Caldeirão da Bolsa

A escola e a qualidade da educação

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por artista_ » 16/4/2012 18:49

Angrense Escreveu:... A partir daqui, uma seleção que anule este injustiça torna-se mais difícil. Contudo, se criteriosa, esta distinção será benéfica para todos.


Duvido que em alguma circunstância possa ser benéfica para todos... e tenho alguma curiosidade em perceber que critérios é que tens em mente que pudessem garantir esses benefícios para todos?! :roll:
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por Angrense » 16/4/2012 18:13

Boas João,

primeiro permite-me uma questão pessoal, é uma asa de parapente que tens no teu avatar?

Relativamente à questão das turmas de nível, pessoalmente acredito que é uma opção viável, se bem que apresenta alguns desafios, sobretudo injustiças. Um aluno que tem dificuldades de aprendizagem em determinada altura da sua vida não se encontra ao mesmo nível de um aluno mal comportado, que não quer saber da aprendizagem para nada. E no entanto os resultados negativos colocam-nos na mesma turma. Esse aluno dificilmente superará as suas dificuldades inserido numa turma de rebeldes. Se já deste aulas, com certeza sentiste isso. A partir daqui, uma seleção que anule este injustiça torna-se mais difícil. Contudo, se criteriosa, esta distinção será benéfica para todos.

Cumprimentos,

Angrense
 
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por ferradm » 16/4/2012 18:11

joaoventura Escreveu:
ferradm Escreveu:Criar turmas de bons e maus alunos separadamente serve apenas para aumetar o fosso entre os bons e os maus. isto é, os bons vão potenciar o seu desempenho. E os maus vão piorar significativamente.

É verdade, que muitas turmas ficam por vezes prejudicadas com a existência de um ou outro elemento negativo. No entanto, essas situaçõs tem que ser resolvidas de forma muito especifica e caso a caso.

Quando estamos a generalizar, é mais que obvio que se juntarmos numa turma só maus alunos, o resultado é trágico.

Quem já deu aulas a turmas de CEF sabe o que estou a dizer.

A ideia que provavelmente esteve na origem da criação de cursos CEF, até pode ter sido boa, mas os problemas que surgiram com estas turmas provam que esta separação entre bons e maus é o que funciona pior.


Olá ferradm,

por acaso dei aulas a duas turmas de CEF do 7º ano no último ano que leccionei e deram-me umas chatices enormes. Mas novamente o que acontecia era que um ou dois alunos maus estragavam a turma toda. Ou seja, tinha que fazer um trabalho mais "lento" por causa da generalidade da turma estar mais atrasada na mesma, mas continuava a ter os tais 1/2 alunos a estragar o trabalho todo.. Por isso mantenho a mesma opinião.

Quanto a criar fossos entre os melhores e os piores, ao não se criar esse fosso imediatamente nas fases iniciais dos estudos, a vida profissional vai criar mais tarde. Ao menos que não se ande a enganar ninguém.

E temos de ser sinceros. Nem toda a gente tem capacidades ou interesses para seguir a via académica. Sou um acérrimo defensor da via profissional (não como está montada nas escolas secundárias), e muitos destes alunos CEF's têm uma capacidade enorme de trabalho num contexto mais prático. Dava aulas de informática e, apesar deles não perceberem nada de matemática, eram barras a desmontar/montar e diagnosticar problemas em computadores e instalar Sistemas Operativos + software. Portanto isso de querer generalizar as competências dos alunos também é treta!

Volto a salientar que o critério actual das notas segundo uma competência generalizada é que faz a separação dos bons e dos maus. Foi por isso que disse que teria de se achar um critério mais equilibrado. Acho a semelhança de interesses um critério bem mais robusto do que simplesmente uma nota para se juntar alunos numa turma. Depois daí separaria por capacidade de produção de trabalho/resultados (actualmente medimos essa capacidade de produção com uma nota entre 0-5 ou 0-20)..

Por fim, penso que todos concordam que o modelo actual de separação de alunos por turmas (i.e., sem qualquer critério - inexistente), não funciona e na sua maioria cria profissionais medíocres.


João Ventura


Entendo o teu ponto de vista e até concordo com ele, porque falas num ponto importante que é a questão dos critérios a utilizar para formar turmas.

