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Caldeirão da Bolsa

OT- Ulrich e as asneiras

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por carrancho » 5/2/2013 20:10

QuimPorta Escreveu:
O que é legítimo dizer-se é :o FU foi infeliz !


Isso éra legítimo se fosse a 1ª vez depois de um pedido de desculpa, cheio de razão a insistir no mesmo agravando as declarações com referência aos mendigos que também aguentam, o legítimo é dizer que ele é uma besta!
Abraço,
Carrancho
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por Quimporta » 5/2/2013 20:07

Sobre a questão concreta da intervenção do Estado no BPI, são creio que vá adiantar muito trocarmos argumentos. A Pata até já o fez e a conversa torna-se realemtne técnica demais para poder combater com a emotividade à volta do tema.

Mas posso tentar, até como exercício, ilustrar alguma coisa mais.

O ponto é este: em países como a Irlanda e a Islândia foi a banca que afundou o Estado. Em Portugal foi o Estado que afundou os Bancos. (as excepções são conhecidas).

1. O que que aconteceu aos bancos portugueses em 2008(dizes perderam o acesso aos mercados") aconteceu ao bancos de todo o mundo, é resultado de variáveis externas (leia-se "crise financeira"). Não reflete situação dos Bancos, nem destingue "bons" de "maus". Nessa altura alguns bancos (creio até que nem foi o caso do BPI) recorreram ao chamado "aval do Estado", pelo qual pagaram.

É demagógico aqui dizer-se que o "Estado ajudou os Bancos com o nosso dinheiro", quando o que se tratou foi de desenrascar algo útil para toda a economia, onde os Bancos ainda eram os que se estavam a aguentar menos mal.

2. Nos anos que se seguiram assistimos à degradação dos ratings da Republica (primeiro), e por consequência, do rating das empresas portuguesas, que aí sim ficaram - as portuguesas, depois das gregas e irlandesas - sem acesso aos mercados de crédito internacionais, praticamente em absoluto. De novo, essa perda de acesso ao crédito em nada refletia a situação dos bancos, que se mantinham com bons resultados, na até altura considerados por muitos como obscenos. É aqui que se aplica com propriedade dizer-se que em Portugal "foi o Estado que afundou os Bancos".

3. A capitalização dos Bancos, com o Estado Português pelo meio, aparece já no decurso do "programa de ajustamento" com a Troika, como bem dizes de 2011. Mas aqui, e como a Pata já referiu, o dinheiro é da Troika e não "dos portugueses".

Deixo a título de exemplo o que foi a evolução dos resultados do BCP, para que não haja dúvidas onde apareceram realmente as dificuldades internas dos Bancos Portugueses.

Imagem

http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Art ... 49569.html
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por Quimporta » 5/2/2013 19:57

mais_um Escreveu:Poupem-me, a malta tem memoria curta, os bancos perderam primeiro o acesso aos mercados (2008) e só depois perdeu o Estado (2011).

Dizer que o BPI precisou de ajuda (Coco's) por causa do Estado é um enorme embuste. E o BES? E o Santander Totta? Ahh..esses bancos não tem divida publica portuguesa em carteira nem operam em Portugal..... :roll: :roll:


mais_um, a questão que levanto é se essa análise tem alguma coisa que ver com as declarações do FU.
Não tem pois não?!

O tom de algumas posições aqui do tópico é mais ou menos este:

"O BPI está a ser fortemente ajudado pelo Estado com o dinheiro dos portugueses, logo ele não tem o direito de defender mais austeridade, ainda para mais nos termos infelizes que escolheu"

... e isto é um raciocínio com bases muito pouco sólidas.

O que é legítimo dizer-se é :o FU foi infeliz !
Há todo o direito em receber críticas por isso.

A intervenção do Estado no BPI é outro filme, onde quem aparece mal é o Estado e não o Banco nem o FU.
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por Lion_Heart » 5/2/2013 19:57

Pois eu acho que quantos mais bancos falirem mais os outros irão aprender a evitar erros e asneiras.

Os activos de um banco serão sempre vendidos e os depósitos assegurados.
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por Lion_Heart » 5/2/2013 19:45

Fernando Ulrich e a deputada Ana Drago, do BE, protagonizaram um aceso debate na comissão de orçamento e finanças.

Confrontado novamente com questões sobre a polémica em torno das suas recentes declarações, Fernando Ulrich questionou a deputada as razões de tanta preocupação com o seu vencimento no BPI. “Não herdei nada, trabalho numa empresa privada. Não percebo porque se preocupa tanto com a minha remuneração. Por quê não se preocupa com o treinador do Benfica poder receber não sei quantas mais vezes que eu? E a senhora deputada não se preocupa com isso? Talvez porque isso afectaria os seus votos”, acusou o banqueiro.

