Não digam a ninguém, mas... (PSG sobre OE2013)
Como convencer os outros a dar + dinheiro? Julgo que era nisso que o PPC + VG + PP deviam tar focados...
Vítor Bento: "Se não fizermos o que é necessário vamos sair do Euro mais cedo ou mais tarde!"
16 Outubro 2012 | 11:49
Para o economista é preciso criar um "pacto" político e social para que Portugal consiga permanecer no Euro. Quanto a alternativas? Mais dinheiro.
O economista Vitor Bento defendeu, esta terça-feira, a criação de um “pacto entre as forças políticas e sociais para saber o que é possível para o País se manter no Euro”. Fixando-se no actual problema do ponto de vista da macroeconomia, Vitor Bento sugeriu olhar para os anos 30 e tirar de lá ensinamentos.
“As alternativas [a esta austeridade] são dar-nos mais dinheiro. Mas como se convence os outros a dar-nos mais dinheiro? Se não conseguirmos temos de resolver as coisas pelos nossos meios. O que se está a passar ao nível da União Europeia é um ‘remake’ dos anos 30. Devia-se estudar a recessão dos anos 30. O ajustamento tem de ser feito pela via deflacionária”, sugeriu o economista na conferência “O Estado e a Competitividade da Economia Portuguesa”, que está a decorrer esta manhã na reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Para Vítor Bento, “quando se utiliza apenas o instrumento da austeridade tem-se um efeito de amplificação do processo de ajustamento”. Como tal, a via a seguir deveria ser a da “desvalorização da taxa de câmbio real por forma a estimular a parte externa da economia e compensar esse efeito recessivo da austeridade”.
O economista frisou ainda que os portugueses são “mais pobres” do que julgavam e que agora estão a “regressar” ao nível de riqueza real.
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Caros companheiros de forum,
Para fazer o que o Vitor Gaspar (VG)fez, não era preciso um Ministro das Finanças. Qualquer aluno de 1º ano de Economia fazia o mesmo, ou seja, com um resultado de 4,5% do défice para o final de 2013, ele tinha de aplicar os cortes.
E foi isso que o aluno VG fez, e foi logo pelo lado mais fácil, corte nos salários de uma forma directa e como não chegava, aplicou a mesma receita no IRS. Para o ano 2014 está previsto um corte na despesa na ordem de 80% vamos ver se ainda tem País para cortar.
Para fazer o que o Vitor Gaspar (VG)fez, não era preciso um Ministro das Finanças. Qualquer aluno de 1º ano de Economia fazia o mesmo, ou seja, com um resultado de 4,5% do défice para o final de 2013, ele tinha de aplicar os cortes.
E foi isso que o aluno VG fez, e foi logo pelo lado mais fácil, corte nos salários de uma forma directa e como não chegava, aplicou a mesma receita no IRS. Para o ano 2014 está previsto um corte na despesa na ordem de 80% vamos ver se ainda tem País para cortar.
Editado pela última vez por verdeacordaesperança em 16/10/2012 16:49, num total de 1 vez.
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Eu pelo (na minha humilde opinião) não acredito! A percepção que tenho é que apenas o PPC e Vitor Gaspar acreditam! Acontece que não tem alternativa à política desastrosa que foi implementada. Para já os investidores externos parece que acreditam (taxas de juro a cair..)! Pudera, sabem que quem está no Governo irá "esmmifrar" o povo até ficarem na miséria. Sabe que o dinheiro "deles" não esté em perigo!
artista Escreveu:Pata-Hari Escreveu:Manuela Ferreira Leite: "Este Orçamento não tem execução possível"
16 Outubro 2012 | 11:36
Rita Faria - afaria@negocios.pt
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Manuela Ferreira acredita que os objectivos do défice para 2013 não serão cumpridos e que o Orçamento ontem apresentado pelo ministro das Finanças "não tem execução possível".
