudar e de ler.

Não sou professor de história , nem de economia, para lhe dar aulas.
 
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por mais_um » 2/3/2009 23:28

Timbrado10 Escreveu:Estine na 2ª, alistei-me em 1991


Caro Timbrado,

Peço desculpa mas deve haver alguma confusão da sua parte, a França não participou na 2ª Guerra do Golfo, foi contra, não enviou tropas. :? :?

A legião estrangeira Francesa combateu na 1ª guerra do golfo e conseguiu o feito inedito de não ter nenhuma baixa nos combates em que participou.

Cumprimentos,

Alexandre Santos
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por mais_um » 2/3/2009 22:51

trial Escreveu:Os factores de bem estar em Portugal e mundo ocidental tem a ver com :

Sistema financeiro (multiplicação do dinheiro)

Pílula (efeito duplo)

Novas tecnologias

Imigração anos 60 estamos a falar de demografia
ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO EM PORTUGAL – 1950 e 2005. Jovens. Adultos. Idosos. 1950. 1960

http://docentes.esgs.pt/csh/PSI/docs/dem_A16.pdf

http://www.projectos.te.pt/projectos_te ... nsp_02.pdf


Pois, mas se reparar a população adulta tem um crescimento ligeiro até 2005, alem disso teve o regresso dos portuguess das colonias e não houve um surto de emigração, a questão é que mesmo com as taxas de crescimento dos anos 60 não havia condições para empregar toda a população, tal como acontece com os emigrantes de Leste, apesar das taxas de crescimento, muitas vezes de 2 digitos, continuaram a não ter condições para toda a população e por isso é que eles emigraram.

Cumprimentos,

ALexandre Santos
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por Timbrado10 » 2/3/2009 22:45

Estine na 2ª, alistei-me em 1991
 
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