Fernando Ulrich acrescentou ainda: “Tenho os meus impostos em ordem e isto não é nenhuma referência ou graça a alguém de quem sou amigo”.

In http://www.ionline.pt/
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por Lion_Heart » 5/2/2013 19:31

O que foi fazer Ulrich a AR hoje? Parece que saíram mais umas pérolas.
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por MiamiBlue » 5/2/2013 18:01

QuimPorta Escreveu:O povo português é perito a "indignar-se" com declarações infelizes.
Mesmo quando a substância dessas declarações é perfeitamente acessória. :roll:

O FU já devia saber que há dias em que calado faz poemas, mas o homem é inquieto, vai lá fazer-se o quê?!
Gosta do "pensamento alternativo", "andar na contra mão". Penso que até tem um certo gosto em chocar.
Provavelmente é o único que nesta altura não reconhece que uma asneira "do aguenta" chegava, e escusava de insistir.

Mas bem estaríamos se o padrão da incompetência deste país se medisse em "Ulrichs" ou "Belmiros", porque tinhamos empresas bem geridas e gestores avessos às migalhas da mesa dos Cardeais.
Assim como estaríamos melhor se nos indignássemos mais com a incompetência na gestão, e menos com as infelicidade na declaração.

Dizer que o BPI precisou de ajuda porque o País no seu todo perdeu crédito e não o contrário, pode ser dito e explicado, e demonstrado, e pintado nas paredes, que pouca gente vai querer ouvir.
Vai conitnuar a haver gente a dizer que "BPI nunca mais" e a tirar o dinheiro da instituição bancária mais sólida do país (v. testes de stress).


Pata, tás feita se achas que podes vir com argumentos racionais para quem "usa do direito à indignação" :wink:


2 notas:
- o nome do tópico onde estamos a comentar: OT- Ulrich e as asneiras.

- Adorei a frase "dizer que o BPI precisou de ajuda porque o País no seu todo perdeu crédito e não o contrário, pode ser dito e explicado, e demonstrado, e pintado nas paredes, que pouca gente vai querer ouvir.".
Pensava que compra de dívida, com os riscos associados, é o negócio da banca. E se perde ou ganha dinheiro é pelas boas /más decisões de gestão que voluntariamente toma. Afinal a culpa é do Estado pela dívida ter desvalorizado e o banco ter tido problemas!!!

Pelo mesmo prisma, uma empresa que vende sapatos, se estiver a ter problemas em vender de quem é a culpa?? dos clientes que não valorizam o produto!!!!
 
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por mais_um » 5/2/2013 17:55

QuimPorta Escreveu:
Dizer que o BPI precisou de ajuda porque o País no seu todo perdeu crédito e não o contrário, pode ser dito e explicado, e demonstrado, e pintado nas paredes, que pouca gente vai querer ouvir.


Foi o BPI e os bancos na França, Alemanha, Dinamarca, Holanda, Belgica, Gra-Bretanha, etc... a culpa é do Estado português..... :roll: :roll:

Poupem-me, a malta tem memoria curta, os bancos perderam primeiro o acesso aos mercados (2008) e só depois perdeu o Estado (2011).

Dizer que o BPI precisou de ajuda (Coco's) por causa do Estado é um enorme embuste. E o BES? E o Santander Totta? Ahh..esses bancos não tem divida publica portuguesa em carteira nem operam em Portugal..... :roll: :roll:
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por Opcard » 5/2/2013 17:40

Isto e de Homem:

"Ulrich respondeu assim ao deputado João Galamba, que exigiu um pedido de desculpas sobre as declarações sobre os sem-abrigo.

O presidente do BPI reiterou hoje no Parlamento que "quando disse o que disse, nomeadamente sobre os sem-abrigo, foi porque percebo a situação difícil em que se encontram. Não foi uma falta de respeito, pelo contrário... Na minha cabeça é precisamente uma atitude de muito respeito pelas pessoas que passaram essas situações, e foi isso que disse na conversa com a jornalista".

Ulrich esta a ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre o plano de recapitalizaçao da banca, mas este foi o seu primeiro comentário, depois de questionado pelo socialista João Galamba. E Ulrich foi mesmo mais longe, dizendo ao deputado que "não recebo lições de moral sobre questões de sensibilidade. As que tinha a receber, recebi-as em casa, da minha família, da escola e da Igreja Católica".