“Não creio que haja possibilidade de haver alguém que considere que esta situação possa melhorar através do aumento de impostos”, considerou a ex-ministra das Finanças, na conferência da Antena 1 e do Jornal de Negócios. “O que se espera é aumento da recessão e do desemprego”.
Manuel Ferreira Leite confessou não acreditar “nos objectivos do orçamento”, nem “que haja alguém capaz de defender que isso seja possível”. “É inviável conseguir-se uma consolidação desta dimensão num prazo de tempo tão reduzido”, reforçou.
A ex-governante sublinhou que o ajustamento pelo lado da receita “tem limites”, e que “já é impossível aumentar mais”. “Ninguém acredita que vai ser cobrado o que lá está”, acrescentou.
“Posso não ser capaz de dizer como se cresce, mas sou capaz de dizer o que não deve ser feito para não decrescer. Qualquer decisão de destruição da classe média deve ser totalmente evitada”, frisou a ex-ministra das Finanças, que considera que o aumento da carga fiscal já atingiu todos os limites aceitáveis.
Para Manuela Ferreira Leite, “o erro básico não está neste governo, está no desenho, na receita que a troika desenhou para nós, que está errado”. “Esqueceram-se que o efeito recessivo é muito maior quando as famílias estão endividadas”, sublinhou. A responsável acredita que “não há alternativa que não seja negociar com a troika”.
Sobre a possibilidade de Portugal abandonar a moeda única, Ferreira Leite foi peremptória: “recuso completamente a possibilidade de uma saída do euro”. “A Grécia não tem cumprido absolutamente nada, e já alguma vez disseram à Grécia para sair do euro? É a nós que nos vêm dizer que não nos dão mais nada e que temos ir embora?”, questionou.
“É preciso emagrecer, e gostaria de recomendar que as pessoas não aceitassem morrer antes de emagrecer. Morrer gordo é do pior que há depois de se fazer uma dieta tremenda”, concluiu a ex-governante. “Este orçamento não tem execução possível, e os objectivos não vão ser conseguidos”.
Sinceramente isto faz-me muita confusão, ontem vi dois programas na TV, no "Olhos nos Olhos" o Medina e o outro que lá estava (não me lembro do nome) achavam que isto não tinha qualquer hipótese de resultar. Noutro programa o Campos e Cunha e o Miguel Beleza falavam de forma algo diferente, achavam que não havia muitas alternativas ao caminho seguido, pelo menos no geral (em termos de pormenor achavam que algumas situações deveriam ser diferentes), mas tinham muitas dúvidas de que resultasse!
Mas se ninguém acredita, há quem diga que nem os próprios acreditam, como é que se segue este caminho? Porque é que insistem em previsões que até eu estou a ver estão completamente erradas?!
A única hipótese que estou a ver é que isto seja uma forma de colocar a grande maioria dos portugueses na miséria para depois podermos pedir outro tipo de apoio (tal como sugeriu o PSG), mas é aceitável seguir esse caminho, será que é o único que estes governantes têm para nos apresentar? Ou acreditam mesmo no programa?! Em qualquer um dos casos estarão a ser incompetentes... a não ser que o programa realmente funcione, mas alguém consegue acreditar nisso?!
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Ulrich: "Um ano é pouco" para Portugal resolver os seus problemas
16/10/2012
“Nós temos problemas enormes, um ano é pouco”, sublinhou Fernando Ulrich durante a conferência "O Estado e a Competitividade da Economia Portuguesa", organizada pelo Jornal de Negócios e Antena 1.
O responsável sublinhou os dois problemas que considera que tornam impossível que Portugal consiga atingir as suas metas num espaço de um ano. São eles, a dívida pública, que representa cerca de 120% do PIB, e a taxa de desemprego.
No que respeita à dívida pública, Ulrich diz: “, estaremos todos de acordo que resolver esse problema demorará muito tempo”, acrescentando que “o máximo que se pode fazer agora é pôr a dívida a evoluir de forma positiva. É um programa de longo prazo, nem sequer é de médio prazo.”
