Va de férias ca dentro! ... Mas la fora é mais Barato
MarcoAntonio Escreveu:Contudo, há algum tempo atrás mudei radicalmente de opinião e defendo o oposto: é no meu entender praticamente imperativo subir o preço do ISP e do ISV também (incluindo uma re-estruturação de todo o imposto, que eu defendo que deve ser re-equacionado em função do consumo do veículo e não da cilindrada). Já expliquei o porquê salvo erro neste mesmo tópico...
Eu não digo que o governo deva baixar o ISP. Digo que se quer resolver o problema dos abastecimentos em espanha, tem que baixar o ISP.
Se achares que os abastecementos em espanha são um problema menor, e que no geral, o país fica melhor com um ISP mais alto, eu não tenho nada contra. É uma opinião perfeitamente válida

Á força de nos levantarmos cedo tornamo-nos completamente estúpidos. O ser humano necessita de dormir... - Franz Kafka em "A metamorfose"
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MarcoAntonio Escreveu:Pemides, era difícil alguém escrever um texto que melhor demonstrasse o que eu tenho escrito insistentemente: o tuga nunca se acha responsável por nada, o tuga nunca acha que a solução passa por ele e remete sempre a responsabilidade da resolução dos problemas para outro alguém. Dado que a esmagadora maioria, nos diversos quadrantes da sociedade, pensa assim, é a forma perfeita de nunca se resolver coisa nenhuma!
Porque há problemas que só se conseguem resolver de forma concertada!
Se tentares resolver o problema sozinho, acabas por ficar pior.
Ficas mais pobre, o país fica mais rico, essa riqueza é distribuída pelos tugas todos. No fim das contas, o que estás a fazer é dar dinheiro teu aos outros portugueses. Se isto não é caridade, então não sei o que é.
Eu não estou a falhar o ponto central... eu percebo perfeitamente que o que tu queres é posteriormente receber o valor que gastaste a mais em maior riqueza do país/menos impostos.
Só que tu não tens poder suficiente de influenciar as outras pessoas para que a tua atitude torne o país tão mais rico, que acabes tu próprio mais rico. Abasteces em portugal quando vais a espanha... desde então os impostos já desceram alguma coisa? Já recuperaste o teu investimento? Então estás a dar dinheiro aos outros... estás a fazer caridade.
Se fosses o Mourinho, a ser filmado a vir de espanha e a abastecer em Portual, aí talvez tivesse algum efeito, visto que muita gente não sabe fazer as contas, e o apelo patriótico levá-los ia a seguir o mesmo exemplo, e aí talvez o benefício fosse tão grande que pudesse fazer alguma diferença. Agora tu e eu? Tens custos superiores, e os cofres do estado nem notam a diferença. Logo não é, de todo, suficiente para recuperares o investimento que estás a fazer.
Isto não é passar a responsabilidade para o outro. É passar a responsabilidade para a única entidade que pode resolver um problema destes: o estado. Pois só ele pode fazer os portugueses agirem de forma concertada, acabando por cada português poupar dinheiro abastecendo em Portugal.
Para mim, o que as outras pessoas fazem é dado como fixo. Não é o que eu faço que as vai influenciar. Se eles abastecerem todos em portugal, eu estou melhor abastecendo em espanha. Se eles abastecerem todos em espanha, eu continuo melhor abastecendo em espanha. Só que se todos pensarem assim, vamos todos abastecer em espanha e todos ficam pior. Como é que se resolve este problema? Unilateralmente vindo abastecer para portugal? Não. Isso não resolve nada. Este problema resolve-se através de uma acção concertada. E a única entidade que consegue impôr tal acção concertada, é o estado.
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MarcoAntonio Escreveu:pocoyo Escreveu:Sim, sim... aumentem à vontade!
Eu lembro-me que há uns anos atrás se comprava, na boa, gasolina a metade do preço do que era vendido nas bombas.
E aquela "mistela" fazia o carro andar como caraças.