E continuou, explicando que "-aquilo que eu tenho procurado dizer sobre essa matéria e vou repetir, é que o nível de sacrifícios ou austeridade a que uma sociedade pode estar sujeita, depende da sua economia. No caso português, esta também dependente da vontade dos nossos credores. Foi isso que eu disse tentando desmontar a ideia de que dizendo as pessoas que não aguentamos mais sacrifícios, eles deixam de aumentar".
 
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por Quimporta » 5/2/2013 17:37

O povo português é perito a "indignar-se" com declarações infelizes.
Mesmo quando a substância dessas declarações é perfeitamente acessória. :roll:

O FU já devia saber que há dias em que calado faz poemas, mas o homem é inquieto, vai lá fazer-se o quê?!
Gosta do "pensamento alternativo", "andar na contra mão". Penso que até tem um certo gosto em chocar.
Provavelmente é o único que nesta altura não reconhece que uma asneira "do aguenta" chegava, e escusava de insistir.

Mas bem estaríamos se o padrão da incompetência deste país se medisse em "Ulrichs" ou "Belmiros", porque tinhamos empresas bem geridas e gestores avessos às migalhas da mesa dos Cardeais.
Assim como estaríamos melhor se nos indignássemos mais com a incompetência na gestão, e menos com as infelicidade na declaração.

Dizer que o BPI precisou de ajuda porque o País no seu todo perdeu crédito e não o contrário, pode ser dito e explicado, e demonstrado, e pintado nas paredes, que pouca gente vai querer ouvir.
Vai conitnuar a haver gente a dizer que "BPI nunca mais" e a tirar o dinheiro da instituição bancária mais sólida do país (v. testes de stress).


Pata, tás feita se achas que podes vir com argumentos racionais para quem "usa do direito à indignação" :wink:
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por Hramos3 » 5/2/2013 16:58

Pata-Hari Escreveu:Miami, a banca que causou o problema foi um tipo de banca cuja semelhança com a nossa é pura coincidência. E olha o que teriamos evitado se tivesse sido intervencionada. Não serviu de lição? não aprendeu nada quem não acreditava na história (recente!) e conhecia os riscos?

O BPN é um caso maravilhoso do que o banco de portugal e a CMVM deveriam ter feito e não fizeram: supervisão. Fraude não controlada, conhecida por todos, descarada mas em que ninguém quis tocar. Não me parece que estejamos a falar das mesmas coisas nem de algo equivalente.


Essa suposta "supervisão" não existe. Nem na Europa, nem nos EUA nem em lado nenhum.

Muito provavelmente graças a isto:

http://en.wikipedia.org/wiki/Bystander_effect


Não precisamos de mais regulamentação, precisamos de regulamentação bem aplicada.
 
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por Pata-Hari » 5/2/2013 16:13

Miami, a banca que causou o problema foi um tipo de banca cuja semelhança com a nossa é pura coincidência. E olha o que teriamos evitado se tivesse sido intervencionada. Não serviu de lição? não aprendeu nada quem não acreditava na história (recente!) e conhecia os riscos?

O BPN é um caso maravilhoso do que o banco de portugal e a CMVM deveriam ter feito e não fizeram: supervisão. Fraude não controlada, conhecida por todos, descarada mas em que ninguém quis tocar. Não me parece que estejamos a falar das mesmas coisas nem de algo equivalente.
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por MiamiBlue » 5/2/2013 15:30

Pata-Hari Escreveu: O que seria se um dia, se tiveres o azar de ser perder a tua fonte de rendimento, os teus credores te dissessem: "meu amigo, agora és obrigado a só teres um endividamento de X face aos teus rendimentos. E tens 1 ano para te desembrulhar." Como tu sabes, foi isso que se fez à banca: no auge da crise e da shortage de capitais, exigiu-se novas métricas e novos rácios de capital.


Associados a montantes significativos de imparidades que tiveram que ser admitidas pela banca.

Por outro lado, quem em Portugal não teve que fazer reajustes significativos nos últimos 2 anos??

Por isso, a banca não foi alvo de alterações que o resto da sociedade, não tivesse sentido também..

A Madeira estourou 5/6 mil milhões e o BPN já vai em 3,5Mil milhões e pode chegar aos 7 mil milhões!!!

E se a o que acontece na Madeira é inadmissível e criticável, o que se passa na banca é exactamente igual.

É impressionante que os mesmos que acusam o Estado de tudo e mais alguma coisa, são os mesmos que consideram normalíssimo que seja o mesmo Estado a apoiar a banca quando a situação se complica.


O que despoletou esta crise mundial em 2008? A BANCA.