Esta, é quanto a mim, uma questão muito importante.
Agora não posso de maneira nenhuma concordar com a separação pura e simples dos alunos, por grupos de bons e grupos de maus.

Esta separação assim simples, dá sempre maus resultados praticos.

Porque no meio do grupo dos chamados de maus alunos, há vários tipos de maus, digamos assim. O mesmo acontece no grupo dos bons alunos.

O que acontece com a maioria das turmas de CEF é que são agrupados todos os alunos que não tem aproveitamento normal. Então ficam numa mesma turma, alunos inteligentes mas desmotivados, alunos mal comportados por falhas na sua formação de base, alunos com dificuldades inteletuais (alguns com problemas cognitivos graves), alunos de meios sociais muito degradados. Enfim, ficam criadas as condições ideais para o insucesso.
 
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por joaoventura » 16/4/2012 18:01

MarcoAntonio Escreveu:É preferível subir a fasquia (grau de exigência) e criar algures a meio do processo de ensino bifurcações com alternativas (umas duas são suficientes, uma algures entre a 4ª classe e o 12º e outra no 12º, que é mais ou menos o que temos).


Concordo que é importante subir a fasquia. Há alunos em que se torna mais fácil e é mais rápido subir a fasquia do que outros, e daí a minha sugestão de divisão de alunos por esse critério.
A que alternativas te referes? Ensino académico vs Ensino Profissional?

MarcoAntonio Escreveu:Separar os alunos por turmas em termos e qualidade é introduz efeitos negativos vários e é um processo desnecessariamente mais complexo. Basta fazer repetir os alunos nos anos mais baixos e dar-lhes a oportunidade de saltar para outras vias de ensino/profissionais algures a meio do caminho se estes têm notoriamente dificuldade em acompanhar.


O chumbo é o método "natural" que era "antigamente" aplicado nessas situações para distinguir os alunos. Infelizmente parece que deixou de ser aplicado em larga escala, ou então foi porque se baixou o nível demasiado para todos passarem.. Concordo com o resto..

MarcoAntonio Escreveu:Separar os alunos por qualidade é altamente prejudicial na medida que cataloga e determina à partida a velocidade de avanço (...)


Existe indicações factuais nesse sentido? Estou-me a referir a estudos peer-reviewed, etc., e não a artigos de opinião.. Não sei até que ponto é prejudicial a catalogação quando ela é feita todos os períodos lectivos / semestres!

Existem outras correntes educativas que defendem que os alunos não devem ser comparados com notas e penso que existem resultados positivos. Tenho tendência a concordar com este tipo de abordagens, daí a ter sugerido no meu post anterior que o primeiro passo seria a "aglutinação" dos alunos em turmas por áreas de interesse. E depois, é que os juntaria por capacidade/rapidez de raciocínio (ou qualquer outra métrica que permitisse ninguém atrasar ninguém).

De resto, obviamente que estou a tentar simplificar um problema que não é tão simples, por uma questão de economia de palavras. Escrever num fórum vs falar pessoalmente obriga a que se tente tornar mais simples o que é complexo.

Penso no entanto que estamos todos em sintonia, isto é, aumentar a exigência, etc., são pontos essenciais para resolver alguns dos problemas do ensino. Agora há é diferentes maneiras de se resolver o problema, dos quais uma seria a separação dos alunos em turmas de acordo com determinados critérios (preferencialmente quantificáveis), como eu menciono. Mas, como ser vivo que sou, estou sempre disposto a mudar a minha opinião, surjam outros métodos que ache que realmente sejam superiores.. :wink:


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por rmachado » 16/4/2012 17:51

Felizmente este ano tenho experiência vivida do que é ter filhos no ensino básico.

A turma da minha filha tem 24 alunos, é considerada "mista" por ter um aluno que devia estar no 2ª ano mas efetivamente está no 1º ano (dai o ser "mista") tem 4 alunos muito bons, e 3/4 alunos que não sendo maus no sentido de inteligência, são maus em comportamento e condicionam por vezes a aprendizagem dos outros.