Agora não se vende?
Prefiro não responder a essa pergunta.

PS. A metade do preço, só no Continente e em cartão.
pocoyo Escreveu:Sim, sim... aumentem à vontade!
Eu lembro-me que há uns anos atrás se comprava, na boa, gasolina a metade do preço do que era vendido nas bombas.
E aquela "mistela" fazia o carro andar como caraças.
Agora não se vende?
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Pemides Escreveu:(...)
A solução que eu tinha pensado era igualar o preço da gasolina pós impostos e ir buscar a receita noutro lado que não gere fuga de consumos (e de receita) para espanha.
A certa altura, também julguei e defendi isso.
Contudo, há algum tempo atrás mudei radicalmente de opinião e defendo o oposto: é no meu entender praticamente imperativo subir o preço do ISP e do ISV também (incluindo uma re-estruturação de todo o imposto, que eu defendo que deve ser re-equacionado em função do consumo do veículo e não da cilindrada). Já expliquei o porquê salvo erro neste mesmo tópico...
Quanto à solução do Elias, não funciona. Naturalmente, esses concelhos passavam também a ser ponto de abastecimento para os concelhos vizinhos e seria de resto incomportável teres diferenças fiscais internas dessa natureza num país tão pequeno. Fazem-se bloqueios de estrada por menos!
A alternativa era ter taxas progressivas, com valores diferentes de distrito para distrito, algo que me parece inviável e igualmente extremamente problemático.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Pemides Escreveu:Elias Escreveu:Na verdade o próprio governo poderia evitar esta fuga de impostos (do ISP) para Espanha.
Bastava legislar de modo a que o ISP nos concelhos de fronteira fosse igual ao de Espanha. Assim o pessoal ia abastecer a esses concelhos (promovendo o seu desenvolvimento) e não havia fuga de capitais para Espanha.
Precisamente. Num problema destes (para cada pessoa é óptimo abastecer em espanha, mas se todos o fizermos acabamos todos pior), a solução é exactamente essa. É tirar os incentivos para as pessoas irem abastecer a espanha.
A solução que eu tinha pensado era igualar o preço da gasolina pós impostos e ir buscar a receita noutro lado que não gere fuga de consumos (e de receita) para espanha.
A solução que propões, se for possível ter aplicada (legal e politicamente) também me parece uma boa solução. Só vejo um problema, que é os concelhos limítrofes a essa área que beneficia de uma redução no ISP. Mas mesmo isso talvez fosse compensável...
E se quiséssemos compensar a perda de receitas pela baixa do ISP perto da fronteira, com ISP noutro lado, podíamos por exemplo aumentar o ISP nas grandes cidades do litoral, para dissuadir o uso de transporte próprio para quem anda apenas na cidade.
Essa "solução" iria aumentar as vendas/lucros de algumas estações de serviço e levar outras à falência.
"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
Elias Escreveu:Na verdade o próprio governo poderia evitar esta fuga de impostos (do ISP) para Espanha.
Bastava legislar de modo a que o ISP nos concelhos de fronteira fosse igual ao de Espanha. Assim o pessoal ia abastecer a esses concelhos (promovendo o seu desenvolvimento) e não havia fuga de capitais para Espanha.
Precisamente. Num problema destes (para cada pessoa é óptimo abastecer em espanha, mas se todos o fizermos acabamos todos pior), a solução é exactamente essa. É tirar os incentivos para as pessoas irem abastecer a espanha.
A solução que eu tinha pensado era igualar o preço da gasolina pós impostos e ir buscar a receita noutro lado que não gere fuga de consumos (e de receita) para espanha.
A solução que propões, se for possível ter aplicada (legal e politicamente) também me parece uma boa solução. Só vejo um problema, que é os concelhos limítrofes a essa área que beneficia de uma redução no ISP. Mas mesmo isso talvez fosse compensável...