No que respeita ao desemprego este “vai aumentar de forma significativa antes de começar a melhorar”.
“Estes dois problemas são muito sérios. A dívida condiciona tudo e o outro é o que mais nos deve motivar a sermos pró-activos, tem de exigir de nós todos os esforços”, salienta.
“Precisamos de um programa para ambos, pelo menos a 10 anos”, acrescentou o responsável.
Ulrich defende que “falta a elaboração de uma visão de longo prazo para Portugal, e deve partir do Governo. É o mínimo dos mínimos do que devíamos discutir.”
O presidente do BPI diz estar “um pouco perplexo desde o dia 7 de Setembro”, isto porque até esse dia “achava que íamos bem.” O BPI “tinha tido uma reunião com a troika”, onde os responsáveis do banco terão dito que “o pior ainda não tinha passado, nomeadamente a nível da coesão social”. “Mal sabia eu que no dia 7 de Setembro isso ia tornar-se evidente, parece que desde aí que ninguém mais se entendeu.”
Ulrich diz que “a classe política parece estar a bloquear, e a sociedade envolveu-se num nó cego.” Quanto a possíveis alternativas, “o ministro das Finanças diz que não há - talvez por pressão dos credores externos - e o ministro dos Negócios Estrangeiros alimenta a ideia de que há.”
Silva Lopes diz que vai estar presente nas manifestações contra Merkel
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=584563
Começa a desaparecer finalmente, o encanto que muitos portugueses tinham pela Sr.ª Merkel..
P.S. A Alemanha está a pensar dar uma linha de crédito a Espanha!! - problemas iguais, soluções diferentes,pelos vistos.
O economista José Silva Lopes disse hoje que estará presente nas manifestações quando estas visarem os políticos europeus e, nomeadamente, a chanceler alemã, Angela Merkel.
"Compreendo que haja agora manifestações quase todos os dias, mas estas manifestações deviam ser contra a senhora Merkel e outros políticos da União Europeia que nos andam a por este garrote", afirmou o ex-ministro das Finanças.
Referindo-se às declarações da presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que admitiu que terá ido longe demais com a austeridade, Silva Lopes interpretou como um sinal aos dirigentes europeus.
"O que a senhora Lagarde estava a dizer é que é preciso menos austeridade na Europa e se houver menos austeridade na Europa haverá mais margem para Portugal, Espanha, Grécia, etc respirarem um pouco".
Para o economista, o Orçamento do Estado para 2013, apresentado na segunda-feira no Parlamento, representa as "limitações" impostas pela Europa: "Essa coisa de pensar que mandamos a 'troika' às urtigas não pode ser. E depois no dia seguinte quem nos empresta o dinheiro? E se negarmos a dívida, como vamos viver?", perguntou.
Silva Lopes afirmou que a austeridade "é dolorosa, é lamentável, mas só nos livramos dela se a Europa deixar de nos apertar tanto", rematando que quando houver manifestações contra as políticas de austeridade da Europa, lá estará.
A chanceler alemã fará uma visita a Portugal no dia 12 de Novembro.
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Começa a desaparecer finalmente, o encanto que muitos portugueses tinham pela Sr.ª Merkel..
P.S. A Alemanha está a pensar dar uma linha de crédito a Espanha!! - problemas iguais, soluções diferentes,pelos vistos.
Editado pela última vez por MiamiBlue em 16/10/2012 14:27, num total de 1 vez.
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artista Escreveu:
Mas se ninguém acredita, há quem diga que nem os próprios acreditam, como é que se segue este caminho? Porque é que insistem em previsões que até eu estou a ver estão completamente erradas?!
Porque não têm nenhuma outra ideia. É como usar palas nos olhos, só se vê uma pequena percentagem da realidade. Ou então é como a alegoria da caverna.
Eles só são capazes de conceber este tipo de plano. Não lhes passa pela cabeça "atacar" outros focos de despesa que já foram aqui e noutros sítios levantados e discutidos.