E o que temos assistido em vários países? Os Estados a salvar literalmente a banca- ainda ontem a Holanda salvou um.

Eu sei que para os capitalista e liberais deve ser algo difícil de aceitar e pelos vistos, apesar da realidade ser clara, muitos parecem que ainda não perceberam o que aconteceu..

E eu não sou contra a banca, mas não podemos ser 8 e 80 conforme nos dá jeito..
 
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por tava3 » 5/2/2013 14:54

Portugal revoltado com Ulrich

São sacos de lixo á porta das sucursais do BPI, são músicas em honra do “augenta, aguenta”, e várias críticas nas redes sociais.
Fernando Ulrich, o homem forte do BPI, está a tornar-se no novo Miguel Relvas da Internet.
Insultos, protestos e até vídeos em sua honra estão a ser massivamente partilhados no Facebook.



Lixo à porta dos balcões do BPI

Alguns activistas estão a efectuar “despejas” de lixo pelas sucursais do BPI. Um evento no Facebook foi também criado para para “organizar a actividade, e indica na sua descrição:
Á Semelhança de Espanha , multiplica-se as agências do BPI que estão a receber sacos de lixo , se o contentor do lixo aguenta o BPI também”.



Remoção do dinheiro do BPI

Também são visíveis as imagens no Facebook e os estados de activistas a pedir a remoção de qualquer dinheiro do BPI, com a desculpa de que “Ulrich aguenta”
Recordamos que o BPI obteve lucros acima dos esperados no ano passado e que estas iniciativas estão a ser feitas devido à declaração polémica na última semana onde Ulrich disse que “se os sem-abrigo aguentam, porque é que nós não aguentamos?”.


http://www.tugaleaks.com/portugal-revoltado-ulrich.html

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... FRJiGjGpHs
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por Pata-Hari » 5/2/2013 14:47

JMHP, não foi só às custas dos accionistas, foi à custa do aval do estado nas milhentas emissões.

Mais_um, não foi o que insinuei. Disse que o problema do BPI se colocou dadas as novas métricas e exigências em termos de cálculos de rácios e que o valor de mercado da dívida portuguesa causou a necessidade de recapitalização. Foi um investimento, feito com base em pressupostos nomeadamente de contabilização de rácios. Essas regras mudaram entretanto. Não tivesse o estado tido o problema que teve, o BPI também não o teria tido. E sim, continuou a comprar dívida pública depois disso. Porque continuou a acreditar na linha de investimento do passado, conservadora, acreditando que havia capacidade para recuperação e da não-falência do estado. Teve que fazer ajustes às novas exigências de capitais e de rácios de capital, tem os melhores rácios do mercado. Usou os cocos, instrumentos criados para exactamente amenizar os problemas causados pela mudança de regras no pior momento.

O que seria se um dia, se tiveres o azar de ser perder a tua fonte de rendimento, os teus credores te dissessem: "meu amigo, agora és obrigado a só teres um endividamento de X face aos teus rendimentos. E tens 1 ano para te desembrulhar." Como tu sabes, foi isso que se fez à banca: no auge da crise e da shortage de capitais, exigiu-se novas métricas e novos rácios de capital.

O que não entendo é que isto não seja óbvio e que se esteja a discutir este tema, que são quase só e apenas constatação de factos, sendo este um caso exemplar de gestão. Que se discuta a oportunidade ou a sensibilidade do que foi dito, ainda entendo. Mas não deixa de ser um non-event. Seria melhor falarmos sobre o Alberto João Jardim que continua a gastar como se o poço não tivesse fundo e o dinheiro fosse dos accionistas privados da ilha, com ou sem aval da troika e do estado!
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por poseidon635 » 5/2/2013 12:49

:clap:
carrancho Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:

A banca tem um apoio especial porque é o suporte de uma parte gigante da economia, começando pelas poupanças da população, passando pelo financiamento das empresas que geram emprego e produto. Por isso, e porque a história nos ensinou que quando a banca "importante" estoira, com ela estoira a restante economia é que se protege a banca. Não é certamente nem para proteger os CEOs nem os empregados da mesma. O custo social e económico para todos é demasiado importante. Qualquer tipo que soubesse ler durante a crise da lehman deveria ter aprendido essa lição, nem precisa de ir estudar história económica.


Lembro-me de há uns anos discutir contigo a situação dos pescadores e o apoio às pescas. Eu achava que como atividade estratégica para Portugal merecia ser apoiada, tu, com a ajuda da scpnuno que nem de peixe gostava, tinhas uma opinião convicta de que quem não se consegue aguentar sem apoios só tinha mesmo éra que fechar as portas e assim é que devia ser para tudo.