E se quiséssemos compensar a perda de receitas pela baixa do ISP perto da fronteira, com ISP noutro lado, podíamos por exemplo aumentar o ISP nas grandes cidades do litoral, para dissuadir o uso de transporte próprio para quem anda apenas na cidade.
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Pemides, era difícil alguém escrever um texto que melhor demonstrasse o que eu tenho escrito insistentemente: o tuga nunca se acha responsável por nada, o tuga nunca acha que a solução passa por ele e remete sempre a responsabilidade da resolução dos problemas para outro alguém. Dado que a esmagadora maioria, nos diversos quadrantes da sociedade, pensa assim, é a forma perfeita de nunca se resolver coisa nenhuma!
E solidariedade é ir fazer trabalho gratuito e voluntário para um lar da terceira idade ou dar dinheiro a um pobre sem esperar nada em troca. Se achas que o que eu defendi é solidariedade - e eu já tinha esclarecido que não era - então temo que continues a falhar no ponto central...
Simplesmente a resistência a abraçar uma nova filosofia de vida é demasiado grande em Portugal. Daí que eu diga, em tom cáustico como alguém comentou, que a solução para Portugal é expurgá-lo de portugueses!
E solidariedade é ir fazer trabalho gratuito e voluntário para um lar da terceira idade ou dar dinheiro a um pobre sem esperar nada em troca. Se achas que o que eu defendi é solidariedade - e eu já tinha esclarecido que não era - então temo que continues a falhar no ponto central...
Simplesmente a resistência a abraçar uma nova filosofia de vida é demasiado grande em Portugal. Daí que eu diga, em tom cáustico como alguém comentou, que a solução para Portugal é expurgá-lo de portugueses!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 15/6/2010 11:33, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:Na verdade o próprio governo poderia evitar esta fuga de impostos (do ISP) para Espanha.
Bastava legislar de modo a que o ISP nos concelhos de fronteira fosse igual ao de Espanha. Assim o pessoal ia abastecer a esses concelhos (promovendo o seu desenvolvimento) e não havia fuga de capitais para Espanha.
Eu considero que a partir de determinado valor os impostos deixam de ser "favoraveis" e passam a ser prejudiciais ao Estado.
O Estado devia estar atento a TODAS as situações e actuar baixando os impostos para ser competitivo com outros Países , dentro de certos limites é claro. O mercado livre assim o deveria obrigar. Mas não aprendem.
Infelizmente o Estado actua ao contrario , cobra sempre o máximo e depois tem que cobrar mais pois as pessoas preferem "importar" directamente e em vez de ganhar perde ainda mais.
Isto faz-me lembrar o pequeno comercio que estava habituado a margens de lucro de 100 e 200 % e qunado chegou a concorrencia decidiu manter as mesmas margens. Conclusao: faliram todos.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
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Na verdade o próprio governo poderia evitar esta fuga de impostos (do ISP) para Espanha.
Bastava legislar de modo a que o ISP nos concelhos de fronteira fosse igual ao de Espanha. Assim o pessoal ia abastecer a esses concelhos (promovendo o seu desenvolvimento) e não havia fuga de capitais para Espanha.
Bastava legislar de modo a que o ISP nos concelhos de fronteira fosse igual ao de Espanha. Assim o pessoal ia abastecer a esses concelhos (promovendo o seu desenvolvimento) e não havia fuga de capitais para Espanha.
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Marco, como eu disse, se a tua atitude for influenciar outras, que influenciam outras, etc etc, pode ter um nível de impacto tão grande que de facto sai mais barato a nível individual, tal como nas contas em que fizeste, abastecer em portugal.
Mas se assumires que a "chico-espertice" dos outros não depende da tua (que me parece mais razoável...), então sai-te mais barato abastecer em Espanha.