Pata-Hari Escreveu:Manuela Ferreira Leite: "Este Orçamento não tem execução possível"
16 Outubro 2012 | 11:36
Rita Faria - afaria@negocios.pt
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Manuela Ferreira acredita que os objectivos do défice para 2013 não serão cumpridos e que o Orçamento ontem apresentado pelo ministro das Finanças "não tem execução possível".
“Não creio que haja possibilidade de haver alguém que considere que esta situação possa melhorar através do aumento de impostos”, considerou a ex-ministra das Finanças, na conferência da Antena 1 e do Jornal de Negócios. “O que se espera é aumento da recessão e do desemprego”.
Manuel Ferreira Leite confessou não acreditar “nos objectivos do orçamento”, nem “que haja alguém capaz de defender que isso seja possível”. “É inviável conseguir-se uma consolidação desta dimensão num prazo de tempo tão reduzido”, reforçou.
A ex-governante sublinhou que o ajustamento pelo lado da receita “tem limites”, e que “já é impossível aumentar mais”. “Ninguém acredita que vai ser cobrado o que lá está”, acrescentou.
“Posso não ser capaz de dizer como se cresce, mas sou capaz de dizer o que não deve ser feito para não decrescer. Qualquer decisão de destruição da classe média deve ser totalmente evitada”, frisou a ex-ministra das Finanças, que considera que o aumento da carga fiscal já atingiu todos os limites aceitáveis.
Para Manuela Ferreira Leite, “o erro básico não está neste governo, está no desenho, na receita que a troika desenhou para nós, que está errado”. “Esqueceram-se que o efeito recessivo é muito maior quando as famílias estão endividadas”, sublinhou. A responsável acredita que “não há alternativa que não seja negociar com a troika”.
Sobre a possibilidade de Portugal abandonar a moeda única, Ferreira Leite foi peremptória: “recuso completamente a possibilidade de uma saída do euro”. “A Grécia não tem cumprido absolutamente nada, e já alguma vez disseram à Grécia para sair do euro? É a nós que nos vêm dizer que não nos dão mais nada e que temos ir embora?”, questionou.
“É preciso emagrecer, e gostaria de recomendar que as pessoas não aceitassem morrer antes de emagrecer. Morrer gordo é do pior que há depois de se fazer uma dieta tremenda”, concluiu a ex-governante. “Este orçamento não tem execução possível, e os objectivos não vão ser conseguidos”.
Sinceramente isto faz-me muita confusão, ontem vi dois programas na TV, no "Olhos nos Olhos" o Medina e o outro que lá estava (não me lembro do nome) achavam que isto não tinha qualquer hipótese de resultar. Noutro programa o Campos e Cunha e o Miguel Beleza falavam de forma algo diferente, achavam que não havia muitas alternativas ao caminho seguido, pelo menos no geral (em termos de pormenor achavam que algumas situações deveriam ser diferentes), mas tinham muitas dúvidas de que resultasse!
Mas se ninguém acredita, há quem diga que nem os próprios acreditam, como é que se segue este caminho? Porque é que insistem em previsões que até eu estou a ver estão completamente erradas?!
A única hipótese que estou a ver é que isto seja uma forma de colocar a grande maioria dos portugueses na miséria para depois podermos pedir outro tipo de apoio (tal como sugeriu o PSG), mas é aceitável seguir esse caminho, será que é o único que estes governantes têm para nos apresentar? Ou acreditam mesmo no programa?! Em qualquer um dos casos estarão a ser incompetentes... a não ser que o programa realmente funcione, mas alguém consegue acreditar nisso?!

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
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djovarius Escreveu:Neste caso, nunguém no seu perfeito juízo pode pensar que vai ser diferente.
O calote deve ser do seguinte modo:
"esquecer" toda a dívida acima de 60% do PIB, pagando-se o restante se possível e quando possível.