Acho curioso como mudaste tão drásticamente de opinião.

E se é assim tão importante como hospitais e escolas, então as regras têm mais é que ser apertadíssimas mesmo, não se pode permitir em caso algum o regabofe que foi com grandes salários, grandes prémios, grandes comissões, grandes distribuições de lucros contabilisticamente fabricados.

Pata-Hari Escreveu: Custa-me ler afirmações inconsequentes de quem tem mais que obrigação de saber mais do que afirma, sobretudo depois de ser relembrado do que é o mundo real e de como funciona.


Estás aq falar das afirmações do Ulrich? :twisted: Olha que estás enganada, ele não faz puto de ideia do que é o "mundo real", já lhe disseram mas ele não percebe mesmo.

Algures falaste dos coitadinhos que têm de pagar juros de 8.5. Eu pergunto-te, mais alguém lhes emprestava a essa taxa ou menos sem o povo português ser obrigado a dar o seu aval?!?! Mais alguma empresa, por mais encomendas que tivesse em carteira, e que mesmo assim faliu por não ter acesso a financiamento. Qntas se teriam aguentado se lhes tivessem emprestado com esse juro e o nosso aval?

Eu até concordo que não se podia deixar colapsar a banca. Mas não posso admitir que depois de os portugueses avalizarem o seu financiamento, com muitos a não poderem pagar os seus mediamentos, a passarem fome, a não conseguirem dar aos filhos o que precisam, a morrer por falta de cuidados, a perderem a casa, a suicidarem-se por não suportarem mais a dôr, por vezes até num ato deswesperado de loucura a matarem também os seus pensando que assim lhes evitam o sofrimento porque eles mesmo estão a passar...

e esta besta vem dizer isto para a tv?!?

Desculpa lá Pata, aqui não interessa se ele tem razão ou não. O Homem sobreviveu sem fogo, a viver numa caverna e a comer carne crua, todos sabemos que a maioria continuará a aguentar mesmo com mais austeridade. Não se vem é para a TV de barriga cheia dizer isso. Sei lá, fica malzito, não achas?
:clap:
 
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por mais_um » 5/2/2013 12:48

JMHP Escreveu:
mais_um Escreveu:O BES não tinha divida grega mas tinha (e tem) muita divida portuguesa e não precisou de Cocos.

Há que não branquear a situação, o BPI ( e outros) tiveram que recorrer aos Cocos devido a decisões de gestão e não por culpa do Estado português.


O BES fez a recapitalização com o dinheiro dos seus accionistas logo evitando assim o fundo do Estado de apoio à banca.

O BPI apesar de ter recorrido ao fundo do Estado, já começou amortizar divida ao Estado em 200 milhões de Euros no que é considerado um bom negocio para o Estado português. Logo só temos de agradecer à administração do BPI o sucesso no reequilíbrio do banco e do cumprimento das suas obrigações para com o Estado.

Quanto aos restantes bancos BCP e Banif, tenho algumas duvidas sobre a capacidade de cumprimento e a CGD já todos sabemos que é inevitável uma injecção de capital dos contribuintes portugueses... Mais uma!


O meu unico ponto com a Pata, é que o BPI está na situação que está por culpa própria e não para fazer um favor ao Estado como ela "insinou" :wink:
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por mais_um » 5/2/2013 12:46

Pata-Hari Escreveu:
mais_um Escreveu:
Pata-Hari Escreveu: Não há coitadinhos. O estado não perdeu nada, o banco (privado) pagou por ter tido a péssima ideia de ter comprado divida do estado português (isso sim, é um bom aval, é meter o dinheiro!).




Divida publica grega, queres tu dizer.... :roll: :roll:

O banco que mais sentirá o impacto do hipotético incumprimento da Grécia é o BPI. O banco liderado por Fernando Ulrich tinha, em Junho de 2011, 683 milhões de euros em dívida grega. E como os seus activos ponderados pelo risco somavam 25,165 mil milhões de euros, o impacto no rácio de ‘core capital', se a Grécia não pagar nada, chega a 2,71% baixando o capital de 9,1% para 6,4%. Isto poderia assim implicar que o BPI tivesse de fazer aumentos de capital ou recorrer ao fundo de recapitalização do Estado para cumprir a meta de 9% de ‘core capital'

http://economico.sapo.pt/noticias/bcp-b ... 26489.html


O BES não tinha divida grega mas tinha (e tem) muita divida portuguesa e não precisou de Cocos.

Há que não branquear a situação, o BPI ( e outros) tiveram que recorrer aos Cocos devido a decisões de gestão e não por culpa do Estado português.