No outro dia estava a ouvir um tipo qualquer importante (leia-se: que acumula um ordenado e duas ou três pensões
) a falar sobre a acumulação de pensões, e a defender que as pessoas pura e simplesmente não deviam poder acumular. Tinham que escolher entre trabalho e uma das pensões. E o jornalista pergunta-lhe "mas isso vai afectá-lo, já que acumula pensões, não se importa com isso?". E ele responde "não só não me importo como defendo que é neste momento é imperativo para o país que esta medida seja aplicada". E o jornalista pergunta-lhe "então porque é que não abdica da sua pensão?" ao que ele responde: "Nem pensar. Não me vou estar a prejudicar por uma coisa que tem um impacto marginal nos cofres do estado. Isto tem que ser um esforço colectivo. O estado tem que legislar e obrigar a que ninguém possa acumular pensões"
E eu concordo plenamente com ele. Ele sozinho prejudicava-se grandemente, visto que perdia uma grande fonte de rendimento, e não poupava quase nada em termos futuros (impostos, equilíbrio das finanças públicas, etc). Só valia a pena se fossem todos. Aí já havia uma poupança significativa para o estado, que poderia compensar a sua perda de rendimento.
Podes achar outra vez chico-espertice... eu continuo a achar que é a atitude mais racional. Se não, estás a sacrificar-te para que os outros vivam melhor, e acabas por viver pior tu...
És solidário, de facto. Eu agradeço-te por pores gasolina em portugal, agradeço às pessoas que passam férias em portugal, agradeço a quem não acumula pensões, a quem não usa o subsídio de desemprego, a quem não usa os benefícios fiscais para dar mais receita fiscal...
Mas isso não torna quem faz o contrário desinteligente, com visão limitada, etc etc. Porque enquanto formos pequenos, sem grande poder de influência, o problema não se espalha como tu propões. Aliás, o problema está espalhado. Está enraizado na sociedade portuguesa. Por isso as tuas decisões vão ter uma influência mínima nesse problema. Logo, para ti, sai muito mais barato abasteceres em espanha, fazeres férias onde bem entenderes, acumulares o que puderes acumular, receberes o subsídio de desemprego quando perdes o emprego mesmo que tenhas uma fortuna na conta bancária, etc etc. Não é chico-espertice. Se o que faz feliz um típico português é, maioritariamente a sua própria riqueza/consumo, então o que tu chamas chico-espertice é de facto a decisão mais racional a tomar...
Mas se assumires que a "chico-espertice" dos outros não depende da tua (que me parece mais razoável...), então sai-te mais barato abastecer em Espanha.
No outro dia estava a ouvir um tipo qualquer importante (leia-se: que acumula um ordenado e duas ou três pensões

E eu concordo plenamente com ele. Ele sozinho prejudicava-se grandemente, visto que perdia uma grande fonte de rendimento, e não poupava quase nada em termos futuros (impostos, equilíbrio das finanças públicas, etc). Só valia a pena se fossem todos. Aí já havia uma poupança significativa para o estado, que poderia compensar a sua perda de rendimento.
Podes achar outra vez chico-espertice... eu continuo a achar que é a atitude mais racional. Se não, estás a sacrificar-te para que os outros vivam melhor, e acabas por viver pior tu...
És solidário, de facto. Eu agradeço-te por pores gasolina em portugal, agradeço às pessoas que passam férias em portugal, agradeço a quem não acumula pensões, a quem não usa o subsídio de desemprego, a quem não usa os benefícios fiscais para dar mais receita fiscal...
Mas isso não torna quem faz o contrário desinteligente, com visão limitada, etc etc. Porque enquanto formos pequenos, sem grande poder de influência, o problema não se espalha como tu propões. Aliás, o problema está espalhado. Está enraizado na sociedade portuguesa. Por isso as tuas decisões vão ter uma influência mínima nesse problema. Logo, para ti, sai muito mais barato abasteceres em espanha, fazeres férias onde bem entenderes, acumulares o que puderes acumular, receberes o subsídio de desemprego quando perdes o emprego mesmo que tenhas uma fortuna na conta bancária, etc etc. Não é chico-espertice. Se o que faz feliz um típico português é, maioritariamente a sua própria riqueza/consumo, então o que tu chamas chico-espertice é de facto a decisão mais racional a tomar...