O calote também o acho inevitável, a saída do Euro tenho algumas dúvidas, a Grécia já deu o calote e todos continuam a descartar a ideia da saída do Euro...
Por outro lado, talvez tu me consigas explicar, porque é que as taxas de juro da nossa dívida continuam a cair sustentadamente. No caso da Grécia, no mesmo ponto que estamos depois do pedido de auxílio, as taxas estavam altíssimas (aliás nunca pararam de subir), indicavam já o inevitável calote. Mas em Portugal as taxas sugerem que os mercados acreditam que vamos pagar!?

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Manuela Ferreira Leite: "Este Orçamento não tem execução possível"
16 Outubro 2012 | 11:36
Rita Faria - afaria@negocios.pt
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Manuela Ferreira acredita que os objectivos do défice para 2013 não serão cumpridos e que o Orçamento ontem apresentado pelo ministro das Finanças "não tem execução possível".
“Não creio que haja possibilidade de haver alguém que considere que esta situação possa melhorar através do aumento de impostos”, considerou a ex-ministra das Finanças, na conferência da Antena 1 e do Jornal de Negócios. “O que se espera é aumento da recessão e do desemprego”.
Manuel Ferreira Leite confessou não acreditar “nos objectivos do orçamento”, nem “que haja alguém capaz de defender que isso seja possível”. “É inviável conseguir-se uma consolidação desta dimensão num prazo de tempo tão reduzido”, reforçou.
A ex-governante sublinhou que o ajustamento pelo lado da receita “tem limites”, e que “já é impossível aumentar mais”. “Ninguém acredita que vai ser cobrado o que lá está”, acrescentou.
“Posso não ser capaz de dizer como se cresce, mas sou capaz de dizer o que não deve ser feito para não decrescer. Qualquer decisão de destruição da classe média deve ser totalmente evitada”, frisou a ex-ministra das Finanças, que considera que o aumento da carga fiscal já atingiu todos os limites aceitáveis.
Para Manuela Ferreira Leite, “o erro básico não está neste governo, está no desenho, na receita que a troika desenhou para nós, que está errado”. “Esqueceram-se que o efeito recessivo é muito maior quando as famílias estão endividadas”, sublinhou. A responsável acredita que “não há alternativa que não seja negociar com a troika”.
Sobre a possibilidade de Portugal abandonar a moeda única, Ferreira Leite foi peremptória: “recuso completamente a possibilidade de uma saída do euro”. “A Grécia não tem cumprido absolutamente nada, e já alguma vez disseram à Grécia para sair do euro? É a nós que nos vêm dizer que não nos dão mais nada e que temos ir embora?”, questionou.
“É preciso emagrecer, e gostaria de recomendar que as pessoas não aceitassem morrer antes de emagrecer. Morrer gordo é do pior que há depois de se fazer uma dieta tremenda”, concluiu a ex-governante. “Este orçamento não tem execução possível, e os objectivos não vão ser conseguidos”.
Boas,
Não consigo encontrar o tópico (muito antigo) em que eu defendia que um programa estrutural para um país tão miserável, teria de ser ao longo de uma década.
Basicamente, a própria redução do défice seria feita em vários anos, numa cadência muito mais suave, terminando com a estabilização num défice inferior a 3% - ao mesmo tempo, ganhava-se tempo para que reformas estruturais mostrassem efeitos concretos.
Como o caminho foi e é outro, já não há remédio. Mais cedo ou mais tarde, o calote será inevitável, bem como uma saída assistida do EUR.
Neste caso, nunguém no seu perfeito juízo pode pensar que vai ser diferente.
O calote deve ser do seguinte modo:
"esquecer" toda a dívida acima de 60% do PIB, pagando-se o restante se possível e quando possível.
Uma nova moeda (proponho o nome de Real, voltamos a ter contos de réis) nacional, oficial, com circulação normal, continuando o EUR a coexistir, uma vez que continuaríamos integrados na UE.