No visão egoista é claro que preferia que esses 3/4 alunos estivessem longe.
A escola decidiu ao abrigo de um programa escolar ter uma hora semanal com dois psicologos que trabalham com todos os alunos, mas que como é óbvio, incidem sobre os "problemáticos".

O trabalho está a resultar mas como nota dos mesmos, já disseram que se os alunos não são trabalhados em casa tb, não conseguem fazer milagres embora um dos miúdos já tenha evoluido muitissimo.

Dito isto, dá-me a ideia que o que se deve fazer é começar a responsabilizar mais os pais/encarregados de educação e ter programas de ensino diferenciado que melhorem os "maus" para não prejudicarem os "bons"...

É a velha analogia da mação podre no cesto....
 
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por MarcoAntonio » 16/4/2012 17:32

joaoventura Escreveu:Uma das coisas que foi mencionada por esta senhora, e que sempre concordei, muito ao contrário do que é a opinião generalizada dos professores, é que é benéfico a separação das turmas por "qualidade". Isto é, os melhores alunos devem estar numas turmas, os menos bons noutras, os ainda menos bons noutros, e por aí fora.


É preferível subir a fasquia (grau de exigência) e criar algures a meio do processo de ensino bifurcações com alternativas (umas duas são suficientes, uma algures entre a 4ª classe e o 12º e outra no 12º, que é mais ou menos o que temos).

Separar os alunos por turmas em termos e qualidade é introduz efeitos negativos vários e é um processo desnecessariamente mais complexo. Basta fazer repetir os alunos nos anos mais baixos e dar-lhes a oportunidade de saltar para outras vias de ensino/profissionais algures a meio do caminho se estes têm notoriamente dificuldade em acompanhar.



Agora, em Portugal o problema é o baixíssimo grau de exigência que se instalou a partir dos anos 90 e durou até muito recentemente. Entretanto, pelo menos no ensino básico, já se nota claramente que estão a subir a fasquia...




Separar os alunos por qualidade é altamente prejudicial na medida que cataloga e determina à partida a velocidade de avanç

Isto não é segregar os alunos, mas é um facto, e a minha experiência sempre mostrou isso, que um aluno mau numa turma, ao contrário de se tornar mais rápido a resolver os problemas devido à influência positiva dos restantes, o que faz é atrasar os outros. E a razão porque atrasa é porque o professor, como ser humano que é, não quer deixar ficar ninguém para trás, e o resultado é que a turma progride mais devagar..

Enquanto não existir esta separação das turmas, e um bom critério para distinguir os alunos (até podia ser pela média das notas), vai tudo a passo de caracol..

Para quem acha que isto é segregação e estar-se a distinguir os alunos, etc., tenha em atenção que as notas nos finais dos períodos/semestres servem para isso mesmo..


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por artista_ » 16/4/2012 17:15

joaoventura Escreveu:
Quanto a criar fossos entre os melhores e os piores, ao não se criar esse fosso imediatamente nas fases iniciais dos estudos, a vida profissional vai criar mais tarde. Ao menos que não se ande a enganar ninguém.


O problema é que a questão é muito mais complicada do que a estás a fazer passar, eu admito que mantenhas a tua opinião mas não com princípios errados, e esta idéia é errada...

Os fossos são muitas vezes aparentes e a distinção é difícil de fazer. Há muitos alunos que são fracos em alguns anos e que se transformam em excelentes em anos seguintes. E isto tem a ver com muitas e variadas razões (companhías, situação familiar, problemas relacionados com a adolescência, etc)...

Só para te dar dois exemplos, o meu melhor amigo de infância demorou 6 anos para fazer o 5º, 6º e 7º (dois anos em cada um deles) e daí até à licenciatura nunca mais chumbou nenhum ano!! Onde é que estava o fosso? Outro exemplo, eu próprio, fui um aluno mediano no ensino básico, desde o 5º até ao 9º, gostava era de jogar à bola e os meus pais não me chateavam muito para eu ter grandes notas, desde que fosse passando de ano. Assim tinha sempre 5 a educação física e visual, um quatro ou outro (normalmente a matemática) e o resto era tudo 3. Quando cheguei ao secundário fiquei a saber que tinha de ter notas muito altas para entrar na Faculdade de arquitetura de Lisboa, foi a motivação de que precisava, mudei a atitude e transformei-te num aluno excelente...