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MarcoAntonio Escreveu:Mais_um, eu não costumo comer manga, camarão e sapateira para ser franco (bom, camarão ainda vou comendo). Aliás de fruta e outros produtos alimentares consumo bastante nacional (incluindo Madeira e Açores que tem excelente fruta como a banana, o ananás, a manteiga ou o queijo). E de território continental também. Mas eu suponho que não estavas a falar especificamente de mim (aproveitei só para dizer que temos bons produtos alimentares e eu em particular consumo-os) e até certo ponto vou concordar contigo: o refreamento do consumo externo também deve ser estendido, pelo menos em certa medida, a essa área também, com algum apelo a bom-senso e comedimento consumista.
Em todo o caso, registo duas coisas: por um lado, há uma certa diferença entre os dois cenários (o consumo de produtos importados não está exactamente ao mesmo nível de passar férias fora de Portugal); por outro lado, eu não defendi em parte nenhuma um isolamento do Portugal do resto do Mundo ou um completo bloqueio (boicote) aos produtos internacionais pelo que estás atribuir (ou pelo menos poderá resultar nisso aparentemente) uma diferente dimensão ao que eu defendi, que é antes um privilegiar do produto nacional e do consumo interno. Se for nesse sentido, sim, podes estender a mais coisas naturalmente e com diversas ressalvas!
Pemides, não precisas de explicar isso a ninguém porque se há coisa de que o português não tem défice é de chica-espertice. Mas, para recolocar a discussão e centrarmo-nos no que é relevante, eu possivelmente vou decepcionar-te ou surpreender-te mas vou continuar a discordar e a enfatizar que a poupança é (essencialmente) aparente, mesmo ao nível individual, e que globalmente é claramente prejudicial!
O problema da tua resposta é que padece da mesma falta de perspectiva que alimenta a atitude em primeiro lugar. Tu estás a circunscrever um problema que para mim nunca esteve circunscrito (na verdade muito tenho sublinhado que se trata de uma questão global cultural e de atitudes). Assim, enquanto fulano "poupa" na chica-espertice dos combustíveis, sicrano "poupa" na chica-espertice de sugar o subsídio de desemprego ao máximo e considerar um sacrilégio ir trabalhar recebendo menos do que recebe pelo subsídio de desemprego (ou já agora, ir trabalhar para ter um vencimento líquido mensal semelhante ao que tem com o RSI) ou ainda do beltrano que comete a chica-espertice de fazer sobreviver o seu negócio da subsidiação sem nunca ter pretendido produzir ou lucrar (criar riqueza) genuinamente.
Enquanto uns cometem uma chica-espertice, outros cometem outra assente no mesmo tipo de filosofia imediatista e portanto vais estar sempre a pagá-lo em qualquer lado dado que a tua chico-espertice tem um reflexo nas atitudes do outro. E antes que alguém sugire que umas chica-espertices compensam para as outras e não perdemos nada, eu recordo que é o país que está a perder todo com essas chica-espertices (importando mais, perdendo capacidade produtiva, perdendo competitividade, etc) e por arrasto todos nós em geral!
Quando o Cavaco diz para passarem mais férias em Portugal, certamente não foi uma ordem!!!
Disse-o em tom de sugestão, como quem diz para consumirem mais os produtos portugueses, seja fruta, roupa, maquinaria, férias ou qualquer outra coisa.
Isso é errado?
Concordo com o MarcoAntónio, quando diz que é o país que perde com a inconsciência das pessoas e das atitudes chico-espertas! E nisso, ainda temos de fazer muito para mudar a nossa mentalidade...
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mais_um Escreveu:mfsr1980 Escreveu:Foi o melhor período de crescimento da nossa economia.