Chamo a atenção, porém, para o facto desta solução ser resultado da incapacidade de resolver os nossos problemas a bem. A partir daqui, teríamos mesmo de viver sem contar com dinheiro emprestado, com défice zero, portanto, sendo que o nível de vida ficaria condicionado ao futuro crescimento económico.
Eu aposto que, após uma depressão inicial (-10% PIB !??), voltaríamos a crescer e bem. Com sustentação.
Abraço
dj
Não consigo encontrar o tópico (muito antigo) em que eu defendia que um programa estrutural para um país tão miserável, teria de ser ao longo de uma década.
Basicamente, a própria redução do défice seria feita em vários anos, numa cadência muito mais suave, terminando com a estabilização num défice inferior a 3% - ao mesmo tempo, ganhava-se tempo para que reformas estruturais mostrassem efeitos concretos.
Como o caminho foi e é outro, já não há remédio. Mais cedo ou mais tarde, o calote será inevitável, bem como uma saída assistida do EUR.
Neste caso, nunguém no seu perfeito juízo pode pensar que vai ser diferente.
O calote deve ser do seguinte modo:
"esquecer" toda a dívida acima de 60% do PIB, pagando-se o restante se possível e quando possível.
Uma nova moeda (proponho o nome de Real, voltamos a ter contos de réis) nacional, oficial, com circulação normal, continuando o EUR a coexistir, uma vez que continuaríamos integrados na UE.
Chamo a atenção, porém, para o facto desta solução ser resultado da incapacidade de resolver os nossos problemas a bem. A partir daqui, teríamos mesmo de viver sem contar com dinheiro emprestado, com défice zero, portanto, sendo que o nível de vida ficaria condicionado ao futuro crescimento económico.
Eu aposto que, após uma depressão inicial (-10% PIB !??), voltaríamos a crescer e bem. Com sustentação.
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Nem mais. Isto está numa de cada um por si. Oiço imensas pessoas a dizer que estão a pensar em emigrar. Outras a dizer que farão o mais possível por fugir aos impostos. Ah, e mesmo quem não consegue fugir aos impostos, aprova os que conseguem. Salve-se quem puder, porque o país, a europa como a conhecemos, vai acabar.
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MiamiBlueHeart Escreveu:pc05 Escreveu:Pata-Hari Escreveu:Não vai durar, queres apostar? começa a notar-se lá fora a insatisfação interna. E quando isto começar a aquecer, te garanto que as yields sobem. Esperemos é que subam as de toda a europa.pc05 Escreveu:Falta alguém perguntar: "se o cenário é assim tão negro, porque caem as yields da dívida portuguesa?"
Eu já tinha aqui escrito (no forum), as receitas do OE vão ficar curtas, o défice ficará aquêm e a solução poderá passar por uma reestruturação da nossa dívida!
Antecedida por um segundo pacote de ajuda.
Sim, neste contexto não teremos mercado no próximo verão.
pc05 Escreveu:Pata-Hari Escreveu:Não vai durar, queres apostar? começa a notar-se lá fora a insatisfação interna. E quando isto começar a aquecer, te garanto que as yields sobem. Esperemos é que subam as de toda a europa.pc05 Escreveu:Falta alguém perguntar: "se o cenário é assim tão negro, porque caem as yields da dívida portuguesa?"
Eu já tinha aqui escrito (no forum), as receitas do OE vão ficar curtas, o défice ficará aquêm e a solução poderá passar por uma reestruturação da nossa dívida!
Antecedida por um segundo pacote de ajuda.
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pepi Escreveu:Quico, PPC apresentou-se como liberal... na prática está a revelar-se cada vez mais como um socialista, na medida em que procura capturar a riqueza privada para fazer face às obrigações da sociedade...
Socialista? Com o ataquue cerrado ao património do estado, às pensões, ao SNS, à educação, à cultura e a todos os serviços que o Estado presta aos cidadãos. Só se for uma forma inovadora de socialismo...lol!!