E podia estar aqui a falar-te de centenas de outros exemplos...

joaoventura Escreveu:E temos de ser sinceros. Nem toda a gente tem capacidades ou interesses para seguir a via académica.



É verdade, mas é muito difícil, ou mesmo impossível, defenir quando (em que idades) e com que critérios separaríamos os alunos?!

Repara que eu não estou sequer a defender que não haja alguma separação ou que possa haver... apenas que a questão é muito mais complexa do que a estás a abordar!

joaoventura Escreveu:Por fim, penso que todos concordam que o modelo actual de separação de alunos por turmas (i.e., sem qualquer critério - inexistente), não funciona e na sua maioria cria profissionais medíocres.


Eu não concordo! :)

Ou melhor, em muitos casos sou capaz de não concordar... critérios existem, alguns princípios também, eu não concordo é com todos e alguns deles são mesmo de difícil encaixe! :)

No ano passado estive numa escola um bocado complicada mas dava aulas a uma turma bastante boa, até me surpreendeu. Ao longo do ano fui sabendo que os alunos eram quase todos filhos de colegas lá da escola, até da diretora! Enfim, aquela turma tinha sido constituída seguindo alguns critérios, que podemos concordar ou não com eles! :roll:
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Re: professora matemática

por L.S.S » 16/4/2012 15:21

dfviegas Escreveu:Como uma amiga minha professora de matemática diz, o ensino português está feito para a mediania, os burros continuam burros os intelegentes não conseguem evoluir os medianos assim continuarão.


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por joaoventura » 16/4/2012 15:21

ferradm Escreveu:Criar turmas de bons e maus alunos separadamente serve apenas para aumetar o fosso entre os bons e os maus. isto é, os bons vão potenciar o seu desempenho. E os maus vão piorar significativamente.

É verdade, que muitas turmas ficam por vezes prejudicadas com a existência de um ou outro elemento negativo. No entanto, essas situaçõs tem que ser resolvidas de forma muito especifica e caso a caso.

Quando estamos a generalizar, é mais que obvio que se juntarmos numa turma só maus alunos, o resultado é trágico.

Quem já deu aulas a turmas de CEF sabe o que estou a dizer.

A ideia que provavelmente esteve na origem da criação de cursos CEF, até pode ter sido boa, mas os problemas que surgiram com estas turmas provam que esta separação entre bons e maus é o que funciona pior.


Olá ferradm,

por acaso dei aulas a duas turmas de CEF do 7º ano no último ano que leccionei e deram-me umas chatices enormes. Mas novamente o que acontecia era que um ou dois alunos maus estragavam a turma toda. Ou seja, tinha que fazer um trabalho mais "lento" por causa da generalidade da turma estar mais atrasada na mesma, mas continuava a ter os tais 1/2 alunos a estragar o trabalho todo.. Por isso mantenho a mesma opinião.

Quanto a criar fossos entre os melhores e os piores, ao não se criar esse fosso imediatamente nas fases iniciais dos estudos, a vida profissional vai criar mais tarde. Ao menos que não se ande a enganar ninguém.

E temos de ser sinceros. Nem toda a gente tem capacidades ou interesses para seguir a via académica. Sou um acérrimo defensor da via profissional (não como está montada nas escolas secundárias), e muitos destes alunos CEF's têm uma capacidade enorme de trabalho num contexto mais prático. Dava aulas de informática e, apesar deles não perceberem nada de matemática, eram barras a desmontar/montar e diagnosticar problemas em computadores e instalar Sistemas Operativos + software. Portanto isso de querer generalizar as competências dos alunos também é treta!

Volto a salientar que o critério actual das notas segundo uma competência generalizada é que faz a separação dos bons e dos maus. Foi por isso que disse que teria de se achar um critério mais equilibrado. Acho a semelhança de interesses um critério bem mais robusto do que simplesmente uma nota para se juntar alunos numa turma. Depois daí separaria por capacidade de produção de trabalho/resultados (actualmente medimos essa capacidade de produção com uma nota entre 0-5 ou 0-20)..