Não querendo entrar em discussões estereis, informo-te que estás enganado.
A média dos 10 anos do Cavaco é 3,7% de crescimento ao ano, a media do Guterres em 6 anos é de 3,73% ao ano.
Já agora os primeiros anos do Cavaco foram muito bons ( a base de partida era muito baixa), mas teve 3 anos muito maus, 1992, 1993 e 1994. Em 1993 teve mesmo -2,04%, o pior de sempre após 1976, até 2009.
O Guterres teve o pior ano em 2001, +2,01%.
Se considerares os anos em que os portugueses tiverem mais dinheiro disponivel comparavel com a media da UE (PIB per capita em percentagem da media da UE), foi o ano de 1998 e 1999 (Guterres).
Nota: Não estou a fazer qualquer juizo de valor, estou só a constatar factos.
Contra factos não há argumentos!
Mas nos factos deveria ser considerado como é que o país estava antes e como é que o país ficou quando os governantes saíram do poder, bem como as medidas estruturais que foram iniciadas e efectuadas.
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Mais_um, eu não costumo comer manga, camarão e sapateira para ser franco (bom, camarão ainda vou comendo). Aliás de fruta e outros produtos alimentares consumo bastante nacional (incluindo Madeira e Açores que tem excelente fruta como a banana, o ananás, a manteiga ou o queijo). E de território continental também. Mas eu suponho que não estavas a falar especificamente de mim (aproveitei só para dizer que temos bons produtos alimentares e eu em particular consumo-os) e até certo ponto vou concordar contigo: o refreamento do consumo externo também deve ser estendido, pelo menos em certa medida, a essa área também, com algum apelo a bom-senso e comedimento consumista.
Em todo o caso, registo duas coisas: por um lado, há uma certa diferença entre os dois cenários (o consumo de produtos importados não está exactamente ao mesmo nível de passar férias fora de Portugal); por outro lado, eu não defendi em parte nenhuma um isolamento do Portugal do resto do Mundo ou um completo bloqueio (boicote) aos produtos internacionais pelo que estás atribuir (ou pelo menos poderá resultar nisso aparentemente) uma diferente dimensão ao que eu defendi, que é antes um privilegiar do produto nacional e do consumo interno. Se for nesse sentido, sim, podes estender a mais coisas naturalmente e com diversas ressalvas!
Pemides, não precisas de explicar isso a ninguém porque se há coisa de que o português não tem défice é de chica-espertice. Mas, para recolocar a discussão e centrarmo-nos no que é relevante, eu possivelmente vou decepcionar-te ou surpreender-te mas vou continuar a discordar e a enfatizar que a poupança é (essencialmente) aparente, mesmo ao nível individual, e que globalmente é claramente prejudicial!
O problema da tua resposta é que padece da mesma falta de perspectiva que alimenta a atitude em primeiro lugar. Tu estás a circunscrever um problema que para mim nunca esteve circunscrito (na verdade muito tenho sublinhado que se trata de uma questão global cultural e de atitudes). Assim, enquanto fulano "poupa" na chica-espertice dos combustíveis, sicrano "poupa" na chica-espertice de sugar o subsídio de desemprego ao máximo e considerar um sacrilégio ir trabalhar recebendo menos do que recebe pelo subsídio de desemprego (ou já agora, ir trabalhar para ter um vencimento líquido mensal semelhante ao que tem com o RSI) ou ainda do beltrano que comete a chica-espertice de fazer sobreviver o seu negócio da subsidiação sem nunca ter pretendido produzir ou lucrar (criar riqueza) genuinamente.
Enquanto uns cometem uma chica-espertice, outros cometem outra assente no mesmo tipo de filosofia imediatista e portanto vais estar sempre a pagá-lo em qualquer lado dado que a tua chico-espertice tem um reflexo nas atitudes do outro. E antes que alguém sugire que umas chica-espertices compensam para as outras e não perdemos nada, eu recordo que é o país que está a perder todo com essas chica-espertices (importando mais, perdendo capacidade produtiva, perdendo competitividade, etc) e por arrasto todos nós em geral!