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Pata-Hari Escreveu:Não vai durar, queres apostar? começa a notar-se lá fora a insatisfação interna. E quando isto começar a aquecer, te garanto que as yields sobem. Esperemos é que subam as de toda a europa.pc05 Escreveu:Falta alguém perguntar: "se o cenário é assim tão negro, porque caem as yields da dívida portuguesa?"
Eu já tinha aqui escrito (no forum), as receitas do OE vão ficar curtas, o défice ficará aquêm e a solução poderá passar por uma reestruturação da nossa dívida!
MPC_finance Escreveu:Na generalidade das medidas que apresentas, não resolverias nada no curto prazo. Olha, apenas aumentando o IVA dos bens duradouros não seria suficiente.
Uma reorganização total no funcionamento da justiça teria efeitos no curto prazo.
E falo apenas na sua vertente comercial, a penal podiam deixar para outras calendas.
Editado pela última vez por Visitante em 16/10/2012 10:59, num total de 1 vez.
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por isso que o FMI tem de ser consequente e a UE tem de ser responsabilizada. Só eles têm chaveiros para abrir estas arcas. Nos próximos meses, a UE vai atravessar um caos político com a aprovação em pacote de ajuda externa a um grupo de países, que deverá incluir Espanha, Chipre, Eslovénia e a própria Grécia. Talvez esteja aí o bom-senso: Portugal ganha tempo para submergir durante essa fase. E ganha "folga assistida" em 2013. Assistida pelas instituições internacionais nos mercados. Para que, como disse ontem Vítor Gaspar, haja credibilidade acrescida e acesso ao financiamento.
Gosto especialmente desta parte...
Não basta dizer "Ups, afinal estavamos errados" mas depois não mexem em nada.. se querem contribuir para a solução pq não reduzirem os juros em 0.5%?
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O que vai fazer o resto da sua vida?
16 Outubro 2012 | 01:47
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt
Há um ano, muitos portugueses acreditavam. Estavam mobilizados para salvar o país. Pagariam, trabalhariam – salvariam. Hoje, muitas pessoas só quererão salvar-se a si mesmas. A si, aos seus. A emergência tornou-se individual. O Governo diz-se sem alternativas. Mas há empresas com alternativas. Há pessoas com alternativas. Você pode ser uma pessoa com alternativas. O que vai fazer?
Há um ano, muitos portugueses acreditavam. Estavam mobilizados para salvar o país. Pagariam, trabalhariam – salvariam. Hoje, muitas pessoas só quererão salvar-se a si mesmas. A si, aos seus. A emergência tornou-se individual. O Governo diz-se sem alternativas. Mas há empresas com alternativas. Há pessoas com alternativas. Você pode ser uma pessoa com alternativas. O que vai fazer?
Há a alternativa de baixar os braços. A alternativa de levantá-los para gritar. A alternativa de virar as costas ou exigir de frente. A alternativa, nas empresas, de despedir ou baixar salários. De cortar no topo para manter a base. A alternativa, das pessoas, de emigrar ou ficar cá, de passar a fugir aos impostos ou continuar a pagá-los, a alternativa de perder a cabeça, de exigir cabeças ou de ter cabeça. A alternativa de atirar tudo para o ar ou sentar com o raio da máquina de calcular à frente outra vez. A alternativa de perder para sempre ou começar de novo. A alternativa de dar, partilhar, lutar por quem não tem emprego, casa, dinheiro, pão – de quem não tem alternativa.
O Orçamento do Estado tem tudo para correr mal. O rol de desgraças está mais do que listado, a maior carga fiscal de sempre é um tonelada em cima de algodão, não há justiça nem rumo, há impostos, impostos, impostos. E há sobretudo a descrença de que vai funcionar. A certeza de que não vai chegar, porque nada chega para encher um buraco negro no universo. Desde ontem, há ainda mais. Há riscos.