A dívida grega fez mossa nos resultados mas não foi o que provocou problemas de rácios. A dívida portuguesa fez o resto.

O BES não precisou de cocos mas vai lá ver o que emitiu com aval do estado antes dos cocos*. O BES, sim, emprestou dinheiro a construtoras (e não a estados) e tem um problema diferente. Não ter usado os cocos não os colocam a eles em melhor posição. Usaram outras coisas. A esses sim, poderás acusar de ter usado o aval do estado.

* eu dou os números:

BPI: 0
BES 6250 milhões
BCP: 7500 milhões
CGD 5850 milhões
BANIF 1675 milhões


Isso só prova que a gestão do BES esteve melhor que a do BPI, utilizou o aval do Estado (pago) para ter acesso a capital, pagando um custo bem mais baixo e não onerando a nossa divida publica.

E sobre a divida publica portuguesa e os problemas provocado por esta, mais uma vez foi uma questão de gestão, já que essas compras foram efectuadas em parte após pedido da troika e no mercado secundário:

Os bancos a operar em território nacional detinham, em novembro de 2012, 32.499 milhões de euros em dívida pública portuguesa, revelam dados publicados pelo Banco Central Europeu (BCE). É o valor mais alto de que há registo.

O montante ultrapassa em 39% o valor registado em abril de 2011, quando os presidentes dos maiores bancos privados portugueses sugeriram que Portugal devia pedir ajuda externa porque o setor não podia continuar a financiar o Estado através da compra de dívida.

De acordo com um dos analistas citados pela Lusa, o aumento da dívida nas carteiras dos bancos é o resultado de dois fatores. Por um lado, da perceção de que a dívida portuguesa estava subvalorizada no mercado e, por outro, da capacidade financeira dada pelas operações de financiamento a três anos do BCE, que permitiram aos bancos ter capital para investirem em títulos soberanos e realizarem mais-valias.


«Os bancos acharam que [comprar dívida pública portuguesa]com maturidades na casa de três, quatro ou cinco anos poderia ser um negócio interessante, e revelou-se de facto, com valorizações de 30 ou 40%», afirmou o mesmo analista.

Em setembro, 16% dos ativos do BPI eram títulos de dívida soberana, no valor de 7.462 milhões de euros. Destes, mais de 80% era dívida de Portugal (6.073 milhões).

No BCP e no BES a dívida soberana era de cerca de 5% dos ativos em balanço. No entanto, em termos do total de títulos soberanos, os números são ainda mais significativos: 95% do total no banco liderado por Nuno Amado (4.788 milhões de euros) e 98% no banco presidido por Ricardo Salgado (4.204 milhões de euros).

Já a CGD, tinha no final do primeiro semestre do ano passado 8,1 mil milhões de euros em dívida soberana de Portugal, em termos consolidados.

Francisco Almeida, gestor de ativos da Orey Financial, considera que, além das remunerações elevadas, os títulos de dívida portuguesa são atrativos para os bancos porque «servem como colateral para entregar ao BCE por empréstimos».

http://www.iol.pt/push/iol-push---econo ... -6469.html

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por JMHP » 5/2/2013 12:32

mais_um Escreveu:O BES não tinha divida grega mas tinha (e tem) muita divida portuguesa e não precisou de Cocos.

Há que não branquear a situação, o BPI ( e outros) tiveram que recorrer aos Cocos devido a decisões de gestão e não por culpa do Estado português.


O BES fez a recapitalização com o dinheiro dos seus accionistas logo evitando assim o fundo do Estado de apoio à banca.

O BPI apesar de ter recorrido ao fundo do Estado, já começou amortizar divida ao Estado em 200 milhões de Euros no que é considerado um bom negocio para o Estado português. Logo só temos de agradecer à administração do BPI o sucesso no reequilíbrio do banco e do cumprimento das suas obrigações para com o Estado.

Quanto aos restantes bancos BCP e Banif, tenho algumas duvidas sobre a capacidade de cumprimento e a CGD já todos sabemos que é inevitável uma injecção de capital dos contribuintes portugueses... Mais uma!
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por Pata-Hari » 5/2/2013 12:22

mais_um Escreveu:
Pata-Hari Escreveu: Não há coitadinhos. O estado não perdeu nada, o banco (privado) pagou por ter tido a péssima ideia de ter comprado divida do estado português (isso sim, é um bom aval, é meter o dinheiro!).