Por fim, penso que todos concordam que o modelo actual de separação de alunos por turmas (i.e., sem qualquer critério - inexistente), não funciona e na sua maioria cria profissionais medíocres.


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Editado pela última vez por joaoventura em 16/4/2012 15:23, num total de 2 vezes.
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por artista_ » 16/4/2012 15:21

tugadaytrader Escreveu:É este o sistema de ensino que todos nos pagamos para os nosso filhos!?


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A questão do aumento do número de alunos por turma resulta em poupanças para o estado, falta saber a que preço?! Os pais são cada vez mais exigentes com as escolas mas cada vez se torna mais difícil a escola dar respostas à altura das exigências... e depois há muitos mais que são apenas exigentes com os professores e com as escolas, esquecem-se de ser exigentes com os filhos! :roll:
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professora matemática

por dfviegas » 16/4/2012 15:16

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por artista_ » 16/4/2012 15:09

ferradm Escreveu:A ideia que provavelmente esteve na origem da criação de cursos CEF, até pode ter sido boa, mas os problemas que surgiram com estas turmas provam que esta separação entre bons e maus é o que funciona pior.


Pois, mas isso tem a ver com o facto de em muitas escolas se estar a subverter os princípios que deviam orientar a constituição de turmas CEF. O que está a acontecer é que nessas turmas colocam os piores alunos quando não deveria ser assim...
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por ferradm » 16/4/2012 14:08

joaoventura Escreveu:Uma das coisas que foi mencionada por esta senhora, e que sempre concordei, muito ao contrário do que é a opinião generalizada dos professores, é que é benéfico a separação das turmas por "qualidade". Isto é, os melhores alunos devem estar numas turmas, os menos bons noutras, os ainda menos bons noutros, e por aí fora.

Isto não é segregar os alunos, mas é um facto, e a minha experiência sempre mostrou isso, que um aluno mau numa turma, ao contrário de se tornar mais rápido a resolver os problemas devido à influência positiva dos restantes, o que faz é atrasar os outros. E a razão porque atrasa é porque o professor, como ser humano que é, não quer deixar ficar ninguém para trás, e o resultado é que a turma progride mais devagar..

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É verdade, que muitas turmas ficam por vezes prejudicadas com a existência de um ou outro elemento negativo. No entanto, essas situaçõs tem que ser resolvidas de forma muito especifica e caso a caso.

Quando estamos a generalizar, é mais que obvio que se juntarmos numa turma só maus alunos, o resultado é trágico.

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por L.S.S » 16/4/2012 14:04

É este o sistema de ensino que todos nos pagamos para os nosso filhos!?


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por jrnabolsa » 16/4/2012 14:00

O problema do insucesso na escola, para mim claro, é meramente sociocultural: alunos menos apoiados, piores alunos. Claro que há excepções, mas serão certamente raras.
Hoje em dia os professores não têm autoridade e ela é necessária. Muitos pais são incapazes de se colocarem do lado do professor, pelo contrário, defendem os filhos de uma forma completamente irresponsável, ao ponto de ameaçar professores...Cumprimentos

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por artista_ » 16/4/2012 13:49

Olá João, esse tema é complexo, como quase tudo na educação! :)

Eu próprio não tenho uma idéia vem formada sobre o assunto, mas a minha tendência vai para achar que deve haver uma mistura, portanto, contrária à tua opinião! :)

Por um lado, se já é difícil recuperar alguns alunos com dificuldades ou comportamentos menos corretos, seria quase impossível se fossem colocados em turmas que só tivessem alunos com caraterísticas idênticas... depois também não sei o que seria dos professores que ficassem com as turmas dos alunos piores. Se a profissão jã é muito desgastante passaria a ser um verdadeiro atestado médico! :|

Mas concordo contigo que as melhores turmas chegariam muito mais longe, atingiriam resultados que nas atuais condições não é possível...

Por isso é que este tema é complexo, há muitos aspetos envolvidos e qualquer que seja a escolha vamos estar sempre a prejudicar alguns!
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por joaoventura » 16/4/2012 13:18

Uma das coisas que foi mencionada por esta senhora, e que sempre concordei, muito ao contrário do que é a opinião generalizada dos professores, é que é benéfico a separação das turmas por "qualidade". Isto é, os melhores alunos devem estar numas turmas, os menos bons noutras, os ainda menos bons noutros, e por aí fora.