Em todo o caso, registo duas coisas: por um lado, há uma certa diferença entre os dois cenários (o consumo de produtos importados não está exactamente ao mesmo nível de passar férias fora de Portugal); por outro lado, eu não defendi em parte nenhuma um isolamento do Portugal do resto do Mundo ou um completo bloqueio (boicote) aos produtos internacionais pelo que estás atribuir (ou pelo menos poderá resultar nisso aparentemente) uma diferente dimensão ao que eu defendi, que é antes um privilegiar do produto nacional e do consumo interno. Se for nesse sentido, sim, podes estender a mais coisas naturalmente e com diversas ressalvas!
Pemides, não precisas de explicar isso a ninguém porque se há coisa de que o português não tem défice é de chica-espertice. Mas, para recolocar a discussão e centrarmo-nos no que é relevante, eu possivelmente vou decepcionar-te ou surpreender-te mas vou continuar a discordar e a enfatizar que a poupança é (essencialmente) aparente, mesmo ao nível individual, e que globalmente é claramente prejudicial!
O problema da tua resposta é que padece da mesma falta de perspectiva que alimenta a atitude em primeiro lugar. Tu estás a circunscrever um problema que para mim nunca esteve circunscrito (na verdade muito tenho sublinhado que se trata de uma questão global cultural e de atitudes). Assim, enquanto fulano "poupa" na chica-espertice dos combustíveis, sicrano "poupa" na chica-espertice de sugar o subsídio de desemprego ao máximo e considerar um sacrilégio ir trabalhar recebendo menos do que recebe pelo subsídio de desemprego (ou já agora, ir trabalhar para ter um vencimento líquido mensal semelhante ao que tem com o RSI) ou ainda do beltrano que comete a chica-espertice de fazer sobreviver o seu negócio da subsidiação sem nunca ter pretendido produzir ou lucrar (criar riqueza) genuinamente.
Enquanto uns cometem uma chica-espertice, outros cometem outra assente no mesmo tipo de filosofia imediatista e portanto vais estar sempre a pagá-lo em qualquer lado dado que a tua chico-espertice tem um reflexo nas atitudes do outro. E antes que alguém sugire que umas chica-espertices compensam para as outras e não perdemos nada, eu recordo que é o país que está a perder todo com essas chica-espertices (importando mais, perdendo capacidade produtiva, perdendo competitividade, etc) e por arrasto todos nós em geral!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
mfsr1980 Escreveu:Foi o melhor período de crescimento da nossa economia.
Não querendo entrar em discussões estereis, informo-te que estás enganado.
A média dos 10 anos do Cavaco é 3,7% de crescimento ao ano, a media do Guterres em 6 anos é de 3,73% ao ano.
Já agora os primeiros anos do Cavaco foram muito bons ( a base de partida era muito baixa), mas teve 3 anos muito maus, 1992, 1993 e 1994. Em 1993 teve mesmo -2,04%, o pior de sempre após 1976, até 2009.
O Guterres teve o pior ano em 2001, +2,01%.
Se considerares os anos em que os portugueses tiverem mais dinheiro disponivel comparavel com a media da UE (PIB per capita em percentagem da media da UE), foi o ano de 1998 e 1999 (Guterres).
Nota: Não estou a fazer qualquer juizo de valor, estou só a constatar factos.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
MarcoAntonio Escreveu:Como aparentemente o ponto não passou claramente, vamos então quantificar ainda que de forma muito simplificada e admitidamente com um factor de erro à mistura, o que não é importante porque é a análise do cenário limite.
Assumamos que o país importa 500 milhões de euros por mês em combustíveis e que o consumo desse combustível em Portugal representa outro tanto de receita (peca por excesso).