Divida publica grega, queres tu dizer.... :roll: :roll:

O banco que mais sentirá o impacto do hipotético incumprimento da Grécia é o BPI. O banco liderado por Fernando Ulrich tinha, em Junho de 2011, 683 milhões de euros em dívida grega. E como os seus activos ponderados pelo risco somavam 25,165 mil milhões de euros, o impacto no rácio de ‘core capital', se a Grécia não pagar nada, chega a 2,71% baixando o capital de 9,1% para 6,4%. Isto poderia assim implicar que o BPI tivesse de fazer aumentos de capital ou recorrer ao fundo de recapitalização do Estado para cumprir a meta de 9% de ‘core capital'

http://economico.sapo.pt/noticias/bcp-b ... 26489.html


O BES não tinha divida grega mas tinha (e tem) muita divida portuguesa e não precisou de Cocos.

Há que não branquear a situação, o BPI ( e outros) tiveram que recorrer aos Cocos devido a decisões de gestão e não por culpa do Estado português.


A dívida grega fez mossa nos resultados mas não foi o que provocou problemas de rácios. A dívida portuguesa fez o resto.

O BES não precisou de cocos mas vai lá ver o que emitiu com aval do estado antes dos cocos*. O BES, sim, emprestou dinheiro a construtoras (e não a estados) e tem um problema diferente. Não ter usado os cocos não os colocam a eles em melhor posição. Usaram outras coisas. A esses sim, poderás acusar de ter usado o aval do estado.

* eu dou os números:

BPI: 0
BES 6250 milhões
BCP: 7500 milhões
CGD 5850 milhões
BANIF 1675 milhões
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por mais_um » 5/2/2013 12:19

Pata-Hari Escreveu: Não há coitadinhos. O estado não perdeu nada, o banco (privado) pagou por ter tido a péssima ideia de ter comprado divida do estado português (isso sim, é um bom aval, é meter o dinheiro!).




Divida publica grega, queres tu dizer.... :roll: :roll:

O banco que mais sentirá o impacto do hipotético incumprimento da Grécia é o BPI. O banco liderado por Fernando Ulrich tinha, em Junho de 2011, 683 milhões de euros em dívida grega. E como os seus activos ponderados pelo risco somavam 25,165 mil milhões de euros, o impacto no rácio de ‘core capital', se a Grécia não pagar nada, chega a 2,71% baixando o capital de 9,1% para 6,4%. Isto poderia assim implicar que o BPI tivesse de fazer aumentos de capital ou recorrer ao fundo de recapitalização do Estado para cumprir a meta de 9% de ‘core capital'

http://economico.sapo.pt/noticias/bcp-b ... 26489.html


O BES não tinha divida grega mas tinha (e tem) muita divida portuguesa e não precisou de Cocos.

Há que não branquear a situação, o BPI ( e outros) tiveram que recorrer aos Cocos devido a decisões de gestão e não por culpa do Estado português.
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por Pata-Hari » 5/2/2013 12:08

Carrancho, as pescas são um sector de actividade. O efeito da diminuição da actividade não se compara de modo algum com o papel da banca. A não ser que fosse uma das nossas actividades principais no PIB, claro. Não é o caso. Pescas E agricultura são 4% do PIB empregando 13% da população (...).

O aval não foi nosso, carracho. Nem o dinheiro. O dinheiro foi emprestado pela troika ao estado para, por sua vez, emprestar e suster a banca a um custo elevado. O estado PROVOCOU a questão que nem se deveria nunca ter colocado. Não há coitadinhos. O estado não perdeu nada, o banco (privado) pagou por ter tido a péssima ideia de ter comprado divida do estado português (isso sim, é um bom aval, é meter o dinheiro!).

Isto é o que se tem que entender.

As afirmações dele podem ser mal interpretadas, podem ter sido infelizes sobretudo naquele contexto. Mas não mudam nada da realidade e do facto das pessoas confundirem tudo e serem ignorantes. O F. Ulrich não usou, não usurpou, não roubou ao contrário de muitos outros. No entanto, parece ter cometido um crime por ter feito declarações consideradas por muitos como infelizes. Gostava de te ver defender tanto o Alberto J Jardim.

E, por favor, não quero gastar mais tempo nisto. Quem entende, entendeu; quem não quer entender, não entende. Não sou eu que vou mudar nada doando mais tempo a este tema.
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por carrancho » 5/2/2013 11:52

Pata-Hari Escreveu:

A banca tem um apoio especial porque é o suporte de uma parte gigante da economia, começando pelas poupanças da população, passando pelo financiamento das empresas que geram emprego e produto. Por isso, e porque a história nos ensinou que quando a banca "importante" estoira, com ela estoira a restante economia é que se protege a banca. Não é certamente nem para proteger os CEOs nem os empregados da mesma. O custo social e económico para todos é demasiado importante. Qualquer tipo que soubesse ler durante a crise da lehman deveria ter aprendido essa lição, nem precisa de ir estudar história económica.