O risco de execução do orçamento é tão grande que se vê do céu à vista desarmada. Começando no défice deste ano, que está longe de estar garantido, depois do "chumbo" à utilização da concessão da ANA. Para 2013, é incredível que as receitas de IRS aumentem 30%, o que pode repetir a derrapagem nas receitas fiscais deste ano. Pior do que este ano, o PIB poderá facilmente contrair mais do que 1%, mercê das recessões dos países para os quais exportamos e dos "multiplicadores" agora descobertos pelo FMI. O risco está pois nos dois lados da fracção. A probabilidade de conseguirmos reduzir o défice para 4,5% em 2013 é, portanto, muito pequena. Quem nos dera pensar o contrário. Porque desta forma, "isto" não chega.
"Isto" é a maior carga fiscal de sempre. É cortes na saúde, na educação, é redução de salários e pensões, é rescisões de contratos na função pública, é mais despedimentos nas empresas públicas, é desemprego, falências, recessão. Se "isto" não chega, nada chegará.
MAS há mais um risco. O risco político. Os desenvolvimentos dos últimos dias mostram que o golpe palaciano movido pelo CDS e por parte do PSD contra o ministro das Finanças falhou. Ficou tudo como estava antes das maratonas no Conselho de Ministros. Vítor Gaspar não cedeu a Portas, como noticiava o "Sol" na sexta, os escalões de IRS e a sobretaxa não mudaram, como avançava o "Expresso" no sábado. Ficou tudo na mesma. Gaspar venceu. E ficou só..
Vítor Gaspar está isolado no Governo. Ontem, cometeu ademais a imprudência de ridicularizar o Presidente da República, ao dizer que o FMI não assumiu erro algum na questão dos multiplicadores, que isso teria sido apenas a interpretação do blogue de Paul Krugman. Cavaco Silva não é de embarcar em blogues. E não precisou, Gaspar não tem razão. Em conferências públicas na última semana, quer o economista-chefe, quer a a directora-geral do FMI assumiram o erro. E três Presidentes da República – Cavaco, Soares, Sampaio – falaram na última semana dizendo coisas diferentes mas dizendo uma coisa igual: a austeridade está a matar a economia, a sociedade – e pode matar a democracia.
Só um Governo forte e coeso aguenta este Orçamento e ele não há. Portas parece querer sair. Gaspar está só, mas não está fraco. Gaspar manda no Governo porque a troika manda no País. Quando Gaspar repete à exaustão que a margem é quase nula, não está só a falar ao País. Está a falar para dentro do Conselho de Ministros. Está a falar ao espelho.
É por isso que o FMI tem de ser consequente e a UE tem de ser responsabilizada. Só eles têm chaveiros para abrir estas arcas. Nos próximos meses, a UE vai atravessar um caos político com a aprovação em pacote de ajuda externa a um grupo de países, que deverá incluir Espanha, Chipre, Eslovénia e a própria Grécia. Talvez esteja aí o bom-senso: Portugal ganha tempo para submergir durante essa fase. E ganha "folga assistida" em 2013. Assistida pelas instituições internacionais nos mercados. Para que, como disse ontem Vítor Gaspar, haja credibilidade acrescida e acesso ao financiamento.
ESTAS são também alternativas, as de pressionar as instituições comunitárias. Porque também elas têm uma alternativa: a alternativa de ser Europa. A mesma alternativa que tem o Governo português, o de negociar, pressionar, de provar que será melhor e será merecido.
É preciso inventar a esperança. Ela não morreu, apenas não está no Governo que a devia erguer. Talvez depois do salvamento venha a salvação. Talvez valha pena acreditar que um louco se atira mais de quatro minutos em queda-livre e aterra ileso. Porque, sim, muitos têm alternativas. A alternativa do conflito ou do compromisso. "O que vai fazer o resto da sua vida?", tocava Bill Evans, que era um génio e editou um álbum chamado "você tem de acreditar na Primavera". Agora é Outono. E há uma decisão que também é sua.
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