Assim:
Custo (das importações) - 500 milhões
Receita fiscal - 500 milhões
Agora, imaginemos que o país todo passa a consumir os combustíveis em Espanha. A importação de combustíveis passava a ser realizada "individualmente" e a importação passa a incluir impostos. Assim, já considerando preço mais baixo pós impostos, que a receita "original" desaparece e que tem de ser reposta noutra receita adicional (sendo simpático e considerando um factor de poupança):
Custo (das importações) - 900 milhões
Receita fiscal - 0 milhões (desaparece)
Receita fiscal adicional - 400 milhões
Se por exemplo o estado optasse por concentrar a recuperação dessa receita toda no IVA, era necessário este subir na ordem dos 10% neste caso limite (seguindo a regra de 500 milhões de euros por ponto percentual). Os impostos que o português antes pagava no consumo de combustíveis, continuará a pagar (além de todos os outros já existentes) sobre outro formato qualquer...
Assim sendo:
> O país perderia adicionalmente (importava mais) 400 milhões de euros por mês;
> O cidadão comum e em média gastaria 30% mais por litro de combustível.
Isto está certíssimo. Mas não torna desinteligente a atitude de abastecer em espanha, para um português comum, sem poder de influenciar atitudes.
Eu sei que o que vou escrever pode soar um bocado a chico-espertice, mas para um português que não tenha poder de influenciar, é efectivamente mais barato abastecer em espanha.
Assumindo, como tu assumiste, que a perda de receita tenha que ser compensada com impostos na economia (vou assumir unanimemente distribuídos pela população). Se poupas 10€ por abastecer em espanha, o estado perde 10€ de receita, e tu vais indirectamente pagar 10€/10 milhões. Ou seja, é muito mais barato abastecer em espanha. Mesmo no caso mau para a sociedade portuguesa, onde toda a gente está a abastecer em espanha, continua a ser mais barato para ti abastecer em espanha. Porque senão em vez de pagares 10€/10 milhões através de outros impostos na economia, pagas directamente 10€ ao estado.
É de facto melhor para Portugal que todos abasteçamos em Portugal. Mas isso não torna irracional (antes pelo contrário) abastecer em espanha. Porque para o consumidor sai efectivamente mais barato. Abastecer em Portugal é a solução solidária... é "take a bullet for the team"... mas abastecer em espanha, para um consumidor que queira efectivamente minimizar os seus custos (mesmo incluindo os custos que a sua atitude terá a nível de impostos), é a atitude mais racional

(PS: eu sei que te fiquei a dever umas respostas na outra discussão que houve aí sobre a promoção do continente... mas estive uns dias sem disponibilidade, e depois achei que já não estavas para voltar à mesma discussão... mas não fiquei convencido... se achares que ainda é relevante diz, que eu respondo às MP's

Á força de nos levantarmos cedo tornamo-nos completamente estúpidos. O ser humano necessita de dormir... - Franz Kafka em "A metamorfose"
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Meus amigos,
acabei de ver o « Plano Inclinado» desta semana na SIC Noticias e Medina Carreira fale para 2013 de 5% de crescimento só para juros da dívida
Bem, sendo contas certas, não confirmei teremos que « dar » muitas férias aos estrangeiros..
A quem interessar
http://videos.sapo.pt/MyeqOBCz5YZlVQzC7EvP
acabei de ver o « Plano Inclinado» desta semana na SIC Noticias e Medina Carreira fale para 2013 de 5% de crescimento só para juros da dívida

Bem, sendo contas certas, não confirmei teremos que « dar » muitas férias aos estrangeiros..
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mfsr1980 Escreveu:Não concordo nada com o "mais_um". O Cavaco Silva foi o melhor 1ºMinistro que Portugal teve no pós 25 Abril
Não percebo como chegas a essa conclusão... Parece-me que nada do que o mais_um escreveu diz que ele foi o melhor ou o pior.
Mas já agora, e sem entrar em argumentos de natureza emocional, achas que foi o melhor porquê?
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