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por artista_ » 16/4/2012 12:35

Obrigado pelo video tuga, não o tinha visto... enfim, são apenas umas poucas idéias soltas, o tema é muito complexo e exige uma constante reflexão!
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por L.S.S » 16/4/2012 12:27

O Sistema De Ensino Em Portugal!


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por Automech » 20/6/2011 7:45

Se não correm com os burocratas da 5 de Outubro, qualquer dia os pais têm de autorizar para se dar uma nota X aos filhos. Onde o Nuno Crato se foi meter...

Pais têm de autorizar chumbo dos filhos
19 de Junho de 2011


Os alunos só vão poder chumbar duas vezes no mesmo ciclo de ensino com uma autorização dos pais.


Como avança o Diário de Notícias, os planos de recuperação, as justificações escritas e uma legislação que determina claramente que a retenção “só ocorre após a aplicação de uma avaliação extraordinária” são alguns dos pressupostos que devem ser cumpridos.


Para os professores, esta situação apenas serve para mascarar os resultados, dificultando ao mesmo tempo, os chumbos.


“Caso o encarregado de educação não autorize, a escola terá dificuldade em chumbar o aluno”, disse José Augusto Pacheco, director do Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho.


E apesar de a autorização dos pais não ter carácter vinculativo, José Augusto Pacheco afirma que esta é uma forma de dificultar os chumbos de ano. “Tudo isto torna algo difícil concretizar uma retenção”, admite.


Em reacção a esta notícia, os representantes dos encarregados de educação dizem que “os encarregados de educação devem ser escutados e responsabilizados pelos filhos”.
http://www.ionline.pt/conteudo/131408-p ... os-filhos-
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
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por Automech » 9/6/2011 12:26

E diz o Marinho Pinto que a justiça foi severa ?

Vídeo/agressão: jovens tinham espancado mais três raparigas
quarta-feira, 8 de Junho de 2011 | 15:08

As duas jovens filmadas a espancar brutalmente uma rapariga de 13 anos já tinham agredido três outras raparigas na mesma semana, avança esta quarta-feira o Correio da Manhã.

Bárbara e Raquel, as duas agressoras, tinham assaltado e espancado três outras raparigas apenas dois dias antes.

Segundo o jornal, as jovens tinham roubado a carteira, óculos de sol, dinheiro e telemóvel a uma jovem perto do Centro Comercial Colombo.

O Correio da Manhã refere que no vídeo da agressão, Bárbara, de 16 anos, está com a carteira roubada à menor.

Bárbara encontra-se actualmente em prisão domiciliária, depois de ter visto atenuada a medida de coacção inicial - prisão preventiva - , enquanto Raquel está num colégio de reeducação.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=515216
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por Pata-Hari » 3/6/2011 7:02

Toni, e mais, em todos os países onde a lei é (mais) cumprida, chega-se via via aplicação dura e sem excepções da lei. O caminho tem que ser a consequência e não o facilitismo se queremos passar a mensagem.

Cá em casa já ouve discurso sobre o tema e as consequências dos actos (não me escapa uma).
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por Toni Curtes » 2/6/2011 23:59

Fosse a jovem de 13 anos filha de algumas pessoas e duvido que estivessem de acordo com o M. Pinto. Já agora o sr bastonário podia sugerir a condecoração dos cobardes agressores no dia 10 de junho. O sr Pinto fala em direitos humanos mas o artigo V diz o seguinte:

Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Diz o sr bastonário que prisão preventiva é medida da idade média, ora o «direito» de que ele tanto fala tambem remonta á idade média.
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por MarcoAntonio » 2/6/2011 23:24

Afinal não somos tão serenos e pacíficos como gostamos de apregoar...



Três casos de violência mediatizados em pouquíssimos dias, é razão mais que suficiente para meditar sobre o assunto. Até porque se trata certamente da ponta de um iceberg tremendo!