Lembro-me de há uns anos discutir contigo a situação dos pescadores e o apoio às pescas. Eu achava que como atividade estratégica para Portugal merecia ser apoiada, tu, com a ajuda da scpnuno que nem de peixe gostava, tinhas uma opinião convicta de que quem não se consegue aguentar sem apoios só tinha mesmo éra que fechar as portas e assim é que devia ser para tudo.

Acho curioso como mudaste tão drásticamente de opinião.

E se é assim tão importante como hospitais e escolas, então as regras têm mais é que ser apertadíssimas mesmo, não se pode permitir em caso algum o regabofe que foi com grandes salários, grandes prémios, grandes comissões, grandes distribuições de lucros contabilisticamente fabricados.

Pata-Hari Escreveu: Custa-me ler afirmações inconsequentes de quem tem mais que obrigação de saber mais do que afirma, sobretudo depois de ser relembrado do que é o mundo real e de como funciona.


Estás aq falar das afirmações do Ulrich? :twisted: Olha que estás enganada, ele não faz puto de ideia do que é o "mundo real", já lhe disseram mas ele não percebe mesmo.

Algures falaste dos coitadinhos que têm de pagar juros de 8.5. Eu pergunto-te, mais alguém lhes emprestava a essa taxa ou menos sem o povo português ser obrigado a dar o seu aval?!?! Mais alguma empresa, por mais encomendas que tivesse em carteira, e que mesmo assim faliu por não ter acesso a financiamento. Qntas se teriam aguentado se lhes tivessem emprestado com esse juro e o nosso aval?

Eu até concordo que não se podia deixar colapsar a banca. Mas não posso admitir que depois de os portugueses avalizarem o seu financiamento, com muitos a não poderem pagar os seus mediamentos, a passarem fome, a não conseguirem dar aos filhos o que precisam, a morrer por falta de cuidados, a perderem a casa, a suicidarem-se por não suportarem mais a dôr, por vezes até num ato deswesperado de loucura a matarem também os seus pensando que assim lhes evitam o sofrimento porque eles mesmo estão a passar...

e esta besta vem dizer isto para a tv?!?

Desculpa lá Pata, aqui não interessa se ele tem razão ou não. O Homem sobreviveu sem fogo, a viver numa caverna e a comer carne crua, todos sabemos que a maioria continuará a aguentar mesmo com mais austeridade. Não se vem é para a TV de barriga cheia dizer isso. Sei lá, fica malzito, não achas?
Abraço,
Carrancho
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por TRSM86 » 5/2/2013 10:24

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por Pata-Hari » 5/2/2013 9:46

A banca tem protecção (cá e pelo mundo fora) só e apenas porque é importância para a população e para as empresas que é anormalmente grande. Recentemente a história foi esquecida e isso foi ignorado e o resultado não foi bonito.

Não é porque é um sector de privilegio, é porque cumpre funções praticamente tão cruciais e tão importantes para a vida de todos, todos dias, quanto os hospitais e as escolas. São vitais para o funcionamento da economia.

Por mim, não tenho nem quero começar a cruzada nem pró banca, nem pró hospitais, nem pró o que quer que seja. Custa-me ler afirmações inconsequentes de quem tem mais que obrigação de saber mais do que afirma, sobretudo depois de ser relembrado do que é o mundo real e de como funciona. A banca não é só uma empresa, tal como a educação não é só uma empresa, tal como a saúde não é só um negócio.

Acho engraçado esta obsessão com a banca, quando os mecanismos criados de ajuda o foram para garantir que alterações de regras impostas e exigências em termos de rácios não colocam em causa a banca, e por sua vez as poupanças de todos e os empregos de muitos mais. Atira-se para o ar "a banca tem tratamento especial". Sim, tem um tratamento particularmente mau, nas vossas empresas as regras contabilísticas para poderem existir não foram alteradas colocando em causa temporariamente a sua existência durante o período de ajuste.

Ao ler isto tudo, só me ocorre que se deveria ter simplesmente deixado cair BPPs, BPNs e Banifs. A atitude seria certamente outra, se é que ainda existiria banca em portugal.

Simultaneamente ninguém se chateia sequer com o que se passa nos sectores onde o dinheiro é atirado ao mar (agora de repente veio-me à cabeça a Madeira).

Dou como encerrado o meu donativo para este tópico ou esta não-discussão.
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