A parte mais preocupante é que nos 3 casos tratam-se de actos de violência contra individuos em situação de inferioridade: uma rapariga de 13 anos agredida por duas outras de 15 e 16 enquanto uma série de rapazes assistem (e pelas imagens, mais depressa ajudavam à pacandaria que se mexiam para parar com aquilo); um militar agredido por vários outros (situação aparentemente que se manteve durante meses); e finalmente, uma ama a agredir... uma série de crianças e de forma continuada!


:roll:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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A sociedade é que educa as crianças!

por SilverTrader » 31/5/2011 15:11

Nós todos como sociedade é que educamos as nossas crianças e se elas apresentam determinadas atitudes é um espelho da nossa sociedade como um todo.

Os nossos governantes cultivam o facilitismo a todos os níveis e transmitem esse ideal antes de mais nada. A impunidade impera e os valores éticos são apenas palavras (ocas) raramente usadas nos discursos - é o triunfo do chico espertismo. E isto tem um efeito bola-de-neve, pois se o chico-esperto do meu vizinho se safou eu também vou fazer igual ou pior... E assim vai o país!

O respeito pelos outros, pela comunidade, a vontade de fazer melhor e com mérito, que ainda teimosamente existe em muitos de nós está a perder terreno para este facilitismo, para o encolher de ombros e o deixa andar.

O facto é que nós é que somos os adultos e se cada vez mais miúdos radicalizam o 'andar à pancada' normal da idade, nós somos todos responsáveis - porque encolhemos os ombros.

O que está a acontecer nas escolas é gravíssimo. Os governantes exigem taxas de sucesso perto dos 100% em 2012 - o que significa dar positiva aos alunos todos, mesmo aqueles que merecem zero. O sistema de mérito foi completamente desvirtuado e o professor despido da sua autoridade. Obrigam literalmente os professores a dar positiva* - a fazer testes cada vez mais fáceis, a tornar tudo numa brincadeira, a fazer atividades, etc, etc. Não se incute a disciplina do trabalho, a exigência, aquele facto da vida que é imutável - não podemos fazer só aquilo que queremos, temos obrigações, temos de trabalhar!
O nível de exigência deveria ter aumentado ao longo dos anos, porque ainda havia um grande caminho a percorrer a nível educacional, mas em vez disso começou a rebolar colina abaixo...
Os níveis de produtividade portugueses são mais baixos do que a média europeia, e serão mais baixos ainda no futuro pois são estas as sementes que estamos a cultivar - baixamos tanto a fasquia que eu tremo de pensar no futuro dos nossos jovens. E nós, adultos, somos os responsáveis, porque enganamos as nossas crianças e não lutamos por elas!!
E para complementar esta herança, ainda deixamos os cofres cheios de dívidas!

Educação e Justiça - os calcanhares de Aquiles de Portugal!

*Como é que obrigam os professores a dar positiva?
Para isso utilizam a avaliação de desempenho: o minitério indica os objetivos do ano lectivo à Direção Regional(DR), a DR às Escolas, estas aos Departamentos de Professores e por fim aos Professores. O objetivo é 95% de taxa de sucesso (portanto 95% dos alunos daquela escola terão de ter positiva, ponto final). Porque cada aluno retido custa X ao Ministério (atenção!). Então, se a escola não cumprir com o objetivo, não terá boa nota na Avaliação e não terá tantos Muito Bons ou Excelentes para dar aos professores na Avaliação de desempenho dos professores - portanto os professores têm de cumprir com o objetivo se querem conseguir uma maior quota de Muito Bons ou Excelentes (mesmo que não se importem com a sua nota individual ...) para todos os professores da escola. Se se importarem com a sua nota individual (até porque conta para a progressão na carreira) aí é que têm mesmo de dar positiva aos alunos - pois apesar de diretamente não contar para a avaliação (como inicialmente estava desenhado), sendo um dos objetivos da Escola e os professores sendo avaliados relativamente à sua contribuição para os objetivos da Escola... façam as contas!!!

Temos de admirar o engenho dos senhores governantes, não é?!
E claro que aproveitaram para dizer que os professores é que não queriam ser avaliados, por serem preguiçosos e sei lá mais o quê - quando MUITOS professores são a favor duma avaliação criteriosa e de haver distinção dos melhores.
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